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quinta-feira, 29 de março de 2012

Mídia do bem, armas do mal?

Quase não assisto televisão. Nos últimos dois anos, nem tinha um aparelho que funcionasse em casa. Decidi consertá-lo por falta do que fazer, mas descobri que não perco muito. Dei-me conta que não suporto a propaganda televisiva, seja durante os comerciais, seja durante os programas jornalísticos. Melhor é informar-se pela Internet. Filmes e séries também podem ser assistidos online.

No entanto, parece que grande parte da população mundial ainda se informa através dessa mídia ultrapassada e demoníaca. E poucos percebem que não passa de um sistema de replicação de inverdades, de incultura e de incentivo ao consumismo mais calhorda.

Além de tudo, a grande mídia demonstra uma incrível falta de imaginação. Repete os mesmos temas uma e outra vez. O caso Zimmerman-Trayvon, por exemplo, já aconteceu.

Em 1984, um jovem branco e franzino, Bernhard Goetz, foi abordado no metrô de New York por 4 rapazes negros que o cercaram e lhe pediram (com atitude ameaçadora) dinheiro. Goetz respondeu a bala, ferindo gravemente seus atacantes. Os jovens estavam desarmados e a mídia fez um grande escarcéu.  Goetz terminou acusado de ser um assassino racista, foi apelidado de Vingador do Metrô e seu ato inspirou o filme Desejo de Matar, com Charles Bronson. (Curiosidade: tanto Goetz como Zimmerman têm sobrenomes de origem judaica, Zimmerman devido ao pai adotivo judeu, mas é católico, e Goetz de pais judeus mas convertidos ao cristianismo).

No fim, após grande carnaval midiático e protestos populares, foi absolvido. Os quatro rapazes negros tinham carreira no crime, e um deles, meros dois meses após o tiroteio, sequestrou uma jovem grávida e apontou uma arma para a cabeça dela enquanto um companheiro a estuprava. Num subsequente processo civil, Cabey, a única das vítimas de Goetz que ficou paralítica e não pôde mais dedicar-se ao crime, ganhou 43 milhões de dólares. Os outros continuaram roubando e assaltando. (E o Vingador do Metrô? Ainda está vivo e em NY, virou vegetariano e protetor de esquilos desamparados.)

Existem dezenas ou centenas ou milhares de casos de gente que morre em tiroteio, mas é claro que à mídia interessa apenas o caso do vigilante branco (ou "branco") armado que mata minorias inocentes (ou "inocentes"). Por quê? Parte do motivo é a própria raridade de tal tipo de evento. Assaltantes ferindo ou matando suas vítimas não é notícia, o que é notícia é a reação. Parte também é a obsessão com o controle de armas, que foi afinal parte da discussão no caso Goetz e também no caso Zimmerman. E parte, naturalmente, é o aspecto racial. Fossem vítima e atirador nos dois casos apenas brancas ou apenas negras, haveria tanto escarcéu? Não temos como saber ao certo, mas provavelmente não.

Mas esqueçamos da entediante questão racial. Os casos são polêmicos também por tratarem-se de pessoas armadas que mataram gente desarmada e, talvez, inocente, ao menos do momento do ataque. Naturalmente, surge a questão do porte de armas e da legítima defesa. Até que ponto esta é válida? Até quando se deve esperar para atirar?

Uma vez fui atacado na rua por um sujeito drogado que queria dinheiro. Evitei-o, tentei fugir, levei um soco nos dentes. Eu não estava armado, afinal jamais usei armas, mas, e se estivesse? Será que eu deveria ter atirado nele? E se ele estivesse armado? Eu esperaria ele atirar em mim? No fim, tudo acabou com a chegada da polícia e a fuga do infeliz. Uma arma provavelmente teria causado uma morte, fosse a dele ou a minha.

Sempre fui a favor do porte de arma por entender que a legítima defesa é um direito do cidadão e, quando segundos contam, a polícia está a poucos minutos. Por outro lado, entendo que ter um revólver à mão facilita certas mortes. Muitos crimes passionais e mortes por motivo fútil não aconteceriam se não houvesse uma pistola nas mãos de alguém. Os vários tiroteios nas escolas americanas, querendo ou não, também são um resultado da facilidade de se ter armas nos EUA. E os casos de Goetz e Zimmerman, também. Por outro lado, não pode-se negar que, muias vezes, armas salvam vidas.

A pergunta do dia é -- você é a favor ou contra o porte de arma? Acha que Zimmerman e Goetz erraram ao atirarem em gente desarmada? Deveriam ter sido mais prudentes e aguardado, ou reagido com socos, mas sem atirar?  E quanto à mídia, acham que esta influi demais na nossa percepção dos fatos? (Pergunto por que não me parece sempre tão claro se é a mídia progressista que  influi na cultura, ou se é a cultura progressista a que influi na mídia).

Discutam entre vocês enquanto eu vou lá consultar o preço da Smith & Wesson Magnum .44...


Go ahead, make my day.

sábado, 3 de março de 2012

Andrew Breitbart e a guerra cultural

Ele não era conhecido no Brasil, e mesmo nos EUA não se pode dizer que fosse uma figura famosa. Trabalhou com Matt Drudge no Drudge Report, e depois criou uma série de sites de notícias e comentários de orientação (neo?) conservadora. Como Steve Jobs, era uma criança adotada, irlandês étnico criado como judeu. De direita, sim senhor. Sua principal realização foi ter conseguido trazer à tona denúncias de malversação de fundos e assim acabar com o ACORN, organização esquerdista americana envolvida em uma série de mutretas.

