quinta-feira, 29 de março de 2012

Mídia do bem, armas do mal?

Quase não assisto televisão. Nos últimos dois anos, nem tinha um aparelho que funcionasse em casa. Decidi consertá-lo por falta do que fazer, mas descobri que não perco muito. Dei-me conta que não suporto a propaganda televisiva, seja durante os comerciais, seja durante os programas jornalísticos. Melhor é informar-se pela Internet. Filmes e séries também podem ser assistidos online.

No entanto, parece que grande parte da população mundial ainda se informa através dessa mídia ultrapassada e demoníaca. E poucos percebem que não passa de um sistema de replicação de inverdades, de incultura e de incentivo ao consumismo mais calhorda.

Além de tudo, a grande mídia demonstra uma incrível falta de imaginação. Repete os mesmos temas uma e outra vez. O caso Zimmerman-Trayvon, por exemplo, já aconteceu.

Em 1984, um jovem branco e franzino, Bernhard Goetz, foi abordado no metrô de New York por 4 rapazes negros que o cercaram e lhe pediram (com atitude ameaçadora) dinheiro. Goetz respondeu a bala, ferindo gravemente seus atacantes. Os jovens estavam desarmados e a mídia fez um grande escarcéu.  Goetz terminou acusado de ser um assassino racista, foi apelidado de Vingador do Metrô e seu ato inspirou o filme Desejo de Matar, com Charles Bronson. (Curiosidade: tanto Goetz como Zimmerman têm sobrenomes de origem judaica, Zimmerman devido ao pai adotivo judeu, mas é católico, e Goetz de pais judeus mas convertidos ao cristianismo).

No fim, após grande carnaval midiático e protestos populares, foi absolvido. Os quatro rapazes negros tinham carreira no crime, e um deles, meros dois meses após o tiroteio, sequestrou uma jovem grávida e apontou uma arma para a cabeça dela enquanto um companheiro a estuprava. Num subsequente processo civil, Cabey, a única das vítimas de Goetz que ficou paralítica e não pôde mais dedicar-se ao crime, ganhou 43 milhões de dólares. Os outros continuaram roubando e assaltando. (E o Vingador do Metrô? Ainda está vivo e em NY, virou vegetariano e protetor de esquilos desamparados.)

Existem dezenas ou centenas ou milhares de casos de gente que morre em tiroteio, mas é claro que à mídia interessa apenas o caso do vigilante branco (ou "branco") armado que mata minorias inocentes (ou "inocentes"). Por quê? Parte do motivo é a própria raridade de tal tipo de evento. Assaltantes ferindo ou matando suas vítimas não é notícia, o que é notícia é a reação. Parte também é a obsessão com o controle de armas, que foi afinal parte da discussão no caso Goetz e também no caso Zimmerman. E parte, naturalmente, é o aspecto racial. Fossem vítima e atirador nos dois casos apenas brancas ou apenas negras, haveria tanto escarcéu? Não temos como saber ao certo, mas provavelmente não.

Mas esqueçamos da entediante questão racial. Os casos são polêmicos também por tratarem-se de pessoas armadas que mataram gente desarmada e, talvez, inocente, ao menos do momento do ataque. Naturalmente, surge a questão do porte de armas e da legítima defesa. Até que ponto esta é válida? Até quando se deve esperar para atirar?

Uma vez fui atacado na rua por um sujeito drogado que queria dinheiro. Evitei-o, tentei fugir, levei um soco nos dentes. Eu não estava armado, afinal jamais usei armas, mas, e se estivesse? Será que eu deveria ter atirado nele? E se ele estivesse armado? Eu esperaria ele atirar em mim? No fim, tudo acabou com a chegada da polícia e a fuga do infeliz. Uma arma provavelmente teria causado uma morte, fosse a dele ou a minha.

Sempre fui a favor do porte de arma por entender que a legítima defesa é um direito do cidadão e, quando segundos contam, a polícia está a poucos minutos. Por outro lado, entendo que ter um revólver à mão facilita certas mortes. Muitos crimes passionais e mortes por motivo fútil não aconteceriam se não houvesse uma pistola nas mãos de alguém. Os vários tiroteios nas escolas americanas, querendo ou não, também são um resultado da facilidade de se ter armas nos EUA. E os casos de Goetz e Zimmerman, também. Por outro lado, não pode-se negar que, muias vezes, armas salvam vidas.

A pergunta do dia é -- você é a favor ou contra o porte de arma? Acha que Zimmerman e Goetz erraram ao atirarem em gente desarmada? Deveriam ter sido mais prudentes e aguardado, ou reagido com socos, mas sem atirar?  E quanto à mídia, acham que esta influi demais na nossa percepção dos fatos? (Pergunto por que não me parece sempre tão claro se é a mídia progressista que  influi na cultura, ou se é a cultura progressista a que influi na mídia).

Discutam entre vocês enquanto eu vou lá consultar o preço da Smith & Wesson Magnum .44...


Go ahead, make my day.

quarta-feira, 28 de março de 2012

A verdadeira tragédia da América negra

(Eu tinha tirado este post do ar por não estar muito satisfeito com ele -- demasiado prolixo, demasiado enrolado e sem dizer a que veio. Queria modificá-lo, mas realmente não tenho tempo. Porém, a pedidos, recoloco-o no ar assim como está.)

A histeria está tomando conta dos EUA devido ao caso de um jovem negro desarmado que foi morto por um vigia residencial latino. A princípio veiculado como um caso de racismo e violência gratuita, de um jovem negro morto walking while black, novas informações parecem mostrar uma situação mais complexa.

terça-feira, 20 de março de 2012

Kony 2012

Faz umas semanas saiu um vídeo, Kony 2012 (aqui um link para a versão legendada em português). Em poucos dias tornou-se viral, chegando a ser assistido por quase 90 milhões de pessoas em todo o mundo. Só mais tarde assisti o vídeo e na verdade tenho mais perguntas do que respostas.

