quarta-feira, 31 de março de 2010

Caça aos conservadores

A polêmica apresentadora conservadora Ann Coulter está em Los Angeles. Vou tentar assistir ao menos um dos eventos em que ela participa. Não sei se será possível: ao tentar realizar uma palestra em uma universidade canadense, ela foi recebida pelo próprio reitor da Universidade com ameaças de prisão caso não respeitasse as "leis de hate speech" do país. Posteriormente, uma multidão de estudantes de esquerda impediu aos gritos que ela realizasse o seu discurso. Acabou desistindo.

(Ann Coulter, para quem não sabe, é a personalidade midiática mais odiada pelos Democratas, e adora provocá-los. Após os ataques de 9/11 falou sobre os muçulmanos: "We should invade their countries, kill their leaders and convert them to Christianity.")

Mas se o ódio fosse apenas contra Ann Coulter, que no fundo é uma humorista que vive de provocações, seria compreensível. O problema é que muitos outros, como por exemplo David Horowitz, também já foram impedidos de discursar por multidões de esquerdinhas histéricos, que os acusavam de serem horríveis radicais nazistas, fascistas e sexistas. Para a esquerda, liberdade de expressão, só para os que concordam com suas idéias. Deixar um conservador discursar livremente seria terrível: afinal, alguém poderia se convencer que ele está com razão...

Os conservadores, curiosamente, reagem com surpresa e espanto à perseguição. Não entendem como os esquerdistas possam ser tão agressivos, e tão contrários à "liberdade de expressão" que dizem defender. Alguns conservadores, acredite, se surpreendem até com as contumazes mentiras da esquerda. Ora, é como surpreender-se que uma cobra morda, que um escorpião pique. É da sua natureza.

Mas e se Ann Coulter e David Horowitz fossem realmente racistas ou fascistas? Por mais incompreensível que possa parecer a um Democrata ou um Petista, Ann Coulter ou David Horowitz não são "direita raivosa", são até moderados. Quero dizer que aqui nos E.U.A. há pessoas bem mais radicais, como os supremacistas brancos, os neonazistas, os radicais comunistas, os extremistas ecologistas, e toda uma fauna de malucos de todas as espécies e ideologias que, no entanto, de acordo com a Constituição, têm todo o direito de se expressar. Ou tinham até há pouco.

É verdade que algumas idéias são nefastas e conduzem à desarmonia. Pode ser então que a censura seja uma saída. Por exemplo, deveria uma conferência de supostos supremacistas brancos ser impedida de se reunir, como recentemente ocorreu? (Para um ponto de vista contrário sobre a mesma conferência, ler a coluna do polêmico e politicamente incorretíssimo humorista Fred Reed.)

Ou pensemos então no caso contrário. Façamos o papel de advogado do Diabo. Imaginemos um governo totalitário de direita que proibisse todo discurso marxista, como ocorreu durante os anos setenta na América Latina. Poderia tal decisão ser justificada? Se o marxismo é uma ideologia nociva, como muitas vezes informamos neste blog, não seria a sua censura algo positivo?

O não-tão-saudoso ex-comentarista Tiago, na outra vez, afirmou que a perseguição ao pastor protestante e "homofóbico" Júlio Severo era válida, afinal, segundo seu raciocínio, "se alguém houvesse perseguido Hitler" não teriam acontecido tantos horrores. Deixando de lado a espúria comparação, ele toca num ponto importante. Até que ponto a liberdade de expressão deve ser permitida? Na Europa, há em teoria boas razões históricas para as leis contrárias à negação do Holocausto ou à propagação de idéias neonazistas. Nos EUA essas leis não existem. Mas imagine que as idéias neonazistas, que hoje representam uma minoria esquálida no país, se tornassem populares? Não seria uma boa idéia impedir sua propagação? As leis antiracismo e antihomofobia no Brasil, não tentam apenas proteger minorias discriminadas? Ou vão além?

O problema é que uma vez que se começa com a censura, fica difícil parar. E as idéias que são nocivas para uns não o são para outros. O pior é que, muitas vezes, quando o discurso livre das idéias é proibido, são justamente os mais extremistas e violentos que ganham mais força.

Ontem mesmo, "milícias cristãs" foram presas nos EUA, acusadas de planejar um atentado. "Milícias cristãs"? Se você ler a matéria, verá que são um culto de malucos milenaristas, não exatamente cristãos tradicionais. Veja as tristes fotos que acompanham o artigo: parecem mesmo é um bando de trailer trash com problemas mentais. (São esses os sujeitos que se consideram "raça superior"?)

Como o FBI não divulgou detalhes, não fica claro de que exatamente o grupo é acusado. O que sim fica claro é o interesse dos articulistas de esquerda em associá-los à "direita" e ao "cristianismo", para assim pintar todos os cristãos e também os participantes de qualquer protesto antigovernamental como extremistas raivosos, racistas e violentos. Eric Holder, Procurador Geral da República Obâmica, declarou que os grupos terroristas de "extrema-direita" são a "prioridade número um da segurança", muito acima dos terroristas muçulmanos.

Bem, aceitemos que seja verdade. De fato, anos atrás houve realmente casos graves de terrorismo das chamadas milícias, o mais famoso o caso de Tim McVeigh. Quer isso dizer que toda oposição ao governo é criminosa? Que toda idéia perigosa deve ser censurada? Que os participantes dos Tea Parties e os Republicanos devem ser demonizados e criticados? Até que ponto a liberdade de expressão e a oposição ao governo podem ou devem ser toleradas?

Os "tea party" nada tem a ver com as "milícias", mas já há vários Democratas querendo conectá-los ideologicamente. Há dezenas ou centenas de grupos que poderiam ser chamados de "milícias" nos Estados Unidos. Em parte dos casos, meros clubes de armas, ou grupos de jovens antisociais "brincando de soldado". Grupos repulsivos, pode ser, mas mesmo assim não mais perigosos do que as centenas ou milhares de gangues criminosas não-ideológicas que existem no país, matando a torto e a direito.

Hoje as milícias têm liberdade de reunir-se e treinar (e, aliás, também a têm os radicais muçulmanos: há dezenas de Jihad camps nos EUA, com plena liberdade de existir enquanto não cometerem violência real).

