sexta-feira, 31 de julho de 2009

Decálogo do bom esquerdista

Por que, não obstante seus fracassos e crimes, os esquerdistas sempre acreditam estar do lado do Bem, e se sentem incrivelmente superiores aos supostamente malvados direitistas, capitalistas, imperialistas, etc.? Tudo fica claro ao se descobrir que nos bons velhos tempos da Guerra Fria, a KGB divulgava pelo mundo uma espécie de lista de "dez mandamentos" do bom socialista, os quais, uma vez memorizados, impediam para sempre qualquer tipo de pensamento racional.

(O artigo original está aqui; o decálogo, ligeiramente adaptado, abaixo.)

1. Socialismo é progresso.

2. Aversão ao "progresso" é um sinal de pensamento ultrapassado.

3. Todas as pessoas de bem são de esquerda.

4. Os esquerdistas sempre falam em nome do Povo. Se quiser saber o que o Povo pensa, não pergunte ao Povo, pergunte a um esquerdista.

5. O Povo apóia com unanimidade os líderes esquerdistas (e quando isso não acontece, é porque estão "alienados" pela mídia ou pelo capital).

6. Não importa quanto poder ou dinheiro tenham, os esquerdistas são sempre vítimas, atacados pelo inimigo imperialista e/ou pela "mídia golpista".

7. Todos os trabalhadores, camponeses e oprimidos em geral odeiam os capitalistas exploradores, mesmo que não saibam.

8. Resistência armada a um governo direitista é sempre popular e espontânea.

9. Resistência (armada ou não) a um governo de esquerda só pode ser organizada pela CIA, o Mossad ou alguma outra agência a serviço do capitalismo e/ou sionismo.

10. Os capitalismo é um crime. O seqüestro, tortura, fuzilamento, terrorismo, narcotráfico e outros métodos utilizados pela FARC, Chávez, Fidel etc., são exemplos de luta pela liberdade e por uma vida mais digna.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sem-terra, com-diploma

Ainda bem que acabou a obrigatoriedade do diploma para jornalistas. Deu no Estadão (via blog do R.A.):


A Universidade Federal do Ceará (UFC) vai oferecer, a partir de janeiro, o primeiro curso de jornalismo no Brasil voltado para estudantes ligados ao Movimento dos Sem-Terra (MST). O curso, segundo a professora Márcia Vidal Nunes, coordenadora de pós-graduação da área de comunicação social da universidade, já foi aprovado pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.


Que tal, em vez disso, ensinar essa gente a plantar batatas?

Tal projeto parece-me simplesmente a mais direta confissão já feita de que essa gente não está nem um pouco interessada na agricultura, mas sim na agitação política e cultural.

Por sinal, os tais "sem-terra" são na verdade os maiores latifundiários do país.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Fuga de Caracas

Enquanto ainda há quem cante os louvores da União Soviética, um curioso fato permanece: não há nem jamais houve um único país comunista ou socialista para o qual as pessoas desejassem imigrar. Ao contrário: o movimento populacional é sempre de dentro para fora, ou seja, dos habitantes do "paraíso socialista" tentando escapar, muitas vezes arriscando a própria vida.

Isso é verdadeiro ainda hoje. Leio uma interessante notícia sobre a "fuga de cérebros" da Venezuela em direção a outros países, como EUA, Colômbia e até Panamá. As pessoas mais qualificadas - e toda a classe média em geral - está há tempos abandonando o barco em direção a ambientes menos hostis. É o dilema de todo regime socialista: como manter no país os competentes que produzem riqueza e inteligência? A mesma notícia informa que Chávez demitiu a maioria dos profissionais mais experientes da PDVSA (empresa petrolífera venezolana), colocando em seu lugar marionetes marxistas. A produção diária de petróleo caiu em mais de um terço. Não é difícil adivinhar, em poucos anos, a decadência do regime chavista.

Para os ingênuos radicais esquerdistas, os Idelberes e Tiagos da vida, sempre apoiando causas equivocadas, essa é uma boa notícia: finalmente a maldita classe média vai embora, deixando que o Governo possa cuidar exclusivamente do Povo.

O que eles não entendem é que o Povo é um só. Não existe "luta de classes". O maior erro do marxismo é separar as pessoas em categorias econômicas estanques, como se ser "proletário" ou "burguês" fosse algo determinado geneticamente.

Nunca entendi muito bem o ódio dos esquerdistas à classe média. Afinal, o sonho de todo pobre é ser de classe média, o sonho de todo proletário é ser burguês. E esse movimento de ascenção social sempre ocorre em um sistema político mais natural, não baseado na hedionda utopia "igualitária".

O socialismo, ao contrário, costuma manter os pobres na "pureza" da falta de dinheiro ou alimentos. Para os seguidores dessa bizarra religião fantasiada de ideologia política, ser pobre é ser mais puro.

Os socialistas são parasitas que nem mesmo compreendem que, ao matar seu hospedeiro, irão logo morrer também.

domingo, 26 de julho de 2009

Poema do domingo

Heart, we will forget him!
You and I, tonight!
You may forget the warmth he gave,
I will forget the light.

When you have done, pray tell me
That I my thoughts may dim;
Haste! lest while you're lagging.
I may remember him!

Emily Dickinson (1830-1886)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

How not to get your ass kicked by the police

Há uma polêmica estes dias nos EUA sobre um professor negro (ou melhor, afro-americano) de Harvard, Henry Louis Gates Jr, o qual, tendo esquecido as chaves de casa, arrombou a sua própria porta de entrada. Uma vizinha observou a cena e, naturalmente, acreditando estar vendo um ato criminoso, chamou a polícia. Até aí tudo bem, um mero mal-entendido, certo? Errado. Quando o policial (branco) chegou, pediu os documentos ao professor, que negou-se a mostrá-los, primeiro tentando um carteiraço - "você sabe com quem está falando?", logo alegando racismo - "isto é só porque eu sou um negro na América!" - e finalmente gritando e insultando o policial. Foi preso por desacato à autoridade.

Seguiu-se uma longa polêmica sobre a questão racial que ainda está longe de terminar. Foi o professor vítima ou culpado? Até o afro-presidente Obama entrou na discussão, chamando a polícia local de "estúpida". Já a polícia afirma que apenas seguiu o regulamento e nada tem de racista. De mais a mais, é verdade que, como Obama sugeriu, negros e latinos costumam ser mais "assessorados" pela polícia do que branquelos. Mas também é verdade que cometem proporcionalmente mais crimes, o que justificaria a ação. A polêmica continua.

No fim das contas, toda essa confusão poderia ter sido evitada se Henry Louis Gates tivesse seguido estes simples conselhos de Chris Rock:



Aqui a versão com legendas em português. Valeu, Vítor!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A herança maldita de Paulo Freire

Não é verdade que o Brasil, no século XX, não tenha produzido nenhum intelectual de renome que tenha exercido grande influência a nível internacional. Existiu ao menos um. Lamentavelmente, a sua influência tem sido acima de tudo negativa. Estou falando de Paulo Freire.

Como se pode ver por este artigo do City Journal, a nefasta influência de Paulo Freire e sua "pedagogia do oprimido" chegou mesmo a influenciar a educação norte-americana, piorando-a consideravelmente.

É possível que o pavoroso relativismo de Freire - segundo o qual aluno e professor são "iguais", um tendo que aprender do outro, segundo o qual o importante não é ensinar, mas "conscientizar" - não seja a causa direta da péssima qualidade de ensino no Brasil, que passa vergonha mesmo com um gasto em "educação" proporcionalmente superior à extremamente bem-sucedida Coréia do Sul. Mas tampouco acho que tenha ajudado.

O fato é que o método "dialógico" freiriano jamais deu certo em lugar algum, nem mesmo em Guiné-Bissau, onde sua campanha de alfabetização fracassou rotundamente (de acordo com os próprios esquerdistas). A não ser que por "dar certo" entendamos transmitir o pensamento marxista, no qual imagino que deva ter tido algum resultado. A promessa de Freire era "liberar" o aluno da "opressão", incluída aí a "opressão" do ensino tradicional. Mas pode um ignorante ser livre?

