quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Eutanásia ou morte!

Na Inglaterra, dois casos recentes chamam à atenção sobre o problema da eutanásia. Os dois são casos de mães que mataram os próprios filhos.

A primeira mãe matou o filho com doses maciças de heroína comprada na rua, pois estava convencida que ele sofria imensamente após um acidente que causou sérios danos cerebrais. Não houve pedido algum do filho (a reportagem não deixa claro se ele podia mesmo se comunicar). A mãe é que parecia extremamente interessada em livrar-se do filho-problema.

No outro caso, uma mãe também matou a própria filha, mas livrou-se da acusa de assassinato. Aqui parece ter havido um desejo expresso da filha de acabar com a própria vida, ao qual a mãe respondeu com carinho, amor, e injeções de ar para causar embolia.

Por outro lado, a doença da filha - encefalomielite miálgica, também conhecida como "fadiga crônica" - é debilitante, mas raramente mortal. Além disso, o paciente está em plena consciência de suas faculdades.

Digamos que a filha sofresse de depressão - que, como sabe todo aquele que já passou por isso, também pode tornar a vida um inferno. Seria lícito também nesse caso matar um filho deprimido, ou ao menos incentivar o suicídio que ele tanto deseja, em vez de tentar salvá-lo?

Qual a linha que separa a compaixão do egoísmo? E a eutanásia do assassinato?

É curioso que haja hoje tanta ênfase no "direito de morrer". (Eu preferiria que alguém lutasse pelo direito de sermos imortais.) Será isso causado pela crise religiosa do Ocidente?

Afinal, por um lado, a tecnologia médica permite uma vida muito mais longa do que antigamente. Por outro lado, ao menos uma terça parte dessa "vida mais longa" vai ser passada na sofrível velhice. (A fonte da juventude ainda ninguém descobriu).

Somando-se a isso, a crise do cristianismo parece estar gerando o fim de qualquer idéia de que a vida seja "sagrada", de que o destino esteja "nas mãos de Deus". Segundo a narrativa pós-cristã, somos apenas matéria, órgãos, átomos, ou, como a própria Bíblia diz, pó. O importante é curtir a vida enquanto podemos com muito sexo, drogas e roquenrol, e depois, bye bye.

A obsessão com a morte é tanta que o escritor inglês Martin Amis já quer que sejam instaladas "cabines de suicídio" nas esquinas das ruas londrinas, para maior facilidade de velhinhos esclerosados e jovens com problemas mentais.

O Ocidente está em crise, não resta dúvida. Não há maior indicação disso do que a gritante presença de tantos indivíduos que se preocupam mais em morrer do que em viver - ou em dar à luz novas crianças.

Lamentavelmente, depois que o último velhinho europeu morrer e apagar a luz, o continente ainda vai estar repleto de jovens muçulmanos que não vão querer acabar com a própria vida com injeções de morfina em um hospital, mas sim explodindo-se com bombas em um bar ou um supermercado. Ou quem sabe até em um hospital.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Quarto mundo

Falamos recentemente sobre a praga do "terceiromundismo", mas há lugares do mundo que ficam além dessa explicação. Lugares tão inóspitos que, francamente, é ver para crer.

Se você achou o Haiti o fim da picada, é porque não conhece a Libéria.

A VBS TV é um site bacana que descobri recentemente. É uma rede de televisão online especializada em documentários curtos. O diretor criativo é Spike Jonze. Os documentários que assisti até agora são bem interessantes, ainda que algo superficiais. A série sobre a Libéria está atualmente na parte 6 de 8. Cada episódio dura menos de dez minutos. Se você não puder assistir tudo, tente assistir ao menos a parte 1 (abaixo), que faz um breve apanhado histórico, ou então a incrível parte 3, que é a mais grotesca e apavorante de todas, e pergunte-se que tipo de salvação pode haver para essa pobre gente.

(Vendo essas cenas, parece-me que os europeus cometeram um grave erro ao colonizar a África; talvez fosse melhor ter deixado os locais com suas tribos e seus tambores. Ao menos, antes eles se matavam com lanças, e não com AK-47s.)

Outro documentário interessante é o sobre a Coréia do Norte. Acho que o Tiago vai gostar deste. É um pouco menos impactante e mais aborrecido por não poder sair jamais do tour propagandístico traçado pelos zelosos nortecoreanos. Mesmo assim, a impressão que passa de Pyongang é de uma cidade-fantasma. Há também um documentário sobre as condições de trabalho semi-escravo em Dubai.

Para os mais interessados na alta cultura brasileira, eles fizeram um curta sobre a mulher-melancia.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Últimos estertores do chavismo

Lembram, há poucos anos atrás, quando ainda tantos na esquerda celebravam Chávez e suas "conquistas", e falavam em como ele estaria resolvendo os problemas sociais da Venezuela, e sua influência política ameaçava se espalhar por todo o continente? Mesmo celebridades como Sean Penn, Oliver Stone e Naomi Campbell abraçavam-se ao tirano (claro que depois tomando um bom banho e voltando para suas mansões em Bel Air e Beverly Hills).

Hoje o povo liderado por Chavito enfrenta o amargo resultado de suas políticas: escalada de crime, crise energética, inflação de 60%, banhos de três minutos, censura na TV, racionamento de água e alimentos.

Chavez também perdeu de goleada a disputa em Honduras e sua influência continental começa a minguar. No Chile, a direita ganhou as eleições; é provável que a essa se sigam outras derrotas. Mesmo em Caracas, sua popularidade não é sombra do que era. Nem acusar os EUA de ter uma máquina de criar terremotos ajuda o pobre coitado.

De fato, os problemas são tantos que os ratos já começam a fugir do navio. (Cadê o Sean Penn agora? Cadê Naomi Campbell?)

Tudo isso, é claro, não é uma surpresa para este blog, e todos os que sabiam que o tal "socialismo do século XXI" era tão ruim quanto o do século XX.

Mas não espere por isso que os fãs do socialismo desistam, e finalmente entendam que tentar esse caminho é burrada. Já estão eles gritando que é tudo culpa do "imperialismo" em seu novo Fórum Social Mundial.

Da próxima vez, eles garantem, vai dar certo.




