sábado, 31 de janeiro de 2009

Dinheiro na mão do Estado é vendaval


Lula anuncia o fim do capitalismo. Não é o único. Vários líderes mundiais também já anunciam que a era do "capitalismo sem limites" (quando existiu isso?) acabou, e é hora do Estado assumir cada vez mais as rédeas do mercado.

Cui bono? A quem beneficia que o governo tome conta de cada vez mais dinheiro? Ao governo, é claro. Quem é que faz essa propaganda pró-governo? O governo, é claro. Quod erat demonstrandum.

A farsa das células-tronco

Assim como o "aquecimento global" é vendido em nome da ciência como o grande perigo, as "células-tronco" tem a missão oposta de representar a grande salvação. Vários milagres (futuros) foram já imputados a este novo Santo dos tempos modernos, que fará os paralíticos voltarem a andar e os cegos voltarem a enxergar.

Os próprios cientistas sabem que isso é bobagem, é claro. Não existe cura milagrosa.

Um dos pesquisadores do National Health Institute norte-americano, aliás, afirmou exatamente isso, mas ressaltando que não corrigiu as simplificações da mídia porque, segundo ele, "o povo precisa de um conto de fadas. Uma história que seja simples de entender".

A ciência independente acabou. Hoje, tudo é política.

Aleluia, irmãos!! Milagre, milagreeee!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Obama é Lula

Durante o Governo Bush, havia 60 funcionários na Casa Branca. Na Casa Branca de Obama, o número já triplicou: são 160.

Seria fácil explicar isso pelo tradicional costume dos progressistas de criarem cabides de emprego para seus amigos, mas a coisa pode ser até mais sinistra. Muitos dos contratados, na verdade, serviriam apenas para encobrir outros.

Vejam por exemplo o seguinte caso: as notícias dão conta que uma assistente de Obama que fora demitida durante a campanha for ter chamado Hillary Clinton de "monstro" (ei, eu sei como é isso), foi contratada novamente e fará parte da equipe de relações exteriores de Obama - teóricamente sob o comando da própria Hillary. Ah, a moça, parece, é uma radical pró-palestina. Não foi divulgado qual seria o seu cargo exato, é claro.

Em que consiste o método dos revolucionários? Ora, sempre colocam pessoal moderado nos cargos visíveis, e o pessoal mais radical em cargos distantes da mídia, onde podem agir sem ser perturbados. O nome do cargo não importa: pode ser uma secretaria no Ministério da Pesca, por exemplo. Mas não se engane: quem tem real poder é quem age nas sombras, as "eminências pardas" (Epa! Será que dá pra falar em "eminência parda" com Obama no comando?).

Isso não é nenhuma novidade, é claro. Ou alguém acha que o Presidente Medvedev é quem manda na Rússia hoje?

Veja quais foram os atos de Obama até agora, já contradizendo várias de suas promessas:

1) Fechar Guantánamo sem explicar o que vai acontecer com os presos.
2) Dar sua primeira entrevista como presidente em uma TV árabe.
3) Liberar grana para financiamento do aborto a nível internacional.
4) Pedir 700 819 bilhões de dólares em dinheiro público sem explicar exatamente como serão gastos.
5) Aumentar o poder dos sindicatos.
6) Criar uma "comissão de notáveis que ficará encarregada de avaliar a situação atual da classe média do país e de recomendar alternativas para reforçar a economia". (Todos sabem que o elefante é um cavalo criado por uma comissão).

Começamos bem, eu diria. São os EUA rumo ao petismo.

Obama no comando.

Atualização: Acabo de perceber que o Cláudio Avolio tem um post com o título exatamente igual. Juro que não copiei. Pelo jeito, as semelhanças são gritantes mesmo. E a foto acima é bem bacana, né? Obama ainda vai atropelar alguém.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Guantanamera...

O mundo celebra o fato que Obama tenha assinado um decreto mandando fechar a prisão de Guantánamo. Curiosamente, ao mesmo tempo, poucos são os países dispostos a aceitar seus maléficos prisioneiros. Tampouco Obama sabe o que fazer com eles: embora tenha dado ordem de fechar a prisão em um ano, ainda não decidiu o que será feito com os 274 terroristas que ainda se encontram lá. E as opções não são muitas.

Guantánamo representou uma solução provisória a um problema relativamente novo: entidades não-estatais multinacionais que lutam contra países soberanos. Alguns reclamam que os prisioneiros do Camp Delta em Guantánamo Bay não tenham o status nem de criminosos nem de prisioneiros de guerra. De fato, não são nem uma coisa nem outra. Sendo estrangeiros, não têm direito algum à proteção sob a Constituição Americana. Mas, como nem Al-Qaeda nem nenhum grupo terrorista assinou a Convenção de Genebra, tampouco são prisioneiros de guerra legítimos.

