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quinta-feira, 29 de março de 2012

Mídia do bem, armas do mal?

Quase não assisto televisão. Nos últimos dois anos, nem tinha um aparelho que funcionasse em casa. Decidi consertá-lo por falta do que fazer, mas descobri que não perco muito. Dei-me conta que não suporto a propaganda televisiva, seja durante os comerciais, seja durante os programas jornalísticos. Melhor é informar-se pela Internet. Filmes e séries também podem ser assistidos online.

No entanto, parece que grande parte da população mundial ainda se informa através dessa mídia ultrapassada e demoníaca. E poucos percebem que não passa de um sistema de replicação de inverdades, de incultura e de incentivo ao consumismo mais calhorda.

Além de tudo, a grande mídia demonstra uma incrível falta de imaginação. Repete os mesmos temas uma e outra vez. O caso Zimmerman-Trayvon, por exemplo, já aconteceu.

Em 1984, um jovem branco e franzino, Bernhard Goetz, foi abordado no metrô de New York por 4 rapazes negros que o cercaram e lhe pediram (com atitude ameaçadora) dinheiro. Goetz respondeu a bala, ferindo gravemente seus atacantes. Os jovens estavam desarmados e a mídia fez um grande escarcéu.  Goetz terminou acusado de ser um assassino racista, foi apelidado de Vingador do Metrô e seu ato inspirou o filme Desejo de Matar, com Charles Bronson. (Curiosidade: tanto Goetz como Zimmerman têm sobrenomes de origem judaica, Zimmerman devido ao pai adotivo judeu, mas é católico, e Goetz de pais judeus mas convertidos ao cristianismo).

No fim, após grande carnaval midiático e protestos populares, foi absolvido. Os quatro rapazes negros tinham carreira no crime, e um deles, meros dois meses após o tiroteio, sequestrou uma jovem grávida e apontou uma arma para a cabeça dela enquanto um companheiro a estuprava. Num subsequente processo civil, Cabey, a única das vítimas de Goetz que ficou paralítica e não pôde mais dedicar-se ao crime, ganhou 43 milhões de dólares. Os outros continuaram roubando e assaltando. (E o Vingador do Metrô? Ainda está vivo e em NY, virou vegetariano e protetor de esquilos desamparados.)

Existem dezenas ou centenas ou milhares de casos de gente que morre em tiroteio, mas é claro que à mídia interessa apenas o caso do vigilante branco (ou "branco") armado que mata minorias inocentes (ou "inocentes"). Por quê? Parte do motivo é a própria raridade de tal tipo de evento. Assaltantes ferindo ou matando suas vítimas não é notícia, o que é notícia é a reação. Parte também é a obsessão com o controle de armas, que foi afinal parte da discussão no caso Goetz e também no caso Zimmerman. E parte, naturalmente, é o aspecto racial. Fossem vítima e atirador nos dois casos apenas brancas ou apenas negras, haveria tanto escarcéu? Não temos como saber ao certo, mas provavelmente não.

Mas esqueçamos da entediante questão racial. Os casos são polêmicos também por tratarem-se de pessoas armadas que mataram gente desarmada e, talvez, inocente, ao menos do momento do ataque. Naturalmente, surge a questão do porte de armas e da legítima defesa. Até que ponto esta é válida? Até quando se deve esperar para atirar?

Uma vez fui atacado na rua por um sujeito drogado que queria dinheiro. Evitei-o, tentei fugir, levei um soco nos dentes. Eu não estava armado, afinal jamais usei armas, mas, e se estivesse? Será que eu deveria ter atirado nele? E se ele estivesse armado? Eu esperaria ele atirar em mim? No fim, tudo acabou com a chegada da polícia e a fuga do infeliz. Uma arma provavelmente teria causado uma morte, fosse a dele ou a minha.

Sempre fui a favor do porte de arma por entender que a legítima defesa é um direito do cidadão e, quando segundos contam, a polícia está a poucos minutos. Por outro lado, entendo que ter um revólver à mão facilita certas mortes. Muitos crimes passionais e mortes por motivo fútil não aconteceriam se não houvesse uma pistola nas mãos de alguém. Os vários tiroteios nas escolas americanas, querendo ou não, também são um resultado da facilidade de se ter armas nos EUA. E os casos de Goetz e Zimmerman, também. Por outro lado, não pode-se negar que, muias vezes, armas salvam vidas.

A pergunta do dia é -- você é a favor ou contra o porte de arma? Acha que Zimmerman e Goetz erraram ao atirarem em gente desarmada? Deveriam ter sido mais prudentes e aguardado, ou reagido com socos, mas sem atirar?  E quanto à mídia, acham que esta influi demais na nossa percepção dos fatos? (Pergunto por que não me parece sempre tão claro se é a mídia progressista que  influi na cultura, ou se é a cultura progressista a que influi na mídia).

Discutam entre vocês enquanto eu vou lá consultar o preço da Smith & Wesson Magnum .44...


Go ahead, make my day.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O dilema do multiculturalismo

Há poucos anos atrás, o sociólogo Robert Putnam fez um estudo sobre o multiculturalismo e assustou-se com o que viu. Tanto que nem quis publicar todos os resultados. Basicamente, a sua conclusão foi que nas sociedades multiculturais há menos confiança entre as pessoas. Porém, o mais curioso é que isso não ocorre apenas entre grupos diversos, como seria de esperar, mas também dentro dos próprios grupos étnicos.

Los Angeles é uma das cidades mais multiculturais do mundo. É também uma das mais segregadas, ao menos em termos de divisão geográfica: asiáticos moram com asiáticos, mexicanos com mexicanos, negros com negros, brancos com brancos, iranianos com iranianos, armênios com armênios. Fora os campus universitários (e já falo sobre esse tema), e sobre os brancos que casam cada vez mais com asiáticas (tema para outro post) ninguém se mistura muito com ninguém.

Robert Putnam também é o autor do livro "Bowling alone" (Jogando boliche só), onde mostra como os americanos se tornaram menos sociais, com famílias menores, menor número de amizades, menor participação em clubes e associações comunitárias, etcétera. O título do livro faz alusão ao fato de que há cada vez mais pessoas jogando boliche nos EUA, mas cada vez menos clubes de boliche.

Estariam os dois fenômenos (crescente solidão do homem americano contemporâneo, crescente multiculturalização da sociedade) relacionados? 

Não sei. Aconteceram mudanças demais desde os anos 60 nos EUA, e o multiculturalismo foi apenas uma delas. Na verdade, acho que todos os fenômenos radicais dos anos 60, como a luta contra os valores tradicionais, o extremismo político, o feminismo, a perda da religião, a revolução sexual, bem como a própria urbanização desordenada e a imigração cada vez maior causaram essa desagregação social. Não dá para colocar tudo na conta do multiculturalismo, embora este crie sim os seus problemas.

Celebrado até há pouco, hoje o multiculturalismo sofre uma chuva de críticas. Ângela Merkel, Nicolas Sarkozy, David Cameron, mas também vozes à esquerda começam a perceber que há alguma coisa errada, que o paraíso prometido da integração pacífica não aconteceu. Por quê?

