sábado, 29 de dezembro de 2012

Eu quero tcha, eu quero tchu

"Eu quero tcha, eu quero tchu". Escutei essa música pela primeira vez no outro dia, em visita natalina ao Brasil. Fiquei impressionado. Na verdade, na primeira audição achei que fosse "Eu quero cá, eu quero cú", mas logo pensei que não seria possível tamanha vulgaridade na música brasileira.

Os músicos brasileiros, de certa forma, são geniais. Para inventar besteira, não há quem fique atrás. Até o tal Gangnam Style, se formos pensar, foi novidade só por ser coreano, pois dancinhas engraçadinhas do mesmo nível surgem a cada mês no Brasil. 

Mas o que eu queria dizer é que, além das musiquinhas, em termos de insanidade coletiva, o Brasil não é o pior dos lugares. Nos EUA, e até na Europa, a coisa está, sob alguns aspectos, muito pior.

Por exemplo, tentaram fazer passar essa lei do desarmamento no Brasil e não deu certo. Talvez os globalistas estivessem apenas nos usando como cobaias, não sei. Mas o fato é que, mesmo conversando com pessoas de esquerda, algumas ainda tem os pés no planeta Terra e admitem que a insegurança é um problema grave no país. Ninguém é louco de dizer que não. E assim com vários outros aspectos.

Nos EUA, parece-me que os esquerdistas estão completamente fora da casinha, talvez por terem um isolamento ainda maior da realidade. Dizem coisas completamente absurdas, demonizam os Republicanos como se fossem bichos papões, e, mesmo ficando apenas na questão do controle de armas, beiram o limite da loucura, contradizendo o próprio instinto de sobrevivência. Um colunista esquerdista, por exemplo, disse recentemente que preferia morrer a ter que se defender com uma arma. Outro jurou que preferia correr o risco de ser atacado por uma gangue de negros ou hispânicos do que ser acusado de "racista": segundo ele, ter medo das "minorias étnicas" era "irracional". Afinal, a maior parte dos atiradores loucos não são brancos? E finalmente teve um que, depois de discursar longamente sobre como é contrário à pena de morte para criminosos, terroristas e até atiradores, chegou à conclusão de que as pessoas que negam o "aquecimento global" devem ser executadas, junto com o Papa.

Bem, na questão do controle de armas, basicamente o que me incomoda é o seguinte: por que um cidadão cumpridor de leis não pode ter uma arma em casa para proteger sua vida, sua família e sua propriedade de bandidos, mas os políticos têm direito a escolta armada para proteger as suas? Isso pareceria indicar que os políticos acham que a vida deles é mais importante do que a do populacho, não é mesmo?

Não sei vocês, mas eu não quero viver em uma sociedade de castas, com uma elite protegida até os dentes e uma classe média acuada por hordas de criminosos. É como funciona a coisa na maioria do Brasil, e é como parece que pretendem fazer também cada vez mais nos EUA e na Europa.

Eu não quero viver em uma sociedade desigual na qual as supostas minorias tem mais direitos do que aqueles considerados "maioria", mesmo não sendo, como é o caso dos homens brancos heterossexuais cristãos que cada vez têm menos voz. 

Eu não quero viver em uma sociedade supostamente afluente e cheia de recursos materiais, onde qualquer um pode consumir o que quiser e ter acesso ao mais novos ipads e ipods, mas que não é feliz.

Eu não quero viver em um mundo no qual seja proibido ter idéias diferentes da maioria, um mundo no qual quem quer que esteja contra a corrente seja acusado de direitista fanático e culpado por todos os males do mundo (os quais em muitos casos foram justamente causados pelas políticas desastradas da esquerda). 

Eu não quero viver em um mundo em que criar filhos seja uma preocupação terrível, um mundo em que o futuro parece ser cada vez mais apocalíptico.

Então o que eu quero? Ora, é muito simples: eu quero tcha, eu quero tchu.

P. S. Pronto, não digo mais que não vou mais escrever. Um dia vou apenas sumir, só isso, e vocês chorarão amargamente. Cuidem-se, crianças. Feliz 2013, mais uma vez.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

2013

Caros leitores, ainda não sei se continuarei com o blog em 2013. Continuarei a escrever, isso é certo, mas tenho alguns projetos paralelos, um deles o de escrever artigos pagos com o meu nome real ou outro pseudônimo, outro o de publicar um livro (ainda que ninguém tenha querido comprar o "livro do blog do Mr X", mas este não vai ser um livro de política) e um ainda o de escrever mais em inglês, coisa que tenho feito esporádicamente. Acho que escrever em inglês tem maior alcance e pode talvez ser mais útil. Então tudo isso vai tomar um pouco de tempo do blog. Por outro lado, estou ainda no espírito de resoluções de Ano Novo que, como todos sabemos, nunca se concretizam. O mais provável é que não realize nenhum desses ambiciosos projetos e continue apenas escrevendo por aqui.

Enquanto isso, eu fico pensando em algumas coisas sobre o destino do mundo. O fato é que não sabemos onde tudo isto vai parar. É fácil analisar as coisas retroativamente (e, mesmo aqui, há controvérsias), mas, na hora em que os fatos acontecem, ninguém sabe realmente o que está acontecendo. Quase ninguém previu a crise de 1929 ou a queda da União Soviética, por exemplo.

Da mesma forma, é fácil traçar paralelos com outros eventos históricos: por exemplo, comparar a atual crise do Ocidente com a Queda do Império Romano. Pode ser que de fato existam algumas coisas em comum (sociedade afluente mas acomodada, líderes e elite corrupta, perda de virtudes, "multiculturalismo", invasão de "bárbaros"), mas o fato é que também são períodos bem diferentes em outros aspectos. Casa momento é único, e o momento atual da humanidade também o é. Enfrentamos desafios que jamais passaram pela cabeça dos Romanos ou de quem quer que seja, desde as fantásticas mudanças tecnológicas impensáveis naquela época ao incrível fato de que é talvez a primeira vez na História na qual um grupo mais poderoso e superior em quase todos os aspectos (o povo euro-ocidental) está cometendo suicídio demográfico e cultural. Sim, Nero tocou sua lira enquanto Roma ardia, e os Romanos cometeram muitos erros, mas acredito que não na escala dos tempos atuais.

Tem agora um post meio esotérico no Unqualified Reservations, o blog do sempre interessante mas maluco e prolixo Mencius Moldbug, que faz essa comparação com a época romana. Nos comentários, achei esta nota aqui de um comentarista aparentemente católico, a qual pensei ser pertinente e traduzo aqui:

Conforme Spengler indicou, notavelmente em acordo com Gibbon, Roma perdeu quase 90% de sua população entre a Era de Augusto e o tempo em que os Hunos chegaram em seus portões, desistindo apenas graças às miraculosas exortações do Papa.
Gibbon atribui a queda (do Império Romano) ao Cristianismo, mas esta não é a visão mais aceita, com a maioria dos historiadores culpando mais a economia do que a religião. No entanto, Gibbon estava maiormente certo, ainda que não do modo em que ele próprio compreendia o seu argumento.
O Cristianismo tirou a força dos pagãos, e não dos cristãos. Sem a fé, eles perderam o desejo de viver e se reproduzir. Não tendo filhos, desapareceram e os Cristãos ganharam por w.o., eram o proverbial último homem em pé. Como o Senhor mesmo disse, poucos são salvos e muitos se perdem. Os dez por cento da população que obedeceram aos dez mandamentos, frutificaram e multiplicaram-se, e na época da chegada de Átila, eram os únicos que sobravam.
Algo parecido está acontecendo hoje: a população pós-cristã (ou neo-pagã) não se reproduz e está rapidamente desaparecendo, e apenas os cristãos verdadeiros e os muçulmanos, que são aqueles que não aceitaram o modernismo, restarão no futuro. Os secularistas e os ateus estão fadados a desaparecer (bem como a sua nova ordem secular). 

É um comentário interessante, mas será mesmo esse o futuro? Quem sabe... Muita água ainda vai rolar.

E os leitores, o que acham que acontecerá em 2013? Deixem suas previsões, profecias, desejos ou medos nos comentários. E Feliz Ano Novo para todos.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal e Ano Novo

Desejo a todos os leitores e leitoras um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. Ao contrário do que muitos pensam, este não é um blogue que prega o ódio, mas o amor.

Olhem, saiu uma série documental norueguesa chamada Brainwash (Lavagem Cerebral) no Youtube. Todos os episódios tem legendas em inglês. Talvez algum dia alguém se anime a fazer legendas em Português e passem na Globo no horário nobre. É uma série divertida que questiona o igualitarismo políticamente correto. Não assisti tudo ainda, mas achei bacana. É feita com humor e leveza, sem promover o ódio ou a teoria da conspiração. Examina apenas os argumentos científicos do eterno debate de Natureza versus Sociedade, sem tomar necessariamente um lado, mas certamente questionando a ortodoxia oficial.

Acho que a tentativa aqui, ainda que fracassada, foi algo parecida: a de apresentar uma visão pessoal e cândida dos acontecimentos do mundo, agindo mais por curiosidade do que por outro motivo obscuro. Há quem, aqui e ali, odeie os brancos, ou os negros, ou os judeus, ou os mestiços, ou até os ciganos, essas pobres criaturas inocentes que jamais fizeram mal a ninguém. Mas tudo isso sempre me pareceu de mau gosto, e até desnecessário. O ódio, dizia Mark Twain, é como um ácido que corrói mais o pote em que está colocado do que qualquer outro objeto em que for vertido.   

No outro dia, vi umas criancinhas indígenas cantando na rua. Pediam moedas. Inspirado pelo espírito natalino, fiquei com pena e até ia dar, mas aí pensei que talvez estivesse incentivando seus pais a explorá-las. Eles estavam ali ao lado, sentados na calçada suja, com um olhar vazio, retrato do futuro que aguardava essas mesmas crianças décadas depois. Triste, triste. Será que errei? Por outro lado, elas não deveriam estar ali, mesmo.

