domingo, 30 de março de 2008

Jiu-jitsu e pilates

Visto lá no Diogo Mainardi:

O jiu-jítsu – assim como as outras artes marciais – tem um óbvio componente de direita. O princípio é simples: a humanidade pode ser muito hostil, e cada um de nós tem de aprender a se defender sozinho, sem confiar na benevolência alheia ou na do estado. O pit-boy Mamet levou o ensinamento até o fim. Entrou no octágono da política e saiu batendo com a direita.

Se o jiu-jítsu é de direita, o pilates só pode ser de esquerda. Dilma Rousseff, a Miss Pacderme, emagreceu doze quilos com o pilates. No pilates, você não se esforça – é o aparelho que faz tudo por você. Nada pode ser mais genuinamente esquerdista do que isso. É a idéia de que sempre há uma estrutura capaz de resolver todos os empecilhos.

Análise de uma foto

Esta é, a mídia nos diz, uma criança palestina protestando pelo fechamento de sua escola por tropas israelenses. (Trata-se de uma escola fundamentalista financiada pelo Hamas.) Algumas observações:
a) Por que o cartaz está escrito em inglês (e inglês tão errado ainda por cima)? Será que a foto foi produzida justamente para a mídia internacional?
b) Criança protestando? Pelo fechamento de escola? Por não ter que ir à aula?!? Hã?!?!
c) Observem a expressão e o punho cerrado erguido, e comprovem com o de qualquer outra manifestação de protesto de muçulmanos. Será que é isso que aprendem na escola?

Poema do domingo

Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar
Vamos dar a meia-volta, volta e meia vamos dar

O anel que tu me deste era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou

Por isso Dona .................., entre dentro desta roda
Diga um verso bem bonito, diga adeus e vá-se embora

sábado, 29 de março de 2008

Fitna online

Fitna, o filme de Geert Wilders sobre o radicalismo islâmico, durou menos de 24 horas no site do LiveLeak, onde foi lançado originalmente. Parece que desta vez o medo venceu a, hã, esperança. O video está agora disponível no Youtube. Foi assistido por mais de 3 milhões de pessoas no LiveLeak; o link do Youtube conta com alguns milhares em poucas horas. Provavelmente será retirado do Youtube, mas voltará, ali mesmo ou em outro site. Impossível censurar toda a rede. Por outro lado, já há protestos até no Paquistão contra o filme, de gente que nem sabe o que é Internet. Bem-vindos à globalização.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Paz!

Vai ter muita paz hoje na Plaza de Mayo. Acabo de ver pacíficos manifestantes de esquerda do pacífico grupo Quebracho, armados pacificamente com pacíficos bastões e pacíficas barras de ferro, com seus pacíficos rostos cobertos com pacíficas keffiyas, dirigindo-se para a praça em sinal de solidariedade a grupos piqueteiros que foram agredidos durante as manifestações de ontem. Não tenho dúvidas que tal solidariedade será pacífica.

Este é o pacífico grupo Quebracho, que também apóia o pacífico grupo Hizballah.

Será que é tão difícil de entender?

A presidente (me recuso a chamar essa dondoca de “presidenta”) Cristina Kirchner falou novamente sobre os protestos do campo, afirmando que “é preciso distribuir as riquezas”.

Até quando temos que ouvir essa lenga-lenga?

Não existe “distribuição de riquezas”. O pessoal progressista costuma fazer a metáfora do tal bolo que “deveria ser dividido entre todos”. Bem, amigos, lamento decepcioná-los: não existe o tal bolo.

O que existe são pessoas que produzem e vendem os ingredientes do bolo e outras pessoas que, com tais ingredientes, cozinham o bolo. O “confeiteiro” pega uma parte do bolo para si mesmo e vende a outra parte para poder comprar mais ingredientes para fazer novos bolos, retomando assim o ciclo.

Governo que vem com essa de “distribuir igualmente o bolo” pra quem não cozinha nem contribui com ingredientes, vai poder fazê-lo só uma vez; depois disso, não haverá confeiteiro que queira produzir bolo de graça para os outros sem ganhar nada.

(Na lógica progressista, distribui-se um bolo à força, o povo dos sem-bolo fica feliz, mas depois não se criam novos bolos e o pessoal morre de fome. A culpa é colocada nos “ávidos confeiteiros”.)

Será que deu pra entender agora?

quinta-feira, 27 de março de 2008

Será que o cristianismo terceiro-mundista vai salvar a Europa de si mesma?

Ninguém no Brasil prestou muita atenção à conversão de Magdi Allam pelo Papa, mas lá na Itália o assunto está rendendo uma furiosa polêmica, uns criticando o evento pelo seu caráter midiático ou por sua suposta mensagem política, outros apoiando a mensagem implícita de conversão de muçulmanos.

Mas os muçulmanos radicais estão com medo, muito medo.

O fato é, o Papa Bento XVI e Magdi Cristiano Allam acabam de dar a pista para a salvação da Europa: a conversão de seus imigrantes ao cristianismo.

Tem um ditado americano que diz, "não se leva uma faca para um duelo com pistolas". Da mesma forma, não se leva o secularismo para uma luta entre religiões. E é disso que se trata, no fim das contas.

Os muçulmanos não vão se converter ao secularismo europeu, precisam de outra religião para a qual canalizar sua fé. As elites ateístas não entendem isso, é claro, assim como não entendem o fato de que a maioria das pessoas precise acreditar em algo além do vazio total do pós-modernismo, mas o fato é, no fundo, bastante simples: ninguém enfrenta a morte em nome do secularismo; em nome da religião, sim. Simples assim. Quem vai enfrentar os fundamentalistas muçulmanos? Alguém com fé.

No Egito, terra de nascença de Allam, um padre copta chamado Botros está convertendo centenas, milhares de muçulmanos ao cristianismo na surdina, isso tudo sob um regime autoritário. Na Europa democrática e politicamente correta, não há missionários que se infiltrem nos guetos islâmicos para pregar a fé cristã.

A mensagem do Papa parece ser que eles virão. Não serão europeus brancos, mas sim cristãos do terceiro mundo, da América Latina e da África, ou então ex-muçulmanos já convertidos que se dedicarão, com risco de violência, a pregar a nova fé entre seus irmãos.

Será que só Deus pode salvar a Europa de si mesma?

Os protestos na Argentina


Os protestos na Argentina continuam e se agravam. Agora, além do bloqueio de estradas e protestos no campo, somaram-se protestos na cidade. No outro dia, na Plaza de Mayo, houve até um grupo de piqueteiros governistas a mando dos Kirchner dando pau em piqueteiros espontâneos, irritados com os desmando do governo. Tratou-se, naturalmente, de uma provocação.

O que acontece é o seguinte: a produção agropecuária, e em especial a colheita recorde de soja, é basicamente o que segurou o crescimento argentino durante todos estes últimos anos. Agora o governo quer meter a mão, aumentando impostos em até 45%. Tudo isso em meio a escândalos de corrupção ainda não resolvidos.

É a velha história "progressista": tirar dos setores produtivos para, dizem, realizar a "distribuição de riqueza". O que o governo não diz - mas todos sabem - é que:

a) querem distribui-la é entre eles mesmos;
b) o aumento de impostos é contra-producente, tendendo a gerar um menor estímulo à produção, e portanto a menor geração de riquezas, e portanto, em última análise, menor recolhimento de impostos.

O que esquentou a briga nos últimos dias, e levou o protesto da cidade para o campo, foi o provocador discurso demagogo (bem ao estilo peronista) de Cristina Kirchner, culpando as "elites" que não querem perder seus "lucros", que desagradou os porteños, já irritados com o descaso do governo com a prefeitura da cidade que está nas mãos da oposição, bem como os escândalos de corrupção ainda não resolvidos, como a infame história das "malas venezolanas".

Os blogueiros argentinos do Blogbis têm uma ótima cobertura de toda a história.

Atualização: o piqueteiro profissional a mando do governo Kirchner, Luis d´Elia, simpatizante do presidente do Irã e do Chávez, líder de uma espécie de MST local (FTV) e responsável pelos confrontos com manifestantes na Plaza de Mayo, disse hoje em entrevista que "não teria problemas em matar todos os 'oligarcas' que protestam" e que "tem um ódio visceral contra os brancos do Barrio Norte". (Em Buenos aires, ao contrário do Rio, a zona norte é a parte mais rica e a zona sul a mais pobre). É o fascismo progressista em ação.

terça-feira, 25 de março de 2008

O Papa converte Magdi Allam

Magdi Allam, de origem egípcio mas vivendo há trinta anos na Itália, é um dos principais jornalistas italianos da atualidade. Vice-diretor do importante jornal Corriere della Sera, ele é um grande crítico do radicalismo islâmico e do terrorismo, bem como apoiador de Israel - chegou a escrever um livro chamado "Viva Israele".

