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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Professores de suicídio

Imagine que um professor português viesse ensinar no Brasil e disesse em suas aulas que os brasileiros são todos travestis ou viados, que o Carnaval é uma pouca vergonha, que a coisa mais avançada da cultura nacional é o funk carioca, e que os portugueses brancos é que são os legítimos donos do país, mas perderam a possse da terra à qual tinham direito com a famigerada independência do Brasil.

Ridículo? Impossível? Talvez. No entanto isso ocorre toda hora nos Estados Unidos.

Em uma universidade não muito distante, há um professor mexicano que, na sua aula de História, afirma que os americanos são genocidas, que sua cultura não presta, que eles exterminaram os índios, que as próprias reservas indígenas e os direitos que deram posteriormente a eles foi apenas uma forma de humilhá-los ainda mais, que a Califórnia pertence ao México e foi "roubada" pelos americanos, que os mexicanos são vítimas do imperialismo, colonialismo, que tudo é culpa da propaganda capitalista que pinta os mexicanos como "preguiçosos" e "vagabundos" e blablablá.

O próprio Idelber, também professor estrangeiro nos EUA, vive espinafrando o país. Não tanto quanto espinafra Israel, mas enfim, já falou até no peru de Thanksgiving como símbolo de genocídio.

São apenas alguns exemplos entre milhares. Com efeito, é difícil é encontrar um professor que não seja esquerdista. Os mesmos que reclamaram por anos da "tirania" de Bush ficam silenciosos em frente ao que está acontencendo em uma tirania muito mais real, seja no Irã, no Sudão ou em Burma.

Sei que tal postura tem a ver mais com ideologia do que com nacionalidade ou cultura - afinal, há professores americanos que criticam violentamente os EUA, há professores judeus que criticam incessantemente Israel. Mas uma coisa é o sujeito fazer propaganda antiamericana em um cursinho pré-vestibular em Mogi das Cruzes. Agora, quando um sujeito desanca injustamente com calúnias o país estrangeiro no qual ganha seu dinheiro e que lhe deu a oportunidade de trabalhar e progredir, parece-me, além da questão ideológica, no mínimo uma falta de educação intolerável.

Ou estou errado?

Enfim, cada um tem seu gosto.

O problema disso tudo é que um dia no futuro os alunos vão ficar com o cérebro tão lavado pela propaganda esquerdista que terminarão por eleger para a presidência do próprio país um queniano de origem muçulmana formado em Harvard que vai implantar políticas socialistas no país, levando a economia para o ralo...

Talvez os esquerdistas locais acreditem que, uma vez que os Estados Unidos não forem mais os fortões prepotentes do mundo, as pessoas vão amá-los mais. Mas não acredito nisso de jeito nenhum. Vejam que, mesmo com Obama no comando, o Irã continua gritando "morte à América", e os ditos países emergentes apostam contra o dólar, na esperança de ferrar com a economia americana ainda mais.

Quando a cow americana for para o swamp, ninguém vai ter peninha dos EUA não. Vai todo mundo passar por cima, e ainda dizer bem-feito, seus imperialistas safados.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A traição dos intelectuais

Por que os intelectuais gostam tanto do comunismo e de outros modelos autoritários?

Com este artigo no Ordem Livre, fica bastante claro. O ódio ao burguês, grito de guerra dos intelectuais - épater la bourgeousie - durante os vários movimentos modernistas, é o ódio e a inveja à superioridade econômica da classe capitalista por excelência, o industrial, o comerciante, o homem de negócios.

O intelectual quer o que todo mundo quer: dinheiro, prestígio e mulheres. Não o tendo por meios naturais, precisa obtê-lo à força. O melhor modo é através de um governo burocrático no qual ele seja a grande autoridade:

Em uma sociedade socialista, em dúvida, seriam os intelectuais forjadores de palavras que nutririam as burocracias governamentais, que indicariam a política a seguir e supervisionariam sua execução. Uma sociedade socialista, pensam os intelectuais, é aquela em que eles governariam, idéia que lhes parece atraente, o que não é nenhuma surpresa (recordemos que Platão, na República, define a sociedade ideal como aquela em que governam os filósofos.)

Em 1927 Julien Benda escreveu um livro chamado La Trahison des Clercs, que poderia ser traduzido como A traição dos intelectuais. Segundo Benda, os intelectuais europeus da época estariam sendo seduzidos por movimentos autoritários como o fascismo e o comunismo, ao lugar de defender os valores clássicos vindos do mundo greco-romano e da moral judaico-cristã; daí, a traição.