Mas e se um governo tirânico decidisse impor a perseguição total, não só às "milícias", como a qualquer um que fizesse críticas ao poder? Será que esses bizarros grupos passariam a fazer parte da "resistência"? Quando é que um terrorista vira "freedom fighter"? Os jihadistas devem ter o direito de pregar jihad ou não?

Qual tipo de discurso é aceitável em uma sociedade civilizada? Em que momento a liberdade de expressão vira "hate speech"? Desobediência civil, como queria Thoreau, é um recurso aceitável de protesto?

São questões muito complicadas, e não tenho uma resposta pronta. Vou lá assistir a palestra da Ann Coulter. Talvez ela saiba responder.

Essa mulher é um perigo.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Você está preparado para o caos?


"You are about to enter a world of pain." A frase é do filme "The Big Lebowski", dos irmãos Coen, que assisti apenas recentemente. (É bem bacana, e é um filme que só poderia ter sido rodado em Los Angeles. Esses personagens excêntricos não caberiam em nenhum outro lugar.)

Mas voltando à frase: acho que resume como poucas o sentimento que percorre grande parte do mundo civilizado hoje em dia.

Ou, parafraseando Marx. Há um fantasma rondando o mundo. O fantasma do colapso global. Não, não uma mera crise: um colapso total.

Ei, não gosto de ser apocalíptico, mas é o que está no zeigeist. A passagem do Obamacare nada mais é do que o último baile da ilha fiscal. Après Obama, le deluge.

Em recente post, Richard Fernandez observou que vem uma tempestade aí. Coisa séria. Desvalorização da moeda, guerra e tudo mais. A crise não é apenas americana, é mundial. Se os EUA estão gastando o dinheiro que já não têm, a Europa (leia-se Alemanha e França) está para emprestar o dinheiro que tampouco tem à Grécia, para que esta não entre em bancarrota e puxe o euro junto. A China? Não se iludam: também enfrenta uma housing bubble particular. Os países árabes? Vejam o caso da crise em Dubai. Isso sem falar nos vários conflitos que ameaçam pipocar aqui e ali, dos quais os atentados em Moscou são um mero lembrete. Ninguém se salva tão facilmente dessa.

Mas é possível que quem fique pior sejam os EUA, simplesmente devido ao velho ditado: quanto maior a altura, maior a queda.

Em um artigo extremamente interessante, um russo fez uma comparação entre o colapso soviético pós-comunismo e um hipotético colapso americano. Segundo ele, os russos estavam bem melhor preparados do que os americanos, e por isso sofreram menos do que os americanos irão sofrer.

O raciocínio é simples. Os soviéticos estavam acostumados à fila do pão, à falta de combustível, ao racionamento, ao cortes de luz. "In Soviet Russia, you don't go to party, the Party goes to you."

Mas a América? Os EUA vivem um grande sonho, e ainda não acordaram. Sempre digo que o grande problema dos EUA foi a excessiva prosperidade. Só esta pode explicar tantos e tão absurdos gastos, a ilusão de querer dar "saúde grátis para todos" em um momento que não há dinheiro nem empregos.

Imagine então quando o colapso vier. Não digo uma mera crise passageira, digo uma crise geral, total, como ocorreu na Rússia após o fim do comunismo ou em Berlim nos anos 20. Quebra das instituições. Moeda desvalorizada. Hiperinflação. Falta de comida. Falta de água. Falta de eletricidade. Falta de Internet. Imagine uma multidão de gordos, que até ontem estavam brincando com seus iphones, andando pela cidade como zumbis, em busca não de uma conexão wifi, mas de água e comida. Vai ser o caos.

Multiculturalismo? As diversas culturas juntas enfrentando unidas as ameaças? Não creio. Gangues de negros e mexicanos lutarão entre si pelo direito de assaltar brancos e asiáticos. Não espere solidariedade entre árabes e armênios, ou entre indianos e judeus. Vai ser cada um por si.

Alguns poucos estarão bem preparados. É bem verdade que os EUA também são o país dos survivalists, e que as pessoas aqui desde pequenas vão se acostumando à idéia de um apocalipse vindouro. Quase todo blockbuster americano que se preze tem cenas de destruição, cataclisma, morte e horror. E, depois, 9/11, Katrina e os riots de 92 ainda estão presentes na memória coletiva. Mas a sensação é de que algo ainda pior virá.

Essa sensação só aumentou no governo Obama. Que a venda de armas e munições bateu todos os recordes não é segredo. Alguns vão além e estão construindo bunkers, com mantimentos de água e comida. Eu mesmo estou pensando em estocar água e alimentos, o que sempre é útil, mesmo em caso de terremotos. Nunca se sabe o que pode acontecer.

Os analistas apontam uma reprise da crise de 29 em escala global. Possivelmente seguida de guerra também. Ou o contrário, guerra seguida de crise. Basta o Irã atacar Israel, ou Israel atacar o Irã, ou a Coréia do Norte atacar a Coréia do Sul, ou a China atacar Taiwan, ou algum novo terrorista atacar os EUA com uma dirty bomb. Não só explode a guerra, como o preço do combustível sobe as alturas, o comércio mundial é interrompido, e inicia a escassez.

E não pense que o Brasil escapa dessa. Essa não vai ser uma mera "marolinha" não.

A questão não é mais se a crise global vai acontecer. A questão é apenas quando.

Você está preparado?

terça-feira, 23 de março de 2010

Todo mundo é corrupto, inclusive você

Leio no jornal que Bernie Madoff, o especulador que roubou 65 bilhões de dólares de seus associados em um "esquema piramidal" ou "Ponzi scheme", levou uma surra de um companheiro de cela na prisão. Seus colegas de reclusão são traficantes, mafiosos e outros criminosos comuns. Ele provavelmente teve sorte de não ser estuprado.

Não apóio a surra. É verdade que Maddoff arruinou a vida, ou ao menos a economia, de muita gente. Nem todos seus clientes eram ricos, mas nenhum era pobre (e quase todos eram colegas da comunidade judaica). Por outro lado, às vezes me parece que quem cai em contos do vigário tem ao menos uma pequena parcela de culpa: o vigarista quase sempre engana apenas a quem quer ganhar mais do que deve. Ou será que não? (E não é o Obamacare também um gigantesco "Ponzi scheme", no qual alguns poucos vão se dar bem e muitos outros vão se dar mal? E não há otários que estão celebrando esse desastre, achando que vão conseguir "something for nothing"?)