Enquanto isso, na América, o Obamismo também começa a degringolar.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Poema do domingo

Sensation

Par les soirs bleus d'été, j'irai dans les sentiers,
Picoté par les blés, fouler l'herbe menue :
Rêveur, j'en sentirai la fraîcheur à mes pieds.
Je laisserai le vent baigner ma tête nue.

Je ne parlerai pas, je ne penserai rien :
Mais l'amour infini me montera dans l'âme,
Et j'irai loin, bien loin, comme un bohémien,
Par la Nature, - heureux comme avec une femme.

Arthur Rimbaud (1854-1891)

Terceiromundismo

Uma coluna interessante de um sujeito que eu não conhecia, Robert Weissberg, fala sobre as características do terceiro mundismo. Como identificar um país de terceiro mundo?

1) O lixo. Sempre há lixo jogado pelas ruas dos países de terceiro-mundo (normalmente sendo vasculhados por cães vira-latas, gatos e/ou mendigos). Todos jogam o papel da bala que acabaram de comer no chão, ou mesmo atiram latas de coca-cola pela janela do carro. Associado a esse fenômeno, está a apatia: ninguém limpa a própria calçada, "esperam que o governo venha resolver".

2) O trânsito caótico. Ninguém respeita o sinal vermelho, e tanto faz atravessar na faixa de segurança ou não: o risco de ser atropelado é o mesmo. De fato, os pedestres ignoram a faixa tanto quanto os carros, atravessando a rua em qualquer lugar. Estacionamento em fila dupla, limpadores de vidros e flanelinhas são outros sinais claros de terceiromundice.

3) Empregos de faz-de-conta. Em sua maioria empregos públicos em que as pessoas fingem que trabalham, como é o caso do Brasil, onde o grande negócio é ser funcionário público federal. Mas também a existência de empregos idiotas, como por exemplo ascensorista. Uma pessoa que é paga para apertar botões. Sempre me espantei que isso existisse no Brasil (e ainda existe, ao menos nas repartições públicas: é o modo que o governo tem de "diminuir o desemprego").

4) Insegurança. Ricos vivendo atrás de muros em casas ultraprotegidas, tendo que pagar vigias privados, em casos extremos usando carros blindados, etc; mas insegurança também afetando pobres, que são assaltados no ônibus ou mortos por gangues.

5) Incompetência geral. Telefones públicos que nunca funcionam e que ninguém conserta. Estradas esburacadas idem. Lojas e restaurantes com serviço demorado e péssimo atendimento. Atenção: aqui a incompetência não é apenas a (esperada) do serviço público, mas das empresas privadas também.

Como se vê, primeiromundismo e terceiromundismo não têm a ver apenas com riquezas materiais. É uma questão de modo de pensar, eu quase diria de estado de espírito. O curioso é que, embora a terceiromundice seja facilmente exportável para os países de primeiro mundo (e, de fato, já há bairros de terceiro mundo em várias capitais americanas e européias), a recíproca não é verdadeira. Levar aos países de terceiro mundo o primeiromundismo (i.e. o oposto das características acima: limpeza, respeito às leis do trânsito, trabalho produtivo, segurança) é bem mais difícil.

Isso nos leva a pensar uma coisa. Considerando que a maioria do planeta é de "terceiro mundo", será que o terceiromundismo não é, na verdade, o default da humanidade, e que o primeiromundismo foi apenas uma aberração histórica e geográfica momentânea, que logo será eliminada e esquecida?


sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O retorno da Inquisição

Poucos estão por dentro, mas o holandês Geert Wilders está sendo julgado na Holanda por incitação ao ódio religioso por criticar o Islã. Curiosamente, seu filme "Fitna" utiliza apenas citações islâmicas, tiradas do próprio Corão. Então, estaria Wilders sendo julgado por repetir o Corão?

Ao contrário dos EUA, onde qualquer grupo, por mais racista, sexista ou nazista que seja ainda pode se expressar livremente, não existe liberdade de expressão na Europa hoje. Mas o mais curioso é que as autoridades e cortes européias estejam defendendo, não o Cristianismo, ou mesmo o secularismo, mas o Islã.

Ou seja, temos países não-islâmicos tomando para si a missão de promover as leis muçulmanas. Na prática, isso significa que a Holanda já é um país muçulmano.

Aliás, estranho isso de haver tribunais para punir pessoas por falarem mal da religião. Qualquer um pensaria que a Europa voltou aos tempos da Inquisição, não fosse que, em vez de defender o catolicismo, preferem defender o Islã.

Terminará Geert Wilders na fogueira?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Por que o Haiti é tão pobre?

Pipocam explicações sobre a pobreza do Haiti. Alguns acreditam que seja culpa do capitalismo, outros que seria herança do colonialismo. Outros acham apenas que os EUA teriam "medo" da democracia no Haiti, por isso os mantém na miséria.

A maioria das pessoas não entende porque existe a pobreza. Mas a pobreza é nosso estado natural. O estranho mesmo é porque existe a riqueza.

Assim como é difícil para os indivíduos enriquecer, e livros como "Fique rico fácil em meia hora" são sempre best-sellers, o mesmo ocorre para as nações. Construir uma sociedade funcional, quanto mais rica, pode levar séculos de aprendizado, e nem mesmo assim é algo garantido. Observem que mesmo países hoje considerados ricos, como a Itália ou a Irlanda, padeceram fome e pobreza por longos períodos.

Os infelizes haitianos não tem culpa pela tragédia do terremoto, mas têm alguma culpa pelo fracasso econômico e social do Haiti. Quem não acredita, que assista a este documentário sobre as gangues haitianas. Pessoas que, em vez de estudar ou trabalhar - ou mesmo melhorar a condição das favelas putrefatas em que vivem - dedicam-se ao crime. Os que não se dedicam ao crime, apenas esperam (inutilmente) ajuda do governo, em vez de realizar alguma coisa por si mesmos.

Observem que no Haiti eles nem ao menos tem um sistema de coleta de lixo: o lixo é simplesmente jogado no esgoto mais próximo. Descaso ou ignorância?

(É também verdade que a taxa de analfabetismo é de 80%. Quem vai aprender o quê com quem? E o Haiti é tão pobre que quase não tem mendigos - afinal, vão pedir esmola a quem?)