Detalhe: ele é muçulmano. Ou era.

O jornalista, que já precisava viver sob escolta armada devido às suas polêmicas declarações, converteu-se publicamente ao catolicismo, sendo batizado pelo próprio Papa Bento XVI.

Detalhe: a conversão ocorreu três dias depois das mais recentes ameaças do Osama bin Laden ou seu clone à Europa e especificamente ao Vaticano.

Em carta publicada no Corriere, Allam explicou que, após tentar lutar por un islã moderado e vers-e obrigado a levar uma "vida blindada" devido às ameaças de morte, chegou à conclusão de que "a raíz do mal está implícita en un islã que é fisiologicamente violento e historicamente conflitivo".

"O milagre da resurreição de Cristo se refletiu na minha alma e a liberou de uma predicação na qual o ódio e a intolerância predominam sobre o amor e o respeito al próximo. Minha mente se liberou do obscurantismo de uma ideologia que legitima a mentira e a simulação, a morte violenta que induz ao homicídio e ao suicídio, a cega submissão à tirania, permitindo-me aderir à autêntica religião da Verdade."






Atualização: Spengler, curiosamente, escolheu como tema de sua coluna semanal a conversão de Magdi Allam (agora Magdi Cristiano Allam), definida por ele como um evento fundamental, uma mudança de paradigma por assim dizer, se tal expressão não estivesse tão gasta.

Um bicho às terças

Estive em Salta no feriado, passando justamente por esta estrada que se vê no vídeo. A província de Salta fica ao norte da Argentina, fazendo fronteira com a Bolívia e o Chile. É uma região bem diferente de Buenos Aires ou do sul da Argentina, lembrando mais - em termos de fauna, flora, pessoas e costumes - a Bolívia ou o Peru. Parte de Salta antigamente fazia parte do extenso império Inca, sendo que até mesmo foram encontradas múmias incas extremamente bem conservadas no topo de uma de suas montanhas (os chamados niños de Llullaillaco).

A llama, como ocorre em toda a região andina, é um animal típico dessa região. Trata-se de um camelídeo exclusivo da América do Sul. Quando chegaram à América, os espanhóis acreditaram por um tempo que os Incas seriam os descendentes de uma das doze tribos perdidas de Israel, e que as llamas seriam animais saídos da Arca de Noé.

Hoje se sabe que a migração do animal deu-se no processo inverso: um ancestral das llamas, originário da América, cruzou até o Oriente, terminando por evoluir no camelo e no dromedário.

A llama, ao contrário de seus parentes selvagens vicunha e guanaco, existe apenas em estado doméstico hoje, sendo apreciada principalmente pela sua lã. Há evidências que o animal já era domesticado desde o período pré-incaico.

As llamas, como sabe qualquer um que leu "Tintin e o Templo do Sol", têm o costume de cuspir quando se sentem ameaçadas. (Não é mito, podem ver no vídeo do link).


quarta-feira, 19 de março de 2008

Férias! Até a volta...

Estou viajando no feriado para Salta, no norte da Argentina. Não acredito que poderei blogar desde lá. Deixo os possíveis e ocasionais visitantes com duas raridades musicais encontradas nesse incrível arquivo que é o Youtube.

O primeiro vídeo é da cantora israelense Esther Ofarim, artista que descobri recentemente ao procurar pelo "Bird on the Wire" do Leonard Cohen e encontrar uma versão magnífica dela. Esther canta em inglês, alemão, ídiche, hebraico, italiano e até espanhol. No vídeo abaixo, ela canta a canção em dialeto napolitano "Sto Core Mio", de Orlando di Lasso, compositor renascentista.

O segundo vídeo é do grande cantor e compositor italiano Paolo Conte. No Brasil, quando se pensa em música italiana se pensa logo em Eros Ramazzotti e Laura Pausini. Nada mais distante de tais abominações pop do que a sutileza e a elegância deste brilhante músico nascido em Asti.




Por que não dá pra debater com esquerdistas

Em 2002, ano em que Álvaro Uribe assumiu o poder na Colômbia, ocorreram 28.837 homicídios.

Em 2007, ocorreram 12.911 homicídios, menos da metade, e o nível mais baixo em vinte anos.

Só em Medellín, o número de assassinatos baixou de 220 para cada 100.000 habitantes em 2001 para 28 em cada 100.000 em 2006.

Quais as causas de tão dramática queda?

Segundo o blogueiro de esquerda Idelber, entre as causas estão "o trabalho comunitário inovador de prefeituras como a de Bogotá e, inclusive, opções táticas recentes das próprias Farc"...

D'oh!

Talvez o blogueiro pudesse nos explicar porque, enquanto na Colômbia do linha-dura Uribe a violência diminuiu, na Venezuela de Chávez (onde não faltam programas sociais comunitários), o número de homicídios aumentou 300% desde 1998, ano em que Chávez subiu ao poder.

Obama night and day

Obama, nos seus calorosos discursos, diz ser a favor da unidade, da reconciliação, do fim do ódio racial, de uma nova América em paz consigo mesma. Mas, no dia a dia, freqüenta e freqüentou por vinte anos uma igreja que prega o ódio racial de negros contra brancos, que diz que Jesus Cristo era um negro que lutava contra as elites brancas, que a AIDS foi criada pelos brancos para contaminar os negros, entre outras barbaridades.

Obama, em artigos e depoimentos, afirma ter posições moderadas e de centro com respeito ao Iraque, a Israel, ao terrorismo, ao aborto, às drogas, à economia e à educação. Mas seu registro de votação no Senado em relação a esses assuntos é o mais à esquerda possível.

Obama é sorridente, positivo, passa uma imagem de serenidade, de homem de origem razoavelmente humilde realizado graças ao "sonho americano". Mas as pessoas mais próximas a ele - sua mulher, seu pastor e mentor intelectual, alguns de seus assessores - são sujeitos raivosos e ressentidos que, nas suas próprias palavras, "odeiam a América".

De dia, Obama é um plácido cidadão que paga seus impostos e cuida com amor das plantas e dos bichinhos.

De noite, transforma-se num lobisomem sedento de sangue que trucida mulheres e crianças de modo selvagem e atroz.

(Will the real Obama please stand up?)

terça-feira, 18 de março de 2008

Um bicho às terças



O bicho de hoje é a toupeira nariz-de-estrela (Condylura cristata). Como todas as outras toupeiras, excluindo as humanas, vive em túneis subterrâneos e é um animal praticamente cego. Compensa com um possante olfato, bem como com os pequenos tentáculos que possui na ponta do seu curioso nariz, que na verdade não parece lá muito com uma estrela. Tal nariz lhe permite ainda cheirar debaixo d´água: exala bolhas de ar em direção aos objetos e depois as aspira novamente. Aliás, esta toupeira é uma excelente nadadora e alimenta-se de insetos aquáticos, vermes e moluscos. É encontrada especialmente no Canadá e no norte dos EUA. Chega a ter no máximo 20 cm de comprimento.

segunda-feira, 17 de março de 2008

O crepúsculo do individualismo

Na Holanda, comentei aqui outro dia, liberaram o sexo gay nos parques - ao mesmo tempo em que proibiram que os cachorros passeiem sem coleira nos mesmos parques.

Os mesmos grupos que pretendem descriminalizar a maconha em nome da liberdade criam regras cada vez mais limitadoras sobre onde e quando se pode fumar cigarro ou até mesmo comer produtos ditos "não-saudáveis" como hambúrgueres e batatas fritas.

No Canadá, muçulmanos radicais pregam o terrorismo sem censura, mas o dono de uma livraria foi condenado a pagar uma multa altíssima por ter impedido um cliente de fumar um baseado no recinto - o que teria de algum modo interferido com seus "direitos humanos".

Na Inglaterra, enquanto câmeras vigiam todos os cidadãos mas o crime aumenta, agressores violentos recebem pena de seis meses ou são liberados com o mero compromisso de se apresentar na delegacia, enquanto o arçobispo da Igreja Anglicana cogita a adoção da sharia islâmica - o governo paga a ajuda psicológica às vítimas dos criminosos violentos que não puniu, e tem um projeto de instalar postes acolchoados para que os passantes distraídos não trombem neles.

