Os progressistas insistem que "somos todos iguais". Curiosamente, fazem o oposto. Criam "discriminação positiva" para favorecer certas minorias, dando a entender, portanto, precisamente o contrário: que não somos todos iguais, e que alguns precisam de uma "ajudinha extra". A igualdade buscada pela esquerda não é igualdade de condições, mas igualdade de resultados. Branco e preto tem que ter lugar igual na universidade, independentemente do estudo realizado. Homossexual deve poder casar, ainda que para isso o próprio conceito de casamento deva ser modificado. Índio deve ter direito às suas próprias leis, para compensar pela exploração anterior. E até a "redistribuição de renda" é uma forma de compensar uma "injustiça social" prévia, ou seja, de igualar aqueles que são diferentes, seja pelo motivo que for.
Eu não sei se somos todos iguais, não. Acho que não. Há os mais inteligentes e os mais burros, os mais bonitos e os mais feios, e não há lei que compense por isso. Bom ou ruim, é a vida.
Mas afinal, a lei deve ser igual para todos, ou deve compensar para ajudar os mais fracos? E quem é que define quem são os mais fracos, são os fracos ou os fortes? E quando, graças à lei compensatória, os mais fracos virarem os mais fortes, a lei deve ser invertida, ou não? Ou, uma vez atingida a igualdade, esta será eterna e imutável?
Em conto que já citei aqui, o escritor Kurt Vonnegut imaginou uma sociedade futura em que o Estado faria com que todos fossem realmente iguais, colocando pesos nos pés dos fortes e rápidos, máscaras nos rostos dos bonitos, aparelhos gerando interferência nos cérebros dos inteligentes, etc. Assim eram todos finalmente iguais - e todos medíocres.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Brasil, Irã e Israel, ou: nem tudo é antisemitismo
Vou dizer agora uma coisa que parece o oposto do que eu acabei de dizer, mas não é.
Nem tudo é antisemitismo. Acho que todo mundo pode ter o direito de criticar Israel, e nem toda crítica ao país é necessariamente "antisemita".
Nem tenho certeza que a postura do Brasil lulista ao receber Amadinehjad seja "antisemita", embora seja claramente uma tentativa de chute na canela de Israel. Mas acho que, no fundo, é apenas a mesma postura ideológica tradicional petista de se associar preferencialmente a republiquetas de ditadores latinos ou africanos, pois é com essa gente que Lula e os petistas, no fundo, se identificam.
A pergunta é: o que tem a ganhar o Brasil ao se associar com o Irã, e em especial com o polêmico presidente iraniano? A idéia que a Petrobras possa explorar petróleo no Irã é pouco provável, já que eles tem sua própria empresa estatal que controla tudo. Acordos comerciais que beneficiem o Brasil também são pouco prováveis, já que o Irã encontra-se em grave crise econômica, salvo que o Brasil decida passar aos mulás sua tecnologia nuclear. De acordo com esta notícia:
Estamos feitos! O Brasil vai imitar a regulação financeira do Irã, baseada na sha'ria. Não seria mais útil realizar novos acordos de cooperação tecnológica com Israel, líder inovador nessa área? Mesmo países que nominalmente apóiam o Irã, como China e Rússia, vendem sistemas velhos aos iranianos e compram tecnologia e armas modernas de Israel.
Então, nem sei com certeza se receber o malucão do Amadinehjad no Brasil configura antisemitismo ou não. O que sei é que é burrice, em nome de uma ideologia torta.
Nem tudo é antisemitismo. Acho que todo mundo pode ter o direito de criticar Israel, e nem toda crítica ao país é necessariamente "antisemita".
Nem tenho certeza que a postura do Brasil lulista ao receber Amadinehjad seja "antisemita", embora seja claramente uma tentativa de chute na canela de Israel. Mas acho que, no fundo, é apenas a mesma postura ideológica tradicional petista de se associar preferencialmente a republiquetas de ditadores latinos ou africanos, pois é com essa gente que Lula e os petistas, no fundo, se identificam.
A pergunta é: o que tem a ganhar o Brasil ao se associar com o Irã, e em especial com o polêmico presidente iraniano? A idéia que a Petrobras possa explorar petróleo no Irã é pouco provável, já que eles tem sua própria empresa estatal que controla tudo. Acordos comerciais que beneficiem o Brasil também são pouco prováveis, já que o Irã encontra-se em grave crise econômica, salvo que o Brasil decida passar aos mulás sua tecnologia nuclear. De acordo com esta notícia:
Em entrevista coletiva após o encontro, Amorim disse que uma das propostas com repercussão mais concreta e imediata foi feita com o Banco Central brasileiro. O intuito é que haja um acordo entre os bancos centrais dos dois países para troca de informações sobre regulação do sistema financeiro.
Estamos feitos! O Brasil vai imitar a regulação financeira do Irã, baseada na sha'ria. Não seria mais útil realizar novos acordos de cooperação tecnológica com Israel, líder inovador nessa área? Mesmo países que nominalmente apóiam o Irã, como China e Rússia, vendem sistemas velhos aos iranianos e compram tecnologia e armas modernas de Israel.
Então, nem sei com certeza se receber o malucão do Amadinehjad no Brasil configura antisemitismo ou não. O que sei é que é burrice, em nome de uma ideologia torta.
A bizarrice do antisemitismo
Lendo o artigo da Ida Magli (ver post anterior), e pensando em uma série de outros textos que tenho lido recentemente, fiquei me perguntando sobre a questão do antisemitismo.
Ida Magli não se considera antisemita. Acredita que um pequeno grupo de judeus, como Bernard Madoff e outros banqueiros, esteja por trás da crise econômica atual. Acredita ainda que a criação da União Européia - a qual ela critica veementemente - seja um "projeto judeu". Acredita que uma claque de políticos, banqueiros e empresários judeus estejam por trás do liberalismo e da crise de valores da Europa.
Seria possível? Imaginemos que fosse. É verdade, afinal, que - em relação a seu reduzido número geral - há muitos banqueiros judeus. Muitos advogados judeus. Muitos esquerdistas radicais judeus. Muitos Prêmios Nobel judeus. Também há muitos cineastas judeus e humoristas judeus, embora o papel destes últimos na trama não esteja muito clara. Também é verdade que os judeus gostam de ganhar dinheiro, mas, quem não gosta?
E é também verdade que há muitos judeus de caráter duvidoso. Bernie Maddoff, por exemplo, roubou bilhões. Detalhe: 95% de suas vítimas foram, também, judeus. (Não deveria estar um antisemita feliz com isso? Afinal, segundo sua mentalidade, "ladrão que rouba ladrão...")
Porém, daí a acreditar que os judeus - enquanto grupo - estariam combinados entre si para operar políticas de transformação mundial, vai um passo bastante mais longo e eu diria até que beira a paranóia desenfreada, ainda que sejam muitas as pessoas que acreditam nisso.
Qual interesse teriam os judeus, afinal, em gerar políticas que não os beneficiam de modo algum? Afinal, se são tão poderosos assim, se realmente detém as rédeas do mundo e da mídia, será que teriam sofrido o Holocausto, os pogroms e tantos outros males, será que sofreriam como vítimas preferenciais de dez entre dez terroristas?
E, no entanto, muitos acreditam nisso. Na Europa, há quem culpe os judeus - que quase não existem mais por lá - até pela imigração islâmica, da qual estes são as principais vítimas.
Mas, como observou Lawrence Auster, que é de origem judaica mas convertido ao protestantismo - para o antisemita, o judeu é a explicação de tudo. Mesmo de coisas opostas. Capitalismo selvagem? Culpa dos judeus. Comunismo? Culpa dos judeus. Imigração de malditos muçulmanos? Culpa dos judeus. Massacre de pobres muçulmanos? Culpa dos judeus.
Assim, não importa o crime, mas apenas a causa, que é sempre a mesma - o judeu. Dizem que Hitler, quando perdeu a guerra, não atribuiu a derrota aos Aliados ou aos soviéticos: acreditava piamente ter sido derrotado pelos judeus.
A coisa é tão absurda que até o próprio antisemitismo já foi acusado de ser obra de judeus: os que diriam as maiores atrocidades antisemitas seriam judeus/sionistas infiltrados em círculos neonazistas, com o objetivo de desacreditar o movimento...
Os judeus, curiosamente, são atacados tanto à esquerda quanto à direita, ainda que por motivos opostos. Para a direita, não há (tanto) problema na existência de Israel, ou seja, nos judeus que moram em seu próprio país. O problema são os judeus que estão nos EUA e na Europa promovendo políticas destrutivas como a imigração, o liberalismo, o comunismo, etc. Já para a esquerda, não há (tanto) problema com o judeu americano ou europeu, o problema é o judeu em Israel. Quando o judeu deixa de ser "minoria oprimida", e vira "maioria opressora", ou seja, torna-se o malvado "sionista", com nação própria e exército próprio que "oprime" os palestinos. (Se ele é religioso ortodoxo ou "colono", ainda pior.) Mas substitua "judeu" por "sionista" e verá que as barbaridades ditas são as mesmas.
Acredito que o antisemitismo seja uma espécie de perturbação mental, pois não há como explicá-lo racionalmente. Ou então os judeus são mesmo o Povo Escolhido, e o resto é inveja?
Ida Magli não se considera antisemita. Acredita que um pequeno grupo de judeus, como Bernard Madoff e outros banqueiros, esteja por trás da crise econômica atual. Acredita ainda que a criação da União Européia - a qual ela critica veementemente - seja um "projeto judeu". Acredita que uma claque de políticos, banqueiros e empresários judeus estejam por trás do liberalismo e da crise de valores da Europa.
Seria possível? Imaginemos que fosse. É verdade, afinal, que - em relação a seu reduzido número geral - há muitos banqueiros judeus. Muitos advogados judeus. Muitos esquerdistas radicais judeus. Muitos Prêmios Nobel judeus. Também há muitos cineastas judeus e humoristas judeus, embora o papel destes últimos na trama não esteja muito clara. Também é verdade que os judeus gostam de ganhar dinheiro, mas, quem não gosta?
E é também verdade que há muitos judeus de caráter duvidoso. Bernie Maddoff, por exemplo, roubou bilhões. Detalhe: 95% de suas vítimas foram, também, judeus. (Não deveria estar um antisemita feliz com isso? Afinal, segundo sua mentalidade, "ladrão que rouba ladrão...")
Porém, daí a acreditar que os judeus - enquanto grupo - estariam combinados entre si para operar políticas de transformação mundial, vai um passo bastante mais longo e eu diria até que beira a paranóia desenfreada, ainda que sejam muitas as pessoas que acreditam nisso.
Qual interesse teriam os judeus, afinal, em gerar políticas que não os beneficiam de modo algum? Afinal, se são tão poderosos assim, se realmente detém as rédeas do mundo e da mídia, será que teriam sofrido o Holocausto, os pogroms e tantos outros males, será que sofreriam como vítimas preferenciais de dez entre dez terroristas?
E, no entanto, muitos acreditam nisso. Na Europa, há quem culpe os judeus - que quase não existem mais por lá - até pela imigração islâmica, da qual estes são as principais vítimas.
Mas, como observou Lawrence Auster, que é de origem judaica mas convertido ao protestantismo - para o antisemita, o judeu é a explicação de tudo. Mesmo de coisas opostas. Capitalismo selvagem? Culpa dos judeus. Comunismo? Culpa dos judeus. Imigração de malditos muçulmanos? Culpa dos judeus. Massacre de pobres muçulmanos? Culpa dos judeus.
Assim, não importa o crime, mas apenas a causa, que é sempre a mesma - o judeu. Dizem que Hitler, quando perdeu a guerra, não atribuiu a derrota aos Aliados ou aos soviéticos: acreditava piamente ter sido derrotado pelos judeus.
A coisa é tão absurda que até o próprio antisemitismo já foi acusado de ser obra de judeus: os que diriam as maiores atrocidades antisemitas seriam judeus/sionistas infiltrados em círculos neonazistas, com o objetivo de desacreditar o movimento...
Os judeus, curiosamente, são atacados tanto à esquerda quanto à direita, ainda que por motivos opostos. Para a direita, não há (tanto) problema na existência de Israel, ou seja, nos judeus que moram em seu próprio país. O problema são os judeus que estão nos EUA e na Europa promovendo políticas destrutivas como a imigração, o liberalismo, o comunismo, etc. Já para a esquerda, não há (tanto) problema com o judeu americano ou europeu, o problema é o judeu em Israel. Quando o judeu deixa de ser "minoria oprimida", e vira "maioria opressora", ou seja, torna-se o malvado "sionista", com nação própria e exército próprio que "oprime" os palestinos. (Se ele é religioso ortodoxo ou "colono", ainda pior.) Mas substitua "judeu" por "sionista" e verá que as barbaridades ditas são as mesmas.
Acredito que o antisemitismo seja uma espécie de perturbação mental, pois não há como explicá-lo racionalmente. Ou então os judeus são mesmo o Povo Escolhido, e o resto é inveja?
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Darwin existe?
O Orlando Tambosi publicou um interessante texto de Ida Magli sobre a religião e como esta e apenas esta seria produtora do fanatismo.
Achei interessante, mas teimo em discordar.
Este jovem finlandês, por exemplo, matou nove pessoas em uma escola em nome do ateísmo, do ódio à humanidade, e de uma suposta "revolução contra o sistema". Os assassinos de Columbine também se declararam ateus e mataram uma garota só porque esta dissera acreditar em Deus.
Casos extremos, sem dúvida. Mas já bastam para provar que não só da religião nasce o fanatismo ou a morte. Pode nascer do mero niilismo - "nada faz sentido, portanto, por que não matar?"
Querendo descobrir mais sobre a tal Ida Magli, a quem não conhecia, descobri que é uma grande crítica do Islã e das religiões monoteístas, embora, curiosamente, elogie a figura de Jesus e seja crítica da eutanásia, da imigração, da União Européia, e de várias políticas associadas com a esquerda. Ao mesmo tempo, é crítica dos EUA e do capitalismo. Escreveu, há poucos meses, também um bizarro texto no qual sustenta que há um "complô judaico" por trás da atual crise econômica e da própria criação da União Européia - e que são, na verdade, os judeus com seu amor pelo "mercado" e pelo "dinheiro" os culpados pelo caos financeiro, bem como, em última análise, pela própria destruição da Europa.
Bem, o Tambosi disse que ela era "polêmica". Abstenho-me de comentar, ou talvez o faça em outro post. O fato é que não a colocaria como exemplar da razão absoluta. Aliás, ninguém o é.
Uma coisa que sempre me espanta, aliás, é o fanatismo de certos ateus. É um pouco bizarro o ódio que estes têm aos religiosos, sejam da espécie que forem. É o ódio da criança que não acredita mais em Papai Noel e pretende destruir as ilusões das outras. Ora, por que não os deixam acreditar em Papai Noel?
Se a religião é uma fonte de conflitos humanos, e é certo que seja, convenhamos ao menos que não é a única fonte.
O próprio problema do Islã, por exemplo, não seria tão grave se o islamismo, além de religião, não fosse um sistema político e social completo, governado sob as leis da sha'ria e fundado sob a ocupação territorial. Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, disse Jesus. Maomé quis o que era de César também, e aí radica a diferença.
Muitos acreditam que a teoria da seleção natural substituiu Deus ou as religiões, mas não é exatamente verdade. A teoria da seleção natural não explica o surgimento da vida. Tampouco explica por que existem tais leis da seleção natural, quero dizer, por que são estas e não outras? Por que o Universo segue Leis? Poderiam ser outras em vez das que existem? E, já que estamos, por que existe o Universo, em vez do Nada Absoluto?
São perguntas para as quais não temos resposta. Talvez a ciência descubra um dia, mas talvez não. A ciência é limitada, como os humanos.
Achei interessante, mas teimo em discordar.