Além disso, outro claro problema é que, como ocorre em Gaza, o país superpovoado não tem qualquer possibilidade de atividade econômica que possa sustentar toda essa gente. A única possibilidade seria o turismo, mas, sem segurança, quem se anima a ir ao Haiti? Acho que os últimos que foram lá a passeio foram os Clinton em sua lua-de-mel.

É verdade que o Haiti quase só viveu sob ditaduras, e isso não ajudou muito. Entre os dois Duvalier e Aristide, pouco ficou para celebrar. Não acho que colocar o Lula para supervisionar a reconstrução (sugestão da Economist) ajude, tampouco.

Também é possível que o Haiti, ao expulsar e matar os colonizadores brancos, tenha regredido ao tribalismo africano, que jamais primou pela criação de riquezas. Curiosamente, mesmo com quase 0% de brancos, nem mesmo assim livrou-se do racismo: há um conflito no país entre negros e mulatos. (E entre os praticantes do catolicismo e do vodu.)

Qual a solução? Leio num texto do Theodore Dalrymple que existem 100.000 ONGs no Haiti. Uma para cada 800 habitantes. Todas com a função de "erradicar a pobreza". E isso era antes do terremoto.

Ora, isso mostra que a maioria das tais ONGs nada mais são do que poços sem fundo, entidades ideológicas que vivem de explorar o problema da pobreza, não de solucioná-lo. Afinal, se a pobreza acabasse, também acabaria o ganha-pão dessas entidades.

(Não que todas sejam completamente inúteis; há algumas almas de bem que realmente trabalham ajudando os necessitados. Mas são sempre gotas em um oceano. E depois, há um outro paradoxo: quanto mais você ajuda e alimenta, mais filhos as pessoas têm, e mais aumenta a superpopulação, renovando a pobreza.)

É claro que os haitianos não tem culpa alguma por mais esta tragédia, e é realmente triste que isso tenha acontecido. Também é triste que tenha sido necessário um terremoto para chamar a atenção sobre essa pobre gente. Confesso que, às vezes, não há como não ficar deprimido com a coisa toda.

O pior é que não parece haver solução, ao menos não a curto prazo. A única solução rápida e simples que vejo para a pobreza do Haiti seria - perdoem o cinismo - simplesmente substituir seu povo pelo educado povo suíço, americano ou japonês.

(A propósito, a solução para o Brasil seria idêntica - mas onde encontramos duzentos milhões de suíços?)

Um bairro próspero de Port-au-Prince.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Reconquista

O post anterior, meio brincalhão, fala no entanto sobre uma questão séria, as idéias socialistas e socializantes que tomam conta de grande parte das instituições dos países ocidentais. O inimigo do Ocidente é o próprio Ocidente, ou, ao menos, uma quinta-coluna bem infiltrada, que chega mesmo até seus postos mais altos de mando, causando todo tipo de confusão proposital.

Para dar uma idéia da loucura: o terrorista nigeriano que tentou explodir o avião no Natal passou todos os controles, mesmo a) estando em uma lista de terroristas, b) tendo sido denunciado como radical islâmico pelo próprio pai e c) tendo realizado ações suspeitas como comprar um bilhete só de ida, sem bagagem, pagando à vista - enquanto isso, um cidadão britânico foi preso, perdeu o emprego e está impedido permanentemente de utilizar o aeroporto de Robin Hood, simplesmente por ter feito um comentário jocoso no twitter sobre explosões. Eis o estado do Ocidente.

Bem, mas a grande notícia hoje aqui nos EUA é a vitória do Republicano Scott Brown para o cargo de Senador pelo Massachussets, em substituição a Teddy Kennedy, morto recentemente.

A vitória é importante por vários motivos:

a) o simbolismo de ocupar o cargo de Ted Kennedy, há décadas no poder;
b) Massachussets é (era) um estado largamente Democrata;
c) É uma clara derrota de Obama, que fez campanha para a candidata Democrata (Martha Coakley, uma espécie de Dilma americana);
d) Provavelmente sela o fim do "Obama Care", já que não terá votos;
d) Mostra o descontantamento da população com as políticas socializantes;
e) É um candidato associado ao movimento dos "tea parties", movimento popular de protesto considerado "racista" e "malvado" pelos Democratas.

Não é ainda o início da Reconquista do Ocidente, mas é ao menos uma notícia positiva no front.

Senador Scott Brown. A loiraça ao lado é sua filha.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O comunismo não é mais aquele

Nosso amigo tiaguento continua citando Stalin, Mao e até Enver Hoxha (!), mas ele parece não se dar conta que o mundo mudou.

Ele fala em "casa Rockefeller" e outros milionários que seriam "de direita", quando a realidade é que os maiores comunistas do mundo, hoje, são multimilionários e/ou donos de grandes corporações. A Fundação Rockefeller, assim como a Fundação Ford, é uma das maiores patrocinadoras de causas progreçistas.

É que antes os comunistas comiam criancinhas; hoje preferem filé mignon.

O inimigo não é mais Stalin. Esse felizmente já morreu, e está bem enterrado. O inimigo é Obama. O inimigo é a União Euro-Mediterrânea. O inimigo é George Soros. O inimigo é a ACLU, a ACORN, o CFR. O inimigo é o PT. São as ONGs e os "movimentos sociais", centenas de organizações que defendem e financiam o comunismo moderno, também conhecido como progreçismo.

O inimigo comunista de hoje não é mais Soviético, é Americano e Europeu (aliado com Sauditas e Chineses), e tem muita grana nas mãos. Porém, o objetivo é o mesmo: a acumulação de poder totalitário para uns poucos em nome do Povo ou da Justiça Social, ou da Ecologia, ou dos Direitos das Minorias.

Mas se eles pensam que a vitória será fácil, e que nos enganam com esses truquezinhos de falar nos falecidos Stalin e Hoxha tentando despistar, estão muito enganados.

Querem nossa rendição? Querem nossas armas?

ΜΟΛΩΝ ΛΑΒΕ
!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Rezem pelo Haiti, chorem pelo Haiti

Por pior que esteja o Brasil, ainda não se encontra na calamitosa situação do Haiti.

Por que as desgraças ocorrem aos mais miseráveis?