E como levar a sério alguém cujos ídolos são Fidel, Che, Mao?

Graças a Freire e seu legado maldito, hoje já há professores (ou devo dizer ideólogos?) querendo meter noções de "justiça social" até na matemática. Imagino que ensinarão apenas divisão eqüitativa...

Freire é fria.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O que é "justiça social"?

Muitos hoje em dia falam em "justiça social"; alguns chegam mesmo a alegar que seja alguma espécie de direito humano imprescindível. Mas o que significa essa tal "justiça social"?

O próprio termo é equívoco, invertendo a ordem natural das coisas. Afinal, o termo "justiça" pareceria indicar que atualmente ocorre uma "injustiça" - que a distribuição supostamente natural eqüitativa dos recursos teria sido deturpada por capitalistas ávidos e/ou plutocratas malvados e/ou a classe média egoísta, de modo que alguns sempre ganhem injustamente mais do que outros. De acordo com os apólogos da tal "justiça social", os recursos deveriam ser distribuídos de modo mais igualitário entre todos os cidadãos de um país, ou, nos casos mais extremos, entre todos os habitantes do mundo.

Porém, ao contemplar o conceito, observamos rapidamente duas coisas: a primeira é que a ordem natural do mundo não é nem nunca foi a distribuição igualitária de recursos, mas exatamente o contrário. A ordem natural é a desigualdade. Isso pode ser considerado bom ou ruim dependendo da ideologia de cada um, mas é um fato. Nunca, em nenhum momento da História humana, houve uma distribuição igualitária de recursos materiais: mesmo no Neolítico certamente os mais fortes tinham maiores vantagens na obtenção de alimentos ou de fêmeas. (Aliás, o próprio conceito de "distribuição de riquezas" é absurdo, já que a riqueza é um valor dinâmico, criado a todo momento: não há um número X de recursos a serem distribuídos igualmente entre todos, como notas do Banco Imobiliário).

A segunda coisa que observamos é que a tal "justiça social", se aplicada na prática, seria na verdade extremamente injusta. Por que a distribuição de recursos deveria ser completamente desligada de qualquer esforço ou mérito? Por que deveria alguém que estudou ou trabalhou por anos a fio, à custa de imenso esforço pessoal, ser igual a alguém cujo curriculum vitae se resumiu a matar aula, roubar, beber cachaça e assaltar ou mendigar pelas ruas? Na União Soviética um operário (categoria celebrada pelo regime, ao menos no momento inicial) sem grande formação ganhava o mesmo ou mais do que um médico com anos de estudo. Era isso mais justo?

Evidentemente, não estou querendo dizer que os ricos sejam ricos exclusivamente por mérito ou talento; em grande parte dos casos, não é assim (ou depende do que se considere "talento"). Tampouco é verdade que a maioria dos pobres o seja por escolha (embora, em muitos casos, isso ocorra, ainda que sejam escolhas inconscientes). Mas, mesmo que consideremos tal distribuição "injusta", é o modo em que as coisas ocorrem. Quem é a elite esclarecida que deve decidir o que é socialmente "justo" e o que não é? Uma redistribuição igualitária forçada da renda não seria ainda mais "injusta", ao menos para quem perde seu rico dinheirinho?

"De cada um conforme sua habilidade, a cada um conforme sua necessidade" é a resposta marxista, o ditado que tornou-se lei para a inteligentsia internacional. Mas esta é na verdade uma receita infalível para produzir a degradação social. Distribuir de acordo com a mera necessidade, sem qualquer contrapartida, apenas aumenta o problema. Uma redistribuição de recursos que não leva em conta qualquer tipo de mérito, educação ou esforço, que tira do "rico" (isto é, na verdade, da classe média, já que o rico deposita em paraísos fiscais ou passa a conta ao consumidor) para dar ao "pobre" (pobreza é sempre relativa, lembrem-se) apenas para manter uma menor desigualdade social pode tornar-se, na verdade, extremamente prejudicial para a sociedade como um todo e gerar a perpetuação dos mesmos males que pretende combater.

É curioso que os esquerdistas, tão críticos do capitalismo, sejam na verdade as pessoas mais materialistas do mundo. Para eles, felicidade ou infelicidade parecem resumir-se exclusivamente à posse de recursos materiais. Além disso, a questão moral evade-os completamente. Tanto faz um pobre ser criminoso, pedinte, estudioso ou trabalhador: o que importa é que tenha os mesmos recursos do rico ou da classe média, não importando a origem do dinheiro. Não espanta que os mais radicais cheguem a ver o crime meramente como uma forma de obter a tão sonhada "justiça social". Os fins justificam os meios: seja o roubo governamental (impostos, nacionalização) ou privado (assalto a mão armada), o importante é redistribuir.

Estou lendo "Life at the Bottom", do freqüentemente citado aqui Theodore Dalrymple. É um livro que deveria urgentemente ser traduzido ao português. Embora se refira ao caso britânico, é impressionante observar como muitas das patologias referidas aplicam-se, em proporção ainda maior, ao caso brasileiro. Neste link pode ser lido um dos ensaios do livro, que trata justamente da questão da pobreza, ou da suposta pobreza de certas camadas da população inglesa (já que sua "pobreza" em nada se iguala à brasileira), e dos malefícios do welfare estate, o qual acaba com a (sempre relativa) pobreza material, ao mesmo tempo em que prende os seus recipientes em um círculo vicioso de dependência do qual poucos sairão.

Uma das coisas mais importantes que o livro mostra é como pobreza, felicidade e escolhas morais estão intimamente ligadas, e que a tentativa de dissociar completamente a obtenção de bens materiais ou benefícios públicos de qualquer mérito ou esforço termina por promover aquilo mesmo que quer evitar.

Dalrymple observa como, ao dar casas gratuitas para "pessoas-problema" como mães solteiras, alcoólatras, violentos, criminosos e drogados, o Estado inglês está na verdade promovendo (e os números comprovam) o aumento de mães solteiras, de alcóolatras, de violentos, de criminosos e de drogados. Afinal, todas essas atividades compensam. Trabalhar ou ser um bom cidadão compensa bem menos, já que estes não recebem ajuda. Em muitas cidades da Inglaterra e algumas dos Estados Unidos, por exemplo, é mais conveniente viver do seguro-desemprego do que trabalhar. De fato, esforçar-se para procurar emprego e trabalhar resulta antieconômico, já que ganha-se a mesma coisa.

Mas assim também acaba-se com a ambição e a conseqüente mobilidade social: para que estudar ou trabalhar se é melhor viver confortavelmente sustentado pelo Estado? O bolsa-família (que é ainda o menor dos problemas) e outros processos assistencialistas mais negativos (por não exigirem qualquer dever) e tão típicos da América Latina, geram um processo similar de dependência e imobilidade social. Melhor uma sociedade de classes com alta mobilidade, ou uma sociedade supostamente mais igualitária mas com castas imóveis das quais é praticamente impossível sair?

Mas mais nociva ainda - particularmente no caso latinoamericano - é a relação entre o crime e a falta de responsabilidade individual (todos querem direitos; poucos querem deveres) gerada pelo coitadismo, outra gritante patologia moderna que deveria ser analisada em detalhe. Falarei sobre esse tema mais adiante.

domingo, 19 de julho de 2009

Poema do domingo

God has pity on kindergarten children

God has pity on kindergarten children,
He pities school children -- less.
But adults he pities not at all.

He abandons them,
And sometimes they have to crawl on all fours
In the scorching sand
To reach the dressing station,
Streaming with blood.

But perhaps
He will have pity on those who love truly
And take care of them
And shade them
Like a tree over the sleeper on the public bench.

Perhaps even we will spend on them
Our last pennies of kindness
Inherited from mother,

So that their own happiness will protect us
Now and on other days.