Foi Guantánamo um erro? Provavelmente. Deixou os prisioneiros num limbo legal, o que não é muito bom de um jeito ou de outro. E chamou demasiado a atenção e despertou demasiadas críticas, e não é isso que você quer em uma guerra deste tipo.

Dado o fracasso de Guantánamo, o que vai acontecer com os futuros terroristas capturados em combate pelos EUA? Ou serão mortos no próprio local de combate (take no prisoners), ou enviados para países árabes onde serão torturados (Obama disse que não vai fazer, mas sabe-se que esse pessoal diz uma coisa e faz outra), ou terão direito à proteção legal sob as leis americanas, quer dizer, mais direitos do que teriam em seus países. Isso, naturalmente, apenas estimulará novos ataques terroristas. De fato, grande parte dos presos de Guantánamo que já foram liberados voltaram a realizar atos terroristas. É claro. E por que não? Têm a simpatia mundial, e até aquela do presidente dos EUA. Por ora todos celebram e se sentem bonzinhos e puros. Mas se houver um novo ataque terrorista nos EUA, pode ter certeza que a coisa vai feder pro lado de Obama. Não espere que os terroristas sejam bonzinhos, não.

No outro dia, na Califórnia mesmo, um pobre coitado foi condenado a 15 anos de prisão por ter roubado 100 dólares. Não há nenhuma organização de direitos humanos preocupada com ele. Khalid Sheik Mohammed, um dos planejadores dos ataques de 11 de setembro, ainda está aguardando julgamento, e já tem pessoal de direitos humanos querendo defender essa escória, alegando que foi torturado com waterboarding. Se foi, é até pouco. Cadeira elétrica pra ele!

Mas Guantánamo não é o problema. Guantánamo é apenas uma oportunidade genial para todos os bem-pensantes posarem de bonzinhos. Ora, até acredito que os países supostamente mais civilizados tenham que dar o exemplo e agir de modo a minimizar perdas civis, não realizar tortura, respeitar as leis e convenções, ter prisões melhores etcétera. O que incomoda é que a coisa seja sempre de um só lado. Requer-se sempre o máximo de EUA, Israel e países europeus. Já Hamas, Fidel, Chávez, FARC, Al-Qaeda e todo esse pessoal podem torturar e matar sem julgamento. O Hamas agora mesmo está torturando e matando dezenas de palestinos acusados de colaboradores. E nem um pio da mídia! E os Hamasianos ainda são celebrados como vítimas. Vítimas o escambau! Se querem que Israel, EUA e demais países ocidentais respeitem direitos humanos, devem começar eles dando o exemplo. Ou não?

Pensem um pouco: Guantánamo está localizado em Cuba, a poucos quilômetros de onde centenas de presos políticos ainda apodrecem nas prisões fétidas de Fidel Castro! Perto dessas prisões - ou de quase qualquer outra prisão no Terceiro Mundo - Camp Delta é um spa para terroristas estressados descansarem do stress da jihad.

Como resolver o problema dos presos de Guantánamo, na minha opinião? Simples. Chamem o Jack Bauer, o Capitão Nascimento e o Chuck Norris.

E, enquanto eles resolvem a situação, nós pacifistas podemos dar as mãos e cantar em rodinha:

Yo soy un hombre sincero
de donde crece la palma.
Y antes de morirme quiero.
Echar mis versos del alma.

Guantanamera,
Guajira
Guantanamera
Guantanameeeeeeraaaa
Guajira guantanamera...


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Acuse-os do que você faz

A citação seguinte, atribuída a Lenin, é a mais perfeita descrição do método da esquerda, em qualquer continente ou período histórico:

"ACUSE-OS DO QUE VOCÊ FAZ, XINGUE-OS DO QUE VOCÊ É".

É perfeito. Enquanto roubam, reclamam da corrupção. Enquanto matam, reclamam da perseguição. Enquanto buscam se perpetuar no poder, acusam os opositores de desrespeitar a democracia. Enquanto censuram a mídia, reclamam da "elite que controla os meios de comunicação". Enquanto protegem terroristas, acusam outros países de terem uma Justiça deficiente. Enquanto destróem as instituições, afirmam estar desenvolvendo-as e acusam aqueles que impedem seu trabalho. Enquanto acumulam bilhões para si e seus amigos, falam em justiça social. Enquanto obtém cada vez mais poder sobre o indivíduo, acusam os que tratam de se defender.

Ninguém pode negar que, do PT ao Chávez ao Mugabe aos Kirchner, é o método mais usado por 10 entre 10 esquerdistas, ou qualquer outro tipo de governante sedento de poder.

O que eu queria saber é o seguinte: alguém sabe qual é a fonte original desta frase? Não consigo encontrá-la em lugar algum, nem mesmo descobrir se é realmente de Lenin. Agradecem-se informações.

