terça-feira, 27 de novembro de 2012

Gramscismo de direita?

Parece que a jovem Cibele Bumbel Baginski conseguiu as 500 mil assinaturas e acaba de registrar o ARENA como partido político. É pouco provável que o partido tenha uma grande importância a nível nacional no futuro próximo, mas, em termos simbólicos, acho que é uma boa idéia. Concordando-se ou não com ela, Cibele Bumbel Baginski é uma jovem esperta, como pode-se ver nesta entrevista.

A grande figura do comunismo não foi Lenin nem Stalin, mas sim o italiano Antônio Gramsci, quem inventou a tal "marcha através das instituições". Foi ele quem percebeu antes que ninguém que o caminho para a vitória não passava pela política, mas pela cultura. Mude a cultura, e logo você obterá o poder político sem nem precisar lutar. E assim foi.

Já que hoje quem domina são os progressistas, poderia haver um gramscismo de direita? Não sei, mas acredito que qualquer movimento que traga à luz idéias contrárias ao acachapante progressismo politicamente correto pode ser válido, nem que seja para informar às pessoas que o esquerdismo não é sempre a única opção, e que o direitismo não significa homens de preto torturando gatinhos e minorias indefesas e colocando fogo no arco-íris.

Porém, acho que no fundo o gramcismo de direita não funcionaria, e nem mesmo seria necessário, por um simples motivo. Convenci-me que direita e esquerda, ou progressismo e conservadorismo, não são ideologias. O esquerdismo é apenas um delírio, uma ilusão, uma vontade de mudar o mundo e a natureza humana em base a pensamentos utópicos, e, como tal, fundamentalmente destrutivo. Não sendo baseado em uma verdadeira ideologia além de um igualitarismo bisonho, não tem um ponto de chegada, apenas um ponto de partida. Perceba eles jamais páram, sempre inventam alguma coisa nova. Quando conseguem as cotas raciais, lutam pelo casamento gay. Quando conseguem o casamento gay, lutam pelo aborto. Quando conseguirem o aborto, lutarão pelo fim das prisões. E assim por diante.

O conservadorismo em seu melhor é apenas o modo default do mundo, sem os delírios esquerdistas. É o bom senso descoberto e passado adiante através de muitas gerações. Como o progressismo é um castelo de cartas que não se sustentará por muito tempo, é provável que cedo ou tarde se voltará a alguma forma de conservadorismo, simplesmente por este ser mais próximo da natureza humana. O único problema é saber quantos morrerão nesse processo.

Cibele Bagel Bolinski (perdão, não resisti o trocadilho) e outros talvez estejam apenas ajudando a que essa transição ocorra mais rápido e com menos truculência. Porém, o futuro dirá. Eu já nem me preocupo mais e estou cada vez menos interessado na política.


domingo, 25 de novembro de 2012

Um poema


If I should sleep with a lady called death
get another man with firmer lips
to take your new mouth in his teeth
(hips pumping pleasure into hips).

Seeing how the limp huddling string
of your smile over his body squirms
kissingly, I will bring you  every spring
handfuls of little normal worms.

Dress deftly your flesh in stupid stuffs,
phrase the immense weapon of your hair.
Understanding why his eye laughs,
I will bring you every year

something which is worth the whole,
an inch of nothing for your soul.


E. E. Cummings


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Rir é o melhor remédio

Eles venceram. É o país deles, é o planeta deles. Nós somos uma pequena minoria, sem voto e sem voz. (Sim, nós somos a única e verdadeira "minoria"!)

Mas pense pelo lado engraçado da coisa. Às vezes é divertido, é um pouco como assistir aos irmãos Marx no comando de Freedonia, um espetáculo absurdo e cheio de gags. Claro, no caso, o Marx no qual eles se inspiraram é outro. E tudo seria muito mais hilário se não nos atingisse, se pudéssemos morar em um país ou planeta não afetado pelo progressismo e os futuros problemas que virão em decorrência dele.

