sexta-feira, 4 de março de 2011

Mas é Carnaval...

Nunca conheci ninguém que gostasse de Carnaval.

Tá bom, exagero um pouco. Havia exceções. Mas, em geral, o sentimento em relação ao Carnaval no meio em que cresci era mais bem de rejeição. Quando éramos crianças, nossos pais procuravam de todo jeito nos afastar da TV e seu festival de bundas, mas a verdade é que naquele período elas não nos interessavam. Mais tarde, na adolescência e juventude, quando chegava a época das festas carnavalescas, o negócio era ir para uma praia distante ou então no bar com os amigos. Carnaval era tempo de se esconder. 

Percebo que, em geral, a sensação entre a classe média, ao menos no sul do país (não tenho dados para avaliar se ocorre também em outras capitais), é de não reconhecer-se a si mesma na "maior festa do mundo". Quais seriam os motivos?

Se o processo for limitado à região sul e sudeste do país, estaria explicado por uma mera diferença cultural entre o sul europeizado e o nordeste africaníndio. Se for de toda a classe média brasileira, a explicação tem mais a ver mesmo é com a diferença de classe social. Carnaval, em outras palavras, seria coisa de pobre. As referências da juventude de classe média são o rock e outros ritmos de origem estrangeira. 

Isso era muito mais marcado antigamente. Apesar de algumas exceções como o Noel Rosa, morro e asfalto viviam separados. Foi provavelmente a partir da "bossa nova" nos anos 50 e 60 que a união aconteceu, e o interesse da classe média pelo samba e pelo Carnaval oficial aumentou. Hoje é até chique participar da orgia, ao menos em camarote VIP.

Curiosamente, à medida em que o Carnaval se tornou cada vez maior e mais popular -- "a maior festa do mundo" -- ele decaiu em qualidade. As alegres e inocentes marchinhas dos anos 40 e 50 deram lugar a sambas-enredo sem pé nem cabeça, e a nudez foi se tornando cada vez mais explícita, bem como o envolvimento dos bicheiros e traficantes. 

Se bem que essa decadência na cultura brasileira e sua correspondente sexualização é geral, não limitada a um evento ou classe social.

Por exemplo, comparem as belas letras de Cartola, negro e pobre, com as letras de qualquer funk ou rap de hoje em dia. É de doer.

Aqui no exterior, é o contrário. Há grande interesse pelo Carnaval brasileiro -- não sei se é só pelas mulheres peladas, ou por motivos antropológicos, como o estudo de uma cultura alienígena, busca do exotismo etcétera e tal. Eu, quem diria, tenho até saudade de ligar a televisão e ver bundas 24 horas por dia.

E você, gosta de Carnaval?

Seja como for, boa festa a todos.

28 comentários:

Edu disse...

Nossa X, não sei se por inocência ou porque eu gosto mesmo de farra, que eu nunca achei o carnaval uma orgia ou uma banalização do sexo e sempre achei um momento de felicidade. Um ar de copa do mundo, só que em vez de futebol, músicas.

Tá certo que com o tempo as músicas baixaram muito a qualidade e que a perda da inocência aconteceu mesmo. Ouvindo meus pais e avós falando de carnaval, realmente houve uma perda do romantismo que era antes: os bailes onde todos os Arlequins procuravam suas Colombinas livres dos pais conservadores, e um momento onde era possível dar as mãos às suas namoradas sem a supervisão de mais velhos. Tudo em ritmo de festa. Era algo familiar.
Hoje admito que em determinadas partes do país há uma vulgarização do carnaval, com menos roupa, músicas mais "sexualmente agressivas".

Ainda assim há muitas cidades do interior mantém o mesmo ritmo de festa de antigamente: marchinhas (cada bloco compõe a sua com letras que às vezes falam de amor, às vezes sexo, às vezes crítica à política, e onde o clima familiar é mantido. Mesmo a cultura do frevo e dos bonecos de Olinda ainda não foi perdida, o que eu acho muito interessante!

Eu gosto bastante dessa cultura carnavalesca, de viver uma vida feliz, ainda que se trabalhe o ano todo como um jumento para pagar um monte de impostos que não são convertidos em benefício para nós, da classe média. É o momento de extravasar, de lembrar que a vida tem que ser divertida apesar do esforço que é viver.

Enfim, não vou ficar discursando sobre o q vcs sabem. O ponto é que eu acho sim algo interessante e não meramente um movimento hippie do hemisfério sul exalando sexo por todos os lados, e muito menos alienígena do que baladas eletrônicas onde as pessoas de países do hemisfério norte passam entupidas de drogas, sem conversarem, curtindo um som que culturalmente não significa nada. (eu gosto bastante de música eletrônica!)

Boa festa a todos!

Mr X disse...