Mas é verdade que há gente que sabe enganar muito bem, e Madoff abusou da confiança de pessoas que o consideravam até um amigo, talvez até da própria família. Em todo caso: basta a merecida prisão para Madoff, deixemos as surras para os estupradores de crianças.

Enquanto corruptos e especuladores ladrões ainda vão para a cadeia nos Estados Unidos (ao menos alguns deles, ainda falta o Obama), no Brasil leio uma curiosa notícia, em que estudantes de administração chamam Delúbio Soares para conseguir dinheiro para uma festa. É ler para crer (dica C. Avolio):
O ex-tesoureiro petista foi homenageado pela turma de futuros administradores por seu principal talento - a capacidade de arrumar dinheiro. Conta o presidente da comissão de formatura: “A gente ficou sabendo que o Delúbio gostava de participar desse tipo de festa, inclusive ajudando financeiramente. Fomos até sua fazenda e fizemos o convite para ele ser o nosso padrinho. Ele topou na hora e, aí, a gente perguntou se ele poderia dar uma ajudazinha nas despesas. Ele perguntou de quanto. Deixamos por conta dele”. Dias depois do convite, em novembro, o ex-tesoureiro depositou 6 000 reais, o equivalente a 13% das despesas da festa, na conta da comissão. “A gente sabe que a fama dele é horrível, mas fazer o quê, se ele pode bancar a festa?”, justifica Cezar Barros.
O pior é que na festa Delúbio fez um discurso falando, acreditem, sobre ética... (Bem, o Bernie Madoff não estava disponível.)

Vejam que beleza. Esses garotos são os futuros administradores do Brasil. Que, no futuro, irão pagar às autoridades para receber favores, e aceitar como normal fazer mutretas, afinal, "A gente sabe que a fama dele é horrível, mas fazer o quê, se ele pode bancar a festa?"

Pois é. Fazer o quê? Que ninguém mais diga que o problema do Brasil são os "políticos corruptos". Não, meu caro. O problema é você.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Bye bye Miss American pie



O Obamacare passou, ao menos no voto inicial. Os Democratas celebram, mas mal sabem eles (ou sabem e não se importam) que estão praticamente assegurando o fim dos EUA como superpotência mundial. It's over, è finito, c'est fini.

O país está à beira da bancarrota, e este trambolho que acaba de passar vai custar mais alguns trilhões. Não haverá dinheiro para inovação em tecnologia médica, e muitas companhias de seguro médico irão falir, deixando o caminho livre para o futuro monopólio estatal, que encherá o bolso de alguns políticos, mas custará mais para todos os outros a uma qualidade cada vez pior.

Naturalmente, a saúde "gratuita" beneficiará prioritariamente aqueles que vivem no welfare, os que recebem pouco e não pagam imposto de renda, e os ilegais. A saúde de todos estes grupos será paga pela classe média que trabalha, graças a um fenomenal aumento de impostos. O aumento de impostos gerará mais desemprego, o que colocará mais pessoas no welfare, o que gerará maiores impostos, etc.

Depoi de ferrar com a saúde, o próximo passo de Obama será aprovar o plano "antiaquecimento global", que vai ferrar com a economia, e o plano de "reforma de imigração", permitindo a legalização imediata de vinte milhões de ilegais no país - o que, em tempos de desemprego, também não vai ser muito bem recebido pela classe média. O que não importa, já que os agradecidos novos legalizados votarão nos Democratas, e a fraude fará o resto.

Os EUA se tornarão um país de minoria branca, com uma maioria formada por uma maioria desunida de todos os credos e cores. E, assim, ao desemprego se juntará o ressentimento étnico e racial. Aos altos impostos se juntarão a inflação e a desvalorização da moeda, garantindo a pobreza de milhões. Os EUA deixarão de investir em tecnologia militar e limitarão enormemente os gastos com a defesa, deixando o país à mercê de ataques, que, cedo ou tarde, acontecerão, causando ainda maior caos e crise econômica. A China cobrará suas dívidas e tomará o lugar anteriormente ocupado pelo colosso americano, ou talvez o controle passe para a tal Nova Ordem Global.

Depois disso, é possível até mesmo uma guerra civil e a secessão do país em diversos novos Estados, como sugeriu há algum tempo um maluco russo que já não parece tão maluco assim.

Naturalmente, tudo isso não acontecerá imediatamente, mas aos poucos, ao longo de várias décadas. Mas é o caminho que foi escolhido pelos Democratas.

Há mais de dois mil anos atrás, Marco Túlio Cícero advertia os romanos:
O orçamento nacional deve ser equilibrado. As dívidas devem ser reduzidas. A arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos se a nação não quiser ir à falência. As pessoas devem, novamente, aprender a trabalhar, em vez de viver da assistência pública.
Roma não ouvi os conselhos, e caiu. Seguirão os EUA pelo mesmo caminho?

sábado, 20 de março de 2010

Saúde pública ou não?


Há muita discussão nos EUA sobre o Obamacare, o plano de saúde que Obama e os Democratas querem empurrar goela abaixo (para não usar uma metáfora mais grosseira) do cidadão estadunidense, e cuja votação está prevista para este domingo.

Confesso que não entendo bem o que está acontecendo. Tudo o que sei é que a lei é um trambolho de mil páginas cujo conteúdo muda constantemente, que não foi lido em sua completude por nenhum político (diz-se até que algumas partes estão em branco para ser completadas depois), e que os Democratas querem passar com voto ou sem voto.

A maioria do povo americano é contrário às reformas (que incluem a obrigação de ter um plano de saúde sob pena de prisão) mas isso não parece importar aos Democratas. O próprio Obama já falou que esse negócio de democracia é um saco, que ele preferiria ter um grupo de acadêmicos decidindo tudo. Thomas Friedman, colunista do New York Times, sonha em implantar o modelo chinês nos EUA.

