quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A grande ilusão

Não tem solução; às vezes leio artigos celebrando uma certa "nova era progressista", e sinto uma infinita tristeza, pois vejo o futuro repetindo o passado, vejo mais uma geração que se perde em estúpidas ilusões. Ontem o comunismo, hoje o progressismo multicultural, amanhã? -- quem sabe. Talvez o eco-nazismo, talvez o fundamentalismo secular (já tem aqui uma jornalista brasileira reclamando de "perseguição aos ateus" por ter sido convidada a ir à igreja pelo taxista evangélico...).

É incrível o número de pessoas que conheço cujas idéias políticas se resumem a: "Governo é bom, corporações são más." Ou: "Vamos acabar com o capitalismo, não está dando certo." (Sobre isso, tem um texto interessante do Pedro Sette Câmara). Será que essas pessoas realmente acham que mais governo é sempre melhor? Mesmo tendo acesso a hospitais públicos, escolas públicas, repartições públicas? Chega a ser comovedor ver pessoas achando que até o problema da corrupção possa ser resolvido por novas instituições governamentais, como se "mais governo" não significasse exatamente "mais corrupção".

O mais incrível fato do Comunismo Soviético não foi o descontentamento e desilusão que trouxe, mas a grande quantidade de indivíduos que continuaram fiéis até o fim, mesmo quando foram traídos pelos próprios companheiros. Até o momento em que foram executados pela KGB ou enviados para a Sibéria, continuaram ali, fiéis membros do Partidão, acreditando no "novo homem".

Pavel Florensky, filósofo, cientista e inventor russo, trabalhou por décadas para o Estado Soviético. Até que escreveu uma monografia sobre a teoria da relatividade, e foi preso por "publicar textos contra o sistema soviético". Passou dez anos na Sibéria. Depois, foi condenado à morte e executado a mando de Stalin em 1937.

David Riazanov, escritor e professor russo. Estabeleceu a Academia Comunista e o Instituto Marx-Engels. Passou trinta anos da sua vida publicando as obras completas de Marx e Engels em russo e realizando estudos sobre seus ídolos. Foi executado em 1938, acusado de uma obscura conspiração trotskista.

Vladimir Mayakóvsky. O revolucionário poeta, figura icônica dos primeiros anos da União Soviética. Até poco tempo antes de sua morte ainda produzia textos e cartazes para o sistema. Depois, passou a ser investigado. Suicidou-se, embora haja dúvidas se tenha sido realmente um suicídio.

E no entanto, e no entanto... Mesmo hoje, leio em uma revista de esquerda contemporânea um texto dizendo que Stalin não era tão ruim assim, afinal, matou milhões, "mas o fez porque acreditava na justiça social e na igualdade." Lembrem sempre disso, pessoal: para um esquerdista, a "justiça social" é justificativa suficiente para o assassinato de milhões (bilhões?).

O Comunismo talvez tenha sido a mais incrível ilusão de massa de todos os tempos. Mas, que digo? Não vivemos hoje em tempos de equivalente ilusão, a ideologia do progressismo multicultural multireligioso e multisexual? E não terminará essa utopia também em desgraça?

Já disse alguém: todas as Revoluções devoram seus filhos. A começar pela Francesa, com Danton e Robespierre. Trotsky também terminou com uma picareta enterrada no crânio. Chega a ser quase surpreendente que a revolução americana não tenha terminado a tiros entre Franklin e Washington, mas bem sei que foi algo diferente... O que acontecerá com os líderes da Nova Era Progressista Global? Também um dia, possivelmente, se matarão entre si.

Certo estava Simon Bolívar antes de virar ícone chavista: "fazer revolução é arar o mar". (Acho que foi também ele quem disse que o melhor a fazer coisa a fazer na América Latina é emigrar).

É triste, e talvez inevitável. A humanidade caminha em círculos. Assim como as prévias gerações, teremos também nós que passar por revolução, guerra, fome, desgraça e ruína. E depois de novo. E de novo. Será que estou ficando velho e cínico? É bem possível...

Uma vez, quando era jovem, disseram-me que eu não tinha ideais. Chorei profundamente: era verdade. Jamais tive. Jamais terei. Se hoje tivesse vinte anos, talvez fosse para um desses acampamentos do "Occupy" com a única intenção de pegar algumas gatinhas, mas jamais com a intenção de achar que estava fazendo alguma coisa pelo planeta...