Bem, nem tudo é coincidência. O Haiti não é apenas o país mais pobre do hemisfério ocidental, como também o com maior densidade populacional. São dez milhões de pessoas em metade de uma ilha. Sem falar que a construção civil haitiana não é sinônimo de qualidade. Isso explica um pouco a magnitude do desastre.

Terremotos de magnitude similar ocorreram no Japão com número muito reduzido de mortes, e sem o caos que se vê hoje no Haiti.

Porém, a polêmica da semana por aqui foi mesmo a afirmação do pastor Pat Robertson de que as desgraças do Haiti ao longo de duzentos anos seriam resultado de um pacto com o Demônio. (Já o cônsul do Haiti em São Paulo falou que a culpa seria da macumba africana mesmo.)

Na verdade, o que ocorreu no Haiti não foi um pacto com o Diabo, nem macumba, mas sim um cerimônia vodu. Da famigerada Wikipedia:

A man named Boukman, another houngan, organized on August 14, 1791, a meeting with the slaves in the mountains of the North. This meeting took the form of a Voodoo ceremony in the Bois Caiman in the northern mountains of the island. It was raining and the sky was raging with clouds; the slaves then started confessing their resentment of their condition. A woman started dancing languorously in the crowd, taken by the spirits of the loas. With a knife in her hand, she cut the throat of a pig and distributed the blood to all the participants of the meeting who swore to kill all the whites on the island. On August 22, 1791, the blacks of the North entered into a rebellion, killing all the whites they met and setting the plantations of the colony on fire.

Do outro lado, há quem diga que a culpa pelo terremoto é do capitalismo (modalidade econômica que me parece quase desconhecida nesse país, já que seu PIB anual total é menor do que a verba à disposição para falcatruas só no Senado Brasileiro). Ou então do aquecimento global: para o ator Danny Glover, a Mãe Terra ficou brava com o fracasso das negociações em Copenhague, e por isso decidiu destruir um dos países mais pobres do planeta (Bizarra escolha.). Já um blogueiro de esquerda cujo link não consigo agora encontrar afirmou que o terremoto não foi um desastre natural, mas foi "artificialmente gerado pelos países ricos para sacanear o Haiti e roubar suas riquezas naturais." (Quais riquezas? Os habitantes depenaram até a floresta por lá, só restou 2%).

Bem. Não é momento de falar em política ou religião, mas sim de tentar ajudar essas pobres pessoas que lá estão. Rezemos pelo Haiti, oremos pelo Haiti. Quem puder, que envie ajuda.

Lamentavelmente, a maior tragédia do Haiti não é que o terremoto tenha destruído a infraestrutura do país, mas sim que não havia infraestrutura alguma para começar. O país é pouco mais do que uma favela gigante.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A mente revolucionada

Olavo de Carvalho escreveu vários artigos interessantes sobre a mente revolucionária. Porém, ultimamente tenho pensado mais nas mentes, não dos líderes revolucionários, que são uma minoria esperta de cínicos mentirosos, mas dos meros seguidores, isto é, nas mentes revolucionadas: mentes completamente deturpadas pelo liquidificador do marxismo.

Aquelas ovelhas que meramente seguem e repetem, lobotomizadas, os slogans de seus corruptos líderes. Há alguns que costumam aparecer por aqui (será que preciso citar nomes?), mas eles estão por muitos outros lugares. Seu nome é legião.

Será que têm cura? O ex-agente da KGB Bezmenov acredita que não. Uma vez que o sujeito se torna um true believer, é muito difícil que retorne para a realidade.

E, no entanto, no entanto... Muitos direitistas de hoje foram esquerdistas em seu remoto passado. Mesmo Olavo de Carvalho e Reinaldo Azevedo. Nos EUA, David Horowitz e Mark Steyn.

Talvez a questão seja a seguinte: muitas pessoas repetem os slogans do esquerdismo/progreçismo [decidi grafar sempre assim] apenas porque é a "filosofia" da moda. Igualmente repetiriam mantras do nazismo, do anarquismo ou do positivismo se um número suficiente de pessoas o seguisse. É uma mera questão de aceitação social. Ser de direita é ser racista, egoísta, capitalista - uncool. Ser de esquerda é ser solidário, descolado, alternativo - cool.

Isso está mudando, e vai mudar mais à medida que o preço das políticas de esquerda ficar mais claro. Se bem que, se para alguns não ficou claro após 70 anos de comunismo puro e duro, será que vai ficar alguma vez?

Marxismo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Criminosos infelizes

Digamos que um sujeito estrangule uma moça grávida, depois de estuprá-la e espancá-la. Agora acrescente o seguinte detalhe: o criminoso teve uma infância infeliz. Quando era criança, morava na miséria, era abusado por seu tio, e sua mãe lhe batia com o ferro de passar.

O assassino deve ter uma pena menor por causa disso? O sofrimento pregresso de algum modo é um atenuante? Já que ele sofreu antes não deve sofrer depois?

Ou digamos que um criminoso roube um carro, no processo arrastando um menino de seis anos pelas ruas. Mas é pobre, jamais teve um tostão. Não seria a sua situação social a que o leva a cometer o crime?

Na verdade, nem a vida pregressa do cidadão nem sua condição socioeconômica deveriam interessar uma pinóia. Cometeu crime? Cadeia! Sei de muitas pessoas que tiveram infâncias difíceis e nem por isso saíram por aí matando e assaltando. E a maioria dos pobres não rouba ou mata só por ser pobre.

Se o assassino tivesse matado o tio que abusava dele, isso talvez poderia ser alegado em sua defesa; se tivesse roubado um pão para comer, poderia-se quem sabe entender; mas em casos em que a vítima não tem qualquer relação com os problemas psicológicos ou sociais do criminoso, como imputar a conduta criminosa a causas psicológicas ou sociais?

No entanto, muitos juízes parecem discordar de mim. Alguns parecem mesmo achar que a vítima é que tem culpa, por ter muito, ou por andar por onde não devia.

Há ainda a hipótese de que os criminosos, se pertencerem a minorias oprimidas, também deveriam receber uma redução de pena. É o caso de Rudy Guede, onde, provavelmente por ser um imigrante da Costa do Marfim, o assassino confesso recebeu uma pena menor do que os cúmplices (uma garota branca americana e um garoto branco europeu). Ou o caso de um gay que matou os pais e diz que a razão é que eles não aceitavam sua homossexualidade. Agora exige que o juiz que julgue a causa seja gay, pois só assim para ser compreendido.