Tenho a impressão que, como tantas coisas, algumas positivas mas muitas negativas, a idéia da sociedade multicultural surgiu nos campus universitários americanos. De fato, as universidades americanas são templos do multiculturalismo. Pessoas de todos os países, raças e religiões se misturam e convivem quase sempre em paz. Daí deve ter surgido a idéia de que, se isso funcionava na universidade, por que não deveria funcionar na sociedade como um todo?

Acho que a diferença é a seguinte: a universidade é um ambiente bem diverso da sociedade como um todo. Em primeiro lugar, as pessoas que habitam esse mundo são filtradas pelo QI e pelo nível social, quer dizer, estão ao menos um pouco acima da média no que se refere à inteligência e classe. Em segundo lugar, são pessoas mais abertas ao convívio e à troca cultural, ou nem estariam em uma instituição de nível superior. E, em terceiro lugar, convivem apenas algumas horas por dia e por um período específico da juventude.

Já na sociedade a integração pacífica entre grandes grupos de origens diversas é mais difícil. Vejam a triste história desta lojista francesa, arriscando a própria vida (já foi estuprada, roubada, apedrejada) para manter a sua lojinha em uma "zona sensível", isto é, em um bairro exclusivamente muçulmano de Paris. Locais onde até mesmo a polícia e os bombeiros evitam ir. Será o futuro da França a guerra civil? 

Devemos diferenciar o multiculturalismo da imigração. A imigração sempre existiu, o multiculturalismo é algo relativamente novo. (Embora gregos e romanos tenham convivido em sociedades relativamente multiculturais, mas isso também seria tema para outro post). Anteriormente, havia na maior parte dos casos a expectativa de que o imigrante se adaptaria ao país ao qual emigrou, adotando a sua língua e seus costumes. Isso não acontecia em todos os casos, mas na maior parte. Hoje, a expectativa é exatamente a oposta: que o imigrante mantenha sua própria cultura, e que esta seja "respeitada" pela sociedade que o acolhe, mesmo que se trate de um hábito bárbaro como a extirpação do clitóris das mulheres.

Hoje o multiculturalismo é a política oficial em quase todas as capitais ocidentais. Em parte é o mero resultado de mudanças tecnológicas e sociais, mas em parte também foi forçado, contra os desejos da maioria da população, por governos e políticos mais interessados em votos do que no bem-estar social. Mas, assim como um pêndulo, as modas e as sociedades mudam. É bem provável que, assim como o dinheiro do welfare state está acabando rapidamente e levando a crises e conflitos em tudo que é lugar, também haja uma violenta reação contra o multiculturalismo nos próximos anos. E aí, salve-se quem puder.

 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Imigração e QI: uma discussão perigosa!

Eis, como presente de fim de ano, o post mais polêmico já publicado neste blog. A imigração e o que fazer com ela é a grande questão do mundo moderno. Quem acha que isso é só problema dos países ricos está enganado: recentemente, na Argentina, tumultos com imigrantes bolivianos levaram a conflitos na rua e à morte de três pessoas.

O mundo não é mais o que era. A globalização econômica é uma realidade, e a evolução dos transportes permitiu um movimento massivo de pessoas pelo planeta que antes não era possível. 

Nem todos sentem-se à vontade com esse novo mundo, e preferem manter as suas fronteiras fechadas. A Suiça agora aprovou medidas mais duras contra os imigrantes. Talvez outros países sigam pelo mesmo caminho. 

Seria fácil acusar esses países de xenofobia, mas o fato é que os imigrantes também trazem seus problemas. Alguns dizem que o problema seja cultural, de assimilação. E, de fato, diferentes culturas têm modos diversos de viver que nem sempre se acomodam com o país hóspede, causando conflitos. 

Mas também há alguns que avançam um outro argumento, mais problemático. É o caso do alemão Thilo Sarrazin, que escreveu um polêmico livro sobre o tema que virou best-seller, com mais de um milhão de cópias vendidas. Segundo Sarrazin, que não é nenhum "nazista de almanaque" mas um ameno Social-Democrata, além do problema do fundamentalismo islâmico, os imigrantes de baixo QI de países muçulmanos estariam tornando a Alemanha mais burra.  

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O mundo do contrário

Quando eu era criança, existia uma canção chamada "O mundo do contrário", sobre um mundo em que tudo estava virado de pernas para o ar. É mais ou menos o que está acontecendo hoje em dia, embora nem todos percebam.

Antes, gays eram perseguidos, e nem mesmo figuras importantes como Alan Turing e Oscar Wilde escapavam de duras punições. Agora, há gays no exército americano, gays recebendo dinheiro público para realizar paradas na rua, gays casando e adotando filhos, gays escrevendo os novos livros infantis. O que era impensável há poucas décadas atrás hoje virou o novo normal.

Nem estou fazendo um juízo de valor aqui (afinal não sou a favor da perseguição sistemática a gays), mas apenas observando como os padrões do comportamento moral, do que era considerado certo e errado, praticamente se inverteram.

O problema é que isso é só o começo, é claro. Se você ainda se consegue escandalizar com o homossexualismo, é porque não sabe que já existe um movimento que está legalizando e promovendo o incesto: afinal, se os dois forem maiores de idade é sexo entre duas pessoas adultas, e ninguém tem nada com isso, certo? É o que argumenta um professor universitário que teve sexo consensual com sua filha durante três anos. E não esqueçamos da pedofilia, agora transformada em aspecto cultural.

Enquanto isso, cristãos são punidos por meramente existirem, ou por promoverem o seu "ódio" contra gays, lésbicas e incestuosos. Soldados heterossexuais são proibidos de tomar banho em um chuveiro separado dos gays, afinal não se abaixar para pegar o sabonete poderia ser considerado discriminação. 

O Richard Fernandez, do Belmont Club, tem um excelente post sobre o tema: ele observa que não é que a moral tenha acabado, é simplemente que substituiu-se a antiga moral baseada na virtude cristã por uma nova moral baseada no Politicamente Correto e nas teorias esquerdistas de igualdade forçada.

O problema é que a antiga moral, ao contrário da nova, tinha uma lógica baseada na experiência e no bom senso. Mesmo se deixarmos de lado o aspecto religioso, podemos observar que existem comportamentos que são mais negativos e comportamentos que são mais positivos, seja para o indivíduo ou para a sociedade.

O homossexualismo, por exemplo, pode até ser divertido para seus praticantes (?), mas tem o inconveniente de não propagar a espécie e causar potencialmente maiores problemas de saúde. O incesto, nem preciso dizer: causa filhos com deformações genéticas e mentais, além de ter repercussões negativas na estrutura social, baseada na criação de alianças entre diferentes famílias. E assim por diante: tomar drogas tem repercussões negativas para a saúde física e mental, a dependência estatal leva à preguiça e à acomodação, et cetera.

