Mostrando postagens com marcador decadência ocidental. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador decadência ocidental. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Ocidente é um viciado em crack

Desculpem a falta de posts. Estou cansado, amigos, cansado da hipocrisia da sociedade americana e mais especificamente dos progressistas que a dominam.

Vejam este grupo de estagiários da campanha Obama. Todos brancos bacanas de classe média. E é assim em toda parte, em qualquer campus universitário. Juro, vi bem mais negros e latinos fazendo campanha para o Ron Paul!

Olhem só, o progressismo nos EUA é basicamente uma luta de brancos de classe alta e média-alta contra brancos de classe média-baixa e baixa. Os mais ricos têm menos problemas com minorias porque vivem bem longe delas, então podem se dar ao luxo de criticar aqueles que vivem entre assaltantes negros e motoristas bêbados mexicanos ou radicais muçulmanos e viram "racistas." Afinal, ser racista ou anti-imigração é coisa de gente pobre e baixa! Gente fina vota em Obama.

Um bom comentário do blogueiro Half Sigma sobre essa questão (tradução adaptada):

Existem outros modos de se sentir superior a outras pessoas além de ter mais dinheiro do que elas. Se você voluntariamente (ou involuntariamente) escolhe uma carreira que não dá grande recompensa financeira, então você precisa encontrar outros modos de se sentir superior. É disso que o movimento SWPL (Stuff White People Like) trata, participar em uma cultura que te faz sentir superior a trabalhadores com menos educação mas que ganham tanto dinheiro quanto você. Em 1980, Tom Wolfe na Fogueira das Vaidades observou que emitir opiniões racistas é considerado coisa de classe baixa. Isso é ainda mais verdadeiro hoje. A classe baixa de brancos pode se sentir superior sendo racista contra os negros, mas as classes altas de brancos se sentem superiores às classes baixas de brancos tendo uma atitude mais nobre com as minorias, desde que elas não estejam em sua vizinhança. 

Ou, como diz o Lawrence Auster, o sujeito de minoria racial ou imigrante não é visto pelo esquerdista como um ator moral, mas como mero objeto da piedade dos brancos progressistas. Segundo eles, o ser "minoritário" (índio, negro, travesti, muçulmano, traficante, mendigo, viciado em drogas, etc.) jamais age motivado pelos próprios interesses, mas está sempre apenas reagindo ao "racismo", ao "sistema", à "islamofobia", etc. Como atores morais nesse teatrinho há apenas o "branco bom", progressista, e o "branco mau", conservador. É claro que a própria definição de "branco" pode mudar, já que o latino peruano Zimmerman, linchado pela opinião pública, virou "branco americano" no momento em que se meteu com um negro. E há negros conservadores como Thomas Sowell e Walter Williams que, para todos os efeitos, são brancos, ou ao menos "Uncle Toms".

O fato é que os tais "nacionalistas brancos" estão loucos, afinal não há solidariedade étnica entre brancos americanos. Quando um branco ou um latino mata um negro, a comunidade afro-americana levanta-se em peso a favor da sua vítima. Mas quando um branco encontra-se em dificuldades, a comunidade em peso levanta-se... contra o branco. Acusando-o de racismo, claro. Um americano branco vai preferir contratar uma guatemalteca burra que odeia os EUA a um outro branco que  pode competir com ele. Nos EUA, tudo é competição, tudo é status. As minorias são apenas peões neste jogo!

O que Ann Coulter, Steve Sailer, John Derbyshire e agora Robert Weissberg têm em comum? Simples, são todos conservadores que foram expulsos da revista conservadora National Review por emitirem opiniões... conservadoras.

Infelizmente, dei-me conta de uma coisa muito triste: 90% das pessoas são demasiado estúpidas para pensar por conta própria. Elas realmente acreditam no que lêem nos jornais ou vêem na televisão. Quem é que pensava ou falava em "casamento gay" há meros dez anos atrás? Hoje, no entanto, a maioria da população é a favor. E nem precisou muito esforço para promover essa idéia...

O lado B disso é que a opinião pública pode mudar da noite para o dia. Imagine que amanhã um governo de ultradireita tomasse o poder e o controle da mídia. Não tenho dúvidas que pouco tempo depois a maioria da população se tornaria também ultradireitista e repetiria slogans neonazis como um bando de zumbis! (Desculpem, minha crença na humanidade caiu muito nos últimos tempos.)

O Ocidente hoje está viciado no esquerdismo mais rasteiro. É como um viciado em crack. No começo você tenta ajudar. Depois você começa a cansar um pouco, mas ainda ajuda na medida do possível, afinal sabe que a culpa é da droga. Mas então, depois de tudo o que você fez por ele, quando ele rouba sua carteira para comprar mais crack e ainda te ameaça, você já desiste e manda ele para a pqp. Quando alguém cai numa fúria autodestrutiva, às vezes existe bem pouco que você pode fazer para ajudar.

Então, que importa se os jovens americanos continuam votando em Obama mesmo com ele acabando com os seus empregos? Que importa se esses mesmos jovens esquerdistas lutam pelos direitos dos ilegais que eles mesmos irão sustentar? Que importa que as universidades sejam meras usinas de propaganda esquerdista e promovam idéias que só servirão para destruir a sociedade? Que importa que os ditos conservadores estejam mais preocupados em respeitar os inimigos do que em lutar contra o esquerdismo? Que importa que o estado do bem-estar social vá endividar ainda mais a Europa e causar ruína econômica total? Que importa que os jovens de classe média brasileiros estejam mais preocupados em denunciar "torturadores" dos anos 60 do que em pedir prisão para os milhares de bandidos e assaltantes que ameaçam suas vidas hoje? Que importa que todo o edifício do Ocidente esteja ruindo?

O Ocidente é um viciado em crack e não escuta à razão. Às vezes, só terapia de choque resolve!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O fim do Império Americano?

Um bom texto (em inglês) fala sobre o fim do Império Americano, vítima de uma futura balcanização. O autor, que assina apenas como Vox Day, aposta numa nova divisão dos EUA em linhas étnicas e raciais.

Bem, na verdade, as cidades americanas já são para lá de segregadas, ainda que voluntariamente. Cada comunidade mora em seu próprio bairro, chineses com chineses, japoneses com japoneses, iranianos com iranianos. Há algumas comunidades multiétnicas, mas são raras. Em geral o povo não se mistura muito.

E existem códigos de conduta que, embora não estejam escritos, são bem claros. Por exemplo, se algum branco entra por engano em algum bairro negro, pode terminar depenado até das roupas. Por outro lado, criminosos negros não costumam entrar nos bairros brancos mais ricos, pois certamente terão problema com a polícia (se cometerem crime em seu próprio bairro, a polícia fecha o olho).

É um caldeirão. Qualquer dia, os conflitos explodem a céu aberto, como já ocorreu nos anos 60, ou então nos anos 90 em Los Angeles.

Seria mesmo lícito falar em um fim do Império Americano? O paralelo com a decadência de Roma é tentador, mas não sei se exato. Até por que, sob alguns aspectos, o colosso americano parece estar longe de ruir. Ainda é militarmente o país mais poderoso da Terra e é pouco provável que outro país, mesmo a China, o supere. Enfrenta uma crise econômica, é certo, mas tem algum lugar do mundo que não a enfrente? A vida parece estar difícil em todos os lugares. E a sua indústria cultural continua a todo vapor com uma influência maior do que todos os outros países somados. A América ainda é uma marca que vende.