Parecem apenas leis idiotas, das quais eu poderia citar outros milhares de exemplos. Mas talvez haja algo mais. Está claro, afinal, que estamos assistindo no Ocidente uma crise absoluta de valores, que gera naturalmente diversas contradições. Às vezes parece até mesmo não haver mais qualquer noção de "certo" ou "errado", de "funciona" e "não funciona", e as noções antigas são desconsideradas talvez por não serem modernas o suficiente (sem que ninguém pense que, na verdade, elas talvez tenham sido justamente o resultado de centenas de anos de erro e acerto).

Tudo, no fim das contas, ao menos a julgar pelos exemplos acima, parece ser determinado meramente pelo achismo do burocrata de turno. O responsável pelas escolhas não é mais o indivíduo - é o Estado.

De fato, notamos duas coisas ultimamente: por um lado, o cidadão quer cada vez mais "direitos". Acredita ter direito natural à casa, à alimentação, a saúde, ao emprego perpétuo, ao seguro-desemprego, a fazer um filme pornográfico com dinheiro público, e mesmo a coisas absurdas como a operação de mudança de sexo ou de lipoescultura paga pelo Estado. Em troca, o Estado vigia e controla cada vez mais a vida do cidadão: o que consome, o que come, se fuma, se bebe, onde viaja, o que leva na mala, o perfil genético de crianças de cinco anos que demonstrem atitudes anti-sociais... Mais aqui, no brilhante texto de Theodore Dalrymple, e aqui.

Tóim!

ONU em ação

Deu na BBC: Conflitos com manifestantes na parte sérvia de Kosovo "forçam" polícia da ONU a fugir apavorada e retirar-se das imediações...

Lembrou este vídeo aqui:



Run away! Run away! A União Européia, enquanto isso, disse que "A violência é inaceitável. Todas as partes deveriam trabalhar juntas para construir um Kosovo multi-étnico baseado na lei e no respeito à democracia."

Parece que a política externa européia, do Oriente Médio aos Balcãs, é toda baseada em whishful thinkings do tipo... Boa sorte, e boa noite...

sábado, 15 de março de 2008

Poema do domingo

Costumo criticar muito os países árabes aqui, mas como nada tenho contra o povo árabe em si, que, como todo e qualquer povo, é capaz de produzir alguns brilhantes indivíduos. Por isso hoje escolhi publicar um poema árabe aqui. Mais: um poema de uma mulher árabe.

Nazik Al-Malaika, entre outros méritos, tem aquele de ter sido a primeira pessoa a utilizar o verso livre no mundo árabe. Nasceu no Iraque em 1922. Fugiu do país com a subida de Saddam Hussein ao poder, refugiando-se no Kuwait. Saddam, que também escrevia (péssimos) poemas, talvez tivesse inveja: invadiu o Kuwait em 1991. Após o fim da conseqüente primeira Guerra do Golfo, Malaika transferiu-se para o Egito, onde viveu até a sua morte, em 26 de junho de 2007, aos 83 anos.

Este poema que publico aqui é um tristíssimo poema sobre um tema muito atual, os "assassinatos de honra", tão comuns no mundo muçulmano e hoje acontecendo mesmo em países ocidentais sob o cândido olhar dos multi-culturalistas. Detalhe: o poema é de 1957.

Como não publiquei nada no dia 8 de março, dedico o poema a todas as mulheres, especialmente as minhas caras Confetti e Cecília, costumeiras leitoras deste blog.


LAVAR A DESONRA

"Mamãe!" Um grito, lágrimas, escuridão.
O sangue flui, o corpo apunhalado treme,
O cabelo ondulado se suja de barro.
"Mamãe!" Só se escuta o verdugo.
Amanhã virá a aurora,
As rosas despertarão;
E à chamada dos vinte anos
E da esperança fascinada
As flores dos prados responderão:
Foi embora... lavar a desonra.
O brutal verdugo regressa e diz à gente:
"A desonra?" – limpa seu punhal -
"Acabamos de despedaçar a desonra.
De novo somos virtuosos, de boa fama, dignos.
Taberneiro! Cadê o vinho e as taças?
Chame essa indolente beleza de hálito perfumado
Por cujos olhos eu daria Corão e destino."
Enche tua taça, carniceiro,
A morte lavou a desonra.


Ao amanhecer, as garotas perguntarão por ela:
"Onde está?" O assassino responderá:
"Nós a matamos. Levava no rosto
o estigma da desonra
e nós o lavamos."
Os vizinhos contarão a sua funesta história
E até as palmeiras a difundirão pelo bairro,
E as portas de madeira, que não a esquecerão.
As pedras susurrarão:
“Lavar a desonra”
“Lavar a desonra”


E nós vizinhas do bairro, garotas do povoado,
Amassaremos o pão com nossas lágrimas,
Cortaremos nossas tranças,
Descoloriremos nossas unhas
Para que as roupas deles permaneçam brancas e puras.
Não sorriremos nem nos alegraremos nem alçaremos o olhar
Porque o punhal, na mão do nosso pai
Ou do nosso irmão, nos vigia
E amanhã, quem sabe em qual deserto
Nos enterrarão para lavar a desonra?

Etanol causa fome mundial

Navegando pela Internet, encontrei um interessantíssimo artigo de um tal David Warren, que fala sobre o biodiesel e como este pode causar uma fome mundial. Diz ele:
Um esquema para matar os pobres do mundo através da fome já foi lançado pelos "experts" ambientais, e está mostrando resultados promissores. (...) Transformando grande parte da limitada terra arável do mundo em plantação de grãos para biodiesel, a revolução ambiental está criando as condições para uma fome mundial em escala colossal.

De fato, os preços de certos alimentos já aumentaram substancialmente devido ao biodiesel. Os italianos estão se queixando do aumento no preço da pasta. No México há protestos pelo aumento do preço da tortilla. Se no Primeiro Mundo tal aumento de preços é suportável, nos lugares mais pobres da África e da Ásia, esse aumento global dos preços poderá se revelar bem mais prejudicial. A própria ONU observa que os custos de ajuda alimentar aos países pobres subiu em 40% desde Junho passado. Warren conclui:
E tudo isso pra quê? Para que nós, ricos, possamos sentir a satisfação esnobe de estar "protegendo o ambiente" enquanto abastacemos com biodiesel. (...) O triunfo do "ambientalismo" é sintomático da loucura que tomou nossas elites, sob o encanto do "políticamente correto" - pois há uma loucura real quando se cria um desastre real e previsível para evitar um desastre imaginário.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Enquanto isso, no Tibet


Protestos no Tibet... Repressão da polícia chinesa... Uma morte. Curioso, são tantos os que gritam contra a tal "ocupação" de Gaza que nem está mais ocupada, e tão poucos os que dizem algo que seja contra a ocupação do Tibet pelos chineses... Que já avisaram que não vão largar o osso jamais. Mas já se sabe, há causas célebres, e outras nem tanto... E a China controla fortemente o que se pode e o que não se pode mostrar, de modo que, paradoxalmente, as sociedades em que há mais liberdade de imprensa terminam sendo mais criticadas do que as que censuram tudo fortemente.

(Curiosidade, o livro "Tintin no Tibet" chegou a ser publicado na China com o título "Tintin no Tibet Chinês"... Até que protestos da herdeira de Hergé forçaram a troca pelo nome original.)

quinta-feira, 13 de março de 2008

A conversão de David Mamet

A maioria dos artistas, em quase todo o mundo, é de esquerda. Acho que há razões para isso, mas não vou detalhá-las aqui. O fato é que David Mamet, o célebre dramaturgo, escritor, roteirista e diretor de cinema, escreveu estes dias um artigo no Village Voice afirmando que deixou de ser um "brain-dead liberal" (i.e. "um esquerdista sem cérebro"), e resolveu assumir uma posição mais conservadora. O artigo, naturalmente, está causando grande alvoroço entre a intelligentsia newyorkina. O parágrafo chave é este aqui:

I began reading not only the economics of Thomas Sowell (our greatest contemporary philosopher) but Milton Friedman, Paul Johnson, and Shelby Steele, and a host of conservative writers, and found that I agreed with them: a free-market understanding of the world meshes more perfectly with my experience than that idealistic vision I called liberalism.

Recomendo a leitura de todo o artigo. Assim como a neo-neocon (que comenta o artigo em seu blog) e o próprio Mamet, eu também passei por uma mudança parecida. Mamet, por sinal, tem também alguns livros muito bons sobre o mundo do cinema, e sua peça/filme Oleanna é uma ótima denúncia do politicamente correto.

Teoria da Conspiração

O Marco, lá no blog do PD, apresenta uma assustadora notícia. Ou seria apenas uma brilhante teoria da conspiração? A vocês a decisão, tomo a liberdade de repeti-la aqui...

A Irmandade Muçulmana infiltrou dois agentes no mais alto circulo de poder dos Estados Unidos.