Mas vivemos em um momento em que a grande virtude -- talvez a única virtude - é considerada a Igualdade. Todos precisam ser iguais a todos, por bem ou por mal. Os gays precisam entrar no exército e casar entre si -- por quê? Simplesmente porque o contrário seria "discriminar". Todos os cidadãos de bem devem ser igualmente revistados até as cuecas no aeroporto, mesmo que 99% dos terroristas sejam muçulmanos. Por quê? Porque o contrário seria "discriminar". Indivíduos de certas etnias e classes sociais devem ter direito privilegiado a freqüentar uma universidade, ainda que tenham notas mais baixas, por quê? Porque... Bem, acho que você já pegou a idéia.

O grande problema com isso tudo é que essa Nova Moral nada tem de compatível com o Mundo Real. Todas essas mudanças (ou deveríamos dizer experimentos sociais) têm conseqüências, que se farão sentir mais cedo ou mais tarde. Assim como as teorias progreçistas que vêem o criminoso como uma "vítima do sistema" estão certamente por trás do terrível aumento do crime em todo o mundo nas últimas décadas, e as teorias iguali-otárias de Paulo Freire estão certamente por trás do desastre na educação atual, certamente as novas propostas de reengenharia sexual terão seu resultado daqui a alguns anos, e eu não quero nem saber qual será.

Vejam bem, amiguinhos. Não sou nenhum paladino da moral e dos bons costumes, nenhum pregador de moral de calça curta. Acredito que salvo intervenção genética ou divina o homossexualismo sempre existirá, ainda que restrito a um máximo de 10% da população. E o mesmo com outros comportamentos como o incesto, a pedofilia, a poligamia, etc. O desejo humano tem razões que a própria razão desconhece.

Porém, observo que os comportamentos marginais mais excessivos, que antes eram mantidos no seu canto, agora estão sendo transformados na norma de conduta, e seus praticantes transformados em uma classe protegida, a qual não pode sequer ser criticada. Somado a isso, vemos uma moral que inverte vício e virtude (em seus conceitos tradicionais), e que privilegia comportamentos contrários à unidade familiar, e, portanto, contrários à harmonia social. Isso não pode dar certo.  

De minha parte, rezo apenas para que homossexualismo e incesto não se tornem obrigatórios, pois do jeito que vai a coisa, não duvido que venha a ocorrer...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Nerds idiotas e vândalos imbecis

Ontem havia filas quilométricas na frente das Apple Stores por aqui, com milhares de pessoas tendo passado a noite inteira na fila. Tudo para comprar o novo iPhone 4.

Quem passaria toda a noite na rua para comprar um telefone? Evidentemente, não se trata de necessidade. Todos os que estavam na fila já tinham telefones celulares de, pelo menos, penúltima geração. Eu posso entender uma fila quilométrica do pão em tempos de escassez, e até mesmo uma fila quilométrica para assistir a um espetáculo único, mas uma fila para obter um objeto que poderiam comprar sem problemas uma semana depois?

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Quando acaba a infância?

Há uma controvérsia aqui nos EUA sobre o caso de Abby Sunderland, a garota de 16 anos que decidiu dar a volta ao mundo em um barco sozinha, e terminou quase morrendo no processo.

De um lado, estão os que criticam os pais, por ter permitido uma adolescente correr tais perigos em troca de publicidade. Pais conservadoramente corretos, dizem os críticos, teriam proibido a moça de tentar a aventura até chegar à maioridade.

Do outro lado estão os que exaltam o espírito independente e aventureiro da garota, e observam que a odisséia seria uma espécie de retorno às tradições americanas de desbravamento e independência.

Confesso que estou dividido a respeito do tema, assim como acho que também o está nossa cada vez mais bizarra sociedade.



quarta-feira, 12 de maio de 2010

Nota noturna

Há um pássaro que costuma começar a cantar às duas da madrugada, atrapalhando meu sono. Parece que ultimamente isto anda ocorrendo muito aqui em Los Angeles, assim como em outras grandes cidades. Pássaros diurnos que cantam à noite. Uma das explicações possíveis é que, durante o dia, o ruído do trânsito impede que suas "serenatas" sejam ouvidas. Por isso a mudança para a noite.

Pode ser.

Uma outra coisa que não dá para fazer nas grandes cidades é ver estrelas, muito menos meteoros. As luzes da cidade ofuscam o céu.

Eis abaixo o mapa da Terra em versão noturna. Nas regiões claras, luz e progresso. Nas regiões escuras, subdesenvolvimento, céus estrelados, e pássaros diurnos que só cantam de dia.


As megacidades modernas são, quem pode negar, maravilhas do engenho humano. Mas também têm seus problemas. Não há quem, após um engarrafamento monstruoso ou um dia pleno de trâmites burocráticos, não pense em abandonar tudo, como Gauguin, e dirigir-se para uma remota ilha do Pacífico.

São os selvagens mais felizes do que nós? Antes que alguém pense que estou virando um ludita ou um rousseauiano elogiador de bons selvagens, me corrijo. Viver na selva ou no campo, só se rodeado com todas as benesses da tecnologia moderna, como a raquete mata-mosquitos

(Outra curiosidade sobre cidades é que - ao menos nos EUA - nas megacidades, em geral a maioria dos eleitores vota Democrata; no campo, a população rural ou de pequenas cidades é essencialmente Republicana. Alguém tem alguma teoria a respeito?)

Os filmes de ficção científica quase sempre mostram um futuro cheio de megacidades, que às vezes cobrem todo o planeta. Mas e se o futuro fosse diverso? Uma das possibilidades das mais recentes tecnologias é justamente permitir a possibilidade de viver longe das cidades e seus problemas. Nos EUA ocorre cada vez mais uma migração dos ricos para os subúrbios; em alguns casos, para zonas quase que totalmente rurais. Se a economia piorar e a sociedade se desintegrar, comunidades rurais high-tech poderiam se tornar a nova moda, equivalentes modernos dos fortes medievais.

De qualquer modo, devido à superpopulação do planeta, salvo epidemia ou guerra atômica (Deus não queira), as megacidades continuarão entre nós.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Um mundo sem regras?

No outro dia, a leitora Confetti chamou-me de reacionário. Magoei. Sempre me considerei de centro, razoavelmente libertário. Mas recentemente me surpreendi comigo mesmo e pensei: será que estou à direita do Reinaldo Azevedo?

Afinal, ele se declarou a favor da adoção por parte de gays enquanto eu tendo a ser contrário, embora considere argumentos a favor. Nada tenho contra os gays. Nada tenho contra as lésbicas (Vi duas se beijando no outro dia na minha frente. Moças simpáticas e alegres. Bonitas. Bem, uma das duas era.).

De acordo com a natureza, pessoas do mesmo sexo não podem ter filhos entre si. Por mais que tentem. Se os gays querem passar a vida ao lado de um ou mais companheiros do mesmo sexo, é porque escolheram não se reproduzir. Ou assim era, até agora.

Mas estamos em tempos diferentes, em que a tradicional família papã-mamã-filhinhos está em franca decadência, substituído por um modelo em que todo tipo de relação é considerado igual. E por que não? A tecnologia permite e a moral moderna também. Deus está morto e não tem nada com isso.

