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sexta-feira, 16 de março de 2012

O progressismo é uma religião

O progressismo é uma religião. Tem até seus santos. Dei-me conta disso vendo um mural pintado no outro dia. Tinha uma mensagem abaixo que não lembro, alguma trivialidade sobre a paz no mundo ou a igualdade humana. Mas as figuras que ilustravam o dizer eram as que formam a Santíssima Trindade Progressista: Mahatma Ghandi, Martin Luther King e Nelson Mandela.

Figuras admiráveis, admito. Nem que seja pela coragem de lutar pelos seus ideais. Não é fácil levar cacete da polícia inglesa ou passar 27 anos na prisão e ainda assim continuar acreditando. Para uma pessoa como eu, um cínico que nem ideais tem, chega a causar inveja. Porém, eram falhos, como todos os homens. Tinham muitos defeitos que nem vale a pena repetir aqui, e nem é esse o objetivo do post. Eu simpatizo com Ghandi. Com King e Mandela, também. King disse uma coisa bacana certa vez:

"A covardia pergunta: é seguro?
A conveniência pergunta: é político?
A vaidade pergunta: é popular?
A consciência pergunta: é certo? 
E chega uma hora em que o sujeito deve tomar uma posição que não é nem segura, nem política, nem popular, mas deve tomá-la porque é certa."

Boas frases.

Os três são não-brancos, naturalmente. Faz parte do ritual de masoquismo diário do homem branco esquerdista ocidental. Mea culpa, mea maxima culpa. É verdade que Che Guevara, o Jesus de Nazaré dos esquerdistas, era branco, mas naqueles tempos ainda não se havia chegado à grande sacada do marxismo racial. Cotas raciais em Cuba? Imagina. Tanto que os líderes da Revolução Cubana eram todos brancos e universitários, assim como era Abimael Guzmán, o canalha líder do Sendero Luminoso, e ninguém nunca se importou. (Por sinal, é interessante a figura da também branca Yoani Sanchez: ela é uma feminista progressista pró-gays e pró-minorias contrária ao comunismo cubano. É a nova geração de esquerdistas contra a velha. Sim, a esquerda mudou.)

Mas também não é disso que eu queria falar. Afinal, se formos classificar por etnia, os piores comunistas foram os asiáticos. Mao matou setenta milhões e Pol Pot e seu grupo torturaram e mataram um terço da população de seu país em três anos. Um terço! Teve gente que morreu simplesmente por usar óculos. Afinal, isso era coisa de capitalista. Se vivêssemos em um mundo são, qualquer sujeito de bem se envergonharia de se dizer socialista, só por causa de Pol Pot.

Bem, mas o que eu queria dizer mesmo é que o esquerdismo é uma religião, e que é por isso que é tão difícil discutir com um esquerdista, ou mesmo tentar fazê-lo mudar de idéia, ou ao menos fazê-lo enxergar as coisas sob outro ponto de vista. Vejam o Sakamoto, por exemplo. Nunca vi alguém que escreva tantos absurdos. Será que acredita naquilo? Tenho certeza que sim. Tenho certeza também que ele jamais mudará. (Augusto Nascimento, de saudosa memória, odiava os japoneses, mas acho que simpatizaria com o Sakamoto.)

Costumava-se dizer que um conservador era um "esquerdista assaltado pela realidade", mas acho que nem isso é mais verdade. Houve recentemente vários casos de esquerdistas que foram literalmente assaltados, e nem por isso mudaram de idéia. Tornaram-se até mais intransigentes na sua defesa de criminosos, na sua idéia (falsa) de que o crime é causado por diferenças sociais inerentes ao capitalismo e blablablá.

Talvez o progressismo seja um culto suicida. Lembram de Jim Jones? Ele era maluco, certo, mas será que as suas crenças eram lá muito mais absurdas do que a de qualquer ideólogo esquerdista radical?

Bem, no outro dia, saiu uma foto do pessoal do MST cometendo a heresia de fazer fila no McDonalds, todos bem bonitinhos esperando sua vez. Consolei-me um pouco. Pareceram-me mais humanos. Se eles podem deixar a ideologia de lado por alguns instantes, nem que seja para um McLanche Feliz, significa que nem tudo está perdido. Talvez até o Sakamoto possa um dia entender que não precisa odiar a classe média para ser cool.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sem religião não há solução?

Às vezes tenho a impressão que o único "way out" para o Ocidente seria com alguma forma de ressurgimento religioso. Afinal, para contrapor-se ao Islã, é preciso alguma outra religião. Para lutar contra uma força, precisa-se de outra contrária, não é mesmo? Lei de Newton aplicada às relações humanas.

Porém, assim como a esquerda odeia o cristianismo mais do que os vampiros, também há uma parte da extrema-direita que o odeia. Acredita ser uma "conspiração judaica" que "enfraqueceu o Ocidente" e "acabou com seu espírito guerreiro". Ah, e que "Jeus era bicha"...

Eu não sei. Embora não seja realmente religioso, boa parte de minha família é cristã praticante. Acredito que sejam pessoas melhores e mais felizes por isso. São com certeza melhores e mais felizes do que eu. A religião, na maior parte dos casos, é motivo de felicidade, ou ao menos de consolo. O cristianismo é uma boa religião. Tende a ser positiva. Existem estudos de caso bem claros: pense nas pessoas da favela, quem se comporta melhor, os "crentes" evangélicos ou os outros?

(Além disso, para os preocupados exclusivamente com questões demográficas, as famílias brancas cristãs tendem a ter mais filhos do que as seculares.)

Mas aí aparece alguém e diz que a religião é apenas um mecanismo de controle social. É o "ópio do povo". Bem. O ópio do povo é o ópio mesmo, ou ao menos o crack. O controle social se dá de modo mais eficaz pela mídia. A religião é uma necessidade humana. Precisamos crer. Em algo.

Disse Chesterton que "quem não acredita em Deus, acaba acreditando em qualquer coisa." É verdade. Na cultura ocidental atual, isso se dá de várias formas. Uma dessas formas é a idolatria dos animais. Ei, adoro animais e sou contrário à sua morte gratuita. Porém, tenho a impressão que hoje certas pessoas se preocupam mais com uma galinha morta para virar sanduíche no McDonalds do que com uma jovem estuprada, torturada e morta por facínoras. No Facebook, chovem fotos e frases sobre animaizinhos em perigo. Acabo de descobrir, por exemplo, que jogar chiclete no chão pode ser perigosíssimo: certos passarinhos podem comer o chiclete e morrer sufocados. E eu que achava que não se devia jogar no chão só para não sujar as ruas... Mas jamais vi alguém postando no Facebook com indignação sobre algum crime cometido por minorias.

(Falando em idolatria de animais, a última moda em Los Angeles parece ser a de levar cães e até gatos para passear, não na coleira, mas em carrinhos de bebê. Essa moda já chegou aí? Não se preocupem, vai chegar.)

