segunda-feira, 25 de junho de 2012

E se o Islã vencer?


Nos começos do blogue, antes de ficar obcecado com a "decadência ocidental" e outras bobagens, eu escrevia muito sobre o Oriente Médio. Depois, cansei. Simplesmente pensei que, além do Brasil e em segundo plano os países latinos vizinhos, a minha bagagem cultural tinha mais a ver mesmo com Europa e EUA, o o que me preocupava mesmo era o possível triste fim dessas duas regiões do planeta devido ao esquerdismo, ao multiculturalismo e à globalização. Pensei: o Oriente Médio que se exploda!

Mas hoje, assistindo aos jornalistas da CNN extasiados com a vitória da Irmandade Muçulmana nas eleições do Egito (não via jornalistas tão contentes desde a vitória de Obama), penso que talvez tenha me enganado. O que acontece no Oriente Médio, cedo ou tarde, termina repercutindo no resto do planeta. Talvez ali seja mesmo o umbigo do mundo!  

Os muçulmanos continuam demonstrando que o que querem mesmo é islamismo radical. Estejam em seus países, nos EUA, ou na Europa. Dêem-lhes uma chance de votar, e eles vão escolher o candidato mais fanático e menos secular de todos. Até existe uma minoria de moderados ou ocidentalizados, mas são isso, minoria. 

O que acontecerá com os cristãos coptas, no Egito, não dá para adivinhar, mas provavelmente não será boa coisa.  

Se isso afetasse apenas seus países, tudo bem. Porém, cada vez mais o destino dos muçulmanos está ligado ao dos ocidentais. Nas recentes eleições da França, foram eles que decidiram o voto em favor de Hollande. Nos EUA, o que não contam (ainda) como número de votantes, contam com pressão devido ao medo de atentados e simpatia na mídia (A Christiane Amanpour da CNN ontem estava ganindo de felicidade, e não houve um príncipe saudita que comprou metade da Fox News?). E no Brasil? Um leitor manda uma reportagem mostrando que os jovens negros da periferia brasileira estão se convertendo ao Islã, como resposta ao "racismo da sociedade". Era só o que faltava!   

Graças aos muçulmanos, viajar, que era para ser uma actividade prazerosa, virou um inferno. Você precisa praticamente ficar pelado para poder passar pela revista dos aeroportos, e se vai de trem fica com a paranóia de que aquele muçulmano que entrou de mochila venha fazer "bombar" as suas férias.  

Eu preferia não ter que me preocupar com tudo isso. Infelizmente, especialmente na Europa, os muçulmanos têm cada vez maior relevância. Vai ser impossível ignorá-los. 

E, mesmo no Oriente Médio, esses novos governos islâmicos que estão surgindo não vão ser uma boa coisa, no mínimo vão explorar ainda mais os atentados contra civis ou chantagear os outros países com ameaças para receberem mais dinheiro, ou vão encher o saco com o aumento no preço do petróleo, e na pior das hipóteses vão começar uma nova guerra que terá ramificações mundiais. 

O que podemos fazer? 

Como eu gostaria de não ter que me preocupar com os muçulmanos e sua religião, mas, pelo jeito, vou ter que continuar escrevendo sobre isso…

Poema do Domingo

Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
    (Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
    Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
    E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
    E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
    Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
    Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
    Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
    Pagã triste e com flores no regaço.


Ricardo Reis

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A solução para o crime no Brasil

OBS.: Eu tinha escrito aí embaixo que um terço da população brasileira precisaria ser encarcerada. Naturalmente era uma hipérbole, uma exageração. Eu quis dizer apenas um monte. Porém, em um post que procurava oferecer algumas idéias práticas, ficou meio estranho. A culpa é do meu baixo QI matemático, provavelmente menor do que 87, rrsss. Na verdade, para quem números um pouco mais exatos, vi agora que os EUA tem uma população carcerária de 2,5 milhões de pessoas, para uma população total de 311 milhões. Ou seja, 0,75% da população está presa. O Brasil tem uma população de 194 milhões, mas uma população carcerária de apenas 494,000. Ajustando para variáveis como QI mais baixo e pior nível das instituições, temos que talvez precisaríamos encarcerar 1,5% da população (o dobro da percentagem americana) para ter um nível de crime similar ao dos EUA. Vamos lá, 1,5% não é tanto assim. São 2,9 milhões. Tem bandido demais na rua. 
Bom, mas depois deste vexame, acho que vou finalmente manter minha promessa nunca cumprida de tirar férias do blog, rsss. Eu mereço, e o leitor também. Não levem este blog muito a sério como publicação científica, se forem citá-lo em artigos acadêmicos, o façam por sua conta e risco, rss... 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Contra o sistema