Porém, quanto mais alto se está, maior a queda. É bem possível que os EUA estejam hoje em dia em seu ponto inicial de decadência. Pode ser que seja uma decadência longa, de várias décadas; ou então é possível que tudo ocorra bruscamente, como no fim da URSS. Pode até ser que tudo se resolva com uma sangrenta guerra civil. Quem sabe?

Mas o mais provável mesmo é que a vida vá progressivamente ficando pior, sem que a maioria das pessoas entenda bem o porquê. Haverá mais crime, mais pobreza, mais insegurança, mais desgraça e menos dinheiro. Os esquerdistas colocarão a culpa "na direita", naturalmente, e insistirão com ainda maior número de políticas esquerdistas que só acelerarão a ruína.

Uma coisa que o tal Vox Day fala que achei interessante é o seguinte (traduzo mal e porcamente):

Além da equivocada fé no poder transformativo da educação e da geografia, outra idéia errada por parte da aristocracia Americana é que o povo valoriza a civilização. Não é verdade. Eles podem valorizar seus frutos, mas poucas pessoas têm qualquer interesse em aceitar todas as limitações de comportamento que a construção e a manutenção de uma civilização requerem, e menos pessoas ainda têm a perspectiva ou a capacidade de entender a conexão entre os dois fatores. A civilização é uma construção frágil, e leva séculos, não anos ou décadas, para transformar um povo bárbaro em um povo civilizado. Considere que foram precisos 1.270 anos para que os Bretões se transformassem de um povo que pintava os traseiros de azul e praticava o sacrifício humano ao povo que criou a Abadia de Westminster e a Magna Carta, apesar da influência civilizadora de Roma. Levou ainda mais tempo para que as bárbaras tribos germânicas passassem da selvageria pura para a cultura cristã que gerou Mozart, Bach e Beethoven. 

O problema é o de sempre: construir leva tempo, mas destruir é muito fácil...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Apocalípticos e Integrados

"Apocalípticos e Integrados" é um livro do Umberto Eco que eu tinha que ler para a faculdade, séculos atrás, mas acho que nunca li. Gosto do título, de qualquer jeito. 

Às vezes sou mesmo meio apocalíptico, como no post anterior, com direito a imagens de zumbis do Resident Evil. Não sei se exagerei, talvez não. Porém, muitas vezes nos concentramos nos exemplos extremos (para o bem e para o mal), esquecendo que há toda uma vasta gama de cinza entre um e outro. 

Há, efectivamente, muitos imigrantes, talvez a maioria, que se tornam integrados ao sistema (mas são eles que se integram ao sistema, ou é o sistema que se integra a eles?). Bem, além disso, há também imigrantes qualificados que ajudam certamente a desenvolver o país, qualquer país. Os EUA podem ser um "paraíso (ou inferno) de diversidade", mas também são a maior potência do mundo, e isso, em parte é graças a imigrantes qualificados que vieram e continuam vindo. 

Eu mesmo não posso ficar reclamando de "imigrantes parasitas", quando não deve faltar alguém que mora no país há gerações e me qualifica assim, talvez entre grunhir de dentes e cuspindo no chão ao me escutar falar com sotaque. Além disso, qual será o meu nível de contribuição à grande nação americana, se é que eu ficarei aqui por mais tempo? É pouco provável que eu chegue a ganhar um Nobel. Por outro lado, tampouco pretendo cometer crimes ou depender da assistência, portanto suponho que eu me encontre no meio-termo da maioria dos imigrantes, nem em um extremo nem em outro.  

Acho que eu teria menos problemas com a imigração se não parecesse haver um plano (e, se não há um plano, de qualquer modo este está sendo o resultado) de inversão de prioridades. Em vez de privilegiar a entrada a a reprodução e o progresso dos bons, estimula-se a entrada e a reprodução e o avanço dos maus. O Sistema premia os ilegais à frente dos legais, os usurpadores à frente dos trabalhadores, os mentirosos à frente dos honestos, os dependentes à frente dos empreendedores.

Se eu tivesse algum cargo político, minha sugestão seria a de diminuir o coitadismo e instituir políticas que visem uma imigração mais qualificada. Por exemplo, acabar imediatamente com a ajuda estatal a imigrantes seria um bom começo. Se você vem para um outro país, deve ser para trabalhar e pagar impostos, não ser sustentado pelos outros. Eu também acabaria com a admissão de refugiados. A verdade é que a maioria deles são mentirosos, inventando histórias falsas de sofrimento e horror (sei por experiência com alguns que conheci, e porque, como eu disse, o sistema funciona de modo a incentivar a mentira). Sim, alguns casos específicos de dissidentes políticos poderiam ser considerados, mas não muito além disso. O resto pode ser auxiliado em seu próprio país. Pessoas com estudo seriam valorizadas, naturalmente e, além disso, eu estabeleceria um teste básico de inteligência, para evitar os casos perdidos. Discriminação? You betcha. 

Porém, a verdade é que não podemos ficar separando as coisas, quando tudo faz parte de um sistema holístico, para usar uma palavra da moda. O problema da imigração massiva não é algo isolado, mas faz parte de todo um complexo de decadência ocidental que vem se manifestando já há gerações, talvez mesmo já desde a Primeira Guerra Mundial. Uma perda na crença na própria civilização, na própria crença de que exista algo que foi já chamado Ocidente.

Pois não é só o imigrante que é visto como um coitadinho, mas o próprio criminoso, a figura anti-social, o Mal por excelência, ele, o literal vilão, é visto como "vítima da sociedade". No texto abaixo passei um link sobre violentas gangues de "afro-ingleses" que em um dos vários tiroteios que realizaram pela cidade acertaram em uma menininha indiana de 5 anos, deixando-a paralítica. A manchete diz que "pegaram vinte anos". Parece quase razoável, até que você lê que vinte anos é o total da soma dos sete integrantes pesos. Pegaram menos de três anos cada um. Uma sociedade que não consegue mais separar o bem do mal, que protege o criminoso enquanto esquece da vítima, é uma sociedade perdida.

Mas como voltar ao que se era? Podem-se reconstruir as ruínas do Império Romano?


P.S. Existe um ditado no futebol que diz, "quem não faz, leva". Quem não ataca, é atacado. Acho que o mesmo é válido para as civilizações. Expande-se ou contrai, não tem alternativa. Os muçulmanos já colonizaram quase toda a península ibérica, quase por milagre foram expulsos e imediatamente após portugueses e espanhóis lançaram-se à exploração marítima continental. As Cruzadas foram também uma reação às invasões islâmicas. Quando Roma parou de invadir e saquear, foi invadida e saqueada. Os europeus invadiram e povoaram meio mundo, agora que estão parados recebem de volta o filho bastardo de seus empreendimentos coloniais. "Papai, estou aqui."

