Mostrando postagens com marcador História. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador História. Mostrar todas as postagens

sábado, 17 de julho de 2010

África para os Chineses

Neocolonialismo ou mera globalização? Os chineses estão invadindo e tomando controle da África, continente cheio de recursos subaproveitados. Há centenas de empresas chinesas e milhares de trabalhadores chineses investindo em países como Uganda, Congo, Botswana, etc.

Acho a notícia boa por um lado, e preocupante por outro. Quer dizer, é possível que os chineses sejam uma boa influência para a África, auxiliando no crescimento de um continente subaproveitado. Por outro lado, está claro que o interesse da China não é na população africana, mas nos minérios e outras riquezas naturais do continente. Sabendo que os chineses não preocupam-se demasiado com a ecologia ou os direitos humanos, é possível que isso termine por gerar uma devastação maior. Veremos.

Será a China a grande potência do século 21? Alguns apostam na Índia, embora o país tenha grandes problemas. Outros continuam apostando na supremacia americana, apesar de sua relativa decadência, e outros apostam no ressurgimento da União Européia. Há quem acredite num pouco provável ressurgimento do Japão, e mesmo quem pense que o Brasil finalmente chegue lá, afinal brasileiro não desiste nunca.

Seja como for, os chineses são os que mais estão expandindo sua influência por todo o planeta, do Oiapoque a Washington D.C. Eu apostaria neles.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Quem governa o mundo?

A maioria das teorias conspiratórias apresenta alguém - pode ser uma só pessoa, mas em geral é um pequeno grupo - que controla o mundo. Presidentes, ditadores, terroristas: todos são meras marionetes dessa elite de verdadeiros governantes.

A teoria, a princípio, é interessante e plausível. Quer dizer, alguém acredita mesmo que Barack Obama seja "o homem mais poderoso do mundo"? É claro que não. Ele está ali porque a elite que o financia entendeu que um homem negro, articulado, Democrata, seria o personagem ideal para o papel de vingador Politicamente Correto. Mas é apenas um papel. Outros o colocaram ali, e podem livrar-se dele quando seja necessário, talvez apresentando um certificado de nascimento escondido em algum cofre.

Outro exemplo: observem a foto abaixo e perguntem-se: mas os sujeitos abaixo não eram inimigos políticos? Não era um de "esquerda" e outro de "direita"? Um da "elite" e outro do "povo"?


Claramente, ambos, hoje aliados, também apenas representaram papéis, meramente papéis. Collor fingiu abraçar a ideologia dominante dos anos 90 (ainda que seu confisco da poupança teria horrorizado Adam Smith). Lula hoje faz o papel de presidente-operário social-democrata "moderado", salvador das classes minoritárias mas com bom-senso econômico (nem uma coisa nem outra é verdadeira, mas o importante é representar o papel). Há quem argumente que ambos presidentes eram e são apenas fantoches da mesma cleptocracia dominante. Note que as figuras de fundo não mudam. No Brasil, as ideologias quase sempre são só disfarces para o roubo. Alguém acredita mesmo que um operário ignorante realmente tome todas as decisões financeiras e políticas da nação?

Em um romance de Kurt Vonnegut, um presidente americano tinha no banco de trás de sua limusine um volante de brinquedo. Era para se lembrar que tudo o que ele podia fazer é fingir que estava dirigindo, isto é, governando.

Mas, se os presidentes não governam o mundo de fato, ou nem mesmo seus países, então, quem o faz?

A teoria mais popular é que os que governam o mundo são os banqueiros.

Não acredito muito nisso, mas casos como os da família Fugger ou Rothschild realmente podem dar essa impressão. Os Fugger, banqueiros alemães desde o fim da Idade Média, e que - atenção! - não eram judeus, mas católicos (embora Jakob Fugger tivesse uma coleção de valiosos manuscritos que incuía antigos textos hebreus), estiveram financiando grande parte dos eventos do século XVI, inclusive a descoberta da América. Jakob Fugger, através de seu representante Fernando de Noronha, foi o primeiro indivíduo a investir no Brasil. Jakob Fugger teve tanta fortuna e poder que era conhecido em algumas nações apenas como "O Rico". Abaixo o vemos em pintura de Albrecht Dürer:


Os Fugger foram poderosos, mas mesmo seu poder tinha limites. Como todos os indivíduos humanos, tiveram seu apogeu e decadência. Os Rothschild também. Hoje são apenas sombra do que foram.