Yehuda Amichai (1924-2000)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Cultura de castas

Leio em um recente artigo de Theodore Dalrymple uma interessante observação sobre como o relativismo moral e estético (tudo é igual a tudo, nada vale mais do que nada), longe de criar mobilidade, tende a manter os ignorantes na ignorância, os pobres na pobreza e os oprimidos na opressão. Nivela-se tudo por baixo. Se tudo é igual, pra que evoluir? Infla-se apenas o ego daquele que está mais abaixo de todos: dessa forma, ele continua abaixo, tudo o que muda - talvez - é a sua autoestima. Diz Theodore:

To suggest that a basketball player can be compared with Mozart is to put all human activities on the same level; and since some activities come easier and more naturally than others, it has the effect of reducing, indeed making quite pointless, any form of cultural aspiration. If what comes easily is as good as what comes only with deep effort, thought and intelligence, why go to any trouble? There is a Gresham’s law of culture: without a scale of values, the bad will always drive out the good.
Thus the intelligent flatter the unintelligent, without, in their hearts, meaning a word of what they say. What seems at first sight progressive is in fact deeply reactionary, in the worst possible sense: it does not permit or encourage social ascent, and changes class societies (such as capitalist democracies have always been) into caste societies.

Como não lembrar do Brasil, onde jogadores de futebol são vez por outra considerados "gênios"? Nada contra certos jogadores de futebol que foram ou são brilhantes, mas parece-me notar sempre uma certa condescendência, uma tentativa de compensar a sua falta de cultura com a genialidade em algum outro aspecto.

É como a celebração da "cultura da periferia" por certas almas nobres e caridosas da esquerda, que transformam o linguajar ignorante dos rappers dos guetos em alta poesia, ou a arte de vândalos grafiteiros em imagens de Boticcelli.

Não vejam aqui elitismo algum. Pessoalmente, a arte contemporânea, criada em sua maioria por uma elite social e cultural, cheia de referências pós-moderninhas, causa-me em geral apenas repulsa; e vejo em muitos casos maior valor em obras populares (e não esqueçamos, depois de tudo, que mesmo Shakespeare foi um plebeu autodidata e um autor popular - e até mesmo "comercial" - em sua época).

O que ocorre é que os parâmetros mudaram. Hoje, não havendo mais o que se considere uma "alta cultura" à qual aspirar, o pobre é incentivado a manter a sua (falta de) cultura, isto é, não tentar se elevar acima das suas possibilidades de berço. Machado de Assis, filho de mulato que ascendeu socialmente adquirindo de forma autodidata a cultura literária "européia, branca e patriarcal", hoje provavelmente seria um traficante, um jogador de futebol, ou quem sabe - estimulado pelo Ministério da Cultura - um rei das letras do funk carioca.

Futebol-arte.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Morra, miserável!! É para o seu bem!!

Antes do pânico com o aquecimento global, existia o pânico com o resfriamento global, e antes disso o pânico com a explosão populacional. Para conter as futuras calamidades que a superpopulação do planeta iria certamente causar, um cientista nos anos 70 recomendava o seguinte:

1) Esterilização massiva das mulheres, por meio de produtos esterilizantes jogados na rede pública de água com desconhecimento da população;

2) Aborto compulsório para jovens solteiras grávidas e esterilização obrigatória de cidadãos considerados "indesejáveis" pelo governo;

3) Um Regime Planetário militarizado com autoridade sobre a vida de cada cidadão da Terra, que determinaria oficialmente quantos habitantes poderiam existir por região, e quantos filhos cada família poderia ter.
(Há muito mais. Sugiro que leiam aqui o catálogo completo de barbaridades escritas por esse cientista maluco.)

Epa. Eu disse cientista maluco? Pois bem, adivinhem o que ele faz agora? Quem disse que é o Diretor das Políticas de Ciência e Tecnologia do Governo Obama, acertou. E ele hoje está preocupado com o aquecimento global e com o "aumento do nível dos oceanos"...

O mais surpreendente nisso tudo é que mudam as "catástrofes", mas os "remédios" continuam sempre os mesmos. Naturalmente, a radical redução populacional e/ou um governo global são o antídoto ideal contra as tais "mudanças climáticas", assim como contra as guerras mundiais, a corrida armamentista, a gripe suína, a maconha e a sexualização precoce das crianças...

Suspeito que toda "catástrofe mundial" não passa de pretexto para o que realmente interessa: o exercício do poder absoluto sobre a vida e a morte de cada cidadão. John Holdren, citado acima, é um genocida em potencial. Mas há muitos outros. Outro amigo de Obama, Bill Ayres, nos anos 60 discutia calmamente com seus colegas do Weather Underground sobre como melhor eliminar 25 milhões de americanos (no hipotético caso de que eles tomassem o poder): deveriam executá-los sumariamente ou colocá-los em campos de concentração?

Há algo de escalofriante no modo com que esses Burocratas do Inferno escrevem. Parece-me estar lendo o diário de psicopatas, e é possível que o sejam. Afinal, eles jamais se colocam na posição das vítimas; não são jamais eles os que devem fazer sacrifícios, não são jamais as suas famílias as que são esterilizadas, consideradas "indesejáveis" ou presas por exceder a quota permitida de filhos ou CO2. Considerar o sofrimento alheio, ou o sacrifício próprio, jamais entra em suas mentes doentias.

O pavoroso é que são essas as pessoas que estão hoje no poder, e querem organizar um governo global. Ah, mas é para o nosso bem...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Povo é incompetente

Muitos reclamam da pobreza de vastas camadas do Brasil e acreditam que a culpa seja do Governo. Alguns creditam a pobreza à inação governamental; outros a políticas equivocadas e nocivas; outros ainda a políticas que protegem apenas a elite sem se preocupar com o restante da população, e assim por diante. Varia apenas o motivo, mas a culpa é sempre do Governo.

De fato, o Governo é incompetente. Mas o Governo, salvo raros casos, é em geral apenas um microcosmo do Povo. Lula tem 80% de aprovação entre o Povo brasileiro: o Povo (escrevo propositalmente em maiúsculas, como um de nossos mais recentes leitores) claramente se vê refletido neste homem semianalfabeto, ignorante, malandro, mas alegre, cordial (?) e beberrão.

O Povo brasileiro é corrupto e venal como seus políticos. Um artigo do Pedro Sette Câmera no Ordem Livre mostra como nem a classe média discute o princípio da "boquinha", apenas ressente-se de não ter uma parte maior do bolo.

Muitos culpam o Governo pelos males da sociedade, ao mesmo tempo em que desejam que este solucione os mesmos problemas. Ora! A culpa não é do Governo, ou não é exclusivamente do Governo. A culpa é do Povo mesmo. Afinal, cada um é responsável pela sua própria vida: quem credita toda a responsabilidade pelo seu sucesso ou fracasso ao Governo, boa coisa não é. Da mesma forma, grande parte das sociedades fracassam em maior ou menor grau devido às suas próprias qualidades intrínsecas, e não meramente àquelas de sua elite governante.

Alguns pensam que basta um Governo ou um Sistema eficiente para resolver todos os problemas, mas isso é ilusão. Deveríamos mesmo é trocar de Povo. É o Povo, não o Governo, que gera o caráter de uma nação. Afinal, tudo indica que um EUA com cada vez mais mexicanos vai ficar cada vez mais parecido ao México, com todos os seus defeitos e qualidades. Uma Europa com cada vez mais muçulmanos vai ficar mais parecida ao Paquistão ou Iraque.

O Brasil tem solução? A educação melhora um Povo? Talvez. Só não dá para ficar sentado, esperando tudo do Governo.

Sobre o globalismo

O globalismo - ideologia que pretende um único governo global - não é uma idéia recente. Não sendo um estudioso do tema, nem saberia dizer qual a sua origem, mas sei que, em 1942, antes mesmo do final da guerra mundial, já havia uma congregação de igrejas protestantes promovendo abertamente a idéia de um governo mundial e várias outras medidas (algumas que, curiosamente, terminaram se tornando realidade), como forma de solucionar os conflitos bélicos internacionais. No pós-guerra, uma série de intelectuais como Bertrand Russel uniram-se em um movimento secular que tinha objetivos muito similares.

