O Sakanoto teve um texto faz pouco querendo trazer de novo a discussão sobre a Lei da Anistia, e já começa falando em supostos direitistas que estariam com "saudade da ditadura".
Saudade da ditadura? Nunca conheci ninguém que tivesse, até porque somos de outra geração. Isso é história velha e enterrada. O próprio Sakamoto tem 33 anos, portanto nem viveu o período. Eu peguei o finzinho do governo Figueiredo quando criança. Não lembro que fosse um tempo tão horrível quanto dizem. Lembro vagamente que havia mais hinos cantados na escola, mais paradas militares, mais patriotismo. Fora isso, era um tempo como qualquer outro, para aqueles não metidos em política. Eu lembro mesmo é que podia jogar bola de gude e andar de bicicleta na rua sozinho a tarde inteira sem que meus pais sequer se preocupassem. Acho que isso seria impossível hoje em dia.
Quem parece ter "saudade da ditadura" são os esquerdistas, em especial os petistas no poder. Não perdem ocasião de falar dos "anos de chumbo". Talvez seja saudade da juventude, ou do tempo em que eram (no seu entender) heróis rebeldes. Não fossem eles, a tal ditadura já teria sido esquecida há muito tempo, até porque nem foi um período tão diferente a tantos outros. Será que o Estado Novo de Getúlio era menos ditatorial?
No entanto, um comentarista no blog do Sakoloko, um certo EPG, comenta algo que me parece lícito repetir aqui:
Parece mesmo que o Sr. vive em outro país... e talvez viva mesmo, dentro da sua cabeça. Recentemente o mesmo jornal que abriga seu Blog, noticiou que desde 2007, cerca de 150.000 processos de homicídio no país estavam inconclusos e que em apenas 3% de todos os casos, o criminoso era identificado. Não vejo uma linha sequer de "pensadores" como o Sr. exigindo ou meramente se indignando com as 150 mil vidas perdidas de cidadãos comuns, trabalhadores, estudantes, enfim gente! Porque não instaurar imediatamente uma Comissão da Verdade para apurar estes casos ? Acelerar as investigações ? Garantir a punição dos verdadeiros bandidos que ameaçam a sociedade ?Não ! Vocês se calam de uma forma vergonhosa, como se não fosse com vocês... afinal somos nós, gente comum e não terroristas armados, que estamos ameaçados diariamente de morte. Saudosismo da ditadura ? Parece que vocês é que não conseguem esquecer algo que aconteceu há quase quarenta anos atrás e que tirou a vida de no máximo 400 terroristas, mesmo tendo, na atualidade, uma quantidade equivalente a duas guerras do Iraque de mortos anualmente no Brasil, de pessoas que nunca tiveram uma arma na mão e que só estavam no lugar errado na hora errada. Isso é realidade, caro cientista político, está acontecendo conosco HOJE ! Qual é a sua proposta ? Acabar com os militares e com toda a polícia , porque o Sr. não gosta de farda ? Como o Sr. pensa em manter a ordem e a segurança ? Ou o Sr. também tem ojeriza a isto também ? Penso que se tem essas fobias, deveria procurar ajuda psiquiátrica. Ora Sr. Sakamoto, infelizmente o Sr. não é sério !
De fato, se a esquerda tanto quer punir torturadores, por que não começa punindo estes aqui. Ou estes. Torturador é o que não falta neste Brasilzão!
É claro que Bokirroto vive num mundo de fantasia. No seu mundo delirante, jovens de classe média brasileiros falam assim no bar:
"Enquanto isso, entre amigos da classe média…
- Uma puta! Alguém pega o extintor para jogar nessas vadias.
- Um índio! Alguém pega gasolina para a gente atear fogo nesses vagabundos.
- Um mendigo! Alguém pega um pau para a gente dar um cacete nesses sujos.
- Umas bichas! Alguém pega uma lâmpaga (sic) fluorescente para bater nessas aberrações."