Uma expressão muito útil nestes tempos é "estimulação contraditória". Acho que li o termo pela primeira vez no Olavão, mas recentemente vi uma menção a isso no bacana blog No Extremo Ocidente. Acho que a ideia veio mesmo do 1984 de George Orwell, com o termo "duplipensar".

O que significa? Significa que somos constantemente bombardeados com mensagens contraditórias. Obesidade é ruim, mas os gordos têm direito a não serem discriminados. Casamento é ultrapassado e o negócio é apenas coabitar ou ser mãe solteira, mas os gays precisam absolutamente casar e adoptar crianças. Raças não existem, mas viva a raça negra e a raça indígena. Todos são iguais, mas precisamos dar uma força extra às minorias. A colonização da Europa e América por muçulmanos, africanos e indígenas é uma coisa boa, mas a colonização da América e da África por europeus foi um genocídio horrível. 

Aparvalhado com tantas mensagens contraditórias, o sujeito perde completamente a capacidade de raciocinar. Vira um completo imbecil.

O que fazer a respeito? 

Uma solução seria a desobediência civil. Parar de pagar impostos, por exemplo. Para que pagar, se você está financiando a sua própria destruição, a própria perda de seus direitos, o próprio marxismo cultural?  

Mas o sistema é tão perverso, tão diabolicamente esperto, que já pensou nisso. Ora, o cidadão de bem, cumpridor das leis e potencialmente o principal inimigo do sistema progressista, é justamente aquele que menos se inclinaria a trapacear. Já o criminoso, o mentecapto, o revolucionário e o mal-intencionado, é aquele que não paga imposto nem colabora para a sociedade, e não se preocupa com esses meros detalhes.  

No sistema progressista, o engano é estimulado, então quem perde é quem é honesto e leal. Se você é um imigrante ilegal ou um refugiado que inventou histórias falsas de perseguição, é protegido e recebe regalias. Porém, imigrar dentro da lei, para os EUA ou Europa, é bem mais difícil. Se você finge ter antepassados indígenas para se beneficiar com a ação afirmativa, tudo bem. Se você só quer distribuir a riqueza dos outros, é ajudado, mas se você quer produzir riqueza, é penalizado. Jovem de 14 anos não pode trabalhar, porém, pode assaltar, matar e estuprar sem medo de cadeia.  

O sistema - e quem em sã consciência pode negar que o sistema hoje é de esquerda, que a esquerda venceu e está no poder - pensou em tudo. Pensou até mesmo em chamar de "sistema" o capitalismo, o conservadorismo, o tradicionalismo, e chamar-se a si mesmo de "contracultura" ou movimento "revolucionário", ou "alternativo". Jovens esquerdistas fazem passeatas e acreditam estar "lutando contra o sistema", quando estão é lutando pelas bandeiras do sistema, estão sendo enrabados sem camisinha pelo sistema e nem ao menos se dão conta…  

O que falo quando falo em "sistema"? Ora, falo de um sistema de autodestruição da sociedade ocidental, nada mais nem nada menos do que isto. É isto que, em última análise, é o progressismo. O progressismo é uma metamorfose ambulante, pois vai trazendo coisas novas a cada década, e é ele mesmo aparentemente contraditório, mas sua sanha anticivilizatória raramente se freia.

Alinsky, herói de Hillary Clinton e Obama, escreveu um livro chamado "Regras para Radicais". É o Sun Tzu do esquerdista moderno. O livro é dedicado a Lúcifer, santo patrono do progressismo. Ali ele explica tintim por tintim como ferrar com o sistema, isto é, o sistema tradicional conservador da época.

