sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

De (pseudo)intelectuais e artistas (do marketing)

Como não costumo freqüentar certos blogs, perdi esta incrível análise do feriado de Thanksgiving (que só localizei por acaso em uma lista dos "textos mais idiotas da Internet"):

Thanksgiving é um feriado irredimível. Comemora um genocídio e escolhe fazê-lo da forma mais anti-ecológica possível, empanturrando-se (sic) de comida até o limite. Mas é visível a melancolia mal mascarada que cerca a data. Há uma regressão à fase oral que fica ali, tão claramente pedindo uma leitura freudiana que você tende a rechaçá-la, por óbvia demais: o excesso de comida como denegação e sublimação de uma sociedade fundada no genocídio e na escravidão. Nos ideais de liberdade, autonomia, livre mercado e democracia também, é evidente. Mas esses ideais só surgem no terreno material já arado pelo genocídio e pela escravidão.

Poderia comentar, mas... pra quê?

O pseudo-intelectualismo é uma doença grave da modernidade. Talvez ela seja mais visível sobretudo na atual crítica da arte contemporânea.

Como os leitores deste blog sabem, penso que a maioria da arte contemporânea seja puro lixo. Considero Damien Hirst, que enriqueceu pintando pontinhos e colocando animais em formol, a quintessência do con-man, o vendedor de óleo de cobra.

Mas não acreditem em mim. Vejam o que ele próprio diz:

"Well, I think art gets boring pretty fast, and to give it relevance today is pretty difficult; you've got to catch people out visually."

Ora, essa não é a descrição de arte nenhuma, mas de publicidade, que é o que ele faz.

Por sorte ainda existem alguns - poucos, é verdade - verdadeiros críticos de arte como Robert Hughes que não se deixam embasbacar, e chamam o trabalho o que ele é: "cafonice vendida a preço de ouro."

Arte moderna: Ceci n'est pas un Magritte.

6 comentários:

Ronald W. disse...

Ei, o texto sobre Thanksgiving e' do Idelber. Eu comentei la no blog dele, perguntando se a sociedade brasileira nao foi fundada tb no genocidio e escravidao... Alguns gostam de cuspir no prato em que comem...

Mr X disse...

Pois é, o pior é que o Idelber segundo entendo mora nos EUA... Como mínimo achei falta de educação com os anfitriões...

MariEdy disse...

Se ele morasse em algum país islâmico, no mínimo tinham arrancado a lingua dele e colocado no formol, como exemplo de arte deformada ...
Ei, você falou de Robert Hughes! ADORO ELE!

Pax disse...

Mr X, você tá piorando. Explico: começou criticando o Idelber, pulou para arte contemporânea, sem o menor link ou nexo.

Tá precisando de ajuda pra se internar?

Mr X disse...

Já tou internado, Pax. Este mundo é um hospício. :-/

Fabio Marton disse...

Eu resumo a coisa assim:

Nos USA, mataram os índios e colocaram os nomes deles em suas cidades. Aqui, matamos os índios, colocamos os nomes deles em nossas cidades e ainda tomamos a mulher deles.