domingo, 27 de dezembro de 2009

Terror natalino

Ho ho ho. Em pleno dia de Natal, um jihadista nigeriano tentou explodir um avião com 258 pessoas a bordo. Aparentemente, ele tinha explosivos escondidos na cueca (segundo algumas teorias, os explosivos não estavam na cueca, mas dentro do próprio orifício do sujeito, se é que me entendem. É a explicação para ele ter passado 20 minutos no banheiro antes de voltar ao seu assento e tentar se explodir).

Como vivemos em uma sociedade que se nega a aceitar que 99% dos atentados são cometidos por muçulmanos, o que vai acontecer é que homens brancos europeus, velhinhas de 90 anos e crianças serão cada vez mais fiscalizados. É possível que seja necessário inspeccionar a cueca dos passageiros, ou quem sabe até realizar um exame ao estilo dos de próstata. Cráu! Não tem bomba, pode passar.

Uma vez me perguntaram se eu era a favor ou contra a lei suiça contra os minaretes, ou da lei francesa contra a burka. Ora, não sou nem a favor nem contra. Sou a favor da proibição total da imigração de muçulmanos para a Europa. Sem muçulmanos, não há problemas com minaretes ou burkas. Minaretes e burkas, e bombas, são só sintomas. É uma problemática que nem mesmo deveria existir nesses países. Bastaria proibir a imigração. Aliás os EUA deveriam fazer a mesma coisa, e com maior razão, já que mais uma vez se vê que são o principal alvo depois de Israel.

Mas os progreçistas e os globalistas não querem, é claro. Para eles, tudo o que for antiocidental, melhor. Eis que dois artistas suíços, descontentes com a lei que consideram contrária a seus princípios, resolveram criar um presépio de Natal com minaretes. Graças a esses alegres bem-pensantes, a Europa está virando uma Eurábia. Um dia veremos minaretes em Notre-Dame e San Pietro. Lamentavelmente, os muçulmanos não serão tão tolerantes quando dominarem tudo. Algo me diz que jamais colocarão cruzes nas suas decorações de Ramadan.

É claro, os esquerdistas argumentam que são a pobreza e o desespero que geram o terrorismo. Curiosamente, nosso amigo terrorista era filho do banqueiro mais rico da Nigéria, e morava nesta suntuosa maloca londrina.

O terrorista foi preso e sofrerá waterboarding.

2 anos


Blog de aniversário. Os charutos são por conta da casa.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Poema do domingo

O último poema

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Manuel Bandeira (1886-1968)

sábado, 19 de dezembro de 2009

Ecologistas-melancia

Adoro a Europa, onde estou neste exato momento, mas lamentavelmente é o continente onde a ideologia progreçista e globalista calou mais fundo. Há algum tempo, o Fábio Marton falou que faltava uma tradução exata para a palavra patronizing. Só assim, como patronizing, pode ser compreendido o recente evento em Copenhague em que Chávez e Mugabe foram ovacionados por políticos e empresários europeus. Os megaloditadores criticaram violentamente o capitalismo, ao mesmo tempo em que exigiram milhões de dólares de ajuda dos países ricos capitalistas (dissonância cognitiva pouca é bobagem).

Ora, os europeus são espertos para jamais elegerem um tipo como Chávez em seus países. Porém, acham engraçado quando os macaquitos elegem um, e o aplaudem quando realiza políticas que jamais permiritiam em seus próprios países, mesmo na União Socialista Européia de hoje.

Mas o ecologismo é o novo socialismo. Se os socialistas latinoamericanos são insuportáveis, ainda piores são os socialistas do primeiro mundo, membros da elite globalista que utiliza a mentira da "aquecimento global" para tentar controlar o planeta. (Aliás, qual aquecimento? Aqui na Europa está nevando pra caramba, tanto que estou refugiado blogando em vez de passear).

Agora já teve ter ficado bastante claro, mesmo para a maior toupeira, que o que está por trás do "aquecimento global" nada mais é do que um esquema bilionário de transferência de riquezas. Perceba que ninguém nem ao menos disfarça. Ninguém fala em preservação: todos falam apenas em dinheiro. Obama já está prometendo 100 bilhões de dólares anuais aos "países subdesenvolvidos" - que, acredite, incluem a China. Ou seja, os EUA, que já estão devendo até as cuecas, vão pegar emprestado mais 100 bilhões dos chineses, para dá-los... aos chineses.

(Que papel joga a China no globalismo? Hum.)

No mais, esta é a era dos ecologistas-melancia, verdes por fora, vermelhos por dentro. Ou, como li em uma frase por aí:

The trouble with the greens is that they are too yellow to confess they are really red.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Das soluções simples

Em geral prefiro o individuo.com ao individuo.org, mas esta discussão no segundo blog sobre o futuro do Brasil está bem interessante e recomendo sua leitura. Realmente, por que não somos uma nova Coréia do Sul? (Talvez prefiramos seguir a Coréia do Norte). Mas aí um dos comentaristas escreve:
A religião é a responsável. Na medida em que o brasileiro se secularizar, a educação melhorará.
Já eu acho que os "responsáveis" são esses reducionistas que acham que tudo pode ser reduzido a um único fator. A religião explica tudo. Ou a falta de religião. Ou o clima. Ou a genética. Ou a pobreza. Basta mudarmos x, e tudo será lindo e maravilhoso como em y.

Ora, fora o fato de que não existe qualquer relação entre a melhora da educação e a secularização (ao contrário, as escolas religiosas tem bem maior qualidade do que as escolas públicas, e aliás foram os jesuítas que instituíram o ensino no Brasil) não existem milagres nem explicações únicas. O Brasil é o Brasil por uma série de fatores históricos, econômicos, sociais e políticos bastante complexos, e sua mudança será igualmente complexa.

(Não me perguntem como resolver, eu não sei. Eu não tenho muitas certezas. Por exemplo, até faz pouco me considerava a favor da pena de morte. Mas aí li isto aqui, que me fez duvidar.)

Pessoalmente, eu acho que o problema do Brasil é sua elite intelectual plena de certezas e adepta a soluções simples (e quase sempre equivocadas).

"Tá resorvido": solução à brasileira.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A utopia da igualdade


Prometi não voltar a blogar até 2010, mas tive um tempinho aqui e li um interessante texto sobre o igualitarismo, explicando porque sempre resulta em tirania. Igualdade é o contrário de liberdade, é o contrário da natureza, é o contrário da vida.

A busca da igualdade é o maior mal da nossa era. Os progreçistas querem porque querem que todos sejam iguais. Para isso, não hesitam em utilizar as leis mais esdrúxulas para compensar os desavantajados, quando não a força bruta. Lamentavelmente, o projeto é largamente impossível, e, na melhor das hipóteses, apenas apenas consegue rebaixar todos ao mínimo denominador comum. Todos iguais chafurdando na mesma podre lama.

Marx começou com a palhaçada da igualdade de classes. Todos deveriam ser economicamente iguais, na base da porrada. (Para isso, é claro, alguns deveriam ser mais iguais do que outros: há sempre a classe do politburo dirigente que não se mistura com a gentalha e toma champanhe e caviar.) Mas hoje, a igualdade econômica não basta.

Desde os anos 60 o feminismo quer a igualdade de sexos. Porém, como homem e mulher continuaram sendo anatomicamente diferentes, o negócio não funcionou de todo. Por isso recorre-se ao autoritarismo. Agora a França vai impor a igualdade de sexo nas diretorias das corporações. De acordo com a lei, será obrigatório que as companhias tenham 50% de mulheres nos altos cargos executivos. Dane-se se não houver mulheres qualificadas para o cargo. A igualdade é mais importante do que o sucesso empresarial.

Não apenas hômes e muiés devem ser iguais: agora também o "terceiro sexo" tem que ter os mesmos direitos, incluindo casamento e filhos. Não espante-se se daqui a alguns anos alguém não vier sugerir uma lei exigindo a presença de 10% de travestis na diretoria de empresas.

Também as raças, etnias e culturas devem ser iguais, mas, para isso, novamente é preciso modificar as leis para beneficiar alguns e prejudicar outros. Pois não estamos falando de igualdade de condições, mas de resultados. Eis o caso das cotas raciais que depois de "grande sucesso" nos EUA agora chegaram ao Brasil. É curiosa uma coisa: há cotas para negros e índios, mas ninguém jamais sugeriu que devesse haver uma cota para asiáticos. No entanto, os descendentes de japoneses, que são uma minoria muito menor no Brasil, sem ajuda alguma ocupam 15% das vagas dos cursos mais disputados da USP como Medicina ou Engenharia. (A política das cotas é racista: afinal, se a levarmos a sério, pareceria confirmar o clichê de que negros e índios são preguiçosos e japonês é interigente, ? Melhor seria usar critérios socioeconômicos, que não levariam o Brasil a replicar o ressentimento racial que já que existe nos EUA. Até porque no Brasil somos todos misturados, não existe essa divisão tão acentuada entre um e outro grupo étnico/social.)