A idéia - ou ideologia - por trás do projeto é simples, quase tosca: não havendo nações, não haveria nacionalismos, e portanto não haveria guerras entre os diversos Estados.

Mas será que funciona mesmo?

Vejam que na China, estado bastante totalitário, uma revolta de muçulmanos na última semana matou 184 pessoas. A princípio acreditava-se que os mortos eram os manifestantes muçulmanos (uigures). No entanto, relatos posteriores informaram que, na maioria, as vítimas eram civis chineses Han, agredidos brutalmente pelos revoltosos que estavam irritados com o fechamento das mesquitas. (No norte uigur, a estratégia chinesa é a mesma que no Tibete: trazer milhares de chineses Han para a região e assim modificar o balanço e a cultura da população local. A mesma estratégia que os muçulmanos utilizam na Europa, só que em sentido inverso.)

Se um Estado totalitário como a China não consegue acabar com as divisões religiosas, étnicas e sociais, poderá fazê-lo um Superestado a nível global, por mais poder que tenha?

E, de qualquer modo, eventos como esse demonstram é que é ilusão acreditar que um governo global vai trazer paz, já que, mesmo não havendo Estados-nações, continuarão havendo conflitos étnicos ou regionais, bem como, por certo, o terrorismo. É pouco provável que o próprio nacionalismo acabe, já que este não é uma abstração, mas parte de uma característica humana - como informei em outro post, somos seres essencialmente tribalistas, haja ou não linhas imaginárias separando um povo do outro.

De fato, uma característica humana é a de definir-se sempre em oposição ou em relação a outros. O nacionalismo é uma dessas diferenciações, mas há muitas outras possíveis - por religião, por cultura, por ideologia política, por cor da pele, por sexo, por hobbies, por características psicológicas, por classe social, etc. Assim, o único modo em que poderíamos ter uma humanidade completamente unida seria no caso hipotético de um inimigo ou agente externo - por exemplo, no caso de uma invasão de seres extraterrestres, caso clássico dos filmes de ficção científica.

Agora, o que um governo global sim permitiria é a uns poucos escolhidos indivíduos terem imensa soma de dinheiro e poder. E isso talvez explique, ao menos em parte, o interesse contínuo em realizar essa utopia.

Bruxas abortistas

Leio, sem grande surpresa, que um padre católico brasileiro foi condenado por chamar alguém que realiza ou apóia abortos de "abortista". De fato, ser contra a onda politicamente correta e chamar as coisas pelo nome já é crime no Brasil. Já usei aqui o termo "abortista"; também já usei o termo "aborteiro/a", até por falta de opção. Há outro? "Assassino de fetos" parece-me meio dramático, e "militante pró-escolha" seria distorcer em demasia os fatos.

O aborto é um tema polêmico e já o comentei em maior detalhe por aqui. Haverá razões morais para ser a favor ou contra. Mas o que me impressiona mesmo é a sanha abortista - ops! abortadora? - de certas mulheres. Parece-me, às vezes, até antinatural: uma rebelião das mulheres contra a maternidade?

Existe por exemplo uma organização de mulheres chamada NYAAF - New York Abortion Aid Fund, que é tão radical no seu apoio ao aborto que chega a pagar operações de pessoas que sofreriam risco de vida ao realizá-lo. Pareceria que é mais importante o aborto do que a própria vida da mãe. Entendo que haja casos em que o aborto possa ser considerado, mas realizar abortos em meninas de 15 anos sem autorização - sem nem mesmo conhecimento - dos pais? Aborto até os nove meses de gestação? Aborto financiado e incentivado pelo Estado? Tudo fica ainda mais bizarro ao se descobrir que o caso que gerou Roe vs. Wade não passou de uma farsa. A moça que desejava abortar não apenas mentira sobre seu "estupro" como confessou abertamente ter sido manipulada por grupos políticos (hoje arrependeu-se e é pro-life).

O que significa o aborto então? Uma radical defesa do direito de ter sexo sem se importar com as conseqüências. Uma rebelião contra o papel da mulher como mera mãe e dona-de-casa. Uma revolta contra a religião que impõe papéis específicos tradicionais à mulher, uma rejeição do cristianismo e - agora adentramos no território da especulação - um retorno às religiões primitivas pagãs que idolatravam a figura feminina, com a diferença de que, se antes tínhamos cultos à fertilidade, hoje o que teríamos seria um "culto à infertilidade".

Não vejam aí necessariamente qualquer tipo de crítica ou linguagem pejorativa. Se as "bruxas" da antiguidade tiveram hoje sua imagem recuperada, tendo virado vítimas do patriarcalismo ou então símbolos da liberação sexual e da independência feminina, talvez hoje estejamos assistindo à liberação da mulher da tirania - não apenas da ordem social masculina - como da própria tirania da biologia.

Em post anterior, comparei o aborto com o sacrifício de crianças em religiões rituais. Estaria o aborto associado a um retorno da sociedade ao paganismo? Eu estou longe de afirmar coisa semelhante, mas há os que afirmam que sim, existe uma relação. Chegam mesmo a investigar a relação do abortismo com o movimento das Wiccans, movimento das modernas "bruxas" pós-feministas. Paranóia? Talvez. Pelo momento, até para não ser estrangulado pela Confetti ou ser chamado de "louco" por alguma leitora anônima, abstenho-me de comentar...


domingo, 12 de julho de 2009

Poema do domingo

Whose woods these are I think I know.
His house is in the village, though;
He will not see me stopping here
To watch his woods fill up with snow.

My little horse must think it queer
To stop without a farmhouse near
Between the woods and frozen lake
The darkest evening of the year.

He gives his harness bells a shake
To ask if there's some mistake.
The only other sound's the sweep
Of easy wind and downy flake.

The woods are lovely, dark and deep,
But I have promises to keep,
And miles to go before I sleep,
And miles to go before I sleep.

Robert Frost (1874-1963)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um tosco blog esquerdista às sextas

Por Marcelo Augusto

Nesta semana temos um blog que nos lembra o nome de uma famosa e infame organização criminosa: Os Amigos do Presidente Mula... quero dizer, Lula.

No blog, há o apoio à candidatura da atual ministra Dilma Rousseff (vulgo, Estella à presidência do Brasil. Eu ficaria com um pé atrás em votar em uma pessoa que participou de um grupo comuno-terrorista cujo maior objetivo era a instalação de uma ditadura comunista de inspiração soviética no Brasil, sem dizer que foi esse mesmo grupo que praticou um feito que nem sequer Robin Hood (vulgo, O Príncipe dos Ladrões) conseguiu fazer em suas "peripécias" pela floresta de Nottingham: O tal grupo roubou um cofre contendo em torno de U$ 2.800.000,00 (dois milhões e oitocentos mil dólares) -- algo equivalente a mais ou menos U$ 16.200.000,00 (dezesseis milhões e duzentos mil dólares) em valores ajustados ao ano de 2007. E eu me pergunto: Se esse grupo roubou o tal cofre, o quê essa gente não faria com os cofres públicos que contêm o suado dinheirinho do cidadão comum?

É sempre sensato desconfiar quando "ex-comunistas" vêm posar de democráticos e coisas tais. Não passam, na realidade, de oportunistas que irão assaltar os cofres públicos à primeira vista de uma oportunidade. É uma gente partidária do regime mais ganancioso que já passou por este mundo. Tão ganancioso que, se pudessem, eles tornariam propriedade do Estado até mesmo o orgasmo sexual dos casais. Exemplo dessa ganância na vida real é a ilha da fantasia de Chico Buarque. Nesse lugar, as pessoas não têm autonomia para sequer comprar utensílios básicos, como escovas de dentes e papel higiênico, mas o artista cinicamente fecha os olhos para isso. Já vimos esse traço esquerdista em outros lugares, não é mesmo?

Ah, sim: Não se espantem caso a atual ministra queira reescrever o seu passado, negando, ou melhor, apagando quaisquer atos que a liguem ao tal grupo terrorista que roubou o cofre.