Pensei em mandar cópia do documentário para os meus amigos esquerdistas, como presente natalino, mas depois pensei que eles não gostariam, ou sequer entenderiam, talvez se recusassem a assistir. Muitos dos (s)ociólogos entrevistados no filme falam que tentar entender as diferenças entre os sexos, entre as culturas ou entre as raças "não é interessante". Quer dizer, eles nem querem saber. Eles na verdade não estão no ramo da ciência, mas da propaganda, ou nem isso. Como a maioria das pessoas, apenas quer ter uma vida sem preocupações, e o melhor jeito de não se preocupar é não questionar.  

Mas eu aqui sempre gostei de questionar, e provavelmente continue fazendo isso, e quando a nova ortodoxia começar a fazer um outro discurso, autoritário e anti-igualitário, questionarei isso também. A unanimidade é burra, dizia o Nelson Rodrigues, e Millôr Fernandes adicionava que jornalismo é oposição.

De qualquer forma, um retorno à vida deste moribundo Ocidente provavelmente não ocorrerá através do ódio, mas do amor. Amor à tradição, amor à religião, amor à arte, amor à cultura, amor à verdade, amor ao povo e à terra, amor à família, amor ao pouco que ainda resta.

Boas Festas a todos. Nos vemos em 2013, se Deus quiser.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Adeus às armas?

Após um novo e ainda mais terrível massacre, a mídia e os progressistas só falam em controle de armas. Eles querem porque querem tirar as armas de circulação.

Tudo bem. Eu sou a favor. Existem realmente armas demais neste planeta. Agora, também vamos tirar as armas do Serviço Secreto que protege Obama e de todos os vigias armados que protegem os políticos que querem instituir controle de armas. Vamos tirar as armas dos guarda-costas que protegem as celebridades hollywoodianas e globais. Vamos tirar as armas dos vigias que protegem as mansões dos ricos.

Combinado?

Como disse um comentarista por aí, "Protegemos mais os bancos do que nossas crianças." O único jeito de impedir esses massacres seria colocando guardas armados nas escolas. O resto é apenas paliativo. Porém, os progressistas não querem, pois, para eles, a arma de fogo é um elemento maligno, e só colocar uma arma de fogo em uma escola poderia ser fonte de pavor e horror.

Claro, a fácil obtenção de armas nos EUA é com certeza um dos fatores que permitem tal tipo de horror com maior frequencia do que em outros países. Acho que um controle sobre quem compra armas poderia ser realizado para evitar que pessoas com problemas mentais ou de comportamento bizarro tenham acesso a elas. Mas existem também muitos outros fatores: a destruição da família tradicional, o fim da institucionalização dos loucos, a dependência cada vez maior de grande número de jovens a poderosas drogas psiquiátricas, os videogames e filmes violentos que causam dessensibilização à violência extrema, etc. O progressismo e a cultura atual têm muita culpa nessa parada.

O Richard Fernandez tem um bom post no qual compara os casos de atiradores violentos (normalmente brancos e asiáticos) com o crime comum de tiroteios entre gangues (nos EUA, negros e mexicanos). É claro que os mortos em tiroteios de gangues ou em crimes comuns são em número bem maior, ainda que ignorados pela mídia. Porém, os casos de Homens Brancos Violentos chamam a atenção pela sua eficiência e letalidade. O homem branco é a mais eficiente máquina de matar jamais criada.

No Connecticut, um dia após o masacre, a venda de armas aumentou. Se Obama e os Democratas quiserem mesmo confiscar as armas da população, eles poderão estar iniciando uma Nova Guerra Civil.

O que os progressistas não entendem, ou fingem não entender, é que para muitos americanos a arma de fogo é o único meio de defesa em um mundo cada vez mais hostil. Especialmente em áreas rurais ou pequenas cidades, se você vai esperar a chegada da Polícia, mais vale já chamar o coveiro também.

Imagine então a cena: Obama manda confiscar as armas da população ou proibir sua venda. Em represália, algum atirador maluco faz um tiroteio em algum prédio do governo federal como vingança contra a medida. O governo então vê-se forçado a usar tropas militares para poder tirar as armas do povo. Segue-se uma revolução...

Bem, talvez eu esteja exagerando. O mais provável é que continue o impasse entre Republicanos e Democratas, e também os tiroteios em escolas. É triste, muito triste. Mas loucos e assassinos não faltam nesta América decadente de hoje...


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Os países mais chatos do mundo

Desculpem a falta de posts mas ando em um período de transição. No outro dia li uma notícia sobre um assaltante que foi assaltado no Brasil. Estava inconformado, e com razão. (Tem este outro vídeo também com um caso parecido, mas parece que é de um programa de humor e não real).

O Brasil é um país cheio de aventuras. É um país vibrante, diverso e alegre, repleto de emoções.

Outros países são bem mais chatos. Saiu estes dias uma lista na revista The Economist com os melhores países onde se nascer em 2013. Como todas as listas, é subjetiva, mas, como quase sempre, países escandinavos e anglos estão na ponta, com alguns asiáticos logo depois.

O último colocado foi a Nigéria. Nos comentários, um nigeriano ficou revoltado, e pediu para tirarem o país da lista: era melhor não aparecer do que a humilhação de ficar em último. Ele tem razão, afinal há muitos países faltando nessa lista, que contém apenas 80. Deve ter pelo menos mais outros 80 países abaixo da Nigéria, e que só não estão na lista porque nem os jornalistas da Economist se arriscam a ir lá. Sem preconceitos: a Ucrânia, branca como o Diabo, ficou em 78.

Há vários critérios para a seleção, mas um deles parece que é a chatice. Boring is good, diz a revista. Os países com melhores indicadores parecem ser os mais chatos também. Suécia, Noruega e Dinamarca são bons lugares para nascer, mas também parecem ser bons para morrer. Têm um índice de suicídios relativamente alto. Desconfio que muitos se matem de tédio, por ter uma vida tão chata.

A revista compara a lista atual com uma publicada em 1988. A grande surpresa é a queda dos EUA, do primeiro ao décimo-sexto lugar. Realmente, com a imigração ilegal e outros fatores, o país tem ficado menos chato, com cidades cada vez mais vibrantes e vários tiroteios e quebra-quebras se sucedendo. O Brasil caiu da posição 30 para a 37. Achei pouco. Os hermanos argentinos se deram pior: caíram do número 21 para o 40, graças à crise de 2001 e à família Kirchner. Outra surpresa é a Itália, que caiu da quarta para a 21a. posição. Não sei o que aconteceu aí. Mas nos anos 80 e 90 a Itália, como vários outros países europeus, estava atravessando um boom econômico, e hoje a situação é bem diferente. A França teve um tombo ainda pior, da segunda posição em 1988 para a 26a em 2012. Desconfio que o alarmante crescimento da população muçulmana no país tenha tido algo a ver com isso. A França hoje é um país bem menos chato.

Como os EUA pelo jeito estão começando a fazer água, estou vendo outras possibilidades. Meu último plano é disfarçar-me de latin lover e emprenhar uma feminista dinamarquesa (elas adoram imigrantes exóticos). Depois ficarei por lá mesmo, cuidando dos pimpolhos dínamo-brasileiros e sendo sustentado pelo estado de bem-estar social, enquanto ela trabalha. (Na Dinamarca e na Suécia, na família politicamente correta moderna, homem é do lar e mulher trabalha em ocupações tradicionalmente masculinas).

Será uma vida chata, mas ando meio cansado de tantas emoções.

Na Dinamarca, até os bebês já nascem entediados.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Gramscismo de direita?

Parece que a jovem Cibele Bumbel Baginski conseguiu as 500 mil assinaturas e acaba de registrar o ARENA como partido político. É pouco provável que o partido tenha uma grande importância a nível nacional no futuro próximo, mas, em termos simbólicos, acho que é uma boa idéia. Concordando-se ou não com ela, Cibele Bumbel Baginski é uma jovem esperta, como pode-se ver nesta entrevista.

A grande figura do comunismo não foi Lenin nem Stalin, mas sim o italiano Antônio Gramsci, quem inventou a tal "marcha através das instituições". Foi ele quem percebeu antes que ninguém que o caminho para a vitória não passava pela política, mas pela cultura. Mude a cultura, e logo você obterá o poder político sem nem precisar lutar. E assim foi.

Já que hoje quem domina são os progressistas, poderia haver um gramscismo de direita? Não sei, mas acredito que qualquer movimento que traga à luz idéias contrárias ao acachapante progressismo politicamente correto pode ser válido, nem que seja para informar às pessoas que o esquerdismo não é sempre a única opção, e que o direitismo não significa homens de preto torturando gatinhos e minorias indefesas e colocando fogo no arco-íris.

Porém, acho que no fundo o gramcismo de direita não funcionaria, e nem mesmo seria necessário, por um simples motivo. Convenci-me que direita e esquerda, ou progressismo e conservadorismo, não são ideologias. O esquerdismo é apenas um delírio, uma ilusão, uma vontade de mudar o mundo e a natureza humana em base a pensamentos utópicos, e, como tal, fundamentalmente destrutivo. Não sendo baseado em uma verdadeira ideologia além de um igualitarismo bisonho, não tem um ponto de chegada, apenas um ponto de partida. Perceba eles jamais páram, sempre inventam alguma coisa nova. Quando conseguem as cotas raciais, lutam pelo casamento gay. Quando conseguem o casamento gay, lutam pelo aborto. Quando conseguirem o aborto, lutarão pelo fim das prisões. E assim por diante.

O conservadorismo em seu melhor é apenas o modo default do mundo, sem os delírios esquerdistas. É o bom senso descoberto e passado adiante através de muitas gerações. Como o progressismo é um castelo de cartas que não se sustentará por muito tempo, é provável que cedo ou tarde se voltará a alguma forma de conservadorismo, simplesmente por este ser mais próximo da natureza humana. O único problema é saber quantos morrerão nesse processo.