O progressismo só evoluiu tanto graças à decadência da religião na esfera pública, aliás, o progressismo hoje é uma forma de religião. Observem aqui Antônio Cândido, ainda sonhando com o triunfo do comunismo. Se Churchill dizia que "quem não é socialista antes dos 30 não tem coração, quem é socialista depois dos 30 não tem cabeça", o que pensar de um comuna de 93 anos? E não é o único, o Oscar Niemeyer já tem mais de 100, Eric Hobsbawn tá com 95, Fidel Castro ainda não bateu as botas, etc. Comunista vive muito! Qual será o segredo?

Para outros, a alternativa à religião é o consumismo desenfreado. A sociedade americana é de fato muito materialista. Compensa-se o vazio existencial e moral com a compra de um carro ou uma televisão de 80 polegadas. Curiosamente, as classes baixas são às vezes as mais ávidas. Traficante e negão do gueto adora roupa de marca. Favelado pode não ter um banheiro decente, mas tem uma boa televisão. Nas recentes compras de fim de ano, mexicanos-americanos literalmente lutaram entre si aos chutes e pontapés pelos produtos nas prateleiras. Uma senhora até usou spray de pimenta contra os outros compradores. Mas sejamos sinceros, pobres, classe média e ricos, todos são extremamente materialistas e consumistas, só muda a qualidade daquilo que podem adquirir. Até entendo a busca de conforto e qualidade de vida, mas muitos, ou provavelmente a maioria, querem apenas símbolos de status, além de qualquer utilidade. É uma forma de tentar se diferenciar. Vanitas vanitatum, omnia vanitas.

Qual a solução?

Talvez não haja solução nenhuma. No fundo, o que eu gosto no cristianismo é que diz que "meu Reino não é deste mundo", e que aceita que a humanidade é falha e imperfeita. Não está a nós querer mudar o mundo e transformá-lo numa utopia impossível. Devemos apenas tentar ser boas pessoas. É só.

Enfim. Apenas pensamentos desconexos em uma tarde um pouco inútil. Feliz Natal a todos, e bom 2012.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Vaticano e a Nova Ordem Global

Embora não acredite em nenhuma delas, gosto de teorias da conspiração. Não seria fantástico se todos os problemas do mundo fossem causados por um único grupo secreto? Lamentavelmente, quase nunca é esse o caso: o mundo é na maior parte das vezes regido apenas pelo Caos. 

De qualquer modo, uma recente notícia deixou os teóricos da conspiração em polvorosa. O Papa Bento XVI declarou que é a favor de uma "autoridade econômica mundial", uma espécie de Banco Central Mundial. Seria o Papa globalista?

Fui pesquisar, e descobri que não é a primeira declaração nesse sentido do Pontífice. Em 2009, o Vaticano publicou um texto até mais forte, no qual fala não apenas em autoridade econômica, como literalmente em um "governo global", uma entidade supranacional com "autoridade real" para resolver conflitos internacionais.

Não quero comprar briga com o pessoal da MSM. Sou católico por formação, e simpatizo com o Bento XVI. Porém, o Rodrigo Constantino destrinchou a encíclica papal de 2009, mostrando que o texto realmente fala em governo global, além de reciclar vários chavões quase marxistas, defendendo a imigração, a justiça social, etc. Estaria o Vaticano unido às elites globalistas que querem instituir a famosa "Nova Ordem Mundial"?

Não creio. Como dizem os americanos, jamais atribua à malícia o que pode ser mais facilmente explicado por ignorância ou estupidez. Acho que o Papa, ou seja quem for que redigiu o documento, está contaminado por algumas idéias progressistas (não todas; a Igreja Católica ainda é contra o homossexualismo e o aborto, até onde sei). Mas não é esse o caso do planeta inteiro? Nos EUA, igrejas luteranas e presbiterianas já tem pastores mulheres ou gays (quando houver um Papa gay é que precisamos ficar preocupados...). Na Europa, são as igrejas cristãs as que mais acolhem e auxiliam asilados e imigrantes ilegais da rival religião muçulmana, mesmo que isso esteja selando o seu fim (10% dos "cristãos" europeus freqüentam a missa; 90% dos muçulmanos freqüentam as mesquitas). 

No mais, é curioso que os progressistas se vendam (e vendam essa imagem à juventude) como "rebeldes" e "transgressores", quando são exatamente o contrário. Eles são o establishment! Eles mandam, desmandam, e até lincham quem ousar contestar. Não há quase nenhum aspecto da vida cultural, política ou social que não tenha ao menos algum elemento progressista. Como diria a Newsweek, somos todos socialistas. O Papa talvez apenas queira ser pop - e, isso, hoje, quer dizer progressista.

De qualquer modo, se até o Papa -- junto com o governo Obama, Wall Street, a União Européia e a maioria das instituições civis ocidentais -- já estão falando abertamente na possibilidade de um governo global, é sinal que a coisa não demora a tornar-se realidade. Segurem-se! 

segunda-feira, 7 de março de 2011

Escala de valores

Um kosovar muçulmano, em agradecimento aos soldados americanos que estupidamente deram a independência ao Kosovo (região da Sérvia), matou dois deles a tiros. Ninguém na mídia progressista deu bola. São só soldados.

Os coptas, enquanto isso, só se ferram no "novo" Egito. Apedrejados, fuzilados, incendiados, vilipendiados pela mesma turba que aparentemente queria "democracia" e "liberdade". Ninguém dá bola. São só cristãos.

Em Cuba, paraíso no qual estranhamente ninguém quer morar, um americano foi preso por instalar uma rede de Internet sem autorização do governo dos irmãos Castro. Considerado subversivo, pode pegar até vinte anos de prisão. Ninguém dá bola. É só um americano.

Qual vida vale, para os esquerdistas? A vida dos artistas famosos de esquerda. A vida dos políticos de esquerda. A vida das minorias "oprimidas". A vida dos criminosos. A vida dos animais. O resto? Que se f.............................

Se a vítima faz parte de uma das categorias eleitas, como a dos prisioneiros travestis (bônus por pertencer a duas categorias de "oprimidos" distintas), ele recebe todas as regalias possíveis, em nome dos "direitos humanos". Já se ele não faz parte, os esquerdistas podem ser impiedosos.

Por exemplo, em uma notícia sobre os turistas americanos recentemente mortos por piratas, um dos primeiros comentários, naturalmente de um progreçista, informava que os piratas são apenas vítimas da Grande Indústria Pesqueira, que tirou-lhes o emprego de pescadores tradicionais, de forma que eles se viram "forçados" a cometer o crime de pirataria. Já as vítimas, ora, eram missionários que carregavam Bíblias em seu barco. Quem os mandou fazer proselitismo cristão?

Muitos se perguntam por que o nosso leitor AN odeia tanto o Olavo de Carvalho, ou por que os jornalistas de esquerda odeiam tanto a Sarah Palin, quando estes pouco fizeram de concreto para merecer tanto ódio (além de existir).