Em outros tempos, o sexo gay era "o amor que não podia dizer seu nome". Oscar Wilde casou e teve dois filhos, amava sua mulher e depois saía com Alfred Douglas. Hipocrisia? Talvez. Mas acredito que nem nos seus momentos de maior loucura ele pensou em criar os filhos com seu amante. Imagina! Amor era uma coisa, criar filhos uma coisa bem diferente.

No outro dia alguém disse assim: "Isso tudo é só porque fomos inculcados com os velhos modelos. As crianças do futuro acharão normal ter dois pais, ou duas mães."

Pode ser. Mas que importa? Casamento e adoção gay são mero preâmbulo para o que está por vir.

Leiam sobre este curioso caso (nota: alguns dizem que é hoax): uma avó de 72 anos que está transando com o neto biológico de 26, e os dois terão um filho através de uma barriga de aluguel (bem, ele será pai; o óvulo é de uma doadora anônima já que a velhota não é mais fértil).

Eles afirmam: "Somos felizes assim e ninguém tem nada com isso."


Quer saber? De acordo com a ideologia contemporânea, eles têm razão. Não há um único progressista que possa dizer por que este ou casos similares são moralmente errados. Avó com neto, filha com pai, irmão com irmã, transsexual grávido com mulher. Por que tais casos deveriam causar repulsa? Se são maiores e vacinados, que mal há?

Quem entende o coração humano? Todos temos desejos autodestrutivos, vícios, problemas. São poucos os casamentos que duram, e não é por culpa de ninguém, é por que é difícil mesmo. Então por que impedir gays de casarem, ou avós e netos de fazerem sexo entre si e criarem um filho juntos, ou pessoas trocarem de sexo?

Bem, eu acho que o seguinte. As pessoas precisam de regras. A única regra da sociedade contemporânea é: "Não devemos julgar ninguém. Todos são iguais. Vale tudo. Faça você também o que quiser, você é livre."

Ora, isso não é suficiente. Há claramente modelos, já testados, que funcionam melhor do que outros. Há vários estudos indicando os problemas de crianças nascidas sem família ou em famílias disfuncionais. E não acho que fazer experimentação social com crianças seja uma coisa boa.

Será que não está faltando autoridade? Será que não estão faltando regras mais precisas e disciplina? Será que esta "liberdade" toda é boa para as crianças das próximas gerações?

Vejam este outro caso, na Inglaterra. Os alunos adolescentes barbarizavam na sala de aula, provocando um professor que sofria de problemas emocionais. Um dia, um aluno zombou dele e gritou-lhe um sonoro "fuck you", e o professor irritou-se. Acertou com um halteres na cabeça do garoto. "Die, die, die!", disse o professor, enquanto batucava com o halteres na cabeça do jovem.

Ei, já dei aulas. Eu o entendo. Também eu, se pudesse, teria dado uns bom golpes na cabeça de certos alunos. (O garoto não morreu. O professor foi absolvido.)

O caso é que os alunos eram extremamente mal-educados e rebeldes, mas o professor pouco ou nada podia fazer. Tocar em alunos? Nem pensar. Pode-se ser acusado de abuso infantil ou coisa pior. (Eis por que uma professora chamou os policiais para algemarem uma criança de seis anos.) Expulsão? Suspensão? Que nada. Na escola moderna, o aluno é rei. Como ensinou Paulo Freire, aluno e professor, professor e aluno, é tudo a mesma coisa, fazem parte de um mesmo coletivo social. Mas não são só os professores: nem mesmo os pais podem punir as crianças, ou terminarão presos. Diversos psicólogos advertem sobre os terríveis traumas que as palmadas causariam às crianças (Uma chega a comparar as palmadas com o estupro).

Nelson Rodrigues falou certa vez sobre a tirania do jovem. É o que vivemos hoje, com a diferença que agora todos somos "jovens". Todos somos perpétuos adolescentes, do começo ao fim da vida. Todos. Eu inclusive. Queremos tudo, emprego, saúde, roupa lavada, casamento gay, direitos humanos. Responsabilidade? Autoridade? Limites? Castigo? Limitação do desejo por questões morais, financeiras ou de ordem social? Ora, vá se catar.

Só que, pouco a pouco, a sociedade vai se desintegrando, e ninguém consegue entende por quê.

Talvez precisemos de um pouco menos de "liberdade", e um pouco mais de disciplina.

Disciplina é importante.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

As ONGs do terror

Um interessante artigo na ótima Dicta & Contradicta sobre o terrorismo e sua relação com um certo tipo de mentalidade termina com um link para um outro artigo de um certo Jakub Grygiel que fala sobre uma modificação curiosa que ocorreu nos últimos tempos: grupos armados que, ao contrário do que ocorreu ao longo da maior parte da História, não buscam o poder estatal mas, ao contrário, preferem não tomar o poder.

Os exemplos mais claros são o Hamas e o Hizballah, grupos que, embora estejam ligados a certos povos e/ou governos, preferem abster-se de tomar completamente o poder e assumir as funções estatais. Alguém dirá que os terroristas do Hamas governam Gaza. Pode ser, mas: a) governam como a cara deles; b) isso é irrelevante, já que Gaza não tem economia própria e eles são sustentados por instituições internacionais; c) Poderiam, mas não declaram a independência política de Gaza. Já o Hizballah, embora influa cada vez mais na política do Líbano, prefere não assumir o comando diretamente, agindo como um Estado dentro do Estado.

Embora o Islã seja o principal usuário desse novo sistema - lembrem também da Al-Qaeda, que nem país-base tem, podendo operar em qualquer lugar - essa nova realidade pode ser observada fora da jihad. Situação algo parecida pode ser vista nas favelas cariocas, onde os grupos traficantes tem um poder de fato sobre a população local, mas ao mesmo tempo não suplantam totalmente os papéis do Estado, convivendo lado a lado com ele.

Some-se isso a globalização e a propagação de tecnologia que permitiu que um punhado de indivíduos possam efetivamente se tornar uma ameaça a vários países: os atentados de 9/11 e de Mumbai custaram relativamente pouco e não exigiram mais do que algumas dezenas de pessoas para a sua realização. Hoje, armas biológicas e nucleares podem estar ao alcance de grupos não-estatais com o dinheiro e os contatos suficientes.

Ao mesmo tempo, as elites progressistas mundiais preparam-se, se não para organizar um governo mundial como temem alguns, ao menos para erodir lentamente as nações tradicionais, através da imigração ilegal ilimitada (diluição de fronteiras étnicas e culturais), órgãos supra-estatais como a União Européia (diluição de fronteiras físicas e da soberania estatal de cada país), etc.

O que significa tudo isso? Não sei muito bem. Talvez estejamos assistindo ao fim do Estado-Nação. Mas o que virá a seguir?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O fim da família

Lá no blog do Orlando Tambosi, onde está tendo uma grande polêmica sobre um caso de aborto seletivo na Suécia (comento abaixo), o Chesterton postou um link para uma outra notícia interessante, onde se divulga que de acordo com um juiz que deu ganho de causa a uma mulher que usou o esperma do ex-marido sem autorização para engravidar, "o esperma, uma vez ejaculado, já não pertence mais ao homem, tornando-se propriedade da mulher."