Buuu. Será que está morto mesmo?
(Confira aqui as 7 maravilhas do mundo totalitário)

Intervalo comercial

Amigos, este blog e seu autor andam meio curtos de grana. Com exceção de uma alma caridosa, ninguém está pagando o dízimo, e o governo federal gastou toda sua verba de propaganda com a Carta Capital, portanto decidi apelar para anúncios pagos. O anúncio seguinte é um lançamento exclusivo da rede de roupas militares do Hamas (Bebê não incluído).


(Cortesia: The People's Cube)

Post idiota sobre religião


Os últimos e penúltimos posts acho que foram meio mal escritos, pois não foram bem compreendidos. Acho que está cada vez mais difícil o pessoal entender a ironia, vou ter que escrever (piada) para explicar cada brincadeira ou hipérbole. Primeiro me chamaram de monstro por ser contrário à imigração, logo de carola por não ter gostado de uma campanha pró-ateísmo do Dawkins. Olhem aqui, embora tenha sido criado sob o catolicismo mais estrito (piada), na prática sou agnóstico, não vou à missa e não sigo nenhum ritual religioso fora o flagelo diário com a Opus Dei (piada). Só rezo em avião em pane ou durante terremoto* e maremoto (isto é sério).

Nada tenho contra "aproveitar a vida". Minha crítica foi a seguinte: além das crenças individuais de cada um, acredito que uma sociedade, para ser funcional, deve ter alguma espécie de embasamento moral. Não necessariamente religioso e, se religioso, não necessariamente tendo um Deus. O taoísmo e o budismo acho que não tem uma figura divina, embora pouco saiba sobre essas religiões e me pareçam coisa de hippie ou de viado (piada). Mas uma sociedade precisa ter valores. "Tudo é relativo" ou "vamos aproveitar a vida antes de morrer" podem ser frases bacanas, mas não são valores que podem ser traduzidos em regras de comportamento social. E, se não temos isso, ficamos à mercê do primeiro idiota de plantão que decide se tornar o "Deus" do momento e decidir ele próprio as regras que cada um deve seguir. Como o Pol Pot, Mugabe e tais. Como o ditador do filme "Bananas" que decide que as pessoas devem usar a cueca por cima das calças.

Todos precisam, de um modo ou outro, de religião. Não acreditam? Pois assistam o vídeo que as celebridades americanas gravaram após a posse de Obama. O caráter religioso é inegável, parece que estão falando literalmente com seu Salvador. Um promete "ser um melhor pai"; outra promete "rir e sorrir mais". Ué! Durante o governo Bush, eram maus pais? Não sorriam?

Abaixo estão os dois vídeos, o primeiro real, o segundo de gozação. Não sei qual dos dois é mais engraçado ou patético.


O vídeo real.



O vídeo de gozação.

* Teve um terremoto por aqui recentemente, mas foi fraquinho e muito rápido, nem deu tempo de rezar.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Por que defender Israel, Hirsi Ali e Geert Wilders?

O blog Belmont Club chama a atenção para uma história pouco divulgada na mídia: um monastério cristão de 1600 anos que luta pela sua sobrevivência na Turquia. O monastério, um dos últimos redutos do cristianismo assírio no país muçulmano, luta contra o governo turco que, basicamente, está dizendo que as terras em que o monastério está localizado pertencem ao governo e serão expropiadas.

No monastério ainda reza-se em aramaico, o antigo idioma de Jesus Cristo (na época na região falava-se em hebraico, aramaico e grego - Jesus provavelmente dominava os três idiomas). Dia 11 de fevereiro as cortes turcas examinarão o processo. Se o monastério perder, corre o risco de desaparecer.

A Turquia, há muito exaltada como um país muçulmano secular e democrático, não é exatamente nem uma coisa nem outra - e está perigosamente pendendo cada vez mais para o islamismo mais assanhado. O primeiro-ministro turco é, naturalmente, um feroz crítico de EUA e Israel, e recentemente tem votado várias leis que favorecem os gostos dos islamistas radicais. Ao mesmo tempo, o país volta-se contra o cristianismo. Mais de um padre cristão foi morto nos últimos anos por fanáticos.

Enquanto isso, na Velha Europa, Geert Wilders sofre processo por fazer um filme que critica o Islã, e Hirsi Ali há tempos voou para longe da Holanda mas continua protegida por escolta armada 24 horas por dia.

Por que defender Israel, Geert Wilders, Hirsi Ali, e o pequeno monastério na Turquia? Acredito que haja uma boa razão. Você não precisa concordar com as políticas do governo de Israel ou as idéias de Geert Wilders e Hirsi Ali, nem mesmo ser judeu ou cristão. Basta que acredite que todo mundo deve ter a liberdade de se expressar, ou de ir e vir, sem ser morto. Basta que acredite que as pessoas de um país tem o direito de viver sem levar foguetes na testa todo dia. Basta que acredite que o tal islamismo não deve se impor pela força ou intimidação sobre nós infiéis.