De qualquer modo, é melhor rir do que chorar. No outro dia, por exemplo, li uma matéria sobre um "estudante transexual" (homem que diz ser mulher) de 45 anos que usava o banheiro feminino na faculdade. Ficava peladão mostrando o bilau para as meninas de 17. Claro, mesmo tendo pênis ele jura que é mulher, meio como já fez o nosso amigo Laerte no Brasil. Como a faculdade, de acordo com a lei, não pode discriminar em casos de "identidade de gênero", deram todo o direito a ele de utilizar o vestiário feminino. Aí uma mãe reclamou, mas a faculdade, com medo da fúria LGBT, decidiu manter o seu privilégio.

Bem, se eu tivesse uma filha que estudasse nessa escola talvez ficasse chateado, mas como não tenho, acho até engraçado. No fundo, são os progressistas os que mais se ferram com as idéias progressistas e um dia terão suas filhas molestadas por algum maníaco. 

O mais engraçado são os comentários à matéria. A maioria deles achando perfeitamente normal que um barbado que de um dia pro outro decidiu que "era mulher" e colocou uma peruca pudesse confraternizar nu com garotas nuas. Não tem nada de mais, dizem.

Faz parte do credo progressista acreditar que você é o que você quer ser. A naturaza humana e a biologia podem ser radicalmente transformadas dependendo apenas da força da mente. Então um homem pode "virar mulher" simplesmente porque assim decidiu.

O curioso é que isso não vale para outros aspectos. Por exemplo, imaginem que eu disesse que me sinto um negro preso num corpo branco, e apelasse para ação afirmativa, será que funcionaria? Bem, não custa tentar. Eles acreditam que sexo, raça e qualquer outra característica biológica não passam de "construções sociais", facilmente transformáveis. Ah, com exceção do homossexualismo, que é genético, e portanto aqueles pastores que querem "curar os gays" são insanos e cruéis. Vai entender as contradições do progressismo!  

Outro caso engraçadíssimo é o fim do tema de casa na França. A desculpa é que as crianças filhas de imigrantes vivem situações domésticas mais complicadas, então para tudo ser mais "justo", todo trabalho de casa terá que ser feito na própria escola. Bem, o tema de casa serve mesmo é pra criar responsabilidade nos estudantes, então mais uma vez estamos nivelando por baixo. É a isso a que leva o igualitarismo, no fundo.

O Obamacare é outra grande piada. Várias empresas americanas começaram a demitir funcionários devido aos custos maiores que terão com o novo plano de saúde. Os Democratas reclamaram. Disseram que, em vez de demitir funcionários, as empresas deveriam é cortar o salário de seus CEOs, e que as empresas que demitem funcionários deveriam ser punidas. Isso demonstra um pouco a ignorância dos Democratas (e da maioria dos esquerdistas) em matéria econômica. Eles parecem acreditar que as empresas são como o funcionalismo público, que o empresário está ali apenas para dar emprego a outros, não para produzir com o máximo de eficiência e o mínimo de gastos e gerar lucro para si. Eles acham que o padeiro e o açougueiro acordam todo dia de manhã pelo bem do público, e não pelo próprio auto-interesse. Adam Smith rola no seu túmulo.

Voltando aos irmãos Marx, parece que tem um filme em que Groucho é flagrado pela esposa na cama com outra mulher. Apesar disso, ele nega rotundamente estar com alguém. Diz ele à esposa: "Em quem você vai acreditar, em mim, ou nos seus olhos mentirosos?"

É mais ou menos a mesma coisa que acontece com os progressistas. Embora a realidade desminta diariamente suas ilusões, eles continuam acreditando em idéias mirabolantes. A maioria das pessoas está sonhando de olhos abertos, apenas porque o sonho é mais bonito do que a realidade. Mas um dia, o sonho acaba...

Enquanto isso não acontece, o melhor modo de viver para nós que estamos bem acordados é fingir que estamos assistindo um filme: o planeta gerido pelos irmãos Marx, ou pelos Três Patetas.

Não adianta chorar, então ria! Um dia ainda vamos rir disso tudo...


domingo, 11 de novembro de 2012

Poema

Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa




sábado, 10 de novembro de 2012

Ave Cesar, morituri te salutant

Rezemos uma missa de réquiem para o Ocidente. A América dos Founding Fathers, berço da liberdade e da autosuficiência, está oficialmente morta, transformada em uma Babel onde grupos desiguais lutam entre si por benesses de um governo cada vez onipresente e tirânico.