Isto chocará alguns, mas acho que sou a favor da recolonização do Terceiro Mundo por povos europeus. Crescei e multiplicai-vos. Demografia é destino. Quem não faz, leva. Aqui se faz, aqui se paga. Mió nudez que nu nosso. E todos os outros clichês. 

domingo, 1 de abril de 2012

Imigração, ou: O Dilúvio, ou: Salve-se quem puder

Leio uma história abjeta sobre imigração no LA Times (Conte com este jornal para as mais lacrimejantes histórias sobre pobres imigrantes mexicanos ilegais oprimidos pelo sistema). Resumindo, é o seguinte: um imigrante ilegal morou vários anos nos EUA. Encontrou uma drogada branca white trash que já tinha 4 filhos com pais diferentes. Teve mais três filhos com ela enquanto dedicava-se a pequenos trabalhos, recebia assistência social do governo (como, se seu status era de ilegal? mistério) e dirigia sem carteira. Preso, foi deportado. Pouco depois a mãe drogada perdeu a custódia das crianças, por incapacidade. Felipe (ou Pedro, não lembro) quer que as crianças venham com ele para o México. Mas, vejam só a ironia do destino, os assistentes sociais não querem. Preferem que as crianças fiquem nos EUA e sejam adotadas. Um dos motivos alegados é que as condições de vida no México não são boas para uma criança... Pedro (ou José) não quer ser afastado de seus filhos, e garante que cruzará a fronteira de novo ilegalmente.

Tenho uma visão ambígua sobre a imigração. Sou um imigrante e às vezes acharia bom que fosse possível para qualquer um (ou bem, qualquer um com diploma e bons antecedentes) se estabelecer e trabalhar nos EUA, no Canadá, na Austrália, na França ou na Itália ou, vá lá, até no México se fosse o caso. Às vezes imagino um mundo de fronteiras abertas, sem vistos ou complicados processos de imigração, e penso que facilitaria muito a minha vida. Por outro lado, o problema com essa teoria é a lei da oferta e demanda. Há muito mais pessoas querendo morar nos EUA e na França do que no México ou na Zâmbia. E se o requisito passa a ser apenas que "as condições de vida no Terceiro Mundo não são boas", bem, isso justificaria a mudança de 90% da população do planeta para os poucos países de Primeiro Mundo ainda existentes.

O problema é o seguinte. Imigração massiva de terceiromundistas transforma onde quer que eles vão em Terceiro Mundo. Ilude-se quem acha que basta cruzar a fronteira para transformar-se num cidadão de bem e cumpridor das leis. O México é o México por alguma razão. A lógica dos imigrantes e dos esquerdistas é que os imigrantes têm direito a buscar uma vida melhor. Certo, mas o que na verdade acontece é que muitos deles tornam a vida pior para os nativos do Primeiro Mundo, incluídos aí os esquerdistas. Não é que os mexicanos nos EUA ou os muçulmanos na Europa irão transformar-se em americanos ou europeus da gema por mágica da geografia, mas o contrário, que transformarão seus novos habitats em reflexo de sua própria cultura.

Que tantas pessoas não consigam entender esse fato elementar é um dos grandes mistérios  da era moderna.

Quem ganha com a imigração massiva do Terceiro Mundo para o Primeiro? Muito fala-se sobre as tais elites globalistas, que às vezes é eufemismo para outro grupo Inominável, mas custo a ver como ganhariam com um mundo que fosse todo ele como uma África, uma América Latina ou um Oriente Médio. Um mundo assim, em que a Europa e EUA se indiferenciassem da América Latina seria pior para os americanos, para os europeus, e até mesmo, em última análise, para os mexicanos e zambianos, que não mais poderiam receber qualquer tipo de ajuda. Seria ruim para brancos, negros, amarelos, judeus, muçulmanos e budistas. Para gregos e troianos. Enfim, seria um desastre! Não haveria nem mesmo para onde emigrar, fora quem sabe algum outro planeta.

Qual a solução? Uma delas seria a de privilegiar a entrada de imigrantes mais qualificados, e limitar a de imigrantes-problema. O Canadá parece ter uma política imigratória melhor do que a dos EUA (onde a vinda de imigrantes qualificados é dificultada e a permanência de ilegais é privilegiada). Exige-se um certo número de anos de estudo, bem como várias outras qualificações. Por outro lado, mesmo as grandes cidades do Canadá hoje transbordam com refugiados muçulmanos, e prevê-se que o seu número aumentará. Qual será o ponto-limite após o qual um país muda sua cultura irreversivelmente?

A imigração, naturalmente, é só a porta de entrada. As novas gerações já não são mais de estrangeiros, mas de cidadãos legítimos que nem podem ser deportados. Os simpáticos jovens da "Guns and Shanks Gang", que tanto contribuem para o futuro da Inglaterra, são, segundo as leis, britânicos da gema.

Bem, como disse certa vez Luís XV (ou talvez sua amante a Madame de Pompadour), "depois de mim, o dilúvio". A mentalidade de muitos imigrantes (inclusive, provavelmente, a minha) é apenas a de melhorar a própria vida, não a de se preocupar com o futuro das nações ou do planeta.

O Primeiro Mundo, isto é, este pequeno grupo de países privilegiados pelo QI de sua população, pela sua cultura, pelas suas leis e pelos seus séculos de desenvolvimento civilizatório, talvez tenha sido uma aberração histórica. Penso que no futuro os Estados-Nação se desmantelarão, e voltaremos a uma espécie de feudalismo, com pequenos grupos de pessoas mais ricas e espertas encasteladas em fortalezas e, lá fora, rugindo, as hordas de bárbaros.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Multiculturalismo do bem e do mal

O multiculturalismo é bom ou é ruim? Depende da situação, e a quem você perguntar. No ambiente universitário, é supimpa. Pessoas inteligentes das mais variadas culturas. Conversações estimulantes em diversos idiomas. Variedade de restaurantes. Acima de certo nível intelectual, o multiculturalismo não é ou não parece tão ruim. Eu pelo menos me divirto.

Há ainda o multiculturalismo dos ricos, que inclui ter trabalhadores braçais baratos para cortar a grama do seu jardim, limpar sua piscina e juntar o cocô de seu cachorro de dia, e encontrar com diplomatas e príncipes de noite.

E há o multiculturalismo dos pobres. Recentemente, uma moça inglesa soltou o verbo no metrô contra os imigrantes. Foi um pouco vulgar, e provavelmente estava colocando em risco o seu filho, além de ensinar-lhe péssimos modos. Por outro lado, quem pode culpá-la totalmente? É fácil acusar os outros de "racistas" quando não se tem que aturar batuques de africanos na madrugada, venda de drogas por árabes na esquina de casa, prostituição de romenas duas quadras mais além, desemprego e aumento generalizado do crime. Os pobres são os que mais sofrem com o multiculturalismo, pois no fundo é isso o que significa para eles.

Nem sempre fui contra o multiculturalismo, e ainda hoje posso ver alguns de seus aspectos positivos. A primeira vez que visitei Londres fiquei encantado. Tanta gente de tantos povos, todos convivendo em paz!  Que cidade tão cosmopolita! (Naqueles tempos, a palavra nem era "multicultural", mas "cosmopolita.") Ainda hoje tenho respeito e curiosidade pelas pessoas de outras culturas, gosto de conhecer pessoas de outros países, e provavelmente jamais sairia gritando como a moça do vídeo.

Por outro lado, posso ver que o multiculturalismo, quando ocorre de forma massiva e especialmente entre a população de classe baixa, tem efeitos nefastos. Voltemos à moça: mesmo que a imigração não tivesse efeitos negativos e todos os povos se entendessem bem, não teria ela o direito de viver entre ingleses nativos, se assim o desejasse? O que é um país? Hoje em dia, qualquer coisa. Mas, originalmente, os países eram tribos, formados por grupos de pessoas geneticamente parecidas. Muitas vezes podemos reconhecer, só pelo rosto, quem é inglês, quem é italiano, quem é armênio (tenho uma amiga que é ótima em descobrir a origem da pessoa só pela fisionomia). Além disso, existe também uma série de fatores culturais que costumam definir cada nação. Sem isso, aquela piada sobre o inferno ser um lugar onde o cozinheiro é inglês, o humorista alemão, etc, nem existiria.