Noto agora que falei em "sul europeizado" versus as tradições índigeno-africanas, mas a verdade é que o Carnaval tem origem européia, e católica ainda por cima.

Quanto à sexualização e tal, acho que o Carnaval ainda não está tão ruim quanto os bailes funks, que acontecem toda semana e são bem piores.

Abs.

Chesterton disse...

O samba de carnaval é uma indústria, e eu, que sou músico amador, não percebo a diferença entre um e outro (em compensação não acho que os blues sejam todos iguais, logo há um fator cultural na minha opinião).
E as marchas carnavalescas foram substituídas pelo samba.

Chesterton disse...

http://cristaldo.blogspot.com/2011/03/o-melhor-carnaval-respeito-de-cronica.html

maisvalia disse...

Eu gostava dos bailes de carnaval dos clubes nos anos 70 e do interior.
Depois, começaram a ficar lotados de travestis, espantaram as famílias e as bonitas e se acabou o que era doce, hehehehehe ou eu que envelheci?

Pedro do Monte disse...

nordeste africaníndio?


Cara, tu é muito equivocado mesmo, no Nordeste as pessoas tem heranças européias e indigenas bem mais fortes, com excessão do litoral baiano e do litoral maranhense, os nordestinos tem pouca identificação com a cultura africana. E mais, o carnaval é europeu, o carnaval "moderno" do axé, do samba e pagode é que tem bastante influência africana, mas se você for a marchinhas, ao carnaval de Olinda, constatará a semelhança com carnavais como o de Veneza. Você consegue ser muito desinformado as vezes, apesar da invasão baiana nos últimos anos, o povo nordestino é mais identificado com os festejos juninos, que por não serem tão fortes no restante do Brasil, você diria que é africaníndio não é mesmo?
As festas juninas, em nada têm a ver com a herança africana, é uma manifestação tipicamente luso-indigena, dos caboclos, dos cariris, do povo típico do Nordeste.

Mr X disse...

Olá Pedro do Monte,

Tá bom, mas não se irrite. Foi só um chute mesmo; depois, como comentei, me lembrei que o Carnaval é de origem européia, não obstante as raízes afro do samba.

Festa junina indígena? Achei que viesse dos portugas mesmo.

Pedro do Monte disse...

Não disse indigena, disse luso-indigena, pois, as festas juninas como são no Nordeste, eram/são realizadas por caboclos, luso-brasileiros(brancos), cariris(índigenas do sertão) catequizados, e indígenas em geral da região. As festividades juninas de Portugal possuem muitas características distintas das nordestinas evidentemente, fruto da inserção das peculiaridades da influência indigena, e cabocla aqui.

No mais, não estou irritado, nunca fui familiarizado com carnaval, principalmente esse que Globo e demais canais de tv nos empurram guela abaixo, escolas de samba e suas sub-celebridades, e o axé e outros ritmos baianos, infelizmente as pessoas não possuem muito senso crítico, me lembro quando certa vez um político aqui disse que não chamaria músicos baianos pra tocar nas festividades juninas porque aquilo não tinha nada a ver com o Nordeste(consideramos cultura de Salvador e cultura nordestina distintas..rs), e aí surgiram algumas reações de "cantores" baianos, e da mídia, e o cara teve de recuar.

Mr X disse...

Tem razão. Na verdade, conheço pouco da cultura nordestina, o que sei é que tem muita influência da cultura ibérica (portuguesa e espanhola) e até mesmo da cultura medieval e renascentista ibérica - que chegou aqui com as peças religiosas e com o barroco, com poetas como o Gregório de Matos por sua vez inspirados em Góngora, Garcilaso de la Vega, etc. Dá pra ver isso no Ariano Suassuna, no João Cabral de Melo Neto, etc, que falam sobre isso.

Quando falei do Carnaval aqui, pensava mesmo é nos desfiles mostrados na Globo, que é na verdade o canaval carioca feito para a mídia. Mas sei que a festa é bem mais ampla e cada região tem uma tradição diferente.

Talvez por eu ser do RS veja diferente, no Sul acho que não há mesmo muita identificação com o carnaval (fora das classes populares). O negócio é dançar chula e andar de cavalo, tchê! ;-)

Anônimo disse...

Caro X,

aqui no Ceará, como em boa parte do nordeste, é uma festa bem popular e inclui a classe média. Embora eu não participe mais (casei - agora sou mais um dominado), já me diverti bastante em outras ocasiões.

Não tem muita filosofia por aqui, não, só cachaça, mulher e festa.
As pessoas não estão muito interessadas na origem disso ou daquilo, só querem se divertir a sua maneira. Quem sou eu para as condenar?

Bom carnaval e divirta-se.
Adriano

maisvalia disse...