Jamais encontrei alguém que falasse desse modo, mas talvez ande freqüentando as pessoas erradas. Nos bares em que vou, os jovens não pensam em bater em pobre ou gay algum: ao contrário, celebram o gayzismo e estão acostumados a ser achacados por flanelinhas e assaltados por marginais. O fato é que, no Brasil, não é a classe média que oprime os pobres, é o contrário: é a classe média trabalhadora que é oprimida pelos pobres! Desculpem-me os pobres honestos, mas é verdade. Se houvesse menos assaltantes e vagabundos, o Brasil seria um ótimo lugar para se viver. (Nada contra os pobres, mas detesto bandido e flanelinha).
De qualquer modo, não tenho saudade da ditadura, nem acho que seria um bom sistema de governo. O que nos leva à pergunta: qual seria um bom sistema? Sinceramente, não sei. A democracia tem com certeza os seus problemas, porém ditaduras os têm em dobro. E os leitores, o que acham?
Jamais pensei muito sobre o assunto, pois sempre considerei que Churchill tinha razão. Porém, confesso que ultimamente vejo até que com certa simpatia um retorno à monarquia: não uma monarquia absolutista, mas acho a figura de um rei interessante, nem que seja como mero símbolo da nação. O Brasil foi o único país das Américas a ter uma monarquia, e durante esse período teve maior estabilidade política do que muitos outros países. Chamem-me de louco, mas eu não veria como de todo ruim uma monarquia parlamentarista. O povão e as revistas de fofocas também gostariam. Win-win.
E você: tem saudade da ditadura?!?
Mostrando postagens com marcador memória. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador memória. Mostrar todas as postagens
domingo, 4 de março de 2012
domingo, 11 de setembro de 2011
Dez anos depois
Já dez anos! O tempo voa. E aviões seqüestrados para colidir com as torres mais ainda.
Minha guinada para a "direita", ou algo parecido, começou com o 9/11. Antes disso eu tinha até votado no PT, ainda que nunca no Lula. O atentado foi um dos principais motivos que me tornaram um comentarista de blogs, primeiro no velho blog do PeDê, depois em outros, depois aqui. Nunca mais parei.
Mas o que mudou de fato após o 9/11? Não muito. Talvez tenha até piorado. Houve mais atentados islâmicos, ainda que de menor porte, nos EUA e na Europa. O progressismo multicultural continua avançando, e de fato até se radicalizou. Afinal, ser "racista" ou "islamofóbico" ou até "homofóbico" poderia gerar novos atentados, dontcha know?
Renascimento do Cristianismo? Novas Cruzadas contra o Islã? Quem dera. O Ocidente curva-se cada vez mais em direção a Meca. Agora há conversos muçulmanos até no Uruguai. Não, não penso que sejam terroristas, mas é um pouco triste que se convertam a uma religião alheia em vez de retornar ao cristianismo, que pelo jeito virou démodé.
Os terroristas venceram também em outro aspecto: viajar tornou-se um inferno. Horas de espera, paranóia, esquemas de segurança que perturbam velhinhas de 80 anos e crianças de 5, deixando passar muçulmanos em listas de suspeitos. Não se deve discriminar, afinal... Todos podem ser terroristas, e o que tem dentro dessa Bíblia, hein senhora? Mão na cabeça, velhota! You are under arrest.
Nos EUA, as chamadas comemorações do evento são quase surreais. Fala-se em "tragédia", como se fosse um desastre natural, não causado por ninguém em especial (ler aqui coluna do Mark Steyn a respeito). Os atentados são até mesmo utilizados como motivo para se exigir maior tolerância e diversidade. Afinal, se os EUA permitissem a imigração e radicalização de ainda mais muçulmanos, tais atentados certamente não teriam acontecido... Acabo de ver um cartaz em uma Igreja protestante: "Rejeite a Islamofobia", diz.