Cibele Bagel Bolinski (perdão, não resisti o trocadilho) e outros talvez estejam apenas ajudando a que essa transição ocorra mais rápido e com menos truculência. Porém, o futuro dirá. Eu já nem me preocupo mais e estou cada vez menos interessado na política.


domingo, 25 de novembro de 2012

Um poema


If I should sleep with a lady called death
get another man with firmer lips
to take your new mouth in his teeth
(hips pumping pleasure into hips).

Seeing how the limp huddling string
of your smile over his body squirms
kissingly, I will bring you  every spring
handfuls of little normal worms.

Dress deftly your flesh in stupid stuffs,
phrase the immense weapon of your hair.
Understanding why his eye laughs,
I will bring you every year

something which is worth the whole,
an inch of nothing for your soul.


E. E. Cummings


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Rir é o melhor remédio

Eles venceram. É o país deles, é o planeta deles. Nós somos uma pequena minoria, sem voto e sem voz. (Sim, nós somos a única e verdadeira "minoria"!)

Mas pense pelo lado engraçado da coisa. Às vezes é divertido, é um pouco como assistir aos irmãos Marx no comando de Freedonia, um espetáculo absurdo e cheio de gags. Claro, no caso, o Marx no qual eles se inspiraram é outro. E tudo seria muito mais hilário se não nos atingisse, se pudéssemos morar em um país ou planeta não afetado pelo progressismo e os futuros problemas que virão em decorrência dele.

De qualquer modo, é melhor rir do que chorar. No outro dia, por exemplo, li uma matéria sobre um "estudante transexual" (homem que diz ser mulher) de 45 anos que usava o banheiro feminino na faculdade. Ficava peladão mostrando o bilau para as meninas de 17. Claro, mesmo tendo pênis ele jura que é mulher, meio como já fez o nosso amigo Laerte no Brasil. Como a faculdade, de acordo com a lei, não pode discriminar em casos de "identidade de gênero", deram todo o direito a ele de utilizar o vestiário feminino. Aí uma mãe reclamou, mas a faculdade, com medo da fúria LGBT, decidiu manter o seu privilégio.

Bem, se eu tivesse uma filha que estudasse nessa escola talvez ficasse chateado, mas como não tenho, acho até engraçado. No fundo, são os progressistas os que mais se ferram com as idéias progressistas e um dia terão suas filhas molestadas por algum maníaco. 

O mais engraçado são os comentários à matéria. A maioria deles achando perfeitamente normal que um barbado que de um dia pro outro decidiu que "era mulher" e colocou uma peruca pudesse confraternizar nu com garotas nuas. Não tem nada de mais, dizem.

Faz parte do credo progressista acreditar que você é o que você quer ser. A naturaza humana e a biologia podem ser radicalmente transformadas dependendo apenas da força da mente. Então um homem pode "virar mulher" simplesmente porque assim decidiu.

O curioso é que isso não vale para outros aspectos. Por exemplo, imaginem que eu disesse que me sinto um negro preso num corpo branco, e apelasse para ação afirmativa, será que funcionaria? Bem, não custa tentar. Eles acreditam que sexo, raça e qualquer outra característica biológica não passam de "construções sociais", facilmente transformáveis. Ah, com exceção do homossexualismo, que é genético, e portanto aqueles pastores que querem "curar os gays" são insanos e cruéis. Vai entender as contradições do progressismo!  

Outro caso engraçadíssimo é o fim do tema de casa na França. A desculpa é que as crianças filhas de imigrantes vivem situações domésticas mais complicadas, então para tudo ser mais "justo", todo trabalho de casa terá que ser feito na própria escola. Bem, o tema de casa serve mesmo é pra criar responsabilidade nos estudantes, então mais uma vez estamos nivelando por baixo. É a isso a que leva o igualitarismo, no fundo.

O Obamacare é outra grande piada. Várias empresas americanas começaram a demitir funcionários devido aos custos maiores que terão com o novo plano de saúde. Os Democratas reclamaram. Disseram que, em vez de demitir funcionários, as empresas deveriam é cortar o salário de seus CEOs, e que as empresas que demitem funcionários deveriam ser punidas. Isso demonstra um pouco a ignorância dos Democratas (e da maioria dos esquerdistas) em matéria econômica. Eles parecem acreditar que as empresas são como o funcionalismo público, que o empresário está ali apenas para dar emprego a outros, não para produzir com o máximo de eficiência e o mínimo de gastos e gerar lucro para si. Eles acham que o padeiro e o açougueiro acordam todo dia de manhã pelo bem do público, e não pelo próprio auto-interesse. Adam Smith rola no seu túmulo.

Voltando aos irmãos Marx, parece que tem um filme em que Groucho é flagrado pela esposa na cama com outra mulher. Apesar disso, ele nega rotundamente estar com alguém. Diz ele à esposa: "Em quem você vai acreditar, em mim, ou nos seus olhos mentirosos?"

É mais ou menos a mesma coisa que acontece com os progressistas. Embora a realidade desminta diariamente suas ilusões, eles continuam acreditando em idéias mirabolantes. A maioria das pessoas está sonhando de olhos abertos, apenas porque o sonho é mais bonito do que a realidade. Mas um dia, o sonho acaba...

Enquanto isso não acontece, o melhor modo de viver para nós que estamos bem acordados é fingir que estamos assistindo um filme: o planeta gerido pelos irmãos Marx, ou pelos Três Patetas.

Não adianta chorar, então ria! Um dia ainda vamos rir disso tudo...


domingo, 11 de novembro de 2012

Poema

Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa




sábado, 10 de novembro de 2012

Ave Cesar, morituri te salutant

Rezemos uma missa de réquiem para o Ocidente. A América dos Founding Fathers, berço da liberdade e da autosuficiência, está oficialmente morta, transformada em uma Babel onde grupos desiguais lutam entre si por benesses de um governo cada vez onipresente e tirânico.

A Europa, onde o socialismo já avançou ainda mais, também agoniza sob o peso da tirania da União Européia e da imigração e procriação muçulmana.

O homem branco, enquanto isso, celebra sorridente a sua própria substituição populacional. Não querer que os EUA virem o México, ou a Europa a Eurábia, seria "racista", e ser "racista" é a pior coisa do mundo!  (Mas racismo contra brancos, pode.)

O projeto globalista, cujo motivo e interesse desconheço, parece ser o de inundar EUA e Europa, não com imigração de alta qualidade, o que poderia ser razoável, mas apenas com o pior tipo de imigração possível. Observem que Deputados Democratas dificultaram a obtenção de vistos de residência nos EUA para estrangeiros com PhD e outras pessoas com estudo, e brancos sul africanos têm seu pedido de asilo nos EUA ou Canadá negado e ridicularizado por acadêmicos.

Enquanto isso, muçulmanos podem mentir à vontade e as mulheres guatemaltecas e mexicanas, graças a Obama, só precisam afirmar ter sofrido violência doméstica para emigrar! Ao mesmo tempo, os Democratas ampliaram a "loteria da diversidade", uma insana forma de imigração na qual qualquer idiota analfabeto e violento de qualquer canto do globo pode virar "americano" por mera questão de sorte.

(Na verdade, faz sentido: PhDs e pessoas qualificadas competem com a elite e a classe média-alta local, então são "ruins", enquanto pobretões não competem e ainda podem ser contratados para cortar a grama ou limpar a casa bem baratinho, então são "bons".)

Jovens brancos Democratas alegram-se ao saber que os hispânicos serão em breve maioria no Texas, e darão o voto ao seu partido preferido! Mal sabem eles que latinos, negros, asiáticos e indianos não são Democratas por serem fãs do progressismo branquelo ou do gayzismo, mas simplesmente por que ganham mais vantagens com isso, como ação afirmativa e outros quitutes. É um mero casamento de conveniência entre votantes terceiromundistas e brancos riquinhos. Até quando? Até começarem os seqüestros e os assaltos, como no Brasil?

É tempo de admitir que o multiculturalismo foi um experimento fracassado. É tempo de deixar de acreditar no sistema e no teatrinho da política. É tempo de jogar no lixo a sua televisão. É tempo de ser independente. É tempo de tentar pagar minimamente os impostos que sustentam tudo isso. É tempo de perguntar-se "quem é John Galt?" É tempo de comprar armas e munição, ou ao menos gás de pimenta, pois a insegurança pode crescer. É tempo, para quem tiver condições, de formar um família e concentrar-se em preparar os filhos para um futuro difícil e esquecer o resto. É tempo de vender o dólar e comprar - o quê? Sei lá. Mantimentos, provavelmente. É tempo de sair de cena e ir underground.

Como disse Alexandr Solyenitzin durante o auge da perseguição soviética: "Você tem poder sobre as pessoas apenas enquanto não tirar tudo delas. Mas quando você roubou tudo de um homem, ele já não está em seu poder -- ele é novamente livre."

Se você não é um progressista e não está muito de acordo com tudo o que está aí, comece você também a pesquisar sobre como viviam as pessoas sob o sistema soviético, e adapte-se...

Não estamos mais em 2012. Estamos em 1984!

"Matem o branquelo": dormindo com o inimigo?

Guerra declarada: 
"Republicanos: vocês são velhos, vocês são brancos, 
vocês são HISTÓRIA!"

The Chicago Way

Uma das coisas mais divertidas destes tempos é observar as notícias por trás da notícia, as coisas que a mídia não diz.

Por exemplo, todos sabem que ontem o General Petreaeus pediu demissão como chefe da CIA, devido a um caso extraconjugal que teve com uma jornalista que escreveu sua biografia. Curiosamente, a descoberta e demissão ocorreram poucos dias depois da reeleição de Obama, e logo antes de Petraeus dever ser convocado para dar um depoimento sobre o estranho comportamento dos agentes de segurança em Benghazi, Líbia, onde basicamente fizeram tudo mal e deixaram cidadãos americanos à mercê de jihadistas.