Alguns acham que se poderia usar essa bíblia do progressismo contra ele mesmo. Virar o feitiço contra o feiticeiro. Por exemplo, argumentar que você é latino, ou preto, ou indígena para obter regalias indevidas. O que eles vão fazer, um teste de DNA? Um escritor branco uma vez ganhou um concurso de literatura negra. Escreveu em primeira pessoa uma história dos tempos da escravidão. No formulário de inscrição disse que era "africano". Quando foi receber o primeiro prémio, todos ficaram espantados ao ver que ele era loiro de olhos azuis. Argumentou que ele nascera na África do Sul, e que o relato nada tinha de autobiográfico, afinal é isso o que os escritores fazem, escrever ficção. Os jurados ficaram putos, mas o que podiam fazer? 

Porém, no fim das coisas, nada disso adianta, afinal você só está acelerando a decadência da civilização. Talvez até isso já tenha sido pensado pelo sistema. 

O único consolo, se é que é um consolo, é que o sistema progressista planta a semente da sua própria destruição. Sem civilização, o progressismo morre! 

Mas, aí, o vírus já terá completado sua tarefa… 

"Esta sociedade se autodestruirá em cinco décadas!"


P.S. Sem tempo para postar nos próximos dias, mas nos vemos em breve. 


P.S.do P.S. Obama acaba de anunciar o que equivale uma anistia a imigrantes ilegais menores de 30 anos. É a sentença de morte da América. Vai virar o México, com seus narcos e favelas e tudo mais. 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Terceiromundista é terceiromundista

Uma notícia engraçada, ou triste, dependendo do ponto de vista. Curadores da Biennale de Berlin, talvez a principal mostra de arte do mundo, há um ano atrás ficaram impressionados com os pichadores brasileiros que vandalizaram a Bienal de São Paulo. Aí, convidaram eles para a sua própria exposição em Berlim...

O resultado foi, como era de se esperar, hilário. Provavelmente, os otários alemães imaginaram uns exóticos terceiromundistas tropicais que iriam fazer alguma macaquice divertida, ao mesmo tempo em que eles próprios poderiam posar como patrocinadores da "arte marginal" de "artistas excluídos". O que não esperavam é que os manos pichadores começariam a pichar as paredes da própria Igreja e monumento cultural da cidade na qual foram convidados a dar um workshop...

Tudo terminou com um dos pichadores atirando tinta no curador da mostra, a polícia sendo chamada, e o workshop cancelado até segunda ordem. Achei este trecho da reportagem ilustrativo:
Começou um bate-boca entre os brasileiros e a organização. Foi quando, ainda segundo Cripta, o curador lhe atirou a água, e ele devolveu com a tinta amarela.
"O curador, que se diz um cara revolucionário, levou para o lado pessoal. É uma bienal política, que critica o sistema, mas tiveram que recorrer ao sistema para nos parar", disse Cripta.
O pichador conta que, em seguida, Zmijewski também atirou tinta nele. Cripta então disse ter pensado: "Você quer guerra da tinta, então vamos pichar a igreja inteira".
Acho que foi uma boa lição para os alemães, e para todos os modernosos que acham que "pichação" é arte. Os curadores acharam bonito o vandalismo no Terceiro Mundo, mas não o queriam nos monumentos de seu país. Pois, que aprendam. Ora, pichação é apenas vandalismo realizado por ignorantes! Um dos principais sinais de que você está em um país de Terceiro Mundo (ou em uma zona ruim de um país de Primeiro, se é que essa classificação ainda cabe) é a presença constante de graffiti. Nunca entendi qual a graça da pichação, fora o prazer de estragar um monumento e enfeiar a cidade para todos.

Um dos sinais da decadência européia é, de fato, a presença cada vez maior de graffitti em suas periferias... 



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Idiotas demais para escolher?

A prefeitura de NY quer proibir a venda de refrigerantes em tamanho grande (copos de mais 500 ml). A desculpa é controlar a obesidade. Aparentemente, a prefeitura de New York acha que certas pessoas são estúpidas demais para escolher bebidas mais saudáveis (ou em menor quantidade) por conta própria.