Não duvido que obtenha seu desejo. A tendência dos progreçistas é ver o criminoso sempre como um coitadinho, humilhado pelo sistema.

O problema é que aí a vítima e seus familiares pagam duas vezes: a primeira quando ocorre o crime, a segunda quando seus apelos são ignorados e os criminosos são liberados com penas irrisórias. No Brasil, chega a ser ridículo: criminoso algum podem ficar mais de 30 anos presos, mesmo que tenha organizado um genocídio em seu quintal.

Mas considere esta última hipótese: e se os "verdadeiros culpados" pelo crime não fossem as "causas sociais" nem a "infância infeliz", mas os genes? Saiba que agora mesmo, na Itália, pela primeira vez na história um assassino teve a pena reduzida por - de acordo com os advogados que se basearam em estudos de geneticistas - ter um gene que causaria a predisposição à violência, o tal MAOA.

E se houvesse mesmo um gene do crime? O que ocorreria com a noção de Justiça? Afinal, o criminoso poderia sempre alegar: "não fui eu, foram os meus genes". Assim como hoje alega que foi sua infância infeliz ou sua pobreza.

Seriam então os criminosos tratados com medicamentos anticrime, em vez de cadeia, como em Laranja Mecânica? Mas isso já ocorre com os criminosos com transtornos mentais. Muitas vezes são liberados nas ruas, com a mera condição de que continuem tomando suas pílulas, o que nem sempre acontece (e aí voltam a matar).

Mas pode um gene realmente induzir alguém a cometer crimes? Mesmo que alguém tenha predisposição à violência, isso não deveria levá-lo necessariamente a se tornar um assassino. É mais provável que o criminoso seja influenciado por uma complexa série de fatores, que incluiriam sua predisposição genética, inteligência (baixa - é mito que os criminosos sejam inteligentes), aspectos econômicos, sociais e culturais, educação, formação moral e religiosa, e nível de testosterona.

Mas tudo isso é irrelevante, é claro.

Afinal, enquanto criminosos reais são perdoados ou têm as penas reduzidas por razões genéticas, multiculturais ou sociais, enfim, coitadismo, a Justiça progreçista preocupa-se mesmo é com sujeitos que mandam emails racistas ou fazem acusações politicamente incorretas. Esses sim são seres perigosos que devem ser punidos com o máximo rigor da lei.

"Num tenho culpa, seu guarda. Nasci assim!"

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Fuga da realidade

O esquerdismo é uma droga. Tanto no sentido metafórico quanto no literal - é uma droga poderosa que faz o usuário fugir da realidade, viciando e causando transtornos mentais. A prova mais recente é esta curiosa reportagem, falando sobre espectadores que caem em depressão e tentam o suicídio após assistir ao filme "Avatar". A razão de sua depressão é que Pandora não existe, e o mundo real é triste, cinzento e desigual.

Eis os comentários de alguns desses espectadores avatardados:

"Ever since I went to see 'Avatar' I have been depressed. Watching the wonderful world of Pandora and all the Na'vi made me want to be one of them. I even contemplate suicide thinking that if I do it I will be rebirthed in a world similar to Pandora and the everything is the same as in 'Avatar.' "

"When I woke up this morning after watching Avatar for the first time yesterday, the world seemed ... gray. It was like my whole life, everything I've done and worked for, lost its meaning. I still don't really see any reason to keep ... doing things at all. I live in a dying world."

"I really wanted to live in Pandora, which seemed like such a perfect place, but I was also depressed and disgusted with the sight of our world, what we have done to Earth."
A mesma coisa acontece com o esquerdismo, percebam. Tudo se faz em nome de uma Sociedade Perfeita, de uma Utopia Igualitária - que, como o planeta Pandora, não existe. Rejeita-se violentamente o mundo real com suas imperfeições em nome de um futuro imaginário, que nunca chega a acontecer.

Por isso o ódio do esquerdismo contra a "ordem burguesa" ou "o capitalismo" ou "a desigualdade" ou "as instituições" é, na verdade, o ódio contra a realidade. O esquerdista, como o drogado, prefere viver no seu delírio do que no mundo real, onde as coisas acontecem de uma forma bem mais frustrante do que em sua utopia igualitária onde todos são felizes e amigos.

Há quem associe essa característica do esquerdismo com o gnosticismo. Não sou especialista no tema, mas aqui há uma longa discussão sobre essa possibilidade, a partir das idéias de Eric Voegelin.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Poemas do domingo

Africa

Africa my Africa
Africa my mother land
land of milk and honey
land of natural beauty
Africa land where i live

Africa my Africa
A land of great rulers
Africa my Africa
land of nature
A land were nature lives

Africa my Africa
A land blessed by God himself
On the day of creation
God threw diamond
gold like rain
He dropped crude oil like rain

Africa my Africa
land of milk and honey

Abisoye Sejoro

* * *

SOU ÍNDIO E TENHO ORGULHO DE SER ÍNDIO

Eu nasci índio, e quero morrer sendo índio.
Eu sou índio, porque sei dançar o ritual do awê.
Eu sou índio, porque sei contar a história do meu povo.
Eu sou índio, porque nasci na aldeia.
Eu sou índio, porque o meu sistema de viver, de pensar, de trabalhar e de olhar o mundo é diferente do homem branco.
Eu sou índio, porque sempre penso o bem para meu povo e todas as nações indígenas.
Eu sou índio, Pataxó, sou brasileiro, sou caçador, pescador, agricultor, artesão e poeta.
Enfim, sou um lutador que sempre procura a paz.
Sou índio, porque sou unido com meus parentes e todos aqueles que se aproximam de mim.
Sou índio, e tenho orgulho de ser índio

Kanátyo Pataxó

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O dilema do bom selvagem

Se o homem "nasce bom, e a sociedade é que o torna ruim", como é que essa sociedade é formada por homens? Quer dizer, como é que, pelo mero fato de reunir-se em sociedade, o homem - que nasce bom - torna-se mau?