Mas a resposta é mais simples do que parece. Entenda: o Progressista, embora em geral pertença à uma das categorias "opressoras" (branco, rico ou de classe média, profissional liberal), opõe-se a esta criando a figura diabólica do "Conservador", ou, como dizem alguns blogueiros, "A Direita Raivosa." O conservador é o vilão, é a causa segundo o Progressista para tudo o que está errado no mundo. Se é verdade o que diz René Girard, que o bode expiatório é o princípio fundador das sociedades humanas, então o Conservador é o bode expiatório do Progressista.

De pouco adianta informar aos esquerdinhas que Che Guevara mandou executar centenas de pessoas, afinal tais vítimas eram apenas "contra-revolucionários" malvados e mereciam morrer. Porém, nestes dias em que a vida de bichos muitas vezes é considerada mais valiosa do que a de cristãos, pode ser mais útil lembrar-lhes que, além das centenas de execuções, El Che também cometeu um crime contra uma forma de vida que se encontra no topo da escala de valores progreçista: mandou estrangular um cachorrinho que seguia os guerrilheiros, na inocente busca de carinho e afeição. 


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Um mundo anticristão

Enquanto os cristãos são perseguidos implacavelmente nos países muçulmanos e só não são jogados aos leões por falta de leões, no Ocidente supostamente "cristão" também há uma perseguição, só que em nome do secularismo.

Às vezes essa perseguição é realizada em nome da "separação entre Igreja e Estado" e do "respeito às demais religiões". No outro dia, descobriu-se que uma agenda estudantil distribuída para quase quatro milhões de alunos da Comunidade Européia não mencionava os feriados cristãos de Natal e Páscoa, embora mencionasse feriados muçulmanos, judeus, chineses e até hindus. A desculpa do comitê que criou o calendário afirma que foi tudo "um simples engano". A agenda, que é distribuida gratuitamente mas custa bem caro ao contribuinte, é um festival de propaganda da Comunidade Européia. Suas páginas de conteúdo editorial podem ser lidas aqui, mas não consegui ter acesso ao calendário. (Se alguém tiver algum link, informe-me).

Alguns dirão que é um fato sem importância. Pode ser, mas observe que sempre que há críticas à "religião" por secularistas, quase sempre esta religião é a cristã. No outro dia houve até a notícia (depois desmentida) que Dilma teria retirado um crucifixo da sua sala. Várias vezes ocorreram casos similares nos EUA, de símbolos religiosos retirados de espaços públicos. Na arte moderna, então, a crítica aos símbolos religiosos é total. Só que tais símbolos são quase sempre cristãos. Com os muçulmanos, poucos têm coragem de mexer.

Praticantes das outras religiões podem dizer o que quiserem. Os cristãos, são vigiados constantemente por qualquer lapso verbal.

Fosse apenas a questão simbólica, nem seria tão grave. Mas atos como a promoção do aborto irrestrito (em alguns casos realizado com tesouradas em bebês vivos de oito meses já saídos do útero), do casamento homossexual e da eutanásia, quando não a insinuação da validade moral do incesto e até da pedofilia, são certamente tentativas de ir contra a antiga moral cristã.

Eu disse pedofilia? Certamente. Embora hoje esta seja chamada mais corretamente de "contato sexual intergeneracional". Eis aqui um "estudioso" afirmando, não apenas que o sexo intergeneracional pode ser positivo, mas argumentando que as próprias crianças estariam sendo vítimas dos malvados antipedófilos ao terem negada a oportunidade de se desenvolver sexualmente... (Artigo publicado em importante periódico de educação sexual.)

Não é preciso ser cristão para horrorizar-se com os arautos "científicos" da pedofilia ou com os métodos abortistas de Kermit Gosnell, é claro. Tratam-se de casos extremos. Mas os cristãos estão os maiores críticos desse niilismo pós-moderno, e são também suas maiores vítimas.

Enquanto alguns deliram sobre a "opressão papista", o cristianismo é a religião mais perseguida no mundo, dentro e fora de seus países de origem.

(P.S. Sou um mau cristão e nem vou à missa. Sou um reles pecador e nem sei se acredito em Deus. Mas, ao ler sobre certos horrores, quase passo a crer na existência do Diabo. No creo en brujas, pero que las hay, las hay.)


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Homem, branco, heterossexual, cristão: espécie em extinção?

Tem lei que protege negro, tem lei que protege índio, tem lei que protege gay, tem lei que protege mulher, e tem lei que protege o mico-leão dourado. Existe uma única categoria que, hoje em dia, não tem direito a qualquer proteção especial. É o homem branco heterossexual e cristão.

Se fazem uma propaganda que  estereotipa os negros (ou os docinhos de chocolate, mas aparentemente é a mesma coisa), todos reclamam. Se fazem uma propaganda tirando sarro do homem branco, não há a quem reclamar.

Eis uma foto triste: uma índia que mais parece versão carnavalesca de uma filha da tribo navajo entregando o prêmio "motosserra dourada" à deputada Kátia Abreu. Coisa de ONG internacional que nem sabe como são os índios locais. A foto tenta requentar o velho mito de que os índios preservariam a Natureza melhor do que o homem branco. Mentira. Os índios antigos foram os que inventaram a queimada e colocaram animais em extinção, eram nômades porque ficavam em um pedaço de terra até exaurir todos os seus recursos naturais, e uma vez esgotados, se mandavam para outro canto da floresta. Já os índios de hoje terceirizam: preferem alugar ou vender ilegalmente suas terras ao homem branco para que este possa cortar a madeira.

O fato é que a civilização ocidental foi criada em sua maior parte por homens, brancos, heterossexuais e cristãos. Sim, houve muitas mulheres que contribuíram para o avanço da sociedade, da tecnologia, da cultura e das artes, e certamente muito homossexuais também. Houve judeus e muçulmanos que tiveram contribuições inestimáveis e invejáveis, e não falemos das milenares civilizações asiáticas e hindus, que também influenciaram o Ocidente. Mas, convenhamos, a maior contribuição é mesmo a de dead white men como Shakespeare e Newton.

Porém, hoje vivemos em uma época em que esse tal Ocidente é visto com desprezo pela grande maioria dos próprios ocidentais. O HBHC não só não tem proteção, como é visto como o culpado por tudo. Mas quem mais odeia o Ocidente são os próprios ocidentais: é um forma de suicídio. Eis uma frase do marxista e pós-modernista (mas me repito) francês Guy Debord: "Meu otimismo se baseia na idéia de que esta civilização cedo ou tarde desmoronará".

Ora, se a civilização realmente desmoronar, o que virá a seguir não é o paraíso socialista, mas o caos, o terror, a violência, a miséria, a morte e a fome. Não dá para entender o entusiasmo desse pessoal. Será que eles acham que continuarão tendo a sua coluninha de jornal quando tudo for para o brejo?