A figura do marido e pai já é, desde algum tempo, considerada quase desnecessária: o número de bebês nascidos de mães solteiras já são 40% do total nos EUA e de 50% na Inglaterra. Na Suécia dos abortos seletivos, parece que são mais de 65%. E agora esta: a mulher pode usar o esperma do homem sem sua autorização, e criar o filho sozinha. Não servimos para porra nenhuma mesmo.

A verdade é que as coisas mudaram bastante nos últimos 40 anos, e dá para entender porque a Igreja Católica seja tão contrária à pílula e à camisinha, quando não ao aborto: estes estão literalmente acabando com a família tradicional. As mulheres, livres para fazer sexo com quem bem entenderem sem ter filhos, não mais necessitam se prender a um marido para toda a vida, e preferem ter vários homens ao longo da vida, e, em muitos casos, mesmo vários filhos com pais diferentes. (Já os homens sempre preferiram isso).

Mas outro fenômeno ocorreu, paralelamente, que potenciou os efeitos da revolução sexual e das tecnologias anticoncepcionais: o crescimento do "Estado de Bem-Estar social". O homem, que além de pai era em geral o principal provedor financeiro nas famílias, também perdeu essa função. A mãe solteira, que não mais sofre preconceito, tampouco precisa viver na rua da amargura, pois o Estado a sustenta. É uma relação simbiótica: a mãe solteira, em troca, vota nos políticos estatistas. De fato, diversas pesquisas apontam que o crescimento do Estado em grande parte do mundo ocidental está diretamente ligado ao aumento do número de mães solteiras votantes.

Finalmente, como cereja no topo desse bolo estrambótico, temos os marxistas infiltrados que há décadas também tentam por meio de todos os métodos possíveis acabar com a sociedade tradicional, por puro niilismo, em busca do tal "homem novo".

Bem, tudo isso pode ser bom ou ruim, ou um pouco das duas coisas, não sei: sei só que um "admirável mundo novo" que está surgindo. O fato é que a família tradicional monogâmica, papai-mamãe-(amante)-filhinhos, está ruindo. O próprio "casamento gay" nada mais é do que uma tentativa de colocar o último prego nesse caixão.

Se não acreditam, vejam: na Holanda, um sujeito casou com duas mulheres lésbicas: ambas realizam sexo com ele e entre si. Trata-se de uma relação "poliamorosa", celebrada lá por todos os intelectuais. Assim que o "casamento gay" for liberado geral, não duvide que os casamentos poligâmicos grupais serão os próximos na lista pela luta de direitos.

O que isso tudo significa? Não sabemos ainda bem. Sabemos apenas o seguinte: os progressistas, que são totalmente contrários a experimentos com animais, não hesitam em realizar os mais delirantes experimentos sociais jamais antes testados usando milhões de seres humanos como cobaias. O fim da família tradicional, que vem sendo gestado desde algumas décadas, é o maior experimento social já realizado em larga escala desde a coletivização comunista.

(Embora aqui eu não possa colocar a culpa de tudo nos tais esquerdistas, já que, como informado acima, vários outros fatores, inclusive avanços tecnológicos que chegariam mais cedo ou mais tarde, conspiraram para o mesmo fim).

Quanto ao aborto sueco: a foto abaixo mostra um feto de 5 meses, legalmente abortável na Suécia, pelo motivo que se quiser, ou até sem motivo.


*** A pedido dos leitores mais sensíveis, a foto chocante do bebê aparece agora apenas como link, basta clicar aqui.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Darwin existe?

O Orlando Tambosi publicou um interessante texto de Ida Magli sobre a religião e como esta e apenas esta seria produtora do fanatismo.

Achei interessante, mas teimo em discordar.

Este jovem finlandês, por exemplo, matou nove pessoas em uma escola em nome do ateísmo, do ódio à humanidade, e de uma suposta "revolução contra o sistema". Os assassinos de Columbine também se declararam ateus e mataram uma garota só porque esta dissera acreditar em Deus.

Casos extremos, sem dúvida. Mas já bastam para provar que não só da religião nasce o fanatismo ou a morte. Pode nascer do mero niilismo - "nada faz sentido, portanto, por que não matar?"

Querendo descobrir mais sobre a tal Ida Magli, a quem não conhecia, descobri que é uma grande crítica do Islã e das religiões monoteístas, embora, curiosamente, elogie a figura de Jesus e seja crítica da eutanásia, da imigração, da União Européia, e de várias políticas associadas com a esquerda. Ao mesmo tempo, é crítica dos EUA e do capitalismo. Escreveu, há poucos meses, também um bizarro texto no qual sustenta que há um "complô judaico" por trás da atual crise econômica e da própria criação da União Européia - e que são, na verdade, os judeus com seu amor pelo "mercado" e pelo "dinheiro" os culpados pelo caos financeiro, bem como, em última análise, pela própria destruição da Europa.

Bem, o Tambosi disse que ela era "polêmica". Abstenho-me de comentar, ou talvez o faça em outro post. O fato é que não a colocaria como exemplar da razão absoluta. Aliás, ninguém o é.

Uma coisa que sempre me espanta, aliás, é o fanatismo de certos ateus. É um pouco bizarro o ódio que estes têm aos religiosos, sejam da espécie que forem. É o ódio da criança que não acredita mais em Papai Noel e pretende destruir as ilusões das outras. Ora, por que não os deixam acreditar em Papai Noel?

Se a religião é uma fonte de conflitos humanos, e é certo que seja, convenhamos ao menos que não é a única fonte.

O próprio problema do Islã, por exemplo, não seria tão grave se o islamismo, além de religião, não fosse um sistema político e social completo, governado sob as leis da sha'ria e fundado sob a ocupação territorial. Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, disse Jesus. Maomé quis o que era de César também, e aí radica a diferença.

Muitos acreditam que a teoria da seleção natural substituiu Deus ou as religiões, mas não é exatamente verdade. A teoria da seleção natural não explica o surgimento da vida. Tampouco explica por que existem tais leis da seleção natural, quero dizer, por que são estas e não outras? Por que o Universo segue Leis? Poderiam ser outras em vez das que existem? E, já que estamos, por que existe o Universo, em vez do Nada Absoluto?

São perguntas para as quais não temos resposta. Talvez a ciência descubra um dia, mas talvez não. A ciência é limitada, como os humanos.

Um senhor de barbas brancas... Darwin ou Deus?

terça-feira, 28 de abril de 2009

Sobre a discriminação

Na França, há uma nova lei que multa em 45 mil euros qualquer dono de propriedade que se recusar a aceitar um inquilino devido à sua raça, origem, preferência sexual ou religião. Por que as pessoas não deveriam ser livres para alugar ou não suas propriedades para quem bem entenderem?

A discriminação é o grande horror dos progressistas. Mas a discriminação - não necessariamente racial - é um fato da vida. Discriminamos todo o tempo. Discriminar, segundo o dicionário, significa meramente escolher com atenção.