O mais interessante sobre ele, no entanto, é que usava "técnicas esquerdistas". Xingava os esquerdistas nos mesmos modos, usava de artifícios para filmar vídeos escandalosos e depois colocá-los online. Com um vídeo, conseguiu a demissão de uma negra racista que comandava a Secretaria de Agricultura. Depois descobriram que o vídeo fora editado e tirara algumas declarações do contexto. Anti-ético? Talvez. Eficiente? Com certeza.

Com a publicação de fotos pornográficas, conseguiu a renúncia do deputado Democrata Anthony Weiner, acusado de mandar fotos do próprio pênis para estagiárias. De mau gosto? Pode ser. E daí? Fez o serviço.

Recentemente ele tinha anunciado que tinha um vídeo novo sobre Obama que poderia destruir suas intenções de reeleição. Hoje, poucas semanas depois, morreu de forma inusitada: no meio da rua, caiu morto no chão. Causas ainda desconhecidas. Tinha apenas 43 anos, aparentemente saudável. Coração? Talvez. Alguns estão suspeitando de assassinato por causa dos vídeos, o que parece pouco provável, mas nunca se sabe.

Além das eternas perguntas sobre a brevidade da vida e o inesperado da morte, o debate que surge é: deveria a direita imitar a esquerda nos seus métodos? Por vezes, os conservadores são demasiado bem-comportados, ficam em um chove-não-molha e acabam cedendo cada vez mais espaço ao movimento esquerdista.

Eu não sei bem na realidade, nem faz parte do meu interesse virar ativista. Só fico pensando cá com meus botões. Qual seria a melhor técnica de combate? Em uma de suas últimas entrevistas, Breitbart disse algo bem interessante: "A Direita tem focado sua energia e seu dinheiro no processo político, achando que isso é suficiente. Simplesmente deixou a cultura de lado. Mas a cultura é tudo e a mídia é tudo, e quando você chega no campo político, você já perdeu."

É isso aí. Talvez o que seja necessário é uma "longa marcha através das instituições", mas ao contrário.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Amores suicidas

Uma certa melancolia me invade às vezes, especialmente quando contemplo as relações amorosas e seus ocasionais resultados trágicos.

O blogueiro Sérgio de Biasi suicidou-se.

Nunca conheci o Sérgio, mas há tempos acompanhava O Indivíduo, desde quando ainda era uma parceria com o Pedro Sette, outro excelente escritor. Ele era pouco mais velho do que eu, fazia praticamente parte da mesma geração e, acho, tínhamos certas coisas em comum. 


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Qual o sentido da vida?

Devemos fazer algo útil na vida. Mas o que seria algo útil? Confesso que às vezes não sei. Este blog, não o vejo como tendo qualquer utilidade prática, escrevo porque não consigo parar, é vício mesmo. Mas é mais perda de tempo do que qualquer outra coisa. Sinceramente, muitas vezes gostaria de parar e escrever coisas mais úteis, mais belas, mais profundas -- ou ao menos que dessem mais dinheiro. Quem sabe terminar meu famoso romance, há anos na gaveta?

Por outro lado, às vezes fico pensando. Faz alguns meses conheci em um grupo de discussão literária um rapaz de 22 anos admirável. Excelente orador, recém formado em Direito, e sempre com conselhos práticos sobre a vida útil que as pessoas deveriam levar. Pois bem: após dar esses conselhos, ele saiu de camping com amigos e fez uma coisa extremamente estúpida: decidiu andar de caiaque em um rio de correnteza forte sem colete salva-vidas e sem saber nadar. Encontraram o seu corpo em decomposição duas semanas depois. Tinha 22 anos, e toda a vida pela frente. Eu tenho bem mais e também faço coisas estúpidas, mas ao menos sei nadar, isso sim.

Não sou religioso, mas acredito em Deus, embora confesse que não entenda seus desígnios. Acho que meu livro preferido da Bíblia é o Eclesíastes, que é basicamente uma aceitação resignada da falta de sentido aparente da vida, e da incompreensão do universo à qual todos estamos condenados. Houve uma vez em que me pareceu que havia um sentido oculto por trás de tudo; quem sabe se as coisas tivessem ocorrido diversamente, ainda pensaria assim. Mas não ocorreram e não se pode voltar atrás. Serei sempre nostálgico da vida que não tive.

Curiosamente, se tivesse levado uma vida mais afinada com os princípios conservadores aqui defendidos, é bem possível que tudo fosse melhor. Ou talvez não. Tudo pode acabar de um dia para o outro em um um único descuido. Talvez seja apenas questão de sorte. Sabe-se lá.

Dizer que estou lutando pela civilização ocidental é besteira. A existência ou não deste blog não faz diferença alguma para ninguém, muito menos para o "mundo ocidental". Não tenho qualquer ilusão de estar passando adiante qualquer coisa. Na verdade, às vezes nem sinto que sou eu quem escreve estas linhas: é como se eu fosse tomado por um espírito, o espírito do Mr X -- eu, o indivíduo real que vive uma vida completamente diferente da que é aqui pregada, sou apenas o médium que transmite seus delírios. Nenhum de meus amigos jamais sonharia que sou de direita, até porque talvez não seja mesmo. Sou somente um observador.