Os refrigerantes, é verdade, são um veneno. Estragam os dentes e engordam. Mesmo eu, que bebo muito de vez em quando uma Coca-Cola ou um guaraná, sei disso. Aqui nos EUA, são produzidos não com açúcar, mas xarope de milho, que é bem mais barato graças ao subsídio governamental aos produtores de milho americanos, mas que é ainda pior para a saúde. 

A Pepsi-Cola (por sorte, prefiro Coca) recentemente foi acusada de utilizar células de fetos humanos durante a produção da bebida. Calma, as células de fetos não entram na composição da bebida, mas são utilizadas na fase de testes. Segundo Barack Obama, é apenas uma prática perfeitamente normal... 

O argumento libertário é que as pessoas devem ser livres para escolherem o que quiserem, mesmo que isso faça mal. Se todos querem beber refrigerante, é o próprio mercado que deve suprir alternativas mais saudáveis e mais baratas. 

Não discordo, pode ser verdade. Mas o fato é que há uma grande quantidade de pessoas que preferem refrigerante a água mineral ou bebidas mais saudáveis, assim como preferem batata frita a uma salada, mesmo que paguem mais por isso. E aí? Devemos deixá-las se envenenar e engordar, ou o Estado-babá deve tomar conta delas? 

A mesma discussão deu-se com relação ao fumo. Proibi-lo em bares e demais lugares públicos, ou não? No fim, o argumento proibicionista venceu. Embora passe por cima das leis da propriedade privada. Mas talvez tenha ajudado a reduzir o número de fumantes e, por extensão, o número de vítimas do câncer de pulmão. Você pode achar que qualquer um é livre para experimentar coisas que façam mal à saúde, mas quando se tem uma medicina socializada, a saúde do seu vizinho é sim da sua conta. Afinal, você também está ajudando a pagar por ela… 

De qualquer jeito, é pouco provável que a medida funcione. Quem quer refrigerante pode evitar a medida aproveitando-se dos "refills" gratuitos na maioria dos estabelecimentos. Quem não quer, vai continuar não comprando. 

Na verdade, esta lei, como tantas, parece ter sido feita apenas para "mostrar" que o governo está fazendo alguma coisa contra a obesidade, quando na verdade o problema é que a comida (ainda que de má qualidade) é barata e que as pessoas levam um estilo de vida muito mais sedentário do que há um século atrás. Talvez o governo devesse proibir os carros, assim as pessoas voltariam a caminhar…  

No mais, não sei. Começo a desconfiar que os governos em geral preferem um povo de pessoas estúpidas a um povo de pessoas inteligentes. Idiotas são mais fáceis de controlar. E compram sem reclamar todo o lixo que lhes é fornecido diariamente pelas companhias alimentícias, de medicamentos ou de entretenimento. 

O povo engorda, o governo engorda, e a elite global ri, magra de ruim. 

Será que o CEO da Coca (um turco-americano) e da Pepsi (uma indiana do Tamil, é a nova elite global multicultural) bebem refrigerante durante as suas refeições? 


Família gay é família feliz?

Vejam esta foto, é de uma campanha publicitária da J. C. Penney, importantíssima loja de departamentos americana: 


Se você não entendeu, são dois "papais" gays e dois filhos adoptivos (naturalmente, de raça diferente à dos pais). Percebam agora o seguinte, que a J C Penney não é uma marca alternativa, mas uma marca tradicional, dirigida às famílias. 

Pensem por quantas pessoas este anúncio passou antes de ser aprovado. Primeiro, todo o mundo na agência aprovou. Tudo bem, 90% dos publicitários são viados mesmo (brincadeirinha). Mas depois o cliente também aprovou, sem medo que fosse causar choque ou escândalo ao seu público-alvo. e o público tampouco reclamou. Ou seja, o casamento gay já ganhou, já virou um "direito" tão aceito quanto o de salvar os golfinhos ou o urso-panda. 