A Europa, onde o socialismo já avançou ainda mais, também agoniza sob o peso da tirania da União Européia e da imigração e procriação muçulmana.

O homem branco, enquanto isso, celebra sorridente a sua própria substituição populacional. Não querer que os EUA virem o México, ou a Europa a Eurábia, seria "racista", e ser "racista" é a pior coisa do mundo!  (Mas racismo contra brancos, pode.)

O projeto globalista, cujo motivo e interesse desconheço, parece ser o de inundar EUA e Europa, não com imigração de alta qualidade, o que poderia ser razoável, mas apenas com o pior tipo de imigração possível. Observem que Deputados Democratas dificultaram a obtenção de vistos de residência nos EUA para estrangeiros com PhD e outras pessoas com estudo, e brancos sul africanos têm seu pedido de asilo nos EUA ou Canadá negado e ridicularizado por acadêmicos.

Enquanto isso, muçulmanos podem mentir à vontade e as mulheres guatemaltecas e mexicanas, graças a Obama, só precisam afirmar ter sofrido violência doméstica para emigrar! Ao mesmo tempo, os Democratas ampliaram a "loteria da diversidade", uma insana forma de imigração na qual qualquer idiota analfabeto e violento de qualquer canto do globo pode virar "americano" por mera questão de sorte.

(Na verdade, faz sentido: PhDs e pessoas qualificadas competem com a elite e a classe média-alta local, então são "ruins", enquanto pobretões não competem e ainda podem ser contratados para cortar a grama ou limpar a casa bem baratinho, então são "bons".)

Jovens brancos Democratas alegram-se ao saber que os hispânicos serão em breve maioria no Texas, e darão o voto ao seu partido preferido! Mal sabem eles que latinos, negros, asiáticos e indianos não são Democratas por serem fãs do progressismo branquelo ou do gayzismo, mas simplesmente por que ganham mais vantagens com isso, como ação afirmativa e outros quitutes. É um mero casamento de conveniência entre votantes terceiromundistas e brancos riquinhos. Até quando? Até começarem os seqüestros e os assaltos, como no Brasil?

É tempo de admitir que o multiculturalismo foi um experimento fracassado. É tempo de deixar de acreditar no sistema e no teatrinho da política. É tempo de jogar no lixo a sua televisão. É tempo de ser independente. É tempo de tentar pagar minimamente os impostos que sustentam tudo isso. É tempo de perguntar-se "quem é John Galt?" É tempo de comprar armas e munição, ou ao menos gás de pimenta, pois a insegurança pode crescer. É tempo, para quem tiver condições, de formar um família e concentrar-se em preparar os filhos para um futuro difícil e esquecer o resto. É tempo de vender o dólar e comprar - o quê? Sei lá. Mantimentos, provavelmente. É tempo de sair de cena e ir underground.

Como disse Alexandr Solyenitzin durante o auge da perseguição soviética: "Você tem poder sobre as pessoas apenas enquanto não tirar tudo delas. Mas quando você roubou tudo de um homem, ele já não está em seu poder -- ele é novamente livre."

Se você não é um progressista e não está muito de acordo com tudo o que está aí, comece você também a pesquisar sobre como viviam as pessoas sob o sistema soviético, e adapte-se...

Não estamos mais em 2012. Estamos em 1984!

"Matem o branquelo": dormindo com o inimigo?

Guerra declarada: 
"Republicanos: vocês são velhos, vocês são brancos, 
vocês são HISTÓRIA!"

The Chicago Way

Uma das coisas mais divertidas destes tempos é observar as notícias por trás da notícia, as coisas que a mídia não diz.

Por exemplo, todos sabem que ontem o General Petreaeus pediu demissão como chefe da CIA, devido a um caso extraconjugal que teve com uma jornalista que escreveu sua biografia. Curiosamente, a descoberta e demissão ocorreram poucos dias depois da reeleição de Obama, e logo antes de Petraeus dever ser convocado para dar um depoimento sobre o estranho comportamento dos agentes de segurança em Benghazi, Líbia, onde basicamente fizeram tudo mal e deixaram cidadãos americanos à mercê de jihadistas.