Mais curiosamente ainda, a jornalista estava sendo espionada pelo FBI desde muito antes. É bastante claro que o governo Obama já sabia de toda a história há meses, e estava apenas guardando o momento propício para tirar esse esqueleto do armário. Dizem que J. Edgar Hoover tinha arquivos de todos os seus inimigos, e pelo jeito o comportamento do FBI não mudou muito desde então.

Um outro caso: o diretor do filme anti-islâmico que gerou recentemente protestos em todo o mundo árabe foi condenado a um ano de prisão. Ah sim, foram "acusações não-relacionadas" com o vídeo. Sim. Curiosamente, ele foi ignorado por anos e preso apenas após o aparecimento do tal vídeo. 

Olhem, o governo Obama funciona como uma máfia. Não por acaso grande parte de sua turma vem de Chicago, terra tradicional de gangsters. Bem, de certa forma, não devemos ser ingênuos: qualquer governo funciona como uma máfia, eles vivem fazendo ofertas que não podemos recusar. Não é que os outros governos americanos fossem santos, e mesmo em outros países podemos ver coisas similares. O caso Celso Daniel, por exemplo, chegou a ser esclarecido? Pois é.

Mas o que chama a atenção no governo Obama (tá bom, no petista também) é que é completamente blindado pela mídia (a mídia na verdade faz parte da máfia) de forma que é preciso ficar pescando aqui e ali notícias que nos dêem uma visão melhor.

Por exemplo, faz um tempo o canal Univisión, que é o canal latino mais importante dos EUA e cujo dono curiosamente não é um mexicano, mas um israelense, começou a colocar no ar algumas reportagens negativas sobre o governo Obama e a operação "fast and furious". No dia seguinte, a esposa do dono da Univisión foi convocada por Obama para ser embaixadora dos EUA na ONU, muito embora sendo uma dondoca sem qualquer experiência administrativa. Problema resolvido! Bem, no fundo, não é muito diferente da política no Brasil, Argentina, ou em qualquer outro país latinoamericano, mas achava que os EUA já tinham sido mais sutis...

No mais, é como dizem no filme "Os Intocáveis": se eles puxam uma faca, você puxa uma arma. Se eles mandam um dos seus pro hospital, você manda um dos deles pro necrotério. That's the Chicago way!


Uma oferta que você não poderá recusar.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O começo do fim, ou o fim do começo?

Obama continuará sendo o presidente americano por mais quatro anos. Isto não é nada, eu já esperava. Pior é ver o júblio no rosto dos americanos. Ouvi uma garota dizendo hoje, ao saber da vitória: "é a prova de que existe bem no mundo."

Nenhum presidente dos EUA foi mais anti-americano do que Obama. Nenhum presidente foi mais socialista. Nenhum presidente foi mais anti-branco. Nenhum presidente foi tão mentiroso. Nenhum presidente ocultou tanto sobre sua vida pregressa. Nenhum presidente foi tão descarado. Nenhum presidente foi tão contrário às tradições anteriores americanas de liberdade individual contra o estatismo. E, no entanto, foi reeleito.

É verdade, com pouco mais de 50% dos votos, mas com a grande maioria dos jovens e da "nova população" americana. Talvez tenha sido a última chance para um presidente Republicano. Assim como o PT hoje domina no Brasil, os Democratas podem vir a dominar a Nova América.

Bem, pode ser que um presidente Romney não faria as coisas muito diferente -- no que se refere à politica externa, ao estatismo e ao controle da imigração, as diferenças não são assim tão grandes -- mas ao menos sua vitória seria simbólica de uma vontade de mudança. A vitória de Obama significa, basicamente, que o progressismo venceu, e não tem volta.

Seria fácil a partir daí, criar perspectivas escalofriantes sobre o futuro da América e do mundo. Eu mesmo às vezes penso em dizer aos branquelos sorridentes que me circundam: se é isso mesmo que vocês querem, então merecem mesmo tomar no rabo. Mas não acho que seja esse o caminho. Eu sei que este blog foi muitas vezes demasiado pessimista. No fundo, eu sou um pouco como a Lucy no quadrinho abaixo, sempre prefiro reclamar do que fazer algo a respeito:


Porém, há motivos para seguir em frente. Sim, a esquerda tem a seu lado a maioria da população, a opinião pública, a mídia, o dinheiro, o poder, as mentes dos jovens e também de muitos velhos. Mas nós temos uma pequena coisa que eles não têm: a verdade.

Não é muito, admito. Mas é algo. E a verdade tem um caráter perene, que nenhuma ilusão pode substituir.

Obama pode governar mais quatro anos e prometer mundos e fundos. Pode endividar a América até os ossos pagando o lanche e o hospital para imigrantes ilegais e tirando dos "ricos" para dar aos pobres seus amigos milionários (como os da Solyndra).

Por aqui, Lula pode voltar ao poder em 2016. Cristina Kirchner pode virar a primeira presidente zumbi. Chavez pode coroar-se, se quiser, imperador da Venezuela.

As pessoas podem continuar acreditando em bizarras idéias utópicas, igualitárias e socialistas por décadas. A radical substituição demográfica dos europeus por muçulmanos e dos americanos por mexicanos prevista pelos globalistas pode acontecer. Raios, pode até vir um tirânico Governo Global de proporções leviatânicas! A verdade continuará sempre ali, quietinha em seu canto.

Até que, um dia, o dinheiro ou a paciência acabarão. Um dia, ninguém mais acreditará em promessas vazias e sorrisos falsos. Um dia, a conta da reengenharia social chegará. Um dia, um menino apontará para o monarca e gritará que o Rei está nu. Um dia, a jovem que acredita que o mundo mudou descobrirá que tem uma dívida de milhares de dólares pela sua educação em Estudos Feministas e nenhuma perspectiva de trabalho. Um dia, os deuses do bom-senso retornarão. 

Neste dia, estaremos por aqui ainda, e nem sorriremos superiormente, e nem mesmo diremos, "eu não disse?"


domingo, 4 de novembro de 2012

A Tempestade

Disse sabiamente um leitor aqui  que a distância entre a civilização e a barbárie é de apenas seis refeições. Na era moderna, bastam alguns dias de blecaute. O furacão que se abateu sobre New York mostrou o melhor e o pior dos novaiorquinos. Enquanto uns cediam seus geradores de energia elétrica para que estranhos recarregassem seus celulares, outros aproveitavam o escuro para roubar; uns ajudavam estranhos e outros negavam ajuda a quem mais necessitava.

Vivemos em tempos de abundância. Estes, por exemplo, são alguns eleitores de Obama que juram ser pobres. Pra mim, parecem bem alimentados. Será que vivem de welfare? O fato é que a pobreza real, miserável e famélica, quase não existe hoje nos países ditos civilizados. O que não quer dizer que não possa, muito em breve, voltar.

As cidades modernas, apesar de toda sua abundância, têm um ponto fraco: dependem da tecnologia, da eletricidade, da gasolina. Os ecologistas podem chiar à vontade, mas a verdade é que bem poucos de nós estamos preparados para voltar à selva de fato. E uma pequena interrupção nessas facilidades modernas, seja causada por desastre natural ou humano, pode ser suficiente para nos fazer retornar à barbárie. E, aí, só os mais fortes ou mais precavidos sobreviverão.

Muitos americanos têm uma mentalidade pré-apocalíptica. Vários se preparam desde já para o fim vindouro estocando munição, água e comida. Pode que não estejam errados. Quem depender apenas do governo ou das autoridades quando a coisa feder, está pedindo para ficar na mão.

Alguém disse que a civilização é muito frágil, um mero verniz sobre um fundo de barbarismo. E disse outro alguém que precisamos de um pouco de barbarismo a cada 300 ou 400 anos, ou morreríamos de civilização.

Acredito que as duas frases estão corretas, mas espero que o barbarismo não chegue tão cedo de volta ao mundo. Índio quer apito e esquerdista quer barbárie; eu prefiro a civilização.

O mundo gira e o mundo muda, 
Mas uma coisa nunca muda
Em todos os meus anos, uma coisa não muda,
Por mais que você a disfarce, nunca muda:
A perpétua luta entre o Bem e o Mal. 

Você negligencia e menospreza o deserto. 
Mas o deserto não está em remotos trópicos,
O deserto não está apenas na volta da esquina,
O deserto está sentado no metrô ao seu lado,
O deserto está no coração do seu irmão. 
 

(T. S. Eliot)


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O futuro a Deus pertence

Provavelmente não poderei postar por algum tempo, dias, semanas, meses ou quem sabe anos, depende, mas algumas mudanças impensadas estão ocorrendo na minha vida, então queria deixar vocês aqui com um texto cheio de conjeturas e reflexões que vão dar bastante pano para a manga, enquanto eu decido o que fazer.

Não tenho dado tanta atenção ao Olavo de Carvalho ultimamente, mas vejo que ele continua sendo um dos poucos colunistas brasileiros que ainda falam de coisas sérias. Aqui ele fala sobre os planos da elite global.

Segundo Olavão, existem três projetos globalizantes concorrentes: a elite globalista socialista fabiana, o Islã e o projeto russo-chinês.

Bem, eu não sei qual seria a do projeto russo-chinês. China e Rússia são certamente tradicionais oponentes do eixo Europa-EUA, e nem que fosse apenas pelo seu tamanho teriam importância. Mas não me parece que suas ambições sejam globais, pois no máximo imagino que poderão controlar Ásia e Europa do leste. (Se bem que os EUA devem tanto dinheiro à China, que talvez...)

O Islã, eu achava que tinha só uma chance em um milhão de voltar à antiga glória expansionista, afinal hoje em dia a maioria dos países islâmicos são atrasados e desgraçados. Porém, o Islã tem a seu favor a demografia e a imigração, bem como a dedicação fanática de milhões de aderentes. Isso não deve ser subestimado. Se as coisas continuarem como estão, em cinqüenta anos poderão dominar ao menos alguns países europeus. E a Turquia, berço do Império Otomano, continua bastante fortinha e com população enorme. Se entrarem na União Européia, o jogo está feito.   