Ao contrário de outros sites e blogs, não tenho o menor interesse em propor modelos políticos, salvar o Brasil ou o mundo do petismo e do gayzismo, ou criar um grupo de extremistas de direita dedicados a caçar comunistas, restaurar a monarquia ou demolir as estruturas do progressismo mundial. Talvez faltem-me a clareza e a convicção, as mesmas que me faltam em tudo. Lamentavelmente, tampouco ganho dinheiro, status ou mulheres com o que posto aqui.

Se há algum tipo de utilidade no que é aqui feito, é apenas transmitir a um público muito seleto e educado algumas das ideias discutidas entre a direita americana que jamais chegam nem chegarão à mídia brasileira, mas mesmo isso hoje o Dextra faz melhor e com maior convicção. Eu só faço o que faço por hábito, uma espécie de transtorno obsessivo compulsivo, e nem tenho certeza de estar replicando as idéias corretas.

O blog começou como reação aos eventos do 9/11, ou melhor, o personagem do Mr X começou a aparecer nos comentários do velho blog do Pedro Doria, há vários anos atrás. Só anos depois criei um blog próprio. E, se no começo a preocupação maior era com o terrorismo islâmico, hoje tal tema representa uma parcela menor das discussões. Imigração, crise espiritual, decadência ocidental, progressismo versus tradicionalismo, todas essas são questões que começaram a aparecer com maior freqüencia por aqui, devido às minhas leituras. O fato é que o ressurgimento do islamismo é grave, mas é apenas um sintoma. A doença está no Ocidente.

Se este blog não tem qualquer utilidade, por que continuá-lo? Suponho que seja um diálogo platônico comigo mesmo, tentando entender para onde diabos vai o mundo. Nada mais, nada menos. E, se nada faz sentido, então por que não continuar anyway

Qual o sentido da vida? Os cristãos tem a sua fé. Os muçulmanos as deles. Para o ateu militante e chato de galochas Richard Dawkins, o sentido é a mera propagação dos genes, aliás, nós humanos não temos qualquer sentido, somos apenas os condutos pelo qual os nossos "genes egoístas" são transmitidos de geração para geração. Mas para quê?

Para o militante ateu/gay/esquerdista, acho que o sentido da vida é tentar sempre forçar uma utopia terrena, mas que não chega nunca, e por isso a radicalização torna-se sempre maior. Todos aqueles que buscam uma forma de utopia terrena ou reengenharia social, terminam dando de cara com a ressaca cósmica, como diz o Pedro Sette. O feminismo não trouxe a felicidade? Tentemos o casamento gay. Tampouco deu certo? Bem, quem sabe a liberação dos animais? Etcétera etcétera e assim por diante. Isso ficou bem claro para mim com a eleição de Obama: houve todo aquele orgasmo midiático com a eleição do "primeiro presidente negro", e depois o quê? Nada. Post coitum omne animal triste est (*). A sensação de vazio foi camuflada com planos para a "primeira juíza latina da Suprema Corte", o "primeiro homossexual governador do Arkansas", etcétera etcétera e assim por diante.  

Já para outros o sentido da vida é mais prosaico, não fazer coisas em grande escala, mas sim na pequena. Ajudar os próximos. Escrever um livro, ter filhos, plantar uma árvore. Coisas do tipo. Parece-me mais sensato.

Bem, estou pensando em modificar algumas coisas em minha vida profissional e pessoal, e estas mudanças quase certamente terão algumas ramificações no blog também; não sei bem ainda quais serão, só sei que ocorrerrão num futuro relativamente próximo. De qualquer modo, ao menos por ora, continuarei postando. Não consigo parar, já disse. Salvo que decida me aventurar de caiaque em algum rio desconhecido, e tudo acabe assim de repente sem qualquer tipo de sentido ou explicação, estarei por aqui. 

A vida continua, até que um dia não.




(*) "Após o coito todo animal é triste, com exceção da mulher e do galo" (Galeno).

domingo, 5 de junho de 2011

A guerra das lâmpadas e o futuro do blog

Olá. Publiquei uns três posts ultimamente, mas não fiquei satisfeito com nenhum e retirei-os do ar. Acho que não sei mais qual é ou qual deva ser o caráter do blog.

Comecei como libertário, depois virei neocon, agora discordo dos neocons mas sem concordar tampouco com os paleocons e tive até uma fase de interesse pelo realismo racial, mas para falar a verdade tampouco concordo com essa gente que assume o determinismo biológico como medida última de todas as coisas.

Não gosto do ecologismo, detesto o feminismo, abomino o islamismo, tenho horror ao comunismo, mas tampouco sei se há um movimento da direita com o qual eu me sinta perfeitamente integrado. Como Groucho Marx, talvez eu não queira participar de nenhum clube que me aceite como sócio. 

Em resumo, estou virando um velho rabugento, e talvez seja a hora de dar um tempo no blog.

Li no entanto um artigo interessante sobre as lâmpadas, e achei que valia a pena comentar.