Em quase todos os países em que há "saúde pública", o que acontece é o seguinte: há na verdade dois planos de saúde, o plano "gratuito" e vagabundo (para os pobres), e o plano privado ou especial (para os políticos ou para quem pode pagar). O problema é que você paga pelos dois: pelo plano público com seus impostos, e pelo plano privado com o pouco dinheiro que resta.

Pode apostar que o mesmo vai acontecer nos EUA: o Obamacare vai eventualmente criar um sistema de saúde "gratuito" de qualidade medíocre, com doutores "multiulturais" eleitos por cotas raciais. Como mesmo assim não dá para atender trezentos milhões de pessoas (mais os ilegais), tudo vai ser racionado, e teremos as imagens que já conhecemos bem do Brasil: espera de meses, falta de camas nos hospitais, etc etc. Não que o sistema atual seja uma maravilha, mas as reformas tirânicas de Obama o transformarão em um Titanic.

Políticos, é claro, adoram vender soluções falsas para problemas imaginários, sempre com o dinheiro alheio. Vejam o caso do estacionamento "gratuito" nos shopping centers, tema deste excelente ensaio aqui. Os políticos não estão interessados nas conseqüências danosas de seus atos, apenas em prometer benefícios "gratuitos" e obter votos dos otários.

Só há dois tipos de pessoas que apóiam o Obamacare: os ignorantes, que não têm a menor idéia de como o plano vai ferrar com tudo, e os fdps, que sabem que vai ferrar com tudo, mas que têm justamente a idéia de mandar a sociedade às favas. ("Some people just like to watch the world burn.")

O Obamacare, se passar, vai destruir a América como a conhecemos. Não exagero. Leiam as seguintes citações de dois heróis da independência americana:
"If ye love wealth greater than liberty, the tranquility of servitude greater than the animating contest for freedom, go home from us in peace. We seek not your counsel, nor your arms. Crouch down and lick the hand that feeds you; May your chains set lightly upon you, and may posterity forget that ye were our countrymen."
(Samuel Adams)


"Is life so dear, or peace so sweet, as to be purchased at the price of chains and slavery? Forbid it, Almighty God! I know not what course others may take; but as for me, give me liberty, or give me death!"
(Patrick Henry)
O Obamacare é justamente o oposto. É a aceitação da escravidão.

terça-feira, 16 de março de 2010

Um bicho às terças?


Nunca mais fiz o bicho às terças. Porém, lembrei que faz alguns dias, no Sea World da Flórida, uma treinadora foi morta por uma orca, que por aqui chamam de "killer whale", ou "baleia assassina". O nome é um pouco exagerado. Na realidade, esses mamíferos marinhos quase nunca atacam humanos, preferem focas ou mesmo baleias maiores. São animais inteligentes, passíveis de serem treinados.

No entanto, vivendo em cativeiro, muitas vezes se estressam. No caso, não se sabe bem o que aconteceu. Aparentemente, a orca puxou-a para dentro da água, sacolejando-a como um brinquedo, até a moça morrer afogada. Stress? Instinto natural? Ou realmente estava apenas "brincando"?

Talvez Tilikum, a orca assassina, seja uma orca psicopata, já que esta é a terceira pessoa com cuja morte esteve envolvida.

Alguns dizem que tais animais deveriam ser liberados, pois mantê-los em cativeiro espaços tão reduzidos seria uma forma de opressão. Direitos dos animais? No entanto, não é tão simples. A orca amestrada que participou no filme Free Willy, por exemplo, chegou a ser liberada por pressão dos ambientalistas. Porém, não adaptou-se totalmente ao meio selvagem: vivia procurando o contato humano, e foi rejeitada pelas suas colegas livres. Morreu poucos anos depois, ainda em um estado de semi-dependência dos humanos.

Curiosamente, as orcas são dos raros animais que tem uma expectativa de vida em cativeiro menor do que na vida selvagem.

Israel, EUA, Irã... e Brasil

Não tenho tempo de postar adequadamente sobre o tema, que é interessante. Lula está em Israel e já deu suas cartadas de "estadista internacional": recusou-se a colocar flores no túmulo de Theodor Herzl, fundador do sionismo moderno; criticou o muro anti-terrorismo e a posse de armas nucleares (por Israel, não pelo Irã); e ainda se dispôs a mediar a paz entre as nações... Deve estar treinando para Presidente da ONU.

Enquanto isso as relações entre EUA e Israel se desgastam com a ordem de construção de casas em Jerusalém Oriental, e os palestinos lançam um "Dia de Fúria" devido à inauguração de uma sinagoga reconstruída na mesma parte da cidade (eles não querem sinagogas, mas a sua famosa mesquita permanece no ponto mais importante de Jerusalém). E o Irã continua calmamente construindo sua bomba, enquanto reprime protestos.

As coisas estão esquentando, o que, nessa região do mundo, nunca é bom sinal.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Genocídios, inc.

É um tema desagradável, mas, já que estamos falando de ódios, continuemos. Parece que a Turquia ainda recusa-se a assumir que realizou um genocídio de armênios lá por 1915. Não só isso, como irritou-se quando semana passada os americanos (e, hoje, os suecos) passaram resoluções chamando o caso de "genocídio". Falar em "genocídio armênio", na Turquia, pode render prisão ou morte. Nem Prêmio Nobel de Literatura escapa.

Parece-me curioso. Por que não assumir? Muito mais ofensivo seria afirmar, "Sim, cometemos um genocídio e, quer saber? Faríamos tudo de novo, seus bastardos armênios!" É um pouco como os malucos neonazistas, que afirmam que o Holocausto não existiu, que é tudo uma mentira dos malditos judeus, os quais, aliás, devem ser exterminados. Afinal, qual é que é? (Idem os fanáticos islâmicos que negam estar por trás do 9/11, ao mesmo tempo em que celebram seus heróis)

De qualquer modo, o caso é puramente simbólico. Salvo possíveis questões financeiras (pedidos de reparações?), o fato de que a morte de 1.2 milhão de armênios seja considerada "genocídio" ou meramente "massacre" (ou o termo preferido dos turcos, "só uma brincadeira que passou um pouco dos limites") muda pouca coisa.

