O que está realmente acontecendo no Irã? Algumas teorias.
1) Uma disputa interna entre duas facções de mulás pelo poder, cujo resultado é irrelevante para o público em geral. Mousavi, afinal, não é nenhum revolucionário, nem mesmo o "reformista" vendido pela mídia, é "um antigo primeiro-ministro de Kohmeini, responsável pela execução maciça de opositores políticos na década de 80 (20 mil? 30 mil?)", ou seja, é tão parte do sistema quanto Amadinehjad. Trata-se apenas de uma briga pelas benesses e dinheiro que o poder político trazem. Nessa hipótese, os protestos da população urbana, cansada do regime, são apenas um efeito colateral indesejado.
2) Um truque ilusionista de proporções mundiais: na verdade, a idéia dos mulás é colocar no poder Mousavi. A fraude e os conseqüentes protestos foram orquestrados pelos próprios mulás, de modo a garantir a Mousavi sua imagem de "herói do povo" e líder popular contrário ao "truculento" Amahdinejad. Após uma falsa recontagem de votos, Mousavi assumiria o poder, visto como um candidato reformista provado nas ruas, mas que na realidade representa a continuidade do mesmo regime, com mudanças meramente cosméticas. Esta teoria, no entanto, suporia que os mulás tem pleno controle sobre todas as suas facções, o que não é de modo algum certo.
3) Uma luta real entre "reformistas" e "conservadores", como nos informa o Pedro Doria. Parece-me a menos provável das hipóteses. O grande problema da imprensa ocidental é que tende a enxergar tudo sob olhos ocidentais, como se as eleições em Teerã fossem como as de Washington ou São Paulo. Não são, não. O regime é que decide quem pode se candidatar e quem não; o Líder Supremo em teoria pode até ignorar o resultado dos votos e nomear quem ele achar melhor; e os próprios conceitos do que significa "conservador" ou "reformista" por lá não são os mesmos dos nossos. Segundo notícias, vários próprios jovens que protestam "contra o regime" levam fotos de Khomeini e gritam "Alá Ackbar". Ou seja, com Mousavi ou Amadinehjad, vai continuar a mesma droga, ao menos até o caráter "islâmico" do regime não ser destruído.
4) (Atualização) Faltou uma teoria: "tudo é culpa de Israel."® Na verdade, não houve fraude alguma, trata-se apenas de um maquiavélico plano Sionista de utilizar o Twitter para desestabilizar o Irã. Sério.
terça-feira, 16 de junho de 2009
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2 comentários:
X, sua cobertura tá mais divertida do que a do PD! kkkkkkk
Em tempo: adorei a idéia de blog esquerdista da semana! kkkkkk
Abraço
Hehe. :-P Valeu.
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