As lâmpadas incandescentes, inventadas por Thomas Edison, continuam sendo tão úteis quanto há cento e quarenta anos atrás. Têm uma luz excelente e um custo muito barato. No entanto, em nome da ecologia, querem acabar com elas. Em quase todos os países do mundo elas estão sendo gradualmente eliminadas, em troca de outras supostamente mais eficientes. Novos regulamentos de consumo energético praticamente as tirarão de circulação nos próximos dois ou três anos.

O defeito das lâmpadas incandescentes seria que 90% da energia que emitem transforma-se em calor, não em luz. São, portanto, consideradas ineficientes e acusadas de colaborar com o fantasmático "aquecimento global".

O substituto mais comum para elas é a lâmpada fluorescente, compacta ou normal. O problema é que quase ninguém gosta de lâmpadas fluorescentes. (O leitor gosta?) Elas têm uma luz fria com tom branco ou esverdeado que incomoda, e às vezes uma iluminação tremulante que tende a ficar cada vez pior com o tempo. Embora consumam menos energia, tampouco são ultra-ecológicas (nenhuma tecnologia que se preze o é): contém em seu interior elementos tóxicos como mercúrio, portanto precisam ser cuidadosamente recicladas.

Agora, após anos de estudos e pesquisas, está sendo lançada no mercado uma nova lâmpada ultra-tecnológica que promete a luz das velhas lâmpadas incandescentes porém com extrema eficiência energética.

Detalhe: cada lâmpada custa, atualmente, entre quarenta e setenta dólares. Seus defensores afirmam que isso não importa, pois a nova lâmpada pode durar até 22 anos, equivalendo ao custo das dezenas de lampadinhas trocadas ao longo desse mesmo tempo. (E se você se mudar, vai levar as lâmpadas junto?)

Não sei se as novas lâmpadas são realmente mais ecológicas, levando-se em conta todos os aspectos de sua custosa produção (talvez sejam como os carros híbridos, que consumem muito mais energia do que os carros tradicionais para ser produzidos). Parece-me mais que se trate do velho jeitinho, tão comum no Brasil, de "inventar dificuldades para vender facilidades."

Aliás, acho que o mesmo raciocínio se aplica a quase tudo no progressismo: a eterna busca de soluções imaginárias para problemas inexistentes, ou que têm uma causa bem diferente que jamais é mencionada. 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sexo e morte

Um louco matou vários adolescentes ou mais bem pré-adolescentes em uma escola do Rio de Janeiro. Como já é norma nesta era de quinze minutos de fama para psicopatas, ele mandou para os jornais uma carta de caráter aparentemente religioso, mas que chama a atenção mais do que tudo pela aparente frustração sexual. O assassino era virgem e matou principalmente meninas, provavelmente de forma intencional: das 24 pessoas baleadas, 20 eram meninas com idade entre 9 e 14 anos.

A carta pode ser lida aqui na matéria do Globo a respeito. Um leitor observa que a letra da assinatura, mal desenhada, quase infantil, contrasta com as palavras até elaboradas utilizadas no texto, e questiona se ele teria mesmo escrito a carta de próprio punho. Realmente, o contraste é grande. Por outro lado, a carta denota grande confusão mental, e é possível que ele tenha copiado trechos de sítios online que costumava visitar. Nesse sentido, ele é parecido com o atirador americano que tentou matar a senadora Democrata no Arizona e que também escreveu um confuso manifesto, complexo na forma mas incoerente no conteúdo.

A frustração sexual pode ser um sentimento bastante poderoso. É certamente o que motiva muitos dos terroristas suicidas islâmicos, a maioria deles virgens que esperam conseguir 72 mulheres no paraíso (alguns chegam mesmo ao extremo de envolver seu pênis em metal para protegê-lo intacto da explosão). Na sociedade islâmica polígama, baseada no dote e nos casamentos arranjados, mas onde também a prostituição ou o sexo pré-conjugal são vistos como crimes, não é fácil para muitos jovens conseguir sexo. Isso, aliás, também explica o alto número de homossexuais nesses países, muito embora este tipo de relação também seja proibida pela onipresente religião.

Mas também no Ocidente a frustração sexual ocorre, e talvez de modo ainda maior, pois, ao contrário do que ocorre nas puritanas sociedades islâmicas, nos países ocidentais somos constantemente bombardeados com imagens eróticas, da propaganda de cerveja ao baile de Carnaval.

Também foi a frustração sexual o que motivou o atirador americano George Sodini a matar quatro mulheres desconhecidas em um ginásio, por não ter namorado ninguém nos últimos 5 anos. Também ele escreveu uma longa carta na qual explica em detalhes sua frustração por não pegar nenhuma mulher (acho que já fiz anteriormente um post sobre esse pobre imbecil).

Esses atiradores não tinham antecedentes criminais, e, embora fossem mentalmente perturbados, aparentemente o escondiam bem, sem ter manifestado atos de violência alarmante com antecedência. São monstros que cometeram atos monstruosos, e, embora sua ação psicopática seja incompreensível, pode-se comprender vagamente a força da frustração e da alienação. 

No caso do atirador brasileiro, que era pobre e feio e alvo de brincadeiras, em um primeiro momento pensou-se que fosse islâmico (aparentemente tinha Bin Laden como um de seus ídolos). Porém, agora a esquerda está deitando e rolando com o fato de que cite Deus e Jesus em sua carta: seria portanto um exemplo do famoso "fundamentalista cristão".