Agora os novos idealistas sonham com um mundo sem fronteiras, sem pobreza, sem desigualdade e movido a combustíveis recicláveis. Dará certo? Bem, de boas intenções... Você sabe o resto!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A mão boba do assédio sexual

Os EUA tem muito do que se orgulhar como nação. Agora, em certos aspectos, o país é um atraso de vida. Uma de suas peculiaridades é a obsessão com o "assédio sexual", termo criado pelas feministas recalcadas e esquerdistas satânicos para atazanar a vida do cidadão.

Vejam que curioso: vivemos em um mundo repleto de imoralidade, putaria e sacanagem. Mulheres criam filhos de pais múltiplos com a ajuda do contribuinte. Gays beijam-se no horário nobre e querem até casar. Quase ninguém mais se escandaliza se uma dupla de lésbicas decide adotar uma criança e fazê-la "trocar de sexo"; acham até bonitinho. Mas eis que um homem encosta um fio de cabelo em uma mulher sem pedir licença, e pronto: parece que o mundo caiu.  

Quão sérias são as acusações contra Herman Cain? Não sei detalhes, e ele pode até ser culpado. (Ele tampouco é meu candidato preferido.) Mas não é suspeito que essas mulheres tenham aparecido logo agora, quando ele é candidato e está em alta? Onde é que essas peruas estavam anos atrás?

A acusação de uma delas é a seguinte: Cain fez uma proposta indecente acompanhada de gestos vulgares. Ela recusou. Depois... Bem, nada. Tudo acabou aí. Outra o acusa de ter tentado agendar um jantar com uma moça que o interessava. Ela se recusou. O jantar não aconteceu...

Não são acusações de estupro como a de Dominique, que aliás também revelou-se uma fraude, ou mesmo de sexo consumado. São meras acusações de... O que mesmo? O que diabós é "assédio sexual"?

Ora, meus amigos. A resposta, na verdade, é muito simples. Este vídeo educativo explica tudo. Assédio sexual é simplesmente uma cantada ou proposta sexual feita por alguém que a moça não julga atraente. Na maior parte dos casos, é simples assim.


Digam o que quiserem sobre o Berlusconi, ao menos ele jamais foi politicamente correto e jamais se curvou às feministas. Não quer dizer que seu comportamento seja recomendável, mas ao menos é um antídoto contra grade parte da estupidez reinante. Herman Cain, por enquanto, também nega as acusações. Seu caso, aliás, é parecido com o do (também negro) juiz Clarence Thomas, que terminou sendo inocentado dez anos atrás.


Não quer dizer que não haja casos de abusos de poder, de trocas de favores sexuais por empregos ou coisa pior. Ocorre todo dia no mundo da televisão! Mas a verdade é que grande parte disso aconteceu porque as feministas queriam ser "iguais aos homens" em todos os postos de trabalho; agora reclamam que esses mesmos homens sintam atração por elas. Recentemente li sobre não lembro qual escândalo sexual no exército: um certo número de mulheres reclamava sofrer assédio sexual de marmanjos estacionados em postos de combate isolados... Realmente inconcebível! (E imagine a confusão agora que os gays assumidos entraram também na jogada).

É verdade que certos homens podem abusar de suas posições de poder para obter favores sexuais; mas nisso, não são tão diferentes de mulheres que usam sua beleza e sedução para subir na vida. A diferença é que, no segundo caso, ninguém reclama. Você jamais vai encontrar um homem reclamando de ter sido usado sexualmente. É uma das diferenças entre homens e mulheres.

Isso tudo me faz pensar o seguinte: o ódio dos esquerdistas é o ódio impotente contra a realidade. Os comunistas odeiam que alguns sejam mais ricos do que outros, mas isso é inevitável. As feministas odeiam que homens sejam diferentes das mulheres, mas isso sempre será assim. Os gays odeiam não ser aceitos no mesmo nível dos casais heterossexuais, mas uma coisa jamais será igual à outra. No fim das contas, não adianta tentar reengenharia social. O feitiço sempre se volta contra o feiticeiro.

Nota: na legislação americana, há diferença entre "sexual harassment" e "sexual assault". "Sexual assault" inclui contato físico. Passar a mão na bunda, por exemplo, pode configurar "sexual assault." Mesmo se o contato for indireto, por exemplo cutucando com um objeto, também pode ser considerado "sexual assault", que é crime federal. Já "sexual harassment" pode ser simplesmente dizer uma palavra que não agrada, um gesto ou até um olhar que causa desconforto...


sábado, 5 de novembro de 2011

Quem é a minoria?