O roubo do cofre é um fato emblemático e nos mostra algo curioso: É estranho que pessoas partidárias de uma ideologia que tem como divisa principal o ódio ao dinheiro, ao lucro, ao capitalismo e coisas afins tenham roubado exatamente o objeto que é a síntese de seu ódio e frustrações, isto é, o prórprio dinheiro. É uma gente que causaria males muito maiores ao mundo por causa do dinheiro do que aqueles males causados por todos os capitalistas tão criticados pelas esquerdas. O GULAG e as inanições planejadas pelo Estado não são uma invenção capitalista, por exemplo.

Pelo menos Robin Hood não queria implantar nenhuma ditadura comuno-socialo-stalinista em Sherwood ou em Nottingham.

P.S: Vejam lá quem é o vice na chapa da Dilma.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Viver sem Internet


É possível viver sem a Internet?

De acordo com pesquisas da The Onion, os americanos passam 90% do seu tempo olhando para objetos retangulares brilhantes. A notícia pode ser sátira, mas mostra um fato real: se não estão olhando para a tela de um computador ou notebook, é quase certo que estarão olhando para seus blackberries ou iphones ou PDAs, todos eles também conectados à Grande Rede Mundial. É quase impossível hoje viver sem a Internet.

No entanto, estarei viajando na próxima semana para N.Y. e Canadá e provavelmente haverá uma demora maior nas postagens. Devo estar menos freqüentemente online. Não por necessidade, já que Internet há em qualquer lugar, mas para tentar ocupar o tempo de formas mais úteis do que preocupar-me obsessivamente pelo que está acontecendo em Tegucigalpa ou Teerã. A Internet é, também, um vício que nos afasta de outros passatempos.

Além disso, o blog por vezes torna-se cansativo. Já fui chamado de monstro e de louco. Mais recentemente, acusaram-me de ser um "cão dos Plutocratas". Bem, considerando que Pluto (filho da Pluta) é um cão, o insulto parece-me algo redundante. A não ser que a palavra tenha outro sentido, hehe - mas, se alguém acredita que eu esteja blogando a soldo de ricaços internacionais, engana-se redondamente. Jamais recebi um centavo por publicar qualquer coisa aqui, com exceção dos 5 dólares do meu amigo RW.

Voltarei em breve, mas por ora deixo vocês com alguns links e interrogações, temas que se houver interesse comentarei em outros posts.

1) Alguém ouviu falar da "estratégia de Cloward-Piven"? Nos anos 60, dois marxistas radicais propuseram um audacioso plano de instaurar o socialismo na América através da destruição de sua economia. Alguns sugerem que esse seja o caminho seguido por Obama, cuja popularidade está caindo lentamente.

2) Ainda há quem acredite em "aquecimento global"? Recentemente, um célebre estudioso dos ursos polares foi impedido de participar de um congresso sobre as "catastróficas mudanças climáticas". O motivo? Seus estudos haviam demonstrado que o número de ursos polares havia aumentado em vez de diminuir. Realmente era uma verdade inconveniente. Já na Austrália, uma cidade proibiu a vendade água em garrafinha, por ser antiecológica. Bem que eu avisei que vinha uma "tirania verde" por aí. Vai piorar, podem crer. Enquanto isso, a temperatura da Terra, assim como a popularidade de Obama, cai.

3) Um teste para saber se você é viciado na Internet.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Neda era cristã?

Surpresa: a moça assassinada pelo regime iraniano era, possivelmente, cristã. Há, de fato, cristãos no Irã. Alguns descendentes de antigas comunidades pré-islâmicas, mas muitos outros são jovens convertidos ao cristianismo, em número indefinido.

Um dia, a teocracia islâmica iraniana ruirá. E nem será um dia tão distante.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Dr. Housebama

Obama agora quer brincar de Deus. Em um pronunciamento, afirmou que, para conter os gastos de saúde, as famílias não devem tentar prolongar inutilmente a vida de seus familiares velhos e doentes (vídeo aqui). "Talvez seja melhor não fazer a cirurgia e só tomar o remédio contra a dor," disse Doutor Barack Housessein Obama.

Bem, se for a sogra, tudo bem. Mas se for algum bem-amado que está muito grave, você não vai querer tentar todos os meios possíveis antes de desistir?

Mas já começa a entrar - ou melhor, ser inculcada na mente do público a idéia de que certas vidas valem menos do que outras, de que velhinhos, doentes terminais e deficientes causam gastos exagerados para a contribuição que dão à sociedade, que é preciso ser menos egoísta e pensar mais no social, isto é, nas contas públicas. Na Itália hoje há um termo chamado "accanimento terapeutico", que poderia ser traduzido como "obstinação terapêutica", isto é, o exagero de médicos que fazem tudo para salvar vidas, isto é, seguem o ultrapassado juramento de Hipócrates. Ultrapassado, sim, afinal, proíbe o aborto e a eutanásia... Há quem queira hoje modificá-lo, tirar aborto e eutanásia das proibições e ainda incluir cláusulas colocando a "justiça social" como função do médico. Outros acham que essas são idéias nazistas, mas certamente devem estar enganados.

Ah, Obama está preparando um monstruoso plano de saúde pública, com o qual o Governo (Deus dos progressistas) vai decidir quem nasce, quem vive, e quem - para conter os gastos - morre.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O risco eterno de uma democracia sem lembranças

Será que o povo gosta mesmo de democracia, ou prefere um "homem forte"? Será que a democracia é para sempre, ou é um sistema naturalmente instável, eternamente sujeito a crises temporárias? Será que a democracia é um bem em si mesmo, ou apenas um método que permite tanto bons quanto maus governos? Será que se aperfeiçoa com o tempo, ou carrega em si o germe da sua própria destruição? Afinal, antes do nazismo havia democracia na Alemanha. Antes do comunismo em certos países havia democracia. Não foram os mesmos "democratas" os que apoiaram um e outro regime, ou foi algum outro povo, saído do subterrâneo da Terra? E, no entanto, após o fim de nazismo e comunismo, a coisa mais difícil do mundo era encontrar um ex-nazista ou um ex-comunista. De repente, todos haviam virado "democratas", críticos virulentos da tirania anterior. Os verdadeiros nazistas e comunistas haviam retornado ao seu refúgio no subterrâneo do planeta...

Mas eis que basta muito pouco para que esse povo do subterrâneo retorne. Hoje em dia, por exemplo, notícias como a que 50% dos habitantes da ex-Alemanha Oriental desejariam a volta do comunismo - muitos deles jovens que mal viveram sob o regime - chamam a atenção. Do outro lado, o antisemitismo também ressurge na velha Europa que já exterminou a tantos judeus. E isso sem falar nas novas tiranias: assim como há poucos anos matou-se tanto em nome da "igualdade social", eu, por exemplo, consigo facilmente antever uma tirania mundial matando e oprimindo milhões em nome da "ecologia". Como disse C. S. Lewis, as piores tiranias são aquelas criadas pelos que só querem o nosso bem. A democracia e o próprio Estado de Direito são bem mais frágeis do que pensamos.

Eis o pertinentíssimo comentário do leitor DD, que julgo interessante republicar aqui:

Ninguém morre de amores pela democracia, como você supõe. Essa Sociedade Civil, tão robusta, é capaz de vender a sua adesão à democracia por qualquer coisa.

Por um prato de comida.

Por um frasco de estimulantes sexuais.

Por um empreguinho público.

Pela promessa de que o governo indicará um bode expiatório e o imolará depois.