Bem, essa traição continuou ao longo de quase todo o século XX, com os vários intelectuais fãs de carteirinha de Stalin, e hoje se apresenta na forma da crítica contínua aos valores tradicionais, bem como a defesa de Obama, da ONU, do multilateralismo e do multiculturalismo.

Há hoje, segundo alguns, uma grande aliança entre intelectuais, yuppies esquerdistas e uma nova subclasses de minorias (imigrantes ilegais, etc.) contra a classe trabalhadora e classe média.

Por que ocorreria isso? Por que, para essa elite cultural e econômica, o modelo mais conveniente é uma espécie de feudalismo, em que há claramente uma classe superior aristocrática, e uma classe de servos, formada por imigrantes ou minorias dependentes do Estado, que não ameaça de modo algum o seu poder econômico e político.

Se isso é real ou mera fantasia paranóica, não sei. O que sei é que a maioria dos intelectuais continua não gostando do capitalismo, e segue tentando desesperadamente buscar alternativas a ele. Algumas já vistas que terminaram em tragédia, e outras novas que provavelmente terminarão da mesma forma.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Machado de Assis não era comunista, e Capitu traiu Bentinho sim

Desculpem se saio um pouco dos temas habituais do blog, mas preciso dizer uma coisa.

Não suporto o Roberto Schwarz nem toda essa leitura sociológica de Machado de Assis, que o vê como um crítico do capitalismo e das "elites" e não sei mais o quê. (Aqui uma delas).

Ora, Machado de Assis não era comunista nem socialista nem anarquista. Machado de Assis não criticava o capitalismo, ou as elites, nem a sociedade brasileira da época: Machado criticava tudo e todos. Os vícios que via na classe alta eram os mesmos que via nas classes baixas. Era um pessimista moral, não social; não acreditava que uma "ordem social diversa" ou a "justiça social" fosse resolver os problemas. Aliás seu "humanitismo" (ver Quincas Borba) é uma cruel sátira do próprio conceito de utopia e de "justiça social".

Por exemplo, vejamos o conto Pai contra Mãe. Certamente pode-se dizer que há ali uma crítica do sistema escravocrata. Mas, passada a escravatura, a pena de Machado continua observando a exploração do homem pelo homem, como se nao houvesse existido mudança qualquer. Passa-se do Império à República e tampouco muda nada. Ou seja, seu problema não é com a sociedade escravocata, nem imperial, nem capitalista. É com a humanidade mesmo.

E outra coisa: Capitu traiu Bentinho sim. A explicação que me convenceu foi a seguinte: durante a vida de Machado, e mesmo muitas décadas depois, nenhum crítico ou colega escritor afirmava que Capitu não tivesse traído Bentinho. A visão canônica, ou melhor, óbvia, era que Capitu havia traído, sim. Afinal era o que o narrador dizia. Bentinho era um corno assumido. Essa visão de que o narrador tinha um "ponto de vista" enganador apareceu só muitos anos depois, parece que foi uma professora feminista que inventou essa idéia. Desde então nunca nos livramos dessa discussão. Pois bem, eu encerro ela aqui: a safada traiu, sim. Tinha olhos enganadores, lembram?

P.S. Não estou assistindo a série Capitu, mas até que achei bacana este projeto. Vocês podem participar também. Eu gravei um dos trechos, mas não vou dizer qual.

P.S. 2. O Pax tem razão, virei direitão reacionário depois que minha Capitu trocou-me por um comunista ecologista pró-palestino. Desde então odeio essa corja, grrr.



quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O que é um intelectual?

Devo confessar uma coisa: não sou um intelectual. Quer dizer, tenho PhD e tudo, mas confesso que o obtive enrolando a mais não poder. Colocava uma citação de Derrida aqui e uma de Deleuze ali para alegrar os professores, mas sem ter lido mais do que duas páginas desses supremos imb... hã, pensadores pós-modernos.

Por exemplo, se não fosse essa discussão com o filósofo abortista alguns posts atrás, jamais teria sabido quem é o tal Lakatos; agora, ao menos, li o seu verbete biográfico na Wikipedia e posso morrer tranqüilo.

Gosto de pessoas que escrevem de modo claro e direto, e de preferência conciso. Que não puxam citações do bolso a cada dois por três, e especialmente que não vem com esse papo de que "a realidade não existe" ou "tudo é uma construção". Isso é mais velho do que o mundo. Os gregos e meu avô já falavam disso.

O que é ser um intelectual hoje em dia?

Difícil dizer. A maioria dos intelectuais consagrados pelo mundo moderno são uns velhos marxistas rompicoglioni. Por exemplo, Eric Hobsbawn. O cara acreditava no comunismo! Na sociedade utópica igualitária! Ele se quebrou, é claro. Não conseguiu nem prever a queda do muro de Berlim. E ainda está nessas de denunciar o capitalismo e o imperialismo americano...