Israel, Geert Wilders, Hirsi Ali e o monastério na Turquia são os chamados "canários na mina de carvão". Os que estão mais próximos do perigo. Mas, depois deles, virão todos os outros.

É aquela velha história: primeiro vieram atrás dos judeus, mas como eu não era judeu, não disse nada. Depois foram atrás dos monges cristãos, mas como eu não era monge cristão, não disse nada. Depois foram atrás dos escritores, cartunistas e políticos holandeses, mas como eu não era nem um nem outro, não disse nada. Aí... Bem, acho que todos conhecemos o resto da História.

Um bicho às terças


O animal de hoje é o chimpanchorro (Pan canis), estranho animal encontrado nas florestas do Congo e fotografado aqui pela primeira vez. O animal encontra-se em extinção devido ao aquecimento global. Alimenta-se exclusivamente de ração Bonzo e de bananas frescas.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mr X, o monstro

Um leitor, citando Nietzche, me chama de "monstro", aparentemente pelo fato que cito um autor que critica fortemente a imigração islâmica nos países ocidentais. Ele acredita que os discrimino. Pode ser. Por outro lado, o leitor não menciona que os muçulmanos também discriminam contra nós. Em certas partes da Arábia Saudita, só entra muçulmano. Bíblia não entra. Et cétera.

Apesar de acreditar, ao menos em teoria, na liberdade de culto e tudo isso, confesso que, por puro preconceito, não vejo mesmo com demasiados bons olhos a imigração de milhões de muçulmanos nos países ocidentais; alguns, vá lá; mas milhões, nem mesmo entendo. Por que a Europa está importando tantos muçulmanos, quando a maioria da população - certo ou errado - os rejeita? Há planos para construir mesquitas gigantes em grandes capitais européias. A maioria da população é contrária. Mas as mesquitas vão ser construída mesmo assim. Tem dinheiro saudita, dontchanow. E não faltam fiéis, ao contrário das igrejas cristãs que vêem seus bancos cada vez mais vazios. Então, de um jeito torto, faz sentido. A Europa está apenas trocando de religião.

(Alguns comparam a situação dos imigrantes muçulmanos hoje com os judeus ontem. Mas os judeus não eram imigrantes de outros países, pois não tinham país próprio; além disso, durante os vários séculos em que estiveram na Europa, raramente viveram com plenos direitos. Foram expulsos daqui e dali; mesmo quando aceitos, viviam em guetos ou com direitos limitados.)

Mas o multiculturalismo não tem coisas boas? Tem, acho que já falei disso outra vez.

Mas o multiculturalismo é uma coisa bastante nova na Europa, se não contarmos o Império Romano que, a seu modo, era multicultural. Já a América sempre foi uma nação de imigrantes, isso é verdade. Obama disse: "Esta é uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus, hindus e ateus."

Nesse caso, acredito que Obama esteja errado. Nação é uma coisa, religião outra. Embora fundada sob princípios secularistas, o povo americano era formado em sua imensa maioria por cristãos, e sua sociedade formou-se com base em ideais cristãos. Os muçulmanos não fazem parte da América original, seu único papel foi o de vendedores de escravos para as colônias. Para pior, eles agora ainda foram promovidos ao segundo lugar no discurso, quando normalmente, por afinidade, se falaria em "cristãos e judeus" e depois todo o resto.

Mas esse é tema para outro post. Falemos de monstros. Somos monstros por combater monstros?

Recentemente, houve uma série de bizarras decapitações. (Nenhuma foi realizada por muçulmanos, embora possa-se sugerir que as imagens de reféns sendo decapitados no Iraque tenham influído na psiquê popular.) A primeira, por um desequilibrado em um ônibus no Canadá, que decapitou um passageiro aleatório. A segunda, na Inglaterra, por um imigrante aparentemente filipino que decapitou um vizinho inglês que reclamava do barulho que ele fazia. A terceira, semana passada, nos EUA, por um estudante chinês que decapitou uma estudante também chinesa, não se sabe se por ciúmes, rejeição ou por mero delírio psicótico.

Neste último caso, o pavoroso crime ocorreu em um café da universidade. Havia, diz-nos a notícia, sete testemunhas. O espantoso é o seguinte: aparentemente, ninguém fez nada. Atacar o indivíduo com uma cadeira que fosse? Jogar água quente no seu rosto? Nada, zero. Todos fugiram, algum chamou a polícia. Entendo que não seja simples atacar um psicopata armado com uma faca, mas: é essa mesma a situação da Europa. Não enfrenta os radicais islâmicos porque tem medo de sua reação. Porque é muito difícil enfrentar um psicopata armado com uma faca. É como disse Yeats: "the best lack all conviction while the worst are full of passionate intensity".

Ou como disse Edmund Burke: "A única coisa necessária para o triunfo do mal é que os homens bons fiquem parados sem fazer nada."