Mas não basta. A obsessão pela igualdade é tanta que agora também os feios devem ser iguais aos bonitos. Na Inglaterra, um canal de televisão colocou uma mocinha maneta como apresentadora de um programa infantil. Mas ainda assim choveram reclamações dos eternos descontentes: sim, ela é deficiente física, mas é loira e bonita. Discriminação!! Aí um outro canal de televisão decidiu colocar um apresentador de noticiários deformado dando as notícias do dia. Tudo bem, a iniciativa até que é simpática: mas e quando isso virar lei?

A lei, afinal, já protege os velhos, que tampouco podem ser discriminados, nem mesmo por planos de saúde. Todos também tem que ter igual direito a ter um teto. Quem quer alugar sua casa, já não pode rejeitar inquilinos transsexuais, muçulmanos, imigrantes ou maconheiros, sob pena de punição.

Chamem-me de preconceituoso, mas de certa forma eu sou é a favor da discriminação. Isto é, aceitar que existem diferenças. Até concordo que seja preciso ajudar os mais fracos ou mais pobres, e nada tenho contra uma que outra lei nesse sentido; só não acredito no ideal de igualdade forçada (fora a igualdade perante a lei). Não porque a idéia em si não seja nobre, mas porque sua obtenção é impossível, é oposta ao ideal mais importante da liberdade e, em grande parte dos casos, tem resultados negativos. Pode até haver uma (relativa) igualdade de condições, o que não pode é forçar-se uma igualdade de resultados. Se Bill Gates distribuir sua fortuna igualmente entre cem pessoas diferentes, um vai gastar tudo em bebida e mulher, outro vai ajudar os pobres, outro vai investir e ficar tão rico quanto Bill Gates, etc. Somos todos diferentes. Cada um aproveita melhor ou pior o que recebe de Deus (ou, vá lá, da Grande Loteria Espacial).

Lamentavelmente, aproximamo-nos cada vez mais da sociedade de Harrison Bergeron, cujo lema era: “All men are not created equal. It is the purpose of the Government to make them so.”

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Para onde vai o dinheiro de Copenhague?

Notícia A: Nações africanas exigem 722 bilhões de dólares anuais dos países ricos para lutar contra a "mudança climática".

Notícia B: Ditador africano manda construir estátua gigante ao custo de 27 milhões, vai cobrar entrada e afirma que vai embolsar pessoalmente 35% dos lucros, pois ajudou com o design.

Monumento à estupidez.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Poema do domingo

Fire and ice

Some say the world will end in fire;
Some say in ice.
From what I've tasted of desire
I hold with those who favor fire.
But if it had to perish twice,
I think I know enough of hate
To say that for destruction ice
Is also great
And would suffice.

Robert Frost (1874-1963)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O apocalipse que vem aí

Há uma sensação de ansiedade no ar. Blogueiros e comentaristas percebem que algo cedo ou tarde vai acontecer, embora não saibam bem o quê. Alguns apostam no colapsto total da sociedade ocidental. O número de survivalists, tradição nacional americana, não pára de aumentar nos EUA. A venda de armas e munições desde o início do governo Obama bateu todos os recordes possíveis e imagináveis. O ouro também está em alta, devido aos que temem a desvalorização do dólar. Há quem armazene comida e construa um bunker no próprio quintal.

De onde virá o colapso? Alguns apostam na crise econômica devido aos trilhões gastos por Obama, outros preferem crer na guerra racial. Alguns prevêem atentados nucleares islâmicos, outros o início de uma nova guerra mundial, e outros simplesmente preocupam-se com gripes e epidemias, a superpopulação, desastres naturais, the Big One, ou coisa que o valha.

O fato é que há uma sensação iminente de que o progressismo que hoje domina a maioria dos governos e sociedades atuais parece estar com os dias contados. Cada vez mais parece claro que vivemos em uma espécie de "mundo de faz de conta", onde todos fingem que políticas absurdas funcionam.

Por exemplo, na Inglaterra, o funcionário do governo apontado para identificar fanáticos jihadistas é... um fanático jihadista. Nos EUA, Obama afirma que o jeito de economizar dinheiro gasto em saúde é ampliando o programa para 300 milhões de habitantes, incluindo ilegais. No Brasil, o governo lulista decide que o melhor jeito de acabar com a violência do tráfico nas favelas é com oficinas de malabarismo, capoeira e de "cultura da paz".

Talvez a gota d'água seja mesmo o "aquecimento global". Leio hoje que os países emergentes estão exigindo 20 bilhões de dólares anuais dos EUA e da Europa para poderem "combater a mudança climática". Lembrou-me uma cena do primeiro "Duro de matar" em que Bruce Willis, ao descobrir que o interesse do terrorista era só ganhar alguns milhões, pergunta, decepcionado: "quer dizer que tudo isto não era por ideologia, mas apenas por dinheiro?" (Desnecessário dizer que os bilhões vão parar na conta de ONGs e ditadores africanos, e de nada servirão à ecologia)

Enquanto isso, o blog está de novo em crise: poucos posts, muito pessimismo. É preciso dar uma refrescada nas idéias. Vou viajar, amigos. Uma turnê pelo mundo e, em parte, pelo passado. New York, Berlim, Roma. (Bem, algo nesse estilo.) De qualquer modo, tentarei me desligar das notícias do planeta. Se for escrever, dedicar-me-ei apenas à ficção, na forma de um roteiro que desejo escrever. Volto a blogar só em 2010. Se o mundo não acabar até lá.

Feliz Natal e Feliz Ano Novo a todos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Políticas do suicídio

Todas as idéias progressistas aparentemente projetam um futuro feliz e harmonioso, feliz e igualitário para todos. Mas, se observarmos bem, veremos uma coisa curiosa: essas políticas no fim das contas nada mais levam do que ao fim da civilização ocidental. É um desejo de morte. Por trás de todo progressista, encontra-se um potencial suicida. Se não, vejamos:

Ecologia: os progressistas desejam acabar com o crescimento econômico, o que resultaria em mais pessoas morrendo de fome, e alguns querem mesmo reduzir a população do planeta à força. Há ecologistas que afirmam que "bilhões" de pessoas deveriam desaparecer da face da Terra. Como, não é explicado. O fato é que muitos ecologistas são movidos não tanto pelo amor aos animais, como pelo ódio à humanidade. Ou seja, ódio a si mesmos.

Imigração e direitos das minorias: os progressistas desejam imigração ilimitada de pobres e minorias para países ricos, para criar uma sociedade mais "diversa", e ao mesmo tempo aumentar os direitos das minorias em detrimento da "maioria" de nativos (i.e. brancos de origem judaico-cristã). Como os próprios progressistas são, em sua maioria, brancos de origem judaico-cristã desses países (ainda que muitos ateus), estão jogando contra o seu próprio time. Vejam por exemplo este artigo que sugere que a solução para a crise demográfica da Europa é importar muçulmanos e chineses, realizando uma substituição populacional total.

Terrorismo e crime: os progressistas são contra a violência, ou melhor, são contra a autodefesa. Os agressivos podem continuar suas práticas violentas, o que não é possível é defender-se, afinal devemos ser tolerantes com os intolerantes. Quanto mais intolerantes eles forem, melhor, pois é a maior prova de nossa tolerância. Terroristas e criminosos devem ter seus direitos respeitados, mas as vítimas pouco importam. Entretanto, como a maioria das vítimas do terrorismo e crime são e serão progressistas que vivem nas grandes cidades mais descoladas (ao contrário dos rednecks que vivem em locais mais isolados), também é uma forma de suicídio.

Freud explica? Bem, de um modo ou outro, todos somos suicidas, é só que alguns só tem mais pressa.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Poema do domingo

On the Death of a Politician


Here richly, with ridiculous display,
The Politician's corpse was laid away.
While all of his acquaintance sneered and slanged
I wept: for I had longed to see him hanged.


Hillaire Belloc (1870-1953)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O Brasil é o futuro do mundo

No Brasil - e cada vez mais também no resto do mundo - muitas pessoas têm a bizarra idéia de que os políticos existem para ajudar o povo. Que estão ali para "trabalhar para nós". É exatamente o contrário: somos nós que trabalhamos para eles. Eles estão ali para lucrar.

Eis a explicação do responsável pela mudança das tomadas nas casas de 198 milhões de brasileiros, ao custo de alguns bilhões:
A tomada brasileira é aquela que, forçando um pouquinho, aceita qualquer plugue. Acontece que isto é sempre muito perigoso e fizemos a mudança pensando na segurança do consumidor.
Ainda bem que alguém zela pela nossa segurança. Podemos ser pobres, mas ao menos teremos uma tomada quase igual à da Suiça e Liechtenstein. O que seria de nós sem o papai governo?