Mais do que tudo, o vídeo, ainda que bem realizado, parece um grande infomercial do Facebook. Seu objetivo declarado é o de manter soldados americanos em Uganda para que treinem as tropas do país para que estas possam prender Joseph Kony, líder da LRA, de forma que ele possa ser julgado pela Corte Internacional de Haia. Mas o que devem fazer as pessoas comuns como eu e você para ajudar nesse objetivo? Comprar um bracelete e posters para "tornar Kony famoso" e doar dinheiro para uma instituição de caridade. Se o objetivo de era arrecadar fundos, conseguiram: foram mais de 15 milhões de dólares em duas semanas.

Curiosamente, Jason Russel, narrador e criador do vídeo, teve um chilique poucos dias depois da publicação do vídeo. Foi filmado andando completamente nu pelas ruas de San Diego, em estado de profunda alteração mental, masturbando-se, vandalizando carros e gritando frases desconexas. Extremamente bizarro. Drogas? Vudu africano? Envenenamento a mando da CIA?

O vídeo original e tudo que se seguiu a ele parece ser um bom resumo do esquerdismo pós-moderno. Tudo é aparência, tudo é imagem. Você compra um bracelete e coloca um link no Facebook, indicando que está apoiando uma causa boa e ganhando status entre seus pares. A ONG ganha dinheiro, as mídias interativas ganham publicidade, os americanos se envolvem em mais uma "guerra humanitária", a ONU finge ter relevância, o globalismo vai avante, e enquanto isso a vida das criancinhas africanas, com ou sem Kony, continua igual ou pior. Depois o esquerdista metrossexual criador do vídeo gasta parte do dinheiro em bebida e drogas, pira de vez e termina internado, e todos esquecem o assunto, passando a apoiar a nova causa da moda, como o drama das baleias palestinas ou o impacto do aquecimento global no Inferno.

Bem, mas talvez eu esteja sendo demasiado duro com o Jason. Também muitos esquerdistas criticaram o seu vídeo, que segundo eles reduzia uma situação complexa a slogans fáceis. (Na verdade, esse é um aspecto positivo do seu vídeo, como campanha de marketing foi genial). Outros criticaram o fato dele declarar-se cristão evangélico e aceitar dinheiro de instituições religiosas (ser cristão é o pior crime hoje em dia). Outros ainda o acusaram de ser um homossexual enrustido pela sua aparência e trejeitos, mas acho que é apenas o modo de ser do homem ocidental pós-moderno. Enfim, não deve mesmo ter sido uma semana fácil.

No fundo, Jason parece ser uma boa pessoa, convicta de seus ideais. Talvez seja aí que mora o problema. No poema White man's burden, hoje acusado de racista, Kipling demandava que o homem branco ajudasse os povos menos desenvolvidos (O poema era dedicado aos americanos que naquele então ocupavam as Filipinas). O colonialismo como atividade humanitária. Pensando bem, era uma idéia melhor do a que de hoje em dia, onde o homem branco, em vez de colonizar outros países, decide ajudar os mais subdesenvolvidos fazendo com que migrem em massa para seu próprio país, em uma utópica e equivocada noção de igualdade total entre todos os povos, raças, etnias, religiões e culturas.

Alguns argumentarão, não sem certa razão, que o colonialismo não era tão humanitário assim, que era apenas uma desculpa para a exploração econômica, que houve muitos abusos, opressão, tortura e morte. Os franceses na Argélia e os belgas no Congo, para dar dois exemplos apenas. Tudo bem. Ainda acho que isso não justifica trazer para morar em Paris milhões de habitantes das ex-colônias em nome de uma equivocada reciprocidade. Melhor ter franceses na Argélia querendo transformar o país na França, do que argelinos na França querendo transformar o país na Argélia.

Do jeito que as coisas vão, qualquer dia é capaz do próprio Kony pedir asilo político como refugiado nos EUA ou na Europa, e conseguir. Desde que não more no mesmo bairro rico e branco de Jason, tudo bem!



Au revoir les enfants

Talvez a nossa correspondente em Paris tenha mais informações, mas por ora o que se sabe é o seguinte: um atentado em uma escola judia em Toulouse, na França, matou 4 pessoas, incluindo três criancinhas. A mesma arma e o mesmo método (o que indica um provável mesmo atirador) foram usados dias atrás no ataque contra 4 soldados franceses de origem norte-africana e um de origem caribenha. No total, 8 mortos na conta do misterioso assassino da motocicleta.

Não há qualquer pista sobre o atirador. Poderia ser:  a) um islamista que odeia soldados franceses e judeus; b) um neonazista que odeia árabes, negros e judeus; c) um ataque diversionista para incriminar nacionalistas franceses e prejudicar a candidatura de Marine Le Pen; d) um maluco paranóico esquizofrênico.

A alternativa d é pouco provável, já que tudo parece indicar alguém (ou até mesmo um grupo) bem organizado e eficiente, e a alternativa c é conspiracionista demais. O que nos deixa com duas possibilidades opostas: terrorista islâmico ou militante anti-imigrantes com treinamento militar similar ao atirador norueguês.

É bem possível que o atirador seja um ex-soldado, o que não invalida nenhuma das teorias. Não faltam muçulmanos entre os soldados franceses. Por outro lado, em 2008, alguns soldados franceses foram demitidos acusados de neonazismo. Seria uma vingança? Talvez, mas é bem mais possível que se trate de um crime político. Afinal, este ano há eleições na França. Os candidatos mais cotados são o falso conservador Sarkozy e o socialista Hollande. Correndo por fora, está a nacionalista Marine Le Pen. Se os atentados forem obra de um muçulmano, talvez a beneficiariam; se forem obra de um neonazista, no entanto, poderiam prejudicá-la.

De acordo com as estatísticas mais "oficiais", há entre 5 e 9 milhões de muçulmanos na França. Porém, como na verdade não existem estatísticas realmente oficiais e o governo francês até mesmo proíbe que estatísticas por origem étnica ou religiosa sejam realizadas (é o tal estado secular), um número mais aproximado talvez seja o de 15 milhões. Somem-se os outros imigrantes não-muçulmanos (africanos, chineses, romenos, albaneses ciganos e brancos do leste europeu) e temos uma França com cada vez menos franceses. Visitei ano passado e pude confirmar: até as pequenas cidades estão inundadas de imigrantes, especialmente árabes. Parecia Bagdá.