Mr X é um monstro por não acreditar que todos necessariamente querem paz e amor? Por julgar os culpados junto aos inocentes? Por acreditar que a luta contra o fundamentalismo islâmico eventualmente requererá violência do lado "cristão" também? Por ser a favor da guerra e contra a liberdade de imigração? Logo o Mr X, que também é um imigrante? Por condenar todo um grupo religioso formado por milhões de pessoas em nome de uma pequena minoria violenta e radical? Logo o Mr X, que se dizia libertário? Por ser xenófobo e não aceitar o multiculturalismo como bem maior da sociedade atual? Por ser islamofóbico? Logo o Mr X, que tanto critica o antisemitismo? Por criticar a igualdade entre os povos e as culturas? Por generalizar e misturar alhos com bugalhos? Logo você, Mr X?

Talvez sim. Talvez Mr X seja um monstro. Mau, Mr X, mau.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Poema do domingo

No Second Troy

    WHY should I blame her that she filled my days
    With misery, or that she would of late
    Have taught to ignorant men most violent ways,
    Or hurled the little streets upon the great,
    Had they but courage equal to desire?
    What could have made her peaceful with a mind
    That nobleness made simple as a fire,
    With beauty like a tightened bow, a kind
    That is not natural in an age like this,
    Being high and solitary and most stern?
    Why, what could she have done, being what she is?
    Was there another Troy for her to burn?

    William Butler Yeats

Caption this


Aeroporto the Heatrow, Inglaterra. Observem que o bonequinho da sala "multi-faith", pela posição, está realizando uma prece islâmica. Observem que a saída de emergência fica logo ao lado. E leiam estas notícias, uma informando que a crise financeira na Inglaterra está bem pior do que nos EUA, e a outra informando que os recém-formados mais qualificados estão emigrando para outros países em números alarmantes.

Eurábia e Multimérica


A julgar por algumas recentes notícias, a Europa será muçulmana em poucas décadas.

O processo contra Geert Wilders é algo que só pode ser explicado pela total apatia de um povo frente a seus algozes muçulmanos. Como explicar se não que alguém que vive com escolta armada 24 horas por dia para não ser degolado por fanaticos muçulmanos, seja ele próprio acusado de "incentivar o ódio contra o Islã"? E desde quando o objetivo das cortes holandesas é defender religiões alheias?

Trinta ou quarenta anos atrás, as elites dos países ricos ocidentais tiveram uma idéia bastante estranha: "por que não importar para nossos países milhões de imigrantes do Terceiro Mundo?" E assim hoje a Europa está cheia de imigrantes muçulmanos, e os EUA cheios de mexicanos, e não sabem o que fazer com eles.

Não se sabe as causas: argumenta-se que tenha sido para obter mão de obra barata, embora vários estudos indiquem que a imigração, depois de passar de certa percentagem (5% da população), traz mais custos do que benefícios. Europeus e americanos estão pagando caro, literalmente, pelos seus imigrantes. Isso sem falar nos efeitos secundários como o aumento do crime, etc.

Certo que o problema na Europa é bastante mais grave. Os imigrantes mexicanos não são um problema nem de longe tão grave quanto o dos muçulmanos, que tem uma cultura totalmente diversa e, ao contrário dos latinos, não tem uma intenção clara de se assimilar.

Terrorismo, insegurança, aumento do crime, gangues, estupros, mutilação genital, poligamia, tráfico de drogas, degradação social, etc - tudo isso aumentou com a chegada desses imigrantes. Talvez seja politicamente incorreto apontar isso, mas é verdade.

Apesar disso, partidos de esquerda europeus continuam querendo importar mais e mais imigrantes, pois, afinal, são mais votos para eles. Sim, a esquerda e o Islã são aliados hoje, nada mais claro do que isso. Os imigrantes votam na esquerda, e em troca a esquerda abre mais ainda a porteira aos imigrantes.

Um certo Takuan Seiyo, que mora no Japão mas na verdade é polonês, escreveu uma série de artigos muito interessantes sobre o tema, chamados "From Meccania to Atlantis". Atenção, são artigos longos e complexos (eu não cheguei a ler tudo). Além disso, tocam em temas tabu, como: raça, racismo, etnia, genética (i.e. diferença de QI entre brancos, negros e asiáticos e entre homens e mulheres), inteligência (por que alguns são gênios e outros meramente medíocres por mais que se esforcem), políticas de imigração, elites versus povo, decadência cultural. Não sei se os artigos estão corretos, sei apenas que oferecem uma perspectiva diferente da usual.

Takuan argumenta que não apenas a Europa (Eurábia) como a América (Multimérica) - e, de fato, todo o atual mundo ocidental - abandonou seus antigos valores e está numa grave crise de identidade, da qual talvez não se recupere. Fazendo referência ao filme "Invasores de corpos", ele diz que vivemos em uma sociedade de "pods", i.e. de meros zumbis hipnotizados por uma elite destrutiva.