Discriminamos quando escolhemos nossos amigos. Discriminamos quando escolhemos em qual bairro morar. Discriminamos - ou discriminávamos, antes da lei francesa - a quem alugar nossos apartamentos. Theodore Dalrymple tem um livro (não li) chamado "In Praise of Prejudice" em que ele fala sobre os aspectos positivos da discriminação.

É claro que a discriminação racial já serviu para justificar muitos horrores, como a escravidão, a segregação racial, e mesmo o genocídio de "raças inferiores". Mas o que fazer nos casos em que a discriminação racial poderia servir para identificar mais rapidamente suspeitos de crimes?

No outro dia ouvi pessoas reclamando que os muçulmanos são injustamente vistos com suspeita nos aeroportos, e revisados com maior rigor. Da mesma forma, comparando, reclamavam que os carros dirigidos por negros são mais parados pela polícia do que aqueles dirigidos por brancos. Alegavam racismo.

Pode até ser, mas, por mais que doa em nossa alma politicamente correta, temos que observar uma cruel verdade: a maioria dos terroristas hoje em dia são muçulmanos, assim como o número de assaltantes negros nos EUA (18%) é proporcionalmente maior do que o número de assaltantes brancos (3%). Portanto, a discriminação contra muçulmanos e negros - ao menos nesses casos - pode não ser bonita, mas tem uma explicação lógica. Entende-se que a grande maioria de negros e muçulmanos, que não são ladrões nem terroristas, não gostem do fato. Entende-se que as pessoas vejam injustiça e perseguição. Mas não há: há apenas discriminação.

Como vivemos em uma sociedade que é ou tenta ser igualitária, na verdade o chamado racial profiling é proibido por lei. Em alguns casos, a polícia e os jornais recusam-se a identificar este ou aquele criminoso como latino, negro, asiático ou árabe, justamente para não criar uma "imagem negativa" do grupo em questão. Embora seja pouco provável que velhinhas japonesas de noventa anos sejam terroristas, elas são tão revisadas no aeroporto quanto o muçulmano com camiseta do Hamas. (Bem, elas poderiam ser ativistas do Aum Shinrikyo.)

Mas o pior não é isso, se não que a esquerda quer criar uma discriminação inversa, de todos os grupos "minoritários" contra os "dominantes" (i.e. negros e latinos contra brancos, muçulmanos contra cristãos, gays contra heteros).

Um caso interessante que está ocorrendo agora nos EUA é de bombeiros que realizaram um teste para obter uma possível promoção: como os que tiveram resultados melhores e obteriam a promoção foram 19 brancos mas apenas 1 hispânico e nenhum negro, os resultados dos testes foram desconsiderados, já que não eram igualitários. Os bombeiros que perderam a promoção entraram com processo alegando discriminação por serem brancos. Agora a Corte Suprema está decidindo.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Um metrossexual contra os bárbaros

Não é Davi contra Golias nem Dom Quixote contra os moinhos de vento e muito menos a Batalha de Termópilas.

A patética situação atual é a de um Ocidente metrossexual querendo lutar contra bárbaros com luvas de pelica.

De um lado, terroristas semianalfabetos que não hesitam em explodir pizzarias e centros comerciais, decapitar e torturar civis e até mesmo crianças. Do outro lado, um Ocidente poderoso que hesita em usar armas ou até mesmo em erguer um pouco a voz contra bandidos.

Vejam o caso dos piratas. O governo Obama queria negociar e chegou mesmo a enviar o FBI. Finalmente, a coisa resolveu-se de modo mais lógico: a marinha americana deu cabo dos piratas com três tiros certeiros, e o capitão foi salvo.

No entanto, a notícia não foi recebida com alegria por todos. Vários experts insinuam que foi uma resposta perigosa que não deve jamais ser tentada de novo - melhor é ficar quietinho e dar aos piratas o que eles querem.

Para os esquerdistas do blog comuno-obamista Daily Kos, ser pirata é aparentemente uma profissão como outra qualquer, com a qual ninguém deve se intrometer. A única coisa a fazer para resolver o problema dos piratas é melhorar a economia da Somália. Afinal, a pobreza é a causa da pirataria, dontchanow. (Para os esquerdistas, a pobreza é a causa de tudo). E, para eles, o Capitão Philips não é nenhum herói:

The pirates' modus operandi is that they hold the crew, ship, and cargo harmlessly until a lot of money is paid to them. Phillips "heroic" actions put his crew and himself at risk. If he'd done nothing except acquiesce to the pirates' demands, there would have been no risk, just possible discomfort until the extortion money was paid. Instead he put himself and the Seals at grave risk.
Ou seja, para o pessoal do Daily Kos, estar circundado por várias AK-47 de piratas islâmicos é apenas um mero desconforto. E os piratas, pelo jeito, são os novos proletários, heróis do movimento socialista internacional.

Aliás, como a linguagem da vitimologia esquerdista espalhou-se para todos os grupos sociais, acredite se quiser, mas os piratas querem um pedido de desculpas. Isso mesmo:
"We will take quick revenge on American ships if we don't receive apologies," said Yusuf Mohamed Mahdi, pirate commander.
E possível que Obama ou algum de seus assessores chegue a considerar a idéia. Afinal, são essas as pessoas que dizem que para resolver o problema da pirataria é preciso dar ajuda econômica à Somália e jamais dar tiro em ninguém.


Asterix e Obelix é que tinham razão.

sábado, 11 de abril de 2009

O mundo pós-americano

Caroline Glick fala sobre o novo mundo em que os EUA não mais são a grande potência garantidora da paz mundial. De fato, pode-se confiar em um país que, apesar de toda a superioridade militar, tem dificuldade em lidar com meros piratas?

Já comentei há algum tempo atrás sobre a curiosa preferência dos esquerdistas pelos direitos dos criminosos, pândegos, terroristas, assassinos, estupradores e ladrões sobre os do cidadão comum.

Podem acrescentar piratas à lista.

Os piratas somalis tem ainda em seu poder um capitão norte-americano, e agora seqüestraram também um barco italiano, com 16 reféns. O governo Obama, paralisado, hesita em intervir. Está negociando um pagamento (bailout?) de alguns milhões de dólares.

Um governo que tem medo de piratas somalis não pode, naturalmente, enfrentar o Irã. De fato, o vice americano Joe Biden já avisou Israel que não tolerará ataques militares ao Irã. Sim, vocês ouviram bem: são os EUA protegendo o Irã contra Israel, e não o contrário.

O governo Obama, em sua ânsia de fazer paz com os inimigos, está apenas conseguindo irritar os aliados. Outro país que começa a incomodar-se é a Índia, inimiga mortal do Paquistão, país ao qual os EUA tentam seduzir com - o que mais? - bilhões em ajuda econômica. Para o governo Obama, parece que dar dinheiro a todos é a melhor solução. O grande problema dessa estratégia é que um dia o dinheiro acaba.