Não creio que seja o caso. Parece ser apenas um jovem transtornado que pegou idéias do ar, ou da Internet. Embora o cristianismo tenda para a repressão ou sublimação da sexualidade, seu objetivo é justamente o oposto: disciplinar o desejo, não exacerbá-lo. 

De qualquer modo, é um caso que provavelmente tem mais a ver mesmo com a influência das notícias de tiroteios similares nos EUA e em outros países do que com sexo, religião, ou qualquer pensamento profundo. As mentes simples imitam o que vêem na TV ou lêem na Internet.

Não sei o que poderia ser feito a respeito, além de melhorar a segurança nas escolas e tentar impedir os loucos de terem acesso a armas de fogo (e armar os sãos - mas é claro que a tragédia será utilizada para promover o desarmamento dos cidadãos de bem).

Doze crianças, doze famílias destruídas por um imbecil. Verdadeiramente lamentável!

domingo, 27 de março de 2011

Poema do Domingo

a smile to remember

we had goldfish and they circled around and around
in the bowl on the table near the heavy drapes
covering the picture window and
my mother, always smiling, wanting us all
to be happy, told me, "be happy Henry!"
and she was right: it's better to be happy if you
can
but my father continued to beat her and me several times a week while
raging inside his 6-foot-two frame because he couldn't
understand what was attacking him from within.

my mother, poor fish,
wanting to be happy, beaten two or three times a
week, telling me to be happy: "Henry, smile!
why don't you ever smile?"

and then she would smile, to show me how, and it was the
saddest smile I ever saw

one day the goldfish died, all five of them,
they floated on the water, on their sides, their
eyes still open,
and when my father got home he threw them to the cat
there on the kitchen floor and we watched as my mother
smiled

Charles Bukowski  (1920-1994)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Tsunami

O desastre natural que atingiu o Japão nestes dias deixou Hiroshima e Nagasaki no chinelo, mostrando que a Natureza ainda é mais poderosa do que qualquer operação humana.

Certamente todos viram os apavorantes vídeos ou esta incrível série de imagens antes-depois, portanto nem vou comentar. Dizer o quê? Não há nem o que falar: a magnitude da catástrofe quase parece nos comandar a um respeitoso silêncio.

Fica o registro da eficiência e serenidade do povo japonês: nenhuma notícia de quebra-quebra ou roubos, operações de resgate bem planejadas, eficiência até na evacuação da população para longe da usina nuclear danificada.

Gosto muito da cultura japonesa, ou do pouco que conheço dela que chega até nós ocidentais (Kurosawa, Miyazaki, Sharaku, samurais, mangás, etc.). Peço orações pelo povo japonês, com o qual os brasileiros temos uma estreita relação.

Um mundo de luto e dor;
Cerejeiras florescem,
Mesmo ali.
ku no shaba ya
sakura ga sakeba
saita tote

(Kobayashi Issa, 1763-1828)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Gengis Khan, herói ecologista

Gengis Khan afirmou certa vez que "a maior felicidade é perseguir seu inimigo, destruí-lo, tomar suas riquezas, ver suas cidades reduzidas a cinzas, ver aqueles que o amam banhados em lágrimas, e tomar para si suas mulheres e filhas".

Gengis Khan é também o mais novo herói dos ecologistas, considerado o "conquistador mais verde de todos os tempos". O motivo? Retirou do ar cerca de 700 toneladas de dióxido de carbono, graças à destruição de milhares de hectares de terra arável que graças a ele voltaram a virar floresta, e ao massacre de alguns milhões de pessoas em seu caminho. 

Qual será o próximo herói dos verdinhos? Hitler? Matou seis milhões de judeus e iniciou uma guerra na qual morreram cerca de quarenta milhões de pessoas, reduzindo o CO2 da atmosfera, por outro lado a incineração de corpos e os bombardeios não foram ecologicamente corretos. Fail

Stalin? As mortes do Holomodor foram causadas pela fome, ou seja, foram perfeitamente carbon-neutral, e ainda tiveram a vantagem de extinguir milhares de quilômetros de terra arável. Yes!

Notem que nada tenho contra a preservação de plantas e animais, e até acho que o mundo poderia ter ligeiramente menos gente (mas a redução populacional está acontecendo naturalmente nos países desenvolvidos, e se não fosse a imigração ilimitada seria ainda maior; e está acontecendo até em alguns países subdesenvolvidos, devido à urbanização).

Mas parece que alguns ecologistas estão levando essa idéia de redução populacional demasiado ao pé da letra. Faz alguns anos apareceu até um professor universitário que sugeriu exterminar 90% da população do planeta com o vírus do Ebola. E o que dizer dos mórbidos seriados e livros que nos informam como seria belo um mundo sem seres humanos?  

Outro herói possível para os ecologistas seria Átila o Huno. Ah, mas não foi ele que disse que, por onde passava, a grama já não crescia? Então, talvez não. 


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ser ou não ser: a questão do suicídio

Alguns curiosos casos de suicídio têm chamado a atenção da mídia nas últimas semanas, em maior ou menor grau.