Bem, e as guerras de "democratização" resultantes dos neocons, do Iraque à Líbia? Cada vez mais desacreditadas, especialmente agora que se vê que em árabe "democracia" traduz-se por "shariah", "perseguição a cristãos" e "destruam Israel". Os EUA desistiram, agora fazem guerra para ajudar radicais muçulmanos e instituir governos linha-dura islâmica. O próprio presidente americano (Obama) afirmou que "Os EUA jamais estarão em guerra contra o Islã." Thomas Jefferson rola em seu túmulo. Salve-se quem puder!
Nada terminou de ser construído em Ground Zero. A única coisa que cresceu muito por ali foram as teorias de conspiração: foi o Bush, foi o Mossad, foram seres extraterrestres da quarta dimensão. É fato, o próprio governo alimentou tais paranóias: a captura e morte de Osama Bin Laden, por exemplo, com o tal "enterro no mar", até agora me deixaram com uma pulga atrás da orelha. Será que foi tudo mesmo como contam?
Enquanto isso a Europa se islamiza, os EUA se terceiromundizam, os muçulmanos se radicalizam, a China continua se desenvolvendo quieta em seu canto; o Japão lentamente se despopuliza; a Rússia, como dizia Churchill, é uma charada envolta em mistério dentro de um enigma, e Israel está, como sempre, à beira da guerra.
Pois é, dez anos. O tempo voa! E eu estou deprimido, vou tirar um tempo de férias. Adeus!
Etiquetas:
efemérides,
memória,
terrorismo
terça-feira, 19 de outubro de 2010
sábado, 6 de junho de 2009
Mr. Casmurro
Não é para copiar o Not Tupy não, mas estou entrando em depressão, e corro o sério risco de virar um Dom Casmurro da blogosfera. Não, não é por causa da Capitu, essa vadia ordinária que me trocou por um Escobar comunista, ecologista, vegetariano, metrossexual e islâmico. É por culpa da estupidez humana mesmo.
As reações exaltadas a qualquer discurso de Obama, por exemplo, me parecem esdrúxulas, aberrantes. A revista Time chama Obama de profeta e diz que seu discurso no Cairo foi o mais importante jamais feito na História. A Newsweek vai ainda mais longe e afirma que Obama é Deus.
Confesso que essa simbologia religiosa me preocupa um pouco, me faz lembrar um culto suicida. E se Obama mandar eles tomarem cianureto, será que tomam?
Obama parece estar em permanente campanha: promessas de paz, promessas de um mundo sem armas atômicas, promessas de resolução de problemas econômicos. Todas as suas realizações estão no futuro.
Obama é um excelente vendedor de enciclopédias, isso é verdade. Fala uma coisa a um e outra, oposta, a outro. Um dia é "bushista" e no outro "marxista", pró-árabe no Egito e pró-judeu em Jerusalém, mas não importa o que ele fala, o importante é que todos comprem a enciclopédia.
Ou talvez a melhor comparação seja a que fiz um outro dia aqui no blog: Obama é um pastor da Igreja Universal. Ele fala, promete o Paraíso, e encanta a todos os fiéis. Mas o Paraíso sonhado nunca chega e, enquanto isso, dá-lhe cobrar dízimo, isto é, imposto.
Mas Obama nem é o problema. Ele não existiria sem seus mentores e sem o povo que o elegeu. Ele é apenas o sintoma maior de uma coisa que não sei definir bem. Uma futilidade, uma ignorância, uma superficialidade imensa que parece ter tomado conta do mundo ou, ao menos, do que chamamos até agora de mundo ocidental. É como se quiséssemos voluntariamente ignorar toda a História do planeta até aqui, e achar que de agora em diante irão valer novas regras, recém-inventadas. "Vamos importar milhões de muçulmanos para a Europa e sustentá-los com dinheiro estatal. Vamos legalizar o casamento gay, a poligamia e o incesto. Vamos imprimir mais dinheiro para pagar as dívidas. Vamos soltar psicopatas nas ruas após poucos meses de prisão. Vamos liberar as drogas e proibir as armas. Não se preocupe, vai dar tudo certo, sou eu que estou dizendo."