(A publicidade diz muito sobre uma cultura. Folheando as páginas do L.A. Weekly, jornaleco gratuito semanal de grande circulação por aqui, quais anúncios vejo? Lipoescultura. Cirurgia de aumento de seios e lábios. "Rejuvenescimento vaginal" (2595 dólares). "Ginecomastia masculina", seja lá o que for.  (preço idem). Clínicas de "marijuana médica". Anúncios de profissionais de massagem. Qualquer um pensaria que a cidade é um antro de perdição...) 

Mas voltando ao anúncio acima, o curioso é o seguinte. Quem é que quer o casamento gay? Foram fazer uma pesquisa e descobriram que, nos locais onde o casamento gay já era permitido há mais tempo, apenas 15% dos gays chegava a casar. Estimando a percentagem dos gays na população americana em um generoso 10%, temos que apenas 1.5% da população americana seria afetada pela lei, se é que minha matemática está correta. 

Mas essa nem é a questão. O que eu queria falar aqui é o seguinte, é essa idéia que a mídia passa que os casais gays são iguais aos casais hetero, nenhuma diferença. Apenas pessoas que se amam e querem formar uma família e tal. Sexo biológico não importa. Blablablá. 

Já conheci casais gays que tem um perfil de relação estável, mas a verdade é que meu conhecimento sobre o assunto é bastante remoto. Não costumo querer saber muito sobre a vida pessoal de amigos ou conhecidos gays. Porém, pode ser que haja casais estáveis e bem-resolvidos, e que sejam mesmo a maioria.   

Agora, uma das coisas curiosas que o jornalista Steve Sailer percebeu recentemente foi que, ao mesmo tempo em que se tornou proibido criticar os gays em qualquer modo, a sanha contra a "pedofilia" só aumentou. Porém, que pedofilia é essa? De acordo com o dicionário, pedofilia é o desejo sexual por garotos ou garotas pré-púberes, isto é, meninos ou meninas menores de 13 anos. No livro, Lolita tinha 12 anos, se não me engano. Já o desejo de um adulto por garotas de 16 ou 17 anos, embora possa ser imoral de acordo com os valores morais da sociedade em questão, faz sentido do ponto de vista biológico. São jovens férteis em idade de procriar. Ao menos, assim foi entendido durante um longo tempo da história, como na Idade Média, e assim ainda ocorre em países mais primitivos como o Afeganistão.

Só que na maioria dos recentes casos de "pedofilia" que chamaram a atenção da mídia, estamos falando, em muitos casos, de pessoas que tem desejo sexual por adolescentes que já passaram da puberdade. Por exemplo, no tal caso dos padres "pedófilos", parece que 93% eram já adolescentes. Mais, eram em sua quase totalidade meninos, e não meninas. Ou seja: estamos falando de pederastia, de homossexualismo, não de pedofilia.

Mesmo os casos de pedofilia vera e própria, na maior parte dos casos envolve meninos, não meninas. Jerry Sandusky, um técnico de futebol que abusou de vários jovens entre 10 e 15 anos, só comia criancinhas do sexo masculino. Na Holanda, houve um triste caso em que um homossexual abusou de dezenas de crianças. Quem lhe conseguia os pimpolhos era seu próprio marido gay...

Não pretendo demonizar os gays. Existem pervertidos heterossexuais também. Lembro de um caso de um casal hetero que seqüestrava meninas para estuprá-las e matá-las. E houve um filho da puta na França que abusou de dezenas de meninas, que deveria ter sido capado e pendurado de cabeça para baixo em uma árvore até morrer, em vez de passar a vida sustentado pelo contribuinte na prisão.

O tal casamento gay nem me preocupa mais tanto, pois percebi que nem aos gays interessa tanto assim. É um pouco como essas feministas que dizem que as mulheres deveriam ter mais presença na área científica, enquanto elas próprias cursam "Estudos Feministas".

Porém, quando crianças entram no meio, acho que devemos ter cuidado. Eu não acho certo uma criança crescer com dois pais, ou com duas mães. Nem é pelo potencial de abuso (também acontece, e muito, em famílias hetero), mas porque uma criança precisa das duas figuras, a figura paterna e a figura materna. Certo, talvez seja melhor do que crescer em um orfanato, porém, não me parece justificativa suficiente para modificar completamente a sociedade. Em tempos remotos, nada impedia que um gay tivesse crianças, bastava casar e viver no armário, como o John Travolta. Talvez fosse mais hipócrita, mas é possível que fosse melhor para as crianças.