Será que os banqueiros são também marionetes de outras forças? Ou estabelecem uma relação simbiótica com outros poderes, como os líderes políticos e o clero? Nesse caso, teríamos três formas de poder (o político, o financeiro e o religioso/ideológico), que muitas vezes coincidem entre si nos objetivos, mas nem sempre. Seriam tais desacordos que fazem mover o mundo.

Outra teoria popular é que os verdadeiros governantes são os maçons. De fato, tal organização esteve presente não apenas fundação da América, como em grande parte dos eventos mundiais, e mesmo em eventos brasileiros como a Independência ou a Revolução Farroupilha. Um número considerável de líderes mundiais foi membro da maçonaria. Mas, e daí? Isso realmente quer dizer alguma coisa? Grande parte dos líderes mundiais também era fã do xadrez. E se tudo o que ocorre no mundo fosse na verdade uma conspiração mundial de enxadristas?

Talvez a primeira pergunta que temos que nos fazer é: o mundo é mesmo governado, ou não? Antes de afirmarmos que há uma pequena elite que está por trás de todos os grandes eventos, devemos considerar a teoria de que não haja ninguém em especial, ou ao menos ninguém com controle total. Há diversas forças e influências que combatem entre si. Há grupos poderosos que têm, de fato, enorme influência, mas nem sempre conseguem ter seus desejos atendidos.

Essa parece-me a teoria mais correta. O mundo é caótico. A vida é caos. E nós, meros plebeus sem qualquer poder político ou econômico, somos apenas espectadores, pequenos vermes que mal conseguimos governar nossas próprias vidas enquanto rastejamos por este Vale de Lágrimas.

sábado, 2 de maio de 2009

A vingança dos Sofisticados (e a Nova Guerra Civil Americana)

Se, como ensinavam os professores de História no segundo grau, as mudanças históricas ocorrem sempre devido ao surgimento de um ou outro emergente grupo social (a burguesia, o proletariado, etc.), então há um novo grupo social atual que é responsável por grande parte das mudanças em curso. Acho que podemos lhe dar o nome de Os Sofisticados.

Os Sofisticados são ricos ou de classe média alta, brancos, urbanos, de esquerda, moderninhos e ateus. Usam Blackberry e iTouch, mas compram café orgânico e "fair trade" pra compensar. Reciclam sacolas de plástico, mas viajam seguido de avião. Dirigem carros híbridos e consomem drogas com moderação. Não acreditam em terrorismo islâmico - aliás, seu grande medo são os "fundamentalistas cristãos" que "não aceitam o casamento gay". Apóiam Obama em todas as suas ações.

O amigo Pedro Doria, que aliás acho que foi quem cunhou a palavra, ainda que sem ironia, é um exemplar perfeito de "sofisticado". A julgar pelo seu blog, sua grande utopia é um mundo sem religião, onde todos possam fumar maconha livremente e onde com os inimigos sempre se dialoga em paz. (O grande filósofo do Sofisticismo é John Lennon.)

Mas atenção, eles não são comunistas nem socialistas: sua utopia é um capitalismo light multicultural, no qual a América "dá o exemplo" não torturando, não matando, liberando terroristas nas ruas e nas praças da cidade e se desarmando. (Acreditam piamente que os outros países seguirão tal exemplo.) Têm pena de terroristas e criminosos maltratados e preferem morrer a serem chamados de racistas. Não acreditam na Constituição ou na Declaração da Independência e, se a citam, é sem compreendê-la ou para modificá-la, já que não respeitam seus valores.

Nos EUA, são hoje a classe dominante. Não têm qualquer relação ou contato com o restante do país, em especial com a classe trabalhadora branca que vive em "flyover America". De fato, mal se identificam com esse bando de rednecks reacionários. Preferem a Europa, ainda que tampouco a compreendam.

Um povo, duas nações.

Há quem diga que, em breve, haverá uma nova Guerra Civil Americana, que será entre Progressistas e Conservadores, entre Sofisticados e Rednecks. Não duvido. A bala vai comer.

I guess this means... WAR!

domingo, 19 de abril de 2009

Poema do domingo

Ozymandias

I met a traveler from an antique land
Who said: Two vast and trunkless legs of stone
Stand in the desert . . . Near them, on the sand,
Half sunk, a shattered visage lies, whose frown,
And wrinkled lip, and sneer of cold command
Tell that its sculptor well those passions read
Which yet survive, stamped on these lifeless things,
The hand that mocked them, and the heart that fed.