O século mais democrático de todos os tempos também foi o mais tirânico. Agora, responda-me: o tipo de abuso cometido pelos Estados no século XX tem alguma coisa a ver com o que se passou antes? Não se deu com o envolvimento e a cumplicidade de sociedades inteiras? Não obrigou civis a pegarem em armas e fazerem as vezes de militares, mesmo sem o seu consentimento, como se fossem escravos da Pérsia dos Aquemênidas? Não doutrinou uma série de pessoas e destruiu suas consciências, talvez para sempre? Pode-se dizer que esse tipo de tirania foi o resultado dos que se opuseram à democracia, dos que não a compreenderam tão bem, dos "inadaptados" que queriam o retorno de um passado idílico? Ou, ao contrário, esses abusos sem paralelo possível na história humana foram cometidos, em sua esmagadora maioria, em nome de ideais e valores MODERNOS, muito próximos ou mesmo indistinguíveis daqueles que fundamentam a democracia? Você será louco o suficiente para negar que a tirania é como que a irmã gêmea da democracia e o seu risco perpétuo?

No pasarán!

Existe algo de perturbador no atual movimento internacional e midiático para restituir o corrupto Zelaya ao poder em Honduras. É como se, após o impeachment de Collor no Brasil, a "comunidade internacional" inteirinha insistisse na sua volta ao poder. Está certo que o que ocorreu não foi exatamente um impeachment em Honduras, até porque a constituição hondurenha não o permite, mas, de qualquer modo, foi tudo feito, se não totalmente dentro da lei (há discussões a respeito), ao menos com o apoio das principais instituições políticas do país, inclusive o próprio partido de Zelaya. A julgar pelo número de manifestantes claramente superior, o "golpe" conta com maioria de apoio popular. Além disso, os militares só agiram a mando da Suprema Corte e o governo no poder é civil. Qual o escândalo? Agressões muito piores à democracia e às leis ocorrem todo dia em qualquer país da América Latina, basta pensar, sei lá, na relação entre o tráfico de drogas e o poder, ou em qualquer coisa que ocorre na Venezuela. Pelo nível de reclamações, pareceria que estamos falando da Suécia, e não de um país que faz fronteira com Nicarágua e El Salvador. E afinal, qual importância tem Honduras a nível internacional? Não é que eles ataquem outros países, patrocinem o terrorismo internacional ou estejam procurando ter a bomba atômica, tampouco.

Se há uma crise internacional, então, é porque, exatamente ao contrário do que ocorreu no Irã, onde um conflito interno entre mulás gerou a bagunça toda, aqui sim há agentes externos querendo confusão no país. Chávez, é claro, é o principal interessado no retorno do Zé Laia. Os descontentes baderneiros em Honduras, que vandalizaram o aeroporto do país, são com grande probabilidade pessoas pagas pelo chavismo/zelaísmo. Digo isso porque é o mesmo método que usam os Kirchner na Argentina, pagar pessoal para fazer piquete, técnica aliás bastante comum na América Latina. Isso faz parte da democracia? Talvez faça. Fui linchado lá no blog do Pedro Doria por escrever uma frase "relativizando a democracia", mas não é bem isso. O Fabio Marton, aliás, tem um bom post sobre as "democracias iliberais" que discute esse tema.

Outra coisa curiosa é o seguinte: só os países democráticos são criticados por atividades "anti-democráticas". Cadê os protestos contra a ditadura de Fidel Castro? Parece ser o seguinte, se um país que decidiu seguir as regras da democracia de repente quebra algumas dessas regras que impôs a si mesmo, é criticado. Mas há países que, desde o início, recusam-se a aceitar tais regras, e nada é dito contra eles; ao contrário, eles mesmos se juntam sem pudor ao coro dos "defensores da democracia". Parece-me claro que zelaístas, chavistas, obamistas e certos blogueiros não estão tanto defendendo a "democracia" quanto um particular ponto de vista político e ideológico.

E o mais engraçado é o seguinte: enquanto Obama se posiciona claramente a favor de Zelaya e seus amigos chavistas, não adianta de nada. Chávez já está acusando os EUA de "patrocinar o golpe". E eis o comentário de um idiota lá no blog do PD:

é preciso que se diga o óbvio: os EUA estão por detrás do golpe. Isso é tão evidente que chega a ser engraçado ver as pessoas acreditando que o Obama condenou a quartelada. Em que o Obama mudou a política internacional estadunidense em relação ao Busheco? Nada.
Nada? Nada é mais difícil de mudar do que a cabeça de um marxista. O atual falatório de Obama sobre o "desarmamento nuclear" é o mesmo blablablá marxistóide que ele já escrevia em um tema-de-casa da sua universidade, publicado aqui.

Felizmente, existe um limite para os delírios marxistas: a realidade. O comunismo não funciona. O chavismo só traz desgraça. As políticas de Obama estão destruindo a economia. No fim das contas, a única coisa que conta são os resultados concretos, e isso o comunismo-socialismo-chavismo é incapaz de trazer. No pasarán!

domingo, 5 de julho de 2009

Poema do domingo

The White Man's Burden

Take up the White Man's burden--
Send forth the best ye breed--
Go bind your sons to exile
To serve your captives' need;
To wait in heavy harness,
On fluttered folk and wild--
Your new-caught, sullen peoples,
Half-devil and half-child.

Take up the White Man's burden--
In patience to abide,
To veil the threat of terror
And check the show of pride;
By open speech and simple,
An hundred times made plain
To seek another's profit,
And work another's gain.

Take up the White Man's burden--
The savage wars of peace--
Fill full the mouth of Famine
And bid the sickness cease;
And when your goal is nearest
The end for others sought,
Watch sloth and heathen Folly
Bring all your hopes to naught.

Take up the White Man's burden--
No tawdry rule of kings,
But toil of serf and sweeper--
The tale of common things.
The ports ye shall not enter,
The roads ye shall not tread,
Go make them with your living,
And mark them with your dead.

Take up the White Man's burden--
And reap his old reward:
The blame of those ye better,
The hate of those ye guard--
The cry of hosts ye humour
(Ah, slowly!) toward the light
"Why brought he us from bondage,
Our loved Egyptian night?"

Take up the White Man's burden--
Ye dare not stoop to less--
Nor call too loud on Freedom
To cloak your weariness;
By all ye cry or whisper,
By all ye leave or do,
The silent, sullen peoples
Shall weigh your gods and you.

Take up the White Man's burden--
Have done with childish days--
The lightly proferred laurel,
The easy, ungrudged praise.
Comes now, to search your manhood
Through all the thankless years
Cold, edged with dear-bought wisdom,
The judgment of your peers.

Rudyard Kipling (1865-1936)

Bolcheviques e reacionários

Vergonhosa a posição (quadrúpede) de Barack Hussein O'bama apoiando o chavista hondurenho. Jamais um presidente norte-americano desceu tão baixo, isto é, se não contarmos quando o mesmo curvou-se ao rei saudita. Mas, na verdade, Obama não é norte-americano. Quero dizer, mesmo que tenha realmente nascido na América (o que não é 100% certo, só acredito com o certificado original na mão), ele não se considera americano, considera-se um "cidadão do mundo", perceba que sempre fala em nome da "comunidade internacional" e passou o 4 de julho em Moscou. Daria um excelente presidente - da ONU. Mas não defende os interesses norte-americanos, apenas os do seu governo (como o PT, confunde governo com Estado) e/ou os do progressismo internacional. Sad, but true.

Daniel Ortega, Zapatero, Chávez, Evo, o Casal K, os irmãos Castro, Obama, e toda a corja neo-bolchevique internacional unem-se contra as decisões de um minúsculo país da América Central. Covardia pouca é bobagem. (Update: avião do ex-presidente foi impedido de pousar; parece que a vitória final será hondurenha).

Mas precisamos entender os esquerdistas. Lenin e Stalin podem ser acusados de tudo, menos de serem idiotas. Suas lições valem até hoje. Para enfrentar os bolcheviques, é preciso tenacidade. Eles não hesitam em usar todas as armas, legais ou ilegais, para obter o que desejam. Não hesitarão em matar milhões se assim for necessário. Não hesitarão em mentir, difamar, fraudar eleições, esquartejar, torturar, ao mesmo tempo em que acusam suas atônitas vítimas de estarem fazendo justamente isso. "Acuse-os do que você faz", etc.