Ou seja, ganhe quem ganhar as eleições, a França como a conhecemos provavelmente já está perdida. (Claro que se ganhar o Hollande o processo se acelerará).

Se o atentado foi obra de um militante anti-imigração, mais valeria ter dado um tiro no pé, ou na cabeça. Tiros à queima-roupa em menininhas de 8 anos não são bem-vistos, e o momento escolhido, dias após um bom discurso de Marine Le Pen sobre as minorias, não foi certamente o melhor. Se foi obra de muçulmanos, bem, é possível que a mídia logo pare de falar no assunto. Aconteceu outras vezes.

Saberemos com certeza provavelmente apenas quando o próximo ataque ocorrer. Lamentavelmente.


Atualização: A polícia francesa está neste momento cercando a casa do principal suspeito. Um policial foi ferido. O atirador é, quem diria, muçulmano. Vinte e quatro anos, nacionalidade "francesa" mas de origem paquistanesa ou argelina. Vive em Toulouse mas visitou várias vezes o Afeganistão. Motivo dos crimes? "Vingança pela morte das crianças palestinas." Bem, creio que em breve não se falará mais muito do assunto... 

sexta-feira, 16 de março de 2012

O progressismo é uma religião

O progressismo é uma religião. Tem até seus santos. Dei-me conta disso vendo um mural pintado no outro dia. Tinha uma mensagem abaixo que não lembro, alguma trivialidade sobre a paz no mundo ou a igualdade humana. Mas as figuras que ilustravam o dizer eram as que formam a Santíssima Trindade Progressista: Mahatma Ghandi, Martin Luther King e Nelson Mandela.

Figuras admiráveis, admito. Nem que seja pela coragem de lutar pelos seus ideais. Não é fácil levar cacete da polícia inglesa ou passar 27 anos na prisão e ainda assim continuar acreditando. Para uma pessoa como eu, um cínico que nem ideais tem, chega a causar inveja. Porém, eram falhos, como todos os homens. Tinham muitos defeitos que nem vale a pena repetir aqui, e nem é esse o objetivo do post. Eu simpatizo com Ghandi. Com King e Mandela, também. King disse uma coisa bacana certa vez:

"A covardia pergunta: é seguro?
A conveniência pergunta: é político?
A vaidade pergunta: é popular?
A consciência pergunta: é certo? 
E chega uma hora em que o sujeito deve tomar uma posição que não é nem segura, nem política, nem popular, mas deve tomá-la porque é certa."

Boas frases.

Os três são não-brancos, naturalmente. Faz parte do ritual de masoquismo diário do homem branco esquerdista ocidental. Mea culpa, mea maxima culpa. É verdade que Che Guevara, o Jesus de Nazaré dos esquerdistas, era branco, mas naqueles tempos ainda não se havia chegado à grande sacada do marxismo racial. Cotas raciais em Cuba? Imagina. Tanto que os líderes da Revolução Cubana eram todos brancos e universitários, assim como era Abimael Guzmán, o canalha líder do Sendero Luminoso, e ninguém nunca se importou. (Por sinal, é interessante a figura da também branca Yoani Sanchez: ela é uma feminista progressista pró-gays e pró-minorias contrária ao comunismo cubano. É a nova geração de esquerdistas contra a velha. Sim, a esquerda mudou.)

Mas também não é disso que eu queria falar. Afinal, se formos classificar por etnia, os piores comunistas foram os asiáticos. Mao matou setenta milhões e Pol Pot e seu grupo torturaram e mataram um terço da população de seu país em três anos. Um terço! Teve gente que morreu simplesmente por usar óculos. Afinal, isso era coisa de capitalista. Se vivêssemos em um mundo são, qualquer sujeito de bem se envergonharia de se dizer socialista, só por causa de Pol Pot.

Bem, mas o que eu queria dizer mesmo é que o esquerdismo é uma religião, e que é por isso que é tão difícil discutir com um esquerdista, ou mesmo tentar fazê-lo mudar de idéia, ou ao menos fazê-lo enxergar as coisas sob outro ponto de vista. Vejam o Sakamoto, por exemplo. Nunca vi alguém que escreva tantos absurdos. Será que acredita naquilo? Tenho certeza que sim. Tenho certeza também que ele jamais mudará. (Augusto Nascimento, de saudosa memória, odiava os japoneses, mas acho que simpatizaria com o Sakamoto.)

Costumava-se dizer que um conservador era um "esquerdista assaltado pela realidade", mas acho que nem isso é mais verdade. Houve recentemente vários casos de esquerdistas que foram literalmente assaltados, e nem por isso mudaram de idéia. Tornaram-se até mais intransigentes na sua defesa de criminosos, na sua idéia (falsa) de que o crime é causado por diferenças sociais inerentes ao capitalismo e blablablá.

Talvez o progressismo seja um culto suicida. Lembram de Jim Jones? Ele era maluco, certo, mas será que as suas crenças eram lá muito mais absurdas do que a de qualquer ideólogo esquerdista radical?

Bem, no outro dia, saiu uma foto do pessoal do MST cometendo a heresia de fazer fila no McDonalds, todos bem bonitinhos esperando sua vez. Consolei-me um pouco. Pareceram-me mais humanos. Se eles podem deixar a ideologia de lado por alguns instantes, nem que seja para um McLanche Feliz, significa que nem tudo está perdido. Talvez até o Sakamoto possa um dia entender que não precisa odiar a classe média para ser cool.


quarta-feira, 14 de março de 2012

Reescrevendo o Passado

Uma das coisas mais irritantes do progressismo é que não quer apenas mudar o futuro, mas também reformar o passado. Os tempos anteriores são assim medidos com a régua dos supostamente iluminados tempos atuais, nos quais teríamos chegado a uma melhor compreensão do mundo. Mal sabem esses idiotas que, daqui a cem anos, é o progressismo que será examinado por futuros arqueólogos como uma estranha aberração mental que (quase) levou o Ocidente à perdição.