Gosto de Theodore Dalrymple. Não sei se ele é considerado um intelectual; sei que escreve de modo preciso, direto e iluminador sobre os males do mundo moderno. Como Tchekov, é médico. Seu pai era comunista e sua mãe uma judia alemã que escapou ao nazismo (o que o tornaria também judeu, embora ele seja, até onde sei, agnóstico). Não é um ideólogo; de fato, não se alinha com nenhuma das correntes políticas mais em voga, nem à direita nem à esquerda. É culturalmente conservador, ou ao menos nostálgico.

Não creio que se considere um intelectual; neste artigo, por exemplo, explica por que "Os intelectuais gostam de um genocídio", o que não me parece ser o seu caso.

Outra grande qualidade de Dalrymple (nome real, Anthony Daniels) é falar da sua própria experiência pessoal em vez de citar tanto Popper e Lakatos. Viajou pelo mundo inteiro, do Chile ao Zimbabwe, da Índia à Bulgária, e suas descrições desses países e culturas são relatos sempre interessantes. Aqui ele tem um excelente e poético artigo sobre os recentes eventos de Mumbai.

E ele faz uma pergunta irrespondível aos "intelectuais" que justificam o terrorismo islâmico em nome de supostas injustiças sofridas pelos muçulmanos:

"Como é que pode o horror com a suposta desumanidade ou violação de direitos humanos de um povo conduzir à matança aleatória de seres humanos?"

(De fato, os terroristas muçulmanos devem ser os únicos que, horrorizados com o desrespeito aos direitos humanos, saem torturando e matando gente inocente por aí...)

Até um gato intelectual pode questionar a realidade objetiva.
(Clique aqui para mais lolcats)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

De (pseudo)intelectuais e artistas (do marketing)

Como não costumo freqüentar certos blogs, perdi esta incrível análise do feriado de Thanksgiving (que só localizei por acaso em uma lista dos "textos mais idiotas da Internet"):

Thanksgiving é um feriado irredimível. Comemora um genocídio e escolhe fazê-lo da forma mais anti-ecológica possível, empanturrando-se (sic) de comida até o limite. Mas é visível a melancolia mal mascarada que cerca a data. Há uma regressão à fase oral que fica ali, tão claramente pedindo uma leitura freudiana que você tende a rechaçá-la, por óbvia demais: o excesso de comida como denegação e sublimação de uma sociedade fundada no genocídio e na escravidão. Nos ideais de liberdade, autonomia, livre mercado e democracia também, é evidente. Mas esses ideais só surgem no terreno material já arado pelo genocídio e pela escravidão.

Poderia comentar, mas... pra quê?

O pseudo-intelectualismo é uma doença grave da modernidade. Talvez ela seja mais visível sobretudo na atual crítica da arte contemporânea.

Como os leitores deste blog sabem, penso que a maioria da arte contemporânea seja puro lixo. Considero Damien Hirst, que enriqueceu pintando pontinhos e colocando animais em formol, a quintessência do con-man, o vendedor de óleo de cobra.

Mas não acreditem em mim. Vejam o que ele próprio diz:

"Well, I think art gets boring pretty fast, and to give it relevance today is pretty difficult; you've got to catch people out visually."

Ora, essa não é a descrição de arte nenhuma, mas de publicidade, que é o que ele faz.

Por sorte ainda existem alguns - poucos, é verdade - verdadeiros críticos de arte como Robert Hughes que não se deixam embasbacar, e chamam o trabalho o que ele é: "cafonice vendida a preço de ouro."

Arte moderna: Ceci n'est pas un Magritte.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Favelation

Intelectual adora favela. Adora miséria, adora traficante, adora violência e "exclusão social". Intelectual estrangeiro, então, adora ainda mais. Explica-se: enquanto o intelectual pátrio está demasiado próximo do seu objeto de estudo, e portanto passível de sofrer também com os aspectos negativos deste, o intelectual americano ou europeu não tem esta preocupação. E portanto se esbalda comentando ou escrevendo artigos sobre o tema, sem correr o risco de levar uma bala perdida.

Eu tenho um problema, portanto. Participo do meio acadêmico, venho do Brasil, mas odeio favela, odeio traficante, e não tenho a menor fascinação pelos "marginalizados" ou "excluídos". Acho que a única solução para o tráfico seria o exército invadir os morros e matar os chefões traficantes, transferir os favelados para zonas residenciais populares urbanizadas, e instituir medidas draconianas contra os usuários de drogas. Fumou, tragou, dançou. Claro que é uma solução irreal, ou seja, na verdade não tem solução, e como não tem solução prefiro pensar que nem mesmo existe e me concentrar em outros temas mais agradáveis.