Huma Abedin e Barack Obama.

Huma, pouco se sabe sobre ela, mantém relações amorosas com o casal Clinton - à vezes os três juntos na mesma cama (king size)

Barack Obama é candidato a nada menos do que a Presidencia daquele país.

Essa teoria conspiratória nasceu quando um "coleguinha" do NYT descobriu que o túmulo do "pai" queniano de Obama estava vazio. E que os registros do pretenso acidente de carro aonde o "pai" de Obama perdeu a vida - não existem.

Pesquisando mais fundo, o repórter chegou a uma nova e espantosa descoberta: a "mãe" do candidato, pouco antes de morrer, declarou a enfermeira do hospital aonde estava internada que estava sendo envenenada.

Após comentar o fato com colegas de trabalho a enfermeira, Dorothy Parker, simplesmente sumiu, para sempre, sem deixar traços.

O Chefe Supremo da Irmandade, Mohamed Abdel Moneim Fayed, o coordenador da operação - que incluia a tomada da Coroa Britanica via seu filho de Dodi com a Princesa de Gales, Diana, acaba de doar secretamente a espantosa soma de 4 bilhões de dólares para a campanha de Obama.


Mais fatos (reais) para alimentar a conspiração:

- A Irmandade Muçulmana tem efetivamente um projeto para conquistar a Europa, escrito em detalhes, não duvido que tenha um para conquistar os EUA também no devido tempo.
- A realeza britânica, misteriosamente, está cada vez mais próxima do Islã. Diana quase se casou com Dodi. A Rainha designou um salão especial para as orações dos funcionários muçulmanos. O Príncipe Charles tornou públicas várias vezes sua simpatia pelo Islã, e há mesmo suspeitas que ele tenha se convertido ao islamismo, apenas não divulgando o fato pois pegaria mal.
- Huma Abedin (foto abaixo), assessora de assuntos especiais de Hillary Clinton, é ligada ao lobby saudita, e há rumores de que seja mesmo a amante de Hill.

Sexo e moralidade

O governador de NY renunciou. Muitos falaram em hipocrisia, em puritanismo americano, etc. No entanto, fora o fato de que a prostituição é ilegal e não fica bem que um governador a pratique, este é um governador que havia prometido lutar contra a prostituição, o que pega duplamente mal. Considerem ainda que o governador foi flagrado em uma operação do FBI contra um círculo de prostituição de luxo, e que os custos astronômicos das senhoritas indicam que talvez o governador utilizava dinheiro público para tais atividades. De qualquer modo, fora dos holofotes da mídia, talvez seja mais fácil para o governador remendar os problemas com a sua família.

No mesmo dia, saíram notícias em vários jornais do mundo informando que na Holanda agora é permitido a qualquer um trepar nos parques da cidade. Lá a prostituição, além disso, já é legal há tempos, e o prefeito de Amsterdam provavelmente não teria causado nenhum escândalo se fosse flagrado na cama fumando maconha acompanhado de duas putas e um travesti.

São opostos.

E, no entanto, creio que seja melhor uma sociedade que ainda mantenha certo limite de moralidade. Explico.

Não gostaria, certamente, de viver em uma sociedade repressora como o Irã ou Arábia Saudita, no qual as putas e seus clientes podem ser presos a qualquer momento, e se alguém é pego transando no parque certamente será espancado pela Polícia da Virtude e jogado em uma escura e imunda cela.

Por outro lado, uma sociedade completamente tolerante como a holandesa também tem seus problemas: já há na Holanda um partido político que luta pela legalização da pedofilia. Muitos dirão, não, isso não pode, mas... Ué, por que não? Se você não estabelece nenhum critério moral nem põe limites de conduta, é natural que se vá "avançando" mais e mais. Prostituição é legal? A ilegalidade avança nas prostitutas menores de idade. Pode fazer sexo nos parques? O pessoal vai começar a fazer sexo nos shopping centers. É legal fumar maconha? Bem, muitos partem daí para a cocaína, a heroína, o crack.

O melhor, então, é uma situação intermediária, na qual todos sabem que a prostituição ou o sexo nos parques existem, mas os que praticam não são necessariamente bem-vistos pela maioria da população. São atividades contra a lei, mas a punição é leve, de caráter meramente pecuniário ou educativo.

O ponto de vista liberal é o ponto de vista dos jovens, mas o ponto de vista conservador é o ponto de vista dos pais. Afinal, para dar um exemplo extremo, qual é o pai que gostaria de saber que sua filha de 13 anos anda trepando pelos parques da cidade com um barbado de 40 anos em troca de maconha?

A família Spitzer: Papai-Pega-Putas, Mamãe Gostosona
(será que também tinha amantes?),

e as filhas adolescentes que devem estar pensando,
"PQP, como vão nos sacanear no colégio agora!!!"


Atualização: aqui, exclusivamente para o leitor Pax, algumas fotos da prostituta de luxo de 22 anos que fez o governador cair.

"Kristen" dorme tranquila entre um cliente e outro. Vale 5 mil dólares?


terça-feira, 11 de março de 2008

A esquerda e o crime

Thomas Sowell escreveu um recente artigo falando sobre os custos ocultos do crime, e observa:

Por mais de dois séculos, a esquerda política esteve preocupada com o destino dos criminosos, muitas vezes ignorando ou diminuindo o destino das vítimas destes criminosos.

Portanto não chega a ser surpreendente que um recente editorial do New York Times voltou a um tema familiar aos esquerdistas, em ambos os lados do Atlântico, com seu lamento de que "o número de presos continuou a aumentar enquanto o número de crimes caiu."

Lá em 1997, o jornalista do New York Times Fox Butterfield expressou o mesmo lamento em uma manchete: "Crime cai, mas as prisões ficam cada vez mais lotadas". Antes como agora, os esquerdistas parecem achar bizarro que os níveis de crime caiam quando mais criminosos estão detrás das grades.

Vejam o pensamento da esquerda: como o crime está caindo, o fato de que haja mais presos só pode ser um abuso de poder. Não conseguem, ou não querem, relacionar causa e efeito: acreditam que a queda do crime seja anterior ao aumento das prisões. Mas não conseguem explicar por que o crime caiu em primeiro lugar. Mesmo aqui no Brasil, houve uma longa discussão sobre se a diminuição da criminalidade em São Paulo teria algo a ver com o maior número de prisões. Reinaldo Azevedo chegou a se perguntar:

O que há de errado com a punição de quem transgride a lei? No Brasil, os estados que mais “punem”, vejam vocês, têm menos crimes. Não é espantoso? Assim se dá no mundo inteiro. Por aqui, não obstante, o bandido se tornou uma “voz autorizada” do diálogo. É um troço formidável: representantes do crime acabam sendo considerados interlocutores.

A única explicação possível é que a esquerda propositalmente queira o aumento do crime. Cito o que diz o Olavo em seu último artigo:

“A violência no Brasil é um sintoma de um largo conjunto de problemas sociais” é o tipo da afirmação que não significa nada, com a ressalva de que o apelo às causas sociais remotas tem sido o mais constante pretexto para desestimular a ação policial contra o problema imediato, que é o fato de criminosos estarem vendendo drogas para as crianças nas escolas e matando a tiros cinqüenta mil brasileiros por ano.

Entre a pobreza e o crime, o vínculo não é direto nem logicamente necessário. Ninguém sai por aí matando pessoas ou vendendo drogas simplesmente porque é pobre. Uma coisa não produz a outra sem a interferência de um terceiro elemento, este sim decisivo, tão decisivo que pode produzir o crime sem o auxílio da pobreza. Esse elemento chama-se ação humana, entendendo-se por este termo sobretudo a ação deliberada e organizada dos indivíduos e grupos que têm meios de influenciar a vida social como um conjunto, isto é, os intelectuais e os políticos. O primeiro desses grupos, como já venho demonstrando desde 1994, ocupa-se, há décadas, em disseminar nas classes letradas o ódio à polícia e a simpatia cúmplice para com os bandidos.

De fato, o discurso da esquerda, ao ser centrado nos direitos do bandido e nunca nos da vítima, por si só estimula o crime. Mas, como Sowell argumenta, há também uma questão econômica aí: enquanto os custos do combate ao crime são pagos por nossos impostos, aos quais os políticos gostariam de dar outros usos mais, hã, nobres, os custos do crime e da violência impune, embora maiores, são pagos pelo cidadão comum diretamente do seu bolso, sem que os políticos metam a mão. Some-se, no Brasil, ao lucro que certos políticos obtém com o narcotráfico e a lavagem de dinheiro, e temos boas razões para crer que, quando não se acredita na punição, o crime compensa.