Este jovem finlandês, por exemplo, matou nove pessoas em uma escola em nome do ateísmo, do ódio à humanidade, e de uma suposta "revolução contra o sistema". Os assassinos de Columbine também se declararam ateus e mataram uma garota só porque esta dissera acreditar em Deus.
Casos extremos, sem dúvida. Mas já bastam para provar que não só da religião nasce o fanatismo ou a morte. Pode nascer do mero niilismo - "nada faz sentido, portanto, por que não matar?"
Querendo descobrir mais sobre a tal Ida Magli, a quem não conhecia, descobri que é uma grande crítica do Islã e das religiões monoteístas, embora, curiosamente, elogie a figura de Jesus e seja crítica da eutanásia, da imigração, da União Européia, e de várias políticas associadas com a esquerda. Ao mesmo tempo, é crítica dos EUA e do capitalismo. Escreveu, há poucos meses, também um bizarro texto no qual sustenta que há um "complô judaico" por trás da atual crise econômica e da própria criação da União Européia - e que são, na verdade, os judeus com seu amor pelo "mercado" e pelo "dinheiro" os culpados pelo caos financeiro, bem como, em última análise, pela própria destruição da Europa.
Bem, o Tambosi disse que ela era "polêmica". Abstenho-me de comentar, ou talvez o faça em outro post. O fato é que não a colocaria como exemplar da razão absoluta. Aliás, ninguém o é.
Uma coisa que sempre me espanta, aliás, é o fanatismo de certos ateus. É um pouco bizarro o ódio que estes têm aos religiosos, sejam da espécie que forem. É o ódio da criança que não acredita mais em Papai Noel e pretende destruir as ilusões das outras. Ora, por que não os deixam acreditar em Papai Noel?
Se a religião é uma fonte de conflitos humanos, e é certo que seja, convenhamos ao menos que não é a única fonte.
O próprio problema do Islã, por exemplo, não seria tão grave se o islamismo, além de religião, não fosse um sistema político e social completo, governado sob as leis da sha'ria e fundado sob a ocupação territorial. Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, disse Jesus. Maomé quis o que era de César também, e aí radica a diferença.
Muitos acreditam que a teoria da seleção natural substituiu Deus ou as religiões, mas não é exatamente verdade. A teoria da seleção natural não explica o surgimento da vida. Tampouco explica por que existem tais leis da seleção natural, quero dizer, por que são estas e não outras? Por que o Universo segue Leis? Poderiam ser outras em vez das que existem? E, já que estamos, por que existe o Universo, em vez do Nada Absoluto?
São perguntas para as quais não temos resposta. Talvez a ciência descubra um dia, mas talvez não. A ciência é limitada, como os humanos.
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61
São 61 anos desde a independência de Israel. Ia até fazer um post sobre o tema, mas não tenho nada mais profundo a dizer, a não ser desejar Mazel Tov (מזל טוב) aos amigos israelenses, judeus, sionistas, colonos, ocupantes imperialistas e demais seguidores dos protocolos dos sábios de Sião. ;-)
Muitos anos de vida.
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terça-feira, 28 de abril de 2009
Um bicho às terças
Fazia tempo que não havia um "bicho às terças". É que demorou para chegar: trata-se do caracol, que anda a uma velocidade máxima de 40 metros por hora.
O molusco gastrópode terrestre (se for aquático, é caramujo, ainda que muitos usem os dois termos indistintamente) tem glândulas que secretam um muco que o ajuda a deslizar pelas superfícies lisas.
Da cabeça do caracol saem quatro tentáculos, todos retráteis: dois são a base dos olhos e dois são usados para o tato e o olfato. Os caracóis e caramujos nascem com uma protoconcha, que já contém todas as camadas da concha dos
adultos. À medida que cresce, uma glândula no manto vai secretando as três camadas que formam o material.
O animal é hermafrodita, mas necessita de um parceiro para procriar. Não é casamento gay, já que ambos possuem ambos os sexos e cada orgão sexual faz contato com o respectivo órgão oposto.
Os gosmentos moluscos morrem ao contato com o sal, pois, como sabe todo aquele que estudou química no segundo grau, o sal absorve a água do corpo do caracol por um processo de osmose.
Há caracóis comestíveis e inofensivos, que na boca dos franceses tornam-se escargot. Outras espécies, no entanto, podem ser hospedeiros de vermes e transmitem doenças como a esquistossomose. O caracol gigante africano, que pode chegar a 20 centímetros, tem um muco irritante que pode causar distúrbios nervosos e até hemorragia interna. Não é o caso dos caracóis da foto abaixo, que são inofensivos.
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Sobre a discriminação
Na França, há uma nova lei que multa em 45 mil euros qualquer dono de propriedade que se recusar a aceitar um inquilino devido à sua raça, origem, preferência sexual ou religião. Por que as pessoas não deveriam ser livres para alugar ou não suas propriedades para quem bem entenderem?
A discriminação é o grande horror dos progressistas. Mas a discriminação - não necessariamente racial - é um fato da vida. Discriminamos todo o tempo. Discriminar, segundo o dicionário, significa meramente escolher com atenção.
Discriminamos quando escolhemos nossos amigos. Discriminamos quando escolhemos em qual bairro morar. Discriminamos - ou discriminávamos, antes da lei francesa - a quem alugar nossos apartamentos. Theodore Dalrymple tem um livro (não li) chamado "In Praise of Prejudice" em que ele fala sobre os aspectos positivos da discriminação.
É claro que a discriminação racial já serviu para justificar muitos horrores, como a escravidão, a segregação racial, e mesmo o genocídio de "raças inferiores". Mas o que fazer nos casos em que a discriminação racial poderia servir para identificar mais rapidamente suspeitos de crimes?
No outro dia ouvi pessoas reclamando que os muçulmanos são injustamente vistos com suspeita nos aeroportos, e revisados com maior rigor. Da mesma forma, comparando, reclamavam que os carros dirigidos por negros são mais parados pela polícia do que aqueles dirigidos por brancos. Alegavam racismo.
Pode até ser, mas, por mais que doa em nossa alma politicamente correta, temos que observar uma cruel verdade: a maioria dos terroristas hoje em dia são muçulmanos, assim como o número de assaltantes negros nos EUA (18%) é proporcionalmente maior do que o número de assaltantes brancos (3%). Portanto, a discriminação contra muçulmanos e negros - ao menos nesses casos - pode não ser bonita, mas tem uma explicação lógica. Entende-se que a grande maioria de negros e muçulmanos, que não são ladrões nem terroristas, não gostem do fato. Entende-se que as pessoas vejam injustiça e perseguição. Mas não há: há apenas discriminação.
Como vivemos em uma sociedade que é ou tenta ser igualitária, na verdade o chamado racial profiling é proibido por lei. Em alguns casos, a polícia e os jornais recusam-se a identificar este ou aquele criminoso como latino, negro, asiático ou árabe, justamente para não criar uma "imagem negativa" do grupo em questão. Embora seja pouco provável que velhinhas japonesas de noventa anos sejam terroristas, elas são tão revisadas no aeroporto quanto o muçulmano com camiseta do Hamas. (Bem, elas poderiam ser ativistas do Aum Shinrikyo.)
Mas o pior não é isso, se não que a esquerda quer criar uma discriminação inversa, de todos os grupos "minoritários" contra os "dominantes" (i.e. negros e latinos contra brancos, muçulmanos contra cristãos, gays contra heteros).
Um caso interessante que está ocorrendo agora nos EUA é de bombeiros que realizaram um teste para obter uma possível promoção: como os que tiveram resultados melhores e obteriam a promoção foram 19 brancos mas apenas 1 hispânico e nenhum negro, os resultados dos testes foram desconsiderados, já que não eram igualitários. Os bombeiros que perderam a promoção entraram com processo alegando discriminação por serem brancos. Agora a Corte Suprema está decidindo.
A discriminação é o grande horror dos progressistas. Mas a discriminação - não necessariamente racial - é um fato da vida. Discriminamos todo o tempo. Discriminar, segundo o dicionário, significa meramente escolher com atenção.
Discriminamos quando escolhemos nossos amigos. Discriminamos quando escolhemos em qual bairro morar. Discriminamos - ou discriminávamos, antes da lei francesa - a quem alugar nossos apartamentos. Theodore Dalrymple tem um livro (não li) chamado "In Praise of Prejudice" em que ele fala sobre os aspectos positivos da discriminação.
É claro que a discriminação racial já serviu para justificar muitos horrores, como a escravidão, a segregação racial, e mesmo o genocídio de "raças inferiores". Mas o que fazer nos casos em que a discriminação racial poderia servir para identificar mais rapidamente suspeitos de crimes?
No outro dia ouvi pessoas reclamando que os muçulmanos são injustamente vistos com suspeita nos aeroportos, e revisados com maior rigor. Da mesma forma, comparando, reclamavam que os carros dirigidos por negros são mais parados pela polícia do que aqueles dirigidos por brancos. Alegavam racismo.
Pode até ser, mas, por mais que doa em nossa alma politicamente correta, temos que observar uma cruel verdade: a maioria dos terroristas hoje em dia são muçulmanos, assim como o número de assaltantes negros nos EUA (18%) é proporcionalmente maior do que o número de assaltantes brancos (3%). Portanto, a discriminação contra muçulmanos e negros - ao menos nesses casos - pode não ser bonita, mas tem uma explicação lógica. Entende-se que a grande maioria de negros e muçulmanos, que não são ladrões nem terroristas, não gostem do fato. Entende-se que as pessoas vejam injustiça e perseguição. Mas não há: há apenas discriminação.
Como vivemos em uma sociedade que é ou tenta ser igualitária, na verdade o chamado racial profiling é proibido por lei. Em alguns casos, a polícia e os jornais recusam-se a identificar este ou aquele criminoso como latino, negro, asiático ou árabe, justamente para não criar uma "imagem negativa" do grupo em questão. Embora seja pouco provável que velhinhas japonesas de noventa anos sejam terroristas, elas são tão revisadas no aeroporto quanto o muçulmano com camiseta do Hamas. (Bem, elas poderiam ser ativistas do Aum Shinrikyo.)
Mas o pior não é isso, se não que a esquerda quer criar uma discriminação inversa, de todos os grupos "minoritários" contra os "dominantes" (i.e. negros e latinos contra brancos, muçulmanos contra cristãos, gays contra heteros).
Um caso interessante que está ocorrendo agora nos EUA é de bombeiros que realizaram um teste para obter uma possível promoção: como os que tiveram resultados melhores e obteriam a promoção foram 19 brancos mas apenas 1 hispânico e nenhum negro, os resultados dos testes foram desconsiderados, já que não eram igualitários. Os bombeiros que perderam a promoção entraram com processo alegando discriminação por serem brancos. Agora a Corte Suprema está decidindo.
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A incompetência universal do funcionário público
Se tem uma coisa que é universal é a preguiça e incompetência do funcionário público, o burocrata profissional.
No outro dia, por exemplo, tive que ligar para o Social Security Service, apenas em busca de uma informação. Depois de uma sessão interminável de gravações em que, antes que eu pudesse falar qualquer coisa, coletaram todos os dados pessoais e faltou só perguntarem a cor das cuecas, atendeu uma mulher entendiada e burra que não conseguiu me dizer nada de útil. Não respondia às minhas perguntas: apenas repetia a mesma frase decorada do manual, como se fosse ela também uma gravação. Eventualmente tive que ir pessoalmente onde me esperariam mais algumas horas de tortura.
Em outros países também tive contato com funcionários públicos, e a incompetência ou mau humor, salvo raras exceções, é sempre a mesma.
Isso não é coisa nova, existe desde tempos imemoriais. Os autores que melhor entenderam a mente do funcionário público foram os russos, e estou falando dos russos pré-comunismo. Toda a obra de Dostoevsky e Gogol é um hino ao funcionalismo público.
Não que eu seja workaholic. De fato, sou preguiçaholic e, se pudesse, tampouco trabalharia. Mas o problema do burocrata não é apenas a falta de estímulo para o trabalho honesto, é o modo torto de pensar. O burocrata segue regulamentos, não o bom senso.
Por exemplo, ontem mesmo foi realizada uma sessão de fotos em NY com um Boeing voando a poucos metros dos prédios da cidade. O idiótico exercício, cujo objetivo era tirar novas fotos para o catálogo do Air Force One do Obama, foi feito sem que o público fosse avisado, por ordens superiores. O resultado, foi, naturalmente, o pânico.
E tem gente que acha que o Estado, que nada mais é do que um número gigantesco desses mesmos funcionários, pode resolver todos os nossos problemas, cuidar da nossa saúde e educação, quem sabe até da nossa alimentação.
No outro dia, por exemplo, tive que ligar para o Social Security Service, apenas em busca de uma informação. Depois de uma sessão interminável de gravações em que, antes que eu pudesse falar qualquer coisa, coletaram todos os dados pessoais e faltou só perguntarem a cor das cuecas, atendeu uma mulher entendiada e burra que não conseguiu me dizer nada de útil. Não respondia às minhas perguntas: apenas repetia a mesma frase decorada do manual, como se fosse ela também uma gravação. Eventualmente tive que ir pessoalmente onde me esperariam mais algumas horas de tortura.
Em outros países também tive contato com funcionários públicos, e a incompetência ou mau humor, salvo raras exceções, é sempre a mesma.
Isso não é coisa nova, existe desde tempos imemoriais. Os autores que melhor entenderam a mente do funcionário público foram os russos, e estou falando dos russos pré-comunismo. Toda a obra de Dostoevsky e Gogol é um hino ao funcionalismo público.
Não que eu seja workaholic. De fato, sou preguiçaholic e, se pudesse, tampouco trabalharia. Mas o problema do burocrata não é apenas a falta de estímulo para o trabalho honesto, é o modo torto de pensar. O burocrata segue regulamentos, não o bom senso.
Por exemplo, ontem mesmo foi realizada uma sessão de fotos em NY com um Boeing voando a poucos metros dos prédios da cidade. O idiótico exercício, cujo objetivo era tirar novas fotos para o catálogo do Air Force One do Obama, foi feito sem que o público fosse avisado, por ordens superiores. O resultado, foi, naturalmente, o pânico.
E tem gente que acha que o Estado, que nada mais é do que um número gigantesco desses mesmos funcionários, pode resolver todos os nossos problemas, cuidar da nossa saúde e educação, quem sabe até da nossa alimentação.
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segunda-feira, 27 de abril de 2009
Gripe suína
A tal "gripe do porco" já matou 150 pessoas no México e contagiou umas 11 na Califórnia, e eu não estou me sentindo muito bem...
O avanço tecnológico impediu muitas epidemias graças aos esforços da medicina moderna. Ao mesmo tempo, o mesmo desenvolvimento gera o perigo maior de epidemias, cuja magnitude pode ser ampliada pelo crescimento das megalópoles, a globalização econômica e a migração constante.
A SARS e gripe do frango não vingaram, para tristeza dos jornalistas. Espera-se que esta não vingue também.
Afinal, a gripe suína vende jornais e serve ainda para a discussão política, como a questão da imigração. Obama, que está sob risco de ter contraído a gripe ao apertar a mão de um mexicano que morreu pouco depois (ou seria a Gripe Obâmica que o mexicano contraiu do presidente?), já garantiu que, aconteça o que acontecer, não fechará as fronteiras com o México. (É preciso ser Democrata para fazer certas declarações.)
A gripe espanhola de 1918 matou um número estimado entre vinte e cem milhões de pessoas, quase tantas quanto o Comunismo.
(Atchoink!)
domingo, 26 de abril de 2009
Poema do domingo
The girl with many eyes
One day in the park
I had quite a surprise.
I met a girl
who had many eyes.
She was really quite pretty
(and also quite shocking!)
and I noticed she had a mouth,
so we ended up talking.
We talked about flowers,
and her poetry classes,
and the problems she'd have
if she ever wore glasses.
It's great to know a girl
who has so many eyes,
but you really get wet
when she breaks down and cries.