Mais curiosamente ainda, a jornalista estava sendo espionada pelo FBI desde muito antes. É bastante claro que o governo Obama já sabia de toda a história há meses, e estava apenas guardando o momento propício para tirar esse esqueleto do armário. Dizem que J. Edgar Hoover tinha arquivos de todos os seus inimigos, e pelo jeito o comportamento do FBI não mudou muito desde então.

Um outro caso: o diretor do filme anti-islâmico que gerou recentemente protestos em todo o mundo árabe foi condenado a um ano de prisão. Ah sim, foram "acusações não-relacionadas" com o vídeo. Sim. Curiosamente, ele foi ignorado por anos e preso apenas após o aparecimento do tal vídeo. 

Olhem, o governo Obama funciona como uma máfia. Não por acaso grande parte de sua turma vem de Chicago, terra tradicional de gangsters. Bem, de certa forma, não devemos ser ingênuos: qualquer governo funciona como uma máfia, eles vivem fazendo ofertas que não podemos recusar. Não é que os outros governos americanos fossem santos, e mesmo em outros países podemos ver coisas similares. O caso Celso Daniel, por exemplo, chegou a ser esclarecido? Pois é.

Mas o que chama a atenção no governo Obama (tá bom, no petista também) é que é completamente blindado pela mídia (a mídia na verdade faz parte da máfia) de forma que é preciso ficar pescando aqui e ali notícias que nos dêem uma visão melhor.

Por exemplo, faz um tempo o canal Univisión, que é o canal latino mais importante dos EUA e cujo dono curiosamente não é um mexicano, mas um israelense, começou a colocar no ar algumas reportagens negativas sobre o governo Obama e a operação "fast and furious". No dia seguinte, a esposa do dono da Univisión foi convocada por Obama para ser embaixadora dos EUA na ONU, muito embora sendo uma dondoca sem qualquer experiência administrativa. Problema resolvido! Bem, no fundo, não é muito diferente da política no Brasil, Argentina, ou em qualquer outro país latinoamericano, mas achava que os EUA já tinham sido mais sutis...

No mais, é como dizem no filme "Os Intocáveis": se eles puxam uma faca, você puxa uma arma. Se eles mandam um dos seus pro hospital, você manda um dos deles pro necrotério. That's the Chicago way!


Uma oferta que você não poderá recusar.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O começo do fim, ou o fim do começo?

Obama continuará sendo o presidente americano por mais quatro anos. Isto não é nada, eu já esperava. Pior é ver o júblio no rosto dos americanos. Ouvi uma garota dizendo hoje, ao saber da vitória: "é a prova de que existe bem no mundo."

Nenhum presidente dos EUA foi mais anti-americano do que Obama. Nenhum presidente foi mais socialista. Nenhum presidente foi mais anti-branco. Nenhum presidente foi tão mentiroso. Nenhum presidente ocultou tanto sobre sua vida pregressa. Nenhum presidente foi tão descarado. Nenhum presidente foi tão contrário às tradições anteriores americanas de liberdade individual contra o estatismo. E, no entanto, foi reeleito.

É verdade, com pouco mais de 50% dos votos, mas com a grande maioria dos jovens e da "nova população" americana. Talvez tenha sido a última chance para um presidente Republicano. Assim como o PT hoje domina no Brasil, os Democratas podem vir a dominar a Nova América.

Bem, pode ser que um presidente Romney não faria as coisas muito diferente -- no que se refere à politica externa, ao estatismo e ao controle da imigração, as diferenças não são assim tão grandes -- mas ao menos sua vitória seria simbólica de uma vontade de mudança. A vitória de Obama significa, basicamente, que o progressismo venceu, e não tem volta.

Seria fácil a partir daí, criar perspectivas escalofriantes sobre o futuro da América e do mundo. Eu mesmo às vezes penso em dizer aos branquelos sorridentes que me circundam: se é isso mesmo que vocês querem, então merecem mesmo tomar no rabo. Mas não acho que seja esse o caminho. Eu sei que este blog foi muitas vezes demasiado pessimista. No fundo, eu sou um pouco como a Lucy no quadrinho abaixo, sempre prefiro reclamar do que fazer algo a respeito:


Porém, há motivos para seguir em frente. Sim, a esquerda tem a seu lado a maioria da população, a opinião pública, a mídia, o dinheiro, o poder, as mentes dos jovens e também de muitos velhos. Mas nós temos uma pequena coisa que eles não têm: a verdade.