O primeiro deles é o do designer Tobias Wong, que enforcou-se em New York. O detalhe é que isso ocorreu enquanto ele dormia: Tobias era sonâmbulo, podendo realizar atividades complexas mesmo não estando em completo controle do seu corpo. Tobias era um artista em ascenção e aparentemente não tinha problemas sentimentais; o suicídio pode ter sido um mero efeito da sua vida sonhada. O que será que Wong sonhou? Jamais saberemos. Partiu do mundo dos sonhos para o sono eterno.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ecologia explosiva

Um comercial ecofascista, perdão, ecologista, está sendo bastante comentado aqui por estas bandas. O comercial, britânico, em favor de uma iniciativa que luta contra o suposto aquecimento global, dura quase quatro minutos, custou vários milhares de libras para ser produzido, foi escrito por Richard Curtis ("Quatro casamentos e um funeral") e tem entre seus atores a bela Gillian Anderson, do X-Files.

O detalhe é que, no vídeo, explodem criancinhas. Literalmente.

A mensagem parece ser: junte-se à luta contra o aquecimento global, ou vamos explodir com você. Mesmo que você seja uma criancinha indefesa.

A reação do público foi tão negativa que o vídeo não ficou nem um dia no ar. Foi retirado e substituído por um pedido de desculpas. É claro que, na era da Internet, uma vez na rede, sempre na rede. Alguns gaiatos copiaram o vídeo e ele pode ser assistido abaixo. 

O mais curioso de tudo é o seguinte: em toda a produção, desde o roteiro à montagem, não houve uma única alma que tenha ao menos pensado: ei, será que isto aqui não é um pouquinho de mau gosto?

O que demonstra que os ecologistas-melancia vivem em seu mundinho à parte, totalmente isolados da dura realidade do dia-a-dia.

De qualquer modo, o filme é divertido, ainda que não no modo em que seus produtores provavelmente imaginaram.

domingo, 12 de setembro de 2010

Poema do Domingo

SEPTEMBER 1, 1939

I sit in one of the dives
On Fifty-second Street
Uncertain and afraid
As the clever hopes expire
Of a low dishonest decade:
Waves of anger and fear
Circulate over the bright
And darkened lands of the earth,
Obsessing our private lives;
The unmentionable odour of death
Offends the September night.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Convite para um apedrejamento

Não sei se alguém assistiu o filme "O apedrejamento de Soraya M." Assisti ontem. Bom filme. Triste, baseado em fatos reais: uma moça acusada falsamente de adultério porque o marido quer livrar-se dela termina sendo executada islamic-style. A cena do apedrejamento é de fato impactante.

Não é ficção: acontece toda hora no Irã. Outra mulher, Sakineh, mãe de duas filhas, está para sofrer o mesmo castigo. (É possível assinar uma petição contrária aqui, ainda que eu ache que petições só servem pra elevar o ego moral de quem assina sem muitos resultados práticos). Devido à repercussão internacional, talvez ela seja apenas enforcada em vez de apedrejada, o que é um poquinho menos bárbaro, mas não deixa de ser chocante.

Porém, na realidade, o que me chamou mais a atenção no filme não é tanto o apedrejamento, como o fato de que a cultura muçulmana seja tão diferente da ocidental. O conceito básico da sociedade não é a justiça, mas a honra. Pais matam as próprias filhas, às vezes apenas por vestir-se de um certo modo. Os costumes são totalmente diversos. 

Alguns dirão que também os judeus ortodoxos têm costumes diferentes, e é verdade; porém a diferença é que os judeus não tentam converter ninguém, ao contrário. Já a missão máxima dos muçulmanos é expandir sua fé por todos os cantos do planeta. 

A submissão total da sociedade aos líderes religiosos também é curiosa. No filme, mesmo os defensores da apedrejada jamais questionam os mulás ou o Corão ou os desígnios de Alá, apenas divergem na interpretação. Alguém poderia afirmar que o mesmo ocorria na idade medieval com o Cristianismo (não sou historiador e não tenho condições de afirmar se é verdade ou não), mas enfim, para que cairmos sempre no relativismo moral? Talvez nós (ou ao menos eu) prefiramos o cristianismo simplesmente por ter crescido em meio a uma cultura cristã, mas não é suficiente? Mesmo que eu não seja muito religioso, tenho várias memórias associadas ao cristianismo, e não gostaria de perdê-las.

O Islã é uma religião do Oriente Médio e, no que me concerne, poderia ter ficado por lá mesmo. Não tem, ou não deveria ter, lugar na Europa e nos EUA e na América Latina, a não ser em números reduzidos. Afinal, já existem 57 países islâmicos: realmente precisamos mais?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Homenagem a Yves Hublet

Estou há um tempo fora do Brasil (embora mentalmente já estivesse há algum tempo), e por isso este blog terminou falando pouco sobre a política nacional e muito, talvez até demais, sobre a sociedade americana.

Não sei se essa é uma vantagem ou uma desvantagem. Blogs em português sobre o Brasil, há muitos. Sobre os EUA, em português, creio que poucos.