As coisas (perdão pelo trocadilho infame) estão pretas. A raça branca ou caucasiana constitui apenas 10% da população terrestre e parece diminuir cada vez mais devido à sua baixa taxa de natalidade, somada à alta taxa de natalidade de imigrantes de outras extrações. O número de heterossexuais, embora maioria, vive acuado por leis cada vez mais restritivas contra quem ousa criticar o homossexualismo. E os cristãos são violentamente perseguidos em dezenas de países e, mesmo nos países ainda nominalmente cristãos, também estão acuados pelo secularismo, encontrando-se atualmente em plena decadência.

Segundo alguns estudos, o cristianismo será superado pelo islamismo na Europa em 2050, e o homem branco será minoria nos EUA em 2024. E os gays? Bem, segundo recentes pesquisas (quero crer que falsas ou exageradas), já quase 20% dos homens no Rio de Janeiro são viados (e depois falam dos gaúchos...) e há uma troca de sexo a cada 12 dias no Brasil.

A coisa está dura (com o perdão novamente pelo trocadilho infame). Este blog vai terminar lançando um Movimento pela Preservação do Homem Branco Hetero Cristão! Salvem as baleias, e a nós também...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Convite para um apedrejamento

Não sei se alguém assistiu o filme "O apedrejamento de Soraya M." Assisti ontem. Bom filme. Triste, baseado em fatos reais: uma moça acusada falsamente de adultério porque o marido quer livrar-se dela termina sendo executada islamic-style. A cena do apedrejamento é de fato impactante.

Não é ficção: acontece toda hora no Irã. Outra mulher, Sakineh, mãe de duas filhas, está para sofrer o mesmo castigo. (É possível assinar uma petição contrária aqui, ainda que eu ache que petições só servem pra elevar o ego moral de quem assina sem muitos resultados práticos). Devido à repercussão internacional, talvez ela seja apenas enforcada em vez de apedrejada, o que é um poquinho menos bárbaro, mas não deixa de ser chocante.

Porém, na realidade, o que me chamou mais a atenção no filme não é tanto o apedrejamento, como o fato de que a cultura muçulmana seja tão diferente da ocidental. O conceito básico da sociedade não é a justiça, mas a honra. Pais matam as próprias filhas, às vezes apenas por vestir-se de um certo modo. Os costumes são totalmente diversos. 

Alguns dirão que também os judeus ortodoxos têm costumes diferentes, e é verdade; porém a diferença é que os judeus não tentam converter ninguém, ao contrário. Já a missão máxima dos muçulmanos é expandir sua fé por todos os cantos do planeta. 

A submissão total da sociedade aos líderes religiosos também é curiosa. No filme, mesmo os defensores da apedrejada jamais questionam os mulás ou o Corão ou os desígnios de Alá, apenas divergem na interpretação. Alguém poderia afirmar que o mesmo ocorria na idade medieval com o Cristianismo (não sou historiador e não tenho condições de afirmar se é verdade ou não), mas enfim, para que cairmos sempre no relativismo moral? Talvez nós (ou ao menos eu) prefiramos o cristianismo simplesmente por ter crescido em meio a uma cultura cristã, mas não é suficiente? Mesmo que eu não seja muito religioso, tenho várias memórias associadas ao cristianismo, e não gostaria de perdê-las.

O Islã é uma religião do Oriente Médio e, no que me concerne, poderia ter ficado por lá mesmo. Não tem, ou não deveria ter, lugar na Europa e nos EUA e na América Latina, a não ser em números reduzidos. Afinal, já existem 57 países islâmicos: realmente precisamos mais?

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Por que tanto ódio no coração?

Ultimamente tem aparecido um comentarista muito chato que odeia os judeus. Especialmente os judeus americanos. Considera-os uma quinta coluna disposta a tudo para trair e destruir o país.

Porém, ele não é o único. Surpreendentemente (ou não) há muitas pessoas nos EUA que desejariam ver os judeus pelas costas. Tanto à esquerda quanto à direita. A diferença talvez seja que a esquerda quer os judeus fora de Israel, e a direita (bem, alguns direitistas paleocons, como Pat Buchanan) quer os judeus fora da América.

Mas a América não seria a América sem os judeus.

Como entender a América sem Billy Wilder, sem Albert Einstein, sem Richard Feynman, sem Philip Roth, sem Saul Bellow, sem Bashevis Singer, sem os irmãos Marx, sem Larry Page e Sergey Brin, sem Lauren Bacall, sem Hedy Lamarr, sem Woody Allen, sem Bob Dylan, sem Spielberg, sem Seinfeld?

Vejamos o caso de Billy Wilder. Nascido na Áustria, foi para Berlim, tendo que fugir com a chegada do nazismo. Sua mãe, sua avó e seu padrastro terminaram mortos em Auschwitz. Mesmo assim, Wilder, já cidadão americano, virou um dos melhores diretores de cinema da história, autor de dezenas de clássicos da "era de ouro de Hollywood" (o tempo em que os americanos ainda faziam filmes para adultos).

(É claro que também existem figuras como Bernie Madoff, mas qual grupo não tem seu vilão?)

A mesma coisa acontece com os negros. Há quem os critique, citando testes de QI, apontando a pobreza e degradação moral dos hoods, e observando que coletivamente cometem sete vezes mais crime do que o resto da população.

Mas a América não seria a América sem os negros.

Como entender a América sem Billie Holiday, Nina Simone, Ella Fitzgerald, Cab Calloway, Muhammad Ali, Louis Armstrong, James Brown, James Baldwyn, Richard Pryor, Gary Coleman, Sammy Davis Jr, Michael Jordan, Martin Luther King, Samuel Jackson, Ralph Ellison, Thomas Sowell?

(Como contra-exemplo infame, temos o O. J. Simpson)

O primeiro filme sonoro americano, "The Jazz Singer", curiosamente não era nenhuma história de WASPs. Tratava de um judeu que queria cantar jazz, que na época era considerada "música de negros". O ator escolhido para o filme, Al Jolson, foi um dos primeiros astros judeus, e é também famoso por ter ajudado colegas músicos negros como Cab Calloway, o verdadeiro inventor do "moonwalk".

Se os judeus fossem expulsos, a América seria muito mais pobre. Se os negros fossem expulsos, a América perderia muito de sua cultura e vitalidade.

É por isso que eu digo, os únicos que devem ser expulsos são esses malditos cucarachas latinos, que não contribuem em nada.

(brincadeira, pessoal).

* * *

E este sujeito aqui? Yisrael Campbell (nome original Chris), americano da Pensilvânia, metade irlandês, metade italiano, portanto católico da gema,  já adulto decidiu converter-se ao judaísmo, não uma vez, mas três (primeiro ao judaísmo reformista, depois ao conservador, e finalmente ao ortodoxo). Mora há sete anos em Israel onde é um comediante. Mais um quinta-coluna safado, que provavelmente se converteu apenas pelo humor - afinal, todos sabem que os comediantes católicos não costumam ter tanto sucesso.

* * *

"Por que vês o argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?" - Jesus H. Christ

terça-feira, 25 de maio de 2010

Quem é Maomé?