O brasileiro acha que governo é solução para tudo, o que é no mínimo curioso em um país em que os serviços estatais são quase tão ruins quanto os do Gabão. Por exemplo, fiquei sabendo que uma piadinha infame que o Robin Williams proferiu em um programa de entrevistas repercutiu enormemente no Brasil. Entre os comentários sobre a matéria, leio a seguinte pérola:
As autoridades brasileiras deveriam processar esse ator e exigir retratação pública.
Em um país em que jornais são censurados por senadores e um blogueiro é multado em 16 mil reais por causa de um comentário anônimo ofensivo publicado em seu blog, não duvido que apareça algum político esperto embarcando na idéia. Por mim, apóio a campanha do Fábio Marton. Políticos são mais nocivos trabalhando. Deveriam ser pagos para simplesmente não incomodar.

O lamentável mesmo é que o resto do mundo está se brasilizando, com europeus e americanos competindo para ver quem inventa leis mais esdrúxulas ou impostos mais ridículos. Sim, o Brasil é o país do futuro, mas não do jeito que o pobre Stefan Zweig pensava. Não é que o Brasil vá um dia ser uma superpotência. É que, no futuro, o mundo inteiro será um imenso Brasilzão.

Quem gosta de filme de pobre?

Ao ler recentemente uma matéria sobre "Linha de Impasse", fiquei me perguntando uma coisa. Quem é o público-alvo destes filmes brasileiros, sempre centrados nas classes baixas? Afinal, pobre não gosta de assistir filme sobre gente pobre, e mesmo que tivesse dinheiro para ir ao cinema não assistiria. Mas rico tampouco gosta de ver filme de pobre, pois já basta ter que aturar mendigos e pivetes na entrada do Multiplex. E quando o filme, além disso, não tem história, não tem final feliz (na verdade, não tem nem final), é chato e arrastado, garante-se que o público do filme não vai ser muito grande.

Então porque tantos cineastas brasileiros adoram explorar a miséria?

Não me entendam mal. Há "filmes de pobre" bons, como "Ladrões de Bicicleta" ou "Feios, Sujos e Malvados". Mas parece que muitos diretores brasileiros acreditam que não é preciso escrever um roteiro, basta mostrar gente pobre sofrendo na tela, e está ganho o prêmio em Cannes, Berlim, ou, se não der, ao menos no Festival de Araraquara. Nem vou fazer uma resenha sobre "Linha", pois a resenha que eu ia fazer já foi feita aqui:

Para Walter Salles e Daniela Thomas ninguém presta, só eles. Nem os personagens principais escapam da sina criminosa que parece se abater sobre a humanidade. A diferença é que seus erros são justificados pela velha lenga-lenga de que a sociedade e as circunstâncias os obrigaram a errar. Se uma mulher sem condições de criar uma criança engravida da quinta, a culpa é da sociedade. E a maldita sociedade, representada pela patroa, não compreende isso. Se um jovem resolve roubar, não se trata de desvio de caráter, são as circunstâncias e as dificuldades que o levaram a cometer seus crimes. Se outro usa drogas, só pode ser porque foi influenciado pelos amiguinhos burgueses, ele é só uma vítima. A culpa é sempre dos outros.

Não acho que a miséria deva ser varrida pra debaixo do tapete. Mas esse tipo de discurso não leva a absolutamente nada. A vida de quem realmente está na condição de pobreza não sofre nenhuma melhoria por conta desses filmecos. Aliás, tende a piorar, porque sempre há emprego de dinheiro público nesses projetos. Ou seja, além de se verem explorados na tela, os pobres ainda precisam disputar com cineastas os caraminguás dos nossos impostos.
O problema do cinema brasileiro é que tem muito cineasta que acha que seu ofício é "resolver os problemas do mundo" (ou, vá lá, aliviar a consciência culpada), em vez de entreter ou emocionar o público por uma hora e meia.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Crimes de piedade

Existe o Bem e o Mal? Alguns dizem que não, mas o problema aí é que ficam paralisados na hora de julgar um criminoso, por exemplo. Se tudo é relativo, como castigar alguém que, no fundo, é apenas uma "vítima da sociedade"?

Recentemente, uma mulher levou o aborto às últimas conseqüencias. Sem querer ter o filho e - diz ela - sem dinheiro para realizar um aborto, o que fez? Deu um tiro na cabeça do bebê dentro da própria barriga, no mesmo dia em que estava previsto o parto. A criança naturalmente morreu, mas a mulher sobreviveu. Foi acusada, julgada e inocentada. O juiz entendeu que não havia crime. Está certo: qual a diferença entre um tiro e um aborto afinal? O corpo é dela, não é isso que dizem?

Da mesma forma, o presidenciável Huckabee está com problemas nos EUA, pois no seu período como governador do Arkansas, por piedade, liberou um violento criminoso condenado a 98 anos de prisão. Livre após meros onze anos, o ladrão fez carreira: virou assassino e depois estuprador de crianças, e ontem matou quatro policiais que tranqüilamente tomavam seu café e comiam seus donuts enquanto esperavam o início do expediente.

Como Huckabee é republicano e cristão, vê-se que o problema não é só do progressismo, mas do cristianismo também, ou, ao menos, da mistura de cristianismo com progressismo que encontra-se às vezes por estas bandas (no outro dia, vi uma Igreja com uma bandeira arco-íris, com dizeres a favor do casamento gay).

Progressistas e cristãos, inimigos em quase tudo, encontram-se muitas vezes curiosamente unidos na piedade com criminosos e na contrariedade à pena de morte.

A piedade é uma virtude, um bom sentimento. É preciso saber perdoar. E, de fato, quem de nós jamais cometeu um erro, uma indignidade, um pecado, ou mesmo um crime? Não julgues se não quiseres ser julgado. Atire a primeira pedra quem nunca etcétera.

Por outro lado, também é verdade que, se todos são perdoados de seus crimes e ninguém pode ser culpado por nada, o pessoal abusa. Tudo termina por virar um vale-tudo em que irmão mata irmão. Se não há castigo, a violência, o ódio e a vingança perene são os únicos resultados.

Como conciliar a piedade com a necessidade da punição?

Talvez neste caso o Talmud dos judeus tenha a medida exata da mistura, na famosa afirmação: "Aquele que é caridoso com os cruéis termina sendo cruel com os caridosos".

Ter piedade de assassinos, assaltantes e estupradores não é ser bonzinho com eles, é ser malvado com as suas vítimas. Uma sociedade que preocupa-se mais com os direitos dos culpados do que dos inocentes é uma sociedade doente, em possível risco de extinção.


Praise the Lord and pass the ammunition.

domingo, 29 de novembro de 2009

Poema do domingo

Dispersão
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.

Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...

Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.

(O Domingo de Paris
Lembra-me o desaparecido
Que sentia comovido
Os Domingos de Paris:

Porque um domingo é familia,
É bem-estar, é singeleza,
E os que olham a beleza
Não têm bem-estar nem familia).

O pobre moço das ânsias...
Tu, sim, tu eras alguém!
E foi por isso também
Que te abismaste nas ânsias.

A grande ave dourada
Bateu asas para os céus,
Mas fechou-as saciada
Ao ver que ganhava os céus.

Como se chora um amante,
Assim me choro a mim mesmo:
Eu fui amante inconstante
Que se traíu a si mesmo.

Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que projecto:
Se me olho a um espelho, erro -
Não me acho no que projecto.

Regresso dentro de mim,
Mas nada me fala, nada!
Tenho a alma amortalhada,
Sequinha, dentro de mim.

Não perdi a minha alma,
Fiquei com ela, perdida.
Assim eu choro, da vida,
A morte da minha alma.

Saudosamente recordo
Uma gentil companheira
Que na minha vida inteira
Eu nunca vi... Mas recordo

A sua bôca doirada
E o seu corpo esmaecido,
Em um hálito perdido
Que vem na tarde doirada.

(As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei!...)

E sinto que a minha morte -
Minha dispersão total -
Existe lá longe, ao norte,
Numa grande capital.

Vejo o meu último dia
Pintado em rolos de fumo,
E todo azul-de-agonia
Em sombra e além me sumo.

Ternura feita saudade,
Eu beijo as minhas mãos brancas...
Sou amor e piedade
Em face dessas mãos brancas...

Tristes mãos longas e lindas
Que eram feitas pra se dar...
Ninguém mas quis apertar...
Tristes mãos longas e lindas...

E tenho pêna de mim,
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!...

Desceu-me nalma o crepusculo;
Eu fui alguém que passou.
Serei, mas já não me sou;
Não vivo, durmo o crepúsculo.

Alcool dum sono outonal
Me penetrou vagamente
A difundir-me dormente
Em uma bruma outonal.

Perdi a morte e a vida,
E, louco, não enlouqueço...
A hora foge vivida,
Eu sigo-a, mas permaneço...

. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .

Castelos desmantelados,
Leões alados sem juba...

. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .

Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Fraude global


Eu nem ia falar mais sobre o assunto, e tampouco tive muito tempo para blogar ultimamente, mas eis que poucos dias depois do meu último post sobre o aquecimento global, hackers de procedência até agora desconhecida entraram no Climate Research Unit da East Anglia University e divulgaram dezenas de documentos e e-mails, revelando uma colossal fraude relativa ao tal "global warming". Coisa séria. Desde dados deturpados a cientistas afirmando diretamente uns aos outros que estariam realizando "truques" e manipulações.

É o fim da ciência?

Tempos atrás Mencius Moldbug, o web-polímata que parece ter outros fãs na blogosfera nacional, observou que ciência ocidental aproximava-se cada vez mais da ciência soviética, no sentido de que, dependendo cada vez mais de grana governamental ou de fundações, acabava tendo maior preocupação em agradar os poderosos do que em buscar a verdade. Lysenko em vez de Einstein (Aqui, uma interessante comparação entre o lisenkoísmo e o aquecimento global).

Independentemente do que você pense sobre o tal "aquecimento" (e tem muita gente que acredita), é inegável que tem muito mais a ver com política do que com ciência.

Mas é assim mesmo. Cientistas também são seres humanos. Por que estariam livres da corrupção? Um dinheirinho para provar que P=P_0 \cdot e^{\frac{-M \cdot g \cdot (h-h_0)}{R \cdot T}} não cai mal.

Afinal, não é como se os leigos entendessem alguma coisa mesmo.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O crepúsculo dos deuses ateus

Sou agnóstico e não sei se existe o Deus ou o Diabo. Mas uma coisa é certa: se Deus existe, Ele deve estar rindo da cara do Richard Dawkins.

Um curioso artigo - escrito pelo que parece ser um ateu mal-humorado - observa que, embora Dawkins acredite que a religião seja um "erro da evolução", o fato é que, em termos estritamente evolutivos, os religiosos são mais bem-sucedidos do que os ateus. As famílias religiosas têm muitos filhos; espalham seus genes e transmitem sua religião pelo mundo. Os secularistas ateus preferem viver no presente e não costumam ter muitos filhos. Adivinhe qual grupo é mais apto para sobreviver? É curioso, aliás, que a nova campanha publicitária de Dawkins seja para que a religião não seja transmitida pelos pais aos filhos. Quais filhos? Aqueles chamados Maomé, hoje o nome mais popular entre os bebês de Londres?

Conclui o artigo:
Even if it was granted that the modern world, with its feminism and secularism, produced all the happiness one can imagine, it cannot last. A baby born today may live to see the extinction of the Lithuanians (projected to be a population of 760,000 by 2100, possibly all assimilated into other ethnicities). Any philosophy that guarantees that those that adopt it will be gone within a few generations can only be embraced by nihilists. The patriarchal and god-fearing will inherit the earth, one way or another.
Eu não sei se Deus existe, mas, se as leis da Evolução de Darwin beneficiam os religiosos, Deus realmente deve ter um apurado senso de ironia.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A Morte no carrinho de supermercado e outras histórias

Li no blog de uma certa Espectadora um belo post sobre mortos colocados em carrinhos de supermercado, e ao final ela fala o seguinte:

Se nazistas queimam um judeu, é porque são uns monstros, inimigos da humanidade. Se traficantes queimam uma vítima, é porque são uns coitados, crucificados pelo sistema.

De fato. É curioso que os traficantes, assassinos e criminosos sejam vistos como "pobres" e "vítimas do sistema" pela esquerda, quando poderíamos fazer uma analogia e observar que, na realidade, não passam de tiranos, de grandes "capitalistas" que colocam o lucro acima de qualquer ética ou "função social". Matam por nada. Não são nem mesmo "pobres": no contexto da favela (que aliás é bem mais próspera do que muita gente pensa - muitos estão ali apenas para estar mais perto do trabalho e não pagar luz, água e IPTU) são os ricaços, a "burguesia", os "opressores", a classe alta, enfim, aqueles que mandam no sistema.

É curioso ainda que, na mentalidade progressista, tudo seja permitido ao Estado - menos matar. Para eles é horrível que o Estado, com a pena de morte, mate um criminoso (salvo que se trate de um Estado comunista, mas aí é outro papo). No entanto, à iniciativa privada (criminosos), matar é permitido. Quando um desses assassinos é preso, grita-se para respeitar seus "direitos humanos". Mesmo sua prisão é considerada em muitos casos um ato abominável. Mas a verdade é que existe pena de morte no Brasil. Ou ela é realizada por criminosos na cadeia, que têm seu próprio código de ética, ou ela é realizada pelos traficantes na favela que executam quem não respeita suas leis, ou então ocorre nas ruas - contra os inocentes.

Mas essa história de desculpar os crimes mais violentos dos "pobres" - ou mesmo de achar que o crime e a violência são mero resultado da pobreza - vai longe. No outro dia o presidente filho do Brasil disse que "policial aceita propina porque ganha pouco". Não é o primeiro nem será o último a afirmar isso, mas o raciocínio tem dois problemas. Um, assume que honestidade depende exclusivamente de quanto a pessoa ganha, além de qualquer valor moral. Somos todos ladrões, parece dizer Lula parafraseando G. B. Shaw, a questão é apenas negociar o preço. Dois, quem garante que o policial corrupto, mesmo com um salário maior, não continuará roubando? Afinal, jamais conheci ninguém que estivesse completamente satisfeito com o salário que recebe: todos sempre pensam que deveriam ganhar mais. Mesmo o mais famigerado CEO da Forbes 500, tenho certeza, não se incomodaria em ganhar alguns trocados extra.

Daí vemos que o problema não é a pobreza, mas a impunidade, e a falta no Brasil do que em inglês se chama "rule of Law". O mesmo poder que ignora o favelado que constrói em lugar inadequado também faz vista grossa para o policial corrupto, afinal se acabarmos com a polícia corrupta, quem garante que um dia não se virarão contra a corrupção dos parlamentares também, e aí onde iríamos parar?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Viva o aquecimento global

A maioria das notícias fala com horror sobre as catástrofes do (largamente mitológico) aquecimento global. Ainda que hoje até a BBC admita que a temperatura do planeta não aumenta há dez anos, e a população acredite cada vez menos na idéia, os políticos, na contramão ha história, insistem com leis cada vez mais excessivas contra o problema imaginário.

Uma coisa que os políticos não levam em conta é o seguinte: e se o famigerado aquecimento global fosse uma coisa boa? Pesquisas indicam que o aumento de carbono na atmosfera é extremamente benéfico para as florestas, afinal qualquer um sabe que as plantas alimentam-se de CO2. Com mais CO2, haveria maior produção de alimentos, e maiores porções do planeta se tornariam habitáveis.

Além disso, o aquecimento global faz bem para a economia. Al Gore, por exemplo, nos últimos dez anos aumentou seu patrimônio de 2 milhões para 60 milhões de dólares.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O significado

Depois de curvar-se ao rei saudita, agora Obama curvou-se ao imperador japonês, de forma curiosamente excessiva. Nenhuma das mais de 50 líderes mundiais que visitaram o monarca nos últimos anos demonstraram a mesma deferência, como pode ser visto neste elegante vídeo. Obama só faltou beijar os pés.

Muitos blogueiros estão se perguntando o significado de tal ato. Acho que os mais possíveis motivos são dois:

a) É um pedido de desculpas pelos EUA terem vencido a guerra jogando duas bombas atômicas no Japão.

b) é a admiração pela realeza: como Lula, que mal disfarçou sua admiração por tiranos africanos há vinte anos no poder, Obama tem o sonho secreto de ser um Rei.

domingo, 15 de novembro de 2009

Poema do domingo

NEVER give all the heart, for love
Will hardly seem worth thinking of
To passionate women if it seem
Certain, and they never dream
That it fades out from kiss to kiss;
For everything that's lovely is
But a brief, dreamy, kind delight.
O never give the heart outright,
For they, for all smooth lips can say,
Have given their hearts up to the play.
And who could play it well enough
If deaf and dumb and blind with love?
He that made this knows all the cost,
For he gave all his heart and lost.

W. B. Yeats (1865-1939)

sábado, 14 de novembro de 2009

Is there a plan?

Às vezes me pergunto se o caos atual do mundo é resultado de um plano preciso, ou se é mero resultado de uma estupidização coletiva. As utópicas idéias progressistas subiram à cabeça das melhores mentes de uma geração, ou há elites maquiavélicas com um plano secreto por trás de tudo?