É curioso que chamem de "minorias" grupos que estão longe de ser minoritários. Talvez por que a moda tenha começado nos EUA onde, décadas atrás, até que era condizente com a realidade. No Brasil, a expressão sequer faz sentido: o país tem mais mulheres que homens, mais negros/mulatos e índios do que brancos e, a julgar pela última parada gay e pelo número de travestis brasileiros na Europa, mais homossexuais que heterossexuais. (Bom, chamar mulheres de "minorias" nunca fez sentido algum em lugar nenhum).

Quem é a "minoria" neste país?

Nos EUA, a nova maioria já são as "minorias", em especial, os latinos. Leio esta curiosa reportagem da BBC na qual se fala sobre o misterioso "gap" (lacuna ou diferença) na educação entre os filhos dos imigrantes latinos (muitos de origem ilegal) e os dos americanos nativos. Por algum motivo, que poderá ser pela cultura, pelo fato de serem pobres, pelo fato de falarem espanhol em casa, pelo fato de preferirem entrar em gangues do que estudar, pelo fato de costumarem engravidar aos 13 e abandonarem a escola, ou simplesmente pelo fato de serem um pouquinho mais burros, eles estão tendo mais dificuldade em aprender do que os americanos. Tudo bem, realmente é mais difícil você chegar num país estranho e tentar se adaptar!

Mas o curioso é o seguinte: a tônica da reportagem é que os EUA deveria se esforçar mais para ajudar os coitados a aprender, afinal, disso depende o futuro dos EUA. Ué. Se esses imigrantes causam tanto problema, não seria mais fácil simplesmente fechar a torneira da imigração? Que obrigação tem os EUA, ou qualquer nação, para com aqueles que nem entraram legalmente no país? Será que o Brasil também vai passar a dar cidadania plena e bolsa-família para os bolivianos? Será que eles vão me dar cidadania também aqui, ou eu primeiro preciso ser ilegal?

(Parêntese: até tenho simpatia pela população latina, afinal, segundo as estatísticas americanas, eu faria parte do mesmo grupo demográfico, embora jamais tenha me considerado "latino" -- eu sou é gaúcho, eh eh. Mas ilegal é ilegal. País nenhum pode aceitar tamanha invasão sem conseqüências. E, do jeito que a coisa vai, faria mais sentido eu ter ido fazer pós-graduação direto no México. É uma transformação sem precedentes, pela qual os EUA se arrependerão profundamente.)

(Novo parêntese: sério, nada contra os mexicanos. Nem contra os negros. A única minoria com que tive problemas aqui em L.A. foi a dos médio-orientais. Árabes, iranianos, armênios, turcos, palestinos: nunca conheci algum que não estivesse querendo te sacanear, te enganar, ou te vender vender gato por lebre. E as ucranianas/russas são todas prostitutas. Pronto! Eu disse!)

Bem, não entendo, mas fico tentando entender. Quando os brancocidentaiscristãos forem literalmente uma minoria nos EUA e na Europa, eles continuarão sendo os culpados por tudo o que acontece de ruim? Se, mesmo com ampla maioria latina, o desnível educacional continuar, o que deverão fazer os brancos e os asiáticos para equiparar o nível? Obrigar suas crianças a estudarem menos?

Aqui nos EUA chamam os Estados com maioria latina de "minority-majority." Ora, se são maioria, não podem ser minoria, certo? Sim, eu sei. O termo "minoria" não tem a ver com números, mas é utilizado por que, historicamente, nas relações de poder em uma conjuntura patriarcal injusta e imperialista, os ocidentais, enquanto coletividade de indivíduos, sempre oprimiram os pobres negros, índios, judeus, muçulmanos, gays, asiáticos... Epa! Mas espera aí. Os ocidentais jogaram até duas bombas atômicas nos asiáticos, fizeram guerra contra eles no Vietnã e na Coréia, mas eles não estão reclamando de opressão nenhuma, e continuam se destacando nas universidades americanas, mais até do que os próprios americanos, que preferem ficar assistindo American Idol. Ué! E agora, José? Como assim, Ching Ling?

Ora, ora! Fica claro que aqueles que inventaram o termo "minoria" querem mesmo é confundir, enganar, propositalmente. É, aliás, uma técnica de guerrilha psicológica conhecida, já mencionada mais de uma vez pelo Olavo de Carvalho. De um lado os progressistas defendem uma coisa; do outro, o seu oposto. Chamam às maiorias de "minorias", ao direito maior de alguns grupos de "igualdade", à ilegalidade de "opressão", ao criminoso de "vítima". Confundido com o bombardeio de tanta idéias contraditórias, a cabeça do sujeito explode!

