quinta-feira, 30 de abril de 2009

Brasil, Irã e Israel, ou: nem tudo é antisemitismo

Vou dizer agora uma coisa que parece o oposto do que eu acabei de dizer, mas não é.

Nem tudo é antisemitismo. Acho que todo mundo pode ter o direito de criticar Israel, e nem toda crítica ao país é necessariamente "antisemita".

Nem tenho certeza que a postura do Brasil lulista ao receber Amadinehjad seja "antisemita", embora seja claramente uma tentativa de chute na canela de Israel. Mas acho que, no fundo, é apenas a mesma postura ideológica tradicional petista de se associar preferencialmente a republiquetas de ditadores latinos ou africanos, pois é com essa gente que Lula e os petistas, no fundo, se identificam.

A pergunta é: o que tem a ganhar o Brasil ao se associar com o Irã, e em especial com o polêmico presidente iraniano? A idéia que a Petrobras possa explorar petróleo no Irã é pouco provável, já que eles tem sua própria empresa estatal que controla tudo. Acordos comerciais que beneficiem o Brasil também são pouco prováveis, já que o Irã encontra-se em grave crise econômica, salvo que o Brasil decida passar aos mulás sua tecnologia nuclear. De acordo com esta notícia:

Em entrevista coletiva após o encontro, Amorim disse que uma das propostas com repercussão mais concreta e imediata foi feita com o Banco Central brasileiro. O intuito é que haja um acordo entre os bancos centrais dos dois países para troca de informações sobre regulação do sistema financeiro.

Estamos feitos! O Brasil vai imitar a regulação financeira do Irã, baseada na sha'ria. Não seria mais útil realizar novos acordos de cooperação tecnológica com Israel, líder inovador nessa área? Mesmo países que nominalmente apóiam o Irã, como China e Rússia, vendem sistemas velhos aos iranianos e compram tecnologia e armas modernas de Israel.

Então, nem sei com certeza se receber o malucão do Amadinehjad no Brasil configura antisemitismo ou não. O que sei é que é burrice, em nome de uma ideologia torta.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mr X,

o que interessa ao malucão é a transferência de tecnologia nuclear. O Inácio não mandou reativar o programa nuclear brasileiro, coincidentemente, antes da visita do iraniano?

Mr X disse...

Sim, é o que me parece. Mas será que o Lula arriscaria? Tudo indica que sim...

Detalhe: segundo alguns, o atentado na Argentina contra a AMIA foi realizado a mando Irã depois que acordos nucleares entre Argentina e Irã, que estavam em fase inicial, foram descontinuados. Portanto o Brasil até se arrisca nessa aí, ao meter-se em uma briga que não é sua.

Anônimo disse...

Mr X,

o Inácio está nos enfiando no olho do furacão. A intenção verdadeira por trás da cancelada visita do malucão do Irã é a comercialização de urânio e armas:

Do Blog Movimento da Ordem Vigília Contra a Corrupção

O real motivo da visita de Ahmadinejad no país não são apenas os acordos comerciais (de fachada), mas sim, as cláusulas secretas que constarão nesses acordos, que incluem a cooperação nuclear entre os dois países, envolvendo a exploração de urânio com tecnologia russa e vendas de armas.

A continuação da história aqui: http://movimentoordemvigilia.blogspot.com/2009/05/o-verdadeiro-negocio-por-tras-da-visita.html