Não é muito, admito. Mas é algo. E a verdade tem um caráter perene, que nenhuma ilusão pode substituir.

Obama pode governar mais quatro anos e prometer mundos e fundos. Pode endividar a América até os ossos pagando o lanche e o hospital para imigrantes ilegais e tirando dos "ricos" para dar aos pobres seus amigos milionários (como os da Solyndra).

Por aqui, Lula pode voltar ao poder em 2016. Cristina Kirchner pode virar a primeira presidente zumbi. Chavez pode coroar-se, se quiser, imperador da Venezuela.

As pessoas podem continuar acreditando em bizarras idéias utópicas, igualitárias e socialistas por décadas. A radical substituição demográfica dos europeus por muçulmanos e dos americanos por mexicanos prevista pelos globalistas pode acontecer. Raios, pode até vir um tirânico Governo Global de proporções leviatânicas! A verdade continuará sempre ali, quietinha em seu canto.

Até que, um dia, o dinheiro ou a paciência acabarão. Um dia, ninguém mais acreditará em promessas vazias e sorrisos falsos. Um dia, a conta da reengenharia social chegará. Um dia, um menino apontará para o monarca e gritará que o Rei está nu. Um dia, a jovem que acredita que o mundo mudou descobrirá que tem uma dívida de milhares de dólares pela sua educação em Estudos Feministas e nenhuma perspectiva de trabalho. Um dia, os deuses do bom-senso retornarão. 

Neste dia, estaremos por aqui ainda, e nem sorriremos superiormente, e nem mesmo diremos, "eu não disse?"


domingo, 4 de novembro de 2012

A Tempestade

Disse sabiamente um leitor aqui  que a distância entre a civilização e a barbárie é de apenas seis refeições. Na era moderna, bastam alguns dias de blecaute. O furacão que se abateu sobre New York mostrou o melhor e o pior dos novaiorquinos. Enquanto uns cediam seus geradores de energia elétrica para que estranhos recarregassem seus celulares, outros aproveitavam o escuro para roubar; uns ajudavam estranhos e outros negavam ajuda a quem mais necessitava.

Vivemos em tempos de abundância. Estes, por exemplo, são alguns eleitores de Obama que juram ser pobres. Pra mim, parecem bem alimentados. Será que vivem de welfare? O fato é que a pobreza real, miserável e famélica, quase não existe hoje nos países ditos civilizados. O que não quer dizer que não possa, muito em breve, voltar.

As cidades modernas, apesar de toda sua abundância, têm um ponto fraco: dependem da tecnologia, da eletricidade, da gasolina. Os ecologistas podem chiar à vontade, mas a verdade é que bem poucos de nós estamos preparados para voltar à selva de fato. E uma pequena interrupção nessas facilidades modernas, seja causada por desastre natural ou humano, pode ser suficiente para nos fazer retornar à barbárie. E, aí, só os mais fortes ou mais precavidos sobreviverão.

Muitos americanos têm uma mentalidade pré-apocalíptica. Vários se preparam desde já para o fim vindouro estocando munição, água e comida. Pode que não estejam errados. Quem depender apenas do governo ou das autoridades quando a coisa feder, está pedindo para ficar na mão.

Alguém disse que a civilização é muito frágil, um mero verniz sobre um fundo de barbarismo. E disse outro alguém que precisamos de um pouco de barbarismo a cada 300 ou 400 anos, ou morreríamos de civilização.

Acredito que as duas frases estão corretas, mas espero que o barbarismo não chegue tão cedo de volta ao mundo. Índio quer apito e esquerdista quer barbárie; eu prefiro a civilização.

O mundo gira e o mundo muda, 
Mas uma coisa nunca muda
Em todos os meus anos, uma coisa não muda,
Por mais que você a disfarce, nunca muda:
A perpétua luta entre o Bem e o Mal. 

Você negligencia e menospreza o deserto. 
Mas o deserto não está em remotos trópicos,
O deserto não está apenas na volta da esquina,
O deserto está sentado no metrô ao seu lado,
O deserto está no coração do seu irmão. 
 

(T. S. Eliot)