Mas o pior mesmo é intelectual petista.

Li recentemente a contracapa de um livro - "Falcão - Mulheres do tráfico" o foi o que me bastou. O livro pode até conter depoimentos interessantes, não sei, mas na contracapa, uma resenhista do livro celebra a tal "nova ética" dessas mulheres.

Nova ética? Ajudam criminosos, se prostituem para traficantes ou mandam seus filhos vender crack. Se isso é uma nova ética, prefiro a antiga.

É curioso. A esquerda defende traficante, terrorista, guerrilheiro, vagabundo, tudo em nome da "exclusão social", da "luta pelos oprimidos". Entende todos os povos e culturas, dos muçulmanos aos tocadores de bongô do Butão.

O estranho é que sua capacidade de compreensão só não se estende ao homem branco conservador cristão. Ué. Por que não oferecer a mesma tolerância que eles têm com os traficantes ou os jihadistas muçulmanos aos cristãos americanos que seguem esse tal "criacionismo"? Por que não tratar de compreender o pensamento do trabalhador branco que segue valores conservadores? Mas não. Nesses casos, não há nenhuma tentativa de entender o "Outro". Há apenas o ódio, o desprezo contra esses seres "reacionários" e "atrasados", que impedem a grande mudança da humanidade pra melhor...

domingo, 28 de setembro de 2008

Marxismo e pós-modernismo em queda

Não é só a economia americana que está em queda. No Gene Expression, uma interessante série de gráficos mostra como termos como marxismo, pós-modernismo, feminismo, pós-colonialismo, orientalismo, e todas esses ismos tão em voga entre os acadêmicos - estão morrendo. Após o pico, no final dos anos 90, a curva inicia lentamente a descender.



Pareceria indicar que - finalmente! - as idéias estão se renovando. Ou então apenas que novas idéias idiotas (i.e. "aquecimento global") estão tomando o seu lugar.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Marxismo e pós-modernismo causam depressão

Jamais li uma linha sequer do tal Slavoj Zizek, mas ele parece ser bastante celebrado nos círculos culturais esquerdistas, pós-modernistas e neo-marxistas. Mas após ler esta breve entrevista com ele, variação do "questionário Proust", francamente... tenho certeza que jamais vou ler uma linha de sua obra meeesmo. Mais, tenho até pena daqueles que precisam conviver com o sujeito no seu dia a dia. Algumas de suas respostas aqui:

Aside from a property, what's the most expensive thing you've bought?

The new German edition of the collected works of Hegel.

What is your most treasured possession?

See the previous answer.

What makes you depressed?

Seeing stupid people happy.

What do you owe your parents?

Nothing, I hope. I didn't spend a minute bemoaning their death.

What does love feel like?

Like a great misfortune, a monstrous parasite, a permanent state of emergency that ruins all small pleasures.

What is your favourite smell?

Nature in decay, like rotten trees.

What is the worst job you've done?

Teaching. I hate students, they are (as all people) mostly stupid and boring.

What is the most important lesson life has taught you?

That life is a stupid, meaningless thing that has nothing to teach you.

Tell us a secret.

Communism will win.

Claro, é possível que as respostas sejam pura gozação, embora a sua foto pareça indicar que fale sério. E, depois de ter visto a constante simpatia e bom humor da Hirsi Ali mesmo sob a ameaça constante de morte, fica difícil aturar um chato deprimido destes.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A decadência da intelectualidade Ocidental

No post anterior comentei a decadência dos "intelectuais" no Ocidente, já que segundo a revista britânica Prospect os dez primeiros intelectuais do mundo são clérigos muçulmanos e depois deles vêm Noam Chomsky e Al Gore...

Pois bem, agora leio um interessante artigo no Pajamas Media sobre a decadência do pensamento nas universidades americanas, em especial na área de Humanas, onde o conhecimento é substituído pela baboseira politicamente correta.

Nada que Harold Bloom (em O Cânone Ocidental) e Allan Bloom (em O Declínio da Cultura Ocidental) não tenham já observado há tempos (Aliás, será que os dois Blooms são parentes?).

A novidade do artigo é que, em vez de criticar tanto os intelectuais marxistas dos anos 60, a autora, a professora universitária Mary Grabar, critica as mulheres, em especial as feministas, que tomaram de assalto as universidades e acabaram com o cânone da grande literatura ocidental por este ser baseado especialmente em "homens brancos mortos".

A autora chega mesmo a perguntar-se "se as mulheres estariam mesmo aptas para a vida acadêmica ou intelectual".

Já imaginou se fosse um homem quem dissesse isso?

Mary, Mary, quite contrary.