Por exemplo, uma organização esquerdista italiana filiada à ONU publicou um artigo de uma certa Valentina Sereni querendo tirar Dante das escolas italianas, afirmando que a Divina Comédia é antisemita, homofóbica e islamofóbica. Será que é mesmo? Bem, Maomé, fundador do islamismo, aparece num dos últimos cantos do Inferno com seu ventre aberto de cima a baixo e torturado por demônios. As cúpulas da cidade infernal de Dite são chamadas de mesquitas. Quanto  aos judeus, também são jogados nas chamas acusados de praticar usura. Já os sodomitas vão para o sétimo círculo do inferno -- seu pecado é considerado pior do que o assassinato.

Mas é inútil catalogar essas descrições dantescas com a linguagem politicamente correta de hoje em dia. Pela mesma medida, Dante poderia ser acusado de papófobo, já que coloca mais de um Papa no Inferno. Honestamente, esses idiotas deveriam é preocupar-se com a queda na qualidade da educação. É pouco provável que o italiano médio de hoje em dia sequer consiga ler a Divina Comédia.

O mesmo ocorreu no Brasil com Monteiro Lobato, recentemente acusado de racista. Não entendi porque, já que, do que eu lembro, Tia Nastácia era apresentada positivamente. Talvez, para essas pessoas, politicamente corretas e educativas são as letras de funk ou de rap...

Nem a Bíblia escapou dessa ânsia positivamente soviética de reescrever -- há uma tradução atual na qual Deus é chamado de Ele/Ela...

Na verdade, eu acho que os autores do passado sabiam mais das coisas do que os modernosos imbecis, com sua suposta superioridade moral. Aliás, pecado de soberba. Que ardam no Inferno!

Aliança bizarra

A aliança entre os muçulmanos e os esquerdistas é difícil de entender. Os muçulmanos cotidianamente atacam e apedrejam as mulheres, os negros, os judeus, os gays e agora até os emos. Os muçulmanos são religiosos fanáticos de deixar qualquer ateu de cabelo em pé. Os muçulmanos são intolerantes e detestam liberdade de expressão. Em resumo, são exatamente o contrário da mentalidade progressista, e no entanto a esquerda os protege e critica quem fala mal deles de "islamofóbicos". Bem, há pelo menos 14 jovens no Iraque que tinham boa razão para serem islamofóbicos, estão mortos agora. A única coisa em comum é que tanto esquerda quanto Islã querem destruir o Ocidente, só que o que querem construir no lugar é bastante diferente. Realmente, fica difícil de entender.

Mas acho que os progressistas têm essa idéia bizarra de que todos querem ser progressistas, só não descobriram ainda. Então tentam levar a democracia ao Iraque e ao Afeganistão, só que a "democracia" ao estilo muçulmano é isso, apedrejamento de infiéis. Acho que se uma coisa ficou provada nos últimos dez anos é que esse povo não se democratiza nem no Inferno. (Outro exemplo da mesma mentalidade: os progressistas querem porque querem levar o movimento gay à África, mesmo sabendo que a maioria dos países são contra. Bem, talvez seja um plano secreto de eugenia através do aumento ainda maior da Aids por lá... Afinal, os centros de aborto da Planned Parenthood não estão em sua maioria no gueto?)

Existem por isso alguns poucos conservadores que veem o Islã não como problema, mas como solução. Afinal, acabaria com o gayzismo, o esquerdismo, o feminismo. Lamentavelmente, se colocado em prática em sua forma mais radical, também acabaria com a música, as artes pictóricas, o casamento monogâmico, as outras religiões, etc. O fato é que, a despeito das glórias do passado, os países muçulmanos hoje são quase todos atrasados, e mesmo os países ricos como Arábia Saudita contam com uma infra-estrutura quase toda construída por estrangeiros (engenheiros ocidentais e pedreiros filipinos).

Eu não sei como resolver o problema do Islã. Se é possível reformar a religião, isso é lá com eles. O que acho apenas é que a imigração muçulmana para Europa e América deveria parar imediatamente. Se não podem ou não querem mudar, é melhor que fiquem se apedrejando em seus países mesmo...

A imigração muitas vezes causa problemas, mesmo quando tem efeitos positivos. A verdade é que certa xenofobia é algo até natural, é o mesmo instinto que nos faz recusar doce de estranhos. Pode ser que o estranho seja um bondoso Papai Noel, mas pode ser que não. Porém, há imigrações e imigrações. Não tem necessariamente a ver com nacionalidade, já que imigrantes sírios e libaneses ao Brasil tornaram-se cidadãos bem assimilados, e alguns até enriqueceram e contribuiram culturalmente ou produtivamente. Porém, eram cristãos. Seria o problema a religião islâmica?

Nos EUA, a massiva imigração mexicana tem causado, ao menos aparentemente, menos problemas do que a minoria barulhenta de muçulmanos na Europa. Mesmo os maiores críticos da imigração quase só tem dois argumentos contra os mexicanos -- a ilegalidade (mas isso tira da reta os imigrantes legais ou os filhos dos ilegais que já viraram "legais") e o fato de que são... meio medíocres. Isto é, formam uma camada de trabalhadores manuais e de serviço, mas são poucos os que viram cientistas nucleares ou prêmios nobéis como outros grupos de imigrantes. Porém, em grande parte se assimilam, mais ou menos, ao modo de vida americano, pelo menos em sua forma mais superficial e materialista.

Já na Europa, os muçulmanos insistem em se manter à margem. Talvez isso seja, na verdade, uma vantagem. Como água e azeite, é pouco provável que os dois povos se misturem. A assimilação, a longo prazo, talvez seja um problema maior do que a guetificação. Assimilação significa que o povo que tem maioria vence, e os muçulmanos na Europa estão tendo mais filhos do que os decadentes cristãos e ateus. Nesse ritmo, seriam os europeus os que se assimilariam ao Islã, assim como seriam os americanos a assimilar-se à cultura hispânica. Demografia é destino.