Uma das coisas curiosas sobre a fúria dos muçulmanos com os cartunistas é que ninguém sabe como era realmente o rosto do profeta islâmico. Então as supostas "imagens blasfemas" só o são quando alguém identifica um certo desenho como sendo "Maomé". Afinal, homens com turbante há milhares por aí.

Jesus, ainda que tampouco se saiba como ele era realmente, possui uma iconografia histórica criada ao longo dos séculos, sendo facilmente identificável. Não é o caso de Maomé, justamente em razão da proibição (muito embora tenham sim existido gravuras de Maomé feitas por muçulmanos - ver algumas aqui no Mohammed Image Archive). 

Toda essa discussão lembrou-me da velha confeitaria Maomé, de Porto Alegre: terão que trocar de nome? Ainda por cima o slogan é "doces bárbaros", insuniando que Maomé seria um "bárbaro". Ou um urso:



quinta-feira, 11 de março de 2010

Subsidios para bebês

A leitora Ana Cláudia disse uma coisa interessante e ao mesmo tempo assustadora:
Não me interessa muito qual seja o arranjo entre o casal desde que satisfaça as justas aspirações de ambos e nos tire da rota de colisão com o iceberg sociológico-demográfico na qual o modelo tradicional nos colocou. (...) Se a Civilização Ocidental não puder conciliar os recém-conquistados direitos femininos com sua própria preservação, melhor mesmo que ela acabe nem com um estrondo nem com um suspiro, mas com uma orgia. Os muçulmanos herdarão a Terra.
Embora a taxa de natalidade esteja em queda em quase todo o mundo civilizado (não incluo África nem América Latina nisso), Europa e Rússia são as regiões que apresentam o pior problema demográfico. Como se não bastasse a taxa de crescimento menor do que 2.0 (o que significa que a população diminuirá, e haverá menos jovens para sustentar milhões de velhos), também está o problema dos imigrantes muçulmanos, que se reproduzem como coelhos e planejam ocupar os espaços vazios da civilização pós-cristã.

O problema de Ana Cláudia é que, se a Civilização Ocidental acabar e os muçulmanos tomarem conta, os tais "direitos femininos" acabam também, pois os muçulmanos não parecem ter muito interesse nesse negócio. Será que, nesse caso, não é melhor perder os "direitos" e manter a Civilização Ocidental? (Ei, mas quem disse que essa é a escolha?)

O problema demográfico é, de qualquer modo, agudamente real. E ninguém até agora conseguiu apresentar uma solução concreta. Seria o subsídio para bebês a solução? Tanto Europa quanto Rússia estão fazendo tentativas desse tipo, oferecendo dinheiro a mães ou casais que tenham filhos. O problema é que, se os subsídios não discriminam enquanto a religião ou etnia, podem ser aproveitados tanto por muçulmanos quanto por nativos, e aí, dá na mesma ou até piora a situação. Somália Al-Farrábio vai ter sete pequenos Maomés e ganhar dinheiro para sustentá-los. Gioconda, Jeanne e Grete terão apenas um bebê, ou, com sorte, dois.

Seria a solução discriminar? Isto é, dar o subsídio apenas para bebês nativos, ou mesmo barrar a entrada de imigrantes muçulmanos? É o que sugere Geert Wilders: "Muçulmanos fora da Europa." Críticos, mesmo na direita, discordam. Dizem que discriminar seria errado, pois acaba com o conceito básico da liberdade religiosa e que existe uma diferença entre o "Islã" e o "Islamismo" e que a maioria dos muçulmanos é da Paz. Já fui dessa opinião; hoje discordo. Não existe nada chamado "islamismo", é uma invenção. Existe apenas o Islã. Há os mais afoitos que se explodem, os menos afoitos que apenas torcem por aqueles que se explodem, e os que simplesmente não estão muito interessados em religião - muçulmanos seculares.

Mas, mesmo que o Islã como um todo fosse da Paz, seria isso razão para uma substituição populacional na Europa, de sua maioria branca cristã para uma nova maioria muçulmana? E se fosse uma invasão de budistas, em vez de muçulmanos? Será que defender uma Europa com predomínio de cristãos é ser "nazista"? Mas não são os muçulmanos, hoje em dia, que são contra os judeus? É possível a sua assimilação pacífica ao continente? É possível o sonho da União Européia de uma europa multicultural, multireligiosa e secular? Ou terminará tudo em um grande conflito?

São questões prementes, que devem ser pensadas a fundo.

O que faz um país, ou um continente, é sua população. Uma Europa totalmente muçulmana não vai ser mais a Europa, vai ser o Oriente Médio - e provavelmente terá todos os problemas que o Oriente Médio tem. Uma Europa parcialmente muçulmana pode vir a ser um campo de batalhas, como já foi em 1683.

Por outro lado, a Europa de hoje não é mais a Europa de ontem, ou mesmo dos anos 70, e é possível que não tenha volta mesmo. Querer uma Europa cristã e sem muçulmanos, hoje em dia, talvez seja querer uma Europa de cartão-postal, que não existe mais, que talvez nunca tenha mesmo existido.

O fato é que, bem ou mal, o número de imigrantes muçulmanos e descendentes aumenta, ao mesmo tempo em que o número de nativos cristãos (ou pós-cristãos) diminui, e nas próximas décadas a configuração demográfica mudaria radicalmente (ver vídeo explicando tudo com animação aqui).

Se o subsídio não funciona, que outra solução há à vista? Uma delas seria a renovação do cristianismo, que é contrário ao aborto, à pílula, à revolução sexual e a quase todas as mudanças que fizeram com que a natalidade diminuísse nesses países. "Every sperm is sacred", etc. Mas não parece haver muita chance disso, com a Europa mais interessada na tal "orgia" de que fala a Ana Cláudia.

O futuro dirá.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O retorno da Inquisição

Poucos estão por dentro, mas o holandês Geert Wilders está sendo julgado na Holanda por incitação ao ódio religioso por criticar o Islã. Curiosamente, seu filme "Fitna" utiliza apenas citações islâmicas, tiradas do próprio Corão. Então, estaria Wilders sendo julgado por repetir o Corão?

Ao contrário dos EUA, onde qualquer grupo, por mais racista, sexista ou nazista que seja ainda pode se expressar livremente, não existe liberdade de expressão na Europa hoje. Mas o mais curioso é que as autoridades e cortes européias estejam defendendo, não o Cristianismo, ou mesmo o secularismo, mas o Islã.

Ou seja, temos países não-islâmicos tomando para si a missão de promover as leis muçulmanas. Na prática, isso significa que a Holanda já é um país muçulmano.

Aliás, estranho isso de haver tribunais para punir pessoas por falarem mal da religião. Qualquer um pensaria que a Europa voltou aos tempos da Inquisição, não fosse que, em vez de defender o catolicismo, preferem defender o Islã.

Terminará Geert Wilders na fogueira?

sábado, 2 de janeiro de 2010

Islamophobia

Feliz Ano Novo a todos.

Iniciamos 2010 com um post continuando com a polêmica anterior, sobre o Islã. Alguns leitores, afinal, acreditam que eu seja demasiado crítico dessa religião. Será que sofro de islamofobia?

