terça-feira, 28 de abril de 2009

Sobre a discriminação

Na França, há uma nova lei que multa em 45 mil euros qualquer dono de propriedade que se recusar a aceitar um inquilino devido à sua raça, origem, preferência sexual ou religião. Por que as pessoas não deveriam ser livres para alugar ou não suas propriedades para quem bem entenderem?

A discriminação é o grande horror dos progressistas. Mas a discriminação - não necessariamente racial - é um fato da vida. Discriminamos todo o tempo. Discriminar, segundo o dicionário, significa meramente escolher com atenção.

Discriminamos quando escolhemos nossos amigos. Discriminamos quando escolhemos em qual bairro morar. Discriminamos - ou discriminávamos, antes da lei francesa - a quem alugar nossos apartamentos. Theodore Dalrymple tem um livro (não li) chamado "In Praise of Prejudice" em que ele fala sobre os aspectos positivos da discriminação.

É claro que a discriminação racial já serviu para justificar muitos horrores, como a escravidão, a segregação racial, e mesmo o genocídio de "raças inferiores". Mas o que fazer nos casos em que a discriminação racial poderia servir para identificar mais rapidamente suspeitos de crimes?

No outro dia ouvi pessoas reclamando que os muçulmanos são injustamente vistos com suspeita nos aeroportos, e revisados com maior rigor. Da mesma forma, comparando, reclamavam que os carros dirigidos por negros são mais parados pela polícia do que aqueles dirigidos por brancos. Alegavam racismo.

Pode até ser, mas, por mais que doa em nossa alma politicamente correta, temos que observar uma cruel verdade: a maioria dos terroristas hoje em dia são muçulmanos, assim como o número de assaltantes negros nos EUA (18%) é proporcionalmente maior do que o número de assaltantes brancos (3%). Portanto, a discriminação contra muçulmanos e negros - ao menos nesses casos - pode não ser bonita, mas tem uma explicação lógica. Entende-se que a grande maioria de negros e muçulmanos, que não são ladrões nem terroristas, não gostem do fato. Entende-se que as pessoas vejam injustiça e perseguição. Mas não há: há apenas discriminação.

Como vivemos em uma sociedade que é ou tenta ser igualitária, na verdade o chamado racial profiling é proibido por lei. Em alguns casos, a polícia e os jornais recusam-se a identificar este ou aquele criminoso como latino, negro, asiático ou árabe, justamente para não criar uma "imagem negativa" do grupo em questão. Embora seja pouco provável que velhinhas japonesas de noventa anos sejam terroristas, elas são tão revisadas no aeroporto quanto o muçulmano com camiseta do Hamas. (Bem, elas poderiam ser ativistas do Aum Shinrikyo.)

Mas o pior não é isso, se não que a esquerda quer criar uma discriminação inversa, de todos os grupos "minoritários" contra os "dominantes" (i.e. negros e latinos contra brancos, muçulmanos contra cristãos, gays contra heteros).

Um caso interessante que está ocorrendo agora nos EUA é de bombeiros que realizaram um teste para obter uma possível promoção: como os que tiveram resultados melhores e obteriam a promoção foram 19 brancos mas apenas 1 hispânico e nenhum negro, os resultados dos testes foram desconsiderados, já que não eram igualitários. Os bombeiros que perderam a promoção entraram com processo alegando discriminação por serem brancos. Agora a Corte Suprema está decidindo.

10 comentários:

Cláudio disse...

Ah, como eu disse num post meu, eu gostaria tanto de poder ver onde essa palhaçada toda vai nos levar daqui a uns 300 anos...

Teoria da conspiração, argumento de filme de ficção científica B: alguns líderes mundiais e formadores de opinião são, na verdade, extraterrestres com a missão de imbecilizar a raça humana e torná-la incapaz de resistir a uma futura invasão alienígena. Está funcionando!

Chesterton disse...

nada mais minoritario que homem branco, de olhos azuis, casado e heterossexual. A questão não é que são contra minorias, são contra a "cultura do homem branco", que é como eles definem os ocidentais. (Sim, velhinhas japonesas aderiram 'a cultura ocidental depois da grande guerra).

Gunnar disse...

Taí uma questão na qual concordo integralmente com os direitobas.

1. Aconteceram muitas atrocidades por conta da segregação por "raças". No entanto, isso não é mais uma realidade em países como o Brasil. Principalmente porque tá tudo tão misturado que nem dá pra dizer onde começa um e termina o outro.

2. Hoje é chique ser negro / gay / favelado / [preencha com sua minoria preferida]. É orgulho negro pra cá, favelismo cinematográfico pra lá, e no meio 'muderrno', nada mais 'cool' que a androginia ...

3. Se um grupo de skin-heads (marginais por definição!) ataca um imigrante, na Alemanha, por exemplo, os jornais ficam em polvorosa, o mundo se revolta com o "ranço nazista", a opinião pública unânime condena esse povo racista e violento que são os alemães. Ao mesmo tempo verdadeiras gangues de turcos tornam as antes pacíficas ruas de diversas cidades alemãs inseguras, e ninguém fala nada.

4. O que antes era repúdio à discriminação, hoje virou a mais pura mania de perseguição. Paranóia.

5. O que esse povo (ongueiros bate-lata de plantão) quer não é igualdade. É igualitarismo. Ou seja, todos são iguais, mas uns são mais iguais que os outros. Não querem deixar de ser discriminados, apenas querem que a discriminação agora leve a privilégios. Não é teoria da conspiração, nós JÁ temos, oficializados, direitos especiais e diferenciados definidos por cor de pele - vide as cotas universitárias, por exemplo.

Chesterton disse...

eles não querem igualitarismo, querem hegemonia. Querem praticar o racismo que antes se julgavam vítimas.

Chesterton disse...

Gunnar, prestando bem a atenção, vocë já é um direitoba. Começou a usar a cabeça para outra coisa que não usar chapéu, é inevitável. Vira direitoba. (o toba é dos esquerdistas, claro)

Chesterton disse...

E aquela menina que foi "desaceita" pelas cotas no vestibular...já pensaram que o castigo que ela recebeu foi por ter sangue branco? Pode uma loucura dessas resultar em algo que preste?

Anônimo disse...

Quem discriminar os discriminadores não é uma discriminação?

Chesterton disse...

Mas sim, tecnicmente todos temos que ter o direito de discriminar (escolher). Na vida privada. Senão a vida acaba na privada. (que piadinha infame)

Mr X disse...

Idealmente, a lei deve ser igual para todos, sem discriminar nem positivamente nem negativamente.

Mas as pessoas devem ser livres de se associar com quem preferirem, isto é, devem ser livres até para serem "racistas" (salvo que cometam violência).

Anônimo disse...

Para quê pôr de parte? Para quê discriminar? Se somos todos iguais, Não na cor, mas no olhar! E não importa, É o interior que interessa Porque todos pensamos e sentimos E, em todos nós, O sangue corre depressa!E alem disso somos todos filhos de Deus e moramos no mesmo lugar um planeta em que a muita disigualdade social a TERRA mais isso è so uma questao de tempo è so vcs quererem nos ajudar...
contato:ligadamoda@hotmail.com
site:http://ligadamodacuidar.blogspot.com/