Carnaval de hoje, hehehe

Filha do Che assassino está em Floripa.
Já está em Florianópolis Aleida Guevara, a filha do porco assassino Che Guevara, que fuzilou pessoalmente mais de 160 presos políticos, na prisão de La Cabaña, em 1959, em Havana, Cuba. Ela será homenageada por 2.500 ignorantes e cúmplices de um regime ditatorial, que vão rebolar a bunda na avenida para exaltar a revolução criminosa de Fidel Castro. Aleida desfilará sobre um carro alegórico que imita um tanque de guerra. O nome da escola de samba é União da Ilha da Magia. Se você estiver na Passarela Nego Quirido, grite: Fidel Assassino, Che Assassino, Cuba Libre! Florianópolis está envergonhada, entristecida, ofendida com a presença da filha deste mercenário assassino que alugou a sua pistola para matar inocentes.Ainda restam mais de 70 presos políticos em Cuba. Ao todo, a revolução cubana exilou 2 milhões de cidadãos e assassinou mais de 100 mil. Florianópolis está sujando as mãos de sangue reverenciando estes criminosos.Coturno Noturno

Brancaleone disse...

olha, carnaval como festa popular até que vai mas não dá para aguentar o massacre promovido pela midia que fica 100% carnavalesca nestes dias.
Eu não gosto de carnaval nem de futebol - devo ter nascido no país errado -
Quem ouvir 'vai passar' do Chico Buarque vai entender um pouco mais...
Carnaval é uma b... um monte de babaca enchendo o rabo de cachaça e outras porcarias ululando como alucinados pelas ruas.
um desperdício111

Brancaleone disse...

O Maisvalia se acalma.
Prum país que esta mocando um italiano assassino (no entanto devolveu os boxeadores cubanos rapidinho...) hospedar a filha do carniceirozinho não é nada.
Mas é carnaval!!! Tudo é festa!!!
Vivemo tempos de esquerda (rsrsrsrsrsrsr) no poder. Vamos deixar eles se divertirem um pouco.

Anônimo disse...

Fui googlar a Aleida Guevara pra ver se era teteca, e que decepção.

Ela não vai desfilar seminua, vai?

Mr X disse...

O AN não gosta de carnaval. Ou então está aproveitando ao máximo, vestido de odalisca.

Augusto Nascimento disse...

Não, mas me vestir de odalisca ainda seria menos pior do que andar com o sheik maluco lá da tariqa olaviana. Olavo de Carvalho transformou a vida dele em uma patética mistura de quarta-feira de cinzas e samba do maometano doido.
"Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O sol estava quente
Queimou a nossa cara
Viemos do Egito
E muitas vezes
Nós tivemos que rezar
Allah! allah! allah, meu bom allah!"
De qualquer maneira, o carnaval "comercial", hoje, não passa de um apelo aos instintos mais baixos do ser humano, à objetificação sexual da mulher, à subversão dos valores familiares (Comte, genialmente, ensinou que a família é a base da Sociedade e que o casamento é o instrumento escolhido por ele para o aperfeiçoamento da Humanidade e para a glória do Grande Ser) e à negação dos princípios da Revolução de Novembro.

Augusto Nascimento disse...

Não, mas me vestir de odalisca ainda seria menos pior do que andar com o sheik maluco lá da tariqa olaviana. Olavo de Carvalho transformou a vida dele em uma patética mistura de quarta-feira de cinzas e samba do maometano doido.
"Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O sol estava quente
Queimou a nossa cara
Viemos do Egito
E muitas vezes
Nós tivemos que rezar
Allah! allah! allah, meu bom allah!"
De qualquer maneira, o carnaval "comercial", hoje, não passa de um apelo aos instintos mais baixos do ser humano, à objetificação sexual da mulher, à subversão dos valores familiares (Comte, genialmente, ensinou que a família é a base da Sociedade e que o casamento é o instrumento escolhido por ele para o aperfeiçoamento da Humanidade e para a glória do Grande Ser) e à negação dos princípios da Revolução de Novembro.

Chesterton disse...

Esse negocio de comentarios duplicados é culpa do Comte...

Augusto Nascimento disse...

"Esse negocio de comentarios duplicados é culpa do Comte..."

Mais ou menos como Olavo de Carvalho é responsável por você ter escrito "monjes" em um comentário de outro post? Não, o mais provável é que ambos sejamos seres humanos falíveis afinal. "Errare humanum est"...

Anônimo disse...

Agora sim! O bloco do positivista doido atacando o Grêmio Recreativo do Sheik Gnóstico! Isso é Carnaval! Delírio sensual, arco-íris de prazer!!!!
Fernando José - SP

Augusto Nascimento disse...