Para quem quiser saber mais, o primeiro artigo da longa série está aqui.

sábado, 24 de janeiro de 2009

O lobby ateu


Dizem alguns - normalmente abaixando a voz e falando em tom sinistro - que existe um tal "lobby judeu". Olha, pode ser. Não há nada de mais num lobby, é apenas um grupo que tenta influenciar a legislação de acordo com os seus interesses; é, em suma, parte do exercício da democracia. Também existe o "lobby cristão" e o "lobby muçulmano", que tem muito mais grana (do petróleo) nas mãos. E "lobby ateu", será que existe também?

Isso já não sei, mas sei que existe uma campanha mundial promovendo o ateísmo. Já lançaram vários livros sobre o tema, e recentemente o instituto do Grande Sacerdote do Ateísmo, Richard Dawkins, lançou uma campanha com cartazes nos ônibus londrinos. O slogan era:

DEUS PROVAVELMENTE NÃO EXISTE.
PORTANTO PARE DE SE PREOCUPAR E APROVEITE SUA VIDA.

Não tenho problemas com a primeira parte, mas confesso que a segunda parte me incomoda um pouco. Parar de se preocupar? Aproveitar a vida?

Ora, todo mundo sabe que os crentes se preocupam menos do que os ateus. Pense um pouco, quem se preocupa mais: quem acredita que existe Céu e Inferno onde os justos são premiados e os maus são punidos, que existe um Deus que vela por nós, que existe uma razão por trás de tudo... ou quem acha que o Universo é apenas um amontoado de átomos inúteis, que as coisas acontecem por puro caos, que você pode morrer a qualquer momento sem motivo ou razão, que o mal quase sempre triunfa sobre o bem e que não existe nem Céu nem Inferno, mas apenas o Vazio Eterno?

Por outro lado, a frase "APROVEITE SUA VIDA" me parece algo banal e superficial. É essa a "grande mensagem" que os ateus militantes têm a passar ao mundo? "Aproveite sua vida"?

Aproveitar em que sentido? Hedonismo, festas e orgias? Viver dez anos a mil em vez de mil anos a dez, como diria Janis Joplin? Ora, os antigos gregos já sabiam que grandes prazeres sempre trazem grandes sofrimentos. A conta por "aproveitar a vida" sempre chega com juros, cedo ou tarde, nem que seja na forma de cirrose, divórcio, insanidade ou dívidas.

Mas talvez o "aproveitar a vida" esteja sendo dito no sentido epicurista, a felicidade da vida contemplativa, dos prazeres amenos da moderação? Talvez.

Mas olhe a mensagem dos religiosos, dos evangélicos por exemplo. Não é "aproveite a vida", é "não roube, não mate, não use drogas, case virgem, não seja infiel, honre seus pais, ame seu próximo, doe para a caridade e o dízimo para a Igreja, e afaste-se de Satanás, irmão!" Não será uma vida tão exilarante, mas em geral costuma tornar o cidadão mais responsável do que aquele meramente preocupado em "aproveitar a vida", seja lá o que isso for.

O que aconteceria se a campanha ateísta funcionasse e todos os que vissem o anúncio saíssem por aí a "aproveitar a vida"? Seria o caos, amigos.

Mas talvez seja eu que me preocupo demais.

Vou lá "aproveitar a vida". Até.

Atualização: Acho que alguns leitores não entenderam bem o que eu quis dizer com este post. Na verdade, nem eu acho que entendi direito o que quis dizer. Mas não era uma crítica ao ateísmo em si, como à superficialidade essa da campanha do ônibus e, por extensão, à superficialidade de muito da vida moderna. Mas não entrava neste caso uma crítica direta aos ateus. E a frase sobre Satanás era uma brincadeira, embora eu - naturalmente - acredite na existência do Diabo. ;-)

A volta dos mortos-vivos

Parece que a morte da esquerda foi anunciada algo precipitadamente por mim alguns posts atrás. Quando parecia que o Comunismo tinha finalmente morrido e sido enterrado, eis que ele volta nas mais variadas manifestações.

Primeiro, uma série de "intelequituais" e professores universiotários brasileiros fez um abaixo-assinado apoiando o asilo político dado ao criminoso comum Cesare Battisti. Por que será que esquerdista gosta tanto de abaixo-assinado? Serve para alguma coisa, além de exibir o nome ligado a uma causa, na maior das vezes imbecil? (E, mais importante, com a nova hôrtografía, deve-se escrever abaixoassinado?)

A propaganda comunista continua em full mode.

O Lancet, essa mesma revistinha que publicou um artigo com uma estatística comprovadamente fajuta sobre os mortos no Iraque (dizia que tinham sido alguns bilhões de civis iraquianos mortos, se não me engano), lançou agora uma outra pesquisa fajuta afirmando que morreram "um milhão" de pessoas devido às "privatizações" no Leste Europeu.