Ou estamos falando apenas que as sociedades civilizadas é que tornam o homem mau, mas se ele vive em sociedades tribais de caçadores e coletores, ele ainda é bom? Quando é que ele começa a ser mau, com a invenção da escrita, da agricultura ou do monoteísmo? Ou quando descobre o ouro? Ou a propriedade privada? Mas algumas tribos praticam canibalismo e estupro, sacrificam crianças ou as enterram vivas, será que essas práticas devem ser vistas como inocentes, como boas, ou como parte da maldade gerada pela tal "sociedade", ainda que primitiva?

Por que a religião cristã e as tradições ocidentais são vistas como coisas ruins, patriarcais, malvadas, superadas, anti-científicas, mas as religiões primitivas que incluem a adoração de árvores (como ocorre no filme Avatar) e as tradições indígenas, africanas e muçulmanas que incluem o sacrifício humano e a submissão da mulher são vistas como positivas, sábias, espirituais, etc?

O mito do "bom selvagem", não obstante seja uma falácia, fala a algo profundo dentro de nós. Acho que todos nós temos momentos em que odiamos a civilização. Frustrados com tecnologia, a poluição, as catástrofes da História, o frenesi da vida moderna, imaginamos um mundo mais puro, mais calmo, e nos imaginamos morando na selva, no mato, no nada, no atemporal, longe de tudo e todos. Como Thoureau. (Ou como Theodore Kaczynski, o Unabomber, que tinha um QI de 170 e poderia ter sido um dos maiores gênios matemáticos que já existiram na espécie humana, se não tivesse ficado maluco e iniciado a enviar cartas-bomba aqui e ali.)

É claro que para a maioria de nós, bastam apenas uns dias longe da civilização e perto dos mosquitos para nos fazer correr de volta para as cidades. A tal "vida bucólica e tranqüila" na verdade não é nada disso.

O problema do Homem Ocidental é que ele já não acredita em mais nada, muito menos em si mesmo. Lamentavelmente, os bons selvagens que tomarão seu lugar não são tão bons assim, nem terão tanta simpatia com esse discurso.

Depois de tudo, a idéia do "bom selvagem" também é uma criação européia, ocidental. Ele nunca existiu no mundo real. O Outro jamais se viu a si mesmo como puro ou bom. E não terá a menor pena de nós quando nos derrotar.

E então viveremos todos na mata, como os Na'vi. E seremos felizes para sempre.

"Tá olhando o quê, seu ocidental fiadaputa?"

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Ataque dos quilombolas selvagens


O que faríamos sem a Internet? Sem ela, não teríamos a deliciosa ironia de que, no mesmo dia em que um comentarista publica neste blog seu "manifesto quilombola ameríndio", leio uma notícia sobre quilombolas atacando, esfaqueando e estuprando brasileiros no Suriname no recente período natalino (Mais detalhes aqui).

Ao contrário do que ocorreu no Brasil, os quilombos do Suriname não foram efetivamente destruídos, tendo realizado um acordo com os colonizadores holandeses e sobrevivido como comunidades relativamente independentes até os dias de hoje.

No caso em questão, irritados com a morte de um dos seus em uma briga de bar com um garimpeiro brasileiro, os quilombolas surinamenhos saíram em um arrastão, atacando e estuprando tudo o que viam pela frente. Há relatos escabrosos como os de uma mulher grávida que teve sua barriga aberta. Não só brasileiros como chineses e outros estrangeiros foram atacados com facões e machados, e vários estabelecimentos foram incendiados.

[Atualização: notícias mais recentes dão conta que os relatos iniciais foram algo exagerados e não houve mortes. Ver comentários.]

No Brasil, há um grande mito construído em cima da figura de Zumbi e do Quilombo de Palmares. Mas tudo isso é, em grande parte, uma invenção. Em primeiro lugar, não é verdade que os quilombos fossem "sociedades igualitárias", como sonham os comunistas. Eram sociedades que repetiam as sociedades africanas e coloniais da época, isto é, utilizavam escravos. Não só isso: qual era a principal atividade econômica dos quilombos? A plantação? A mineração? A produção de açúcar? Nada disso, tinham uma pequena produção agrícola de subsistência, mas sua principal atividade era mesmo o saque das propriedades vizinhas. Eram uma espécie de pré-MST.

Mas a maior mitologia é a criada em cima de Zumbi dos Palmares, sobre o qual, de concreto, se sabe muito pouco. Pode nem mesmo ter existido. Alguns acham que Zumbi não seja um nome, mas uma mera forma de tratamento entre os africanos; nesse caso, existiriam muitos zumbis. Se um certo Zumbi dos Palmares existiu, é certo que tinha escravos para uso pessoal (que os africanos se escravizavam entre si muito antes que os europeus iniciassem a fazê-lo, é sabido por todos os estudiosos), e em vez de herói, é possível que tenha sido prejudicial à causa negra. Afinal, ele teria selado a destruição de Palmares com seu rompimento do acordo com os luso-brasileiros realizado pelo tio (*) Ganga Zumba, que tinha obtido a liberação de todos os negros nascidos em Palmares, podendo assim ter replicado o que ocorreu no Suriname. Zumbi achou pouco, matou o tio, atacou os inimigos brancos (e índios - não esqueçamos que os índios colonizados e mamelucos lutavam ao lado dos brancos nessa), e perdeu tudo o que havia sido conquistado no tratado. É racista discutir o heroísmo de Zumbi? (ler comentário crítico ao final da página linkada)

O Brasil não é uma sociedade puramente indígena ou africana, e é bem possível que seja melhor assim. Convenhamos, sem o homem branco europeu, o que teria sido destas terras? As sociedades indígenas e africanas terão lá as suas vantagens, mas se os portugueses não tivessem vencido a guerra e ocupado o país à força, hoje não teríamos por aqui nem mesmo a roda, quanto menos a Internet. E os quilombolas ameríndios teriam que publicar seu manifesto em folhas de bananeira, isto é, se tivessem inventado uma linguagem escrita própria.

Atualmente os quilombos são um verdadeiro problema social no Suriname. E - adivinhem! - o governo Lula, sempre copiando maus exemplos, já autorizou o reestabelecimento de quilombos em território nacional. Sim, terras privadas serão desapropriadas para colocar ali uma favela rural de supostos descendentes de escravos.