No mais, o "genocídio" (ou extermínio de povos) nada mais é do que o conceito darwinista de sobrevivência das espécies aplicado à sociedade humana. De fato, Darwin acreditava piamente que os grupos superiores eventualmente eliminariam os inferiores:
"At some future period, not very distant as measured by centuries, the civilised races of man will almost certainly exterminate, and replace, the savage races throughout the world. At the same time the anthropomorphous apes, as Professor Schaafhausen has remarked, will no doubt be exterminated. The break between man and his meanest allies will be wider, for it will intervene between man in a more civilised state, as we may hope, even than the Caucasian, and some ape as low as a baboon, instead of as now between the negro or Australian and the gorilla."
Darwin estava errado: não foram precisos séculos, mas apenas algumas décadas. Pouco depois da publicação da "Origem das espécies", armênios, judeus e ucranianos sentiram na pele as idéias materialistas da nova ciência biológica (1).

Isso não quer dizer, é claro, que Darwin fosse um genocida. Embora, como se vê no texto acima, acreditasse que a raça branca era superior (isso não era novidade alguma no século XIX, nem foi idéia dos nazistas, que aliás consideravam apenas a suposta raça germânica superior, tendo também massacrado com prazer milhões de brancos eslavos), Darwin criticou a escravidão, era abolicionista e aliás jamais disse que o genocídio seria aconselhável: apenas afirmou que este aconteceria cedo ou tarde. E mesmo esta afirmação estava apenas dentro do contexto da explicação sobre a não-existência de um "elo perdido" (segundo Darwin, este teria sido eliminado pelas espécies superiores, por isso jamais fora encontrado... Boa desculpa).

Não coloco a culpa da maldade humana em Darwin. Porém, tenho para mim que foi em parte essa visão tão fria e "científica" dos seres humanos como meras espécies em luta que permitiu o extermínio de milhões de seres humanos no século vinte: os nazistas, em nome da "ciência racial"; os comunistas, em nome da "ciência econômica".

Afinal, imaginemos que realmente ficasse cientificamente demonstrado que o grupo A fosse "superior" (intelectualmente, fisicamente ou culturalmente) ao grupo B. Será que isso justificaria o genocídio deste último? Bem, em termos puramente científicos (e portanto amorais), é possível que sim. Afinal, as idéias nazistas de melhoria da espécie não pareceriam tão loucas se fossem aplicadas apenas a vacas e ovelhas.

Essa é a questão. Queremos crer que somos mais do que vacas e ovelhas. Queremos crer que somos mais do que um mero amontoado de matéria flutuando em um universo sem sentido, e que toda vida humana tem uma certa dignidade. Mas será que tem mesmo?

(1) Ainda que os turcos tenham realizado o genocídio por motivos religiosos (turcos são muçulmanos, armênios são cristãos ortodoxos) e nacionalistas / políticos, é possível que tenha sido influenciado pelas idéias que estavam então no ar. Por outro lado, os fanáticos muçulmanos continuam tendo idéias genocidas, então é possível que neste caso não tenha nada a ver. Curiosamente, Darwin também considerava os turcos inferiores (e por isso ele não é ainda hoje bem visto na Turquia):

"The more civilized so-called Caucasian races have beaten the Turkish hollow in the struggle for existence. Looking to the world at no very distant date, what an endless number of the lower races will have been eliminated by the higher civilized races throughout the world."

Armênios foram decapitados para evitar gasto de munição.

domingo, 14 de março de 2010

Irmandade humana

Os protestantes odeiam os católicos. Os católicos odeiam os judeus. Os judeus seculares odeiam os judeus religiosos. Os ateus odeiam os religiosos de qualquer estirpe. Os croatas odeiam os sérvios, que odeiam os albaneses. Os evangélicos odeiam os macumbeiros. Os negros odeiam os brancos e os asiáticos, mas os chineses odeiam os japoneses que odeiam os coreanos. Os mexicanos odeiam os negros e os brancos. Os nacionalistas brancos neopagãos odeiam os judeus, os mexicanos e os negros. Os hindus odeiam os cristãos e os muçulmanos. Os muçulmanos odeiam todo mundo que não seja muçulmano. Os muçulmanos sunitas odeiam os muçulmanos xiitas e ambos odeiam os ba'hai. Os armênios odeiam os turcos e os turcos odeiam os armênios.

Às vezes você não perde um pouco a fé na humanidade? Lembrou-me esta canção aqui:


Pi do domingo

3.1415926535897932384626433832795028841971693993751
05820974944592307816406286208998628034825342117067
98214808651328230664709384460955058223172535940812
84811174502841027019385211055596446229489549303819
64428810975665933446128475648233786783165271201909
14564856692346034861045432664821339360726024914127
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quinta-feira, 11 de março de 2010

Subsidios para bebês

A leitora Ana Cláudia disse uma coisa interessante e ao mesmo tempo assustadora:
Não me interessa muito qual seja o arranjo entre o casal desde que satisfaça as justas aspirações de ambos e nos tire da rota de colisão com o iceberg sociológico-demográfico na qual o modelo tradicional nos colocou. (...) Se a Civilização Ocidental não puder conciliar os recém-conquistados direitos femininos com sua própria preservação, melhor mesmo que ela acabe nem com um estrondo nem com um suspiro, mas com uma orgia. Os muçulmanos herdarão a Terra.
Embora a taxa de natalidade esteja em queda em quase todo o mundo civilizado (não incluo África nem América Latina nisso), Europa e Rússia são as regiões que apresentam o pior problema demográfico. Como se não bastasse a taxa de crescimento menor do que 2.0 (o que significa que a população diminuirá, e haverá menos jovens para sustentar milhões de velhos), também está o problema dos imigrantes muçulmanos, que se reproduzem como coelhos e planejam ocupar os espaços vazios da civilização pós-cristã.

O problema de Ana Cláudia é que, se a Civilização Ocidental acabar e os muçulmanos tomarem conta, os tais "direitos femininos" acabam também, pois os muçulmanos não parecem ter muito interesse nesse negócio. Será que, nesse caso, não é melhor perder os "direitos" e manter a Civilização Ocidental? (Ei, mas quem disse que essa é a escolha?)