Já desisti de argumentar com esquerdistas pois é muito cansativo e, no fim das contas, alienante e inútil. Acho que concordo com o Bezmenov: esses estão perdidos, uma vez que o pessoal sofreu lavagem cerebral, não há mais o que fazer por eles, non ragionam di lor, ma guarda e passa.
Ou será que é mera casmurrice minha? De fato, às vezes me sinto como se tivesse 90 anos em lugar dos meus joviais trinta e tantos...
Estou pensando seriamente em me aposentar e, em vez do blog, dedicar-me à apicultura. Outra solução seria passar a ler os blogs obamistas, onde tudo é lindo e maravilhoso e haverá paz no Oriente Médio em duas semanas. É uma idéia.
As reações exaltadas a qualquer discurso de Obama, por exemplo, me parecem esdrúxulas, aberrantes. A revista Time chama Obama de profeta e diz que seu discurso no Cairo foi o mais importante jamais feito na História. A Newsweek vai ainda mais longe e afirma que Obama é Deus.
Confesso que essa simbologia religiosa me preocupa um pouco, me faz lembrar um culto suicida. E se Obama mandar eles tomarem cianureto, será que tomam?
Obama parece estar em permanente campanha: promessas de paz, promessas de um mundo sem armas atômicas, promessas de resolução de problemas econômicos. Todas as suas realizações estão no futuro.
Obama é um excelente vendedor de enciclopédias, isso é verdade. Fala uma coisa a um e outra, oposta, a outro. Um dia é "bushista" e no outro "marxista", pró-árabe no Egito e pró-judeu em Jerusalém, mas não importa o que ele fala, o importante é que todos comprem a enciclopédia.
Ou talvez a melhor comparação seja a que fiz um outro dia aqui no blog: Obama é um pastor da Igreja Universal. Ele fala, promete o Paraíso, e encanta a todos os fiéis. Mas o Paraíso sonhado nunca chega e, enquanto isso, dá-lhe cobrar dízimo, isto é, imposto.
Mas Obama nem é o problema. Ele não existiria sem seus mentores e sem o povo que o elegeu. Ele é apenas o sintoma maior de uma coisa que não sei definir bem. Uma futilidade, uma ignorância, uma superficialidade imensa que parece ter tomado conta do mundo ou, ao menos, do que chamamos até agora de mundo ocidental. É como se quiséssemos voluntariamente ignorar toda a História do planeta até aqui, e achar que de agora em diante irão valer novas regras, recém-inventadas. "Vamos importar milhões de muçulmanos para a Europa e sustentá-los com dinheiro estatal. Vamos legalizar o casamento gay, a poligamia e o incesto. Vamos imprimir mais dinheiro para pagar as dívidas. Vamos soltar psicopatas nas ruas após poucos meses de prisão. Vamos liberar as drogas e proibir as armas. Não se preocupe, vai dar tudo certo, sou eu que estou dizendo."
Já desisti de argumentar com esquerdistas pois é muito cansativo e, no fim das contas, alienante e inútil. Acho que concordo com o Bezmenov: esses estão perdidos, uma vez que o pessoal sofreu lavagem cerebral, não há mais o que fazer por eles, non ragionam di lor, ma guarda e passa.
Ou será que é mera casmurrice minha? De fato, às vezes me sinto como se tivesse 90 anos em lugar dos meus joviais trinta e tantos...
Estou pensando seriamente em me aposentar e, em vez do blog, dedicar-me à apicultura. Outra solução seria passar a ler os blogs obamistas, onde tudo é lindo e maravilhoso e haverá paz no Oriente Médio em duas semanas. É uma idéia.

Etiquetas:
idiotas,
literatura,
loucura,
mau humor,
memória
domingo, 23 de novembro de 2008
Poema do domingo
Eu, que vivia fodendo,
Eu, que fodendo vivia,
Agora vivo fodido
Sem a tua companhia.
Manuel Bandeira * (1886-1968)
* ao menos de acordo com este site aqui.
Mais provável que seja apócrifo.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Assinar:
Postagens (Atom)