Vejam a picaretagem. A mortalidade aumentou, portanto, a culpa é do capitalismo. Nem liguem para o fato que "capitalismo" é uma palavra pouco exata para designar as máfias que controlam a maioria dos países do Leste Europeu, em especial os ex-satélites soviéticos. O fato é, como é que se pode provar que tenha sido o processo de privatização o culpado, quando tantos outros incontáveis fatores, inclusive o próprio colapso da União Soviética, estão relacionados ao problema?

Trata-se, naturalmente, de uma propaganda para convencer as pessoas que o controle estatal absoluto não é tão ruim assim. "A privatização matou um milhão, portanto voltemos para o sistema que matou cem milhões."

Ao mesmo tempo, o colunista Spengler informa que, graças à crise e aos diversos bailouts, Barack Oxybarama é o presidente americano com maior poder sobre a economia em toda a História do país. É também o que advoga um controle estatal cada vez maior.

Talvez tenham razão aqueles que dizem que o comunismo não morreu. Ao contrário, metastatizou. Em vez de apenas um, tornou-se vários. Agora temos o islamo-comunismo, o eco-comunismo, o homo-comunismo e até o capital-comunismo.

Lembram da proposta petista da lei contra a homofobia? Na nova página da Casa Branca, já promete-se algo similar:
Expand Hate Crimes Statutes: President Obama and Vice President Biden will strengthen federal hate crimes legislation, expand hate crimes protection by passing the Matthew Shepard Act, and reinvigorate enforcement at the Department of Justice’s Criminal Section.
Tenham medo. Tenham muito medo.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Virgindade à venda

Não sei bem o que pensar desta história, portanto peço a ajuda aos colegas comentaristas.

A estudante Natalie Dylan (nome falso), de 22 anos, colocou sua virgindade à venda no eBay. Não é o primeiro caso, mas é o que obteve maior publicidade. Os lances mais altos já chegaram a 3 milhões de dólares.

O mais engraçado é que a moça pretende utilizar o dinheiro para pagar a sua faculdade e se tornar uma "Terapeuta de Família e Casamentos". Valores familiares...

A graça da história não acaba aí. Ela foi inspirada no projeto pela sua irmã, uma terapeuta recém-formada, que pagou seus estudos prostituindo-se por três semanas em um bordel.

Prostitutas sempre existiram e sempre existirão, portanto não há nada de novo nesta história, fora o uso da Internet para a promoção e o valor excessivo dado ao produto. 3 milhões por uma noite de sexo?

Por outro lado, talvez a novidade seja a glamurização da prostituição, seja como opção de carreira ou como mero bico temporário. No Brasil, é claro, isso não é nenhuma novidade. A história de Bruna Surfistinha está aí para provar (aliás, desde que a moça abandonou a prostituição, seu blog virou um dos mais entediantes da internet mundial, provando que sexo vende qualquer coisa mesmo.)

É interessante observar os comentários que ilustram um artigo sobre a virgem prostituta: os libertários afirmam que, se ela vende e há quem compre, não há problema algum; os conservadores tradicionais reclamam da decadência da sociedade, que levou a uma completa inversão de valores morais; os esquerdistas afirmam que é tudo culpa do capitalismo, que transforma até a virgindade em mercadoria; as feministas aplaudem e dizem que o casamento é uma forma de prostituição muito maior.

Só um comentarista faz a pergunta - cadê os pais dessas garotas? (Sei que a garota é "di maior" e não precisa de autorização, mas não consigo imaginar pais que achariam a ideia de todo normal - se bem que talvez eles sejam pais "liberais" e estejam patrocinando a jogada e fiquem ainda com a metade do dinheiro.)


Virgem, será? E vale três milhões? Já vi coisa melhor na rua por muito menos.

Simbolismo

Deu no NYT:
Os tons elegíacos antes do juramento do Presidente Obama na inauguração de terça-feira vieram dos instrumentos de Yo-Yo Ma, Itzhak Perlman e dois colegas. Mas o que os milhões assistindo ao vivo ou pela televisão escutaram foi na verdade uma gravação, feita dois dias antes pelo quarteto, com os músicos apenas mimando as notas em seus instrumentos.
Tudo nesta presidência é fake.

Obama e Michele.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Cherchez la femme (Ou: tudo por mulher)

Por que o islamismo é expansionista, por que as suas fronteiras são sempre "sangrentas", isto é, por que eles estão sempre em guerra com outros povos vizinhos ou de religião diversa? Não é só muçulmanos contra judeus. Há muçulmanos contra hindus na Índia, muçulmanos contra budistas na Tailândia, muçulmanos contra cristãos na Etiópia, etc etc.

Alguns dizem que é por causa de um certo Maomé que escreveu um livro dizendo para os muçulmanos fazerem jihad e cortarem as cabeças dos "infiéis". Pode ser. Mas, segundo alguns, também há uma outra explicação, também ligada à teologia islâmica mas que não foi inventada por esta: a poligamia.