Mas há certas notícias sobre o Brasil que chamam a atenção. Uma delas é a recente morte do escritor Yves Hublet, sobre a qual só agora terminei sabendo.

domingo, 18 de julho de 2010

Poema do domingo

In Memory of W. B. Yeats  


I
He disappeared in the dead of winter:
The brooks were frozen, the airports almost deserted,
And snow disfigured the public statues;
The mercury sank in the mouth of the dying day.
What instruments we have agree 
The day of his death was a dark cold day.

Far from his illness
The wolves ran on through the evergreen forests,
The peasant river was untempted by the fashionable quays;
By mourning tongues
The death of the poet was kept from his poems.

But for him it was his last afternoon as himself,
An afternoon of nurses and rumours;
The provinces of his body revolted,
The squares of his mind were empty,
Silence invaded the suburbs,
The current of his feeling failed; he became his admirers.

Now he is scattered among a hundred cities
And wholly given over to unfamiliar affections,
To find his happiness in another kind of wood
And be punished under a foreign code of conscience.
The words of a dead man
Are modified in the guts of the living.

But in the importance and noise of to-morrow
When the brokers are roaring like beasts on the floor of the Bourse,
And the poor have the sufferings to which they are fairly accustomed,
And each in the cell of himself is almost convinced of his freedom,
A few thousand will think of this day
As one thinks of a day when one did something slightly unusual.

What instruments we have agree
The day of his death was a dark cold day.
II
You were silly like us; your gift survived it all:
     The parish of rich women, physical decay,
     Yourself. Mad Ireland hurt you into poetry.
     Now Ireland has her madness and her weather still,
     For poetry makes nothing happen: it survives
     In the valley of its making where executives
     Would never want to tamper, flows on south
     From ranches of isolation and the busy griefs,
     Raw towns that we believe and die in; it survives,
     A way of happening, a mouth.

III
Earth, receive an honoured guest:
          William Yeats is laid to rest.
          Let the Irish vessel lie
          Emptied of its poetry.

          In the nightmare of the dark
          All the dogs of Europe bark,
          And the living nations wait,
          Each sequestered in its hate;

          Intellectual disgrace
          Stares from every human face,
          And the seas of pity lie
          Locked and frozen in each eye.

          Follow, poet, follow right
          To the bottom of the night,
          With your unconstraining voice
          Still persuade us to rejoice;

          With the farming of a verse
          Make a vineyard of the curse,
          Sing of human unsuccess
          In a rapture of distress;

          In the deserts of the heart
          Let the healing fountain start,
          In the prison of his days
          Teach the free man how to praise.
 
W. H. Auden (1907-1973) 

domingo, 6 de junho de 2010

Poemas do domingo

ROMANCE

Para as Festas da Agonia
Vi-te chegar, como havia
Sonhando já que chegasses:
Vinha teu vulto tão belo
Em teu cavalo amarelo,
Anjo meu, que, se me amasses,
Em teu cavalo eu partira
Sem saudade, pena, ou ira;
Teu cavalo, que amarraras
Ao tronco de minha glória
E pastava-me a memória
Feno de ouro, gramas raras.
Era tão cálido o peito
Angélico, onde meu leito
Me deixaste então fazer,
Que pude esquecer a cor
Dos olhos da Vida e a dor
Que o Sono vinha trazer.
Tão celeste foi a Festa,
Tão fino o Anjo, e a Besta
Onde montei tão serena,
Que posso, Damas, dizer-vos
E a vós, Senhores, tão servos
De outra Festa mais terrena
Não morri de mala sorte,
Morri de amor pela Morte. 



Sinto que o mês presente me assassina
  
Sinto que o mês presente me assassina,
As aves atuais nasceram mudas
E o tempo na verdade tem domínio
sobre homens nus ao sul das luas curvas.
Sinto que o mês presente me assassina,
Corro despido atrás de um cristo preso,
Cavalheiro gentil que me abomina
E atrai-me ao despudor da luz esquerda
Ao beco de agonia onde me espreita
A morte espacial que me ilumina.
Sinto que o mês presente me assassina
E o temporal ladrão rouba-me as fêmeas
De apóstolos marujos que me arrastam
Ao longo da corrente onde blasfemas
Gaivotas provam peixes de milagre.
Sinto que o mês presente me assassina,
Há luto nas rosáceas desta aurora,
Há sinos de ironia em cada hora
(Na libra escorpiões pesam-me a sina)
Há panos de imprimir a dura face
À força de suor, de sangue e chaga.
Sinto que o mês presente me assassina,
Os derradeiros astros nascem tortos
E o tempo na verdade tem domínio
Sobre o morto que enterra os próprios mortos.
O tempo na verdade tem domínio
Amen, amen vos digo, tem domínio
E ri do que desfere verbos, dardos
De falso eterno que retornam para
Assassinar-nos num mês assassino.

Mário Faustino (1930-1962)

domingo, 23 de maio de 2010

Poema do domingo

Último Soneto

Que rosas fugitivas foste ali!
Requeriam-te os tapetes, e vieste...
--- Se me dói hoje o bem que me fizeste,
É justo, porque muito te devi.

Em que seda de afagos me envolvi
Quando entraste, nas tardes que apareceste!
Como fui de percal quando me deste
Tua boca a beijar, que remordi...

Pensei que fosse o meu o teu cansaço ---
Que seria entre nós um longo abraço
O tédio que, tão esbelta, te curvava...