Vejam o caso dos muçulmanos. Há um plano para islamizar a Europa e, se há, qual sua razão? Afinal, como se não bastasse a imigração descontrolada, a União Européia e EUA fazem pressão para que a Turquia entre na Europa e traga ainda mais muçulmanos. Por quê? A Sérvia foi rotulada de vilã da história e bombardeada por Europa e EUA devido à sua guerra com os albaneses muçulmanos, e uma parte original de seu país, Kosovo, foi extraída e dada de presente aos mesmos muçulmanos, que cometeram tantos ou mais crimes de guerra do que os sérvios. Por quê?

Nos EUA, está proibido sequer sugerir que possa ser perigoso ter muçulmanos nas Forças Armadas, mesmo tendo ocorrido um bem-sucedido ataque que matou 13 militares. Por muito menos, na Segunda Guerra, civis japoneses foram internados em campos de relocação em pleno solo americano. Em 1942, sabotadores alemães que nem chegaram a realizar um atentado foram executados 30 dias após a descoberta do plano.

Mas agora treze soldados morrem e continua-se falando em aumentar o número de muçulmanos nos quartéis, afinal, como disse o General Casey, "seria uma tragédia ainda pior se isto tudo acabasse com a diversidade". E o governo Obama não só cometeu a palhaçada de decidir realizar um julgamento-show para KSM, como apontou um "muçulmano devoto" para trabalhar com a vigilância contra o terrorismo no Departamento de Segurança Nacional. É como colocar a raposa para cuidar do galinheiro, só para provar que não se tem preconceito contra as raposas...

Quantos mais ainda precisarão morrer sacrificados no altar das boas intenções desses canalhas?

Há um plano por trás de toda essa loucura? E, se há, é um plano suicida?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A queda do muro

Imperdível a série na Dicta sobre os vinte anos da queda do Muro de Berlim.

Uma das perguntas que ficam é: como é possível que, mesmo depois de evidenciado fracasso comunista, estejamos assistindo hoje a um renascimento de políticas socialistas, seja na América Latina com o mais descarado chavismo e similares, seja na Europa e nos EUA com controle estatal cada vez maior?

Há duas respostas possíveis: uma, a de que é justamente o fim da existência do modelo negativo comunista a que permite a continuação do delírio utópico. Não havendo mais Guerra Fria nem União Soviética nem dissidentes, não há mais um modelo de referência negativo contra o qual contrastar a prosperidade ocidental. Existe apenas o "capitalismo", e tudo é culpa deste. Portanto, "precisamos de socialismo". E, se alguém criticar as políticas socialistas em base ao que ocorreu no passado, basta dizer: aquilo não era socialismo, era "stalinismo".

Mas o bom doutor Anthony Daniels/Theodore Dalrymple nos lembra que, na verdade, mesmo durante o mais abjeto comunismo soviético, era bem sabido o que ocorria na Rússia. Apesar das mentiras de Walter Duranty, a fome na Ucrânia causada pela coletivizacão forçada foi largamente documentada por outras fontes. O que havia não era ignorância: era vontade de acreditar em lorotas mesmo. A fé na utopia é mais forte do que a razão. De acordo com esta segunda explicação, portanto, nem mesmo a existência dos mais atrozes sistemas comunistas acabará com o pensamento mágico.

"Mr. Gorbachov, tear down this wall!", disse famosamente Reagan. Mas mais difícil é acabar com os muros mentais.

Porque o multiculturalismo não funciona

O que mais chama a atenção no caso do atentado de Fort Hood é a insistência em ignorar as lições do evento e manter o multiculturalismo a todo custo.

Somente um país demasiado acostumado à supremacia militar pode ter um General no comando das Forças Armadas que acha que manter a "diversidade" e "não discriminar os muçulmanos" é mais importante do que a segurança de suas tropas. Mas é justamente isso que está acontecendo.

Enquanto isso, o presidente muçulmano em exercício B. Hussein afirma que "we should not jump to conclusions". Nada está provado; mesmo que o assassino tenha gritado "Allahu akbar" e utilizado roupas rituais islâmicas no dia do atentado, e dado um Corão de presente a uma vizinha afirmando que "hoje iria realizar um trabalho bom para Alá", nada disso nos pode fazer chegar a conclusão nenhuma. Pode mesmo ser que o atirador seja um fundamentalista cristão que agiu dessa forma apenas para incriminar os muçulmanos e gerar um clima de ódio...

A grande preocupação da Secretária de Estado de Obama é, você adivinhou, "impedir represálias contra muçulmanos inocentes".

Antes do atentado, o Major Hassan já havia realizado dezenas de pronunciamentos públicos contra os "infiéis", já havia declarado mesmo que estes "deveriam ser queimados com óleo fervente e decapitados". Ninguém disse nada; poderiam ser acusados de "racistas", afinal. E todos sabem que não há nada pior do que ser racista. Better dead than racist.

Alguns dizem que Hassan era louco e não jihadista. No entanto, ele era um psiquiatra das Forças Armadas. Se era louco, mais loucos são os que o colocaram no cargo e ignoraram todos os seus pronunciamentos. Chamem o Doutor Bacamarte.

Imaginem agora que, em vez de um mero tiroteio com doze mortos, algum muçulmano infiltrado realize um atentado com uma bomba nuclear. Será que vai colar a mesma desculpa? Será que mesmo assim o multiculturalismo vai se manter?

Há uma velha frase que afirma, "Deus protege os idiotas, os bêbados e os Estados Unidos da América." Vamos ver por quanto tempo ainda é verdade.

V

Não sei se alguém lembra da minissérie "V", que passou lá nos idos dos anos 80 no Brasil. Agora realizaram uma versão nova, que acaba de estrear. O primeiro episódio pode ser assistido online em alta definição (não tenho certeza se funciona fora do território dos EUA, no entanto). A qualidade de imagem é excelente, e mostra que a televisão praticamente acabou - hoje a Internet a substitui com vantagem.

No episódio, uma atraente morena*, líder de visitantes espaciais, chega do nada com sorriso e simpatia, é paparicada pela mídia e promete saúde pública universal gratuita aos terráqueos, que caem no conto. É claro que tudo não passa de uma pilantragem, já que não somente o plano de saúde termina custando trilhões, gerando desemprego e altos impostos, como os visitantes, por trás da máscara humana, são na verdade sádicos répteis devoradores de gente.

Fora essas pequenas coincidências, ainda é cedo para saber se a nova versão de "V" é mesmo uma crítica ao governo Obama ou só um descarado plano de marketing.

* O nome da atriz morena é mesmo Morena, e nasceu no Brasil.
Alien-in-chief.

domingo, 8 de novembro de 2009

Poema do domingo

My candle burns at both ends
It will not last the night;
But ah, my foes, and oh, my friends -
It gives a lovely light.

Edna St. Vincent-Millay (1892-1950)

sábado, 7 de novembro de 2009

Politicamente correto até morrer

Por que tanta hesitação de parte do governo e da mídia chique americana em dizer o óbvio, isto é, que o atirador que matou 13 soldados em um quartel era um muçulmano que gritava "Allahu akbar"? Nem duas horas após o atentado, a Casa Branca já saiu anunciando que "não se tratava de terrorismo". O nome do atirador só foi divulgado pelos jornais muito depois de ter sido conhecido. Por que, sempre que ocorre algum ataque muçulmano, a primeira reação dos progressistas é tentar negar que tenha sido um ataque muçulmano? Afinal, eles não são a favor dos palestinos e tais? Não deveriam estar felizes?

Em alguns casos a razão é o medo. Vejam o caso do diretor Roland Emmerich, autor das "bombas" Independence Day e Godzilla, e que agora tem um novo filme desastre na área, 2012. No filme, dezenas de símbolos arquitetônicos do cristianismo são destruídos. O próprio diretor afirma "ser contrário à religião organizada". Mas aí depois de explodir meio mundo cristão e até o Cristo do Corcovado, o diretor poupa do massacre a Qaba islâmica. Nem uma única mesquita aparece sendo destruída no filme. Por quê? A resposta do diretor é surpreendentemente honesta: tem medo de levar uma fatwa no rabo.

(Isso significa que, na prática, o multiculturalismo é uma mentira: o que vale - como sempre, aliás - é a lei do mais forte.)

Mas o medo não é uma explicação total. No caso do atirador, não havia razão nenhuma para a mídia não divulgar que se tratava de um fanático islâmico, isto é, ninguém sofreria represália por causa disso. Portanto, a razão é outra: é que tais atos negam os maiores ideais progressistas, que todas as religiões e culturas são iguais, que a imigração de estrangeiros não é um problema, e que o único jeito de acabar com a violência é com um rigoroso controle de armas.

Aliás, o mais surpreendente do atentado é o seguinte: a razão pela qual houve tantas vítimas (13 mortos e 31 feridos) é que, no quartel americano, soldado não pode andar armado. Sim, acredite. Soldados americanos - que irão em breve para a guerra se massacrar - não podem carregar armas no quartel, que é uma gun-free zone. Afinal, todos sabem que armas são muito perigosas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O inimigo interno

Prestes a serem embarcados para a guerra do Afeganistão, 12 soldados americanos foram mortos por um terrorista muçulmano em pleno quartel, no que talvez seja o primeiro atentado islâmico em solo americano desde 11/09/01.