O discurso sobre a imigração dos países pobres aos ricos tem se dividido em duas partes: a direita a favor do assimilacionismo e a esquerda a favor do multiculturalismo. Assimilacionismo seria aceitar imigrantes mas de modo a que estes se adaptem à cultura ocidental; multiculturalismo seria não julgar nenhuma cultura como superior ou mesmo diferente da outra, mas que todas convivam juntas e separadas num mesmo local.

O multiculturalismo, por sua natureza, quase sempre dá lugar a conflitos tribais. O assimilacionismo claramente é uma solução melhor, mas implica que os imigrantes muçulmanos ou mexicanos (para dar um exemplo) tenham o interesse ou a capacidade de replicar e manter a cultura ocidental. Mas e se eles não tivessem tal interesse nem capacidade? E se eles preferirem replicar a sua própria cultura quando forem maioria?

Acho que é isso que muitos não entendem. A idéia de que todos vão simplesmente copiar o que é bom só porque é bom é ingênua.

Por outro lado, a verdade é que a Inglaterra de hoje não é nem multicultural e, se é assimilacionista, é ao contrário: o britânico é que tem que se assimilar!

Afinal, o que mais incomoda mesmo é o comportamento das autoridades britânicas. Sabem o que aconteceu com a moça do vídeo? Foi presa. Enquanto isso, três muçulmanas bêbadas que espancaram uma mulher britânica chamando-a de "puta branca" não foram presas porque, no entender do juiz, "devido à sua religião, não estavam acostumadas a ficar embriagadas".

É... Por outro lado, hoje é muito fácil encontrar bons restaurantes em Londres...

Londres, hoje.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Os freaks somos nós

Uma vez eu falei que o futuro do mundo seria representada pela foto de um casal gay branco-asiático com uma criança negra, mas me enganei. O futuro é este aqui:

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Qual o limite da tolerância?

Tolerância, caridade e bondade são sentimentos nobres. É correto ajudar os mais pobres e desvalidos, na medida do possível. Porém, até que ponto? Quando a caridade e a bondade começam a ameaçar a própria sobrevivência, faz sentido continuar? 

Tem um texto aqui (é minha sugestão de tradução ao Dextra) que compara a política de imigração americana com uma "mulher dos gatos". Você sabe, essas mulheres que moram sozinhas e terminam acolhendo em sua casa dezenas, às vezes até centenas de gatos, terminando por colocar em risco a própria saúde e aquela dos gatos. Qual o ponto em que uma pessoa caridosa que gosta de ajudar animais perdidos termina se transformando em uma louca "mulher dos gatos"? 

Fiquei pensando nisso devido ao caso DSK. Como todos sabem, no fim descobriram que a "muçulmana fiel" não apenas estava mentindo em relação aos pormenores do caso, como era prostituta e estava envolvida com um traficante de drogas. Além da mentira em relação a DSK, Naffisatou Diallo também mentiu ao pedir asilo político nos EUA. Informou às autoridades que tinha sofrido estupro grupal e toda uma série de horrores em seu país natal. Mentira, tudo mentira.

Faz parte da natureza humana mentir se isso pode ser de algum modo benéfico. O problema é que o sistema de asilo político estimula a mentira. Se você dá asilo político a mulheres que sofreram estupro, é garantido que de uma hora para outra surgirão milhares de "estupradas". Pode apostar, 90% das historinhas contadas por aqueles que pedem asilo político são falsas, assim como 90% das historinhas contadas por mendigos são falsas. Poxa, se o Battisti pode vir com sua lorota de "perseguição política" na Itália, porque uma africana não pode inventar histórias bem mais convincentes?

Lembro do filme Viridiana, concebido como crítica ao cristianismo, mas que para mim é mais do que tudo uma crítica ao esquerdismo, que não tem o senso moral do cristianismo. No filme tem uma cena em que o protagonista ajuda um cachorro vira-lata maltratado por um carroceiro, comprando-o por uns trocados. Logo depois que ele vai embora, passa um outro carroceiro arrastando um outro cachorro. A moral é clara: não dá pra ajudar a todos...

O extremo oposto, é claro, é não ter piedade de ninguém. Eutanasiar os deficientes físicos e mentais, escravizar os negros e os índios, esterilizar os miseráveis, exterminar os judeus e todos aqueles que possam ser uma ameaça à sociedade, à elite, ao governo ou ao patrimônio genético. Uma forma de solução, sem dúvida, ainda que radical. Pessoalmente, não sou um nazista. Por quê? Há uma resposta complicada e uma simples, vou dar a simples. Sergey Brin e Larry Page são os criadores do Google. São também judeus. Se você acha que os criadores do Google devem ser colocados em campos de concentração, parabéns, você é um nazista. Já eu prefiro algo menos radical.

Porém, confesso que não sei qual seria a medida certa entre uma sociedade confiante mas relativamente tolerante e uma sociedade perdida como a nossa. Notem que o "bonzismo" (isto é, a bondade ingênua) a que me refiro não se limita à questão da imigração, mas perpassa todos os aspectos. Por exemplo, o crime: não é de hoje que o criminoso é visto como um coitadinho, recebendo penas cada vez menores. No Brasil, naturalmente, mas em muitos outros países de dito primeiro mundo também. Estes dias, nos EUA, uma mãe que matou a própria filha foi liberada por suposta falta de provas (ou incompetência da acusação); porém, é curioso que ela nem tenha querido saber quem "realmente" matou a criança. Na Inglaterra, casos em que criminosos violentos são soltos após uma semana de cadeia ou uma mera pena de "trabalhos comunitários" são praxe. 

Não vou agora tentar explicar, só observar o seguinte: seria bom se existisse um equilíbrio e moderação nas questões humanas, mas raramente isso ocorre. Massacres, extermínios, guerras, estupros coletivos, escravidão, corpos crucificados e cabeças cortadas penduradas como aviso, tudo isso são a norma do mundo dito "civilizado". Vivemos apenas em um período de relativa exceção.

A História se move como um pêndulo. Temos momentos de tranquilidade, e depois momentos de extremismo. Vivemos agora sob o que se poderia chamar de um extremismo de esquerda global. Não é exatamente ditatorial, mas, fale a verdade, quantas pessoas que não são de esquerda você conhece? E, mesmo nos sites de direita, há temas nos quais não se pode tocar. No entanto, sente-se no ar uma crescente insatisfação. E há temor em relação ao futuro: quase ninguém tem uma visão otimista sobre este. É bastante claro que o pêndulo está para virar.

Não demorará muitas décadas, e teremos um retorno do extremismo de direita, ou então um domínio do islamismo (que, a seu modo, é também inimigo do progressismo e apenas seu aliado de conveniência), ou quem sabe do pan-eslavismo russo (não acredito muito nisso, mas pode ser), ou então uma supremacia global asiática (eles sim estão bem posicionados para isso), ou então um retorno glorioso do Positivismo (tá, essa foi só pra contentar o AN), ou então uma guerra bem f****a entre todas essas correntes. O fato é que o progressismo não vai durar, não tem como.