O problema demográfico é, de qualquer modo, agudamente real. E ninguém até agora conseguiu apresentar uma solução concreta. Seria o subsídio para bebês a solução? Tanto Europa quanto Rússia estão fazendo tentativas desse tipo, oferecendo dinheiro a mães ou casais que tenham filhos. O problema é que, se os subsídios não discriminam enquanto a religião ou etnia, podem ser aproveitados tanto por muçulmanos quanto por nativos, e aí, dá na mesma ou até piora a situação. Somália Al-Farrábio vai ter sete pequenos Maomés e ganhar dinheiro para sustentá-los. Gioconda, Jeanne e Grete terão apenas um bebê, ou, com sorte, dois.

Seria a solução discriminar? Isto é, dar o subsídio apenas para bebês nativos, ou mesmo barrar a entrada de imigrantes muçulmanos? É o que sugere Geert Wilders: "Muçulmanos fora da Europa." Críticos, mesmo na direita, discordam. Dizem que discriminar seria errado, pois acaba com o conceito básico da liberdade religiosa e que existe uma diferença entre o "Islã" e o "Islamismo" e que a maioria dos muçulmanos é da Paz. Já fui dessa opinião; hoje discordo. Não existe nada chamado "islamismo", é uma invenção. Existe apenas o Islã. Há os mais afoitos que se explodem, os menos afoitos que apenas torcem por aqueles que se explodem, e os que simplesmente não estão muito interessados em religião - muçulmanos seculares.

Mas, mesmo que o Islã como um todo fosse da Paz, seria isso razão para uma substituição populacional na Europa, de sua maioria branca cristã para uma nova maioria muçulmana? E se fosse uma invasão de budistas, em vez de muçulmanos? Será que defender uma Europa com predomínio de cristãos é ser "nazista"? Mas não são os muçulmanos, hoje em dia, que são contra os judeus? É possível a sua assimilação pacífica ao continente? É possível o sonho da União Européia de uma europa multicultural, multireligiosa e secular? Ou terminará tudo em um grande conflito?

São questões prementes, que devem ser pensadas a fundo.

O que faz um país, ou um continente, é sua população. Uma Europa totalmente muçulmana não vai ser mais a Europa, vai ser o Oriente Médio - e provavelmente terá todos os problemas que o Oriente Médio tem. Uma Europa parcialmente muçulmana pode vir a ser um campo de batalhas, como já foi em 1683.

Por outro lado, a Europa de hoje não é mais a Europa de ontem, ou mesmo dos anos 70, e é possível que não tenha volta mesmo. Querer uma Europa cristã e sem muçulmanos, hoje em dia, talvez seja querer uma Europa de cartão-postal, que não existe mais, que talvez nunca tenha mesmo existido.

O fato é que, bem ou mal, o número de imigrantes muçulmanos e descendentes aumenta, ao mesmo tempo em que o número de nativos cristãos (ou pós-cristãos) diminui, e nas próximas décadas a configuração demográfica mudaria radicalmente (ver vídeo explicando tudo com animação aqui).

Se o subsídio não funciona, que outra solução há à vista? Uma delas seria a renovação do cristianismo, que é contrário ao aborto, à pílula, à revolução sexual e a quase todas as mudanças que fizeram com que a natalidade diminuísse nesses países. "Every sperm is sacred", etc. Mas não parece haver muita chance disso, com a Europa mais interessada na tal "orgia" de que fala a Ana Cláudia.

O futuro dirá.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia das mulheres

Já que é o dia das mulheres, denunciemos um pouco as injustiças cometidas contra elas. Começamos com notícias do Irã, onde as mulheres têm direitos menores do que os homens e dependem destes para ter permissão para trabalhar, estudar, ter passaporte, etc. E isso que no Irã nem é tão ruim quanto na Arábia Saudita ou Iêmen, onde as mulheres não podem trabalhar de forma alguma e muitas vezes são obrigadas a casar e ter relações sexuais aos 9 anos de idade.

E isso nem é o pior - na Nigéria, muçulmanos atacam mulheres cristãs e seus bebês e os decepam a golpes de facão.

Enquanto no mundo muçulmano a mulher tem uma posição claramente secundária, quando não terciária (os camelos provavelmente são mais valorizados), no Ocidente a mulher está em situação bastante mais confortável e ocupa cada vez mais espaço. Alguns dizem até que de forma exagerada. Será? Vejamos.

Todas as religiões - ao menos as mais conhecidas - sempre deram um papel de submissão à mulher. Isso ocorre no judaísmo, no islamismo, no hinduísmo e até no cristianismo (embora este tenha acabado com certos costumes como o apedrejamento de adúlteras, por exemplo). Mas mesmo as sociedades primitivas observam uma clara divisão de tarefas entre homens e mulheres. (Embora alguns afirmem que as religiões e sociedades originais eram matriarcais - e talvez houvesse um reflexo disso mesmo nas divindades femininas da Grécia Antiga).

O secularismo ocidental acabou com a maioria desses limites e hoje há mulheres em quase todas as áreas e profissões. Por outro lado, a idéia de que as mulheres sejam exatamente iguais aos homens e possam realizar todas as mesmas tarefas que estes tampouco é de todo verdadeira. Afinal, também existe uma coisa chamada biologia.

Ora, por mais que queiram as feministas radicais - ou feminazis -, homens e mulheres não são exatamente iguais. Um exemplo simples: os homens tendem a ter maior força física. Embora a tecnologia tenha equiparado um pouco os sexos, permitindo às mulheres a participação até mesmo em atividades militares ou de alto risco, ainda não é possível dizer que haja uma igualdade total. Pensem no caso de Brian Nichols, acusado de estupro, que conseguiu liberar-se ao ser conduzido para a corte, tirou a arma do policial que o levava ao tribunal, matou o juiz e fugiu. Ora, o policial encarregado de vigiá-lo era uma mulher - não só isso, uma mulher de 51 anos de idade e 1.60 m de altura, responsável por cuidar de um criminoso violento de 34 anos e quase 1.90 de altura... (Posteriormente o sujeito foi preso, e novamente conduzido à prisão por uma mulher franzina).

Outro exemplo: o sexo. Como todos sabem, homens e mulheres pensam de forma diversa a respeito do assunto. Além disso, as mulheres correm constantemente o risco de ser estupradas; homens não costumam ter esse problema (nas raras vezes em que isso ocorre, estão na prisão e seu estuprador é um negrão de dois metros de altura). Então isso limita um pouco a liberdade das mulheres de andarem sozinhas pelas ruas -- a não ser que utilizem este sofisticado aparelho anti-estupro (vídeo gráfico).