Tim Burton (1958)
sábado, 25 de abril de 2009
Libertário ou conservador?
...Ou, quem sabe, objetivista?
Confesso algo que vai chocar alguns leitores: nunca li um livro completo da Ayn Rand. Tenho em mãos o "Atlas Shrugged" e pretendo tentar novamente a empreitada, ainda que o tamanho do volume seja algo intimidador (Estava entre ler a Ayn ou o "Ulysses" de Joyce. O "Ulysses" é menor).
Por outro lado, assisti no outro dia uma palestra de um certo Dr. Bernstein, filósofo objetivista. Foi muito interessante, mas não me convenci. Parece-me que os randianos, a partir de um suposto racionalismo, no fundo transformam o capitalismo em uma espécie de religião. Talvez seja uma solução: já que não é possível eliminar completamente a religião e a espiritualidade da vida humana, uma alternativa seria transformar o capitalismo em religião ou, vá lá, filosofia de vida.
Mas voltando à pergunta inicial: este blog é libertário ou conservador? Ou objetivista? Ou nenhuma das alternativas?
Tendo rejeitado os sonhos progressistas de mudança social através do Estado, o blog iniciou sob os auspícios de Milton Friedman e Isaiah Berlin, ou seja, na mais perfeita promoção do mais perfeito libertarianismo. Porém, ultimamente, tenho lido mais blogs ligados ao tradicionalismo conservador, um pouco por interesse antropológico, um pouco por desconfiar da utopia libertária quase tanto quanto da esquerdista. (Não gosto de utopias, sejam de esquerda ou de direita).
Acho que meu problema é que não creio totalmente no primado da razão e nos ideais do iluminismo; quer dizer, não tenho certeza que o homem seja um "animal racional" e, portanto, desconfio de todos aqueles que apelam ao racionalismo de forma tão exaltada, ou enxergam um "sistema" a partir do qual todos serão mais felizes. Embora não seja religioso praticante (escrevi um post falando sobre religião e fui chamado de carola e papa-hóstias - na verdade, a hóstia sempre foi a minha parte preferida da missa) - acho que acredito no ponto de vista da tradição judaico-cristã, de uma humanidade eternamente imperfeita.
Ou, na frase de Immanuel Kant, "com a madeira torta da humanidade não se pode construir nada de perfeitamente reto."
Talvez eu seja apenas... um pessimista?
Confesso algo que vai chocar alguns leitores: nunca li um livro completo da Ayn Rand. Tenho em mãos o "Atlas Shrugged" e pretendo tentar novamente a empreitada, ainda que o tamanho do volume seja algo intimidador (Estava entre ler a Ayn ou o "Ulysses" de Joyce. O "Ulysses" é menor).
Por outro lado, assisti no outro dia uma palestra de um certo Dr. Bernstein, filósofo objetivista. Foi muito interessante, mas não me convenci. Parece-me que os randianos, a partir de um suposto racionalismo, no fundo transformam o capitalismo em uma espécie de religião. Talvez seja uma solução: já que não é possível eliminar completamente a religião e a espiritualidade da vida humana, uma alternativa seria transformar o capitalismo em religião ou, vá lá, filosofia de vida.
Mas voltando à pergunta inicial: este blog é libertário ou conservador? Ou objetivista? Ou nenhuma das alternativas?
Tendo rejeitado os sonhos progressistas de mudança social através do Estado, o blog iniciou sob os auspícios de Milton Friedman e Isaiah Berlin, ou seja, na mais perfeita promoção do mais perfeito libertarianismo. Porém, ultimamente, tenho lido mais blogs ligados ao tradicionalismo conservador, um pouco por interesse antropológico, um pouco por desconfiar da utopia libertária quase tanto quanto da esquerdista. (Não gosto de utopias, sejam de esquerda ou de direita).
Acho que meu problema é que não creio totalmente no primado da razão e nos ideais do iluminismo; quer dizer, não tenho certeza que o homem seja um "animal racional" e, portanto, desconfio de todos aqueles que apelam ao racionalismo de forma tão exaltada, ou enxergam um "sistema" a partir do qual todos serão mais felizes. Embora não seja religioso praticante (escrevi um post falando sobre religião e fui chamado de carola e papa-hóstias - na verdade, a hóstia sempre foi a minha parte preferida da missa) - acho que acredito no ponto de vista da tradição judaico-cristã, de uma humanidade eternamente imperfeita.
Ou, na frase de Immanuel Kant, "com a madeira torta da humanidade não se pode construir nada de perfeitamente reto."
Talvez eu seja apenas... um pessimista?
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sexta-feira, 24 de abril de 2009
Milagre brasileiro
Enquanto o Coturno Noturno se despede, desesperançado com a situação brasileira, sai uma reportagem delirante na Newsweek falando sobre Brasil, "the crafty superpower". Segundo a reportagem, o Brasil é uma nova superpotência com instituições estáveis, democracia de livre-mercado consolidada, puro liberalismo econômico e poder judicial intacto.
Nunca sei se os jornalistas levam a sério aquilo que escrevem.
Lembrou-me que, lá pelo ano 2000, o presidente argentino Carlos Menem foi capa da mesma Newsweek. A reportagem falava sobre o renascimento da Argentina e seu incrível crescimento econômico. Poucos meses depois, ocorria a crise de 2000-2001.
O jornalista Mac Margolis vive há 21 anos no Brasil, portanto não é possível atribuir seus comentários à mera ignorância.
Nunca sei se os jornalistas levam a sério aquilo que escrevem.
Lembrou-me que, lá pelo ano 2000, o presidente argentino Carlos Menem foi capa da mesma Newsweek. A reportagem falava sobre o renascimento da Argentina e seu incrível crescimento econômico. Poucos meses depois, ocorria a crise de 2000-2001.
O jornalista Mac Margolis vive há 21 anos no Brasil, portanto não é possível atribuir seus comentários à mera ignorância.
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quinta-feira, 23 de abril de 2009
"Tortura mas não mata?"
Preciso falar uma coisa sobre a tortura, e todo esse blablablá do Obama sobre os EUA recuperarem a "estatura moral", e a crítica e perseguição ao governo Bush, que teria usado "tortura", ou ao menos waterboarding para extrair confissões.
Não sou de modo algum a favor da tortura, e a princípio concordaria com a proibição obamística do seu uso, mas devemos admitir - a tortura existe.
Existe na Jordânia, existe na Arábia Saudita, existe no Brasil, existe nos EUA, existe na Europa, existe em todo o mundo.
Às vezes, como nos países do Oriente Médio acima mencionados, a tortura é realizada por funcionários do Estado, militares ou policiais, seja seguindo ordens diretas ou não. Em outros países, a tortura é na maior parte das vezes realizada por entidades não-estatais de bandidos, traficantes, terroristas, guerrilheiros, rebeldes e criminosos. Mas é tortura, e tem o mesmo objetivo de extrair confissões.
Segundo ponto: a tortura funciona. Se não funcionasse, ninguém a usaria.
Então o dilema moral é: se é urgentemente necessário obter informação de um criminoso / terrorista / seqüestrador para salvar a vida de um ou de milhares (milhões?) de pessoas, é permissível usar a tortura?
Richard Fernandez escreveu um ótimo post a respeito, questionando os vários aspectos da questão. E ele pergunta: embora hoje todo mundo seja naturalmente contrário à tortura de prisioneiros da Al-Qaeda, será que se amanhã uma bomba nuclear explodisse em NY, todos seriam ainda da mesma opinião? Se alguém tivesse um filho seqüestrado, e fosse possível torturar um cúmplice do seqüestrador para reavê-lo, será que todos seriam tão contrários à tortura assim?
E ainda: não é lícito torturar, mas bombardear pode? Afinal, o governo Obama segue mandando pelos ares alguns talibãs. O que pode e o que não pode? O que é moral e o que não é?
São questões sérias.
O moralismo esquerdista resume-se em dar o máximo de proteção aos maiores criminosos, torturadores e assassinos, desde que estes não sejam "de direita" (aí podem ser até fuzilados). O próprio ato de querer perseguir mais a CIA e o Bush do que os terroristas (chegando até a publicar memos secretos, pondo em risco à nação) dá a medida dos verdadeiros inimigos da esquerda.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao controle de armas. Para o progressista, que um cidadão tenha o direito de se defender de criminosos é errado, por isso as leis de controle de armas. Mas tal controle, embora tire a proteção armada do cidadão respeitador da lei, não a tira do criminoso, já que este está se lixando para a lei - não respeita a lei da propriedade, porque deveria respeitar a lei do controle de armas? Sendo assim, as leis de controle armamentista têm um único resultado - desarmar o sujeito que pretende apenas defender sua família e propriedade, e armar aquele que quer roubá-lo.
Do mesmo modo, as leis que protegem o terrorista da tortura (ou mesmo que transformam em "tortura" todo tipo de questionamento mais árduo), que dão direitos excepcionais e proteção da convenção de Genebra a bandidos e terroristas que não respeitam qualquer convenção e que operam fora de qualquer respeito aos direitos humanos, que dão a piratas somalis o direito de ser julgados sob um sistema sob o qual eles não tem cidadania - tudo isso, embora nobre, talvez tenda a um único resultado a longo prazo: aumentar o número a selvageria dos terroristas e criminosos, aos quais a tortura é permitida já que não perdem direito nenhum com isso, e enfraquecer o cidadão comum.
Bandidos que não respeitam a convenção de Genebra não têm direito à sua proteção.
E tem outra coisa: é fácil falar uma coisa e fazer outra. Lembram do "ninguém é mais ético do que o PT" ao mesmo tempo em que se roubava? Da mesma forma, o governo Obama diz frases nobres sobre moral e ética, ao mesmo tempo em que faz exatamente o contrário, como mostra aqui Victor Davis Hanson.
Por ora, em relativa segurança, é fácil pontificar sobre nobres ideais. Mas, se houver um novo ataque fulminante aos EUA que ameace sua própria sobrevivência, aposto que o governo Obama vai ser o primeiro a torturar terroristas, ainda que chame de outra coisa e não de "tortura".
Não sou de modo algum a favor da tortura, e a princípio concordaria com a proibição obamística do seu uso, mas devemos admitir - a tortura existe.
Existe na Jordânia, existe na Arábia Saudita, existe no Brasil, existe nos EUA, existe na Europa, existe em todo o mundo.
Às vezes, como nos países do Oriente Médio acima mencionados, a tortura é realizada por funcionários do Estado, militares ou policiais, seja seguindo ordens diretas ou não. Em outros países, a tortura é na maior parte das vezes realizada por entidades não-estatais de bandidos, traficantes, terroristas, guerrilheiros, rebeldes e criminosos. Mas é tortura, e tem o mesmo objetivo de extrair confissões.
Segundo ponto: a tortura funciona. Se não funcionasse, ninguém a usaria.
Então o dilema moral é: se é urgentemente necessário obter informação de um criminoso / terrorista / seqüestrador para salvar a vida de um ou de milhares (milhões?) de pessoas, é permissível usar a tortura?
Richard Fernandez escreveu um ótimo post a respeito, questionando os vários aspectos da questão. E ele pergunta: embora hoje todo mundo seja naturalmente contrário à tortura de prisioneiros da Al-Qaeda, será que se amanhã uma bomba nuclear explodisse em NY, todos seriam ainda da mesma opinião? Se alguém tivesse um filho seqüestrado, e fosse possível torturar um cúmplice do seqüestrador para reavê-lo, será que todos seriam tão contrários à tortura assim?
E ainda: não é lícito torturar, mas bombardear pode? Afinal, o governo Obama segue mandando pelos ares alguns talibãs. O que pode e o que não pode? O que é moral e o que não é?
São questões sérias.
O moralismo esquerdista resume-se em dar o máximo de proteção aos maiores criminosos, torturadores e assassinos, desde que estes não sejam "de direita" (aí podem ser até fuzilados). O próprio ato de querer perseguir mais a CIA e o Bush do que os terroristas (chegando até a publicar memos secretos, pondo em risco à nação) dá a medida dos verdadeiros inimigos da esquerda.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao controle de armas. Para o progressista, que um cidadão tenha o direito de se defender de criminosos é errado, por isso as leis de controle de armas. Mas tal controle, embora tire a proteção armada do cidadão respeitador da lei, não a tira do criminoso, já que este está se lixando para a lei - não respeita a lei da propriedade, porque deveria respeitar a lei do controle de armas? Sendo assim, as leis de controle armamentista têm um único resultado - desarmar o sujeito que pretende apenas defender sua família e propriedade, e armar aquele que quer roubá-lo.
Do mesmo modo, as leis que protegem o terrorista da tortura (ou mesmo que transformam em "tortura" todo tipo de questionamento mais árduo), que dão direitos excepcionais e proteção da convenção de Genebra a bandidos e terroristas que não respeitam qualquer convenção e que operam fora de qualquer respeito aos direitos humanos, que dão a piratas somalis o direito de ser julgados sob um sistema sob o qual eles não tem cidadania - tudo isso, embora nobre, talvez tenda a um único resultado a longo prazo: aumentar o número a selvageria dos terroristas e criminosos, aos quais a tortura é permitida já que não perdem direito nenhum com isso, e enfraquecer o cidadão comum.
Bandidos que não respeitam a convenção de Genebra não têm direito à sua proteção.
E tem outra coisa: é fácil falar uma coisa e fazer outra. Lembram do "ninguém é mais ético do que o PT" ao mesmo tempo em que se roubava? Da mesma forma, o governo Obama diz frases nobres sobre moral e ética, ao mesmo tempo em que faz exatamente o contrário, como mostra aqui Victor Davis Hanson.
Por ora, em relativa segurança, é fácil pontificar sobre nobres ideais. Mas, se houver um novo ataque fulminante aos EUA que ameace sua própria sobrevivência, aposto que o governo Obama vai ser o primeiro a torturar terroristas, ainda que chame de outra coisa e não de "tortura".
Um genocídio às quintas
Documentário "Harvest of Despair", sobre um evento ainda pouco conhecido, o genocídio na Ucrânia realizado por Stalin em 1932-1933, no qual 4.5 milhões de pessoas morreram de fome. Assim como o genocídio armênio realizado pelos turcos, o genocídio dos ucranianos é pouco comentado mundo afora. Esta é uma das raras exceções. Um filme dramático e perturbador. Assistam.
Muito além de esquerda e direita
Um pouco abaixo, o leitor Marcelo Augusto comenta:
Aí o Fábio Marton critica os que acreditam em "marcha gramsciana pelas instituições."
O tema é sério. Realmente os esquerdistas (comunistas, socialistas, marxistas, progressistas e revolucionários de variados matizes) são os culpados pela desgraça toda em que se encontra o nosso mundo? Realmente um mero grupo de marxistas, por mais poderoso que seja, conseguiria modificar o mundo de maneira tão radical, a partir dos anos 60?
Estou com os que acreditam em um meio-termo. Sim, os esquerdistas (marxistas, comunistas, gramscistas - etc) que tomaram de assalto as instituições de ensino, mídia e governo são responsáveis em grande parte pelo desastre atual. Observem o total predomínio das idéias esquerdistas na mídia e na academia dos EUA, suposto centro do "capitalismo" e do "imperialismo" (ao menos segundo esses mesmos esquerdistas). Mesmo em uma universidade americana, é raro encontrar professores que não sejam esquerdófilos. Há um poster de Che Guevara na secretaria daqui, e não é ironia.
Porém, o gramscismo cultural não pode explicar tudo. Por mais poderosos que sejam, os comunistas não poderiam transformar completamente o mundo e trazer a decadência da Civilização Ocidental. Uma série de mudanças tecnológicas, econômicas e políticas causou por sua vez várias mudanças sociais, demográficas, econômicas e políticas. Por exemplo: a pílula e outros métodos anticoncepcionais; a tecnologia que propiciou o rápido e barato transporte de pessoas ao redor do mundo; a globalização econômica que fez com que seja mais barato ter telefonistas indianos para atender consumidores americanos; o desenvolvimento científico que ampliou o conhecimento objetivo e a riqueza material; todas essas coisas e muitas outras causaram uma ruptura do mundo tradicional baseado na visão religiosa e moral conservadora.