O problema da direita é que é demasiado bem-comportada, mas não há jeito. Estes dias estava lendo o blog de um certo Mencius Moldbug (pseudônimo, lógico), que parece ser uma figura de culto na blogosfera, uma espécie de Spengler ainda mais radical. Escreve posts quilométricos com teorias complicadíssimas e praticamente ilegíveis (só consegui ultrapassar alguns parágrafos), é radical demais até para o vosso ocasionalmente delirante Mister Équis, já que declara-se abertamente antidemocrático (ele diz que esse negócio de democracia é frescura de mero "conservador" - ele diz ser um reacionário). Mas, no meio das loucuras, afirma uma coisa interessante:

The difference between Right and Left is that, since Left is antinomian and Right pronomian (*), political crime generally works for the Left. (...) For exactly this reason, political crime only rarely works for the Right. Therefore, as a practical and objective matter, leftists are advised to be as devious and ruthless as they can get away with. Whereas rightists should make a habit of rigorous obedience to the law - not only because it is more righteous, but also because it is more effective.

Political murder, creepy stonewalling, mass demonstrations, personality cults, popular elections, crusading journalism, mob intimidation, mendacious pseudohistory, revolutionary cells, direct mail and academic mafiosi: for left against right, all are threads in the great pageant of revolution. For right against left, all but the last are sewage in the great cabernet of reaction.


(*) An.ti.no.mi.an.ism:
  1. Theology. The doctrine or belief that the Gospel frees Christians from required obedience to any law, whether scriptural, civil, or moral, and that salvation is attained solely through faith and the gift of divine grace.
  2. The belief that moral laws are relative in meaning and application as opposed to fixed or universal.
Resumindo: como a esquerda não acredita na lei e na moral (ou ao menos em uma lei e uma moral fixa e universal), pode permitir-se tudo. Tudo mesmo, do fuzilamento de burgueses à morte de bebês. A direita, constrangida pelas leis e pela moral, não pode - ou deixaria de ser "direita". Faz sentido?

Vale tudo.

sábado, 4 de julho de 2009

4 de Julho: EUA na encruzilhada

Um estranho 4 de julho, hoje. Uma América dividida: Obama ainda tem bastante apoio popular, mas o número dos que se desapontam não pára de aumentar. Tem a ver, provavelmente, menos com a política externa covarde (que se recusa até a apoiar sanções ao Irã) e mais com a economia: desemprego em 10%, crise na bolsa, previsões de queda do dólar, trilhões em dívida. E qual a solução de Obama? Aumentar impostos e gastar ainda mais trilhões em um impopular sistema de saúde pública. Curiosamente, o presidente socialista vai passar o 4 de julho na Rússia, provavelmente em busca de inspiração. É a América rumo ao sovietismo, e à conseqüente ruína. Ou, como diz a piadinha que coloquei lá abaixo:

Recession is when your neighbour loses his job.
Depression is when you lose your job.
Recovery is when Obama loses his job.

Do outro lado, estão em aumento movimentos populares contra o gasto público como as Tea Parties, mas sem qualquer líder reconhecível. De fato, os maiores críticos de Obama, até agora, foram o radialista Rush Limbaugh e o ex-vice Dick Cheney, que não são exatamente as figuras centrais do Partido Republicano. Sarah Palin, que surpreendeu ontem com sua renúncia ao governo do Alasca, promete concorrer em 2012, e talvez se una às vozes discordantes. Mas por ora os Republicanos andam mais perdidos que cego em tiroteio, sem força e sem voz.

De qualquer modo, é possível que os EUA estejam mudando, quer dizer, tenham já mudado. Obama não é causa, é sintoma. O fato de que ele tenha sido eleito mostra que a população americana mudou, que não é mais um país de maioria conservadora mas sim progressista. Vejam por exemplo esta nota sobre uma escola privada, das mais caras da Califórnia, em que os alunos decoram murais com símbolos comunistas e com a folha da marihuana. O que estão ensinando a essas crianças?

Não apenas isso, como também demograficamente os EUA estão mudando radicalmente, como mostra o mapa interativo aqui.

Some-se a isso uma crise econômica mundial, um panorama externo ameaçador (Kim Jong Il promete trazer seus próprios fogos de artifício para o 4 de julho), e um momento de transformação mundial, em modos que sequer conseguimos compreender agora, e tem-se uma situação bem preocupante. O que acontecerá?

United we stand, divided we fall.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Um tosco blog esquerdista às sextas

Por Marcelo Augusto

O blog tosco da semana possui um nome que talvez diga muito sobre as entranhas mentais de seus idealizadores: Cloaca News. A cloaca, para os que não sabem, é a câmara onde se abrem o canal intestinal, o aparelho urinário e o aparelho genital das aves, dos répteis, e dos peixes cartilagíneos.. Algo próprio dos quadrúpedes, dos animais com barbatanas ou daqueles que rastejam -- ou, ainda, esquerdistas voadores.

A suposta missão do blog é desmascarar a máfia midiática que infesta nosso país. Dar nome aos ratos e aos sabujos. Hum... talvez esse tipo de jornalismo siga a linha idelberiana de pensamento: Calar-se diante dos fatos que lhes são mais convenientes.

Esse foi o blog que protagonizou um triste episódio contra a jornalista judia Renata Malkes.

Ela foi acusada de ser a favor do movimento sionista; de celebrar o Eretz Israel (engraçada essa gente: crucificaram a moça por, supostamente, celebrar isso, mas dão apoio incondicional a presidentes de autocracias teocráticas de cunho messiânico e que esperam o retorno do Imame); de auê belicista; intenso racismo anti-árabe; de que serviu ao Exército israelense; e coisas tais.

É uma situação interessante, pois o Cloaca News fez a mesma coisa de que acusa a tal da "mídia golpista": Mentir. Coitada da jornalista que se viu rodeada por acelomados políticos.

É uma gente que não passa de uma cambada de intelectualóides tagarelas que consideram seus "talentos" subaproveitados pela sociedade em que vivem e lhes nega posições de maior prestígio, daí que necessitam derrubar a ordem social vigente e seus valores mais fundamentais, como a liberdade de expressão e, por consequência, de imprensa, para obter aquilo que seus méritos pessoais são incapazes de atingir.

No fundo, no fundo, é uma gente frustrada, sem autoestima e autorrespeito, que projetam o ódio em causas impossíveis (derrubar a liberdade de imprensa, por exemplo) o fato de serem indivíduos medíocres e que, muito dificilmente, farão algo de prático na vida. Quando uma pessoa não possui méritos pessoais ou sequer procura progredir para obtê-los, a liberdade se torna um fardo, daí que é muito mais conveniente tagarelar sobre supostas grandiosidades futuras (e, muitas das vezes, assassinas e inatingíveis) a ter que se dedicar a tarefas mais simples. O ódio fanático e passional é capaz de dar significado e próposito à uma pessoa que tem uma vida estéril e vazia.

Parece que os redatores do Cloaca News são deuterostômios
e, nesse caso, o blastóporo não dá origem à boca, mas, sim ao ânus -- no caso deles, à cloaca.

P.S: Renata Malkes, até hoje, ainda não recebeu nenhum pedido de desculpas dessas pessoas. E nem vai receber! Pessoas sem discernimento são incapazes de análisar uma dada situação e concluir que precisam se desculpar.

O incrível fim da civilização européia


Houve uma civilização que, nos últimos 500 anos, espalhou-se pelo globo dominando quase todas as outras culturas, da Ásia à América à África. Muitas vezes seu domínio foi impiedoso e cruel, outras vezes iluminado e emancipador. Tal civilização ainda tinha em si os ecos da cultura greco-romana, mas era fundamentalmente monoteísta, seguindo um culto originado entre os hebreus. Talvez mais do que uma única civilização deveríamos falar em um conjunto de povos, que no entando tinham certas características que os uniam, e formavam de fato algo que podemos chamar uma "civilização". Havia três características que se mantinham sempre uniformes. Essa civilização era:

Européia.
Branca.
Cristã.

