No outro dia, por exemplo, tive que ligar para o Social Security Service, apenas em busca de uma informação. Depois de uma sessão interminável de gravações em que, antes que eu pudesse falar qualquer coisa, coletaram todos os dados pessoais e faltou só perguntarem a cor das cuecas, atendeu uma mulher entendiada e burra que não conseguiu me dizer nada de útil. Não respondia às minhas perguntas: apenas repetia a mesma frase decorada do manual, como se fosse ela também uma gravação. Eventualmente tive que ir pessoalmente onde me esperariam mais algumas horas de tortura.
Em outros países também tive contato com funcionários públicos, e a incompetência ou mau humor, salvo raras exceções, é sempre a mesma.
Isso não é coisa nova, existe desde tempos imemoriais. Os autores que melhor entenderam a mente do funcionário público foram os russos, e estou falando dos russos pré-comunismo. Toda a obra de Dostoevsky e Gogol é um hino ao funcionalismo público.
Não que eu seja workaholic. De fato, sou preguiçaholic e, se pudesse, tampouco trabalharia. Mas o problema do burocrata não é apenas a falta de estímulo para o trabalho honesto, é o modo torto de pensar. O burocrata segue regulamentos, não o bom senso.
Por exemplo, ontem mesmo foi realizada uma sessão de fotos em NY com um Boeing voando a poucos metros dos prédios da cidade. O idiótico exercício, cujo objetivo era tirar novas fotos para o catálogo do Air Force One do Obama, foi feito sem que o público fosse avisado, por ordens superiores. O resultado, foi, naturalmente, o pânico.
E tem gente que acha que o Estado, que nada mais é do que um número gigantesco desses mesmos funcionários, pode resolver todos os nossos problemas, cuidar da nossa saúde e educação, quem sabe até da nossa alimentação.