Em vez de evoluir, estamos regredindo no tempo. Aguardo com ansiedade o decreto reinstituindo o direito aos tupis de devorarem seus inimigos. Suriname, lá vamos nós!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Geração de Tiag@s

É muito mais fácil destruir do que construir. Dresden foi construída ao longo de séculos e destruída em alguns dias de bombardeio. Isso também explica porque os progreçistas em geral têm muito mais sucesso do que os conservadores: seu trabalho é apenas aquele de destruir.

Todos conhecem o Tiago, um simpático troll que costuma postar pastar por aqui. Nunca soube se é um gozador ou alguém que leva o Comunismo a sério, mas o fato é que ele não é único nem original. Leio comentários de pessoas igualmente delirantes em qualquer notícia de blog ou jornal. E na política, então? Eis o que diz este petê-rossauro do Ministério Público brasileiro:

"No meu horizonte utópico não está presente um grande número de usinas de açúcar e álcool, por exemplo. (...) A partir do momento em que os princípios sociais da Constituição forem sendo efetivamente conquistados, não só no papel, mas na realidade, haverá um choque lá na frente. Teremos de discutir, por exemplo, como é que a dignidade da pessoa humana pode conviver com o direito de propriedade. E assim por diante."

Leiam a penúltima frase, amigos. Eles terão que discutir como a dignidade humana pode conviver com o direito de propriedade. Em outras palavras, essa matilha de psicopatas pretende mesmo acabar com o direito de propriedade, isto é, transferi-lo unicamente ao Estado. Eles decidirão o que é a "dignidade humana" por nós.

Esse senhor é fruto da geração que foi jovem nos anos 60 e 70, isto é, a geração anterior à nossa, ou ao menos à minha.

Uma geração de canalhas.

Generalizo, está certo. Mas pense um pouco. A maioria dos problemas do mundo atual, quase todas as idéias de jerico que estão acabando com o Ocidente, vieram dessa geração de jovens hippies ou guerrilheiros dos anos 60 que hoje são políticos. É a geração Lula mandando e desmandando no país, mas não só aqui. Na Argentina, o governo Kirchner é formado por vários ex-terroristas montoneros. Nos EUA, Obama e seus amigos são filhos dos mesmos anos 60 (a mãe de Obama era uma branca hippie deslumbrada com culturas exóticas).

O marxismo é anterior aos anos 60, é verdade. Mas sua penetração massiva nos círculos acadêmicos universitários começou por esses anos, substituindo a educação clássica por um pastiche antiocidental que busca, não o conhecimento, mas a "justiça social". O feminismo radical surgiu também nesses anos, e vejam agora seu patético legado: mulheres tontas que acreditam que as palavras devem ser modificadas para ser mais "igualitárias". Querem, acredite, promover um português com inclusão de gênero, utilizando @ no lugar de o ou a. (Ex.: maldit@s @s brux@s feminist@s!) É pra não discriminar, entenderam? Ora, bem que elas podiam deixar ao menos o português (a portuguesa?) em paz, e voltar para o fogão (a fogona?).

O fato é que o mundo mudou em meros 40 anos, e hoje colhemos os resultados desse vendaval. Nem tudo que mudou foi negativo, é verdade. Porém, não se pode negar que o Ocidente está em crise. E tudo graças a essa geração que "desconstruiu" tudo o que havia sido construído ao longo de séculos.

Os Tiagos continuam avançando, querendo acabar com a economia do Ocidente em nome de um falso aquecimento global. Ou querendo impor um governo mundial único. Ou apoiando o Islã. Ou sonhando com a coletivização forçada da propriedade. E assim por diante.

É um pouco triste, mas isso não nos deve desanimar. O discurso dessa gente, por sorte, é cada vez mais inútil e irrelevante.

O problema dos progreçistas é que o dinheiro está acabando. Mesmo tendo conseguido lavar o cérebro de gerações e gerações, em uma era de desemprego e dificuldade, fica cada vez mais difícil convencer o cidadão médio a dar metade do seu salário para ajudar imigrantes ilegais, encher o bolso de ditadores africanos, salvar assassinos e terroristas da prisão, destruir a economia do país para salvar as baleias e os palestinos, mudar os dicionários para incluir igualdade de gênero e oferecer saúde, casa, comida e roupa lavada grátis a quem não contribui.

O aguardado filme Avatar parece ter efeitos inovadores (pessoalmente, achei o filme fraco), mas a história nada tem de original: é sobre brancos imperialistas malvados que atacam tribos primitivas boazinhas para colonizar o seu planeta. Selvagem bom, branco mau. Yawn.

Não há nada pior do que as Utopias. Para os Tiagos e Tiagas (Tiag@s?), existe uma Sociedade Perfeita que está ao alcance da mão, bastando apenas modificar o sistema. Não lhes ocorre que um sistema que exige a morte de 20% da população é um problema em si mesmo, independentemente de seus resultados. Como dizem os americanos: It's a feature, not a bug. Tiago acredita que o Comunismo modernizou Rússia e China. Não é verdade, é claro, mas, mesmo que fosse, valeu o preço dos cem milhões de mortos? Poderíamos dizer que também é verdade que o Nazismo acabou com a inflação e o desemprego. Deveríamos replicá-lo? Quantas mortes uma Sociedade Perfeita pode suportar?

Não tenho pena dos Tiagos. Eventualmente terão o destino que merecem, seja enforcados como traidores, seja mandados ao Gulag pelos seus próprios líderes totalitários.

Minha tristeza é pensar nos jovens de hoje, que não têm culpa das políticas realizadas antes da sua chegada, e que serão aqueles que pagarão o preço dessa irresponsabilidade. Hoje estão ali distraídos com seus iPods e seus Wiis, mas com que cara ficarão ao descobrirem que políticos e mídia lhes estiveram MENTINDO O TEMPO TODO? Que terão cada vez mais dificuldade em conseguir emprego, que enfrentarão cada vez mais crime, que pagarão com o suor do seu rosto o preço salgado dos "horizontes utópicos" dessa corja funesta hoje no poder.