And on the pedestal these words appear:
"My name is Ozymandias, king of kings:
Look on my works, ye Mighty, and despair!"

Nothing beside remains. Round the decay
Of that colossal wreck, boundless and bare
The lone and level sands stretch far away.

Percy Bysshe Shelley (1792-1822)

sábado, 18 de abril de 2009

Existe historiador não-marxista?

Uma pedido aos caros leitores, que talvez possam me ajudar. Sempre que procuro informações algo mais detalhadas sobre algum evento da História do Brasil, na maior parte das vezes, por mais que pesquise, encontro apenas versões de historiadores que falam para cá e para lá em "classes dominadas oprimidas", reclamam que as guerras e revoluções de tal ou tal época "não tinham conteúdo social" ou informam que eram causadas pela "mão poderosa do imperialismo", interpretam tudo pela "luta de classes" e acreditam piamente - sim, ainda! - nas benesses do socialismo vindouro. Quase todos marxistas, quando não meramente lulistas e petistas.

Existe algum historiador brasileiro que não se enquadre nessa categoria?

terça-feira, 10 de março de 2009

Quem inventou o avião?



Polêmica na blogosfera tupi. Começou com a coluna do Diogo Mainardi, explodiu no blog do Reinaldo Azevedo, e agora chega às páginas do Not Tupy.

Afinal, quem inventou o avião, Santos Dumont ou os irmãos Wright?

Nenhuma das alternativas, é claro. A idéia de voar com o uso de uma máquina mais pesada do que o ar é bem mais antiga. Alguns dizem que Leonardo da Vinci teria "inventado" o avião, já que desenhou uma série de projetos de máquinas voadoras. No entanto, tais não resultaram em nenhuma máquina voadora real e concreta, e portanto não podemos dizer que tenha, a rigor, inventado nada. Ao longo dos anos muitos outros tentaram pôr em prática idéias similares - e fracassaram.

Se por "inventores" do avião queremos dizer simplesmente os primeiros a criar um artefato voador motorizado funcional, os irmãos Wright teriam tido essa primazia. Porém, Santos Dumont também tem seu mérito. Podemos dizer que ele "inventou" a decolagem, se isso servir para acalmar os ânimos dos mais exaltados.

As invenções são muitas vezes motivo de disputa nacionalista, o que ocorre especialmente nos casos em que o invento não tem uma paternidade bem definida. Lamentavelmente, devido à globalização das tecnologias, isso ocorre muito freqüentemente desde o fim do século XIX. Quem inventou o cinematógrafo? Há uma disputa até hoje entre os irmãos Lumière (alguém deveria investigar também porque há tantos irmãos inventores) e Thomas Alva Edison, bem como vários outros que realizavam experimentos similares praticamente ao mesmo tempo.

Porém, pode ocorrer também o contrário, que as invenções ou falta delas sejam utilizadas para a chacota antinacionalista. É o caso de Diogo Mainardi, que afirma que o Brasil só realizou inventos imbecis. Ora, na verdade, nada impede que exista um brasileiro genial em meio ao marasmo geral. Nosso mal, até onde sei, não é atávico ou genético. Santos Dumont tem seu mérito.

Segundo alguns, por sinal, ele também teria inventado o relógio de pulso, mas essa idéia já me parece bastante mais fajuta e - aí sim - mero nacionalismo chinfrim. "Santos Dumont, o pai da relojoaria?"

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

É tudo mentira!

Alguns ingenuamente acreditam que a missão do jornalismo seja informar o público. O Pedro Doria anda preocupado porque a imprensa parece estar perdendo credibilidade em todo o mundo. Ora, é natural. Na realidade, o objetivo do jornalismo atual é quase exclusivamente mentir e confundir. Ou seja, justamente ENCOBRIR a verdade.

Não acreditam? Pois vejam as dezenas de notícias sobre "vândalos" ou "jovens arruaceiros" na Europa, onde jamais é mencionada a nacionalidade ou religião dos mesmos, ainda que todos saibam muito bem qual é.

Vejam o caso de Geert Wilders, que vive cercado por seguranças 24 horas por dia para não morrer, sendo acusado de ser um "fomentador do ódio" que está apenas "em busca de publicidade" (como se não houvessem modos muito mais fáceis de obter publicidade que não exigem o risco de decapitação).

Vejam Israel, que segundo os jornais jamais é atacado, mas sempre ataca, como nesta notícia recente da BBC onde a notícia de um míssil atirado contra Israel é dada asssim: "Israel responde a ataque do Líbano".