O projeto globalista é de longe o mais ambicioso - e o mais insano. Está em alto estado de implantação. Seus objetivos, porém, são os mais obscuros, e os mais impossíveis. Um governo global? Muitos tentaram isso, e faliram miseravelmente. Cada vez mais, este parece um projeto autodestrutivo, uma bomba-relógio dedicada a destruir mais do que a construir. Mas e, se, na verdade, o objetivo fosse outro? Se eles são assim tão espertos, devem pensar a nível de séculos, não de meras décadas, e não costumam deixar ponta sem nó. É possível que também o ressurgimento do nacionalismo, do racialismo e da engenharia genética tenham sido calculados cuidadosamente por eles, e façam parte do Grande Plano.

Por outro lado, às vezes eu penso que a elite é na verdade burra, incompetente, e que não tem plano de porcaria nenhuma. Talvez eles até realmente acreditem nessa bobagem de socialismo e multiculturalismo! Por exemplo, no outro dia, jovens franceses ocuparam uma mesquita em construção, em boa forma de protesto, pacífica e chamativa, homenageando Charles Martel. Porém, as elites governamentais da França e os grupos muçulmanos surtaram. Chamaram os jovens de "extremistas de direita". Eu acho que eles não sabem até que ponto as coisas podem ir, ignorar a força do nacionalismo é perigoso: Breivik, o assassino norueguês, tinha planos de usar armas químicas, nucleares e biológicas contra islâmicos e esquerdistas. E eles surtam com ocupação pacífica de mesquita e pedido de referendo? Ué, eles esperavam o quê, que as pessoas aceitassem cantando e dançando a presença de milhões de estranhos, de uma religião tradicionalmente inimiga, em seu solo para sempre?!?  

Onde iremos parar? O que realmente está acontecendo? Discutam entre vocês. Eu, sumirei por uns tempos! Até mais!


O Cristianismo diminuiu o crime na Europa?

Um interessante artigo parece indicar que sim, o Cristianismo tornou as sociedades européias e o homem europeu menos violento.

Não tenho muito tempo para elaborar, mas o que artigo original indica é que antigamente existiam muitas mortes violentas na Europa antiga, como sabe qualquer um que assistiu Conan o Bárbaro, e mesmo durante a Idade Média havia um mínimo de 30 assassinatos para cada 100.000 pessoas (mais ou menos como no Rio de Janeiro de hoje, mas sem armas de fogo). Como o Cristianismo mudou isso?

Bem, além das possíveis explicações religiosas (Jesus salva), existem as explicações científicas: primeiro, o Cristianismo ajudou a terminar com as vinganças pessoais e familiares, instituindo a punição estatal aos infratores (não foi criação do cristianismo em si, mas o cristianismo proporcionou o código de conduta moral) e o prêmio aos melhor comportados. Com o tempo, houve uma seleção dos genes que promoviam valores cristãos enquanto os maus não deixavam descendència.

A outra forma na qual o Cristianismo ajudou foi com a proibição do casamento entre primos pela Igreja Católica após a queda do Império Romano. Além de reduzir doenças genéticas, o fim do casamento entre primos gerou uma sociedade com menos violência, devido ao fim de clãs familiares eternamente vingativos entre si. Não por acaso, o casamento entre primos ainda é muito comum no Islã.

Enfim, achei interessante, mas seria necessário um estudo mais aprofundado a respeito. Não explica-se como as sociedades asiáticas se tornaram menos violentas (samurais, ninjas, etc.).


Para onde vai o homem branco?

Este vai ser provavelmente o último post que faço sobre raça (o tema parece conduzir ao bitolamento). Segundo recentes estudos, apenas 27% das criancinhas californianas são brancas. A grande maioria são de origem latina, isto é, mestiços hispano-ameríndios mexicanos (51%). Criancinhas negras são apenas 6% (os mexicanos afastam os negros?), o que é compensado pelo aumento de asiáticos, indianos, etc. Em todos os EUA, o número de crianças brancas está diminuindo proporcionalmente em relação à população total. Crianças são o futuro, certo?

Na Europa, os muçulmanos e outros imigrantes "escurinhos" ainda são minoria (não chegam a 10%), mas têm uma fertilidade maior do que os brancos nativos, continuam imigrando a mil, e é provável que repitam o que já ocorreu nos EUA. Alguns dizem que "não devemos nos alarmar", mas, ora, alguém nos anos 50 imaginaria que os EUA teriam maioria não-branca em poucas décadas? Na Inglaterra, uma em cada seis crianças em idade escolar já não tem o inglês como primeira língua. Eu já disse que as crianças são o futuro?

Situação difícil

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O tempo dos assassinos

Um post relacionado com o anterior, ou não. Um leitor anônimo informa que a polícia grega, infiltrada por neonazis, estaria descendo o pau nos esquerdinhas, inclusive realizando torturas na prisão. A notícia não me alegra.

Também vejo com certa suspeita o crescimento de movimentos de extrema-direita como Aurora Dourada, o Jobbik na Hungria, e alguns outros grupos, alguns que pregam a violência, pipocando aqui e ali.

Talvez seja uma questão de temperamento, mas, embora sendo a favor de um moderado ressurgir do nacionalismo étnico e do fim imediato da União Eurábica multicultista e dos Estados Unidos do México Norte, não gosto de nenhum autoritarismo ou violência. Gostaria que as coisas pudessem ser resolvidas de forma racional. Porém, não é provavelmente o que vai acontecer.

O fato é que a direita (ou o nacionalismo, que é quase a mesma coisa, ou parte dela) também foi responsável por grandes doses de violência, maldade, mentiras e guerras na História. Nenhum lado é santo; são apenas duas forças opostas, o progressismo transnacional e o etnonacionalismo. Estão fadadas a colidir. E quanto mais avança uma, mais forte é a reação da outra. A História é um pêndulo que deixa cadáveres em cada ida e volta. 

Outra, similar mas oposta. Os esquerdistas criticam a "colonização", mas a verdade é que o que está ocorrendo hoje em dia, em parte graças a eles, é também uma colonização. Os europeus, afinal, também foram para a América para "trabalhar e mudar de vida", assim como fazem os imigrantes hodiernos. E, assim como os homens brancos despojaram os índios de seus territórios, hoje mestiços de indígenas e negros com brancos (os descendentes de colonizados, escravos e colonizadores!) e norte-africanos migram para colonizar terras da América e da Europa. 

Porém, tudo o que vai, volta. Várias forças opostas estão prestes a colidir por todo o planeta. No Oriente Médio, entre religiões inimigas. Na Europa, entre os muçulmanos e os nativos. Nos EUA, entre as diversas minorias que formam uma cada vez mais esfacelada América. Mesmo na Ásia, além das duas Coréias, agora China e Japão voltaram a se estranhar. Ao contrário da utopia global, tudo parece apontar para um ressurgimento do nacionalismo mais belicoso.

O que acontecerá? Não sabemos, mas, a julgar pela História, não vai ser bonito.

(Espero até então ter terminado de construir o meu bunker secreto, repleto de armas, roupas anti-radioativas, e o melhor vinho que o dinheiro pode comprar.)



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Democracia em crise?

Será que a democracia moderna já deu o que tinha que dar? Não sei, as vezes me pergunto. Vendo os programas eleitorais no Youtube e acompanhando as eleições via Facebook, acho um espetáculo bizarro e algo deprimente. Achei bacana este clipe aqui, que um grupo de estudantes gaúchos fez. Representa mesmo o que viraram as campanhas políticas hoje em dia: processos vazio de conteúdo, reduzidos a pura forma, no qual um candidato vale o outro. 

É claro, a maioria de meus "amigos" no FB são de esquerda e votam no Obama ou nos candidatos do PT. Já o povo procura o novo Tiririca ou Wolverine. De qualquer modo, mesmo nos candidatos de direita não levo fé, até na tal extrema-direita européia são toscos e demagógicos. Acho que há algo de vulgar nos movimentos de massa...

E o comentário político? Custa a achar alguém que escreva de forma inteligente. Por exemplo, segundo a "filósofa" Marilena Chatui, que enlouqueceu e esqueceram de internar, Russomano simbolizava “a forma mais deletéria do populismo, porque é o populismo de extrema direita” de uma cidade “conservadora, excludente e violenta”, enquanto Serra encarnaria “um dos elementos de selvageria e barbárie do estado e da cidade de São Paulo.” Tá bom... 

Nos EUA, a mesma discussão idiota e debates inúteis. Romney está sendo criticado pela mídia por um comentário totalmente inofensivo sobre mulheres no mercado de trabalho. A pergunta aos candidatos, feita por uma "eleitora indecisa" (como é que alguém pode estar indeciso entre Obama e Romney, dois candidatos tão diferentes?), era o que cada um faria para "retificar o fato de que as mulheres ganham em média apenas 72% do salário dos homens". Romney recordou um episódio de sua carreira no qual requisitou catálogos de mulheres para empregar em sua companhia. Minha resposta seria bem mais simples: "NADA." Não é trabalho do governo equiparar o salário de ninguém.

O fato é que já foi insistentemente provado (e difundido até pelo esquerdista New York Times) que as mulheres ganham ligeiramente menos do que os homens (e não na proporção de 72%) por uma mera questão de mercado: a) dedicam-se em média a atividades menos lucrativas; b) são menos eficientes em algumas ocupações (mas talvez mais em outras); c) muitas tendem a abandonar o emprego ou dedicar menos tempo a este quando formam uma família. Feministas adoram reclamar, mas o fato é que mais de um estudo já apontou que 75% das mulheres prefeririam poder só ser donas de casa e ficar cuidando das crianças.