Pode-se tentar o "bonzismo" quanto se quiser. Mas, no fim, Maquiavel e os deuses do bom senso sempre vencem. 

sábado, 2 de julho de 2011

O Ocidente sobreviverá! (Or: How I learned to stop worrying and love decadence)

Por mais de duas semanas deixei propositadamente não apenas de postar como também de ler os meus blogs favoritos de direita. A esperança era a de sair da Internet e observar o mundo real, tentar ver se eu não estava tendo uma visão distorcida da realidade devido aos blogs que leio e dar um caráter mais empírico às minhas observações. Talvez, pensei comigo mesmo, o mundo não vá tão mal assim. 

Como primeiro trabalho de campo, saí de noite pelos bares da cidade para verificar se realmente os costumes estavam tão decadentes quanto pareciam. Na maior parte das vezes apenas observei com pesar que as tatuagens e o rap, antes apanágio exclusivo dos delinqüentes e dos vulgares, estão onipresentes mesmo entre os jovens das classes mais seletas. As mulheres se vestem como putas e ainda se orgulham, e os homens se vestem como viados ou imbecis. Os costumes também vão mal. Em duas noites diferentes, sem fazer tanto esforço, fiquei com duas garotas de 20 e poucos anos. Depois elas não telefonaram, não escreveram email, não quiseram nem ser amigas no Facebook. Cachorras. Fiquei desiludido. Será que as mulheres viraram homens, e os homens, mulheres? 

Fiquei pensando então que a vida hedonista não leva a lugar nenhum. Será que alguns minutos de prazer valem o risco de contrair clamídia, herpes, gonorréia e outras doenças sexotransmissíveis e todos os problemas físicos e psicológicos decorrentes de uma vida dissoluta?

Pensei também que apenas um despertar religioso de algum tipo salvará o Ocidente. Para acabar com o progressismo, não basta rejeitá-lo. É preciso propor uma visão em seu lugar. Um visão que renegue o caráter hedonista, materialista, coitadista e de curto-prazo da sociedade contemporânea, mas colocando algo em seu lugar. Que explique que as regras morais tem seus porquês e que afirme que há uma razão para a existência, negando o niilismo contemporâneo. Só assim se construirão novas catedrais e se esquecerão as "instalações artísticas" dos pós-modernos. A razão para o sucesso do progressismo é que as idéias políticas adolescentes da esquerda se combinam perfeitamente com o comportamento adolescente de 90% da população ocidental, eu incluído. (Às vezes é difícil resistir ao canto de sereia do modernismo com seu sexo fácil e seu hedonismo e seus ipads)

(Nesse ponto, aliás, divirjo tanto dos nacionalistas brancos como dos libertários pró-mercado livre. Embora tenha me convencido de que raça é um valor importante, não acredito que a mera raça seja suficiente para manter uma cultura ou uma sociedade, ou os brancos não estariam cometendo suicídio. E, embora considere o livre-mercado fundamental, acho que às vezes os interesses nacionais suplantam os conceitos da liberdade econômica global).   

Como segundo trabalho de campo, visitei vários lugares tomados pela imigração mexicana ilegal de mais baixa extração, observando (de longe) as onipresentes gangues, sujeira e degradação. Percebi que o problema da imigração vai muito além do debate atual sobre legalidade e ilegalidade. Um povo não muda de caráter simplesmente por cruzar uma fronteira, mas traz seus costumes consigo. Pode até mudar ao longo do tempo, mas mesmo assim não é um processo mágico, mas algo que leva décadas, talvez séculos. Uns EUA de maioria mexicana não são mais os EUA, é o México; uma Europa de maioria árabe não é mais a Europa, é o Oriente Médio. Inconcebível que tantos não entendam algo tão básico, e ainda recebam de braços abertos seus invasores, dando-lhes ainda uma mesada para que cresçam fortes e possam estuprar suas filhas.

Sou otimista, no entanto. O Ocidente sobreviverá.

Não me entendam mal, acho que a médio prazo Europa e EUA estão ferrados. Não saem dessa ao menos sem uma enorme crise econômica e maior ainda guerra civil ou mundial. Porém, não mais me preocupo. O Ocidente já enfrentou outras tempestades, como a peste negra ou as invasões mongóis. E, mesmo que o pior acontecer, não acabou também a civilização dos antigos gregos, que passaram a tocha ocidental para os romanos, e estes para os povos "bárbaros" cristianizados que terminaram por formar as modernas nações européias? É possível que os conhecimentos e tradições ocidentais sejam conduzidos agora pelos asiáticos, que estão estudando como loucos a música clássica e convertendo-se em massa ao cristianismo.

Mesmo quando a última igreja européia for convertida em uma mesquita, o Ocidente sobreviverá. Mesmo quando o último cristão for enforcado com as tripas do último homem branco, o Ocidente sobreviverá. (Mas notem que não acho que isso vá ocorrer de modo algum; a raça branca, o cristianismo e a cultura ocidental sobreviverão ainda por muito tempo). 

Talvez a decadência seja necessária. Talvez seja útil, de algum modo. 

Além disso, ainda que a catástrofe aconteça e a destruição definitiva do Ocidente venha a ocorrer, esta ao menos será ocasião para alegres momentos de schadenfraude. Não será hilariante ver os progressistas defensores dos "sin papeles" serem assaltados e seqüestrados pelos descendentes destes? Não será divertido ver os "homossexuais pela Palestina" terem as cabeças cortadas em praça pública pelos fundamentalistas islâmicos? Não será glorioso ver os petistas sendo caçados pelos criminosos drogados que ajudaram a gerar?

Vêm tempos duros pela frente. Como diria a Bette Davis, apertem os cintos, pois vai ser uma longa noite. Mas depois da noite, sempre chega o amanhecer.

O Ocidente sobreviverá!


sexta-feira, 4 de março de 2011

Mas é Carnaval...

Nunca conheci ninguém que gostasse de Carnaval.

Tá bom, exagero um pouco. Havia exceções. Mas, em geral, o sentimento em relação ao Carnaval no meio em que cresci era mais bem de rejeição. Quando éramos crianças, nossos pais procuravam de todo jeito nos afastar da TV e seu festival de bundas, mas a verdade é que naquele período elas não nos interessavam. Mais tarde, na adolescência e juventude, quando chegava a época das festas carnavalescas, o negócio era ir para uma praia distante ou então no bar com os amigos. Carnaval era tempo de se esconder. 

Percebo que, em geral, a sensação entre a classe média, ao menos no sul do país (não tenho dados para avaliar se ocorre também em outras capitais), é de não reconhecer-se a si mesma na "maior festa do mundo". Quais seriam os motivos?

Se o processo for limitado à região sul e sudeste do país, estaria explicado por uma mera diferença cultural entre o sul europeizado e o nordeste africaníndio. Se for de toda a classe média brasileira, a explicação tem mais a ver mesmo é com a diferença de classe social. Carnaval, em outras palavras, seria coisa de pobre. As referências da juventude de classe média são o rock e outros ritmos de origem estrangeira. 

Isso era muito mais marcado antigamente. Apesar de algumas exceções como o Noel Rosa, morro e asfalto viviam separados. Foi provavelmente a partir da "bossa nova" nos anos 50 e 60 que a união aconteceu, e o interesse da classe média pelo samba e pelo Carnaval oficial aumentou. Hoje é até chique participar da orgia, ao menos em camarote VIP.

Curiosamente, à medida em que o Carnaval se tornou cada vez maior e mais popular -- "a maior festa do mundo" -- ele decaiu em qualidade. As alegres e inocentes marchinhas dos anos 40 e 50 deram lugar a sambas-enredo sem pé nem cabeça, e a nudez foi se tornando cada vez mais explícita, bem como o envolvimento dos bicheiros e traficantes. 