A mídia afirma que foi apenas um mero caso isolado de gun rage, que poderia ter sido realizado por um coreano, um mexicano ou até um americano da gema. O fato é que o atirador neste caso é um psiquiatra do exército americano chamado (tchan tchan tchan tchan) Malik Hasan. Muçulmano, sim. E fanático, aparentemente. (Ainda está vivo; certamente surgirão mais detalhes a respeito).

Quem é o amigo? Quem é o inimigo? É possível para um muçulmano ser fiel à bandeira americana e lutar contra seus colegas da ummah? Sim, creio que seja possível. A questão é, como diferenciar um muçulmano amigo de um muçulmano jihadista? Pela cor dos olhos?

A resposta, claramente, é que não é possível, não de modo simples ao menos. Muito mais fácil e prático seria impedir totalmente o ingresso de muçulmanos no exército. Mas, como um terrorista muçulmano não precisa estar no exército para causar danos, deduz-se que, por extensão, deveria barrar-se completamente a entrada de muçulmanos no país. Mas até que ponto um governo tem o direito de definir qual religião cada pessoa pode praticar?

Quem é o inimigo afinal? É o Afeganistão? É o "terrorismo"? É o Islã?

Deixemos de lado essas perguntas incômodas e passemos a uma outra história, que guarda com esta outra uma secreta relação: índios da Amazônia costumam praticar infanticídio. Um recente vídeo - realizado com atores indígenas - causou polêmica ao denunciar o fato. Fabio Marton, em interessante post, parece acreditar que os índios, dentro de suas reservas, se assim o quisessem, deveriam poder seguir sua própria cultura e, por extensão, suas próprias leis.

O argumento não deixa de ser interessante - mas, então, o mesmo deveria ocorrer com as demais culturas? Se - voltando a eles - os muçulmanos querem extirpar o clitóris de suas filhas em seus guetos na Inglaterra ou na França, que de mais a mais já são áreas onde branco não entra, quem pode importar-se com isso?

Na África, certos feiticeiros tradicionais têm o costume de extirpar o pênis ou os membros de crianças ainda vivas para utilizá-los em rituais de "cura". Devem os africanos seguidores de tal prática ter permissão para realizá-la, mesmo em países ocidentais?

Por aí começam a ver-se os dilemas do multiculturalismo e da idéia que "todas as culturas são iguais". Mas - já que a globalização veio para ficar e é mais fruto das mudanças tecnológicas do que uma conspiração totalmente consciente - como sair dessa cilada?


domingo, 1 de novembro de 2009

Poema do domingo

Godiva

I waited for the train at Coventry;
I hung with grooms and porters on the bridge,
To watch the three tall spires; and there I shaped
The city's ancient legend into this:

Not only we, the latest seed of Time,
New men, that in the flying of a wheel
Cry down the past, not only we, that prate
Of rights and wrongs, have loved the people well,
And loathed to see them overtax'd; but she
Did more, and underwent, and overcame,
The woman of a thousand summers back,
Godiva, wife to that grim Earl, who ruled
In Coventry: for when he laid a tax
Upon his town, and all the mothers brought
Their children, clamoring, "If we pay, we starve!"
She sought her lord, and found him, where he strode
About the hall, among his dogs, alone,
His beard a foot before him and his hair
A yard behind. She told him of their tears,
And pray'd him, "If they pay this tax, they starve."
Whereat he stared, replying, half-amazed,
"You would not let your little finger ache
For such as these?" -- "But I would die," said she.
He laugh'd, and swore by Peter and by Paul;
Then fillip'd at the diamond in her ear;
"Oh ay, ay, ay, you talk!" -- "Alas!" she said,
"But prove me what I would not do."
And from a heart as rough as Esau's hand,
He answer'd, "Ride you naked thro' the town,
And I repeal it;" and nodding, as in scorn,
He parted, with great strides among his dogs.

So left alone, the passions of her mind,
As winds from all the compass shift and blow,
Made war upon each other for an hour,
Till pity won. She sent a herald forth,
And bade him cry, with sound of trumpet, all
The hard condition; but that she would loose
The people: therefore, as they loved her well,
From then till noon no foot should pace the street,
No eye look down, she passing; but that all
Should keep within, door shut, and window barr'd.

Then fled she to her inmost bower, and there
Unclasp'd the wedded eagles of her belt,
The grim Earl's gift; but ever at a breath
She linger'd, looking like a summer moon
Half-dipt in cloud: anon she shook her head,
And shower'd the rippled ringlets to her knee;
Unclad herself in haste; adown the stair
Stole on; and, like a creeping sunbeam, slid
From pillar unto pillar, until she reach'd
The Gateway, there she found her palfrey trapt
In purple blazon'd with armorial gold.

Then she rode forth, clothed on with chastity:
The deep air listen'd round her as she rode,
And all the low wind hardly breathed for fear.
The little wide-mouth'd heads upon the spout
Had cunning eyes to see: the barking cur
Made her cheek flame; her palfrey's foot-fall shot
Light horrors thro' her pulses; the blind walls
Were full of chinks and holes; and overhead
Fantastic gables, crowding, stared: but she
Not less thro' all bore up, till, last, she saw
The white-flower'd elder-thicket from the field,
Gleam thro' the Gothic archway in the wall.

Then she rode back, clothed on with chastity;
And one low churl, compact of thankless earth,
The fatal byword of all years to come,
Boring a little auger-hole in fear,
Peep'd -- but his eyes, before they had their will,
Were shrivel'd into darkness in his head,
And dropt before him. So the Powers, who wait
On noble deeds, cancell'd a sense misused;
And she, that knew not, pass'd: and all at once,
With twelve great shocks of sound, the shameless noon
Was clash'd and hammer'd from a hundred towers,
One after one: but even then she gain'd
Her bower; whence reissuing, robed and crown'd,
To meet her lord, she took the tax away
And built herself an everlasting name.

Alfred Lord Tennyson (1809-1892)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sexo, moralismo e comportamento de turbas na era da Internet

Um dos comentários mais perspicazes sobre o caso da aluna da UNIBAN foi este que encontrei de um leitor do blog do Reinaldo Azevedo:
Douglas disse:

Não sei se você vai me entender, espero que sim. Não vi nada de estranho neste vídeo. Só a natureza humana na sua forma mais pura.

O ser humano vive em permanente guerra entre a sua natureza e a sua inteligência. A natureza humana é capaz de fazer uma pessoa se sacrificar por outra. A natureza humana é capaz de fazer isso que se viu.

Eu não estava lá, mas me identifiquei com aqueles estudantes. Eu poderia ser um deles? Acho que sim. Eu me sentiria arrependido depois? Com certeza.

Chamar esses estudantes de animais e colocar nas costas deles as nossas culpas é fácil. Acho até que o que estão fazendo com eles aqui e em outros blogs é quase o mesmo que eles fizeram com a moça.

De fato, muitos psicólogos e estudiosos da natureza humana já observaram que os seres humanos quando em multidões comportam-se de modo muito diferente do que individualmente. Observando-se o mais recente vídeo dá para ver a magnitude do protesto contra a "indecente" moça e de como as pessoas, nesses contextos, reduzem-se ao comportamento mais básico, mais primitivo: os homens, à luxúria ou à violência contra a "puta" que os provocava sexualmente sem se entregar; as mulheres, à inveja e à raiva pela "concorrência desleal".

Aqui acho que entra de novo a questão dos conservadores vs. libertários (e progressistas), e de como estes últimos idealizam a natureza humana. Afinal, para o libertário, "cada um pode se vestir como quiser e ninguém tem nada com isso". Para o progressista, "homens e mulheres são iguais e têm os mesmos direitos de ir e vir como desejarem." Na prática, no entanto, uma moça que vai vestida com roupas sumárias à universidade pode terminar sendo brutalmente hostilizada por uma multidão. É a natureza humana em seu estado mais bruto.

Sim, seria bom que as mulheres pudessem ir a qualquer lugar que quisessem, vestidas como quisessem, sem ser importunadas. Seria bom que drogados não matassem os outros ou a si mesmos. Seria bom que todos pudessem controlar seus instintos e ninguém fosse preconceituoso, cretino ou psicopata. Infelizmente, vivemos no mundo real, onde garotas de 15 anos podem ser estupradas coletivamente em uma festa na escola pelos seus próprios colegas.