Porém, cada vez mais, a propaganda pró-islâmica e pró-imigração está sendo rejeitada pela população, que pode ver com seus próprios olhos o que acontece nos bairros de imigrantes. Vejam aqui por exemplo a diferença entre o artigo do jornal que pinta uma figura rósea do bairro muçulmano de Malmo, na Suécia, e os comentários dos leitores, bem mais negativos.

A esquerda, no entanto, continua apoiando os islâmicos e chamando-os de coitadinhos, e isso mesmo quando algum esquerdista ou feminista termina sendo vítima deles. Até quando?


Contradição?

domingo, 11 de março de 2012

Poema do Domingo



Like a bird in a wire, like a drunk in a midnight choir, I have tried, in my way, to be free.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Nova pausa, velho blog

Não, nenhuma nova crise. Só estou gripado e além disso aconteceram algumas coisas meio inesperadas, enfim, tenho alguns pepinos bem complicados para resolver. Então não vou poder postar pelos próximos dias, mas continuarei moderando comentários nos posts recentes. Se por algum motivo eu demorar a liberar muitos comentários por ora, não estranhem ou achem que é perseguição pessoal -- não estarei liberando o de ninguém, é só falta de tempo.

No fim, acho não vai ter blog novo nenhum; ao menos por ora, continuamos por aqui. Acho que a moderação resolveu os problemas anteriores. Tenho um vago projeto de criar um blog de temática diferente, em inglês, mas isso ainda vai demorar. Então por ora é isto aqui mesmo, até eu encher o saco de vez. Logo volto. Fiquem com Deus.


Bioética da Morte

Quando ouço falar em "bioética", logo corro para pegar a minha espingarda. Certamente coisa boa não vem aí. Um dos mais conhecidos "bioéticos", o Peter Singer, acha que transar com macacos é natural e recomenda o infanticídio de "bebês defeituosos". Michael Tooley tem idéias parecidas. Agora os italianos Francesca Minerva e Alberto Giublini trazem uma nova teoria: o "aborto pós-nascimento".

No entender deles, um ser só atinge o estágio de "pessoa" quando tem consciência e capacidade de realizar planos de vida. Se não tem, como um bebê ou um velhinho com Alzheimer, "não são pessoas", e portanto podem ser terminados sem conflito ético. Não seria assassinato, seria apenas "aborto pós-nascimento", entendem?

O paper causou tanto escândalo que foi retirado de circulação, e a autora chegou a sofrer ameaças. Mas ela não se arrependeu. Eis aqui um trecho do que ela diz:

Não podemos dizer que um recém-nascido tenha objetivos, pois o futuro que imaginamos para isto [ela usa "it" para a criança] é apenas uma projeção de nossas mentes sobre suas vidas potenciais. Por outro lado, não apenas objetivos mas planos bem concretos são conceitos que certamente se aplicam às pessoas (pais, parentes, sociedade) que poderiam ser positivamente ou negativamente afetados pelo nascimento dessa criança. Portanto, os direitos e interesses das pessoas reais [bebê não é uma "pessoa real"] envolvidas deveriam representar a consideração primordial em uma decisão sobre aborto e aborto pós-nascimento

Já outra estudiosa de bioética, Anna Smajdor, apareceu dizendo que a gravidez é "barbárica" e uma "injustiça", e recomenda a ectogênese como solução para equalizar os sexos. Ectogênese é o ato de gerar uma criança fora do ventre. O conceito não é tão absurdo quanto parece, pois segundo os cientistas uma "barriga artificial" está atualmente em estudos. De novo, é o argumento feminista de que a gravidez, em vez de ser um fenômeno natural, seria uma crueldade impingida às mulheres, que as impede de serem iguais aos homens... Poxa, se as mulheres fossem iguais aos homens, seriam assim. Vai encarar?

Bem, eu acho que temas polêmicos devam ser discutidos, e como os novos conhecimentos de biologia e genética atualmente em estudos permitirão uma série de tecnologias antes impensadas, isto deve ser mesmo levado em conta. Posso até ver que temas como eugenia ou clonagem humana possam ser discutidos seriamente em um futuro não muito distante. Mas por que é que quase sempre tantos "bioeticistas" parecem ter essa obsessão mórbida em assassinar bebês e velhinhos, em acabar com as diferenças sexuais ou em relativizar/eliminar o conceito de "vida humana"?

Se é verdade que "nada existe na política de um país que antes não exista na sua literatura", é bem possível que estes artigos sejam apenas a preparação do terreno para algo que virá nas próximas décadas.

Cada vez mais a nossa sociedade vai se parecendo à do "Admirável Mundo Novo" de Huxley, com sua divisão da humanidade em castas genéticas, sua sociedade sem pais nem mães, sua sexualidade totalmente liberada, suas drogas gratuitas e pacificadoras para todo mundo. Quem ainda não leu, leia: é o futuro.

Brancofobia, Cristianofobia, Heterofobia

Existe a islamofobia (ódio aos muçulmanos). Existe o antisemitismo (ódio aos judeus). Existe o racismo (que quase sempre é entendido como ódio aos negros). Existe a homofobia (ódio aos homossexuais). Porém, não lembro que exista em termo específico para "ódio aos brancos". Parece que até existe um termo, albofobia, mas é tão pouco conhecido que até a wikipedia deletou o artigo. Outros termos sugeridos foram anti-caucasianismo e anti-branquismo, mas não pegaram.

Da mesma forma, termos como "cristianofobia" e "heterofobia" inexistem no discurso tradicional.

Acho que a razão não é necessariamente nenhuma conspiração silenciosa, mas simplesmente que a cultura européia é a cultura ocidental por default. A heterossexualidade e o cristianismo são as normas tradicionais. Portanto todos os antiocidentais são antibrancos, anticristãos e antihéteros, e nem poderia ser diferente, já que os revolucionários pretendem acabar com o Ocidente, ou ao menos transformá-lo em alguma coisa bem diversa... (Por outro lado, Revolução Francesa, marxismo e feminismo são certamente criações ocidentais. O Ocidente está em constante guerra consigo mesmo, entre os utopistas e os realistas).