Não critico, não elogio, não julgo, apenas observo: tal civilização está hoje desaparecendo. Ou, se não desaparecendo, ao menos em evidente decadência. Recuou de praticamente todas as posições coloniais em que dominava (em uma das últimas, a África do Sul, onde por anos ainda dominou com o injusto apartheid, hoje os brancos fogem, assediados pela violência e pela perseguição governamental. A África do Sul e sua desgraça post-apartheid, o fim da promessa da "democracia racial", aliás, daria um outro post).

Mas se fosse só isso, tudo bem. O problema é que em seus próprios países de origem a cultura européia encontra-se assediada por outras culturas. A seguir a tendência demográfica, em vários países, nas próximas décadas, os brancos europeus serão minoria na própria Europa (nos Estados Unidos, ex-colônia européia, já quase são).

O curioso é que foi a própria civilização branca européia cristã que impingiu esse destino a si mesma, em nome da diversidade cultural, do estado de bem-estar, do aborto, da eutanásia, do homossexualismo, do ecologismo, do ateísmo, do esquerdismo, etc etc etc. Parece que estou falando de coisas díspares, mas não estou não: a "diversidade" é obtida com a imigração massiva de muçulmanos, africanos e asiáticos, que em geral têm mais filhos do que os nativos, e vão suplantando a população local. O estado de bem-estar social se encarrega de sustentar os imigrantes e suas crianças, ao mesmo tempo em que paralisa a economia. O aborto, a eutanásia e o homossexualismo, não importando seus possíveis méritos, conduzem todos a uma taxa de natalidade cada vez menor. Ecologismo, ateísmo e esquerdismo também levam, por motivos diferentes, a uma tendência a ter menos filhos, ao menos segundo pesquisas recentes que mostram que os religiosos e conservadores reproduzem-se mais.

A continuar nesse ritmo, a Europa não chega ao fim do século como tal.

Não é incrível que se tenha chegado a tal ponto?

O que explica o sucesso anterior da Europa, e o seu atual fracasso?

Alguns acreditam que o grande segredo do êxito da civilização européia tenha a ver com o fato de ser branca, ou seja, a raça (segundo as teorias racialistas). Mas não acredito muito nisso. Meu principal contra-exemplo é a Argentina. Eis um país que acabou com quase todos seus índios e negros, que é 90% europeu (espanhóis, italianos e ingleses), e no entanto, é hoje uma das mais incríveis histórias de desastre da América Latina. E, além disso, é a própria elite branca quem está implantando essas políticas suicidas na Europa. Fariam isso se fossem espertos?

Outros acreditam que o motivo seja a religião. De fato, apogeu e decadência de um e outro coincidem. O cristianismo está em franco retrocesso na Europa, com cada vez menos seguidores e importância. Será que a morte de Deus equivale à morte de uma civilização?

Outros ainda acreditam que o culpado seja o marxismo, que criou uma geração que odeia os próprios valores tradicionais ocidentais europeus - ou seja, quer destruir-se a si mesma.

Alguns acham que é simplesmente a exaustão: duas guerras mundiais com milhões de mortos, guerras que trucidaram os melhores jovens de uma geração, de fato, não são de se menosprezar. É possível que a civilização européia esteja morrendo de cansaço e de culpa.

Ou talvez seja apenas um ciclo. As civilizações, como as plantas, como as estrelas, nascem e morrem.

O fato é que é um fenômeno deveras surpreendente, se pensarmos que há meros cem anos os europeus e seus descendentes ainda dominavam completamente o mundo, ainda que a ferro e fogo e exploração.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Obamanabucodonosor

O Not Tupy tem uma teoria interessante: Obama é inimpichável:
Se O. J. Simpson, um troglodita imbecil, fez negros e brancos quase cerrar fileiras de guerra pelo fato de ser julgado por matar sua mulher, imagine o que ocorreria com a queda do profeta?
De fato, mesmo apenas nos seus primeiros seis meses, Obama já fez coisas que a nenhum outro comum mortal seriam permitidas, muito menos a um branquelo qualquer. Por exemplo, na sua campanha, prometeu que JAMAIS aumentaria os impostos de qualquer um que ganhasse menos de 250.000 dólares ao ano. Está aqui, a sua frase de 2008:

"I pledge to you that under my plan, no one making less than $250,000 a year will see any form of tax increase. Not income tax, not capital gain taxes, not any kind of tax."

Bem... Hoje seu governo já está desconversando, nega-se a afirmar que a classe média não vá receber novos impostos, já criou um imposto novo sobre os cigarros e pensa mesmo criar novos impostos sobre a eletricidade, a gasolina e até sobre a Internet.

O grande truque, verdadeiramente genial, é o seguinte: tais impostos não vão ser chamados de "impostos", mas de "contribuições provisórias" (epa!), ou "fundo verde de prevenção ao aquecimento global", etc.

Em um país tradicionalmente avesso a aumento de impostos, não é um feito menor.


Atualização: Uma piadinha obamiana:

Recession: When your neighbor loses his job.
Depression: When you lose your job.
Recovery: When Obama loses his job.

Sem moral

Idelber, que não fez UM ÚNICO POST SOBRE AS ATROCIDADES NO IRÃ, está apavorado com o que está ocorrendo em Honduras, onde nenhum manifestante pró-Zelaya foi morto ou sequer ferido. Aliás a imensa maioria dos manifestantes são pacíficos e contrários a Zelaya: vejam fotos de tais manifestações pró-"golpe" em dois interessantes blogs hondurenhos, este e este. Violência? Se houve, está bem escondida pela "mídia golpista".

Já Lula, que elogiou a democracia iraniana, desconversou a fraude e disse que o massacre era mero fla x flu, agora pede "democracia" em Honduras. Ao lado de Khadafi, que está há meros... 40 anos no poder.


Por que deveríamos dar ouvidos a essa gente? Que moral eles têm para falar?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Gays vs. negros vs. latinos, ou: Papel, pedra, tesoura

Faz um tempo escrevi um post sobre a Proposition 8 e como negros e latinos haviam votado contra os gays, que são na maioria brancos, mostrando uma divisão entre a chamada "coalizão arco-íris" que vota Democrata. Hoje leio que Perez Hilton, o militante gay e drama queen que detonou Miss Califórnia, levou um soco de um cantor negro e terminou chorando. Curiosamente, o mesmo público esquerdista que apoiou sua guerrinha particular contra Carrie Prejean, a Miss Califórnia cristã, hoje o critica por ter se metido com um rapper da moda.

Andrew Breitbart explica que tudo na sociedade liberal de hoje funciona como um jogo de papel, pedra e tesoura:

"Negro ganha de branco. Gay ganha de branco. Negro ganha de gay."

Poderíamos continuar infinitamente: Judeu ganha de cristão. Palestino ganha de judeu. Palestino ganha de gay. Mulher branca perde de homem negro (vide o caso Hillary). Mulher negra ganha de homem negro. Pobre ganha de rico. (O coringa é uma mulher, negra, lésbica, muçulmana, abortista e pobre).

Mas e os latinos? Os latinos, ou melhor dizendo os mexicanos mestiços indígenas, também estão na parada, e lutam violentamente contra os negros. Sim, violentamente é a palavra certa. Gangues de um e de outro grupo disputam território na cidade. Mas, mesmo fora do ambiente das gangues, um povo não tolera o outro. Em muitos casos, odeiam-se e desprezam-se mutuamente.

E, de fato, ambos competem pelos mesmos benefícios estatais. Os negros vêem os latinos como usurpadores que estão começando a roubar as regalias às quais antes só eles, membros da principal minoria oprimida americana, tinham direito. (Os negros são totalmente contrários à imigração ilegal, como indica este excelente artigo do City Journal). Já os mexicanos, que não se sentem culpados por escravidão nenhuma (há poucos negros no México), vêem os negros americanos como um empecilho na sua luta para obter as vantagens da ação afirmativa.

No momento em que a minoria não-branca em breve se tornará maioria nos EUA, é interessante - ou assustador, dependendo do ponto de vista - observar o que poderá acontecer.

Gays, negros, e latinos.