Vejamos as notícias de hoje. No Bombistão, digo, no Paquistão, militantes islâmicos mataram 88 espectadores de um jogo de vôlei, trucidando dezenas de adolescentes e crianças. Na Dinamarca, um muçulmano armado com um machado tentou invadir a casa do cartunista que desenhou um dos cartuns de Maomé. Na Nigéria, houve mais de 70 mortos em conflitos com islamistas. E é apenas o primeiro dia do ano.

Com todo o respeito, há muitas religiões esquisitas por aí. Judeus ortodoxos, hindus e budistas, mórmons, e mesmo os cristãos mais fundamentalistas, todos têm costumes que podem ser bastante estranhos. Mas que outra religião fora o Islã incita ao assassinato de um senhor de 74 anos e sua netinha de 5 anos pelo simples fato de ter feito um desenho, há quase quatro anos atrás? Que outra religião propaga-se através do massacre de inúmeros infiéis? Católicos e protestantes se odeiam na Irlanda, é verdade, mas será que se matam tanto quanto sunitas e xiitas em um único dia?

É verdade que a maioria dos muçulmanos não são terroristas. Também é verdade que a maioria dos terroristas são muçulmanos. Mas, mesmo que 99% sejam pacíficos, não há motivo para Europa e EUA aceitarem contingentes tão grandes de islâmicos em suas cidades. Por quê? Para quê?

Nosso amigo Bitt sustenta que eles foram trazidos como mão de obra barata para pagar as pensões dos europeus. Pode ser. Mas a conta não fecha. O custo da assimilação de imigrantes é maior do que sua contribuição aos cofres públicos. Isto é, os países desenvolvidos estão pagando para ter imigrantes do terceiro mundo. Enquanto é verdade que alguns se beneficiam com os trabalhadores braçais a baixo custo, também é verdade que os imigrantes rendem votos aos políticos. E essa talvez seja a principal razão para a sua importação massiva. Aliás, o próprio governo britânico confessou ser esse seu objetivo.

Na verdade, a imigração massiva de muçulmanos é um problema maior do que o terrorismo em si. Proporcionalmente, o terrorismo não mata muito. É uma arma de propaganda mais do que de guerra. Não são as mortes que contam, é o pânico que causa na população. De certa forma, tanto o fracassado atentado natalino no avião quanto o fracassado atentado contra o cartunista dinamarquês tiveram sucesso, mesmo falhando. Ocidentais vão ter cada vez mais inconveniências ao viajar de avião, e provavelmente não veremos tão cedo novas caricaturas de Maomé.

Islamofobia? Tenho sim.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Crimes de piedade

Existe o Bem e o Mal? Alguns dizem que não, mas o problema aí é que ficam paralisados na hora de julgar um criminoso, por exemplo. Se tudo é relativo, como castigar alguém que, no fundo, é apenas uma "vítima da sociedade"?

Recentemente, uma mulher levou o aborto às últimas conseqüencias. Sem querer ter o filho e - diz ela - sem dinheiro para realizar um aborto, o que fez? Deu um tiro na cabeça do bebê dentro da própria barriga, no mesmo dia em que estava previsto o parto. A criança naturalmente morreu, mas a mulher sobreviveu. Foi acusada, julgada e inocentada. O juiz entendeu que não havia crime. Está certo: qual a diferença entre um tiro e um aborto afinal? O corpo é dela, não é isso que dizem?

Da mesma forma, o presidenciável Huckabee está com problemas nos EUA, pois no seu período como governador do Arkansas, por piedade, liberou um violento criminoso condenado a 98 anos de prisão. Livre após meros onze anos, o ladrão fez carreira: virou assassino e depois estuprador de crianças, e ontem matou quatro policiais que tranqüilamente tomavam seu café e comiam seus donuts enquanto esperavam o início do expediente.

Como Huckabee é republicano e cristão, vê-se que o problema não é só do progressismo, mas do cristianismo também, ou, ao menos, da mistura de cristianismo com progressismo que encontra-se às vezes por estas bandas (no outro dia, vi uma Igreja com uma bandeira arco-íris, com dizeres a favor do casamento gay).

Progressistas e cristãos, inimigos em quase tudo, encontram-se muitas vezes curiosamente unidos na piedade com criminosos e na contrariedade à pena de morte.

A piedade é uma virtude, um bom sentimento. É preciso saber perdoar. E, de fato, quem de nós jamais cometeu um erro, uma indignidade, um pecado, ou mesmo um crime? Não julgues se não quiseres ser julgado. Atire a primeira pedra quem nunca etcétera.

Por outro lado, também é verdade que, se todos são perdoados de seus crimes e ninguém pode ser culpado por nada, o pessoal abusa. Tudo termina por virar um vale-tudo em que irmão mata irmão. Se não há castigo, a violência, o ódio e a vingança perene são os únicos resultados.

Como conciliar a piedade com a necessidade da punição?

Talvez neste caso o Talmud dos judeus tenha a medida exata da mistura, na famosa afirmação: "Aquele que é caridoso com os cruéis termina sendo cruel com os caridosos".

Ter piedade de assassinos, assaltantes e estupradores não é ser bonzinho com eles, é ser malvado com as suas vítimas. Uma sociedade que preocupa-se mais com os direitos dos culpados do que dos inocentes é uma sociedade doente, em possível risco de extinção.


Praise the Lord and pass the ammunition.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O crepúsculo dos deuses ateus

Sou agnóstico e não sei se existe o Deus ou o Diabo. Mas uma coisa é certa: se Deus existe, Ele deve estar rindo da cara do Richard Dawkins.

Um curioso artigo - escrito pelo que parece ser um ateu mal-humorado - observa que, embora Dawkins acredite que a religião seja um "erro da evolução", o fato é que, em termos estritamente evolutivos, os religiosos são mais bem-sucedidos do que os ateus. As famílias religiosas têm muitos filhos; espalham seus genes e transmitem sua religião pelo mundo. Os secularistas ateus preferem viver no presente e não costumam ter muitos filhos. Adivinhe qual grupo é mais apto para sobreviver? É curioso, aliás, que a nova campanha publicitária de Dawkins seja para que a religião não seja transmitida pelos pais aos filhos. Quais filhos? Aqueles chamados Maomé, hoje o nome mais popular entre os bebês de Londres?

Conclui o artigo:
Even if it was granted that the modern world, with its feminism and secularism, produced all the happiness one can imagine, it cannot last. A baby born today may live to see the extinction of the Lithuanians (projected to be a population of 760,000 by 2100, possibly all assimilated into other ethnicities). Any philosophy that guarantees that those that adopt it will be gone within a few generations can only be embraced by nihilists. The patriarchal and god-fearing will inherit the earth, one way or another.
Eu não sei se Deus existe, mas, se as leis da Evolução de Darwin beneficiam os religiosos, Deus realmente deve ter um apurado senso de ironia.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Se Deus não existe, tudo é permitido?