Se bem que essa decadência na cultura brasileira e sua correspondente sexualização é geral, não limitada a um evento ou classe social.

Por exemplo, comparem as belas letras de Cartola, negro e pobre, com as letras de qualquer funk ou rap de hoje em dia. É de doer.

Aqui no exterior, é o contrário. Há grande interesse pelo Carnaval brasileiro -- não sei se é só pelas mulheres peladas, ou por motivos antropológicos, como o estudo de uma cultura alienígena, busca do exotismo etcétera e tal. Eu, quem diria, tenho até saudade de ligar a televisão e ver bundas 24 horas por dia.

E você, gosta de Carnaval?

Seja como for, boa festa a todos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Gengis Khan, herói ecologista

Gengis Khan afirmou certa vez que "a maior felicidade é perseguir seu inimigo, destruí-lo, tomar suas riquezas, ver suas cidades reduzidas a cinzas, ver aqueles que o amam banhados em lágrimas, e tomar para si suas mulheres e filhas".

Gengis Khan é também o mais novo herói dos ecologistas, considerado o "conquistador mais verde de todos os tempos". O motivo? Retirou do ar cerca de 700 toneladas de dióxido de carbono, graças à destruição de milhares de hectares de terra arável que graças a ele voltaram a virar floresta, e ao massacre de alguns milhões de pessoas em seu caminho. 

Qual será o próximo herói dos verdinhos? Hitler? Matou seis milhões de judeus e iniciou uma guerra na qual morreram cerca de quarenta milhões de pessoas, reduzindo o CO2 da atmosfera, por outro lado a incineração de corpos e os bombardeios não foram ecologicamente corretos. Fail

Stalin? As mortes do Holomodor foram causadas pela fome, ou seja, foram perfeitamente carbon-neutral, e ainda tiveram a vantagem de extinguir milhares de quilômetros de terra arável. Yes!

Notem que nada tenho contra a preservação de plantas e animais, e até acho que o mundo poderia ter ligeiramente menos gente (mas a redução populacional está acontecendo naturalmente nos países desenvolvidos, e se não fosse a imigração ilimitada seria ainda maior; e está acontecendo até em alguns países subdesenvolvidos, devido à urbanização).

Mas parece que alguns ecologistas estão levando essa idéia de redução populacional demasiado ao pé da letra. Faz alguns anos apareceu até um professor universitário que sugeriu exterminar 90% da população do planeta com o vírus do Ebola. E o que dizer dos mórbidos seriados e livros que nos informam como seria belo um mundo sem seres humanos?  

Outro herói possível para os ecologistas seria Átila o Huno. Ah, mas não foi ele que disse que, por onde passava, a grama já não crescia? Então, talvez não. 


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

As mães chinesas e o "perigo amarelo"

Lembram quando se falava em "perigo amarelo"?

Pois o crescimento da China a potência mundial, hoje, é uma realidade, como ficou evidenciado pelo encontro entre Obama e Hu Jintao, onde o presidente americano implorou para o chinês valorizar o yuan, respeitar Taiwan, etc, tudo enquanto Jintao segurava alguns trilhões de dívida americana.

O paleoconservador Pat Buchanan argumenta que a China hoje nada mais repete do que os EUA do século 19, crescendo sem se importar com "direitos humanos", "acordos comerciais" ou outras delicadezas. Querem é crescer e não pedem licença a ninguém, e não tem motivo de aceitar os pedidos dos EUA.

Também na mídia brasileira, um artigo de Carlos Sanderberg diz:

Mais difícil é saber como tratar a questão política, ditadura e desrespeito aos direitos humanos. Muitos dizem que não há o que fazer além de criticar, marcar posição e, paciência, esperar que o regime chinês evolua internamente para uma coisa mais próxima da democracia.

Como se vê, não se trata de uma disputa tipo EUA x União Soviética. Agora, estão todos no capitalismo, discutindo moeda, comércio e investimentos.

E o Brasil da presidente Dilma? Para começar, poderia enterrar essa bobagem da Era Lula de achar que a China é nossa parceira estratégica na diplomacia Sul-Sul, de pobres x ricos. A China é a segunda potência, quer ser rica, e pronto. Tem mais tendências imperialistas do que para solidariedade com o Terceiro Mundo.

De fato, a China não tem solidariedade com ninguém, nem no câncer. Porém, o artigo que mais gerou discussão na Internet sobre a China foi um que saiu no Wall Street Journal recentemente, argumentando que "As mães chinesas são superiores".

Comparando as mãs chinesas com as mães ocidentais, Amy Huan acusou estas últimas de preguiçosas, medrosas e pouco exigentes. As mães ocidentais têm medo de dizer não aos seus filhos, aceitam notas medíocres, não os forçam a estudar, emagrecer ou progredir. As mãe chinesas, como Amy, a "tiger mom"? Proíbem televisão, videogame e dormir na casa de amiguinhos/as; obrigam seus filhos a praticar piano ou violino cinco horas por dia; os obrigam a estudar e se eles não tirarem as melhores notas de toda a turma, são duramente castigados.

Amy é na verdade chinesa-americana, casada com um judeu-americano, e alguns acreditam que ela exagere. Quando uma das filhas recusou-se a continuar tocando piano, ela ameaçou colocar fogo em todos os seus bichos de pelúcia e doar sua casinha de bonecas à caridade. Quando outra filha, de quatro anos, lhe deu um cartão de aniversário criado por ela, a mãe o jogou no lixo e disse para fazer melhor. 

O artigo gerou pavor nos pais americanos, e uma onda de discussão na Internet. Seriam as mães chinesas mesmo superiores? Seriam elas o novo "perigo amarelo", criando um planeta sob dominação chinesa total?

Não percam os próximos capítulos.

sábado, 11 de setembro de 2010

11 de Setembro: Osama venceu?

Passaram já 9 anos desde o maior atentado islâmico nos EUA e ocorreu o impensável - Osama Bin Laden venceu. Se não concorda, veja só:

* Osama jamais foi encontrado. Pode estar morto, mas tampouco existe o corpo para provar.

* Os EUA já abandonaram o Iraque e hoje enfrentam sérios problemas para destruir o Talibã no Afeganistão.

* O próprio presidente dos EUA chama-se Hussein e tem origem muçulmana, celebra Ramadã na Casa Branca e defende os muçulmanos sempre que pode.

* Uma polêmica mesquita deverá ser construída a duas quadras do ponto do ataque de 9/11, mesmo com 64% da população americana considerá-lo uma afronta: mídia e governo americanos são 100% a favor.

* Enquanto isso, apesar dos planos e promessas, nada foi construído no lugar das duas torres. 

* Houve mais de um atentado nos EUA desde então, o mais grave o tiroteio em Fort Hood, onde um soldado muçulmano matou 12 pessoas. No relatório oficial do exército sobre o evento, não há uma única menção ao islamismo ou à jihad, e a conclusão de um dos generais é que deveriam ser alistados ainda mais muçulmanos para fins de "diversidade".

* Muito embora a população nativa seja contrária, a imigração muçulmana nos EUA e na Europa continua andando a todo vapor.

* Um obscuro pastor da Flórida decide anunciar que vai queimar uma cópia do Corão, e o establishment em peso se une contra ele. O governo e mídia americanos, em vez de proteger o direito perfeitamente legal de um cidadão americano de se expressar, decidem apoiar e justificar a indignação violenta de estrangeiros muçulmanos, muitos dos quais vêem os EUA como inimigos.