Então, à pergunta se acho que os esquerdistas são responsáveis por todos os males do mundo, a resposta é não. Os esquerdistas e seu predomínio - assim como o aparente ressurgimento do Islã como ameaça aos países ocidentais - são apenas um sintoma de algo muito maior, uma mudança global que ainda não temos muita idéia de que rumo terá, mas que está em pleno andamento.
Hoje é fácil é fácil para qualquer historiador falar sobre - digamos - a queda do Império Romano e explicar suas causas; mas duvido que alguém na época pudesse ter essa mesma visão no momento em que acontecia.
Um dia, talvez os historiadores possam explicar que a Civilização Ocidental ruiu, assediada pelos bárbaros esquerdistas. Hoje, ainda é cedo para saber.
Acusar a esquerda de ser a responsável pelos males sociais e coisas do gênero não é muito diferente do esquerdista que vive culpando as elites como as responsáveis por esses mesmos males. Na essência, ambas as atitudes se assemelham.
Aí o Fábio Marton critica os que acreditam em "marcha gramsciana pelas instituições."
O tema é sério. Realmente os esquerdistas (comunistas, socialistas, marxistas, progressistas e revolucionários de variados matizes) são os culpados pela desgraça toda em que se encontra o nosso mundo? Realmente um mero grupo de marxistas, por mais poderoso que seja, conseguiria modificar o mundo de maneira tão radical, a partir dos anos 60?
Estou com os que acreditam em um meio-termo. Sim, os esquerdistas (marxistas, comunistas, gramscistas - etc) que tomaram de assalto as instituições de ensino, mídia e governo são responsáveis em grande parte pelo desastre atual. Observem o total predomínio das idéias esquerdistas na mídia e na academia dos EUA, suposto centro do "capitalismo" e do "imperialismo" (ao menos segundo esses mesmos esquerdistas). Mesmo em uma universidade americana, é raro encontrar professores que não sejam esquerdófilos. Há um poster de Che Guevara na secretaria daqui, e não é ironia.
Porém, o gramscismo cultural não pode explicar tudo. Por mais poderosos que sejam, os comunistas não poderiam transformar completamente o mundo e trazer a decadência da Civilização Ocidental. Uma série de mudanças tecnológicas, econômicas e políticas causou por sua vez várias mudanças sociais, demográficas, econômicas e políticas. Por exemplo: a pílula e outros métodos anticoncepcionais; a tecnologia que propiciou o rápido e barato transporte de pessoas ao redor do mundo; a globalização econômica que fez com que seja mais barato ter telefonistas indianos para atender consumidores americanos; o desenvolvimento científico que ampliou o conhecimento objetivo e a riqueza material; todas essas coisas e muitas outras causaram uma ruptura do mundo tradicional baseado na visão religiosa e moral conservadora.
Então, à pergunta se acho que os esquerdistas são responsáveis por todos os males do mundo, a resposta é não. Os esquerdistas e seu predomínio - assim como o aparente ressurgimento do Islã como ameaça aos países ocidentais - são apenas um sintoma de algo muito maior, uma mudança global que ainda não temos muita idéia de que rumo terá, mas que está em pleno andamento.
Hoje é fácil é fácil para qualquer historiador falar sobre - digamos - a queda do Império Romano e explicar suas causas; mas duvido que alguém na época pudesse ter essa mesma visão no momento em que acontecia.
Um dia, talvez os historiadores possam explicar que a Civilização Ocidental ruiu, assediada pelos bárbaros esquerdistas. Hoje, ainda é cedo para saber.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
A traição dos intelectuais
Por que os intelectuais gostam tanto do comunismo e de outros modelos autoritários?
Com este artigo no Ordem Livre, fica bastante claro. O ódio ao burguês, grito de guerra dos intelectuais - épater la bourgeousie - durante os vários movimentos modernistas, é o ódio e a inveja à superioridade econômica da classe capitalista por excelência, o industrial, o comerciante, o homem de negócios.
O intelectual quer o que todo mundo quer: dinheiro, prestígio e mulheres. Não o tendo por meios naturais, precisa obtê-lo à força. O melhor modo é através de um governo burocrático no qual ele seja a grande autoridade:
Em 1927 Julien Benda escreveu um livro chamado La Trahison des Clercs, que poderia ser traduzido como A traição dos intelectuais. Segundo Benda, os intelectuais europeus da época estariam sendo seduzidos por movimentos autoritários como o fascismo e o comunismo, ao lugar de defender os valores clássicos vindos do mundo greco-romano e da moral judaico-cristã; daí, a traição.
Bem, essa traição continuou ao longo de quase todo o século XX, com os vários intelectuais fãs de carteirinha de Stalin, e hoje se apresenta na forma da crítica contínua aos valores tradicionais, bem como a defesa de Obama, da ONU, do multilateralismo e do multiculturalismo.
Há hoje, segundo alguns, uma grande aliança entre intelectuais, yuppies esquerdistas e uma nova subclasses de minorias (imigrantes ilegais, etc.) contra a classe trabalhadora e classe média.
Por que ocorreria isso? Por que, para essa elite cultural e econômica, o modelo mais conveniente é uma espécie de feudalismo, em que há claramente uma classe superior aristocrática, e uma classe de servos, formada por imigrantes ou minorias dependentes do Estado, que não ameaça de modo algum o seu poder econômico e político.
Se isso é real ou mera fantasia paranóica, não sei. O que sei é que a maioria dos intelectuais continua não gostando do capitalismo, e segue tentando desesperadamente buscar alternativas a ele. Algumas já vistas que terminaram em tragédia, e outras novas que provavelmente terminarão da mesma forma.
Com este artigo no Ordem Livre, fica bastante claro. O ódio ao burguês, grito de guerra dos intelectuais - épater la bourgeousie - durante os vários movimentos modernistas, é o ódio e a inveja à superioridade econômica da classe capitalista por excelência, o industrial, o comerciante, o homem de negócios.
O intelectual quer o que todo mundo quer: dinheiro, prestígio e mulheres. Não o tendo por meios naturais, precisa obtê-lo à força. O melhor modo é através de um governo burocrático no qual ele seja a grande autoridade:
Em uma sociedade socialista, em dúvida, seriam os intelectuais forjadores de palavras que nutririam as burocracias governamentais, que indicariam a política a seguir e supervisionariam sua execução. Uma sociedade socialista, pensam os intelectuais, é aquela em que eles governariam, idéia que lhes parece atraente, o que não é nenhuma surpresa (recordemos que Platão, na República, define a sociedade ideal como aquela em que governam os filósofos.)
Em 1927 Julien Benda escreveu um livro chamado La Trahison des Clercs, que poderia ser traduzido como A traição dos intelectuais. Segundo Benda, os intelectuais europeus da época estariam sendo seduzidos por movimentos autoritários como o fascismo e o comunismo, ao lugar de defender os valores clássicos vindos do mundo greco-romano e da moral judaico-cristã; daí, a traição.
Bem, essa traição continuou ao longo de quase todo o século XX, com os vários intelectuais fãs de carteirinha de Stalin, e hoje se apresenta na forma da crítica contínua aos valores tradicionais, bem como a defesa de Obama, da ONU, do multilateralismo e do multiculturalismo.
Há hoje, segundo alguns, uma grande aliança entre intelectuais, yuppies esquerdistas e uma nova subclasses de minorias (imigrantes ilegais, etc.) contra a classe trabalhadora e classe média.
Por que ocorreria isso? Por que, para essa elite cultural e econômica, o modelo mais conveniente é uma espécie de feudalismo, em que há claramente uma classe superior aristocrática, e uma classe de servos, formada por imigrantes ou minorias dependentes do Estado, que não ameaça de modo algum o seu poder econômico e político.
Se isso é real ou mera fantasia paranóica, não sei. O que sei é que a maioria dos intelectuais continua não gostando do capitalismo, e segue tentando desesperadamente buscar alternativas a ele. Algumas já vistas que terminaram em tragédia, e outras novas que provavelmente terminarão da mesma forma.
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terça-feira, 21 de abril de 2009
"Deixa o homem trabalhar"
Pax insiste que eu deixe o Obama trabalhar. Bem, eu estou deixando, nada faço para impedir sua presidência, só comento as besteiras que ele faz. Aliás, devo até louvá-lo hoje, pois ele anunciou um corte de despesas de cem milhões de dólares. Bravo! Pena que, em comparação com os trilhões que o "homem" planeja gastar, não passem de um mísero grão de areia...
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Uma bicha às terças
É impressão minha ou ultimamente o movimento gay está se tornando mais antipático?
Recentemente, aqui na Califórnia, militantes do casamento gay frustrados com a aprovação popular e democrática da Proposition 8 realizaram:
a) passeatas com quebra-quebra;
b) invasão de altares de igrejas;
c) pixações em templos mórmons;
d) divulgação pública de nomes e endereços dos adversários do "casamento gay";
E, agora, Miss Califórnia perdeu na final do concurso Miss USA por ter respondido de modo politicamente incorreto à pergunta de um membro do júri (que por sinal era militante do movimento gay), afirmando que para ela casamento deve ser entre homem e mulher.
O jurado, uma bicha tresloucada que atende pelo nome de Perez Hilton, ficou tão irritado que divulgou um vídeo chamando a moça de "dumb bitch" (Perdão pela homofobia, prestes a ser proibida pelo Governo Lula, mas se ele chamou a moça de dumb bitch, acho que posso chamá-lo de bicha tresloucada).
O bizarro é o seguinte: em grande parte da mídia liberal americana, a notícia é apresentada sob a seguinte temática: "Miss California stirs controversy" (Miss Califórnia gera controvérsia). Ora, a moça apenas respondeu a uma pergunta que lhe foi feita, portanto se tem alguém responsável pela "controvérsia" foi o jurado que fez uma pergunta movida por interesses claramente políticos.
Além disso, a resposta da moça, de que o casamento na sua opinião é entre homem e mulher, não tem absolutamente nada de polêmica. Até há poucos anos atrás, o casamento sempre foi exclusivamente entre um homem e uma mulher, salvo em alguns locais remotos da Índia onde parece que os homens podem casar-se com cães, cabras ou galinhas. O que está havendo aqui é uma tentativa de inversão da lógica: defender o casamento tradicional que tem séculos de existência virou "suscitar polêmica"; ser a favor do casamento gay é que é o "normal e o correto".
Tudo bem: a questão do casamento gay é complexa e há motivos válidos tanto para ser a favor quanto contra. Não tenho uma opinião definitiva sobre o assunto. Mas acho que os gays correm o sério risco de perder a simpatia do público com a sua radicalização.
Atualização: O trocadilho do título foi algo infame, admito. Perdão aos leitores, fazer o quê? Aliás, deve-se também afirmar que há gays (como a radialista Tammy Bruce) que criticaram a conduta de Perez Hilton e manifestaram-se a favor da liberdade de expressão, ainda que de pontos de vista contrários.
Recentemente, aqui na Califórnia, militantes do casamento gay frustrados com a aprovação popular e democrática da Proposition 8 realizaram:
a) passeatas com quebra-quebra;
b) invasão de altares de igrejas;
c) pixações em templos mórmons;
d) divulgação pública de nomes e endereços dos adversários do "casamento gay";
E, agora, Miss Califórnia perdeu na final do concurso Miss USA por ter respondido de modo politicamente incorreto à pergunta de um membro do júri (que por sinal era militante do movimento gay), afirmando que para ela casamento deve ser entre homem e mulher.
O jurado, uma bicha tresloucada que atende pelo nome de Perez Hilton, ficou tão irritado que divulgou um vídeo chamando a moça de "dumb bitch" (Perdão pela homofobia, prestes a ser proibida pelo Governo Lula, mas se ele chamou a moça de dumb bitch, acho que posso chamá-lo de bicha tresloucada).
O bizarro é o seguinte: em grande parte da mídia liberal americana, a notícia é apresentada sob a seguinte temática: "Miss California stirs controversy" (Miss Califórnia gera controvérsia). Ora, a moça apenas respondeu a uma pergunta que lhe foi feita, portanto se tem alguém responsável pela "controvérsia" foi o jurado que fez uma pergunta movida por interesses claramente políticos.
Além disso, a resposta da moça, de que o casamento na sua opinião é entre homem e mulher, não tem absolutamente nada de polêmica. Até há poucos anos atrás, o casamento sempre foi exclusivamente entre um homem e uma mulher, salvo em alguns locais remotos da Índia onde parece que os homens podem casar-se com cães, cabras ou galinhas. O que está havendo aqui é uma tentativa de inversão da lógica: defender o casamento tradicional que tem séculos de existência virou "suscitar polêmica"; ser a favor do casamento gay é que é o "normal e o correto".
Tudo bem: a questão do casamento gay é complexa e há motivos válidos tanto para ser a favor quanto contra. Não tenho uma opinião definitiva sobre o assunto. Mas acho que os gays correm o sério risco de perder a simpatia do público com a sua radicalização.
Atualização: O trocadilho do título foi algo infame, admito. Perdão aos leitores, fazer o quê? Aliás, deve-se também afirmar que há gays (como a radialista Tammy Bruce) que criticaram a conduta de Perez Hilton e manifestaram-se a favor da liberdade de expressão, ainda que de pontos de vista contrários.
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segunda-feira, 20 de abril de 2009
Obama o narcisista
Além das características em comum entre Obama e Lula já indicadas por este e outros blogs, há ainda uma outra: Obama, como Lula, é um narcisista patológico.
Lula, todos sabemos, em pleno mensalão (alguém ainda lembra disso?) já declarou-se a pessoa com maior autoridade moral e ética do país. Já Obama não só prometeu baixar o nível do mar, como escreveu duas autobiografias antes de ser eleito presidente. Quantas escreverá depois?
Obama fala sempre na primeira pessoa. Para Obama, a grande medida histórica é ele mesmo. Não representa os EUA, pais no qual não nasceu e ao qual é ligado por eventos meramente circunstanciais. Recentemente, Obama assistiu impávido a um discurso do comunista e pedófilo Daniel Ortega criticando os Estados Unidos. Ao final, Obama não fez qualquer observação de defesa do seu (suposto) país, disse apenas o seguinte:
I’m grateful that President Ortega did not blame me for things that happened when I was three months old.
Ao receber de presente de Hugo Chávez o famigerado livro "As veias abertas da América Latina" e ser confrontado por repórteres, desculpou-se dizendo desconhecer o livro:
I thought it was one of Chavez’s books. I was going to give him one of mine.
Obama não tem qualquer sintoma de patriotismo. Para ele, os EUA são um país como outro qualquer, ou até pior. Mais de uma vez o próprio Obama criticou a política externa dos EUA - algo curioso em um presidente americano. De fato, ele não tem problema com as críticas aos Estados Unidos, apenas com críticas à sua própria pessoa. Aí sim, ele vira uma fera.
Obama não é o representante do povo americano, é o representante de si mesmo e, no máximo, de uma classe de yuppies liberais multiculturais que acham o máximo ter um presidente negro. Ao mesmo tempo, Obama teve em sua educação uma forte influência do marxismo e da teologia de libertação negra americana. É por isso que a política de Obama é errática, e nem sempre seguindo os dogmas mais clássicos do esquerdismo, ainda que trate de fazê-lo sempre que pode.
O que ocorre é que o esquerdismo é também uma forma de narcisismo. Perceba como todo esquerdista se considera bom, superior. Ele, afinal, está preocupado com os pobres, os negros, os palestinos, os esfomeados, os africanos, o mico-leão dourado. Não que a sua preocupação resolva qualquer coisa, é claro. De fato, muitas vezes, quando colocada em prática, esta preocupação toda apenas piora a situação. Mas o objetivo do esquerdista não é ajudar os pobres ou as minorias: é sentir-se bem consigo mesmo. Para o esquerdista, o importante não é o resultado, mas a intenção. Até porque, se a pobreza realmente acabasse, o que fariam da vida os esquerdistas? O pobre é o pão de cada dia do esquerdista.