Nesse contexto, Caroline Glick sugere a possibilidade de outras alianças. Índia e Israel, por exemplo, tem trabalhado conjuntamente no lançamento de satélites; poderiam eventualmente ter uma maior colaboração militar também.

Quanto aos EUA: quem tenta seduzir os inimigos à custa dos amigos acaba, em geral, apenas ganhando mais inimigos.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O fim do Primeiro Mundo

Eu ia comentar mais sobre as diversas teorias que explicam por que certos países são de "primeiro mundo" e outros não, mas cheguei à conclusão que é irrelevante. O Primeiro Mundo está acabando.

A divisão do planeta em Primeiro Mundo, Segundo Mundo e Terceiro Mundo sempre foi, de qualquer modo, uma catalogação estúpida: o que havia de "segundo" no mundo soviético?

Mas mesmo a divisão de hoje entre "países desenvolvidos" e "países em desenvolvimento" é também ridícula, baseando-se na falsa idéia de que haja uma progressão no desenvolvimento das sociedades, que todos os países eventualmente evoluirão em direção a uma sociedade melhor. Bem, querem saber? Não necessariamente.

Aliás, se há alguma mudança à vista atualmente é justamente a involução ou terceiromundização do primeiro mundo - uma terceiromundização literal, no sentido de que a) estão adotando políticas cada vez mais bananeiras e b) inteiras populações de países do dito terceiro mundo estão sendo transplantados para os países do primeiro, com conseqüências imprevisíveis.

Vejam as fotos, por exemplo, desta manifestação dos tamis contra o governo do Sri Lanka... Em Londres. O que eles estão fazendo lá? Alguém sabia que havia tantos tamis em Londres?

Vejam bem. Não sou necessariamente contrário à imigração, e nem poderia ser, já que sou, no momento, também um imigrante. Mas acredito, simplesmente, que esta deva ter, como tudo na vida, critérios lógicos e limites. O que está ocorrendo hoje é uma coisa tão absurda que custa explicá-la.

Hoje, o multiculturalismo é visto como uma coisa tão boa que até países que nunca foram multiculturais estão importando minorias. Tomemos a Finlândia, por exemplo. A Finlândia, assim como a Suécia, sempre foi um país de famigerados loiros de olhos azuis, desde o tempo dos vikings. Hoje o país tem pencas de imigrantes somalis, iraquianos, paquistaneses. E falar mal do Islã pode dar cadeia para um finlandês.

A quem beneficia essa imigração islâmica massiva? Por que ela existe? O que ganham os finlandeses com ela?

Quer dizer, a imigração sempre existiu e sempre existirá, mas esta é possivelmente a primeira vez na História Universal em que são importados imigrantes, não para trabalhar e ser eventualmente assimilados aos costumes locais, mas, ao contrário, para receber auxílio social e impor seus costumes.

Grande parte dos muçulmanos europeus, afinal, vive do welfare. Nos EUA, 45% dos cidadãos - que, não coincidentemente, correspondem aproximadamente às "minorias" - não paga imposto, apenas recebe. Em breve se cruzará o limiar dos 50%, causando um ciclo de dependência sem fim, no qual não valerá mais a pena enriquecer, já que o dinheiro irá quase todo para os impostos, para sustentar a classe não-trabalhadora (O que não diria Marx dessa ironia!)

Aqui um excelente artigo novo de Bill Whittle sobre o tema, onde ele sugere aos ricos que abandonem o país e vão produzir riqueza em algum outro lugar!

A imigração ilegal não é problema para os ricos e ultraricos esquerdistas, que moram separados dessa "gentalha" e podem usá-los como empregados baratos, como explica aqui Thomas Sowell. Não, a imigração é problema para a classe trabalhadora, que é quem arca com as conseqüencias sociais e ainda tem que sustentar os ilegais com seus impostos.

No entanto, uma parte da elite tem interesse na imigração ilimitada. Acredito que trata-se de um esquema para criar uma sociedade autoritária. Ter pessoas que dependem de você pelo welfare não é apenas ter votos garantidos: é ter absoluto poder sobre elas. No Brasil, a classe dependente do assistencialismo já existia há tempos. No Primeiro Mundo, foi preciso criá-la através da imigração e da designação de minorias protegidas.

A esquerda, no fundo, é aristocrática. Deseja uma sociedade de castas, na qual eles mandam e os inferiores obedecem. A esquerda não gosta da meritocracia, dos self-made man, do mercado livre. Gosta dos empregos públicos, das recomendações, do compadrio, das licitações arranjadas, dos amigos dos amigos.

E utiliza todos os meios possíveis para obter poder e controlar a sociedade através de um povo cada vez mais dependente e um governo cada vez mais autoritário.

Vamos ver no que tudo isso ainda vai dar.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Bang bang

Mais um maluco armado causou caos nos EUA, matando 13 pessoas em um centro de imigração em NY. Já vieram os críticos rápidos no gatilho criticar os EUA, as armas e a "cultura da violência", mas na verdade o ataque confundiu tanto conservadores quanto progressistas.

Afinal, fosse um branco que houvesse atirado contra imigrantes, lá estaria a esquerda gritando sobre racismo, xenofobia, etc e tal. Tivesse sido um imigrante matando brancos nativos, lá viria a direita lamentar a imigração ilimitada, o crime em ascenção, etc. Como foi um imigrante matando imigrantes em solo americano, a coisa ficou sem as explicações fáceis de sempre.

Infelizmente, parece tratar-se de um problema universal que veio pra ficar: já em vários países do norte da Europa ocorreram fatos similares. Aliás, até na Argentina ocorreu um tiroteio por alunos em uma escola, e no Brasil talvez ainda alguém lembre do maluco que fuzilou a platéia de um cinema algum tempo atrás.

Acho que a culpa é dos videogames.

Não, sério, acho que a culpa é da mídia mesmo. Anthony Burgess tinha razão.

Antes as pessoas frustradas contentavam-se em suicidar-se. Hoje querem levar tantos quanto puderem consigo, e ainda por cima aparecer na TV, ou ao menos no Youtube.

Menos armas em circulação resolveria? Talvez. Por outro lado, nos casos em que havia um cidadão armado presente, massacres maiores foram evitados.

Enquanto isso, Obama, o delirante, sonha com um mundo sem armas nucleares. Como se fosse possível desinventar a bomba atômica.

Obama, como todos os esquerdistas, acha que são as armas - de fogo ou nucleares, tanto faz - que matam as pessoas, não pessoas malvadas usando as ditas armas. Assim como os liberais querem criar "gun-free zones", Obama talvez pretenda criar "nuclear-free zones".