* O pastor é obrigado a desistir e anunciar publicamente de joelhos que jamais queimará um Corão, mas mesmo assim dezenas de milhares de muçulmanos desavisados protestam no Afeganistão e gritam: "morte à América!"

Osama Bin Laden venceu. Allárru aquebar!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O fim da era espacial

Um longo artigo (em inglês) no Brussels Journal fala sobre a decadência do programa espacial americano, que levou o homem à Lua e prometia levá-lo a Marte, mas que tem agora a maioria de seus projetos cortados por Obama, e cujo objetivo principal, nas palavras do atual diretor da NASA, é "aumentar a auto-estima dos muçulmanos". Longe das glórias passadas, a NASA virou agência de relações públicas e cabide de empregos multicultural.


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Conversa de futebol

Apesar da seleção americana ter melhorado, e um público razoável de americanos estar acompanhando a Copa do Mundo, o futebol ainda não é um esporte muito popular por aqui. Qual o motivo? Alguns acham o esporte chato. Considerando que o esporte nacional é o baseball, um jogo que pode durar até quatro horas e no qual pouco acontece, a acusação parece um pouco estranha.

domingo, 13 de junho de 2010

Poema do domingo

HE WISHES HIS BELOVED WERE DEAD

      ERE you but lying cold and dead,
      And lights were paling out of the West,
      You would come hither, and bend your head,
      And I would lay my head on your breast;
      And you would murmur tender words,
      Forgiving me, because you were dead:
      Nor would you rise and hasten away,
      Though you have the will of wild birds,
      But know your hair was bound and wound
      About the stars and moon and sun:
      O would, beloved, that you lay
      Under the dock-leaves in the ground,
      While lights were paling one by one. 
       
William Butler Yeats (1865-1939)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Der prozess

O artigo para se ler sobre o julgamento de Geert Wilders, que começa hoje, sob quase total silêncio midiático, ainda que dele talvez dependa o futuro de nossa civilização.

Galileu Wilders? Ou Geert Kafka?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Criminosos infelizes

Digamos que um sujeito estrangule uma moça grávida, depois de estuprá-la e espancá-la. Agora acrescente o seguinte detalhe: o criminoso teve uma infância infeliz. Quando era criança, morava na miséria, era abusado por seu tio, e sua mãe lhe batia com o ferro de passar.

O assassino deve ter uma pena menor por causa disso? O sofrimento pregresso de algum modo é um atenuante? Já que ele sofreu antes não deve sofrer depois?

Ou digamos que um criminoso roube um carro, no processo arrastando um menino de seis anos pelas ruas. Mas é pobre, jamais teve um tostão. Não seria a sua situação social a que o leva a cometer o crime?

Na verdade, nem a vida pregressa do cidadão nem sua condição socioeconômica deveriam interessar uma pinóia. Cometeu crime? Cadeia! Sei de muitas pessoas que tiveram infâncias difíceis e nem por isso saíram por aí matando e assaltando. E a maioria dos pobres não rouba ou mata só por ser pobre.

Se o assassino tivesse matado o tio que abusava dele, isso talvez poderia ser alegado em sua defesa; se tivesse roubado um pão para comer, poderia-se quem sabe entender; mas em casos em que a vítima não tem qualquer relação com os problemas psicológicos ou sociais do criminoso, como imputar a conduta criminosa a causas psicológicas ou sociais?

No entanto, muitos juízes parecem discordar de mim. Alguns parecem mesmo achar que a vítima é que tem culpa, por ter muito, ou por andar por onde não devia.

Há ainda a hipótese de que os criminosos, se pertencerem a minorias oprimidas, também deveriam receber uma redução de pena. É o caso de Rudy Guede, onde, provavelmente por ser um imigrante da Costa do Marfim, o assassino confesso recebeu uma pena menor do que os cúmplices (uma garota branca americana e um garoto branco europeu). Ou o caso de um gay que matou os pais e diz que a razão é que eles não aceitavam sua homossexualidade. Agora exige que o juiz que julgue a causa seja gay, pois só assim para ser compreendido.

Não duvido que obtenha seu desejo. A tendência dos progreçistas é ver o criminoso sempre como um coitadinho, humilhado pelo sistema.

O problema é que aí a vítima e seus familiares pagam duas vezes: a primeira quando ocorre o crime, a segunda quando seus apelos são ignorados e os criminosos são liberados com penas irrisórias. No Brasil, chega a ser ridículo: criminoso algum podem ficar mais de 30 anos presos, mesmo que tenha organizado um genocídio em seu quintal.

Mas considere esta última hipótese: e se os "verdadeiros culpados" pelo crime não fossem as "causas sociais" nem a "infância infeliz", mas os genes? Saiba que agora mesmo, na Itália, pela primeira vez na história um assassino teve a pena reduzida por - de acordo com os advogados que se basearam em estudos de geneticistas - ter um gene que causaria a predisposição à violência, o tal MAOA.

E se houvesse mesmo um gene do crime? O que ocorreria com a noção de Justiça? Afinal, o criminoso poderia sempre alegar: "não fui eu, foram os meus genes". Assim como hoje alega que foi sua infância infeliz ou sua pobreza.

Seriam então os criminosos tratados com medicamentos anticrime, em vez de cadeia, como em Laranja Mecânica? Mas isso já ocorre com os criminosos com transtornos mentais. Muitas vezes são liberados nas ruas, com a mera condição de que continuem tomando suas pílulas, o que nem sempre acontece (e aí voltam a matar).

Mas pode um gene realmente induzir alguém a cometer crimes? Mesmo que alguém tenha predisposição à violência, isso não deveria levá-lo necessariamente a se tornar um assassino. É mais provável que o criminoso seja influenciado por uma complexa série de fatores, que incluiriam sua predisposição genética, inteligência (baixa - é mito que os criminosos sejam inteligentes), aspectos econômicos, sociais e culturais, educação, formação moral e religiosa, e nível de testosterona.

Mas tudo isso é irrelevante, é claro.

Afinal, enquanto criminosos reais são perdoados ou têm as penas reduzidas por razões genéticas, multiculturais ou sociais, enfim, coitadismo, a Justiça progreçista preocupa-se mesmo é com sujeitos que mandam emails racistas ou fazem acusações politicamente incorretas. Esses sim são seres perigosos que devem ser punidos com o máximo rigor da lei.

"Num tenho culpa, seu guarda. Nasci assim!"

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O dilema do bom selvagem

Se o homem "nasce bom, e a sociedade é que o torna ruim", como é que essa sociedade é formada por homens? Quer dizer, como é que, pelo mero fato de reunir-se em sociedade, o homem - que nasce bom - torna-se mau?

Ou estamos falando apenas que as sociedades civilizadas é que tornam o homem mau, mas se ele vive em sociedades tribais de caçadores e coletores, ele ainda é bom? Quando é que ele começa a ser mau, com a invenção da escrita, da agricultura ou do monoteísmo? Ou quando descobre o ouro? Ou a propriedade privada? Mas algumas tribos praticam canibalismo e estupro, sacrificam crianças ou as enterram vivas, será que essas práticas devem ser vistas como inocentes, como boas, ou como parte da maldade gerada pela tal "sociedade", ainda que primitiva?

Por que a religião cristã e as tradições ocidentais são vistas como coisas ruins, patriarcais, malvadas, superadas, anti-científicas, mas as religiões primitivas que incluem a adoração de árvores (como ocorre no filme Avatar) e as tradições indígenas, africanas e muçulmanas que incluem o sacrifício humano e a submissão da mulher são vistas como positivas, sábias, espirituais, etc?