O Bloco dos Astrólogos de Maria & Católicos de Tariqa está com um samba-enredo maravilhoso: Balada do Louco. Dueto comovente de Rita Lee e Olavo de Carvalho (merecida homenagem ao filósofo, que representará a si mesmo: "Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu"), participação do Coral do Exército Vermelho (tudo culpa da infiltração gramsciana), sheiks em vez de passistas. Só os iniciados poderão assistir ao desfile. Enfim,
"O Pinel não quer abafar ninguém
Só quer mostrar que faz filosofia também
Fazer tratados lá na instituição é um brinquedo,
Ao som das palestras dança até o arvoredo
Eu já chamei você pra transcrever,
Você não "transcreviu" porque não quis
Quem é você que não sabe o que diz?
Quem é você que não sabe o que diz?
Meu Deus do céu! que palpite infeliz!"
Espero que Olavo de Carvalho não siga o mau exemplo de Lula, que faltou ao desfile em que ele seria homenageado. O Carnaval lá na Virgínia promete. Transmissão da Rede Globo e da Al Jazeera.

Chesterton disse...

Errare humanum est"...

chest- duas vezes nem tanto. (rs) O Olavão passou a mão na sua bunda quando você era criança? Você não pensa em outra coisa.


Esse negócio de carnaval virou disneyworld , só que em vez das pessoas irem atrás das atrações, as atrações passam na frente delas. E o staff não só não é remunerado como ainda paga para entreter a galera.

Chesterton disse...

Eternidade é um risco. Isso sem falar que deve ser um saco. Outra hipótese é a espírita. A gente reencarna aqui no planetinha mesmo. Mas... se eu reencarno com tudo, mas sem a memória da vida passada, de que adianta? É como se tivesse morrido. Pior ainda: e se eu reencarnasse como antropólogo, sociólogo, petista ou psicanalista? Seria uma nova vida, só que de vergonha e opróbrio.

Janer Cristaldo sobre a morte, hilário.

Augusto Nascimento disse...

Não são duas, só a segunda é um erro. A dose faz o veneno.
Só acho que Olavo de Carvalho deve ser tão responsável pela sua ortografia quanto Comte é pelas minhas noções de informática. A julgar pela sensibilidade patológica das olavettes a quaisquer críticas ao profeta delas, contudo, só posso imaginar que, seguindo o exemplo dos homens espirituais que ele conhece-como o sheik maluco que que queria pegar todo mundo na tariqa e os padres pedófilos-, ele partiu para um programa arrojado de fidelização dos discípulos. Essa birra dele com os antigos efebos que se livraram do seu domínio, os indivíduos, é, no mínimo, suspeita: será que, como Sócrates, ele gosta de corromper a juventude? Ele poderia responder a essa inquietante questão. Ele já contou no lá programa que ele e os amigos não se masturbam pensando nas mulheres uns dos outros (http://tvtropes.org/pmwiki/pmwiki.php/Main/SuspiciouslySpecificDenial)

Augusto Nascimento disse...

http://tvtropes.org/pmwiki/pmwiki.php/Main
/SuspiciouslySpecificDenial

Anônimo disse...

Vocês são engraçadíssimos!

Diego disse...

Realmente mesmo em cidades de médio e pequeno porte colonizdadas por "gringo polenteiro" no extremo sul do país o carnaval domina os corpos e mentes das pessoas. Lembro de meu pai contar que quando ele ia pular a única camisinha que se falava era uma fantasia de Irmãos Metralha e o máximo de exagero que se cometia era tomar cerveja em mamadeiras.
Bueno eu por minha parte sempre achei o cumulo da frivolidade e da idiocracia Tupiniquim.Este ano como sempre fui aproveitar para ler um pouco.Um dos livros que li (Star Trek e a Filosofia) comentava exatamente sobre o efeito do tédio da quarta feira de cinzas, o chamado paradoxo do hedonismo.Como nos lembram Aristóteles e John Stuart Mill, prazeres associados à atividades corporais e a imperativos biológicos, como dançar, comer,beber,fazer sexo, são chamados continuos,durando enquanto a atividade está ocorrendo e se limitam em si enquanto prazeres superiores de natureza mental como estudar, encontrar amigos que você não via a anos,fazer algum conserto na casa ou terminar um árduo projeto, é um estado completado e duradouro , com o nosso conhecimento de conclusão

Anônimo disse...

O Brasil é um país estranho, no qual se para uma semana para curtir uma orgia, quando tudo se pode (o prefeito com o bicheiro na avenida; bundas e peitos em todos os horários na TV; pessoas se pegando o dia inteito etc.). Depois, todos se voltam a um certo falso moralismo. Uma amiga gringa não entendia a nossa aversão às praias de nudismo, comuns em outros países, e até mesmo ao top less, se as meninas aqui vão com um ultra-mini-biquini para a praia, os programas infantis tinham loiras sexualizadas etc...