E fugiste... Que importa? Se deixaste
A lembrança violeta que animaste,
Onde a minha saudade a Cor se trava?...
 
Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Bye bye Miss American pie



O Obamacare passou, ao menos no voto inicial. Os Democratas celebram, mas mal sabem eles (ou sabem e não se importam) que estão praticamente assegurando o fim dos EUA como superpotência mundial. It's over, è finito, c'est fini.

O país está à beira da bancarrota, e este trambolho que acaba de passar vai custar mais alguns trilhões. Não haverá dinheiro para inovação em tecnologia médica, e muitas companhias de seguro médico irão falir, deixando o caminho livre para o futuro monopólio estatal, que encherá o bolso de alguns políticos, mas custará mais para todos os outros a uma qualidade cada vez pior.

Naturalmente, a saúde "gratuita" beneficiará prioritariamente aqueles que vivem no welfare, os que recebem pouco e não pagam imposto de renda, e os ilegais. A saúde de todos estes grupos será paga pela classe média que trabalha, graças a um fenomenal aumento de impostos. O aumento de impostos gerará mais desemprego, o que colocará mais pessoas no welfare, o que gerará maiores impostos, etc.

Depoi de ferrar com a saúde, o próximo passo de Obama será aprovar o plano "antiaquecimento global", que vai ferrar com a economia, e o plano de "reforma de imigração", permitindo a legalização imediata de vinte milhões de ilegais no país - o que, em tempos de desemprego, também não vai ser muito bem recebido pela classe média. O que não importa, já que os agradecidos novos legalizados votarão nos Democratas, e a fraude fará o resto.

Os EUA se tornarão um país de minoria branca, com uma maioria formada por uma maioria desunida de todos os credos e cores. E, assim, ao desemprego se juntará o ressentimento étnico e racial. Aos altos impostos se juntarão a inflação e a desvalorização da moeda, garantindo a pobreza de milhões. Os EUA deixarão de investir em tecnologia militar e limitarão enormemente os gastos com a defesa, deixando o país à mercê de ataques, que, cedo ou tarde, acontecerão, causando ainda maior caos e crise econômica. A China cobrará suas dívidas e tomará o lugar anteriormente ocupado pelo colosso americano, ou talvez o controle passe para a tal Nova Ordem Global.

Depois disso, é possível até mesmo uma guerra civil e a secessão do país em diversos novos Estados, como sugeriu há algum tempo um maluco russo que já não parece tão maluco assim.

Naturalmente, tudo isso não acontecerá imediatamente, mas aos poucos, ao longo de várias décadas. Mas é o caminho que foi escolhido pelos Democratas.

Há mais de dois mil anos atrás, Marco Túlio Cícero advertia os romanos:
O orçamento nacional deve ser equilibrado. As dívidas devem ser reduzidas. A arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos se a nação não quiser ir à falência. As pessoas devem, novamente, aprender a trabalhar, em vez de viver da assistência pública.
Roma não ouvi os conselhos, e caiu. Seguirão os EUA pelo mesmo caminho?

terça-feira, 16 de março de 2010

Um bicho às terças?


Nunca mais fiz o bicho às terças. Porém, lembrei que faz alguns dias, no Sea World da Flórida, uma treinadora foi morta por uma orca, que por aqui chamam de "killer whale", ou "baleia assassina". O nome é um pouco exagerado. Na realidade, esses mamíferos marinhos quase nunca atacam humanos, preferem focas ou mesmo baleias maiores. São animais inteligentes, passíveis de serem treinados.

No entanto, vivendo em cativeiro, muitas vezes se estressam. No caso, não se sabe bem o que aconteceu. Aparentemente, a orca puxou-a para dentro da água, sacolejando-a como um brinquedo, até a moça morrer afogada. Stress? Instinto natural? Ou realmente estava apenas "brincando"?

Talvez Tilikum, a orca assassina, seja uma orca psicopata, já que esta é a terceira pessoa com cuja morte esteve envolvida.

Alguns dizem que tais animais deveriam ser liberados, pois mantê-los em cativeiro espaços tão reduzidos seria uma forma de opressão. Direitos dos animais? No entanto, não é tão simples. A orca amestrada que participou no filme Free Willy, por exemplo, chegou a ser liberada por pressão dos ambientalistas. Porém, não adaptou-se totalmente ao meio selvagem: vivia procurando o contato humano, e foi rejeitada pelas suas colegas livres. Morreu poucos anos depois, ainda em um estado de semi-dependência dos humanos.

Curiosamente, as orcas são dos raros animais que tem uma expectativa de vida em cativeiro menor do que na vida selvagem.

domingo, 7 de março de 2010

Poema do domingo

Call it a good marriage

Call it a good marriage -
For no one ever questioned
Her warmth, his masculinity,
Their interlocking views;
Except one stray graphologist
Who frowned in speculation
At her h's and her s's,
His p's and w's.

Though few would still subscribe
To the monogamic axiom
That strife below the hip-bones
Need not estrange the heart,
Call it a good marriage:
More drew those two together,
Despite a lack of children,
Than pulled them apart.

Call it a good marriage:
They never fought in public,
They acted circumspectly
And faced the world with pride;
Thus the hazards of their love-bed
Were none of our damned business -
Till as jurymen we sat on
Two deaths by suicide.

Robert Graves (1895-1985)