Há ainda um segundo elemento que causa reflexão, que é a questão tecnológica. Todo o evento foi filmado por câmeras de celulares e colocado imediatamente na Internet, onde repercutiu ainda mais, somando-se a dezena de casos folclóricos, como a da professora primária que dançava o "Todo Enfiado", ou o caso recente de jovens adolescentes anos praticando sexo oral no banheiro da escola. Os vídeos acabaram indo parar online, onde foram baixados por milhares de pessoas. Com a repercussão, a professora de um caso foi demitida e a aluna do outro caso terminou tendo que ser transferida de escola, pois todas as demais estudantes do colégio ficaram com fama de "boqueteiras". A Internet influencia o mundo real. (E já tem petista afirmando que o que faltou foi mais aula de "educação sexual", como se os adolescentes não soubessem já o suficiente).

De qualquer modo, é possível que, em um país esquizofrênico como o Brasil, a moça da UNIBAN, que já conquistou fama virtual, termine ganhando uma pequena fortuna ilustrando as capas de uma revista masculina, ou apresentando algum programa televisivo para crianças.



Qué pasa en Honduras?

São os americanos, quem diria, que estão forçando o retorno de Zelaya ao poder. Com direito a aplauso de Hillary. Anteontem, por mera coincidência, o sobrinho de Micheletti foi assassinado: mãos dos zelayistas, ou da própria CIA? O governo Obama está apoiando o neo-comunismo na América Latina, não restam dúvidas. Até o comuna pedófilo e estuprador que quer virar ditador na Nicarágua os canalhas estão promovendo.

É um pouco assustador. "EUA, EUA, por que nos abandonaste?", gritam os (poucos) arautos da liberdade que restam na América Latrina. Mas é inútil. Cada um deve carregar sua cruz; a das nossas terras é o caudilhismo eterno.

Mensagem de Obama à A.L.

Libertarados versus conservotários

Sou libertário ou conservador? - perguntei-me tempos atrás. Sem chegar a uma conclusão, decidi assumir que sou uma mistura indigesta dos dois. Em alguns aspectos sinto-me mais seduzido pelo argumento libertário, em outros vejo mais coerência no argumento conservador.

O fato é que mesmo a tal "direita" não é unitária e, embora não tenha todas as correntes de um partido como o PT, tem ao menos dois campos bem distintos - como se pode ver por este post do Not Tupy.

Mas as posições de ambos os lados são, por vezes, caricaturizadas.

Os libertários têm fama de utópicos ou libertinos - libertarados, chamemo-los: todo mundo tem o direito que fazer o que bem entender, desde que isso não prejudique diretamente aos outros. Casamento gay? Tudo bem. Aborto? On demand. Drogas? Basta que o Estado não se meta no negócio.

Do outro lado estão os conservadores, com fama de quadradões, puritanos, recaldados - em suma, conservotários. Nada de casamento gay, aborto e muito menos drogas, que são coisa do demo.

Ambos grupos só parecem concordar na economia e na redução do poder e tamanho do Estado, mas nos temas sociais a diferença é radical. Qual a solução?


O comunismo/marxismo, não obstante o que diga o nosso colaborador Tiago, morreu de morte morrida. Depois do desastre soviético, qualquer tentativa de acabar com a propriedade privada e coletivizar os meios de produção será sempre vista com um revirar de olhos ou o sorriso benevolente de quem se dirige a um retardado mental. Essa parada econômica (e só essa) o capitalismo venceu.

Mas no cultural perdeu, playboy, perdeu. A ideologia de nosso tempo não é o socialismo, mas sim o progressismo. Embora este mantenha alguns aspectos socializantes como o aumento progressivo do poder estatal e a distribuição de riquezas (ainda que não tanto sob a forma do confisco como da taxação progressiva), trata-se de um outro bicho. Seu principal objetivo continua sendo a igualdade, mas agora não é tanto (ou apenas) a igualdade financeira, como a igualdade total entre todos e todas. Entre branco e preto, entre homem e mulher, entre hetero e gay, entre feio e bonito, entre cidadão e imigrante ilegal, entre muçulmano e cristão, entre terrorista e democrata, entre criminoso e vítima. Todos são e devem ser iguais, mas atenção!, não perante a lei (de fato, a lei é distorcida justamente para criar a tal "igualdade"). Estamos falando de uma utópica igualdade de resultados.

Os libertários são economicamente conservadores, mas, no que se refere às questões sociais, são muitas vezes indistinguíveis dos progressistas. Também eles querem liberação de drogas, casamento gay, etc. Tudo em nome, não da igualdade de grupos, mas da liberdade individual. Afinal, não se deve impedir o indivíduo de fazer nada.

Já os conservadores são contrários a essas teorias de vale-tudo, mas não porque sejam malvados ou "racistas". É que, para os conservadores, existe um tipo de sociedade que funciona, e muitos que não. Nem todos os grupos são iguais. O homem é um ser imperfeito, e portanto não adequado à liberdade total. Além disso, segundo o argumento conservador, as pessoas na verdade não querem liberdade. A liberdade total é uma tortura. O que as pessoas querem é seguir regras claras. Para muitos, e é o caso da maioria dos conservadores, ainda que não todos, essas regras morais que sustentam a sociedade vêm, não do Estado, mas da religião.

Em última análise, os libertários são otimistas; os conservadores são pessimistas.

Como sou agnóstico e indeciso, ainda não tomei uma decisão concreta sobre por qual time torcer. Ultimamente, em virtude do meu próprio pessimismo natural mais do que qualquer outra coisa, tendo a concordar mais com o pessimismo conservador do que com a utopia libertária. Por outro lado, gosto das idéias deste cara aqui.

O que fazer?


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Há algo na água ou no ar

Eu sempre disse que os esquerdistas e assemelhados estão todos loucos, mas ultimamente parece que estamos chegando ao limite do absurdo, se é que tal existe. Cito apenas dois trechos de recentes reportagens. A primeira vem da Inglaterra, onde, enquanto terroristas andam livres, as autoridades podem vigiar e filmar secretamente o cidadão por crimes tão graves quanto não juntar o cocô do cachorro:
Under a law enacted in 2000 to regulate surveillance powers, it is legal for localities to follow residents secretly. (...) Local governments use them to catch people who fail to recycle, people who put their trash out too early, people who sell fireworks without licenses, people whose dogs bark too loudly and people who illegally operate taxicabs.
A outra notícia vem da Austrália, onde professores ecologistas sugerem, para evitar o aumento do carbono na atmosfera, que as pessoas comam seus próprios animais de estimação:
The eco-pawprint of a pet dog is twice that of a 4.6-litre Land Cruiser driven 10,000 kilometres a year, researchers have found. Victoria University professors Brenda and Robert Vale, architects who specialise in sustainable living, say pet owners should swap cats and dogs for creatures they can eat, such as chickens or rabbits, in their provocative new book Time to Eat the Dog: The real guide to sustainable living.
E ainda há quem queira liberar as drogas. Precisa?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Vai um lótus aí?

As drogas e sua proibição continuam causando intenso debate. Mesmo na tchurma da direita, muitos acreditam que a legalização seja a solução.

Eu penso que a descriminalização do uso das drogas, como tantas outras coisas citadas pelo bom e velho Dr. Theodore Dalrymple, seria um experimento social de resultados imprevisíveis, desejado pela classe média, mas cujo preço será pagado principalmente pelos pobres. (De fato, já o é.)

Considerando que:

a) O vício em drogas é um mito. Não existe dependência química, apenas psicológica. O viciado não é um doente, mas apenas um idiota.

b) Viciados não causam problemas apenas a si mesmos, como a terceiros, como o recente caso do viciado que enforcou a namorada, ou a mãe que matou o próprio filho viciado.

c) Alguns acreditam que a solução para o problema das drogas seria o Estado obrigar os viciados a se tratarem (o próprio pai do viciado assassino afirma que a culpa é do Estado por não ter obrigado seu filho a se tratar e ainda pagar o custo disso, já que ele, coitado, não podia pagar a internação); a liberação das drogas provavelmente traira mais Estado na vida do indivíduo, e não menos.
Levando tudo isso em conta, a solução que este blog sugere seria a criação de parques temáticos estatais onde a liberação da droga seria geral e irrestrita para maiores de 21 anos vacinados, com o detalhe de que os usuários estariam cercados por altos muros e não poderiam sair de lá para interagir com o restante da população. Viveriam no local, na sua Drogolândia particular.

Não consumo drogas fora o álcool e o café, e portanto não tenho interesse algum na liberação da cocaína ou da maconha -- mas não tenho ilusão. Assim como a sodomia antes era crime nos EUA e em vários outros países e hoje os gays estão casando (perdão pela comparação, é apenas para mostrar o avanço do liberalismo dos costumes), o mesmo deve ocorrer com as drogas. Não há volta.

Acredito que em menos de uma década teremos maconha liberada na maioria dos países ocidentais, e posteriormente se avançará para a liberação da cocaína e drogas sintéticas.

Só que, ao contrário dos liberacionistas, não acredito que isso vá ser liberação alguma. Ao contrário: temo que vá apenas aprofundar a decadência e o marasmo ocidentais. Uma sociedade de comedores de lótus. Se antes a religião era o ópio do povo, agora o ópio será uma religião.