Vêm tempos difíceis aí. Há quem fale até em Guerra Civil ou Guerra Mundial. Eu não sei; espero que não. Mas quem vai pagar o preço do desatino atual serão as gerações futuras, que nada tiveram com essa história.

Tiago (vestido de cosmonauta soviético) e seus amigos.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Poema do domingo

Boa Constrictor

Oh, I'm being eaten
By a boa constrictor,
A boa constrictor,
A boa constrictor,
I'm being eaten by a boa constrictor,
And I don't like it--one bit.
Well, what do you know?
It's nibblin' my toe.
Oh, gee,
It's up to my knee.
Oh my,
It's up to my thigh.
Oh, fiddle,
It's up to my middle.
Oh, heck,
It's up to my neck.
Oh, dread,
It's upmmmmmmmmmmffffffffff . . .

Shel Silverstein (1932-1999)

Apatia européia vs. paranóia americana


Leio que a mulher de Kurt Westergaard (o cartunista ameaçado de morte pelo Islã) foi afastada de seu trabalho como professora em uma creche porque as outras mães tinham medo que ocorresse algum atentado. Fizeram um abaixo-assinado para expulsá-la de seu trabalho. Tanto Kurt como sua mulher estão efetivamente ostracizados da sociedade, simplesmente por causa de um desenho. E mesmo seus netos correm risco de vida. Até qual geração a maldição do cartum continuará? Bisnetos? Tataranetos?

Na prática, isso significa que a Europa já aceita as leis maometanas e a submissão a Alá. Observe que não houve pressão alguma de muçulmanos: os europeus, de sua própria e livre vontade, excluíram Kurt e sua mulher do convívio civilizado, por puro medo. Algo similar ocorreu com Ayaan Hirsi Ali, que foi expulsa de seu condomínio devido a um abaixo-assinado de vizinhos preocupados.

Enquanto o medo seja uma reação natural, espanta um pouco a total falta de solidariedade entre os nativos, a aceitação quase fatalista de que um cartunista não tenha mais o direito de livre expressão, simplesmente porque uma religião estrangeira assim o ditou.

Acho que a diferença entre a Europa e a América é apenas uma questão de grau de apatia. Na Europa nota-se uma apatia imensa, quase como se aceitassem seu destino, a perda de seu próprio continente. Isso não apenas em relação à ameaça islâmica, mas também por exemplo à perda da soberania nacional - hoje é Bruxelas que dita as leis, suplantando a autoridade de cada país.

Já nos EUA, há maior rebeldia. Embora as ameaças sejam mais ou menos as mesmas (terrorismo islâmico, imigração descontrolada, neo-socialistas no poder, governo global), a tradição independentista (alguns dirão paranóica) americana recusa-se a morrer de todo. O governo Obama, em apenas um ano, já tornou-se quase menos popular do que o de Bush. A compra de armas e munições bateu todos os recordes ("you can take my gun only if you pry it from my dead cold fingers"). As leis socializantes enfrentam cada vez maior resistência. Os protestos contra os políticos atraem multidões. Ayaan Hirsi Ali e Geert Wilders podem discursar nas universidades em liberdade, sem medo de ser presos.

Se tudo isso vai adiantar alguma coisa, não se sabe. E é possível que os europeus acordem mais cedo do que se pensa, também. Kurt Westergaard demonstra uma coragem maior do que a de muitos de seus compatriotas, e talvez possa ser um exemplo.

De qualquer modo, os eventos estão se acelerando. 2010 vai provavelmente ser um ano muito interessante.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Islamophobia

Feliz Ano Novo a todos.

Iniciamos 2010 com um post continuando com a polêmica anterior, sobre o Islã. Alguns leitores, afinal, acreditam que eu seja demasiado crítico dessa religião. Será que sofro de islamofobia?

Vejamos as notícias de hoje. No Bombistão, digo, no Paquistão, militantes islâmicos mataram 88 espectadores de um jogo de vôlei, trucidando dezenas de adolescentes e crianças. Na Dinamarca, um muçulmano armado com um machado tentou invadir a casa do cartunista que desenhou um dos cartuns de Maomé. Na Nigéria, houve mais de 70 mortos em conflitos com islamistas. E é apenas o primeiro dia do ano.

Com todo o respeito, há muitas religiões esquisitas por aí. Judeus ortodoxos, hindus e budistas, mórmons, e mesmo os cristãos mais fundamentalistas, todos têm costumes que podem ser bastante estranhos. Mas que outra religião fora o Islã incita ao assassinato de um senhor de 74 anos e sua netinha de 5 anos pelo simples fato de ter feito um desenho, há quase quatro anos atrás? Que outra religião propaga-se através do massacre de inúmeros infiéis? Católicos e protestantes se odeiam na Irlanda, é verdade, mas será que se matam tanto quanto sunitas e xiitas em um único dia?

É verdade que a maioria dos muçulmanos não são terroristas. Também é verdade que a maioria dos terroristas são muçulmanos. Mas, mesmo que 99% sejam pacíficos, não há motivo para Europa e EUA aceitarem contingentes tão grandes de islâmicos em suas cidades. Por quê? Para quê?

Nosso amigo Bitt sustenta que eles foram trazidos como mão de obra barata para pagar as pensões dos europeus. Pode ser. Mas a conta não fecha. O custo da assimilação de imigrantes é maior do que sua contribuição aos cofres públicos. Isto é, os países desenvolvidos estão pagando para ter imigrantes do terceiro mundo. Enquanto é verdade que alguns se beneficiam com os trabalhadores braçais a baixo custo, também é verdade que os imigrantes rendem votos aos políticos. E essa talvez seja a principal razão para a sua importação massiva. Aliás, o próprio governo britânico confessou ser esse seu objetivo.

Na verdade, a imigração massiva de muçulmanos é um problema maior do que o terrorismo em si. Proporcionalmente, o terrorismo não mata muito. É uma arma de propaganda mais do que de guerra. Não são as mortes que contam, é o pânico que causa na população. De certa forma, tanto o fracassado atentado natalino no avião quanto o fracassado atentado contra o cartunista dinamarquês tiveram sucesso, mesmo falhando. Ocidentais vão ter cada vez mais inconveniências ao viajar de avião, e provavelmente não veremos tão cedo novas caricaturas de Maomé.

Islamofobia? Tenho sim.