Obama, aliás, é muçulmano e curvou-se, submisso, de fronte ao príncipe saudita.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A direita pós-Olavo

Olavo de Carvalho no outro dia comentou uma coisa curiosa:
Infelizmente, entre jovens que assistiram a meus cursos e conferências, sem se tornar por isso meus estudantes genuínos, abundam os que se dispõem a exercer esse papel abjeto, satisfeitos de ver-se bem recebidos onde fui rejeitado, e acreditando-se por isso uma “alternativa superior”, mais moderninha, serena e equilibrada, ao cada vez mais insuportável Olavo de Carvalho.
Olavo de Carvalho provavelmente atingiu o apogeu midiático no final dos anos 90, quando sua coluna estava em todos os maiores jornais e até revistas da elite bacana como Bravo!. Pouco a pouco, no entanto, ele foi sendo ostracizado pela própria mídia que o acolhera. O que aconteceu? Não dá para colocar toda a culpa no petismo, embora seja uma das explicações. A mídia, no Brasil, é profundamente servil ao poder, e hoje o poder é o esquerdismo. O próprio Olavo comenta o assunto aqui.

Mas acredito que também possa ser um reflexo dos tempos atuais, em que o interesse por um determinado tema ou autor esgota-se depois de um relativamente breve período. E assim, entre os próprios supostos direitistas, para muitos hoje não é mais "moda" ser seguidor do filósofo, como explica este colega blogueiro aqui.

Pessoalmente, confesso que comigo aconteceu o contrário. No começo, não suportava o Olavo. Mas, pouco a pouco, fui me interessando por algumas das temáticas que abordava, não necessariamente aquelas de maior impacto, ou mesmo aquelas ligadas a eventos específicos. De fato, interessam-me menos os artigos sobre temas diretamente políticos e mais aqueles por assim dizer "abstratos", que tratam de questões mais gerais. Por exemplo, acredito que sua série sobre a mentalidade revolucionária seja indispensável para compreender não apenas o moderno pensamento esquerdista, como grande parte das mudanças que estão ocorrendo hoje no mundo.

Mas, para fins meramente ilustrativos, tomemos a hipótese de que Olavo de Carvalho realmente tenha se tornado menos relevante. Quem, hoje, no Brasil, dessa novíssima geração "pós-olaviana", poderia ou estaria disposto a tomar o seu lugar?

Não falo aqui em termos de meros blogueiros ou jornalistas, mas pessoas que realmente apresentem idéias relevantes de forma clara e articulada, verdadeiros intelectuais em suma - ainda que não necessariamente ligados ao meio acadêmico. Por exemplo, do pouco que li considero o Pedro Sette Câmera, do blog O Indivíduo e do site Ordem Livre, um dos sujeitos talvez mais inteligentes da blogosfera brasileira, mas não acredito que possa ser considerado - ou mesmo que se considere - um filósofo.

Como eu mesmo estou muito longe de ser um filósofo ou pensador - este blog é mero registro de opiniões, sem qualquer pretensão além da superficialidade mais extrema - não saberia dizer, mas talvez algum dos leitores possa indicar alguém?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Fim das ideologias? Qual nada!

Tem Dalrymple novo na área, explicando por que as ideologias não morreram e não morrerão jamais. Uma vez comunista, sempre comunista. Ou islamista. Ou ecologista. Ou neonazifasciprogressista. Avante, Camaradas.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sociedade sem Manicômios

Vocês já perceberam que tem cada vez mais maluco na rua? Digo maluco mesmo, pirado, lelé da cuca, doente mental. Aqui na Califórnia tem vários, mas no Brasil também são muitos, sim senhor.

A tal idéia da Sociedade sem Manicômios - ou "desinstuticionalização" - que começou nos EUA nos anos 60, acabou tendo uma conseqüência imprevista bastante curiosa: milhares de pessoas com distúrbios mentais que não são tratadas de modo algum, são também rejeitadas pelas famílias e, assim, em muitos casos, terminam nas ruas, onde os problemas se exacerbam. Por uma série de motivos, não todos relacionados com a pobreza, o número de homeless aumentou substancialmente nos EUA de 1960 para cá. Desses, aproximadamente 45% tem algum tipo de problema mental. Os que não são loucos, são drogados.

Por aqui, eles demonstram uma curiosa uniformidade: costumam andar pelas ruas da cidade carregando malas, enormes sacos pretos ou carrinhos de supermercado. Sempre quis saber o que levavam nessas malas. Nunca descobri. (No Brasil, os loucos de rua costumam ser mais variados e folclóricos.)

Ao mesmo tempo, como são "livres", argumenta-se que ninguém pode impedir os pobres coitados de dormirem nas praças ou mijarem nas calçadas. Não tendo mais instituições mentais onde ir, terminaram ocupando bibliotecas públicas, livrarias, universidades e metrôs, onde, no entanto, causam desconforto em alguns dos restantes usuários.

Por outro lado, realmente seria solução amontoá-los em algum sanatório? Não seria apenas esconder o problema em outro lugar? E depois, quem vai pagar por isso?

É uma situação triste, mas de difícil solução. Como resolver esse problema? Reinstitucionalizar? Chamar o Dr. Bacamarte? Declarar os sãos loucos, e os loucos, sãos?

Esta foto não tem nada a ver com o post, mas achei procurando por "madness" no google. De fato, os seios da Scarlett são de enlouquecer.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A pílula que destruiu o mundo


O mundo ocidental está em decadência. As pessoas não têm filhos em número suficiente para repor a população. A família tradicional se desagrega. Ondas de imigrantes destróem a unidade dos países. Terroristas atacam com impunidade. Pornografia substitui a arte. Crises econômicas se alastram sem piedade.

Muitos acreditam que a culpa seja do fato do Ocidente ter abandonado a religião judaico-cristã. O secularismo materialista faz com que as pessoas se concentrem no presente em vez do que no futuro. Hedonismo e riquezas materiais em vez de planejamento, sacrifício e filhos.

É uma boa teoria. Mas o culpado pode ser outro.

Ao menos, de acordo com este blogueiro, toda a culpa é da pílula anticoncepcional.

A pílula, junto com outros métodos anticoncepcionais de massa (e inclui-se aí o famigerado aborto), liberou a mulher do sexo procriativo. Casamento e filhos passaram a ser opcionais. Isso, por sua vez, resultou no famoso fim da família tradicional e no crescimento do fenômeno das mães solteiras.

Na Inglaterra, hoje mais de 50% dos filhos nascem de mães solteiras. Nos EUA, o número chega perto: 40%.

Esse curioso fenômeno, por sua vez, mudou completamente a sociedade. Não apenas desagregou a família papai-mamãe-cinco filhos, que era a base da sociedade tradicional, e portanto acabou com os mesmos valores tradicionais que esta representava - como, além disso, está resultando em uma "feminização" cada vez maior do mundo político e social.

Percebam: 79% das mulheres solteiras votaram em Obama. Obama é o candidato metrossexual por excelência. Não é à toa que mulheres e gays o adoram. Suas propostas são "femininas": dialogar com os inimigos; dar mesada aos desvalidos; dar saúde e educação a todos os "filhinhos"; aceitar sem perguntas os imigrantes de diversas culturas e backgrounds.

Lamentavelmente - sempre segundo a teoria, é claro - as sociedades femininizadas são presas fáceis das sociedades masculinas predadoras. Como é o caso da sociedade islâmica.

Assim, um dia destes, muçulmanos malucos explodirão alguma cidade ocidental com uma bomba nuclear.

E a culpa terá sido toda da pílula.