Alexis de Tocqueville famosamente escreveu sobre os riscos da democracia, de evoluir para um despotismo burocrático ou para uma tirania da maioria. Vemos claramente esse fenômeno hoje em dia, com o Estado de dependência social, a imigração importando votantes e a censura do politicamente correto. De qualquer modo, é possível que o sistema ainda dure nos EUA, onde apesar de tudo ainda resiste.

Na Europa, não lhe dou cem anos (talvez nem 50). Acho que antes do fim desse período vai acontecer, ou uma volta de regimes autoritários (sejam socialistas de esquerda, sejam nacionalistas de direita), ou então os muçulmanos vão eventualmente dominar demograficamente e tomar conta na forma de pequenos califados.

Na América Latina, bem, somos meros papagaios do que rola alhures, mas o mais provável é que voltemos a sistemas com caudilhos autoritários populistas disfarçados de democratas: a Venezuela já voltou, a Argentina parece estar voltando, e acho que o Lula está preparando o seu bote para 2014.  

Democracia às vezes é ruim, mas o que está por vir pode ser ainda pior. Seja o que Deus quiser!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Nivelando por baixo

Na Suécia, a cozinheira de uma escola pode ser obrigada a preparar uma comida de pior qualidade. O fato é que seus lanches eram tão gostosos que teriam colocado as outras escolas em desvantagem. "Injustiça!", gritaram os suecos.

Como na Suécia Socialista a competição é muito mal vista (*), em nome da igualdade geral todos terão que ser obrigados a comer uma comidinha mais insossa. A cozinheira não poderá mais assar o próprio pão fresco como costumava, mas deverá comprá-lo já pronto no supermercado, como fazem todos os outros nas outra escolas, e a variedade do bufê de vegetais será cortada pela metade, para adequar-se ao menu oficial aprovado pela Secretaria de Educação.

(Eu sugeriria, para ainda maior igualdade, que os lanches de todas as escolas suecas sejam colocados em um liquidificador gigante até serem transformados em uma papa homogênea, e apenas então distribuídos às crianças. Todos finalmente iguais!)

Esta história, embora não tão grave como outras que vemos e ouvimos, demonstra de forma perfeita a insanidade igualitária que tomou conta do Ocidente, e que se continuar nesse ritmo nos levará à ruína. Como é impossível que tudos tenham tudo do bom e do melhor, a tendência será sempre a de igualar todos rumo a um mínimo denominador comum: nivelar por baixo.

Quando Kurt Vonnegut escreveu "Harrison Bergeron" nos anos 50, um belo conto sobre uma sociedade na qual os mais bonitos ou talentosos são penalizados para não se destacarem acima da média, ele provavelmente não sabia que estava sendo tão profético...

Vejo essa nivelação por baixo em quase todos os aspectos da sociedade. Por exemplo, as pessoas hoje, seja de que classe forem, se vestem cada vez pior. A tendência é todos usarem jeans e camiseta ou outras roupas bem informais. Claro, os ricos continuam se destacando usando um jeans da moda que custa 800 dólares e uma camiseta de marca que custa 400, além de uma bolsa que custa 3.000, mas são diferenças sutis. O fenômeno da tatuagens, que antes servia para identificar marginais e rednecks, hoje universalizou-se até para as classes mais elevadas (mas ainda há diferença, com os pobres tatuando dragões gigantes e os classe média símbolos mais discretos). 

E a música pop atual? Acredito que faça parte do mesmo fenômeno de nivelação por baixo. No outro dia, assisti a um vídeo clipe no Youtube que me deixou prostrado, triste, indiferente a tudo e a todos, já quase não me importando se o Ocidente acabar ou não.

A canção, se é que podemos chamar assim, é "Stupid Hoe" (Puta Estúpida), de uma certa Nicki Minaj. Eu achava que o auge da decadência ocidental e da extravagância do pop atual tinha sido Lady Gaga, mas estava enganado. Sempre há o que piorar.

Se eu fosse malvado, pediria aos leitores que assistam ao vídeo até o fim. (Não vou pedir, cliquem apenas se tiverem coragem.) Em vez de música, há cacofonia. Em vez de uma voz cantando, há uma voz gritando e estrilando. O vídeo em si parece querer propositalmente causar epilepsia. E a letra, bem, além de extremamente vulgar, não faz sentido algum. O refrão, que talvez seja autobiográfico, é: "puta estúpida, puta estúpida, puta estúpida!"  

Alguns dirão que a culpa é da moça ser negra. Discordo. Perto dela, Louis Armstrong é Caruso e Thelonius Monk é Mozart. A verdade é que eu gosto de várias coisas da música negra americana, em especial dos anos trinta aos cinqüenta. A discussão, neste caso, tem mais a ver com a decadência da música pop e do Ocidente em si. (Madonna e Lady Gaga são brancas, e são tão patéticas quanto.)

Acredito que tenha a ver com o fato de que antes todos, até mesmo os negros, se miravam nos exemplos de arte superior que era produzida, e tentavam emular isso, inclusive na aparência. Hoje, já não há qualquer critério de qualidade ou mesmo interesse nela, o que explica o rap nos EUA e o funk no Brasil.

No mais, é claro que o discurso igualitário vale para alguns mas não para outros, afinal os ricos e os políticos, mesmo na Suécia, certamente continuarão comendo do bom e do melhor. Uma das ironias da "era igualitária" é que esse discurso vem sendo promovido com cada vez maior insistência desde os anos 60, mas nesse meio-tempo a desigualdade só cresceu, cada vez mais. E os maiores igualitaristas são aqueles que menos perdem com o igualitarismo, quer dizer, como dizia Orwell, todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros.

Eu, pessoalmente, gostaria de mandar todos esses igualitaristas ricos para morarem em Cuba ou na Venezuela! Afinal, é claro que igualdade no dos outros é mero refresco...

(*) A Suécia gosta tanto de igualdade que tem até um Ministro da Igualdade (Jämställdhetsminister). Naturalmente, não poderia ser um sueco nativo, portanto é uma africana nascida no Burundi, com um pai cristão e uma mãe muçulmana, para bem do povo e felicidade geral da nação. A verdade é que os povos nórdicos e especialmente escandinavos tem forte tendência igualitarista, e foram os alemães que inventaram o atual welfare state, com o Bismarck. Então, que se danem. E nós, que seguimos a onda, também.

Os suecos gostam de igualdade. E você vai gostar também.

sábado, 6 de outubro de 2012

Os falsos deuses do progressismo

Muita gente, eu incluído, se pergunta: se o "progressismo" é tão ruim e está acabando com o pouco que resta do Ocidente, porque tantos seguem essa ideologia?

Alguns acreditem que se trate de mera "lavagem cerebral" imposta contra a vontade, mas eu não acho. Temos que admitir que, se tantas pessoas seguem uma idéia, é porque acreditam naquilo como algo bom, e talvez o progressismo  seja meramente uma forma deturpada de coisas que, em menor escala, são mesmo boas.

Por exemplo, a caridade, ajudar o pobres e os desvalidos, não é um mal. Mas daí a transformar isso na escravidão dos trabalhadores frente aos desocupados, na "redistribuição de renda" dos que têm para os que não tem, vai uma longa distância. A caridade é (e sempre deve ser) voluntária, se não não é caridade, mas roubo.

A tolerância com os desconhecidos também pode ser um bem. Aceitar que os povos têm costumes diferentes é a base para o convívio civilizado. Mas daí partir para a invasão forçada de países inteiros por hordas de culturas estranhas, e querer que o convidado seja quem manda na casa do hóspede em nome do "multiculturalismo", aí é demais. Se alguém está morando de favor na sua casa e começa a querer ditar as regras, você  logo vai encher a paciência, certo?

A liberdade individual também é uma coisa boa. Porém, quando desprovida de valores morais, quando não se aceitam nem mesmo os limites do bom senso, torna-se um vício. A liberdade, penso, deve ser guiada pela idéia básica de que existem escolhas boas e escolhas más, e que devemos tentar privilegiar as escolhas boas. Todos erramos, eu mais ainda, mas isso não quer dizer que certo e errado não existam e que tudo seja igualmente válido, como o progressismo quer nos fazer crer.  

A crença numa dignidade básica humana é também uma boa característica, que nos eleva além do tribalismo mais primário. Porém, isso não quer dizer que devemos ser ingênuos e achar que todo mundo é exatamente igual a todo mundo independente de como age, que bandido tem os mesmos (ou até mais) direitos que sua vítima, que quem mata e rouba deve deixar de ser punido.

A grande tragédia do progressismo é que deturpa bons valores, transformando-os em vícios destrutivos. São falsos deuses que nos levam à desgraça e à perdição.

"Cuidado com os falsos profetas, pois eles se apresentam a vós em peles de cordeiro, mas por dentro são ferozes lobos. Pelos seus frutos os conhecereis!"

O que fazer no lugar do welfare?

Todo mundo está cansado de saber que o "welfare state", ou estado de bem-estar social, ou mais especificamente o sistema que permite que alguns não trabalhem enquanto outros pagam a conta, está falindo, ainda mais com a imigração aumentando absurdamente o número de dependentes. Na Europa, nos EUA, onde for. Simplesmente o dinheiro está acabando. Não dá mais!

A questão é: o que fazer no lugar do welfare state

Charles Murray, autor de "A Curva do Sino", que já foi citado mais de uma vez aqui, certa vez sugeriu uma idéia radical. Ele disse: em vez de gastar tanto dinheiro na infra-estrutura que sustenta educação, saúde, bolsa-família, bolsa-telefone, bolsa-isto, bolsa-aquilo, façamos apenas o seguinte: acabamos com toda essa parafernália burocrática de assistência, e vamos dar dez mil dólares anuais para cada cidadão americano maior de 21. No fim das contas, sai mais barato do que o welfare, e cada um gasta o dinheiro como quiser.