"Se Deus não existe, tudo é permitido."

A frase, que não foi escrita por Dostoevsky, embora seja mais ou menos o que Ivan Karamázov diz no famoso livro, ainda que de modo mais extenso e rebuscado. "Não existe virtude sem imortalidade", conclui Ivan. Para ele, sem a crença dos homens na imortalidade da alma e na existência de Deus, não haveria motivo para nenhuma moral e tudo seria permitido, "até o canibalismo".

Será mesmo?

Fábio Marton discorda. Mas de onde vem a moral? É algo biológico? Inato? Cultural? Ou vem mesmo de Deus, exista ele ou não?

Como Dostoyevsky cita canibalismo, lembrei-me do caso que li sobre o horrível General Butt Naked (ou General Peladão), soldado mercenário da guerra civil da Libéria, que liderava um batalhão de soldados que andavam nus por acreditar que isso o protegia das balas (vídeo documentário aqui - alerta para imagens fortes). Ele dizia ser um seguidor do Diabo, de quem afirmava ter recebido um telefonema quando criança. Confessou ter matado milhares de pessoas, inclusive crianças (sacrificava uma antes de cada operação militar), praticava canibalismo (comia o coração de algumas crianças e prisioneiros) e jogava futebol com as cabeças de soldados inimigos. Hoje é um pastor evangélico. Conversão real ou mera fuga da justiça? Digam o que quiserem, desde então não comeu mais nenhuma criancinha.

Deus e o Diabo podem não existir, mas a crença neles existe, e tal crença é responsável por diversos atos, dos mais nobres aos mais cruéis. Os conceitos de Bem e de Mal vêm diretamente da religião e da filosofia, não de qualquer medida científica. Mas só o que a ciência mede existe?

E será que os religiosos realmente agem virtuosamente apenas por medo do Inferno e/ou esperança do Céu? Não existe virtude sem imortalidade da alma?

E os ateus, tem uma moral própria? Podem ter? Qual moral pode-se criar a partir do mero materialismo, a não ser uma moral utilitária, "o maior bem para o maior número de pessoas". Mas, qual é o "maior bem"?

O Claudio Avolio observa como a mesma "moral" secular bananeiro-esquerdista que proíbe revistas com dicas para heterossexuais festeiros, subsidia revistas com dicas para gays festeiros. Uma revista é proibida em nome ao suposto respeito ao direito das minorias, a outra é apoiada financeiramente em respeito ao direito das minorias. Uma moral algo contraditória, para dizer o mínimo.

Por outro lado, também é verdade que, não obstante todo seu ódio pela religião e pelos religiosos, ao contrário dos anarquistas espanhóis, Dawkins nunca matou nenhum padre. O ateísmo, por si só, jamais poderia fazer mal a uma mosca. Assim como a religião. O problema são os homens. Os homens matam e morrem em nome de idéias - políticas, sociais e, por que não, religiosas. Mas acreditar que a religião é o grande mal da humanidade é uma besteira. De acordo com o psicólogo evolucionista Satoshi Nakazawa, pode-se matar também em nome da ciência. Aliás, ele também acredita que Deus foi criado pela evolução.

Já eu às vezes acho que Deus existe, e o Inferno é aqui mesmo.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Decálogo do bom esquerdista

Por que, não obstante seus fracassos e crimes, os esquerdistas sempre acreditam estar do lado do Bem, e se sentem incrivelmente superiores aos supostamente malvados direitistas, capitalistas, imperialistas, etc.? Tudo fica claro ao se descobrir que nos bons velhos tempos da Guerra Fria, a KGB divulgava pelo mundo uma espécie de lista de "dez mandamentos" do bom socialista, os quais, uma vez memorizados, impediam para sempre qualquer tipo de pensamento racional.

(O artigo original está aqui; o decálogo, ligeiramente adaptado, abaixo.)

1. Socialismo é progresso.

2. Aversão ao "progresso" é um sinal de pensamento ultrapassado.

3. Todas as pessoas de bem são de esquerda.

4. Os esquerdistas sempre falam em nome do Povo. Se quiser saber o que o Povo pensa, não pergunte ao Povo, pergunte a um esquerdista.

5. O Povo apóia com unanimidade os líderes esquerdistas (e quando isso não acontece, é porque estão "alienados" pela mídia ou pelo capital).

6. Não importa quanto poder ou dinheiro tenham, os esquerdistas são sempre vítimas, atacados pelo inimigo imperialista e/ou pela "mídia golpista".

7. Todos os trabalhadores, camponeses e oprimidos em geral odeiam os capitalistas exploradores, mesmo que não saibam.

8. Resistência armada a um governo direitista é sempre popular e espontânea.

9. Resistência (armada ou não) a um governo de esquerda só pode ser organizada pela CIA, o Mossad ou alguma outra agência a serviço do capitalismo e/ou sionismo.

10. Os capitalismo é um crime. O seqüestro, tortura, fuzilamento, terrorismo, narcotráfico e outros métodos utilizados pela FARC, Chávez, Fidel etc., são exemplos de luta pela liberdade e por uma vida mais digna.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Neda era cristã?

Surpresa: a moça assassinada pelo regime iraniano era, possivelmente, cristã. Há, de fato, cristãos no Irã. Alguns descendentes de antigas comunidades pré-islâmicas, mas muitos outros são jovens convertidos ao cristianismo, em número indefinido.

Um dia, a teocracia islâmica iraniana ruirá. E nem será um dia tão distante.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Refraseando

A última frase do post abaixo é meio dramática e exagerada, e a ilustração brincalhona, de modo que a principal idéia talvez se perca. Refraseando: acho que o problema não é tanto a "(falta de) crença em Deus" em si quanto a perda de valores e referenciais.

Já tivemos esta discussão aqui.

Se o indivíduo pode ser livre para acreditar no que quiser (seja lá o que isso queira dizer), uma sociedade precisa seguir certos valores e ideais. Precisa "acreditar" em algo. Talvez seja esse o verdadeiro papel da religião, dar uma motivação existencial e unificar uma sociedade. Acho que um dos problemas do Ocidente atual é que não acredita em mais nada, nem em si mesmo.

Afinal, o que o progressismo quer? Quais seus valores? Para o progressista, "tudo é relativo", "todas as culturas são iguais", "o libertário de um é o terrorista do outro", "todos têm direito a armas atômicas", "não existem inimigos", "não existe bem e mal". Uma confusão danada. Por isso as sociedades baseadas exclusivamente no "progressismo" tendem à anarquia e à confusão, quando não ao totalitarismo - os "valores" são o que o ditador do momento quiser. Acredito até que parte do aumento da violência urbana em países civilizados tem a ver com essa falta de valores morais (que se reflete também na impunidade - como punir alguém se não se sabe por quê?)

Isso não quer dizer, é claro, que qualquer sistema de valores seja igual. O Islã é um sistema bastante rígido em sua moralidade, mas eu não moraria em um país islâmico. O Ocidente liberal tem suas vantagens. O problema mesmo é - até quando durará?