O problema é que o narcisista, quando confrontado com a realidade, tende a reagir de modo irracional e, por vezes violento. Para evitar ser desmascarado como um mero zé mané, Obama fará o possível e o impossível.
A mídia americana, é claro, por ora apenas ajuda a fomentar os delírios megalômanos do atual presidente, com uma cobertura subserviente e a publicação de sua imagem em tudo que é lugar. Mas a mídia é volúvel. Cria estrelas, mas também as destrói. O primeiro presidente superstar também pode se tornar a sua maior vítima.
E talvez, como alertou recentemente um jornalista inglês, tudo terminará em lágrimas.
Lula, todos sabemos, em pleno mensalão (alguém ainda lembra disso?) já declarou-se a pessoa com maior autoridade moral e ética do país. Já Obama não só prometeu baixar o nível do mar, como escreveu duas autobiografias antes de ser eleito presidente. Quantas escreverá depois?
Obama fala sempre na primeira pessoa. Para Obama, a grande medida histórica é ele mesmo. Não representa os EUA, pais no qual não nasceu e ao qual é ligado por eventos meramente circunstanciais. Recentemente, Obama assistiu impávido a um discurso do comunista e pedófilo Daniel Ortega criticando os Estados Unidos. Ao final, Obama não fez qualquer observação de defesa do seu (suposto) país, disse apenas o seguinte:
I’m grateful that President Ortega did not blame me for things that happened when I was three months old.
Ao receber de presente de Hugo Chávez o famigerado livro "As veias abertas da América Latina" e ser confrontado por repórteres, desculpou-se dizendo desconhecer o livro:
I thought it was one of Chavez’s books. I was going to give him one of mine.
Obama não tem qualquer sintoma de patriotismo. Para ele, os EUA são um país como outro qualquer, ou até pior. Mais de uma vez o próprio Obama criticou a política externa dos EUA - algo curioso em um presidente americano. De fato, ele não tem problema com as críticas aos Estados Unidos, apenas com críticas à sua própria pessoa. Aí sim, ele vira uma fera.
Obama não é o representante do povo americano, é o representante de si mesmo e, no máximo, de uma classe de yuppies liberais multiculturais que acham o máximo ter um presidente negro. Ao mesmo tempo, Obama teve em sua educação uma forte influência do marxismo e da teologia de libertação negra americana. É por isso que a política de Obama é errática, e nem sempre seguindo os dogmas mais clássicos do esquerdismo, ainda que trate de fazê-lo sempre que pode.
O que ocorre é que o esquerdismo é também uma forma de narcisismo. Perceba como todo esquerdista se considera bom, superior. Ele, afinal, está preocupado com os pobres, os negros, os palestinos, os esfomeados, os africanos, o mico-leão dourado. Não que a sua preocupação resolva qualquer coisa, é claro. De fato, muitas vezes, quando colocada em prática, esta preocupação toda apenas piora a situação. Mas o objetivo do esquerdista não é ajudar os pobres ou as minorias: é sentir-se bem consigo mesmo. Para o esquerdista, o importante não é o resultado, mas a intenção. Até porque, se a pobreza realmente acabasse, o que fariam da vida os esquerdistas? O pobre é o pão de cada dia do esquerdista.
O problema é que o narcisista, quando confrontado com a realidade, tende a reagir de modo irracional e, por vezes violento. Para evitar ser desmascarado como um mero zé mané, Obama fará o possível e o impossível.
A mídia americana, é claro, por ora apenas ajuda a fomentar os delírios megalômanos do atual presidente, com uma cobertura subserviente e a publicação de sua imagem em tudo que é lugar. Mas a mídia é volúvel. Cria estrelas, mas também as destrói. O primeiro presidente superstar também pode se tornar a sua maior vítima.
E talvez, como alertou recentemente um jornalista inglês, tudo terminará em lágrimas.
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domingo, 19 de abril de 2009
Poema do domingo
Ozymandias
I met a traveler from an antique land
Who said: Two vast and trunkless legs of stone
Stand in the desert . . . Near them, on the sand,
Half sunk, a shattered visage lies, whose frown,
And wrinkled lip, and sneer of cold command
Tell that its sculptor well those passions read
Which yet survive, stamped on these lifeless things,
The hand that mocked them, and the heart that fed.
And on the pedestal these words appear:
"My name is Ozymandias, king of kings:
Look on my works, ye Mighty, and despair!"
Nothing beside remains. Round the decay
Of that colossal wreck, boundless and bare
The lone and level sands stretch far away.
Percy Bysshe Shelley (1792-1822)
I met a traveler from an antique land
Who said: Two vast and trunkless legs of stone
Stand in the desert . . . Near them, on the sand,
Half sunk, a shattered visage lies, whose frown,
And wrinkled lip, and sneer of cold command
Tell that its sculptor well those passions read
Which yet survive, stamped on these lifeless things,
The hand that mocked them, and the heart that fed.
And on the pedestal these words appear:
"My name is Ozymandias, king of kings:
Look on my works, ye Mighty, and despair!"
Nothing beside remains. Round the decay
Of that colossal wreck, boundless and bare
The lone and level sands stretch far away.
Percy Bysshe Shelley (1792-1822)
sábado, 18 de abril de 2009
Existe historiador não-marxista?
Uma pedido aos caros leitores, que talvez possam me ajudar. Sempre que procuro informações algo mais detalhadas sobre algum evento da História do Brasil, na maior parte das vezes, por mais que pesquise, encontro apenas versões de historiadores que falam para cá e para lá em "classes dominadas oprimidas", reclamam que as guerras e revoluções de tal ou tal época "não tinham conteúdo social" ou informam que eram causadas pela "mão poderosa do imperialismo", interpretam tudo pela "luta de classes" e acreditam piamente - sim, ainda! - nas benesses do socialismo vindouro. Quase todos marxistas, quando não meramente lulistas e petistas.
Existe algum historiador brasileiro que não se enquadre nessa categoria?
Existe algum historiador brasileiro que não se enquadre nessa categoria?
Spengler tira a máscara
Dica do Bruno. Spengler, o brilhante colunista do Asia Times que citei tantas vezes aqui, abandonou o pseudônimo e revelou sua identidade até então secreta. Trata-se de David P. Goldman, Phd em música e em Literatura Alemã, ex-consultor financeiro, judeu praticante (nenhuma surpresa aí, embora sua grande admiração por Bento XVI pudesse indicar um catolicismo filojudaico), e atual editor associado do jornal First Things.
Uma pena, acho. Acaba com a caráter misterioso e algo mágico de suas colunas e, talvez, com a sua liberdade para escrever textos mais radicais.
Mr X avisa que não vai revelar a sua verdadeira identidade ainda, mas poderá fazê-lo daqui a algum tempo, quem sabe quando for convidado para ser o editor de algum importante periódico. ;-)
Bom fim de semana a todos.
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quinta-feira, 16 de abril de 2009
As minorias tem mais direitos?
Uma notícia, no mínimo, curiosa: o Estado de São Paulo foi condenado a indenizar e pagar pensão vitalícia a um cidadão homosexual atacado por skinheads.
A acusação é que o Estado não estava ali para protegê-lo na hora em que foi agredido. Diz a defensora pública responsável pela ação:
"É uma decisão importante porque surge como uma forma de pressionar o Estado a melhorar a segurança oferecida. Sabemos que não dá para colocar um policial em cada esquina, mas não era o caso. A polícia sabia que aquele lugar tinha ataques homofóbicos. E ele só foi agredido por isso, por ser gay."
Bem, sou a favor de melhorar a segurança oferecida, mas será que se não se tratasse de uma dita minoria o caso teria o mesmo destino? Ou os milhões de assaltados pelo Brasil afora poderão agora exigir bolsa-assalto também?
Além disso, a história é toda meio suspeita. Segundo a defensora, o rapaz foi atacado por ser gay. Será? A vítima relata que seus agressores não disseram nada quando o atacaram.
O jornalista Reinaldo Azevedo também comenta as curiosas estatísticas sobre a homofobia, segundo as quais 190 brasileiros gays, lésbicos, travestis e bissexuais foram mortos em 2008. Um número, na verdade, muito reduzido, comparado com os 50.000 mortos todo ano pela violência urbana no Brasil. Se os gays são perseguidos, então os heterossexuais sofrem muito mais com a heterofobia.
Além disso, como saber quando o caso é motivado por ódio ou por algum outro motivo? Quantos não foram casos em que a vítima não foi assassinada pelo próprio parceiro ou conhecido? Sem considerar o fato de que nem todos os gays são tão abertos assim em relação à sua sexualidade, nem andam pela rua com camiseta cor-de-rosa ou disco da Barbara Streisand embaixo do braço, e, portanto, mesmo sendo vítimas de violência aleatória, não podemos saber se são vítimas da homofobia ou não.
Dessa forma, os únicos crimes violentos que poderíamos classificar sem nenhuma sombra de dúvida como crimes "homofóbicos" seriam os contra os travestis. Porém, em virtude de sua própria, hã, profissão, eles estão sempre mais a risco de sofrer violência do que os outros cidadãos. Há mais agressão contra travestis do que contra prostitutas/os em geral? Não sei se há estatísticas, talvez seria interessante saber.
De qualquer modo, apesar das maluquices proferidas pelo presidente Lula, não creio de modo algum que o Brasil seja um país homofóbico. Ao contrário. Exportamos travestis para o mundo inteiro. Muito antes de qualquer transexual americano ou europeu famoso, já tínhamos a Roberta Close. Antes de qualquer passeata GBSLT, a celebração do homossexualismo e do travestismo já eram parte principal do maior evento cultural do país, o Carnaval.
Hoje, gays tem todo o direito de criticar a Igreja e quem mais quiserem. Enquanto isso, o blogueiro Júlio Severo teve que fugir do Brasil para não ser preso por homofobia.
Isso nos faz chegar a conclusão que, hoje em dia, só há uma minoria oprimida: é a minoria branca cristã...
A acusação é que o Estado não estava ali para protegê-lo na hora em que foi agredido. Diz a defensora pública responsável pela ação:
"É uma decisão importante porque surge como uma forma de pressionar o Estado a melhorar a segurança oferecida. Sabemos que não dá para colocar um policial em cada esquina, mas não era o caso. A polícia sabia que aquele lugar tinha ataques homofóbicos. E ele só foi agredido por isso, por ser gay."
Bem, sou a favor de melhorar a segurança oferecida, mas será que se não se tratasse de uma dita minoria o caso teria o mesmo destino? Ou os milhões de assaltados pelo Brasil afora poderão agora exigir bolsa-assalto também?
Além disso, a história é toda meio suspeita. Segundo a defensora, o rapaz foi atacado por ser gay. Será? A vítima relata que seus agressores não disseram nada quando o atacaram.
O cabeleireiro Sérgio Carlos Pessoa, 32, que caminhava pelo local na companhia de amigo, foi cercado por um grupo de oito homens vestidos de preto e de coturnos. Sem dizer nada, conforme contou Pessoa ao juiz, o grupo começou a agredir seu amigo e, em seguida, ele.Poderia ser um grupo que não odiava gays, mas cabeleireiros. Poderiam ser clientes insatisfeitos, reduzidos a ter a cabeça rapada devido aos maléficos cortes realizados no salão de Pessoa. Bem, não importa: é claro que agressões contra homossexuais existem e devem ser punidas. O curioso é apenas que os gays, por mera causa de sua opção (?) sexual, tenham mais direitos do que o restante dos cidadãos.
O jornalista Reinaldo Azevedo também comenta as curiosas estatísticas sobre a homofobia, segundo as quais 190 brasileiros gays, lésbicos, travestis e bissexuais foram mortos em 2008. Um número, na verdade, muito reduzido, comparado com os 50.000 mortos todo ano pela violência urbana no Brasil. Se os gays são perseguidos, então os heterossexuais sofrem muito mais com a heterofobia.
Além disso, como saber quando o caso é motivado por ódio ou por algum outro motivo? Quantos não foram casos em que a vítima não foi assassinada pelo próprio parceiro ou conhecido? Sem considerar o fato de que nem todos os gays são tão abertos assim em relação à sua sexualidade, nem andam pela rua com camiseta cor-de-rosa ou disco da Barbara Streisand embaixo do braço, e, portanto, mesmo sendo vítimas de violência aleatória, não podemos saber se são vítimas da homofobia ou não.
Dessa forma, os únicos crimes violentos que poderíamos classificar sem nenhuma sombra de dúvida como crimes "homofóbicos" seriam os contra os travestis. Porém, em virtude de sua própria, hã, profissão, eles estão sempre mais a risco de sofrer violência do que os outros cidadãos. Há mais agressão contra travestis do que contra prostitutas/os em geral? Não sei se há estatísticas, talvez seria interessante saber.
De qualquer modo, apesar das maluquices proferidas pelo presidente Lula, não creio de modo algum que o Brasil seja um país homofóbico. Ao contrário. Exportamos travestis para o mundo inteiro. Muito antes de qualquer transexual americano ou europeu famoso, já tínhamos a Roberta Close. Antes de qualquer passeata GBSLT, a celebração do homossexualismo e do travestismo já eram parte principal do maior evento cultural do país, o Carnaval.
Hoje, gays tem todo o direito de criticar a Igreja e quem mais quiserem. Enquanto isso, o blogueiro Júlio Severo teve que fugir do Brasil para não ser preso por homofobia.
Isso nos faz chegar a conclusão que, hoje em dia, só há uma minoria oprimida: é a minoria branca cristã...
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quarta-feira, 15 de abril de 2009
O melancólico futuro de um blogueiro
- Netinhos, o vovô teve um blog muito famoso tempos atrás, sabiam?
- Blogue? O que é isso, vô?
- Ah, era uma página na Internet que você podia publicar suas opiniões pessoais e os leitores comentavam.
- O que é Internet, vô?
- Ah, era uma coisa tipo uma rede de computadores que tinha que...
- O que são opiniões pessoais, vô?
- Bom, antigamente existia uma coisa chamada liberdade de expressão, que...
- Liberquê?
- ...
- Vô?
- Deixa pra lá. Alguém me alcança minhas pílulas pro
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terça-feira, 14 de abril de 2009
A face do crime
As recentes fotos de Phil Spector, condenado por homicídio, trouxeram de novo à minha mente as teorias de Cesare Lombroso. Segundo o estudioso italiano, o criminoso teria características inatas, hereditárias, e poderia ser identificado por uma série de aspectos físicos. Todo bandido, em suma, teria cara de bandido.
Embora a teoria tenha sido desacreditada, às vezes parece-me pensar que algo de razão ele tinha. Você não percebeu já como grande parte dos psicopatas tem cara de psicopata mesmo? E como os picaretas tem cara de picaretas? Observe esta galeria bizarra de fotos policiais, e veja se não é assim mesmo.
Embora a teoria tenha sido desacreditada, às vezes parece-me pensar que algo de razão ele tinha. Você não percebeu já como grande parte dos psicopatas tem cara de psicopata mesmo? E como os picaretas tem cara de picaretas? Observe esta galeria bizarra de fotos policiais, e veja se não é assim mesmo.
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segunda-feira, 13 de abril de 2009
Um metrossexual contra os bárbaros
Não é Davi contra Golias nem Dom Quixote contra os moinhos de vento e muito menos a Batalha de Termópilas.
A patética situação atual é a de um Ocidente metrossexual querendo lutar contra bárbaros com luvas de pelica.
De um lado, terroristas semianalfabetos que não hesitam em explodir pizzarias e centros comerciais, decapitar e torturar civis e até mesmo crianças. Do outro lado, um Ocidente poderoso que hesita em usar armas ou até mesmo em erguer um pouco a voz contra bandidos.