Bem, eu não tenho ódio a ninguém e em geral tive e tenho uma boa convivência com pessoas de todas as raças, cores, religiões e origens. Até andei censurando por aqui alguns que ficaram promovendo o ódio. Porém, acho que se os outros têm direito a reclamar de discriminação, acho que nós caras-pálidas também teríamos. E o fato é que vivemos em tempos tristemente brancofóbicos, misândricos, heterofóbicos e anticristãos.

Por exemplo, estes jovens atacaram uma indefesa mulher branca com problemas mentais (se bem que seus atacantes pareciam ter problemas mentais mais graves), e pegaram apenas 240 dias de cadeia, sendo liberados antes. Recentemente dois outros jovens tocaram fogo em um colega branco dizendo "é o que você merece, white boy", mas segundo a polícia não houve crime racial. Da mesma forma, ataques contra cristãos são comuns em diversas partes do globo, sem que ninguém fale muita coisa. Os coptas do Egito podem mesmo desaparecer em breve. O homem branco heterossexual cristão não pode sequer se queixar: é considerado sempre o vilão da História.

Para nossa sorte, alguns cientistas estão trabalhando na pílula contra o racismo, leis antihomofóbicas estão sendo aprovadas em todos os cantos do globo, e os crucifixos estão sendo retirados dos tribunais. Assim todos finalmente serão iguais e felizes.



terça-feira, 6 de março de 2012

A Era do Narcisismo

Está causando furor por aqui a história de uma estudante de uma universidade católica, Sandra Fluke. Ela exige anticoncepcionais gratuitos para as mulheres da sua faculdade, e não só da faculdade, mas de todos os EUA, em nome da igualdade e da "saúde pública". Por "gratuitos", entenda-se pagos pelo público. Segundo ela, é um "direito fundamental".

Como de certa forma ela está querendo que os outros financiem a sua vida sexual, ela foi chamada de "periguete" (slut) e "prostituta" (whore) pelo radialista Rush Limbaugh. Porém, houve grande pressão das feministas, e ele teve que pedir desculpas. Vejam a força do movimento feminista nos EUA: Rush Limbaugh normalmente critica esquerdistas todo o dia no seu programa, mas bastou falar das mulheres e teve que se retratar.

Era tudo uma armadilha, é claro. Fluke não é uma estudante convencional, e ela não é nem mesmo uma periguete (as periguetes gostam demais dos homens para serem feministas). Ela é uma ativista de mais de 30 anos de idade, com um longo passado de "estudos feministas", e que preparou cuidadosamente tudo, desde a escolha da universidade católica na qual iria "estudar", isto é, ser agente infiltrada. A intenção era mesmo a de causar escândalo e explodir na mídia, e os conservadores caíram direitinho, como patos! Quá quá quá!

(Pense bem, é genial. A esquerda toca as cordas da direita como um violino. São essas coisas que me fazem pensar em desistir do blog e virar um esquerdista, até porque a esquerda paga melhor. É o mesmo caso do menino "transgênero" que os esquerdistas infiltraram nas escoteiras. Não duvido que um dia os esquerdistas consigam infiltrar um Papa gay em pleno Vaticano!)

A polêmica sobre os termos utilizados terminou obscurecendo o que realmente importava no assunto. Afinal, por que é essa moça com a maior cara-de-pau exige -- em uma universidade católica! - que os outros paguem pelos seus anticoncepcionais? Pois não importa o que ela faz em seu dormitório (é provável mesmo que seja lésbica, como a maioria das feministas), mas por que os outros teriam que bancar? Afinal os anticoncepcionais são bem baratinhos e estão ao alcance do bolso de qualquer estudante universitária.

Mas a idéia da megera indomada na verdade não tem a ver com economia ou saúde, mas sim com o igualitarismo feminista levado às últimas conseqüências: se homens podem ter direito ao sexo sem gravidez, as mulheres também devem ter. E pago pelos homens, naturalmente!

Não é só o feminismo que é problemático. Lamentavelmente, vivemos em uma era dominada por narcisistas, pilantras e caras-de-pau, que acham que tem "direito" a tudo. Talvez essa seja a pior idéia já instigada pelo progressismo, a idéia de "direitos" entendidos como algo extremamente amplo e sem qualquer tipo de responsabilidade ou conseqüência. Criou uma geração de pessoas que acham que podem tudo e tem direito a tudo, e o Estado teria que pagar pelos seus mais ridículos caprichos.

Tão alastrada está essa idéia que chegou no boca-a-boca mesmo aos países mais subdesenvolvidos e miseráveis. Imigrantes do Cuzuquistão e da Canibália já desembarcam em países europeus querendo (e muitas vezes recebendo) casa e comida pagos pelo contribuinte e, se não receberem, colocam fogo nas ruas. Gays querem ter direito a casar e adotar filhos, ou se não vai voar purpurina pra todo lado. Até os gordos agora exigem o "direito" a não serem discriminados, ou a terem remédios dietéticos pagos pelo contribuinte... Ora, vão fazer ginástica, seus balofos!

O narcisismo contemporâneo pode ser visto nas artes plásticas modernas. Artistas que fazem "arte" com seus próprios fluidos, ou que estampam detalhes de suas sórdidas vidas. Há uma artista que pinta a si mesma nua na banheira comendo sorvete. Uma outra exibe sua vida sexual em fotografias. A arte moderna parece versar quase que exclusivamente sobre a egolatria obsessiva. Que façam o que quiserem com suas vidas, mas por que temos que ver isso nos museus?

O mesmo narcisismo é visto do outro lado, nos progressistas que se unem a causas por um "mundo melhor". É em muitos casos apenas busca de status, mostrar que se é melhor do que os outros.