E a outra coisa que me preocupa é essa falta total de questionamento. Pode ser que famílias gays sejam tão saudáveis quanto famílias hetero, mas, e se não forem? A "lei de Auster" (criada pelo jornalista Lawrence Auster) diz que, quanto mais uma minoria (racial, sexual ou outrem) causa problemas, menos ela pode ser criticada. Portanto, hoje em dia, tornou-se impossível criticar os gays, ou mesmo observar que talvez eles tenham algumas diferenças com os casais hetero, além do fato biológico de não poderem produzir crianças por si mesmos.

Vivemos em um mundo viciado em contos de fadas, em elaboradas fantasias igualitárias, mas que pouco ou nada tem a ver com o mundo real.

Será que ainda tem algum adulto neste planeta?  

domingo, 3 de junho de 2012

Poema do Domingo


konstantinos kavafis / deus abandona antónio

Quando bruscamente, nas trevas da noite,
Ouvires passar o tropel invisível das vozes puras,
O coro celeste das sublimes harmonias,
Abandonado definitivamente pela Fortuna,
Desfeitas em pó as últimas esperanças,
Esvaída em fumo uma vida de desejo.
Ah! não sucumbas lastimando um passado
Que te traiu, mas como um homem
Que se prepara há muito tempo,
Despede-te corajosa mente
De Alexandria que te abandona.
Não te deixes iludir e não digas
Que foi sonho ou um logro dos teus sentidos,
Deixa as súplicas e os lamentos para os covardes,
Abandona vãs esperanças.
E como um homem que se prepara há muito tempo,
Resignado, altivo, como te compete
E a uma cidade como esta,
Abre a janela e olha para a rua
E bebe a taça inteira da amargura
E a derradeira embriaguez da multidão mística
E despede-te de Alexandria que te abandona.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ser conservador é ser um velho ranzinza?


Li faz muito tempo uma notícia que me marcou. Um jovem de 18 anos, após ter aprontado alguma confusão típica de adolescente, foi castigado pelos pais com a perda das chaves do carro. Nessa mesma noite, escreveu um bilhete: “Sem carro, não tenho vida social, sem vida social, não sou ninguém. Adeus!”

E matou-se.

Nem sei porque lembrei da notícia agora. Acho que fiquei pensando no negativismo e na superficialidade desse rapaz. “Não tenho carro, portanto a vida não vale a pena?” É isso?

Mas às vezes tenho a impressão que também aqui no blog ando meio negativista e reclamão. “O mundo não presta! Humbug!”

Reclamo da arte moderna, reclamo dos imigrantes, reclamo das tatuagens, reclamo das mulheres, reclamo dos muçulmanos, reclamo dos negros, reclamo dos mexicanos, reclamo dos asiáticos, reclamo dos brancos, reclamo dos comunistas, reclamo dos nazistas, reclamo do mundo moderno em que vivemos.

Será que é apena um reflexo de não ser mais tão jovem assim? Ou apenas questão de sentir-se menos à vontade em um mundo que é perfeitamente progressista?

Há quem goste do mundo bem assim como ele é. Em uma entrevista com uma jovem socialite novaiorquina de alta classe WASP, ela diz assim:

“Quando estudei História da Arte, recusei-me terminantemente a estudar qualquer arte anterior ao século vinte. Não estou interessada em nada que venha antes dos anos 60. Jamais assisti filmes em preto-e-branco.”

Poxa, eu tenho a preferência inversa. E imaginaria que é impossível ser um estudante de Arte sem estudar Rafaello ou Michelangelo, mas aparentemente esse é o caminho de muitos. O Theodore Dalrymple também contou uma vez uma história sobre estudantes de arte que jamais aprendem a desenhar, tudo o que aprendem a fazer são “instalações”. E tampouco têm qualquer interesse em outra coisa!

