Barack Obama é o Lula americano. Assim como a classe média brasileira apoiou o "presidente operário" pelo símbolo de transformação e de expiação da culpa burguesa que ele encarnava, da mesma forma Barack Hussein Obama, mulato, de obscuras origens africanas e islâmicas, ligado a grupos marxistas, de passado misterioso e personalidade cativante, era também um símbolo da expiação da culpa da classe média urbana americana. Culpa pelo racismo, culpa pelas guerras, culpa pelo antiamericanismo, culpa pela religião, culpa pelos oito anos do "quadradão" Bush.
A característica principal de Obama, como a de todo esquerdista, é de visualizar o mundo pelo modo como acham que os outros os enxergam. Assim, o importante não é fazer a coisa certa ou seguir princípios - é "ficar bem". A que poderia servir aos EUA "ficar bem" frente ao povo muçulmano, como pretende Obama? Na realidade, a muito pouco. A Rússia de Putin matou duzentos mil muçulmanos na Chechênia, mas ninguém nas arábias grita "morte à Rússia". Obama poderá rastejar o quanto quiser: só obterá mais exigências e mais violência em troca. Em política externa, não importa ser amado (ninguém ama ninguém), mas sim temido.
Obama é o triunfo da aparência sobre a essência. Não é de espantar, assim, que, em nome do "ficar bem", Obama rejeite praticamente tudo o que a América significou até agora. Livre-mercado? Necas. Nacionalizou a GM, hoje chamada de "Government Motors", sustentando com dinheiro público uma empresa falida que jamais dará lucro. Mais valeria torrar dinheiro.
A economia americana vai mal, e o remédio de Obama consiste em tentar apagar o incêndio jogando gasolina. As previsões mais otimistas falam em desemprego de 25% e inflação. As mais pessimistas, melhor nem citar. Só uma coisa parece certa: até o final da administração Obama, os EUA vão ficar bem mais parecidos com a América Latina.
Mas a questão mais intrigante em Obama é a sua postura radicalmente antitradicionalista e anticristã. Nominalmente cristão, a única igreja da qual participou, por vinte anos, foi a igreja da teologia de libertação racista do pastor Wright.
Em mais de três ocasiões ele falou claramente: "A América NÃO É uma nação cristã". Sim, para dizer que era uma nação secular, que aceita todas as fés, etc. Mas o modo da frase é significativo: por que não dizer simplesmente: "somos uma nação secular?" Não, a ênfase é mesmo na rejeição ao cristianismo, e por extensão a toda uma longa tradição americana que vem desde os "pilgrims".
Sim, a América sempre foi uma nação cristã, e essa é (era) sua força. Se realmente não é mais uma nação cristã, é porque lhe resta pouco tempo. O secularismo puro e simples pode ser bacana, mas é uma base pouco sólida para qualquer tipo de civilização: significa apenas que já não se acredita mais em nada.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
10 comentários:
Mr X, nesse assunto você se embanana tanto quanto seu guru Reinaldão.
É claro que a religião traz uma unidade a qualquer povo / etnia / país. Sou testemunha viva disso, cresci numa minúscula comunidade Mennonita (Witmarsum, PR), que, por ser "fechada" ao mundo, permitiu a sobrevivência da cultura, educação, valores morais, língua (alemão) e religião por séculos a fio, mesmo com todo esse tempo de distanciamento das raízes.
Abrir a porteira, misturar, pode soar muito tolerante e bonito, mas na prática, o resultado é o caos, a perda de todos os valores, etc. Até aí, concordo.
Mas dizer que quando não se acredita mais em deus significa que não se acredita mais em nada é, no mínimo, exagero - na minha opinião, é desonesto mesmo. Acreditar no Papai Noel não é nenhuma virtude.
Eu sou ateu (mas não materialista), e não gosto de igrejas e religiões. Me considero de direita e conservador sobre quase tudo, e pauto minha conduta por princípios morais e éticos que poderiam ser considerados próximos aos principios cristãos, mais do que muito carola por aí.
Ok, confesso que a última frase é meio dramática, e a ilustração tá ali meio por gozação.
Acho que concordo com o Gunnar, talvez não seja a falta de "Deus" ou crença em deus, mas a falta de valores. A esquerda não tem valores, a esquerda é pelo fim dos valores.
Mas dizer que quando não se acredita mais em deus significa que não se acredita mais em nada é, no mínimo, exagero - na minha opinião, é desonesto mesmo.
chest- isso é puro chestertonismo.
não acreditar em Deus, não é não acreditar em nada, é acreditar em qualquer coisa que empurram goela abaixo...por exemplo, Obama, papai Noel, etc...
Báh, Chesterton e Mr X,
Vocês entraram em espiral mesmo.
"A esquerda é pelo fim dos valores"
"é acreditar em qualquer coisa que empurram goela abaixo...por exemplo, Obama, papai Noel, etc..."
Virgem Santíssima do meu ateísmo!
A mamãe americana tá fazendo o quê com aquela mão ali?
Sei não... é crente mas é quente.
Ou vai dizer que ela tá fazendo exame da mama?
Tá, entendi.
o problema da esquerda é o subjetivismo epistemológico.
http://pajamasmedia.com/victordavishanson/americas-first-postmodern-president-supreme-court-justice-treasury-secretary/
O Pax tem razão, a mãe americana tá com uma cara de safada. E a outra mão dela perto do garoto... Entendi. Não é a mãe, é a professora pedófila, é claro que eles estão na escola. E professora que abusa de aluno por lá não falta:
http://www.trutv.com/library/crime/criminal_mind/psychology/marykay_letourneau/1.html
http://www.msnbc.msn.com/id/14499056/
Essa idéia de uma religião única para uma civilização é totalmente ocidental. A China e o Japão, por exemplo, conviveram com a pluralidade budismo, xintoísmo, confucionismo e taoísmo sem problemas. Uma única fé, sólida, não tem muito a ver com coesão social. Não sempre.
Postar um comentário