Um bicho às terças

O nosso bicho às terças de hoje é o vírus Ebola, ainda que provavelmente seria um equívoco chamá-lo de "bicho". Há até controvérsias entre os cientistas sobre se os vírus devem ser classificados como seres vivos ou não. Os vírus não têm células, são apenas material genético (RNA ou DNA) coberto por uma cápsula protetora, e não podem crescer nem se reproduzir sem uma célula hospedeira.

O vírus do Ebola foi descoberto em 1976 no Sudão e no Zaire, mas causou um grande susto midiático nos anos noventa durante uma epidemia. O vírus causa uma terrível febre hemorrágica. A taxa de mortalidade pela doença oscila entre os 50% e os 90% dependendo do tipo do vírus. É justamente a grande e veloz mortalidade, por outro lado, que impede que tais epidemias se espalhem demasiado e matem muito mais gente. A última epidemia teve lugar em Uganda no ano passado e matou 37 pessoas.

Como o vírus da AIDS, há hipótese que o Ebola venha dos macacos, já que também vitima gorilas e outros símios. Outros suspeitam que o morcego da fruta seja o transmissor.

Enfim, para que precisamos desses malditos vírus? Taí um bicho que poderia muito bem estar em extinção, junto com as baratas.

Um fofinho Ebola de pelúcia. O vírus real é microscópico e menos fofo.

O governador e as putas

O governador Democrata de NY foi pego com as calças na mão e a boca na botija, contratando prostitutas... Detalhe, prostitutas que cobram 5.500 dólares a hora. (Há orgasmo que possa valer tudo isso?). O governador ainda não renunciou, mas é possível que o faça nas próximas horas. Lá nos EUA, prostituição é crime e políticos descobertos pagam caro (e não me refiro aos 5.500 dólares por hora). Talvez seja pura hipocrisia, afinal, no fim das contas o governador não prejudicou ninguém, e quem sabe estava até preparando um presente especial para sua esposa. (embora, pela sua cara, não pareça). Aqui na terrinha, onde a hipocrisia é mais sutil, tanto o político quanto a puta faturam dividendos de dinheiro ou fama e fica por isso mesmo. O que talvez seja uma das poucas vantagens deste país.


Uma das putinhas de 5.500 dólares... É estudante nas horas vagas...
Ué, ganhando essa grana, estuda pra quê?


O governador e sua mulher em um agradável momento familiar...

segunda-feira, 10 de março de 2008

O Islã é bárbaro ou só comete barbaridades?

O escriba que assina como Spengler no Asia Times escreveu nova coluna sobre o Islã, na qual tenta responder a "pergunta tostines" do islamismo: Os muçulmanos que cometem atos bárbaros o fazem porque são "maus muçulmanos" ou porque são "bons muçulmanos"?

Em outras palavras, suas práticas bárbaras (mutilação genital, apedrejamento, morte de apóstatas, assassinatos da honra, terrorismo) são originárias da própria religião (Corão, hadiths) ou são originários de culturas primitivas anteriores (cultura árbare, etc) às quais os islamismo se superpõe?

Spengler argumenta que o que ocorre é uma mistura dos dois, pois o islamismo não pode ser separado da cultura primitiva. Para Spengler, o islamismo é numa religião que parodia as duas fés monoteístas anteriores (judaísmo e cristianismo), mas termina mais próxima mesmo é do paganismo (na acepção de Franz Rosensweig).


Nota: embora Spengler utilize o nome do filósofo alemão Oswald Spengler, que escreveu "A decadência da cultura ocidental", ninguém sabe quem ele é. Sabe-se que ele tem seu próprio fórum no qual sempre se comunica com os leitores. Fala alemão fluentemente. É provavelmente europeu, talvez - pelo domínio do idioma - inglês, embora fale muito sobre os EUA e deva morar em algum país asiático. Diz acreditar em Deus mas jamais especificou sua religião. É, provavelmente, cristão, talvez católico, mas tem parece ter simpatia pelo judaísmo, sendo fã do teólogo judeu Franz Rosenzweig. Escreve mais sobre religião do que diretamente sobre política, mas suas últimas colunas (anteriores a esta) foram bastante críticas ao candidato Barack Obama. Spengler é um curioso fenômeno, tendo ficado famoso principalmente através do seu anonimato na Internet.

Idéias de jerico


O zapatista Zapatero, em 2005, decidiu "resolver" o problema da imigração ilegal anistiando um milhão de sin papeles. Pouco mais de dois anos depois, já há de novo um outro milhão de imigrantes ilegais esperando na fila e o país responde barrando turistas do Brasil. É possível que o presidente sapateiro esteja se perguntando como isso pôde acontecer; mas as pessoas com mais de um neurônio sabem que premiar um comportamento ilegal tem como único resultado seu crescimento. Mas idéia de jerico mesmo foi a dos espanhóis, que reelegeram o zapatista este fim de semana só porque, mais uma vez, aconteceu um atentado terrorista à véspera do pleito.

Outra idéia que seria de jerico se não fosse, na verdade, profundamente malévola: no Zimbabwe, o ditador Mugabe aprovou uma lei que obriga as companhias do paía a terem 51% do seu capital nas mãos de zimbabweanos negros. Deve funcionar tão bem quanto a desapropriação de terras de agricultores brancos, que acabou com a agricultura do outrora "celeiro da África". O estranho é que na matéria, a BBC é elogiosa e se pergunta mesmo se a lei não seria um "avanço histórico". Só no final coloca um parágrafo observando que "economistas independentes" alertam que a lei acabará com o investimento no país, já prejudicado por uma inflação de 100.000% ao ano (é, 100 mil ao ano, 9 mil ao mês, e crescendo). Enquanto isso, pessoas são presas por arrancar cartazes do ditador.

domingo, 9 de março de 2008

Poema do domingo

Yehuda Amichai (1934-2000) é o grande poeta de Jerusalém. Escreveu centenas de poemas sobre a cidade. Já publiquei um de seus poemas aqui, com tradução de Millôr Fernandes. Lamentavelmente, há poucas traduções e sua obra é quase desconhecida no Brasil. Trata-se, no entanto, de um dos maiores poetas do século XX, e não na minha estimativa, mas na de quem entende do assunto. É claro que jamais ganhou o prêmio Nobel.

Escolhi três poemas sobre Jerusalém e depois fiquei na dúvida sobre qual deles publicar; portanto, publico os três. Dois em tradução tosca minha do inglês ao português, o último em inglês mesmo. (Amichai, é claro, escrevia em hebraico. As versões abaixo são meras aproximações)

O amor por Jerusalém

Há uma rua onde vendem apenas carne vermelha
E há uma rua onde vendem apenas roupa e perfumes. E há
um dia no qual vejo apenas aleijados e cegos
E aqueles cobertos com lepra, e espásticos, e aqueles com os lábios torcidos

Aqui constróem uma casa e ali destróem
Aqui cavam para dentro da terra
E ali cavam para dentro do céu
Aqui sentam e ali caminham
Aqui amam e ali odeiam.

Mas aquele que ama Jerusalém
Segundo o guia turístico ou o livro de orações
É como aquele que ama uma mulher
Segundo um manual de posições sexuais.

* * *

Turistas, Parte 2

Uma vez eu estava sentado nos degraus próximos ao portão da Cidadela de Davi e larguei duas pesadas cestas de compras ao meu lado. Um grupo de turistas parou ali ao redor do guia, e eu me tornei seu ponto de referência. "Vocês vêem aquele homem lá com as cestas? Um pouco à direita de sua cabeça há um arco do período Romano. Um pouco à direita da sua cabeça." "Mas ele está se mexendo, ele está se mexendo!". Eu disse a mim mesmo: a Redenção virá apenas quando alguém lhes disser, "Vocês vêem aquele arco ali do período Romano? Não interessa, mas perto dele, um pouco à esquerda e abaixo, há um homem que acaba de comprar frutas e verduras para a sua família."

* * *

The U.N Headquarters in the High Commissioner's House in Jerusalem

The mediators, the peacemakers, the compromise-shapers, the comforters
live in the white house
and get their nourishment from far away,
through winding pipes, through dark veins, like a fetus.

And their secretaries are lipsticked and laughing,
and their sturdy chauffers wait below, like horses in a stable,
and the trees that shade them have their roots in no-man's land
and the illusions are children who went out to find cyclamen in the field
and do not come back.
And the thoughts pass overhead, restless, like reconnaissance planes,
and take photos and return and develop them
in dark sad rooms.

And I know that they have very heavy chandeliers
and the boy-I-was sits on them and swings
out and back, out and back, out till there's no coming back.