A idéia não era ruim, mas, lamentavelmente, é impraticável. A verdade é que, assim como nem todos sabem ganhar dinheiro, nem todos sabem gastar dinheiro: alguns usarão o dinheiro sabiamente investindo em educação, casa, saúde, aposentadoria, enquanto outros gastarão tudo em cachaça, acessórios pros carros e tênis Nike. E aí, os pobres que gastaram mal seu dinheiro vão estar ainda mais pobres, e de novo vão estar precisando de ajuda...

O blogueiro Half-Sigma tem uma idéia parecida: esse negócio de querer dar educação e saúde para os pobres é, no fundo, coisa de progressista de classe alta. Não, vamos dar aos pobres o que eles realmente querem. Em vez de dar educação, comida saudável e trabalho, coisas nas quais a maioria deles no fundo não estão tão interessados, vamos dar tênis e roupa de marca, ingresso para show de funk, cerveja barata e comida do MacDonald's. No fim das contas, sairia bem mais barato, e no fundo eles não gastam o que recebem nessas coisas mesmo? Bastaria então apenas eliminar o intermediário (a burocracia estatal), reduzindo custos, e todos estariam felizes. Não gosto da idéia, pois não ensina bons valores, mas seria uma economia.

Outra solução que li por aí, aparentemente baseada no que ocorria no sistema comunista, é colocar os ex-dependentes estatais para trabalhar: recolhendo lixo, limpando graffitti, tirando erva daninha dos gramados públicos, e toda uma série de trabalhos que no mínimo melhorariam visualmente a cidade. Sou bem simpático a essa idéia, que seria ainda melhor se aliada a ensinamentos de moral cristã. O problema com ela é que, mesmo sendo um trabalho braçal relativamente simples, muitas dessas pessoas das camadas mais baixas não estariam preparadas, resultando que alguns iriam preferir o crime ou a vagabundagem, ou simplesmente não seriam tão eficientes no trabalho, então não daria certo, salvo que vivêssemos em um sistema de semi-escravidão, ou num estado autoritário ao modelo soviético.

Se tais pessoas não são capazes de realizar trabalhos úteis com eficiência, outra solução seria a de pagá-las para realizar trabalho inúteis.Tipo: em troca do pagamento de subsistência, eles teriam que fazer um trabalho sem utilidade prática, como cavar buracos e logo depois tapá-los (Half-Sigma sugere que sejam pagos para jogar videogame, mas eu discordo). Embora pareça uma coisa estúpida, acho que a idéia tem o seu gênio: a) ocupa o tempo dos marginais, reduzindo o crime (mãos ociosas são a oficina do Diabo); b) após oito horas cavando, os sujeitos estariam demasiado cansados para ficar fazendo baderna ou filhos, o que diminuiria o crime e a confusão nas cidades, além de reduzir a natalidade; c) o trabalho, ainda que sem utilidade prática direta, ao menos ensina valores e dá caráter; d) a vantagem de ser um trabalho inútil é que não importa se eles são ineficientes ou estúpidos: o importante apenas é ocupar o tempo e fazer com que valorizem o salário, obtido então em troca de trabalho duro e não da mera existência. Talvez seja uma solução.

Uma idéia mais radical seria a bolsa-esterilização, ou bolsa-sem-família: isto é, fazer o contrário do que faz o bolsa-família, e pagar aos pobres para que não tenham filhos. Alguns se escandalizam, mas, se for voluntária, qual o problema? A verdade é que hoje em dia os pobres têm mesmo muitos filhos, e os ricos, poucos, e, se não quisermos que no futuro todos sejam pobres, é melhor controlar isso mesmo. Essa idéia tem a vantagem de reduzir também o aborto, pois com a ligadura de trompas ou vasectomia não há a geração da criança.

A última opção? Bem, a última opção, e provavelmente a que acontecerá, é esperar que o sistema estoure, e aí, quando tudo for pro brejo, é cada um por si e salve-se quem puder.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O debate

A notícia destes dias foi o debate entre Romney e Obama. Confesso que assisti muito pouco e achei meio chato. Porém, minha impressão básica é que Romney se saiu melhor. Obama parecia cansado e sem convicção, longe da figura carismática de 2008. Romney, bem-apessoado, tranquilo, mostrou que está muito longe de ser o "monstro direitista" que é pintado pela mídia. Se formos avaliar apenas pela postura e linguagem corporal, Romney ganhou de goleada.

Quanto ao conteúdo, não posso avaliar, pois assisti apenas um pedaço. Parece que quase tudo se centrou na temática da economia e empregos. Curiosamente, a temática da imigração, diretamente relacionada com esse assunto, mal foi debatida. De qualquer modo, para a maioria dos comentaristas, Romney venceu.

Eu não sei se isso será suficiente, no entanto, para lhe dar a vitória. A verdade é que, em política como em tudo, as pessoas são muito mais movidas pela emoção e por pensamentos irracionais do que pelo debate lógico. Quem gosta de Obama continuará gostando e tratará de racionalizar a sua má performance no debate. Quem não gosta, continuará sem gostar.

Além disso, não esqueçamos que foi apenas o primeiro debate, e talvez faça parte da estratégia dar uma de bonzinho e calminho no começo. Certamente, nos dois próximos, e com uma pequena ajudinha de seus coordenadores de campanha, Obama vai mostrar as garras.

Curioso também que os candidatos não tenham mencionado os vídeos virais mais chamativos das últimas semanas: Obama poderia ter criticado o vídeo de Romney acusando 47% da população americana de ser dependente do Estado, e Romney poderia ter retrucado com a imagem da eleitora (na verdade, ativista) do Obamaphone.

Para quem não sabe, o segundo vídeo mostra uma mulher afirmando que Obama estaria dando telefones celulares de graça aos pobres. É verdade, mas o programa não começou com Obama, mas com Clinton (alguns dizem que foi mesmo com Reagan). Sobre isso, falarei em outro post, em breve. Até.


Duas mortes

Morreu Eric Hobsbawn e o mundo chora. Morreu Philip Rushton (quem?) e o mundo nem ficou sabendo. Nem a Wikipedia, normalmente tão atenta, percebeu.

Eric Hobsbawn era um historiador marxista. Confesso que li pouco de suas obras. Acho que escrevia muito bem, o que explica parte do seu sucesso, embora seu ponto de vista estivesse comprometido com o comunismo, no qual não deixou de acreditar até o fim. Em uma entrevista de 1995, perguntaram a ele se achava que o sacrifício de vinte milhões de pessoas por Stalin teria sido válido se o comunismo tivesse dado certo. Sua resposta foi "sim".

Rushton era um professor canadense de psicologia quase desconhecido para quem não é da área. Escreveu um livro sobre raça e QI com alguns pontos interessantes. Porém, como o tema é tabu, foi chamado de racista, atacado com violência, teve seu livro censurado e quase foi demitido.

Não posso dizer que concorde com tudo o que ele diz (algun pontos no seu livro me pareceram meio fracos e sem comprovação), mas, no meu mundo ideal, tanto Hobsbawn quanto Rushton deveriam poder publicar seus estudos sem proibição e sem algazarra.

Talvez seja ingenuidade de minha parte, mas não vejo porque necessariamente estudos sobre a possibilidade de diferenças raciais tenham que transformar o sujeito num nazista selvagem. Eu acho que é uma questão científica válida e até bastante interessante, e que era a norma nos estudos antropológicos até há poucas décadas atrás. Talvez o estudo pudesse mesmo ajudar os mais desvalidos, em vez de dar lugar a uma fantomática "supremacia branca" (e porque não "supremacia asiática", já que os asiáticos do leste seriam em verdade, segundo o estudo, os que têm maior QI?).  

Bem. Na morte somos todos iguais. R.I.P.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

O discurso começa a cansar?

O blog do Sakamotinho continua com suas inanidades anti-paulistas e anti-classe média de sempre, mas chama a atenção que a maioria dos comentaristas já não traga as bobagens com o mesmo gosto. Neste post em particular, muitos antigos leitores reclamaram do blogueiro e até exigiram a sua retratação.

Noto o mesmo fenômeno na mídia americana, com maior presença de comentários cínicos ou sarcásticos contra a "sabedoria convencional", mesmo em portais da grande mídia.

Será que o discurso progressista está começando a cansar?

Será que a diferença entre a visão rósea progressista e a realidade cinza do dia a dia finalmente começa a ser grande demais? Será que os jovens, para contrariar seus pais, estão virando mais reaças? Ou será que na era da Internet as pessoas estão descobrindo que "the truth is out there"?

Ou será que é o contrário, que a vitória do progressismo é já tão completa, tão acachapante, que eles nem precisam disfarçar mais e podem até se dar ao luxo de deixar manifestar os descontentes?  Como disse certa vez Nikita Kruschev, "Nós enterraremos vocês. Seus filhos serão Comunistas. Vocês não aceitarão o Comunismo diretamente; mas nós continuaremos dando-lhes pequenas doses de Comunismo até que vocês um dia acordarão e descobrirão que já são Comunistas. Não precisaremos nem lutar."

Minha impressão é que as duas coisas estão acontecendo. Por um lado, Nikita estava certo: os esquerdistas venceram a guerra cultural e "tá tudo dominado." Ao mesmo tempo, o sistema ficou tão corrupto, as promessas de igualdade e felicidade deram tão errado para a maioria das pessoas, e ficou tão evidente que "alguns são sempre mais iguais do que outros", que a muitos não resta mais do que o cinismo. Acho que a tendência é rumo a um conflito cada vez maior entre aqueles que ainda acreditam no esquerdismo e os que não.

Será? Não tenho tempo ou paciência para elaborar agora, eu também estou cansado de repetir os mesmos discursos, mas podem discutir entre vocês.

I'll be back. Maybe.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Próxima parada: incesto

O diretor Nick Cassavetes, filho do lendário John Cassavetes, fez um filme sobre incesto: uma irmã e um irmão que se "apaixonam". Em uma entrevista ele diz uma coisa curiosa: "Se você não tem filhos, o que importa? Ame quem você quiser. Não é isso o que dizemos sobre o casamento gay, ame quem você quiser? Se é seu irmão ou sua irmã é bem esquisito, mas no fundo, vocês não estão machucando ninguém a não ser aqueles que se escandalizam pelo fato de vocês se amarem".