Bem, mas o pior é que essas feministas estão dando um tiro no pé. Com o aborto e anticoncepcionais gratuitos para todos, continuarão reduzindo o nascimento de crianças na classe média nativa, enquanto as mexicanas nos EUA e as muçulmanas na Europa continuarão tendo cinco filhos cada e propagando a cultura machista de seus países. No futuro, todas essas feministas terminarão com uma burka na cabeça. Talvez seja isso mesmo o que elas querem (sei de uma feminista periguete na juventude que terminou casando com um muçulmano. Ele a levou para seu país e ela está lá vestindo burka e sem poder sair de casa. E feliz da vida! Afinal, o fato é que as mulheres em sua maioria gostam de ser dominadas, e essas feministas no fundo são as que mais querem, precisam mesmo é de umas boas palmadas.)

O problema é que um dia a casa cai. O contribuinte não pode sustentar tantos pilantras ao mesmo tempo. Não sei quando vai ser exatamente, mas é bastante claro que um dia o castelo de cartas progressista vai desabar. Lamentavelmente, vai nos levar a todos juntos para o precipício! Vejo um mundo em guerra, conflitos raciais e desastre econômico nas próximas décadas! O Euro certamente vai acabar em poucos anos. Os imigrantes vão entrar em conflito com os nativos. Governos vão cair e guerras vão ocorrer. Pobreza, miséria e doença se alastrarão como gafanhotos. Mas tudo bem: é provável que, depois de tudo isso, o mundo retornará ao bom senso, pois não poderá mais sustentar a loucura, o coletivismo e o narcisismo.

Qanto às feminazis e à Sandra Fluke, bem, tudo o que posso fazer é dedicar a elas esta bela e romântica canção de Davi Menezes Jr., "Morocha". Espero que gostem!

domingo, 4 de março de 2012

Quem tem saudade da ditadura?

O Sakanoto teve um texto faz pouco querendo trazer de novo a discussão sobre a Lei da Anistia, e já começa falando em supostos direitistas que estariam com "saudade da ditadura".

Saudade da ditadura? Nunca conheci ninguém que tivesse, até porque somos de outra geração. Isso é história velha e enterrada. O próprio Sakamoto tem 33 anos, portanto nem viveu o período. Eu peguei o finzinho do governo Figueiredo quando criança. Não lembro que fosse um tempo tão horrível quanto dizem. Lembro vagamente que havia mais hinos cantados na escola, mais paradas militares, mais patriotismo. Fora isso, era um tempo como qualquer outro, para aqueles não metidos em política. Eu lembro mesmo é que podia jogar bola de gude e andar de bicicleta na rua sozinho a tarde inteira sem que meus pais sequer se preocupassem. Acho que isso seria impossível hoje em dia.

Quem parece ter "saudade da ditadura" são os esquerdistas, em especial os petistas no poder. Não perdem ocasião de falar dos "anos de chumbo". Talvez seja saudade da juventude, ou do tempo em que eram (no seu entender) heróis rebeldes. Não fossem eles, a tal ditadura já teria sido esquecida há muito tempo, até porque nem foi um período tão diferente a tantos outros. Será que o Estado Novo de Getúlio era menos ditatorial?

No entanto, um comentarista no blog do Sakoloko, um certo EPG, comenta algo que me parece lícito repetir aqui:

Parece mesmo que o Sr. vive em outro país... e talvez viva mesmo, dentro da sua cabeça. Recentemente o mesmo jornal que abriga seu Blog, noticiou que desde 2007, cerca de 150.000 processos de homicídio no país estavam inconclusos e que em apenas 3% de todos os casos, o criminoso era identificado. Não vejo uma linha sequer de "pensadores" como o Sr. exigindo ou meramente se indignando com as 150 mil vidas perdidas de cidadãos comuns, trabalhadores, estudantes, enfim gente! Porque não instaurar imediatamente uma Comissão da Verdade para apurar estes casos ? Acelerar as investigações ? Garantir a punição dos verdadeiros bandidos que ameaçam a sociedade ?Não ! Vocês se calam de uma forma vergonhosa, como se não fosse com vocês... afinal somos nós, gente comum e não terroristas armados, que estamos ameaçados diariamente de morte. Saudosismo da ditadura ? Parece que vocês é que não conseguem esquecer algo que aconteceu há quase quarenta anos atrás e que tirou a vida de no máximo 400 terroristas, mesmo tendo, na atualidade, uma quantidade equivalente a duas guerras do Iraque de mortos anualmente no Brasil, de pessoas que nunca tiveram uma arma na mão e que só estavam no lugar errado na hora errada. Isso é realidade, caro cientista político, está acontecendo conosco HOJE ! Qual é a sua proposta ? Acabar com os militares e com toda a polícia , porque o Sr. não gosta de farda ? Como o Sr. pensa em manter a ordem e a segurança ? Ou o Sr. também tem ojeriza a isto também ? Penso que se tem essas fobias, deveria procurar ajuda psiquiátrica. Ora Sr. Sakamoto, infelizmente o Sr. não é sério !

De fato, se a esquerda tanto quer punir torturadores, por que não começa punindo estes aqui. Ou estes. Torturador é o que não falta neste Brasilzão!

É claro que Bokirroto vive num mundo de fantasia. No seu mundo delirante, jovens de classe média  brasileiros falam assim no bar:

"Enquanto isso, entre amigos da classe média…
- Uma puta! Alguém pega o extintor para jogar nessas vadias.
- Um índio! Alguém pega gasolina para a gente atear fogo nesses vagabundos.
- Um mendigo! Alguém pega um pau para a gente dar um cacete nesses sujos.

- Umas bichas! Alguém pega uma lâmpaga (sic) fluorescente para bater nessas aberrações."