And later on, night will arrive to draw
rusty and bent conclusions from our old lives,
and over all the houses a melody will gather the scattered words
like a hand gathering crumbs upon a table
after the meal, while the talk continues
and the children are already asleep.

And hopes come to me like bold seafearers,
like the discoverers of continents coming to an island,
and stay for a day or two
and rest...
And then they set sail.

sábado, 8 de março de 2008

O mundo da fantasia

Bjork, em um concerto em Pequim, protestou a favor da liberação do Tibet. Os chineses reagiram dizendo que o Tibet jamais se separará da China, que quem disser isso terá sua entrada barrada no país, que a partir de agora os artistas que entram serão mais vigiados e que a própria Bjork poderá ser proibida de realizar novos concertos por lá. Aplausos pra ela, mas -- pobre Bjork! Provavelmente achava que protestar contra os chineses era tão fácil quanto protestar contra o aquecimento global ou contra George W. Bush...
* * *
E por falar em "barrados", a Espanha andou barrando a entrada de brasileiros em Madri. O interessante é como a AP noticiou:
FACE XENOFÓBICA DA DIREITA ESPANHOLA”. “O aumento [do número de deportações] é resultado de pressões que o governo do primeiro-ministro socialista José Luiz Rodríguez Zapatero vem sofrendo do ultradireitista partido Popular, da oposição, e da União Européia para controle da imigração”.
Ou seja, o governo DE ESQUERDA barra, mas a culpa... é DA DIREITA!
E Partido Popular, "ultradireitista"? Enfim, o jornalismo, lá ou cá, anda cada vez pior...
* * *
O Hamas usa crianças-soldado, lavagem cerebral, adolescentes-bomba, técnicas de propaganda nazista, estímulo de jovens ao suicídio e ao assassinato... E no entanto passam como "vítimas", como "defensores do povo palestino". Nunca entendi as pessoas que defendem esse grupo, acredito que tenham problemas mentais. Ou sejam esquerdistas radicais, o que é a mesma coisa.
* * *
Muitas pessoas, e não apenas pessoas burras, por algum motivo não acreditam que os documentos encontrados no computador de Raul Reyes sejam verdadeiros. Não as entendo. Quase certamente não leram os documentos, que no entanto estão disponíveis online, ou não diriam isso. A prova mais evidente, entre tantas, que os documentos são absolutamente verdadeiros, é que em uma das cartas o pessoal das FARC cita o Obama, dizendo que ele provavelmente seria o próximo presidente dos EUA, e que ele não continuaria com o Plano Colômbia. Ora, nenhum ghost-writer colombiano envolveria um candidato a presidente americano em um documento falso, seria no mínimo um escândalo. Mas não, os críticos tupiniquins do Uribe continuam, ou ignorando os documentos, ou dizendo que são falsos ou "irrelevantes". Mais ou menos como sempre negaram o Foro de São Paulo...
* * *
Estou convencido que a maioria dos jornalistas, acadêmicos e "artistas" pop vivem em um mundo de fantasia, que só existe dentro de suas cabeças. Lamentavelmente, alguns querem impô-lo a todos nós.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Como resolver a questão de Gaza

Tive um lampejo e descobri como solucionar o problema dos pobres palestinos de Gaza, acossados pelos terríveis israelenses, que os oprimem fornecendo água, luz, dinheiro, comida, tratamento hospitalar e armas, e naturalmente forçando-os aos mais bárbaros atos de terrorismo.

A solução é tão simples, humanitária, e de fácil execução, que é incrivel como ninguém tenha pensado nela antes.

Basicamente, blogueiros de esquerda, comentaristas pró-palestinos do blog do PD, dinossauros petralhas, Chomsky, Robert Fisk, Amadinehjad, e cada um dos milhares de simpatizantes dos palestinos em todo o mundo, deve adotar pessoalmente uma família palestina, incluídos os doze filhos, papai membro de Hamas e suas cinco mulheres e a vovó de chador. O kit de foguetes Qassam vem de brinde.

Vamos ver até quando dura a simpatia dos simpatizantes quando estiverem lançando foguete e dando tiro pro alto no seu quintal.

Como dizia aquele velho personagem do Chico Anysio, o Nazareno: "Tá com pena? Leva ela pra ti."

Exploda de alegria adotando sua própria família palestina!


Atualização: O Nelson Ascher escreveu alguns textos interessantes sobre o tema dos simpatizantes palestinos, publicado em três partes no blog do Reinaldo Azevedo, começando aqui.

Furo: Karl Marx vive e atua nas FARC!

As dramáticas fotografias encontradas no computador do falecido Raul Reyes não deixam dúvidas: Karl Marx (na foto, à esquerda, naturalmente) está vivo e luta ao lado das FARC. Confiram:

Pelo fim da "paz"

Houve um ataque de terroristas árabes em uma escola religiosa judia em Jerusalém. Oito mortos e mais de quarenta feridos.

Há quem utilize o trágico e terrível evento para chamados pela "paz" e pelo "entendimento", e pelo fim do "ciclo de violência" e vários outros clichês do gênero. O próprio governo Olmert prometeu que o atentado não atrapalharia o "processo de paz."

Este blog não vai se juntar a tais pedidos. Este blog é a favor de uma reação amplamente desproporcional de Israel contra seus inimigos, embora saiba que tal não vai acontecer. Este blog, no entanto, não acredita que no momento exista "processo de paz" nenhum, apenas um "processo de guerra".

Muitos ultimamente criticam Uribe por ter invadido o território equatoriano para matar o vice-líder das FARC. Este blog não faz tais críticas. Este blog acredita que os terroristas das FARC devem ser capturados estejam onde estiverem, e que Uribe deve denunciar aqueles países que os protegem. Se há uma coisa que a morte de Reyes prova é que a melhor (e talvez a única) defesa é o ataque.

Muitas são as vozes que insistem em que o governo Uribe deveria negociar com as FARC. Mais numerosas e insistentes ainda são as vozes que gritam para que Israel negocie com Hamas.

Esquecem ou fingem esquecer tais vozes que já se negociou com as FARC, já se deu a eles controle sobre um imenso território nos anos 90, e a violência só aumentou.

Esquecem ou fingem esquecer tais vozes que há décadas Israel negocia com os palestinos, que Israel já saiu e tirou todos os judeus de Gaza, e a violência só aumentou.

A conclusão é simples, embora chocante:

A violência das FARC não acontece por causa da falta de negociações - a violência é o resultado das negociações.

A guerra entre Israel e palestinos não acontece apesar do "processo de paz" - a guerra é o resultado do "processo de paz".

Palestinos celebrando o massacre.
Como negociar com quem fica feliz com sua morte?

quinta-feira, 6 de março de 2008

Há algo de bom na esquerda?

O Chesterton mandou a outra vez um link informando que um psiquiatra havia descoberto que o esquerdismo era uma doença mental. A notícia não me surpreende. Porém, em nome do equilíbrio e do bom humor, hoje me dedicarei a perguntar se não haveria algo de útil ou bom na esquerda.

O Pedro Doria fez hoje um post dizendo que não existe mais esquerda nem direita - e no fim do post declarou-se de esquerda. Vai entender. Seguiu-se, nos comentários, um lamentável festival de comentários de esquerdistas defendendo ou justificando as FARC e, claro, criticando Uribe, bem como os eternos comentários defendendo Hamas, Hezbollah, Fidel, Chávez, etc etc etc.

De qualquer modo, concordo parcialmente com o Pedro: não existe esquerda ou direita - existe esquerda, direita, acima e abaixo, como mostra o quadro deste teste de inclinação ideológica.

Mas voltando à pergunta: existe algo de útil na esquerda?

Sim, na medida em que ajuda a conter os possíveis excessos da direita. De acordo com a curva de distribuição normal, afinal, a maioria das pessoas sempre está no centro, de qualquer modo. E, embora hoje grande parte dos esquerdistas se dedique a defender terroristas do Hamas ou das FARC, há causas liberais clássicas válidas como direitos civis, ambientalismo, liberdade de expressão, etc etc etc.

(A minha crítica em geral nunca é ao liberalismo clássico, mas sim ao marxismo.)

Mas enfim, embora gostaria de desenvolver melhor o assunto, é tarde e não vou ficar incomodando vocês com um texto maçante - até por que tudo já foi muito bem explicado pelos famosos sociólogos criadores do desenho "South Park", só que no filme de bonecos "Team América". Cliquem na figura para assistir.


(Legendas: "pussies" = esquerdistas, "dicks" = direitistas, e "assholes" = ditadores, guerrilheiros, criminosos, terroristas, FARC, fdps em geral.)

Muro da vergonha...

