terça-feira, 1 de março de 2011

Por que ninguém gosta dos pobres?

Um artigo interessante fala sobre os moradores de um subúrbio de classe média de Detroit que ficaram incomodados quando, devido à queda de preços nas casas em bancarrota, o gueto começou a se mudar em peso para lá. 

Detalhe: não há racismo aqui. Ambos os grupos são negros. São os negros de classe média que não querem que os negros do gueto vão para lá. Mas por quê?

Simples. O cara rala toda a vida para sair do gueto e comprar uma casa em um bairro mais razoável epoder dar uma educação melhor às suas crianças, e aí alguém compra uma casa por um preço irrisório logo ao lado da sua. Só isso já seria suficiente para irritar o cristão, mas não é o principal problema. O problema é que, com os habitantes do gueto, costuma vir o comportamento do gueto. Lixo jogado nas ruas, pessoas gritando às três da manhã, bebida, drogas, gangues, e finalmente tiroteio. Logo logo, já está na hora de se mudar de novo.

A mesma coisa acontece no Brasil, com as pessoas que moram próximas a favelas. Conheci uma petista que exigia a remoção de uma favela que estava iniciando a formar-se perto da sua casa de três quartos com piscina. "Ué, mas você não é petista, não gosta de pobre?" Desconversou. 

É isso o que os esquerdistas não entendem, ou fingem não entender. Pobreza é muitas vezes conseqüência, não causa. A idéia do blogueiro Sakamoto para resolver a pobreza é dar a eles "moradia digna", em apartamentos no centro da cidade, cujo aluguel seria pago pelo contribuinte de classe média. É receita para o desastre. É a mesma idéia que foi realizada aqui nos EUA com o que se chama Section 8: pobres que têm apartamentos pagos pelo Estado em zonas nobres da cidade. Como inquilinos, são um inferno: raramente podem ser despejados, portanto eles usam e abusam. Não pagam nada, então tampouco valorizam a propriedade. Não tendo e muitas vezes nem mesmo trabalho, terminam utilizando o novo lar como ponto de venda de drogas. 

Pobreza não é mera questão de recursos materiais, mas de comportamento. Se você quer eliminar a pobreza (se é que isso é possível), precisa primeiro modificar certos tipos de comportamento. Mas isso é bem mais difícil do que dar bolsa-esmola por toda a vida.

13 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Ninguém deveria morar em favela ou em gueto, todos deveriam ter acesso a moradia digna, mas a melhor forma de terminar com a favela é o governo fazer investimentos em habitação de qualidade. Ninguém gosta de morar ao lado de uma favela, primeiro porque o risco de violência aumenta consideravelmente e segundo porque desvaloriza o imóvel.


Aqui em Porto Alegre o governo Yeda tentou privatizar uma área nobre e muito grande para formar um bairro, quase em frente ao estádio do beira rio, onde existe hoje uma favela para se fazer condomínios de classe média alta. Os moradores da favela seriam assentados para outro local com muito mais dignidade, às custas dos investidores e empreendedores que executariam a obra e poderiam vender os apartamentos. Um projeto que tinha tudo para dar certo.

Mas foi uma gritaria geral, uma pressão imensa contra e a governadora Yeda desistiu de fazer o que era o certo.

Esse investimento agregaria valor, geraria emprego, imposto, melhoraria a qualidade de vida da cidade, mas a ideologia venceu as boas idéias.

Mr X disse...

É o que eu digo, esquerdista gosta tanto de pobre, que quer que eles continuem pobres para sempre.

Ana Beatriz disse...

"pobres que têm apartamentos pagos pelo Estado em zonas nobres da cidade. Como inquilinos, são um inferno: raramente podem ser despejados, portanto eles usam e abusam. Não pagam nada, então tampouco valorizam a propriedade. Não tendo e muitas vezes nem mesmo trabalho, terminam utilizando o novo lar como ponto de venda de drogas. "

Qualquer semelhanca com a Cruzada no Leblon nao eh mera coincidencia...

Chesterton disse...

Ledo Engano - definição:

Crer que o estado pode compensar as más escolhas feitas pelo indivíduo.

Chesterton disse...

É o que eu digo, esquerdista gosta tanto de pobre, que quer que eles continuem pobres para sempre..

chest e vão arrumar votos onde?

Mr X disse...

Qualquer semelhanca com a Cruzada no Leblon nao eh mera coincidencia...

É...

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/01/28/dois-presos-um-menor-apreendido-na-cruzada-sao-sebastiao-no-leblon-923636754.asp

Gerson B disse...

Mr X, um dos blogs mais lúcidos.

Nem lembrei da Cruzada do Leblon, mas é um perfeito exemplo.

maisvalia disse...

O esquerdista de hoje é o coronel de ontem.

Gunnar disse...

A chave é essa: pobreza é conseqüencia, não causa. E é justamente o que os esquerdas nunca vão entender.

Você fala pro petralha que o crime é uma escolha individual e não um fruto da "desigualdade social" e que o bandido é simplesmente um ser que fez uma escolha, e não uma "vítima da sociedade". Aí vem aquela lenga-lenga de "ah, mas veja que a criminalidade é muito maior entre os pobres e bla bla bla".

Será que eles nunca páram pra pensar que o tipo de gente que se dispõe a virar bandido é muito provavelmente uma pessoa com preguiça de estudar, trabalhar, etc, e, portanto, POBRE, ué!

Mas o que mais dói neles é quando você os acusa de preconceito social (pior palavra do mundo no alfabeto petralha), lembrando que a maioria dos pobres acorda cedo pra trabalhar muito e botar comida na mesa de forma honesta e que há muito rico bandido...

Edu disse...

Eu me pergunto se algum esquerdista desses revolucionariozinhos já leu 1984 ou A revolução dos bixos...

Anônimo disse...

Aqui em Florianópolis aconteceu algo assim.
Na época em que Ângela Amin era prefeita, construiu alguns condomínios para o povão que vivia em favelas.
Coisa boa, pequenos sobrados geminados, limpinhos, pintados de várias cores, coisa bonita e organizada. Para lá foram famílias que estavam a beira de rodovias movimentadas, encostas e outras favelas.
Primeiro muitos protestaram que tinham sido "jogados" lá, e que onde moravam antes tinham seus pequenos comércios (catadores de lixo e desmanches), blábláblá. Até usaram isso na campanha adversária.
Hoje voce passa por esse lugares e eles voltaram a ser grandes favelas. Puxadinhos pra tudo quanto é lado, cada um de um jeito, lixo por todo lado.
Como diz o velho ditado: voce pode tirar a pessoa da perfieria, mas não tira a periferia da pessoa.

Anônimo disse...

Sair da favela e morar em casas boas (e baratas) não é um tipo de ascensão social?

Quando se deve ascender então?

Anônimo disse...

Postei anteriormente como anônimo para não digitar meu endereço. Mas sou eu, o verme que corrói o falecido falsão.