Jamais encontrei alguém que falasse desse modo, mas talvez ande freqüentando as pessoas erradas. Nos bares em que vou, os jovens não pensam em bater em pobre ou gay algum: ao contrário, celebram o gayzismo e estão acostumados a ser achacados por flanelinhas e assaltados por marginais. O fato é que, no Brasil, não é a classe média que oprime os pobres, é o contrário: é a classe média trabalhadora que é oprimida pelos pobres! Desculpem-me os pobres honestos, mas é verdade. Se houvesse menos assaltantes e vagabundos, o Brasil seria um ótimo lugar para se viver. (Nada contra os pobres, mas detesto bandido e flanelinha).

De qualquer modo, não tenho saudade da ditadura, nem acho que seria um bom sistema de governo. O que nos leva à pergunta: qual seria um bom sistema? Sinceramente, não sei. A democracia tem com certeza os seus problemas, porém ditaduras os têm em dobro. E os leitores, o que acham?

Jamais pensei muito sobre o assunto, pois sempre considerei que Churchill tinha razão. Porém, confesso que ultimamente vejo até que com certa simpatia um retorno à monarquia: não uma monarquia absolutista, mas acho a figura de um rei interessante, nem que seja como mero símbolo da nação. O Brasil foi o único país das Américas a ter uma monarquia, e durante esse período teve maior estabilidade política do que muitos outros países. Chamem-me de louco, mas eu não veria como de todo ruim uma monarquia parlamentarista. O povão e as revistas de fofocas também gostariam. Win-win.

E você: tem saudade da ditadura?!?




São os asiáticos os novos judeus?

Um post polêmico, ainda que de outra ordem. Faz algumas semanas, a blogosfera (bem, a limitadíssima blogosfera bizarra que leio) explodiu com comentários sobre a diminuição do número de estudantes judeus na escola mais prestigiosa de New York. A surpresa nem é essa, mas sim outra: que a grande maioria dos estudantes nessa escola agora são asiáticos.

O mesmo se dá em grandes universidades, especialmente aquelas na costa leste do país. Berkeley, Stanford e outras têm absoluta maioria de asiáticos -- de 60% a 70%, e até 80% em algumas carreiras de ciências exatas. Os judeus ainda se dão bem, sem dúvida, mas seus números estão se reduzindo. Em parte pelo desinteresse de uma geração já distante da pobreza de seus antepassados, em parte pelo casamento fora do judaísmo (muitos judeus, aliás, estão casando com asiáticas!), em parte por outros motivos, como mudança para o subúrbio ou crescimento dos judeus ortodoxos e diminuição dos seculares.

Bem, mas este post não é sobre os judeus, mas sobre os asiáticos! Estariam eles se tornando a nova elite americana? Certamente o seu número cresceu muito, e sua influência começa a se fazer sentir. São inteligentes e estudam, suplantando os branquelos e branquelas que parecem mais interessados em demandar anticoncepcionais gratuitos na faculdade do que em estudar!

Alguns criticam os asiáticos, eu tenho simpatia por eles, embora para ser sincero me causa espanto o seu número crescente. Eles são meio esquisitos! Os chineses inventaram a pólvora e o macarrão, mas também comem comidas estranhas e gostam de fazer animais sofrer. Os japoneses inventaram o walkman, fazem ótimos carros e desenhos animados e vem fazendo importantes avanços na área da robótica, mas tem uns fetiches sexuais meio estranhos! (*)

Por outro lado, os asiáticos são muito inteligentes e parecem determinados a conquistar os EUA e tornar-se sua nova elite. Quem é que poderá impedi-los?



(*) Não levem este post a sério demais. Isto é uma piadinha/provocação. Gosto dos japas, com exceção do Sakamoto!

sábado, 3 de março de 2012

Andrew Breitbart e a guerra cultural

Ele não era conhecido no Brasil, e mesmo nos EUA não se pode dizer que fosse uma figura famosa. Trabalhou com Matt Drudge no Drudge Report, e depois criou uma série de sites de notícias e comentários de orientação (neo?) conservadora. Como Steve Jobs, era uma criança adotada, irlandês étnico criado como judeu. De direita, sim senhor. Sua principal realização foi ter conseguido trazer à tona denúncias de malversação de fundos e assim acabar com o ACORN, organização esquerdista americana envolvida em uma série de mutretas.

O mais interessante sobre ele, no entanto, é que usava "técnicas esquerdistas". Xingava os esquerdistas nos mesmos modos, usava de artifícios para filmar vídeos escandalosos e depois colocá-los online. Com um vídeo, conseguiu a demissão de uma negra racista que comandava a Secretaria de Agricultura. Depois descobriram que o vídeo fora editado e tirara algumas declarações do contexto. Anti-ético? Talvez. Eficiente? Com certeza.

Com a publicação de fotos pornográficas, conseguiu a renúncia do deputado Democrata Anthony Weiner, acusado de mandar fotos do próprio pênis para estagiárias. De mau gosto? Pode ser. E daí? Fez o serviço.

Recentemente ele tinha anunciado que tinha um vídeo novo sobre Obama que poderia destruir suas intenções de reeleição. Hoje, poucas semanas depois, morreu de forma inusitada: no meio da rua, caiu morto no chão. Causas ainda desconhecidas. Tinha apenas 43 anos, aparentemente saudável. Coração? Talvez. Alguns estão suspeitando de assassinato por causa dos vídeos, o que parece pouco provável, mas nunca se sabe.

Além das eternas perguntas sobre a brevidade da vida e o inesperado da morte, o debate que surge é: deveria a direita imitar a esquerda nos seus métodos? Por vezes, os conservadores são demasiado bem-comportados, ficam em um chove-não-molha e acabam cedendo cada vez mais espaço ao movimento esquerdista.

Eu não sei bem na realidade, nem faz parte do meu interesse virar ativista. Só fico pensando cá com meus botões. Qual seria a melhor técnica de combate? Em uma de suas últimas entrevistas, Breitbart disse algo bem interessante: "A Direita tem focado sua energia e seu dinheiro no processo político, achando que isso é suficiente. Simplesmente deixou a cultura de lado. Mas a cultura é tudo e a mídia é tudo, e quando você chega no campo político, você já perdeu."

É isso aí. Talvez o que seja necessário é uma "longa marcha através das instituições", mas ao contrário.