Olhem esta notícia, que "bacana":

Egito começa a erguer muro na fronteira com Faixa de Gaza

06 de Março de 2008

RAFAH, Egito (Reuters) - O Egito está construindo um muro de cimento e pedras ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza a fim de impedir que os palestinos invadam novamente seu território para escapar do bloqueio imposto por Israel, disse na quinta-feira um membro das forças de segurança egípcias.

Operários retiravam do local uma barreira feita com arame farpado para substituí-la por um muro de 3 metros de altura, afirmaram egípcios da cidade fronteiriça de Rafah, na Faixa de Gaza (território controlado pelo grupo militante Hamas).

Até agora, foram erguidos 3 quilômetros do muro.

"O novo muro ajudará o Egito a proteger melhor sua fronteira com a Faixa de Gaza", disse à Reuters um membro das forças de segurança egípcias que não quis ter sua identidade divulgada.

Estou aguardando as críticas ao "muro da vergonha", ao "genocídio egípcio", aos "egípcios opressores dos palestinos", etc.


quarta-feira, 5 de março de 2008

Apresentando os documentos

Publicados aqui pelo jornal colombiano El Tiempo uma série de documentos capturados no computador de Raul Reyes, acima de tudo correspondência entre vários membros das FARC, o Chávez, o Correa e seus emissários. Impressiona mais do que tudo a intimidade entre as FARC e seus simpatizantes. Todos estão convencidos de participar de uma luta comum, contra Uribe e o "Império".

Seguem alguns dos trechos mais divertidos ou interessantes.

Sobre Ingrid e a liberação dos reféns:

1-Concluyo en éxito la fase de liberación unilateral de prisioneros. Nos
quitamos varias cargas de encima y apuntalamos nuestra política frente al
Presidente Chávez. El punto negro, es el incremento de la presión por Ingrid,
por cuenta de las declaraciones de Luis Heladio Pérez, dando cuenta de su
extrema gravedad y el trato discriminatorio contra ella. Hasta donde
conozco, esta señora es de temperamento volcánico, es grosera y
provocadora, con los guerrilleros encargados de cuidarla. Además
como sabe de imagen y semiología, las utiliza en impactar en contra
de las FARC. Previendo los reclamos del Emisario francés, pienso
informarlo de esta situación.

[Chávez] También planteó lo de Ingrid, pero le
dijimos que si hacíamos eso nos quedaríamos sin cartas.

Sobre as cada vez maiores deserções:

La deserción de 2 muchachos nuevos por
los lados del camarada Benítez sin nada. Por los lados de Teteye deserto
Mileidy. Por lados Edgar desertaron 2 nuevos.

Sobre drogas:

5-En el trabajo de finanzas no hemos podido realizar un negocio bueno,
apenas tratando de precisar algunos negocios, hemos hecho cosas
pequeñas y la situación sigue dura la de la erradicada y fumigación. Con
Marcos hablamos de que nos colaborara si él estaba vendiendo a buen
precio nos ayudara estuvo de acuerdo unos pocos cositos en México por
cada coso queda de 5.000 dólares libres solo se mandaron 4 y ahí se le
mandan 20 mil dólares y seguimos por ese medio tratando a ver si
podemos conseguir otros recursos.

Sobre (pânico!) material radioativo para bombas:

6-Otros de los temas es lo de el Uranio hay un señor que me surte de
material para el explosivo que preparamos y se llama Belisario y vive en
Bogotá es amigo de Jon 40, Efrén oriental, Caliche de la Jacobo, el me
mando el muestrario y las especificaciones y proponen vender cada kilo a
2 millones y medios de dólares y que ellos entregan y nosotros miramos
a quien le vendemos y que sea el negocio con un gobierno para venderle
arto tienen 50 kilos listos y pueden vender mucho más, tiene el contacto
directo con los que tienen el producto.

Da amizade entre as FARC e os vários presidentes socialistas:

1- Se proseguirá el esfuerzo por hacer realidad la cumbre de comandantes
en el Yarí. De lograrse, Chávez iría acompañado por los presidentes Ortega,
Evo y Correa, que son “patria o muerte” con Chávez. De todas maneras
habrá una reunión privada Chávez-Marulanda.

Esclarecido o mistério. As Farc não traficam cocaína, traficam cristal:

Camarada el martes de esta semana que entra tengo que entregar 700 kilos de
cristal pero el sábado o domingo tengo que recibir la plata en Quito es un millón y
medio de dólares

Quem é "el cojo"? Isto parece filme do David Lynch, surreal.

6- Con el cojo hemos desarrollado una excelente y cada vez más estrecha
relación.

Poderia continuar para sempre. Leiam o material. É divertido.

terça-feira, 4 de março de 2008

Hipocrisia, teu nome é legião


O primeiro-ministro turco, Erdogan, criticou Israel por "práticas inumanas em Gaza e uso desproporcional de força".

(A Turquia acabou de invadir o norte do Iraque pela terceira vez, tendo matado centenas de militantes curdos.)

A Secretária de Estado dos EUA, Condoleeza Rice, instou Israel a "evitar a morte de inocentes."

(Os EUA ainda estão com milhares de tropas no Iraque e lutando no Afeganistão)

A Arábia Saudita advertiu Israel sobre seus "crimes".

(A Arábia Saudita financia o fundamentalismo islâmico em todo o planeta e ainda tem escravidão em seu país)

Hanibal Lecter, o famoso canibal assassino interpretado no cinema por Anthony Hopkins, advertiu Israel de que "os abusos sistemáticos aos direitos humanos devem parar..."

Enquanto isso, o Hamas utiliza crianças como escudos humanos e segue lançando mísseis sobre áreas civis, tudo ao som do choro de blogueiros histéricos (chorando exclusivamente a morte de palestinos).

Democratas embolados

Hussein versus Hillary, round dois... Barack Obama ganhou Vermont, mas projeções indicam que Hillary deve ganhar Texas e Ohio, ainda que por reduzidíssima margem. Se Obama ganhar mesmo que seja só num dos dois grandes estados, será quase con certeza o candidato. Se Hillary vencer, mesmo que por pouco, a luta continua. Essa divisão, ao menos em teoria, favorece McCain, que deve ser o vencedor definitivo esta noite e já pode ir pensando em quem será seu vice.

Um bicho às terças

Hoje, com vocês, a baleia azul, maior animal da Terra. Da wiki

A baleia azul (Balaenoptera musculus) é um mamífero marinho. Como outras baleias, as baleias azuis usam lâminas córneas na sua cavidade bucal para filtrar seu alimento (krill) da água do mar, alimentando-se também de pequenos peixes e lulas. A baleia-azul é o maior animal já vivo, podendo chegar a ter 33 metros de comprimento e mais de 180 toneladas de peso[1]. O orgão reprodutor do macho (o pênis), chega a medir 3 metros de comprimento.

A baleia-azul possui uma pequena aleta (abertura) que é visível apenas num curto período, quando a baleia mergulha. Tal aleta pode produzir jatos de água de até nove metros altura. O seu pulmão pode conter aproximadamente cinco mil litros de ar.

É também o animal mais ruidoso do mundo. Emitem sons de baixa frequência que atingem os 188 decibéis — mais fortes que o som de um avião a jacto — que podem ser ouvidos a mais de 800 quilómetros de distância[1].



Tambores de guerra na América Latina

Se os nossos governantes e "analistas de política internacional" fossem em vez disso comediantes ou palhaços de circo, poderiam usar melhor seu talento nato, e nosso triste continente seria sem dúvida mais alegre.

Vejam a cômica situação:

A Colômbia matou Raul Reyes, o atual nr. 1 das FARC (o Marulanda, até prova contrária, está morto e enterrado), em território equatoriano. O Equador reclamou, e o Chávez lá na Venezuela, por algum motivo, reclamou também.

Temos um grupo terrorista (ou guerrilheiro, chame como quiser), as FARC, que age na Colômbia mas, como lá é perseguido pelo governo linha-dura do Uribe, encontra guarida e apoio financeiro nos vizinhos socialistas Venezuela e Equador. Chaves e Correa, além de fazer vista grossa aos que entram e saem (e à cocaína que entra e sai) dão apoio logístico e dinheiro às FARC. Embora gente como o Olavo de Carvalho já falasse isso há anos, só agora o governo colombiano anunciou ter provas capturadas no computador do Reyes. As provas são cada vez mais contundentes; quem não acredita, que visite o site do Reinaldo Azevedo ou o jornal colombiano El Tiempo.

Ora, Equador e Venezuela financiam, protegem e armam um grupo terrorista que age na Colômbia, e ainda acusam o país de interferir em sua soberania. É muita cara de pau!