Vejam o caso dos piratas. O governo Obama queria negociar e chegou mesmo a enviar o FBI. Finalmente, a coisa resolveu-se de modo mais lógico: a marinha americana deu cabo dos piratas com três tiros certeiros, e o capitão foi salvo.
No entanto, a notícia não foi recebida com alegria por todos. Vários experts insinuam que foi uma resposta perigosa que não deve jamais ser tentada de novo - melhor é ficar quietinho e dar aos piratas o que eles querem.
Para os esquerdistas do blog comuno-obamista Daily Kos, ser pirata é aparentemente uma profissão como outra qualquer, com a qual ninguém deve se intrometer. A única coisa a fazer para resolver o problema dos piratas é melhorar a economia da Somália. Afinal, a pobreza é a causa da pirataria, dontchanow. (Para os esquerdistas, a pobreza é a causa de tudo). E, para eles, o Capitão Philips não é nenhum herói:
Aliás, como a linguagem da vitimologia esquerdista espalhou-se para todos os grupos sociais, acredite se quiser, mas os piratas querem um pedido de desculpas. Isso mesmo:
A patética situação atual é a de um Ocidente metrossexual querendo lutar contra bárbaros com luvas de pelica.
De um lado, terroristas semianalfabetos que não hesitam em explodir pizzarias e centros comerciais, decapitar e torturar civis e até mesmo crianças. Do outro lado, um Ocidente poderoso que hesita em usar armas ou até mesmo em erguer um pouco a voz contra bandidos.
Vejam o caso dos piratas. O governo Obama queria negociar e chegou mesmo a enviar o FBI. Finalmente, a coisa resolveu-se de modo mais lógico: a marinha americana deu cabo dos piratas com três tiros certeiros, e o capitão foi salvo.
No entanto, a notícia não foi recebida com alegria por todos. Vários experts insinuam que foi uma resposta perigosa que não deve jamais ser tentada de novo - melhor é ficar quietinho e dar aos piratas o que eles querem.
Para os esquerdistas do blog comuno-obamista Daily Kos, ser pirata é aparentemente uma profissão como outra qualquer, com a qual ninguém deve se intrometer. A única coisa a fazer para resolver o problema dos piratas é melhorar a economia da Somália. Afinal, a pobreza é a causa da pirataria, dontchanow. (Para os esquerdistas, a pobreza é a causa de tudo). E, para eles, o Capitão Philips não é nenhum herói:
The pirates' modus operandi is that they hold the crew, ship, and cargo harmlessly until a lot of money is paid to them. Phillips "heroic" actions put his crew and himself at risk. If he'd done nothing except acquiesce to the pirates' demands, there would have been no risk, just possible discomfort until the extortion money was paid. Instead he put himself and the Seals at grave risk.Ou seja, para o pessoal do Daily Kos, estar circundado por várias AK-47 de piratas islâmicos é apenas um mero desconforto. E os piratas, pelo jeito, são os novos proletários, heróis do movimento socialista internacional.
Aliás, como a linguagem da vitimologia esquerdista espalhou-se para todos os grupos sociais, acredite se quiser, mas os piratas querem um pedido de desculpas. Isso mesmo:
"We will take quick revenge on American ships if we don't receive apologies," said Yusuf Mohamed Mahdi, pirate commander.E possível que Obama ou algum de seus assessores chegue a considerar a idéia. Afinal, são essas as pessoas que dizem que para resolver o problema da pirataria é preciso dar ajuda econômica à Somália e jamais dar tiro em ninguém.
Asterix e Obelix é que tinham razão.
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Cotas racistas
O Claudio Avolio chamou a atenção para esta notícia, que achei muito interessante.
Uma garota "parda" teve cancelada a sua vaga na universidade de Santa Maria, por, aparentemente, não ter sofrido preconceito racial suficiente.
No entender da Comissão de Implementação e Acompanhamento do Programa de Ações Afirmativas de Inclusão Racial e Social, ou CIAPAAIRS (desconfie de qualquer sigla com mais de três letras!), a estudante, Tatiana Oliveira, não fazia parte do movimento afro-brasileiro, já que não se autodeclarava "parda" e não se considerava vítima de ninguém. Simplesmente achava que, por ter antepassados negros e ser filha de mulatos, poderia legalmente obter uma vaga pelo sistema de cotas. Ledo engano.
Tatiana, que até então jamais sofrera preconceito racial, terminou vítima do racismo invertido da comissão de bem-pensantes, que não a considerou negra o suficiente, não obstante a origem genética.
Para esse pessoal, não basta ser negro, tem que participar.
Várias matrículas foram canceladas por motivos semelhantes. E ainda há quem considere as cotas uma boa idéia.
Uma garota "parda" teve cancelada a sua vaga na universidade de Santa Maria, por, aparentemente, não ter sofrido preconceito racial suficiente.
No entender da Comissão de Implementação e Acompanhamento do Programa de Ações Afirmativas de Inclusão Racial e Social, ou CIAPAAIRS (desconfie de qualquer sigla com mais de três letras!), a estudante, Tatiana Oliveira, não fazia parte do movimento afro-brasileiro, já que não se autodeclarava "parda" e não se considerava vítima de ninguém. Simplesmente achava que, por ter antepassados negros e ser filha de mulatos, poderia legalmente obter uma vaga pelo sistema de cotas. Ledo engano.
Tatiana, que até então jamais sofrera preconceito racial, terminou vítima do racismo invertido da comissão de bem-pensantes, que não a considerou negra o suficiente, não obstante a origem genética.
Para esse pessoal, não basta ser negro, tem que participar.
Várias matrículas foram canceladas por motivos semelhantes. E ainda há quem considere as cotas uma boa idéia.
domingo, 12 de abril de 2009
Poema do domingo
Easter, 1916
Coming with vivid faces
From counter or desk among grey
Eighteenth-century houses.
I have passed with a nod of the head
Or polite meaningless words,
Or have lingered awhile and said
Polite meaningless words,
And thought before I had done
Of a mocking tale or a gibe
To please a companion
Around the fire at the club,
Being certain that they and I
But lived where motley is worn:
All changed, changed utterly:
A terrible beauty is born.
That woman's days were spent
In ignorant good will,
Her nights in argument
Until her voice grew shrill.
What voice more sweet than hers
When young and beautiful,
She rode to harriers?
This man had kept a school
And rode our winged horse.
This other his helper and friend
Was coming into his force;
He might have won fame in the end,
So sensitive his nature seemed,
So daring and sweet his thought.
This other man I had dreamed
A drunken, vain-glorious lout.
He had done most bitter wrong
To some who are near my heart,
Yet I number him in the song;
He, too, has resigned his part
In the casual comedy;
He, too, has been changed in his turn,
Transformed utterly:
A terrible beauty is born.
Hearts with one purpose alone
Through summer and winter, seem
Enchanted to a stone
To trouble the living stream.
The horse that comes from the road,
The rider, the birds that range
From cloud to tumbling cloud,
Minute by minute change.
A shadow of cloud on the stream
Changes minute by minute;
A horse-hoof slides on the brim;
And a horse plashes within it
Where long-legged moor-hens dive
And hens to moor-cocks call.
Minute by minute they live:
The stone's in the midst of all.
Too long a sacrifice
Can make a stone of the heart.
O when may it suffice?
That is heaven's part, our part
To murmur name upon name,
As a mother names her child
When sleep at last has come
On limbs that had run wild.
What is it but nightfall?
No, no, not night but death.
Was it needless death after all?
For England may keep faith
For all that is done and said.
We know their dream; enough
To know they dreamed and are dead.
And what if excess of love
Bewildered them till they died?
I write it out in a verse --
MacDonagh and MacBride
And Connolly and Pearse
Now and in time to be,
Wherever green is worn,
Are changed, changed utterly:
A terrible beauty is born.
W. B. Yeats (1865-1939)
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sábado, 11 de abril de 2009
O mundo pós-americano
Caroline Glick fala sobre o novo mundo em que os EUA não mais são a grande potência garantidora da paz mundial. De fato, pode-se confiar em um país que, apesar de toda a superioridade militar, tem dificuldade em lidar com meros piratas?
Já comentei há algum tempo atrás sobre a curiosa preferência dos esquerdistas pelos direitos dos criminosos, pândegos, terroristas, assassinos, estupradores e ladrões sobre os do cidadão comum.
Podem acrescentar piratas à lista.
Os piratas somalis tem ainda em seu poder um capitão norte-americano, e agora seqüestraram também um barco italiano, com 16 reféns. O governo Obama, paralisado, hesita em intervir. Está negociando um pagamento (bailout?) de alguns milhões de dólares.
Um governo que tem medo de piratas somalis não pode, naturalmente, enfrentar o Irã. De fato, o vice americano Joe Biden já avisou Israel que não tolerará ataques militares ao Irã. Sim, vocês ouviram bem: são os EUA protegendo o Irã contra Israel, e não o contrário.
O governo Obama, em sua ânsia de fazer paz com os inimigos, está apenas conseguindo irritar os aliados. Outro país que começa a incomodar-se é a Índia, inimiga mortal do Paquistão, país ao qual os EUA tentam seduzir com - o que mais? - bilhões em ajuda econômica. Para o governo Obama, parece que dar dinheiro a todos é a melhor solução. O grande problema dessa estratégia é que um dia o dinheiro acaba.
Nesse contexto, Caroline Glick sugere a possibilidade de outras alianças. Índia e Israel, por exemplo, tem trabalhado conjuntamente no lançamento de satélites; poderiam eventualmente ter uma maior colaboração militar também.
Quanto aos EUA: quem tenta seduzir os inimigos à custa dos amigos acaba, em geral, apenas ganhando mais inimigos.
Já comentei há algum tempo atrás sobre a curiosa preferência dos esquerdistas pelos direitos dos criminosos, pândegos, terroristas, assassinos, estupradores e ladrões sobre os do cidadão comum.
Podem acrescentar piratas à lista.
Os piratas somalis tem ainda em seu poder um capitão norte-americano, e agora seqüestraram também um barco italiano, com 16 reféns. O governo Obama, paralisado, hesita em intervir. Está negociando um pagamento (bailout?) de alguns milhões de dólares.
Um governo que tem medo de piratas somalis não pode, naturalmente, enfrentar o Irã. De fato, o vice americano Joe Biden já avisou Israel que não tolerará ataques militares ao Irã. Sim, vocês ouviram bem: são os EUA protegendo o Irã contra Israel, e não o contrário.
O governo Obama, em sua ânsia de fazer paz com os inimigos, está apenas conseguindo irritar os aliados. Outro país que começa a incomodar-se é a Índia, inimiga mortal do Paquistão, país ao qual os EUA tentam seduzir com - o que mais? - bilhões em ajuda econômica. Para o governo Obama, parece que dar dinheiro a todos é a melhor solução. O grande problema dessa estratégia é que um dia o dinheiro acaba.
Nesse contexto, Caroline Glick sugere a possibilidade de outras alianças. Índia e Israel, por exemplo, tem trabalhado conjuntamente no lançamento de satélites; poderiam eventualmente ter uma maior colaboração militar também.
Quanto aos EUA: quem tenta seduzir os inimigos à custa dos amigos acaba, em geral, apenas ganhando mais inimigos.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Horror ao batente
Assistindo um documentário sobre os "pobres seringueiros oprimidos" durante a época da economia da borracha, deparei-me com narrador e intelectuais entrevistados lamentando a exploração e o sofrimento dos pobres trabalhadores, "vítimas do sistema capitalismo e da exploração desenfreada do homem pelo homem".
Imediatamente, no entanto, seguia-se uma entrevista com ex-trabalhadores dos seringais, os quais, contradizendo os intelectuais anteriores, diziam adorar o trabalho e ter saudades daquela época em que trabalhavam nos seringais. Os criadores do documentário parecem não ter-se dado conta dessa contradição, continuando a seguir a discussão sobre os "pobres trabalhadores oprimidos".
Não é a primeira vez que observo esse curioso fenômeno. Percebi que é uma coisa que ocorre freqüentemente e pode ser vista em muitos documentários, mesmo documentários esquerdistas: os intelectuais falando do sofrimento das pobres classes trabalhadoras, mas, estas, quando entrevistadas, parecem estar satisfeitas com o seu trabalho, o qual aliás não trocariam por nada.
Não sei bem como interpretar o fenômeno. Por um lado pode ser simplesmente que, para esses intelectuais, acostumados a empregos públicos e bolsas do governo, trabalhar braçalmente doze horas por dia nada mais é uma forma brutal de exploração (e talvez seja mesmo). Não conseguem entender como para um pobre seja melhor trabalhar em um emprego "explorador" do que morrer de fome, cair na prostituição ou viver de esmola (ou bolsa-família).
Ou talvez seja simplesmente que o intelectual esquerdista tem horror ao batente.
Imediatamente, no entanto, seguia-se uma entrevista com ex-trabalhadores dos seringais, os quais, contradizendo os intelectuais anteriores, diziam adorar o trabalho e ter saudades daquela época em que trabalhavam nos seringais. Os criadores do documentário parecem não ter-se dado conta dessa contradição, continuando a seguir a discussão sobre os "pobres trabalhadores oprimidos".
Não é a primeira vez que observo esse curioso fenômeno. Percebi que é uma coisa que ocorre freqüentemente e pode ser vista em muitos documentários, mesmo documentários esquerdistas: os intelectuais falando do sofrimento das pobres classes trabalhadoras, mas, estas, quando entrevistadas, parecem estar satisfeitas com o seu trabalho, o qual aliás não trocariam por nada.
Não sei bem como interpretar o fenômeno. Por um lado pode ser simplesmente que, para esses intelectuais, acostumados a empregos públicos e bolsas do governo, trabalhar braçalmente doze horas por dia nada mais é uma forma brutal de exploração (e talvez seja mesmo). Não conseguem entender como para um pobre seja melhor trabalhar em um emprego "explorador" do que morrer de fome, cair na prostituição ou viver de esmola (ou bolsa-família).
Ou talvez seja simplesmente que o intelectual esquerdista tem horror ao batente.
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quarta-feira, 8 de abril de 2009
O fim do Primeiro Mundo
Eu ia comentar mais sobre as diversas teorias que explicam por que certos países são de "primeiro mundo" e outros não, mas cheguei à conclusão que é irrelevante. O Primeiro Mundo está acabando.
A divisão do planeta em Primeiro Mundo, Segundo Mundo e Terceiro Mundo sempre foi, de qualquer modo, uma catalogação estúpida: o que havia de "segundo" no mundo soviético?
Mas mesmo a divisão de hoje entre "países desenvolvidos" e "países em desenvolvimento" é também ridícula, baseando-se na falsa idéia de que haja uma progressão no desenvolvimento das sociedades, que todos os países eventualmente evoluirão em direção a uma sociedade melhor. Bem, querem saber? Não necessariamente.
Aliás, se há alguma mudança à vista atualmente é justamente a involução ou terceiromundização do primeiro mundo - uma terceiromundização literal, no sentido de que a) estão adotando políticas cada vez mais bananeiras e b) inteiras populações de países do dito terceiro mundo estão sendo transplantados para os países do primeiro, com conseqüências imprevisíveis.
Vejam as fotos, por exemplo, desta manifestação dos tamis contra o governo do Sri Lanka... Em Londres. O que eles estão fazendo lá? Alguém sabia que havia tantos tamis em Londres?
Vejam bem. Não sou necessariamente contrário à imigração, e nem poderia ser, já que sou, no momento, também um imigrante. Mas acredito, simplesmente, que esta deva ter, como tudo na vida, critérios lógicos e limites. O que está ocorrendo hoje é uma coisa tão absurda que custa explicá-la.