Não conheço os filmes do Nick; acho que vi um ou dos dos filmes do seu pai. De qualquer modo isso nem é novidade. O Brasil, que em termos de cinema escroto está sempre na vanguarda, já fez um filme sobre incesto que foi até mais além: era incesto gay entre dois irmãos. Tudo, segundo o diretor, mostrado de "forma positiva".

Na verdade, nada disso é sequer novo, pois o francês Louis Malle, já nos anos 60, tinha feito um filme sobre incesto, "Sopro no Coração". Querem saber? Gosto do filme, acho que o tema foi tratado com delicadeza. (Ou talvez seja apenas saudade da França daquela época, quando todos eram brancos franceses e não se viam burcas na rua...)

No mais, acho que o problema não são os filmes em si, que serão vistos por pouca gente, mas o raciocínio de Nick, que está sendo cada vez mais adotado por todos: se casamento gay pode, então pode também qualquer coisa. Quer dizer, tudo vale, desde que seja "consensual".

De fato, ele está certo: se a única coisa que conta é ser "consensual", se Deus não existe e tudo é permitido, então, não existe motivo para qualquer regra moral que vá além do gosto do indivíduo: eu quero e não incomodo diretamente ninguém, portanto eu posso. A mesma coisa, aliás, foi alegada em um caso de incesto entre irmãos no mundo real. (A lei negou-lhes o direito de conviver, mas apenas pelo motivo de que a irmã-amante apresentava problemas mentais e portanto era legalmente incapaz de ter um total consenso).

Por essa mesma lógica de vale-tudo, o canibal alemão que devorou sua vítima seria também "moral", pois tratou-se de um ato consensual entre os dois.

Aliás, a única razão para (alguns) progressistas oporem-se ao bestialismo ou sexo com animais é também apenas essa: que o animal não possa dar o seu consentimento para o ato de forma inequívoca. Se pudesse, não tenho dúvidas que os progressistas adorariam. 

No outro dia, preenchi um formulário. As opções eram: "a. Male b. Female c. Transgender d. Other".  Enquanto isso, na França, aboliram das comunicações oficiais as palavras "pai" e "mãe". E assim vai se indo.

Acho que é já bem claro que, uma vez resolvido o assunto gay, os progressistas um dia vão querer acabar com o tabu do incesto. Na verdade, a única questão é saber o que vai ser promovido primeiro: poligamia, pedofilia, necrofilia, canibalismo ou incesto?

Senhores, façam suas apostas. 


O custo da imigração

A Dinamarca parece ter aprendido a lição da violência gerada pelos "cartuns de Maomé". Tornaram as leis contra a imigração mais duras, e economizaram bilhões de dólares no processo. 

Sim: em vez de ficarem sentados na mandioca islâmica, os dinamarqueses fizeram um estudo e descobriram que, ao longo de dez anos, imigrantes "não-ocidentais" (isto é, na sua maioria, refugiados de países árabes e africanos) custaram à Dinamarca 2,3 bilhões de euros. Já os imigrantes ocidentais (provavelmente, eurodescendentes) contribuiram positivamente com 295 milhões.

Ou seja, no fundo, é muito simples para quem pode ver. Imigrantes ocidentais contribuem e se adaptam melhor, imigrantes não-ocidentais dão prejuízo. (Também poderíamos substituir a palavra "ocidentais" por "brancos", que funciona quase igual. Se bem que tem alguns brancos europeus convertidos ao islamismo que já deram problemas às autoridades, então, é preciso cuidar isso também.)

Os dinamarqueses, que não são tão burros quanto outros escandinavos, tornaram a imigração desse povo muçum problemático mais difícil, tanto que vários afro-dinamarqueses e árabe-dinamarqueses decidiram se mudar para a... Inglaterra, onde eles tem mais benefícios. (Sim, os ingleses são meio burros.)

Mas será que alguém está prestando atenção? Todos ficam aí dizendo que a imigração beneficia a economia e não sei mais o quê, mas o estudo dinamarquês é importante porque mostra de forma precisa que imigrante, em especial de países pobres, é mais problema do que solução.

Mas ninguém aprende. Muitos nem conseguem ver o problema. Por exemplo, leio uma matéria sobre Marseille, na França, informando que é hoje uma das cidades mais violentas da Europa e que muitos jovens morrem em conflitos de gangues ou relacionados ao tráfico de drogas. Porém, a matéria jamais fala na imigração como causa disso. Sim, os entrevistados têm nomes como Rachid, ou Samia, mas não fosse isso pareceria que o repórter está falando de um completo mistério, de uma mudança incrível na psiquê francesa que teria tornado os pacatos camponeses da era de Marcel Pagnol em violentos drogadictos, quando na verdade o problema é que o povo é que mudou -- não é mais francês, é árabe. 

Se a imigração de não-europeus, em especial de islâmicos, é tão problemática, e normalmente rejeitada pela maioria das pessoas, fica a pergunta: por quê está sendo promovida? Por que querem acabar com a Europa e com o povo europeu?

Alguns dizem que a idéia seja a de enfraquecer o Estado-Nação homogêneo, o que tornaria mais fácil a criação do Império Global. Será mesmo? Bem, pode ser. Eu não duvido de mais nada.

Porém, seria uma pena acabarem com a Europa e com o povo europeu, tão bonitinho.

"Tá pensando o quê?!"

Televisão, rednecks e etnias européias

Estou sem saco de falar de política, queria falar um pouquinho sobre televisão. Quase não assisto à TV americana, na verdade, mas fico sabendo do que rola pela Internet e pelo Youtube. Parece que uma das modas ultimamente por aqui é um "reality show" sobre uma família de rednecks, "Honey Boo Boo".

Assistindo o clipe, pergunto-me se a raça branca americana estaria devoluindo, ou se trata-se apenas de degeneração causada pela endogamia e pela dependência do estado de bem-estar. É verdade que em parte o objetivo midiático talvez seja o de ridicularizar os brancos pobres ou da classe trabalhadora, mais ou menos como "Jersey Shore" ridicularizava os ítalo-americanos. Porém, apesar do politicamente correto, existem também programas que ridicularizam os negros, os mexicanos, enfim, toda raça de gente pobre. O fato é que rir das classes baixas parece ser uma das grandes diversões da televisão americana, e quem mais se diverte com isso são as próprias classes baixas. Acho que acontece no Brasil também. O roto ri-se do esfarrapado...

Do outro lado do espectro, estão os seriados americanos bem produzidos e narrativamente originais assistidos pela classe média e alta. São bem dirigidos e bem escritos, não duvido, mas o problema aqui é outro, muitas séries americanas ultimamente parece que só pretendem mostrar extremos. Um seriado é sobre um professor que fabrica e vende drogas, outro sobre uma família de criminosos, outro sobre um psicopata que mata outros psicopatas... Tá bom, mas e séries sobre gente normal, não existem mais? (Bem, me disseram que "Mad Men" e "Girls" eram bons e politicamente incorretos, mas nunca assisti). Já os sitcoms de hoje em dia estão tão repletos de propaganda gay, que nem dá mais para assistir por medo de se pegar AIDS. Prefiro ver as reprises do Seinfeld...

Por sorte, tem na TV digital um canal de televisão internacional que passa algumas séries européias, que às vezes são mais digeríveis, ou, ao menos, algo diferente do usual. Minha série preferida é a italiana "Don Matteo", sobre um padre católico em uma cidadezinha do interior que se mete a investigar crimes, um pouco como o Padre Brown do velho Chesterton (o G.K., não nosso comentarista). Padre católico como personagem positivo em uma produção ocidental? Pois é, incrível, mas verdadeiro. A série, pra quem capisce italiano, pode ser vista toda online no site da RAI. 

Bem, mas o que achei interessante é que nesse canal passam também outras séries estrangeiras, aí no outro dia assisti uma série policial sueca. Bem feitinha, mas, comparando com a série italiana, chamou atenção uma coisa --- sua total falta de humor. Os suecos realmente não são famosos pelo humorismo: de Strindberg a Bergman, eles gostam é de histórias depressivas. Também gosto, na verdade, mas achei interessante esse contraste cultural entre suecos e italianos.

Isso me levou a pensar nas diferenças entre os povos europeus, tanto psicológicas quanto físicas. Anos atrás, o antropólogo Carleton Coon fez um estudo sobre as diversas "raças européias", medindo os crânios das pessoas e identificando vários tipos, de acordo com as medidas. Você pode medir a sua cabeça também. Hoje em dia seus estudos são considerados racistas, mas não entendo o porquê: ele estava apenas medindo e catalogando as pessoas de acordo com o conhecimento da época. Tá, é um pouco datado na sua terminologia. Porém, é curioso ver que, mesmo hoje em dia, parece que muitas de suas classificações fecham com o que se descobriu posteriormente sobre a genética.

Se as diferenças biológicas estão ligadas às diferenças culturais entre os diversos povos europeus, não sei e não sabemos, mas acho interessante especular sobre o tema. Gosto bastante da cultura italiana; há alguns "nordicistas" de nariz empinado que desprezam tudo que não for norte-europeu. Acho-os uns imbecis, mas tudo bem. O belo da Europa é (ou era) a sua diversidade - diversidade que, em nome da própria "diversidade", pode estar acabando, já que segundo alguns o futuro da humanidade é este aqui:


Acho que não vai se chegar neste ponto, a idiocracia vai progredindo mesmo sem a ajuda da imigração e da multiculturalização. "Honey Boo Boo" que o diga. E olhem que eu até que simpatizo com os rednecks, ao menos mais do que com os branquelos progressistas andando de carro híbrido, mas tudo bem. E nas novelas da Globo, o que está rolando?