(Outra palavra que detesto: "despossuídos." Pretende dar a idéia que os pobres antes possuíam algo que foi tirado deles à força. Mas se jamais possuíram nada!)

Minorias! Quando acabará esta história de minorias? Os negros e latinos de sucesso, como Herman Cain, Obama e Jennifer Lopez, são também "minorias"? Quando é que as minorias vão deixar finalmente de ser "minorias" e todos vão finalmente poder ser julgados, não pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo do seu caráter?

Ora, meus caros. Lamentavelmente, a única minoria neste planeta infernal aqui somos nós, que ainda conseguimos discutir sobre temas sérios de forma razoavelmente civilizada...


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Multas reduzem acidentes?

Não é um post, é só uma pergunta mesmo. No outro dia fui multado por ter atendido o telefone celular enquanto dirigia. Durou uns trinta segundos, com azar suficiente para ser observado por um policial. Certamente a multa diminuirá o meu uso do aparelho no carro. Mas será que diminuirá a probabilidade que eu me envolva em acidentes de trânsito em geral?

Um recente estudo nos informa que novas leis banindo o uso do aparelho celular no carro não reduziram em nada o número de acidentes em vários estados americanos. Será que utilizar o celular não é assim tão perigoso, ou que a polícia simplesmente não está fiscalizando o suficiente? (Detalhe: falar ao telefone com bluetooth ou fone de ouvido, embora em geral permitido, distrai igualmente, tanto quanto segurar o telefone com a mão; mas há muitas outras atividades que também podem distrair tanto quanto telefones, como mudar a estação de rádio, olhar para o GPS, discutir com o companheiro do lado, etc, e que no entanto não são reguladas por lei.)

É claro que o uso do celular é uma questão menor. O que dizer de atitudes mais graves, como ir além da velocidade permitida, ou dirigir embriagado? Com a curiosidade atiçada, fui verificar os dados sobre a recente "lei seca" no Brasil, instituída em 2008. Para minha surpresa, descobri que ela não reduziu o número de mortes em acidentes de trânsito, ou, melhor: reduziu-os um pouco durante o primeiro ano, mas depois os números em quase todas as capitais voltaram ao seu nível "normal".

O que poderia significar isso? Que a lei relaxou, ou que as pessoas relaxaram? Que a polícia passou a ser menos eficiente, ou que, após o susto tomado pelo surgimento de uma lei mais rígida, as pessoas se habituaram ao "novo normal", e passaram novamente a beber e dirigir, embora o preço a pagar fosse maior? A segunda alternativa é possível, condiz com o comportamento humano observado em outras instâncias. Mas a primeira opção não pode ser descartada enquanto não tivermos outros dados.  Por exemplo, alguns observam que, nesse mesmo período de três anos, o número geral de automóveis circulando nas estradas aumentou. Outros observam como as redes sociais passaram a ser utilizadas para identificar onde estão ocorrendo as blitze, e evitá-las.

Se não existissem multas de trânsito de qualquer tipo, será que o número de acidentes aumentaria ou permaneceria igual? Na Alemanha, em muitas estradas não há limite de velocidade; o país tem menor número de acidentes mortais do que muitos outros.

Ninguém quer ter acidentes, afinal danificam a propriedade ou a vida da pessoa. Naturalmente, portanto, mesmo sem qualquer tipo de multa, a probabilidade é que os acidentes jamais passem de um certo patamar. Porém, todos sabemos que existe um número -- por ora indeterminado -- de motoristas imprudentes, agressivos, desrespeitosos, imbecis, em suma, barbeiros filhos da puta. Eles são os responsáveis por 90% dos acidentes e, como parecem imunes a qualquer tipo de punição, os acidentes continuam a acontecer.

Alguns falam em educação como meio alternativo de redução de acidentes. Pode ser. Porém, como educar toda uma população? Uma questão curiosa é a da faixa de segurança, sobre a qual sempre há campanhas educativas, as quais no entanto não parecem surtir muito efeito. Parar ou não à sua frente para permitir a passagem de pedestres parece ser algo cultural, relativo ao caráter de um povo, independente do país ser de Primeiro ou Terceiro Mundo. Na Espanha, recentemente, observei que quase todos páram. Na França e na Itália, te atropelam. Nos EUA tendem a parar. Ouvi dizer uma vez que em Brasília uma campanha educativa teria conseguido o milagre de fazer motoristas brasileiros se deterem à frente da faixa, mas talvez sejam só boatos.

Multas reduzem acidentes? E, se não reduzem, mas são apenas meios para aumentar a caixinha do Estado, então qual seria o melhor meio para reduzi-los?