Hoje, o multiculturalismo é visto como uma coisa tão boa que até países que nunca foram multiculturais estão importando minorias. Tomemos a Finlândia, por exemplo. A Finlândia, assim como a Suécia, sempre foi um país de famigerados loiros de olhos azuis, desde o tempo dos vikings. Hoje o país tem pencas de imigrantes somalis, iraquianos, paquistaneses. E falar mal do Islã pode dar cadeia para um finlandês.
A quem beneficia essa imigração islâmica massiva? Por que ela existe? O que ganham os finlandeses com ela?
Quer dizer, a imigração sempre existiu e sempre existirá, mas esta é possivelmente a primeira vez na História Universal em que são importados imigrantes, não para trabalhar e ser eventualmente assimilados aos costumes locais, mas, ao contrário, para receber auxílio social e impor seus costumes.
Grande parte dos muçulmanos europeus, afinal, vive do welfare. Nos EUA, 45% dos cidadãos - que, não coincidentemente, correspondem aproximadamente às "minorias" - não paga imposto, apenas recebe. Em breve se cruzará o limiar dos 50%, causando um ciclo de dependência sem fim, no qual não valerá mais a pena enriquecer, já que o dinheiro irá quase todo para os impostos, para sustentar a classe não-trabalhadora (O que não diria Marx dessa ironia!)
Aqui um excelente artigo novo de Bill Whittle sobre o tema, onde ele sugere aos ricos que abandonem o país e vão produzir riqueza em algum outro lugar!
A imigração ilegal não é problema para os ricos e ultraricos esquerdistas, que moram separados dessa "gentalha" e podem usá-los como empregados baratos, como explica aqui Thomas Sowell. Não, a imigração é problema para a classe trabalhadora, que é quem arca com as conseqüencias sociais e ainda tem que sustentar os ilegais com seus impostos.
No entanto, uma parte da elite tem interesse na imigração ilimitada. Acredito que trata-se de um esquema para criar uma sociedade autoritária. Ter pessoas que dependem de você pelo welfare não é apenas ter votos garantidos: é ter absoluto poder sobre elas. No Brasil, a classe dependente do assistencialismo já existia há tempos. No Primeiro Mundo, foi preciso criá-la através da imigração e da designação de minorias protegidas.
A esquerda, no fundo, é aristocrática. Deseja uma sociedade de castas, na qual eles mandam e os inferiores obedecem. A esquerda não gosta da meritocracia, dos self-made man, do mercado livre. Gosta dos empregos públicos, das recomendações, do compadrio, das licitações arranjadas, dos amigos dos amigos.
E utiliza todos os meios possíveis para obter poder e controlar a sociedade através de um povo cada vez mais dependente e um governo cada vez mais autoritário.
Vamos ver no que tudo isso ainda vai dar.
A divisão do planeta em Primeiro Mundo, Segundo Mundo e Terceiro Mundo sempre foi, de qualquer modo, uma catalogação estúpida: o que havia de "segundo" no mundo soviético?
Mas mesmo a divisão de hoje entre "países desenvolvidos" e "países em desenvolvimento" é também ridícula, baseando-se na falsa idéia de que haja uma progressão no desenvolvimento das sociedades, que todos os países eventualmente evoluirão em direção a uma sociedade melhor. Bem, querem saber? Não necessariamente.
Aliás, se há alguma mudança à vista atualmente é justamente a involução ou terceiromundização do primeiro mundo - uma terceiromundização literal, no sentido de que a) estão adotando políticas cada vez mais bananeiras e b) inteiras populações de países do dito terceiro mundo estão sendo transplantados para os países do primeiro, com conseqüências imprevisíveis.
Vejam as fotos, por exemplo, desta manifestação dos tamis contra o governo do Sri Lanka... Em Londres. O que eles estão fazendo lá? Alguém sabia que havia tantos tamis em Londres?
Vejam bem. Não sou necessariamente contrário à imigração, e nem poderia ser, já que sou, no momento, também um imigrante. Mas acredito, simplesmente, que esta deva ter, como tudo na vida, critérios lógicos e limites. O que está ocorrendo hoje é uma coisa tão absurda que custa explicá-la.
Hoje, o multiculturalismo é visto como uma coisa tão boa que até países que nunca foram multiculturais estão importando minorias. Tomemos a Finlândia, por exemplo. A Finlândia, assim como a Suécia, sempre foi um país de famigerados loiros de olhos azuis, desde o tempo dos vikings. Hoje o país tem pencas de imigrantes somalis, iraquianos, paquistaneses. E falar mal do Islã pode dar cadeia para um finlandês.
A quem beneficia essa imigração islâmica massiva? Por que ela existe? O que ganham os finlandeses com ela?
Quer dizer, a imigração sempre existiu e sempre existirá, mas esta é possivelmente a primeira vez na História Universal em que são importados imigrantes, não para trabalhar e ser eventualmente assimilados aos costumes locais, mas, ao contrário, para receber auxílio social e impor seus costumes.
Grande parte dos muçulmanos europeus, afinal, vive do welfare. Nos EUA, 45% dos cidadãos - que, não coincidentemente, correspondem aproximadamente às "minorias" - não paga imposto, apenas recebe. Em breve se cruzará o limiar dos 50%, causando um ciclo de dependência sem fim, no qual não valerá mais a pena enriquecer, já que o dinheiro irá quase todo para os impostos, para sustentar a classe não-trabalhadora (O que não diria Marx dessa ironia!)
Aqui um excelente artigo novo de Bill Whittle sobre o tema, onde ele sugere aos ricos que abandonem o país e vão produzir riqueza em algum outro lugar!
A imigração ilegal não é problema para os ricos e ultraricos esquerdistas, que moram separados dessa "gentalha" e podem usá-los como empregados baratos, como explica aqui Thomas Sowell. Não, a imigração é problema para a classe trabalhadora, que é quem arca com as conseqüencias sociais e ainda tem que sustentar os ilegais com seus impostos.
No entanto, uma parte da elite tem interesse na imigração ilimitada. Acredito que trata-se de um esquema para criar uma sociedade autoritária. Ter pessoas que dependem de você pelo welfare não é apenas ter votos garantidos: é ter absoluto poder sobre elas. No Brasil, a classe dependente do assistencialismo já existia há tempos. No Primeiro Mundo, foi preciso criá-la através da imigração e da designação de minorias protegidas.
A esquerda, no fundo, é aristocrática. Deseja uma sociedade de castas, na qual eles mandam e os inferiores obedecem. A esquerda não gosta da meritocracia, dos self-made man, do mercado livre. Gosta dos empregos públicos, das recomendações, do compadrio, das licitações arranjadas, dos amigos dos amigos.
E utiliza todos os meios possíveis para obter poder e controlar a sociedade através de um povo cada vez mais dependente e um governo cada vez mais autoritário.
Vamos ver no que tudo isso ainda vai dar.
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Continente de masoquistas
O ex-presidente peruano Alberto Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão. Fujimori, sejam quais tiverem sido seus erros e acertos - não era de modo algum perfeito - cometeu, no entanto, o grave pecado de ter erradicado o Sendero Luminoso, grupo terrorista marxista que causava terror no Peru, matando centenas de civis inocentes. O líder Guzmán apodrece na cadeia e o grupo, considerado então "invencível", foi praticamente eliminado. A esquerda jamais perdoou Fujimori. Esta é sua vingança.
Não sei em detalhe quais são as acusações, e o que há de verdade e de mentira nelas: o que é certo é que há uma perseguição política por parte de seus inimigos. O atual presidente, Alan Garcia, sob cujo governo Fujimori está sendo julgado, é presidente honorário da Internacional Socialista.
Duvido que qualquer ditador de esquerda venha algum dia tratado de modo parecido.
Recomendo a Uribe que, apenas termine seu mandato, dirija-se em exílio aos Estados Unidos (se é que os EUA de Obama são ainda o mesmo país). A esquerda não lhe perdoará jamais pelas humilhações que impôs às FARC, e certamente tentará condená-lo à prisão por algum abuso de "direitos humanos".
A América Latina é um continente desgraçado. A verdade é que gostamos de terroristas. Gostamos de guerrilha. Gostamos de violência. Gostamos de caudilhos. Gostamos de corrupção. Gostamos de demagogia barata. Gostamos de fuzilamentos, seqüestros e tortura. Gostamos de MST, FARC e PCC. Gostamos de zapatistas, petralhas e bolivarianos.
Somos, em resumo, masoquistas.
Qualquer um que tente, por bem ou por mal, de mudar essa situação, será duramente castigado.
Não sei em detalhe quais são as acusações, e o que há de verdade e de mentira nelas: o que é certo é que há uma perseguição política por parte de seus inimigos. O atual presidente, Alan Garcia, sob cujo governo Fujimori está sendo julgado, é presidente honorário da Internacional Socialista.
Duvido que qualquer ditador de esquerda venha algum dia tratado de modo parecido.
Recomendo a Uribe que, apenas termine seu mandato, dirija-se em exílio aos Estados Unidos (se é que os EUA de Obama são ainda o mesmo país). A esquerda não lhe perdoará jamais pelas humilhações que impôs às FARC, e certamente tentará condená-lo à prisão por algum abuso de "direitos humanos".
A América Latina é um continente desgraçado. A verdade é que gostamos de terroristas. Gostamos de guerrilha. Gostamos de violência. Gostamos de caudilhos. Gostamos de corrupção. Gostamos de demagogia barata. Gostamos de fuzilamentos, seqüestros e tortura. Gostamos de MST, FARC e PCC. Gostamos de zapatistas, petralhas e bolivarianos.
Somos, em resumo, masoquistas.
Qualquer um que tente, por bem ou por mal, de mudar essa situação, será duramente castigado.
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segunda-feira, 6 de abril de 2009
Pensando o impensável
Enquanto Obama falava sobre o desarmamento nuclear total, a Coréia do Norte, às suas costas, lançava um foguete - teoricamente com a intenção de enviar um satélite ao espaço, mas na prática testando o lançamento de mísseis nucleares intercontinentais, afinal o processo é basicamente o mesmo. Não se sabe exatamente a margem de sucesso do empreendimento: alguns garantem que o satélite jamais chegou à órbita, mas o regime coreano declarou o lançamento um "êxito".
Mais do que desarmamento, o que vemos atualmente é a possibilidade de proliferação. A Coréia do Norte tem armas nucleares. A China tem armas nucleares. O Paquistão tem armas nucleares. O Irã, se não for impedido, poderá ter a bomba em poucos anos ou meses, já que o projeto nuclear segue em pleno andamento. A Arábia Saudita, ameaçada pelo Irã, também tem planos de entrar para o clube nuclear. O Japão, ameaçado pela Coréia do Norte e China, pensa em se nuclearizar também, apesar da constituição pacifista. Bem-vindos ao mundo "multipolar", onde qualquer país terá armas nucleares para se proteger do outro.
A estratégia de Obama a respeito? Desarmar os EUA para "dar o exemplo":
É demasiado terrível sequer contemplar a idéia da guerra (ou atentado) nuclear. Pense ainda que as bombas atuais são centenas de vezes mais poderosas do que as de Hiroshima e Nagasaki. Mas o fato é o seguinte: as armas nucleares existem, estão sendo buscadas por países ditatoriais e organizações terroristas, e é possível que uma bomba nuclear exploda em alguma cidade do mundo nos próximos dez anos. Em Tel Aviv? Em New York? Em Rihad? Em Teerã? Em Mumbai? Em Moscou? Em Tóquio? Em Beijing?
Temos a tendência a preferir não pensar em certas coisas. E, no entanto, fechar os olhos não afasta o perigo.
Aqui, um texto interessante conjeturando o que aconteceria se terroristas ou países islâmicos conseguissem detonar um artefato nuclear nos EUA.
No Doomsday Clock, faltam 5 minutos para a meia-noite, o ponto mais baixo em mais de quinze anos.
Mais do que desarmamento, o que vemos atualmente é a possibilidade de proliferação. A Coréia do Norte tem armas nucleares. A China tem armas nucleares. O Paquistão tem armas nucleares. O Irã, se não for impedido, poderá ter a bomba em poucos anos ou meses, já que o projeto nuclear segue em pleno andamento. A Arábia Saudita, ameaçada pelo Irã, também tem planos de entrar para o clube nuclear. O Japão, ameaçado pela Coréia do Norte e China, pensa em se nuclearizar também, apesar da constituição pacifista. Bem-vindos ao mundo "multipolar", onde qualquer país terá armas nucleares para se proteger do outro.
A estratégia de Obama a respeito? Desarmar os EUA para "dar o exemplo":
It is a strategy based on the idea that if the United States shows it is willing to greatly shrink the size of its atomic arsenal, ban nuclear testing and cut off the worldwide production of bomb material, reluctant allies and partners around the world will be more likely to rewrite nuclear treaties and enforce sanctions against North Korea and Iran.É uma estratégia arriscada, para dizer o mínimo.
É demasiado terrível sequer contemplar a idéia da guerra (ou atentado) nuclear. Pense ainda que as bombas atuais são centenas de vezes mais poderosas do que as de Hiroshima e Nagasaki. Mas o fato é o seguinte: as armas nucleares existem, estão sendo buscadas por países ditatoriais e organizações terroristas, e é possível que uma bomba nuclear exploda em alguma cidade do mundo nos próximos dez anos. Em Tel Aviv? Em New York? Em Rihad? Em Teerã? Em Mumbai? Em Moscou? Em Tóquio? Em Beijing?
Temos a tendência a preferir não pensar em certas coisas. E, no entanto, fechar os olhos não afasta o perigo.
Aqui, um texto interessante conjeturando o que aconteceria se terroristas ou países islâmicos conseguissem detonar um artefato nuclear nos EUA.
No Doomsday Clock, faltam 5 minutos para a meia-noite, o ponto mais baixo em mais de quinze anos.
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Bang bang
Mais um maluco armado causou caos nos EUA, matando 13 pessoas em um centro de imigração em NY. Já vieram os críticos rápidos no gatilho criticar os EUA, as armas e a "cultura da violência", mas na verdade o ataque confundiu tanto conservadores quanto progressistas.
Afinal, fosse um branco que houvesse atirado contra imigrantes, lá estaria a esquerda gritando sobre racismo, xenofobia, etc e tal. Tivesse sido um imigrante matando brancos nativos, lá viria a direita lamentar a imigração ilimitada, o crime em ascenção, etc. Como foi um imigrante matando imigrantes em solo americano, a coisa ficou sem as explicações fáceis de sempre.
Infelizmente, parece tratar-se de um problema universal que veio pra ficar: já em vários países do norte da Europa ocorreram fatos similares. Aliás, até na Argentina ocorreu um tiroteio por alunos em uma escola, e no Brasil talvez ainda alguém lembre do maluco que fuzilou a platéia de um cinema algum tempo atrás.
Acho que a culpa é dos videogames.
Não, sério, acho que a culpa é da mídia mesmo. Anthony Burgess tinha razão.
Antes as pessoas frustradas contentavam-se em suicidar-se. Hoje querem levar tantos quanto puderem consigo, e ainda por cima aparecer na TV, ou ao menos no Youtube.
Menos armas em circulação resolveria? Talvez. Por outro lado, nos casos em que havia um cidadão armado presente, massacres maiores foram evitados.
Enquanto isso, Obama, o delirante, sonha com um mundo sem armas nucleares. Como se fosse possível desinventar a bomba atômica.
Obama, como todos os esquerdistas, acha que são as armas - de fogo ou nucleares, tanto faz - que matam as pessoas, não pessoas malvadas usando as ditas armas. Assim como os liberais querem criar "gun-free zones", Obama talvez pretenda criar "nuclear-free zones".
Obama, aliás, é muçulmano e curvou-se, submisso, de fronte ao príncipe saudita.
Afinal, fosse um branco que houvesse atirado contra imigrantes, lá estaria a esquerda gritando sobre racismo, xenofobia, etc e tal. Tivesse sido um imigrante matando brancos nativos, lá viria a direita lamentar a imigração ilimitada, o crime em ascenção, etc. Como foi um imigrante matando imigrantes em solo americano, a coisa ficou sem as explicações fáceis de sempre.