O que vai ocorrer é que a sociedade eventualmente se tornará tão caótica que será tomada pelo Islã ou alguma outra forma repressiva de controle social. Ao contrário do que pensam os ultralibertários, a liberdade individual só funciona dentro do contexto de uma sociedade que tenha condições de permitir-se a esse "luxo".

Não esqueçamos que os comunistas, embora hoje inundem a América Latina de drogas, sempre foram rígidos com seu consumo em seus próprios países. Na China - que tem uma historinha bastante edificante com o ópio - ainda há pena de morte para traficantes.

Por outro lado, quem é que pode saber realmente o que acontecerá?

sábado, 24 de outubro de 2009

Poema do domingo

La cuna

Hoy no pudimos más. Y envueltos
Del crepúsculo azul en la penumbra,
Nos fuimos por el pueblo lentamente
A comprar una cuna.

Y compramos de intento la más pobre,
Mimbre trenzado a la manera rústica,
Cuna de labradores y pastores...
Hijo: la vida es dura.

Baldomero Fernández Moreno (1886 - 1950)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Será que sou um self-hating Latino?



Estava em uma roda de doutorandos latinoamericanos, quando de repente, no meio da conversa, descobri algo muito triste. Não tenho grande identificação com a cultura na qual supostamente nasci e cresci. Fora músicas antigas, não gosto muito de samba, muito menos de pagode ou axé, e a música contemporânea brasileira com seus funks e lenines me causa alergia. Gilberto Gil, então, é de lascar.

Minha relação com a cultura hermana latinoamericana é ainda pior. Tango, tudo bem, mas salsa, regueton e merengue são abomináveis, e nem falemos da cultura que acha graça em ver crianças realizando danças sexuais (sim, isso acontece também no Brasil). Não danço nem jogo futebol. Raramente gosto de cinema brasileiro. Não gosto de comida mexicana ou baiana. Escritores latinoamericanos? Alguns me interessam, mas muito poucos, diria que não mais de quatro ou cinco. Gosto em termos gerais do Brasil, mas é mais devido aos amigos que tenho aí; não posso dizer que esteja orgulhoso do país. Não sinto grandes saudades da América Latina morando aqui fora. Tenho mais curiosidade em conhecer a Austrália ou o Japão do que a Guatemala ou o Peru. Devo sentir-me culpado?

Os judeus falam em "self-hating jews", isto é, pessoas que odeiam ou rejeitam a própria cultura e religião. Seria também o meu caso em relação à latinidade? Bem, na verdade, eu não odeio nada. Simplesmente não me identifico demasiado com essa cultura alegre e faceira, só não sei por quê. Talvez eu devesse ter nascido em algum deprimente país escandinavo. (Tampouco posso dizer que me identifique com a cultura norte-americana, no entanto. E não nego ter várias características brazuco-latinas, como a preguiça, a impuntualidade e a informalidade.)

Sei que meu caso não é único, e que são vários os que têm esse mesmo sentimento ambíguo em relação ao Brasil e à América Latina em geral. A maioria do pessoal de classe média aí no Brasil que conheço odeia carnaval e capoeira, não assiste cinema brasileiro e tem referências culturais que vêm quase todas de fora.

Pergunto-me: será que, ao menos desta vez, os esquerdistas não estão corretos? Será que os que reclamam eternamente do Brasil não são todos uns direitistas antipatrióticos que envergonham-se do país e preferem fazer turismo em Paris e New York? Elitistas que desprezam a Cultura do Povo e preferem formas artísticas burguesas ultrapassadas, ou simplesmente o imperialismo cultural yankee?

Por outro lado, qual a opção? Ser como o cara aí da foto abaixo?

Gulp.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Por que as mulheres gostam de bad boys?

Não tenho uma resposta para a pergunta, mas a questão vem à luz devido a um pavoroso evento ocorrido na Inglaterra: uma jovem loira, bonita, rica e medianamente famosa (era apresentadora de televisão) conheceu um rapaz via Internet e começou imeditamente um romance com ele. Meras duas semanas depois, a jovem foi estuprada por ele e, quando ela decidiu acabar com a relação, o rapaz - através de um capanga - atirou ácido sulfúrico no rosto dela, desfigurando-a para sempre. Vejam aqui a moça antes do ataque:


E, se tiverem coragem, cliquem aqui para ver como a moça ficou depois.

Uma tragédia, certo? Mas a coisa é mais complicada do que isso. Vejam o rosto do namorado, que não precisou nenhum ataque de ácido para ficar assim:


Talvez eu tenha sido indevidamente afetado pelas teorias de Lombroso, ou talvez a foto do mugshot lhe dá um ar mais ameaçador do que de costume, mas parece-me que qualquer pessoa de bom senso poderia ver que se trata de uma pessoa violenta, ou, como se diz em português, um bad boy.

Mas aceitemos que "as aparências enganam" e que "não se deve julgar um livro pela capa". A moça nem mesmo checou as referências do jovem. Segundo a reportagem, ela viu a foto, soube que ele praticava artes marciais (mais um sinal de possível violência), e sentiu-se imediatamente atraída. Eles saíram juntos poucos dias depois; no segundo encontro ele lhe disse que "a amava". Ela acreditou.

Bem, resulta que o rapaz já tinha estado na cadeia por ter jogado água fervente no rosto de outro sujeito. Se a moça tivesse procurado o nome dele no Google, talvez descobrisse alguma coisa. (Eu não sei vocês, mas eu sempre googleio o nome da pessoa; é impressionante a quantidade de informação que se pode obter sobre alguém). A moça não sabia de seus antecedentes, mas, mesmo depois que começou a perceber que o sujeito tinha ataques de agressividade, continuou a relação.

Poucos dias depois, os dois foram a um hotel, onde o "namorado" a estuprou, deu-lhe uma surra que resultou em um ferimento na cabeça, e manteve-a presa por oito horas. (Ele alegou depois estar sob o efeito de drogas). Porém, a moça não chamou a polícia e, no hospital que a tratou, inventou uma história qualquer em vez de contar a verdade. Bem, sabemos que muitas mulheres continuam tendo relações com homens que as maltratam; em muitos casos, isso é justificado pelo medo de serem mortas em caso de denúncias. É o que ela alega também.

O que aconteceu depois é um pouco bizarro. Segundo a reportagem, nos dias seguintes, o rapaz telefonou várias vezes e mandou dezenas de e-mails pedindo desculpas. A moça aceitou ir a um Internet café para ler os seus e-mails, já que aparentemente sua conexão em casa não funcionava. Disse-lhe, ao telefone, até mesmo como estaria vestida. (Esta parte me parece um pouco difícil de acreditar. A Internet não funcionava? A moça chique não tinha um Blackberry ou similar? E por que a moça responderia como estaria vestida, sem desconfiar da estranha pergunta? Não era mais fácil dizer que veria os e-mails depois, sem especificar quando?)

Bem, o fato é que, a caminho do cybercafé, ela foi abordada por um capanga do "ex-namorado" que jogou-lhe ácido no rosto, desfigurando-a para sempre. (Hoje estão os dois presos, com direito a academia de musculação e uso de celular).

O evento dá margem a várias discussões sobre a sociedade contemporânea. Uns dizem que a culpa é do feminismo e da liberação sexual. Afinal, antigamente uma "moça direita" não sairia com o primeiro sujeito que aparecesse, mas esperaria mais. Que a moça tenha escolhido o sujeito exclusivamente pela atração física e que tenha iniciado uma relação com ele imediatamente parece algo impulsivo e descuidado.

Outros afirmam que é o mero efeito colateral da independência financeira feminina. De fato, antigamente as mulheres precisavam casar, e havia toda uma luta para conseguir um "bom partido", como se vê nos romances de Jane Austen. Hoje, porém, mulheres como Katie Piper têm sua independência garantida, podendo mesmo não casar e dedicar-se a relações com jovens de caráter duvidoso, por mera aventura ou interesse sexual.

Outros ainda colocam a culpa no politicamente correto promovido pelos esquerdistas e pós-modernos, segundo os quais não se deve julgar ninguém. Por essa ótica, sair com um executivo ou com um jovem de baixa instrução fissurado em artes marciais seria a mesma coisa, afinal não devemos discriminar ninguém por sua classe, cultura, origem ou religião - e isso valeria mesmo para o mundo do namoro.

É evidente que a moça não tem culpa e não poderia adivinhar a tragédia que se abateria sobre sua vida; além disso, é admirável a sua coragem e capacidade de recuperação psicológica de fronte a um evento similar; mas também é verdade que uma série de fatores da sociedade atual colocam muitas mulheres ingênuas à mercê de predadores.

E afinal, voltando à pergunta do título, por que certas mulheres gostam de bad boys?

Atualização: novo post sobre o tema.