Vejo isso, aliás, entre muitos estudantes hoje em dia. Uma total falta de interesse em aprender sobre o passado. Eles gostam é do mundo moderno!

Fiquei pensando, será que o tal conservadorismo então é apenas ranzinzice de quem não se adapta ao mundo atual? Os conservadores tendem a ser meio malhumorados. Ao menos nos blogs que leio estão sempre reclamando, ou então em estado de total desespero com o mundo atual. É a turma do “tudo está perdido!”

Bem, alguém disse assim certa vez: “Estar perfeitamente adaptado a uma sociedade  doente não é sintoma de saúde”. Acho que penso isso também.

Procurando as origens do meu conservadorismo ranzinza, fiquei pensando em outras histórias. Lembrei de uma jovem loira muito bonita que vi uma vez, tempos atrás, em uma festa. Uma beleza estonteante, dessas de calendário. Quis falar com ela, trocar duas frases que fosse. Não lembro o que perguntei, qualquer informação irrelevante, mas ela ignorou-me completamente. Não é que não tenha respondido, é que nem olhou para mim, nem se virou, sequer mudou de posição. Embora eu estivesse a um passo dela, não acusou a minha presença. Seus olhos passaram por mim mas é como se me atravessassem. Para ela, eu simplesmente não existia.

Foi uma experiência algo humilhante. Pouco tempo depois, a vi dançando com um negro mais preto que a noite. Fiquei pensando, será que os meus recém descobertos racialismos e anti-feminismos viriam daí? Mas não, continuo gostando de mulheres bonitas, e jamais tive problema com que os negros fiquem com as loiras, me preocupa apenas que alguns deles as matem depois. (ah ah, just kidding).

Nova historinha: uma vez, um judeu mordeu meu dedo. Sério. Mas eu estava na primeira série e nem sabia o que era ser judeu, só fui descobrir depois. Era um de meus melhores amigos na época. Não lembro por que brigamos, acho que eu tinha puxado o cabelo dele. Não fiquei com raiva dos judeus, ao contrário, tinha e ainda tenho uma certa curiosidade por esse povo. Tampouco estão aí as origens do meu mau humor.

Seriam motivos pessoais, inconfessáveis? Talvez. Às vezes sonho em morar em uma bolha, longe do mundo moderno e seus problemas, apenas eu e as pessoas que amo. Tive essa bolha uma vez, mas estourou. Um leitor, acho que o Monsieur M, certa vez falou que ia construir um submarino para escapar da sociedade atual. Talvez não fosse má idéia.

Mas há coisas boas no mundo, mesmo hoje. Mesmo na arte contemporânea, há artistas bons aqui e ali. O Lucian Freud, recentemente falecido, era bom. (Sim, netinho do Sigmund.) E sim, ele tinha, como quase todos os contemporâneos, uma atração pelo feio mais do que pela beleza, mas não se pode negar que era talentoso. E na música, no cinema, há talentos em meio à marcha progressista. Porém, esta impera.

Suponho que meu problema é apenas que não gosto dos ideais esquerdistas, ou, mais que não gostar, não os entendo. Que graça há numa Europa colonizada por muçulmanos? Para que serve um EUA com duzentas decadentes Detroits e nenhuma New York? Para que redistribuir riqueza em vez de criá-la? Para que dar peixe enlatado aos pobres em vez de ensiná-los a pescar? Para que produzir horrendas instalações em vez de esculturas e pinturas que busquem o belo e o sublime? Para que tratar criminosos como coitadinhos e ignorar o sofrimento de suas vítimas, aumentanto assim o círculo vicioso do crime e da violência?  

Tampouco gosto de um mundo em que o homem branco hetero (eu) é hostilizado e acusado de ter “privilégio”. Privilégio de quê, de ser assaltado? De perder o emprego ou a vaga na universidade para um afro-índio-gay-paraplégico? 

Enfim, sinto que minha ranzinzice está retornando. Pode ser apenas o stress. Fico por aqui. Sic transit gloria mundis. Dias melhores virão.


(Dica aos leitores: para desanuviar, publiquem nos comentários coisas que vocês acham boas sobre o mundo contemporâneo. Música, arte, comportamento, sei lá.)