Uma coisa que está ocorrendo mais recentemente é à igualdade forçada. Por exemplo, uma recente lei na França obrigava as empresas a contratarem 50% de executivos-mulheres, e houve outra lei em algum país do norte - Holanda? Suécia? - que dizia que as mulheres deveriam ocupar obrigatoriamente 50% do parlamento. Nesses casos, sou contrário. Se há mulheres interessadas em administração e política, nada contra. Porém, convenhamos, não é preciso forçar. A verdade é que, em geral, as mulheres se interessam menos por política do que os homens. Afinal, quantas mulheres há que comentam aqui? Ou nos blogs de política em geral?

(Se bem que, de acordo com recentes estatísticas, as mulheres formam a maioria dos usuários de grande parte dos principais sites da Internet - Facebook, Youtube, Myspace, etc. Os homens ainda ganham nos sites relacionados com tecnologia - e pornografia, é claro).

Bem, no mais, eu não sou a favor da igualdade entre os sexos, simplesmente porque acredito que as mulheres são superiores em quase tudo aos homens.

Feminazis torturam um pobre comunista.

domingo, 7 de março de 2010

Poema do domingo

Call it a good marriage

Call it a good marriage -
For no one ever questioned
Her warmth, his masculinity,
Their interlocking views;
Except one stray graphologist
Who frowned in speculation
At her h's and her s's,
His p's and w's.

Though few would still subscribe
To the monogamic axiom
That strife below the hip-bones
Need not estrange the heart,
Call it a good marriage:
More drew those two together,
Despite a lack of children,
Than pulled them apart.

Call it a good marriage:
They never fought in public,
They acted circumspectly
And faced the world with pride;
Thus the hazards of their love-bed
Were none of our damned business -
Till as jurymen we sat on
Two deaths by suicide.

Robert Graves (1895-1985)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Por que os judeus são de esquerda?

Como um leitor recentemente observou, há muitos judeus na esquerda radical, como Chomsky, Finkelstein, Frankenstein, etc. Curiosamente, esses judeus são até mesmo anti-Israel. Também são a favor da maioria dos ideais progreçistas, inclusive a imigração ilimitada de seus arquiinimigos muçulmanos. 75% dos judeus americanos votaram em Obama, não obstante apenas 5% dos judeus israelenses acharem que ele é bom para Israel.

É verdade que há uma diferença entre os judeus americanos e israelenses, ainda que também haja esquerda radical por lá (alguns até ajudaram a organizar um hilário protesto com palestinos fantasiados de "Avatars"). Também é verdade que a maioria dos "judeus" radicais de esquerda são, na verdade, ateus. Isto é, são judeus apenas por descendência. (O judaísmo é uma etnia ou uma religião? Ou ambas? Se renunciam à fé continuam sendo 'chosen people'?)

Em todo caso, não se sabe a causa desse esquerdismo. Alguns acreditam que tem a ver com fatores religiosos, outros com o fato de que a direita (uma certa direita) os tenha odiado até recentemente -- ainda que hoje o maior ódio contra eles venha justamente da esquerda e dos muçulmanos. Outros, bem, outros acham que os judeus secretamente controlam o mundo e estão tentando eliminar a raça branca para criar um governo global junto com os maçons. Como não tenho explicações para o fenômeno, nem tanto conhecimento assim, deixo vocês com um artigo interessante sobre o tema.

P. S. Na verdade, há também vários judeus conservadores ou republicanos de renome nos EUA, como Charles Krauthammer, Michael Leeden, Robert Weissberg, e até mesmo o nosso caro colega David Goldman, o genial Spengler. Então esse negócio de judeus de esquerda talvez seja mais um outro estereótipo. Pode ser mais correto dizer que os judeus estão na esquerda, na direita, no centro, acima e embaixo (da cama dos teóricos da conspiração).

terça-feira, 2 de março de 2010

Uma questão de raça?


No post anterior falei sobre o caso do Epic Beard Man, um velho meio maluco que envolveu-se em uma briga no ônibus com um passageiro mais jovem, surpreendentemente derrotando seu atacante. Como um era branco e o outro era negro, e tudo partiu de um desentendimento de caráter racial, o caso reacendeu as polêmicas raciais que sempre existem neste país desunido chamado United States.

Bem. Antes de tudo, vamos esclarecer algumas coisas. Na verdade, apesar da fama negativa, os EUA são, hoje, provavelmente o país menos racista e xenófobo do mundo.

- Hein? Cumequié?

Bem, os negros (aqui chamam de African-Americans) certamente têm seus problemas na sociedade americana, são muitas vezes discriminados e vivem em grande parte em guetos, dependendo da ajuda estatal ou do crime. Mas digam-me um único país em que eles estejam em condição muito melhor, ou tenham maiores oportunidades de melhorar de vida. Senegal? Libéria? Zimbabwe? Inglaterra? Alemanha? Brasil?

Outra coisa a favor dos EUA: você pode vir do país que for - Bélgica, Suécia, Japão, ou Congo. Até da França! Pode ser preto, branco, latino, indiano ou asiático. Não importa. Se for um trabalhador bom que produz, vai provavelmente ser aceito sem problemas. Os países europeus (e mesmo latinoamericanos) são muito mais xenófobos - podem até importar árabes e latinoamericanos para trabalhos braçais, mas raramente aceitam cidadãos de outros países como seus iguais.

Dito isso, há realmente grande ressentimento racial aqui nos EUA, de uma forma que não ocorre no Brasil. Acredito que a causa seja a miscigenação. No Brasil, a miscigenação muito maior tornou os grupos menos distintos, e portanto é muito mais difícil discriminar em termos raciais. Já nos EUA, a história é de separação entre as raças e etnias.

Mas uma coisa é verdade: os americanos são obcecados com a questão racial.

Porém, hoje, o ressentimento e a violência vêm dos dois lados. Muitos negros americanos são violentos, cometem proporcionalmente muito mais crime do que qualquer outro grupo, e em grande parte odeiam os brancos. Não acredite em mim, acredite no Chris Rock. Ou no Dave Chapelle. Dois excelentes humoristas negros que hoje são milionários.