O mito do "bom selvagem", não obstante seja uma falácia, fala a algo profundo dentro de nós. Acho que todos nós temos momentos em que odiamos a civilização. Frustrados com tecnologia, a poluição, as catástrofes da História, o frenesi da vida moderna, imaginamos um mundo mais puro, mais calmo, e nos imaginamos morando na selva, no mato, no nada, no atemporal, longe de tudo e todos. Como Thoureau. (Ou como Theodore Kaczynski, o Unabomber, que tinha um QI de 170 e poderia ter sido um dos maiores gênios matemáticos que já existiram na espécie humana, se não tivesse ficado maluco e iniciado a enviar cartas-bomba aqui e ali.)

É claro que para a maioria de nós, bastam apenas uns dias longe da civilização e perto dos mosquitos para nos fazer correr de volta para as cidades. A tal "vida bucólica e tranqüila" na verdade não é nada disso.

O problema do Homem Ocidental é que ele já não acredita em mais nada, muito menos em si mesmo. Lamentavelmente, os bons selvagens que tomarão seu lugar não são tão bons assim, nem terão tanta simpatia com esse discurso.

Depois de tudo, a idéia do "bom selvagem" também é uma criação européia, ocidental. Ele nunca existiu no mundo real. O Outro jamais se viu a si mesmo como puro ou bom. E não terá a menor pena de nós quando nos derrotar.

E então viveremos todos na mata, como os Na'vi. E seremos felizes para sempre.

"Tá olhando o quê, seu ocidental fiadaputa?"

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A queda do muro

Imperdível a série na Dicta sobre os vinte anos da queda do Muro de Berlim.

Uma das perguntas que ficam é: como é possível que, mesmo depois de evidenciado fracasso comunista, estejamos assistindo hoje a um renascimento de políticas socialistas, seja na América Latina com o mais descarado chavismo e similares, seja na Europa e nos EUA com controle estatal cada vez maior?

Há duas respostas possíveis: uma, a de que é justamente o fim da existência do modelo negativo comunista a que permite a continuação do delírio utópico. Não havendo mais Guerra Fria nem União Soviética nem dissidentes, não há mais um modelo de referência negativo contra o qual contrastar a prosperidade ocidental. Existe apenas o "capitalismo", e tudo é culpa deste. Portanto, "precisamos de socialismo". E, se alguém criticar as políticas socialistas em base ao que ocorreu no passado, basta dizer: aquilo não era socialismo, era "stalinismo".

Mas o bom doutor Anthony Daniels/Theodore Dalrymple nos lembra que, na verdade, mesmo durante o mais abjeto comunismo soviético, era bem sabido o que ocorria na Rússia. Apesar das mentiras de Walter Duranty, a fome na Ucrânia causada pela coletivizacão forçada foi largamente documentada por outras fontes. O que havia não era ignorância: era vontade de acreditar em lorotas mesmo. A fé na utopia é mais forte do que a razão. De acordo com esta segunda explicação, portanto, nem mesmo a existência dos mais atrozes sistemas comunistas acabará com o pensamento mágico.

"Mr. Gorbachov, tear down this wall!", disse famosamente Reagan. Mas mais difícil é acabar com os muros mentais.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O incrível fim da civilização européia


Houve uma civilização que, nos últimos 500 anos, espalhou-se pelo globo dominando quase todas as outras culturas, da Ásia à América à África. Muitas vezes seu domínio foi impiedoso e cruel, outras vezes iluminado e emancipador. Tal civilização ainda tinha em si os ecos da cultura greco-romana, mas era fundamentalmente monoteísta, seguindo um culto originado entre os hebreus. Talvez mais do que uma única civilização deveríamos falar em um conjunto de povos, que no entando tinham certas características que os uniam, e formavam de fato algo que podemos chamar uma "civilização". Havia três características que se mantinham sempre uniformes. Essa civilização era:

Européia.
Branca.
Cristã.

Não critico, não elogio, não julgo, apenas observo: tal civilização está hoje desaparecendo. Ou, se não desaparecendo, ao menos em evidente decadência. Recuou de praticamente todas as posições coloniais em que dominava (em uma das últimas, a África do Sul, onde por anos ainda dominou com o injusto apartheid, hoje os brancos fogem, assediados pela violência e pela perseguição governamental. A África do Sul e sua desgraça post-apartheid, o fim da promessa da "democracia racial", aliás, daria um outro post).

Mas se fosse só isso, tudo bem. O problema é que em seus próprios países de origem a cultura européia encontra-se assediada por outras culturas. A seguir a tendência demográfica, em vários países, nas próximas décadas, os brancos europeus serão minoria na própria Europa (nos Estados Unidos, ex-colônia européia, já quase são).

O curioso é que foi a própria civilização branca européia cristã que impingiu esse destino a si mesma, em nome da diversidade cultural, do estado de bem-estar, do aborto, da eutanásia, do homossexualismo, do ecologismo, do ateísmo, do esquerdismo, etc etc etc. Parece que estou falando de coisas díspares, mas não estou não: a "diversidade" é obtida com a imigração massiva de muçulmanos, africanos e asiáticos, que em geral têm mais filhos do que os nativos, e vão suplantando a população local. O estado de bem-estar social se encarrega de sustentar os imigrantes e suas crianças, ao mesmo tempo em que paralisa a economia. O aborto, a eutanásia e o homossexualismo, não importando seus possíveis méritos, conduzem todos a uma taxa de natalidade cada vez menor. Ecologismo, ateísmo e esquerdismo também levam, por motivos diferentes, a uma tendência a ter menos filhos, ao menos segundo pesquisas recentes que mostram que os religiosos e conservadores reproduzem-se mais.

A continuar nesse ritmo, a Europa não chega ao fim do século como tal.

Não é incrível que se tenha chegado a tal ponto?

O que explica o sucesso anterior da Europa, e o seu atual fracasso?

Alguns acreditam que o grande segredo do êxito da civilização européia tenha a ver com o fato de ser branca, ou seja, a raça (segundo as teorias racialistas). Mas não acredito muito nisso. Meu principal contra-exemplo é a Argentina. Eis um país que acabou com quase todos seus índios e negros, que é 90% europeu (espanhóis, italianos e ingleses), e no entanto, é hoje uma das mais incríveis histórias de desastre da América Latina. E, além disso, é a própria elite branca quem está implantando essas políticas suicidas na Europa. Fariam isso se fossem espertos?

Outros acreditam que o motivo seja a religião. De fato, apogeu e decadência de um e outro coincidem. O cristianismo está em franco retrocesso na Europa, com cada vez menos seguidores e importância. Será que a morte de Deus equivale à morte de uma civilização?

Outros ainda acreditam que o culpado seja o marxismo, que criou uma geração que odeia os próprios valores tradicionais ocidentais europeus - ou seja, quer destruir-se a si mesma.

Alguns acham que é simplesmente a exaustão: duas guerras mundiais com milhões de mortos, guerras que trucidaram os melhores jovens de uma geração, de fato, não são de se menosprezar. É possível que a civilização européia esteja morrendo de cansaço e de culpa.

Ou talvez seja apenas um ciclo. As civilizações, como as plantas, como as estrelas, nascem e morrem.

O fato é que é um fenômeno deveras surpreendente, se pensarmos que há meros cem anos os europeus e seus descendentes ainda dominavam completamente o mundo, ainda que a ferro e fogo e exploração.