Mas não acaba aí. A Argentina se alinhou com a Venezuela e Equador. Claro: Cristina Kirchner recebeu dinheiro do Chávez para a campanha (e o marido Kirchner participou da primeira, e fracassada, campanha de "liberação" de reféns). Hoje mesmo saiu uma notícia sobre outro venezolano envolvido no chamado escândalo das malas.

A relação do Brasil (que também se posiciona em "solidariedade" com o Equador) com a história é mais difusa. Há acusações que Lula também teria recebido dinheiro de Chávez e das FARC. Não duvido. Mas a recente notícia é bastante mais grave: dizem que o Brasil estaria secretamente enviando armas em aviões da TAM para o Palácio de Miraflores. Armas, não para o exército, mas para Chávez proteger-se de possíveis golpes.

A notícia prenuncia uma possível guerra civil na Venezuela. Talvez tal evento seja mais provável do que uma guerra aberta entre Venezuela e Colômbia. Um dos articulistas de El Tiempo observa que as tropas venezolanas e equatorianas estão posicionadas só em certas regiões de suas fronteiras... que coincidem com a zona ocupada pelas FARC. Não estão protegendo seus países, estão protegendo as FARC de possíveis futuros ataques colombianos.

Agora o presidente do Equador diz que Ingrid Bitencourt estava "prestes a ser libertada". Ué, por que não foi? A cara de pau dessas pessoas é imensa. Assustadora.

Para desespero dos revolucionários de butique, as FARC foram feridas de morte e o projeto utópico socialista latino-americano também sofreu um duro revés. A máscara caiu. Se Chávez insistir em guerra aberta com a Colômbia possivelmente enfrentará uma guerra civil ou golpe na Venezuela, e conseqüente caos.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Achmed, the dead terrorist

Não sei se alguém já assistiu isto, mas descobri este fim de semana e achei muito bacana. Sempre achei que o ventriloqüismo era coisa de desenho animado, mas não, existe mesmo - até fazer o esqueleto cantar o cara consegue! Ele tem outros personagens, mas este é o mais engraçado. Coloco-o aqui em homenagem a Raul Reyes e os vários terroristas palestinos mortos na última semana. "Silence! I kill you!"

domingo, 2 de março de 2008

Ninguém odeia o Turcomenistão

Muitos odeiam Israel e o manifestam raivosamente em blogs. Muitos odeiam os EUA e o manifestam raivosamente em blogs. Raiva de procurar psiquiatra.

No Turcomenistão não há liberdade de imprensa e o governo controla a Internet. Até faz pouco quem tinha o poder era um ditador que mudou os nomes dos meses de janeiro para Turkmenbashi (em homenagem a si mesmo) e de abril para Gurbansoltan (em homenagem à sua mãe). Morreu, hoje o país tem um ditador que usa chapéus esquisitos e segue a mesma repressão. Mas ninguém odeia o Turcomenistão.

No Uzbequistão há repressão contra minorias e toda hora, no último protesto o governo executou centenas de manifestantes. Ninguém odeia o Uzbequistão.

No Kazaquistão tem o Borat. Ninguém consegue odiar o Borat.

(Nota: qualquer país com o sufixo "istão" parece ter passe livre pra fazer o que quiser. Talvez Israel devesse mudar o nome para Israelistão.)

A Coréia do Norte mata seu próprio povo de fome. Ninguém odeia a Coréia do Norte.

A Etiópia invadiu e detonou com os islâmicos da Somália. Ninguém odeia a Etiópia. Muitos nem sabem direito onde fica.

A Indonésia ocupou o Timor Leste por anos. Ninguém odeia a Indonésia. Muitos vão até fazer turismo sexual por lá.

A Rússia... todos sabemos. Ninguém odeia a Rússia. Ou quase ninguém.

A Colômbia matou terroristas e... É, alguns odeiam a Colômbia.

A Jordânia matou milhares de palestinos. Ninguém odeia a Jordânia.

O exército libanês recentemente matou centenas de palestinos em campos de refugiados. Ninguém odeia o Líbano.

A Arábia Saudita mantém filipinas como escravas. Com suficientes petrodólares de propina, ninguém odeia a Arábia Saudita.

Africanos se matam toda hora entre si. Ninguém odeia a África (a culpa é toda dos brancos colonialistas, lógico).

O ódio irracional a Israel e EUA diz mais sobre seus críticos do que sobre os países que são criticados.

Poema do domingo

A MEDIDA PARA O MALHO


A medida para o malho

Pela taxa da Cafeira,

Que tem do malho a craveira,

São dous palmos de caralho:

Não quer nisto dar um talho,

E eu zombo do seu empenho,

Pois tendo um palmo de lenho,

Com que outras putas desalmo,

Inda que tenho um só palmo,

Não quero mais do que tenho.


(Gregório de Matos, 1636-1696)

A esquerda e a criação de rancores


Dica da Cecília. O Marcos Guterman decidiu terminar com o seu blog, entre outros motivos porque:

Infelizmente, por causa do meu sobrenome e da minha religião, muitas pessoas apareceram por aqui para ofender os judeus, mentir sobre o Holocausto e desejar o fim do Estado de Israel. Agüentei o quanto pude, mas, em nome da memória de meus avós, decidi que já tive o bastante.

O Brasil nunca foi um país anti-semita. Certo, houve o Getúlio na época do Estado Novo que entregou a Olga pros nazistas, e houve episódios isolados, e houve e há skinheads, mas, que me lembre, nunca foi um país no qual o ódio aos judeus era algo cotidiano.

Mas, graças à esquerda e seu ódio irracional a Israel, o anti-semitismo está aumentando, e dá para notar isso claramente nos atrozes comentários que podem ser lidos no blog do Guterman. Alguns dizem que não se trata de "anti-semitismo", mas de "anti-sionismo". Grandes coisas. Bin Laden também fala em "sionismo". No momento em que há seis ou sete milhões de judeus vivendo em Israel, e sabendo que após 1948 centenas de milhares de judeus foram expulsos dos países árabes, achar que eles não tem o direito de morar no seu país, ou mesmo de ter um país, ou mesmo de não levar um míssil na cabeça, na prática equivale sim a ser contra os judeus.

O Brasil tampouco foi um país muito racista em relação aos negros. Quero dizer, houve e há racismo, mas nunca foi um racismo violento, de confrontação, como o que ocorreu e ocorre nos EUA, mas um fenômeno bastante mais velado e sutil. (i.e. os anúncios que procuravam pessoas de "boa aparência", etc.) Até porque aqui a miscigenação foi tanta que nem há como dizer quem é "branco" e quem é "negro", se é que tais categorias tem alguma utilidade prática. A instituição das cotas, por isso, tende a radicalizar um processo de identificação racial e de rancor mútuo que, temo, criará mais, e não menos, racismo.

A esquerda, por ser coletivista, tem a tendência a tratar as pessoas em blocos. Os negros. Os brancos. Os índios. Os homossexuais. As mulheres. Os pobres. Os ricos. O que são características acessórias, viram para a esquerda o fator fundamental de identidade. Não apenas isso, como tais grupos são considerados "minorias oprimidas" (é curioso que aos judeus não seja permitido o epíteto de "minoria oprimida", embora sejam claramente uma minoria), e portanto, seus rancores e ódios contra o "opressor" são, não apenas justificados, como estimulados.

Assim, estimulando-se o ressentimento, seja social, racial, religioso ou sexual, a esquerda só cria mais e mais ódio. Tudo, curiosamente, em nome da "paz" e do "entendimento entre as culturas".

Atualização: Oquei, Freddy, não é apenas a esquerda que cria rancores e divisões. E há anti-semitismo na direita também, embora o espantoso seja justamente que hoje o anti-semitismo mais virulento venha da esquerda e que seja raro entre a direita, que via de regra é pró-Israel. Mas o motivo do post foi falar sobre esse fenômeno de promoção do ódio e do ressentimento pela esquerda. Devido à propaganda árabe (tão bem aceita pelos esquerdistas, até porque originalmente a "propaganda árabe" foi criação da KGB, o Arafat foi cria da KGB, leiam Ion Pacepa), não há pais que seja mais odiado do que Israel e, por extensão, até judeus brasileiros que nada tem a ver com os atos do governo israelense, como o Marcos Guterman, acabam pagando o pato. Uma pena.

Um a menos


Lula e Chávez devem estar chorando hoje, mas tropas colombianas acabaram com o seu "companheiro" Raul Reyes, dito nr. 2 das FARC (mas bem possivelmente o nr.1, já que o Marulanda ou está morto ou estava muito velho para ter qualquer posição real de comando). Reyes estará agora numa sauna no inferno ao lado de Marx e Lenin.