Os humoristas negros podem falar sobre raça sem problemas e, de fato, quase não falam de outra coisa. Mas, se um humorista branco falar qualquer coisa ofensiva sobre os negros, será crucificado sem piedade. (A não ser que seja a Sarah Silverman, mas ela é judia).

São as regras do jogo, tudo bem. De fato nestas condições é mais fácil ser branco do que ser negro, e portanto é possível que seja necessário dar um desconto.

Mas eis então que chegamos ao cerne do problema: como a esquerda manipula a questão racial. O pensamento da esquerda é o seguinte: "a maioria branca ocidental cristã é sempre malvada e oprime as minorias de outras raças, culturas ou religiões, que são sempre boas".

Essa é a regra oculta que orienta o pensamento das ONGs de que falamos o outro dia. Índio, negro, homossexual, muçulmano, operário ou pobre = bom. Branco de classe média heterossexual cristão = mau. Independentemente do que cada um faça.

Para esse pessoal, a moralidade não está no que você faz, mas em quem você é. Se for da ideologia, classe social, cor ou orientação sexual correta, tudo é permitido, até estuprar e matar. Se não for... cuidado!

Dessa forma, temos os seguintes esquemas de "superioridade moral", que têm diretamente a ver o quanto uma minoria é vista como "oprimida" ou não. Assim, em termos de "raça" ou "etnia", temos algo assim:

índio > negro > latino > árabe* > asiático > judeu* > branco

Ou, em termos de religião:

seguidor de Gaia > politeísta > umbandista > hindu > muçulmano > judeu > cristão

Exagero um pouco, mas é por aí. É claro que esses conceitos não são assim tão fixos quanto parecem, podendo variar conforme a circunstância.

As mulheres, por exemplo, são vistas como vítimas do tenebroso "patriarcalismo ocidental". Mas aí, um muçulmano recusa-se a apertar a mão de uma mulher durante uma entrevista de trabalho na Suécia, não é - justamente! - contratado para o emprego, e então ele é quem é visto como vítima, ganhando 6 mil euros de compensação...

Por quê? Simples. Na classificação de minorias oprimidas da esquerda, uma mulher branca ocidental vale menos do que muçulmano de país de terceiro mundo (Se fosse um muçulmano oprimindo uma mulher muçulmana, aí poderíamos conversar).

Se você percebe esses esquemas mentais da esquerda, fica mais fácil entender o que está acontecendo no mundo. Nos EUA, o ressentimento racial só aumentou com Obama, que deveria ser o tal "presidente pós-racial". Por quê? Ora, por que quase todas as suas políticas visam retirar dinheiro da classe média majoritariamente branca e dar para projetos que beneficiam gays, mulheres (feministas), muçulmanos, negros e latinos. Assim, gerou uma divisão ainda maior no país. Se não acredita, veja as pesquisas, indicando a diferença de popularidade de Obama entre os vários grupos étnicos e sociais.

O triste é o seguinte: o ideal multiculturalista e politicamente correto, longe de criar sociedades harmoniosas, parece estar criando sociedades cada vez mais fragmentadas e ressentidas, que um dia talvez terminarão lutando entre si.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O fim da privacidade

Na Itália, alguns idiotas decidiram fazer brincadeiras de mau gosto com um colega autista e depois colocaram o vídeo com as sacanagens no Google Video (isso foi antes do Google comprar o Youtube). Não sei exatamente de que se trata: não assisti o vídeo, que ficou dois meses no ar, até ser retirado.

Bem, a questão é que os autores da "brincadeira" foram condenados apenas a alguns meses de serviço comunitário. Mas o juiz italiano foi mais duro com os executivos do Google, condenando três deles a seis meses de prisão.

A acusação é de "violação da privacidade". Segundo o juiz, os executivos deveriam saber que o Google estava hospedando o nefasto vídeo, e por não terem tomado providências, a culpa é mais deles do que os autores do vídeo em si.

O julgamento ocorreu in absentia, portanto ninguém foi preso, e posteriormente a sentença foi suspensa; mas o que mais importa não é o caso em si, mas o que pode representar para o futuro.

É algo complicado. É óbvio que, com milhões de usuários, Google e Youtube não podem policiar imediatamente tudo que é publicado. Por outro lado, é moda entre idiotas fazer sacanagens com coleguinhas ou até professores, e depois colocar os vídeos online. Na era da Internet e dos telefones celulares com câmera, a privacidade é um conceito superado. Os jovens de hoje talvez nem saibam o que significa, tanto que a maioria deles abdica voluntariamente desta, preferindo postar suas idiotices para todo o mundo ver.

Devemos aceitar esse fato como uma realidade da vida moderna? É o próprio público quem deve policiar a conduta daqueles mais nefastos? (É o que ocorre hoje com o sistema de flagging). Ou o Estado deveria se intrometer, para zelar pelo Bem Comum, como ocorre na China?

(Eu disse China? Bem, não precisamos ir tão longe. Aqui mesmo no Brasil um blogueiro foi processado e obrigado a pagar 16 mil reais por culpa de um comentário deixado em seu blog. Isso mesmo: agora o blogueiro é responsável pelos comentários deixados em seu blog, ai, ai ai...)

O Youtube é um fenômeno curioso. Um de seus mais recentes "famosos por quinze minutos" foi Epic Beard Man, um sujeito de 67 anos que envolveu-se em uma briga no ônibus, mas, para surpresa geral, deu uma surra em seu atacante mais jovem - e negro. (O vídeo original foi deletado pela pessoa que o postou, mas era tarde: dezenas de outros já o haviam copiado e republicado). Naturalmente, o caso gerou extrema controvérsia na Internet (falarei sobre a questão racial em outro post), bem como uma série de novas repercussões videográficas. Houve até quem republicasse a luta no estilo do videogame Mortal Kombat. O que ninguém questionou é o direito à privacidade dos dois indivíduos, talvez por ter ocorrido em um lugar público, ou talvez simplesmente porque existem tantos celulares com câmera que ninguém mais se preocupe com isso por aqui.

A privacidade acabou, isto é fato consumado. A questão é, o que fazer a respeito? E deve o Google - com Youtube e Street View - ser responsabilizado?