São os EUA uma nação cristã?

Barack Obama é o Lula americano. Assim como a classe média brasileira apoiou o "presidente operário" pelo símbolo de transformação e de expiação da culpa burguesa que ele encarnava, da mesma forma Barack Hussein Obama, mulato, de obscuras origens africanas e islâmicas, ligado a grupos marxistas, de passado misterioso e personalidade cativante, era também um símbolo da expiação da culpa da classe média urbana americana. Culpa pelo racismo, culpa pelas guerras, culpa pelo antiamericanismo, culpa pela religião, culpa pelos oito anos do "quadradão" Bush.

A característica principal de Obama, como a de todo esquerdista, é de visualizar o mundo pelo modo como acham que os outros os enxergam. Assim, o importante não é fazer a coisa certa ou seguir princípios - é "ficar bem". A que poderia servir aos EUA "ficar bem" frente ao povo muçulmano, como pretende Obama? Na realidade, a muito pouco. A Rússia de Putin matou duzentos mil muçulmanos na Chechênia, mas ninguém nas arábias grita "morte à Rússia". Obama poderá rastejar o quanto quiser: só obterá mais exigências e mais violência em troca. Em política externa, não importa ser amado (ninguém ama ninguém), mas sim temido.

Obama é o triunfo da aparência sobre a essência. Não é de espantar, assim, que, em nome do "ficar bem", Obama rejeite praticamente tudo o que a América significou até agora. Livre-mercado? Necas. Nacionalizou a GM, hoje chamada de "Government Motors", sustentando com dinheiro público uma empresa falida que jamais dará lucro. Mais valeria torrar dinheiro.

A economia americana vai mal, e o remédio de Obama consiste em tentar apagar o incêndio jogando gasolina. As previsões mais otimistas falam em desemprego de 25% e inflação. As mais pessimistas, melhor nem citar. Só uma coisa parece certa: até o final da administração Obama, os EUA vão ficar bem mais parecidos com a América Latina.

Mas a questão mais intrigante em Obama é a sua postura radicalmente antitradicionalista e anticristã. Nominalmente cristão, a única igreja da qual participou, por vinte anos, foi a igreja da teologia de libertação racista do pastor Wright.

Em mais de três ocasiões ele falou claramente: "A América NÃO É uma nação cristã". Sim, para dizer que era uma nação secular, que aceita todas as fés, etc. Mas o modo da frase é significativo: por que não dizer simplesmente: "somos uma nação secular?" Não, a ênfase é mesmo na rejeição ao cristianismo, e por extensão a toda uma longa tradição americana que vem desde os "pilgrims".

Sim, a América sempre foi uma nação cristã, e essa é (era) sua força. Se realmente não é mais uma nação cristã, é porque lhe resta pouco tempo. O secularismo puro e simples pode ser bacana, mas é uma base pouco sólida para qualquer tipo de civilização: significa apenas que já não se acredita mais em nada.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A bizarrice do antisemitismo

Lendo o artigo da Ida Magli (ver post anterior), e pensando em uma série de outros textos que tenho lido recentemente, fiquei me perguntando sobre a questão do antisemitismo.

Ida Magli não se considera antisemita. Acredita que um pequeno grupo de judeus, como Bernard Madoff e outros banqueiros, esteja por trás da crise econômica atual. Acredita ainda que a criação da União Européia - a qual ela critica veementemente - seja um "projeto judeu". Acredita que uma claque de políticos, banqueiros e empresários judeus estejam por trás do liberalismo e da crise de valores da Europa.

Seria possível? Imaginemos que fosse. É verdade, afinal, que - em relação a seu reduzido número geral - há muitos banqueiros judeus. Muitos advogados judeus. Muitos esquerdistas radicais judeus. Muitos Prêmios Nobel judeus. Também há muitos cineastas judeus e humoristas judeus, embora o papel destes últimos na trama não esteja muito clara. Também é verdade que os judeus gostam de ganhar dinheiro, mas, quem não gosta?

E é também verdade que há muitos judeus de caráter duvidoso. Bernie Maddoff, por exemplo, roubou bilhões. Detalhe: 95% de suas vítimas foram, também, judeus. (Não deveria estar um antisemita feliz com isso? Afinal, segundo sua mentalidade, "ladrão que rouba ladrão...")

Porém, daí a acreditar que os judeus - enquanto grupo - estariam combinados entre si para operar políticas de transformação mundial, vai um passo bastante mais longo e eu diria até que beira a paranóia desenfreada, ainda que sejam muitas as pessoas que acreditam nisso.

Qual interesse teriam os judeus, afinal, em gerar políticas que não os beneficiam de modo algum? Afinal, se são tão poderosos assim, se realmente detém as rédeas do mundo e da mídia, será que teriam sofrido o Holocausto, os pogroms e tantos outros males, será que sofreriam como vítimas preferenciais de dez entre dez terroristas?

E, no entanto, muitos acreditam nisso. Na Europa, há quem culpe os judeus - que quase não existem mais por lá - até pela imigração islâmica, da qual estes são as principais vítimas.

Mas, como observou Lawrence Auster, que é de origem judaica mas convertido ao protestantismo - para o antisemita, o judeu é a explicação de tudo. Mesmo de coisas opostas. Capitalismo selvagem? Culpa dos judeus. Comunismo? Culpa dos judeus. Imigração de malditos muçulmanos? Culpa dos judeus. Massacre de pobres muçulmanos? Culpa dos judeus.

Assim, não importa o crime, mas apenas a causa, que é sempre a mesma - o judeu. Dizem que Hitler, quando perdeu a guerra, não atribuiu a derrota aos Aliados ou aos soviéticos: acreditava piamente ter sido derrotado pelos judeus.

A coisa é tão absurda que até o próprio antisemitismo já foi acusado de ser obra de judeus: os que diriam as maiores atrocidades antisemitas seriam judeus/sionistas infiltrados em círculos neonazistas, com o objetivo de desacreditar o movimento...

Os judeus, curiosamente, são atacados tanto à esquerda quanto à direita, ainda que por motivos opostos. Para a direita, não há (tanto) problema na existência de Israel, ou seja, nos judeus que moram em seu próprio país. O problema são os judeus que estão nos EUA e na Europa promovendo políticas destrutivas como a imigração, o liberalismo, o comunismo, etc. Já para a esquerda, não há (tanto) problema com o judeu americano ou europeu, o problema é o judeu em Israel. Quando o judeu deixa de ser "minoria oprimida", e vira "maioria opressora", ou seja, torna-se o malvado "sionista", com nação própria e exército próprio que "oprime" os palestinos. (Se ele é religioso ortodoxo ou "colono", ainda pior.) Mas substitua "judeu" por "sionista" e verá que as barbaridades ditas são as mesmas.

Acredito que o antisemitismo seja uma espécie de perturbação mental, pois não há como explicá-lo racionalmente. Ou então os judeus são mesmo o Povo Escolhido, e o resto é inveja?

Os sionistas controlam tudo, até este blog.