Infelizmente, parece tratar-se de um problema universal que veio pra ficar: já em vários países do norte da Europa ocorreram fatos similares. Aliás, até na Argentina ocorreu um tiroteio por alunos em uma escola, e no Brasil talvez ainda alguém lembre do maluco que fuzilou a platéia de um cinema algum tempo atrás.
Acho que a culpa é dos videogames.
Não, sério, acho que a culpa é da mídia mesmo. Anthony Burgess tinha razão.
Antes as pessoas frustradas contentavam-se em suicidar-se. Hoje querem levar tantos quanto puderem consigo, e ainda por cima aparecer na TV, ou ao menos no Youtube.
Menos armas em circulação resolveria? Talvez. Por outro lado, nos casos em que havia um cidadão armado presente, massacres maiores foram evitados.
Enquanto isso, Obama, o delirante, sonha com um mundo sem armas nucleares. Como se fosse possível desinventar a bomba atômica.
Obama, como todos os esquerdistas, acha que são as armas - de fogo ou nucleares, tanto faz - que matam as pessoas, não pessoas malvadas usando as ditas armas. Assim como os liberais querem criar "gun-free zones", Obama talvez pretenda criar "nuclear-free zones".
Obama, aliás, é muçulmano e curvou-se, submisso, de fronte ao príncipe saudita.
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domingo, 5 de abril de 2009
Poema do domingo
Não sei dançar
Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.
Tenho todos os motivos menos um de ser triste.
Mas o cálculo das probabilidades é uma pilhéria…
Abaixo Amiel!
E nunca lerei o diário de Maria Bashkirtseff.
Sim, já perdi, pai, mãe, irmãos.
Perdi a saúde também.
é por isso que sinto como ninguém o ritmo do jazz-band.
Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu tomo alegria!
Eis aí por que vim assistir a este baile de terça-feira gorda.
Mistura muito excelente de chás…
Esta foi açafata…
- Não, foi arrumadeira.
E está dançando com o ex-prefeito municipal.
Tão Brasil!
De fato este salão de sangues misturados parece o Brasil…
Há até a fração incipiente amarela
Na figura de um japonês.
O japonês também dança maxixe:
Acugelê banzai!
A filha do usineio de Campos
Olha com repugnância
Para a crioula imoral.
No entanto o que faz a indecência da outra
É dengue nos olhos maravilhosos da moça.
E aquele cair de ombros…
Mas ela não sabe…
Tão Brasil!
Ninguém se lembra de política…
Nem dos oito mil quilômetros de costa…
O algodão do Seridó é o melhor do mundo?…Que me importa?
Não há malária nem moléstia de Chagas nem ancilóstomos,
A sereia sibila e o ganzá do jazz-band batuca.
Eu tomo alegria!
Manuel Bandeira (1886-1968)
Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.
Tenho todos os motivos menos um de ser triste.
Mas o cálculo das probabilidades é uma pilhéria…
Abaixo Amiel!
E nunca lerei o diário de Maria Bashkirtseff.
Sim, já perdi, pai, mãe, irmãos.
Perdi a saúde também.
é por isso que sinto como ninguém o ritmo do jazz-band.
Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu tomo alegria!
Eis aí por que vim assistir a este baile de terça-feira gorda.
Mistura muito excelente de chás…
Esta foi açafata…
- Não, foi arrumadeira.
E está dançando com o ex-prefeito municipal.
Tão Brasil!
De fato este salão de sangues misturados parece o Brasil…
Há até a fração incipiente amarela
Na figura de um japonês.
O japonês também dança maxixe:
Acugelê banzai!
A filha do usineio de Campos
Olha com repugnância
Para a crioula imoral.
No entanto o que faz a indecência da outra
É dengue nos olhos maravilhosos da moça.
E aquele cair de ombros…
Mas ela não sabe…
Tão Brasil!
Ninguém se lembra de política…
Nem dos oito mil quilômetros de costa…
O algodão do Seridó é o melhor do mundo?…Que me importa?
Não há malária nem moléstia de Chagas nem ancilóstomos,
A sereia sibila e o ganzá do jazz-band batuca.
Eu tomo alegria!
Manuel Bandeira (1886-1968)
sábado, 4 de abril de 2009
Clima, desenvolvimento e aquecimento global
O Fabio Marton tem um post interessante sobre a questão do clima e do desenvolvimento. Um dos argumentos é que os climas frios exigiriam maior trabalho pela sobrevivência - quem não se antenar, simplesmente morre. Já os climas tropicais permitem maior conforto e, portanto, menor esforço e menor trabalho. Além disso, nos climas frios, quem trabalha entra em calor, portanto é melhor trabalhar; nos climas tropicais, o trabalho cansa e faz suar. Melhor mesmo é ficar sem fazer nada, balançando na rede.
Isso explicaria, em linhas gerais, o nosso subdesenvolvimento.
A teoria é interessante, mas não me convence. Acredito que o clima, embora tenha a sua influência, seja apenas um fator menor, e dois outros elementos tenham caráter mais fundamental: refiro-me à cultura e à genética. Em breve postarei sobre este polêmico assunto.
Por outro lado, fiquei pensando. Se realmente existir o tal aquecimento global, e se a teoria do frio civilizatório estiver correta, será que então a mudança climática trará consigo um aumento do subdesenvolvimento e da preguiça mundial?
Isso explicaria, em linhas gerais, o nosso subdesenvolvimento.
A teoria é interessante, mas não me convence. Acredito que o clima, embora tenha a sua influência, seja apenas um fator menor, e dois outros elementos tenham caráter mais fundamental: refiro-me à cultura e à genética. Em breve postarei sobre este polêmico assunto.
Por outro lado, fiquei pensando. Se realmente existir o tal aquecimento global, e se a teoria do frio civilizatório estiver correta, será que então a mudança climática trará consigo um aumento do subdesenvolvimento e da preguiça mundial?
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sexta-feira, 3 de abril de 2009
Obama e as mulheres
Obama teve a maioria esmagadora do voto das mulheres, em especial das mulheres solteiras. Muitas eleitoras ressaltaram seu aspecto de bom-moço, elegante, e algumas afirmaram mesmo ter fantasias sexuais com o candidato, o que, convenhamos, é um pouco bizarro. Quer dizer, eu também tenho fantasias com Scarlett Johansson, mas não é por isso que votaria nela para qualquer cargo.
Por isso alguns afirmam que as mulheres votam mais com o sentimento do que com a razão. Talvez seja machismo ou preconceito. Muitos homens também fariam qualquer coisa por uma mulher gostosa, quem sabe até votar nela. De qualquer modo, duvido que qualquer homem tivesse fantasias com Margaret Thatcher, por exemplo.
Outros estudos, entretanto, parecem mostrar que não é a atração física por Obama o motivo pelo qual as mulheres solteiras votam nele, mas o fato de que Obama é - e isso é cada vez mais claro - um estatista, um coletivista, alguém que acredita no controle cada vez maior do Estado sobrea iniciativa privada o indivíduo. E pesquisas científicas recentes mostram que as mulheres solteiras tendem a votar pelos candidatos que prometem mais auxílio e outras políticas de nanny-estatismo. Seria uma busca de compensar o pai/marido ausente com o Estado? Bem, deixo as análises socio-freudianas para outros blogs.
No fim das contas, o que contam são os resultados. Quando Obama terminar de destruir a economia americana e ferrar com o Oriente Médio, mesmo os mais ardorosos obamistas terão que dar o braço a torcer.
Por isso alguns afirmam que as mulheres votam mais com o sentimento do que com a razão. Talvez seja machismo ou preconceito. Muitos homens também fariam qualquer coisa por uma mulher gostosa, quem sabe até votar nela. De qualquer modo, duvido que qualquer homem tivesse fantasias com Margaret Thatcher, por exemplo.
Outros estudos, entretanto, parecem mostrar que não é a atração física por Obama o motivo pelo qual as mulheres solteiras votam nele, mas o fato de que Obama é - e isso é cada vez mais claro - um estatista, um coletivista, alguém que acredita no controle cada vez maior do Estado sobre
No fim das contas, o que contam são os resultados. Quando Obama terminar de destruir a economia americana e ferrar com o Oriente Médio, mesmo os mais ardorosos obamistas terão que dar o braço a torcer.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Careful what you wish for
Há uma preocupante onda de sentimento "anti-capitalista" no mundo, na verdade propagada pela mídia e pelos políticos.
Com a crise econômica, banqueiros, empresários e investidores de Wall Street são os vilões. Em Londres, protestos contra a reunião do G20 terminaram com confrontos com a polícia. Curiosamente, a maioria dos manifestantes usava celulares, iPods, roupas da moda. Em resumo, filhos mimados do capitalismo que se rebelam contra o pai.
A propaganda do aquecimento global também coloca misteriosos empresários e industriais capitalistas como vilões, que estupram o planeta em nome da "ganância". Nada é dito sobre o fato de que regimes socialistas e países subdesenvolvidos são os que menos preservam e mais destróem o ambiente natural.
Nota-se no rosto dos jovens manifestantes o ódio e a rebeldia, o desejo de confronto. Embora não seja certo que a Europa se torne islâmica (levaria ao menos cem anos), é muito provável que antes disso - e na América Latina já estamos lentamente a caminho - surjam novos governos autoritários para conter o crescente caos social. Afinal, depois de toda grave crise econômica costumam surgir governos autoritários. Se não acredita, pense nas crises de 1929 e 1973 e lembre o que veio depois.
Então esses jovens finalmente poderão receber as pauladas que tanto desejam.
Com a crise econômica, banqueiros, empresários e investidores de Wall Street são os vilões. Em Londres, protestos contra a reunião do G20 terminaram com confrontos com a polícia. Curiosamente, a maioria dos manifestantes usava celulares, iPods, roupas da moda. Em resumo, filhos mimados do capitalismo que se rebelam contra o pai.
A propaganda do aquecimento global também coloca misteriosos empresários e industriais capitalistas como vilões, que estupram o planeta em nome da "ganância". Nada é dito sobre o fato de que regimes socialistas e países subdesenvolvidos são os que menos preservam e mais destróem o ambiente natural.
Nota-se no rosto dos jovens manifestantes o ódio e a rebeldia, o desejo de confronto. Embora não seja certo que a Europa se torne islâmica (levaria ao menos cem anos), é muito provável que antes disso - e na América Latina já estamos lentamente a caminho - surjam novos governos autoritários para conter o crescente caos social. Afinal, depois de toda grave crise econômica costumam surgir governos autoritários. Se não acredita, pense nas crises de 1929 e 1973 e lembre o que veio depois.
Então esses jovens finalmente poderão receber as pauladas que tanto desejam.
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O padre neoliberal
Em tempos de tantos padrecos petistas de batina vermelha, é interessante ler sobre o padre Pedro Pablo Opeka, que nasceu na Argentina mas mora há três décadas no Madagascar, ajudando a população local. Eis aqui algumas de suas declarações:
"El asistencialismo es una mala manera de ayudar al hombre. Hay que acompañarlo para que aprenda a bastarse por si mismo, a superarse. Puede ser un recurso para enfermos o discapacitados, pero a la gente en general hay que demostrarle que puede vivir de sus propias fuerzas".
"Los gobiernos que fomentan el asistencialismo están fomentando la delincuencia y la exclusión y están profundizando el problema. Y si no se atacan en serio las causas de la pobreza es para seguir aprovechándose de ellos, utilizándolos".
"La riqueza la tiene que crear el trabajo genuino, la capacitación, la superación de las condiciones de vida para que las personas se puedan independizar de los gobiernos. Pero entonces se acaba el clientelismo."
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Pierre Rehov
Pierre Rehov é um documentarista francês que realizou vários filmes sobre o conflito entre judeus e palestinos. Aqui o seu canal no Youtube, com vários trechos de vídeos interessantes sobre o fanatismo islâmico. E aqui um artigo recém-saído do forno sobre ele.
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quarta-feira, 1 de abril de 2009
O socialismo não é tão ruim
Estive pensando muito nas coisas que o Pax, o anônimo de galochas e outros andaram comentando. Desconfortável com alguns dos textos anteriores, que tendiam demasiado ao radicalismo, pensei que deveria rever alguns conceitos. Em busca de iluminação, comecei a ler Marx, assisti ao filme do Che Guevara e visitei até o site do PSTU. Revi meus dados, contestados pelo Pax, sobre a situação da saúde pública em países como Inglaterra e França. E cheguei a conclusão de que, quem sabe, esse negócio de socialismo, desde que moderado, pode até dar certo.
O fato é que o capitalismo neoliberal, apesar de todas as suas inegáveis vantagens teóricas, na prática não funcionou de modo tão perfeito assim. É verdade que, ao contrário do socialismo, jamais prometeu a igualdade, mas hoje em dia há demasiadas provas da miséria que cria, desde as criancinhas na África à crise econômica financeira mundial atual. Talvez Obama esteja correto em tirar as rédeas das mãos dos capitalistas demasiado selvagens e colocá-las de novo a serviço do povo. Pois tudo se resume nisso: um governo do povo, pelo povo e para o povo.
Por exemplo, peguemos o Chávez. Está certo que ele é uma figura bastante ridícula, com grave tendência ao autoritarismo, mas devemos observar que, ao menos, as condições de vida dos pobres de Caracas efetivamente melhoraram. Se formos a países desenvolvidos como a Suécia, que fomentam uma versão mais light do projeto de redistribuição de renda através de impostos, verificaremos então que a situação é ainda melhor. Apesar do grande número de loiros de olhos azuis, lá a pobreza de fato não existe.
Quanto ao radicalismo islâmico, continuo sendo contrário, embora acredite que o modelo socialista moderado, ao separar radicalmente a Igreja do Estado e ao exigir a submissão do indivíduo às benéficas regras do governo, seja o melhor modelo para conter os excessos do fanatismo. O Islã é, no fundo, uma religião da paz; apenas precisa ser um pouco melhor controlada.
O modelo socialista que proponho, é claro, permaneceria democrático - naturalmente que com partido único para evitar possíveis complicações, já que o povo raramente sabe votar com sabedoria, vide os recentes exemplos de Brasil e EUA.
Viva o socialismo democrático! Ahora y siempre!
O fato é que o capitalismo neoliberal, apesar de todas as suas inegáveis vantagens teóricas, na prática não funcionou de modo tão perfeito assim. É verdade que, ao contrário do socialismo, jamais prometeu a igualdade, mas hoje em dia há demasiadas provas da miséria que cria, desde as criancinhas na África à crise econômica financeira mundial atual. Talvez Obama esteja correto em tirar as rédeas das mãos dos capitalistas demasiado selvagens e colocá-las de novo a serviço do povo. Pois tudo se resume nisso: um governo do povo, pelo povo e para o povo.
Por exemplo, peguemos o Chávez. Está certo que ele é uma figura bastante ridícula, com grave tendência ao autoritarismo, mas devemos observar que, ao menos, as condições de vida dos pobres de Caracas efetivamente melhoraram. Se formos a países desenvolvidos como a Suécia, que fomentam uma versão mais light do projeto de redistribuição de renda através de impostos, verificaremos então que a situação é ainda melhor. Apesar do grande número de loiros de olhos azuis, lá a pobreza de fato não existe.
Quanto ao radicalismo islâmico, continuo sendo contrário, embora acredite que o modelo socialista moderado, ao separar radicalmente a Igreja do Estado e ao exigir a submissão do indivíduo às benéficas regras do governo, seja o melhor modelo para conter os excessos do fanatismo. O Islã é, no fundo, uma religião da paz; apenas precisa ser um pouco melhor controlada.
O modelo socialista que proponho, é claro, permaneceria democrático - naturalmente que com partido único para evitar possíveis complicações, já que o povo raramente sabe votar com sabedoria, vide os recentes exemplos de Brasil e EUA.
Viva o socialismo democrático! Ahora y siempre!
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