Vejam o "aquecimento global", anunciado em tons apocalípticos dia após dia, em total contradição com a realidade observável e mesmo com o crescente ceticismo da maioria dos cientistas. (Estou convencido que o tal "climate change" não passa de um esquema milionário para ganhar uma grana preta, já que - não sei se você percebeu - sempre falam nas catástrofes que ocorrerão se mais dinheiro não for investido em grupos como o "Painel Intergovernamental de Mudança Climática", que inclui famosos cientistas de "Bangladesh, Índia, Cuba e Zimbabwe" - gente, parece até scam nigeriano isto aqui!)

Vejam o pacote de Obama, um dos maiores gastos públicos de toda a história dos EUA, sendo anunciado como "o fim da mamata com o dinheiro público".

Não, amigos. O jornalismo não tem pretensão alguma de contar verdades, mas apenas de encobri-las, de propagar ideologia e crucificar todo aquele que ouse mostrar os fatos como eles são. Jornalistas de todo o mundo, envergonhai-vos.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O mundo está ficando pior ou melhor?

Crise econômica no mundo. Ditadura teocrática maluca prometendo genocídio atômico de um outro país sem que ninguém faça nada. Estudantes matando outros estudantes em orgias de sangue em troca de quinze minutos de fama no Youtube.

O mundo está ficando pior ou melhor? Confesso que não sei. Às vezes me preocupo. E preferiria pensar que no passado tudo era mais simples.

E, no entanto, será que era mesmo? Setenta anos atrás ocorria o maior genocídio da História. Trinta anos atrás qualquer mal-entendido entre russos e americanos ameaçava explodir o mundo inteiro. Assasinos psicóticos sempre houveram. O mal sempre existiu, em toda a sua banalidade.

Por outro lado, a ciência, a tecnologia e a medicina nunca evoluíram tanto. A prosperidade espalhou-se pelo mundo. Não obstante os lamentos dos anti-capitalistas, radicais ecologistas, malucos socialistas, idiotas fundamentalistas e demais descontentes de plantão, a pobreza diminuiu muito nos últimos cem anos em todo o mundo. Há menos pobres e até menos desigualdade social. Maior longevidade e melhor qualidade de vida.

E, no entanto, nuvens cinzentas pairam (como sempre) no horizonte. E ninguém sabe bem o que vai acontecer.

O mundo está ficando pior ou melhor? Talvez esteja como sempre esteve.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A História não acabou

Se a pequena guerra particular entre a Rússia e a Geórgia esta semana serviu para alguma coisa (além da triste morte de milhares de civis), foi para acordar o resto do mundo de uma longa letargia.

Além de ilustrar exemplarmente os hipócritas double standards aplicados quando a guerra é realizada por EUA e Israel (passeatas nas praças, milhares de artigos em jornais, gritos da multidão) e quando é realizada por qualquer país não-ocidental (silêncio, desconforto, ninguém nas ruas), o evento mostrou que o que vale mesmo no mundo é o poder militar, e que esse negócio de diálogo e de ser bonzinho com os inimigos para que eles sejam bonzinhos conosco, só serve mesmo como papo de eleições.

O evento também mostrou que esse negócio de "fim da história" era uma grande bobagem. Fukuyama estava errado. Mas, como dizia Oscar Wilde, "é difícil profetizar, especialmente sobre o futuro." No comecinho dos anos 90 realmente parecia que o liberalismo iria triunfar: a União Soviética estava em frangalhos, até mesmo a refratária América Latina parecia estar abraçando o liberalismo, os tigres asiáticos cresciam, os países do Leste Europeu se uniam à velha Europa, etc.

E, no entanto, não foi bem assim. Hoje o arcaico socialismo ressurge com força na América Latina enquanto os ex-guerrilheiros de 1968 chegaram ao poder, não pelas armas, mas pelas urnas. A Europa enfrenta uma crise de crescimento e imigração sem precedentes. Os tigres asiáticos se revelaram de papel. E a velha Rússia mostra as garras neo-imperialistas e soviéticas.

O que o futuro nos depara? Segundo alguns, tudo isto terminará em uma confrontação mundial entre o eixo Rússia-Irã-Arábia Saudita-Venezuela-etc. (que querem petróleo caro) versus os aliados EUA-Índia-China (que querem petróleo barato). Exagero? Talvez.

Uma coisa é certa: a História não vai acabar tão cedo.