Sendo as sociedades muçulmanas poligâmicas, o que ocorre é que um punhado de pessoas com mais dinheiro, poder ou status tem muitas esposas (até porque uma esposa pode custar caro: precisa ser literalmente comprada pela família do marido com um dote). E, como o número de mulheres em uma sociedade é finito e aproximadamente equivalente ao número de homens, quando uns poucos tem muitas mulheres, a maioria - formada por pessoas com menos meios - ficará sem nenhuma mulher.

Qual a solução do islamismo para isso? Em primeiro lugar, a guerra. Desde os tempos de Maomé, os guerreiros muçulmanos podem dispor das mulheres dos inimigos que capturarem, além das infinitas possibilidades de estupro que ocorrem em qualquer conflito. Em segundo lugar, com a invenção de um paraíso no qual os homens poderão ter muito, muito sexo - as famosas 70 ou 72 virgens (o número varia, não é indicado no Corão).

Para nós ocidentais acostumados a esta vida fútil sex-and-the-city, pode parecer loucura. Mas a verdade é que muitos dos homens-bomba realmente acreditam nas virgens que terão no paraíso: é de fato uma de suas principais motivações ao se explodir. Não é coincidência que - como informa-se no link do post anterior - a maioria dos homens-bomba são adolescentes ou jovens menores de 25 anos. A maioria solteiros. Muitos deles virgens. Alguns chegam mesmo ao cuidado de envolver seus membros sexuais com tecidos resistentes para que - é a idéia, ao menos - estes cheguem "intactos" ao Paraíso, onde poderão se refestelar com as famosas houris.

Da mesma forma, como comentei antes no artigo "Salvem as baleias palestinas", muito do interesse em envolver-se em causas como a "causa palestina" ou outras lutas políticas de renome tem a ver com a busca de status. Por isso precisam ser causas que estejam bem presentes na mídia. Isso explica não haver tanta simpatia pela "causa chechena" ou pela "causa curda" e menos ainda pela "causa dos negros animistas de Darfur". Mas para que serve o tal status? Ora, nada mais é do que um meio de se promover socialmente para conseguir mulheres (ou, no caso das mulheres, homens - de qualquer modo um parceiro sexual). O garoto que usa uma keffiyah não vai saber nada sobre o massacre de Hebron ou sobre a guerra de Yom Kippur. Ele quer é associar-se à "marca cool" de "liberação e rebeldia" que o símbolo representa. E conseguir mulheres.

Existe uma expressão francesa: "cherchez la femme", que significa mais ou menos: "se quer saber a razão de algum problema, procure a mulher." Ou seja, tudo que ocorre no mundo é feito, ou para se conseguir uma mulher, ou por culpa de uma mulher.

Alguns podem achar exagerado (ou até "machista") acreditar que homens-bomba matem inocentes e cheguem a colocar a civilização em risco apenas para conseguir mulheres (ainda que no Paraíso), ou que vários fenômenos sociológicos à nossa volta também se expliquem pela busca de status que por sua vez é a eterna busca para impressionar e conseguir as mulheres. Mas, caro leitor, basta pensar nas coisas malucas ou estúpidas que você mesmo já fez em sua vida para conseguir alguma mulher, e verá que faz sentido.

Duas histórias de Gaza

Ontem maniqueísmo, hoje nuance.

HISTÓRIA A

No que parece ter sido um trágico erro do exército israelense, três das filhas do médico palestino Dr. Ezzeldeen Abu al-Aish foram mortas no penúltimo dia da operação em Gaza, quando um tanque atirou contra morteiros vizinhos, atingindo erroneamente a sua casa. O médico, que trabalhava em um hospital em Israel, e que costumeiramente passava boletins à TV israelense sobre os feridos de Gaza, ligou desesperado para o canal de televisão israelense e a ligação foi transmitida ao vivo. Um dos jornalistas conseguiu autorização para entrar em Gaza e, evento inédito nas circunstâncias, uma ambulância palestina foi admitida a cruzar a fronteira. Os familiares feridos sobreviventes foram levados para um hospital em Israel. O dramático vídeo desta tragédia humana pode ser visto no Youtube (reportagem da Al-Jazira aqui, vídeo apenas com o registro do evento ao vivo na TV israelense aqui). Morreram três de suas filhas de 22, 15 e 14 anos e mais uma sobrinha de 14 anos. Outras duas filhas estão sendo tratadas em um hospital em Tel Aviv. O pobre homem está, naturalmente, revoltado.

Em seu blog, Idelber comenta: "Se alguém se julga em condições morais de julgar este pai caso ele decida se converter em homem-bomba, por favor, envie cartas para a redação."

Idelber não costuma responder cartas para a redação, mas, de qualquer modo, não acredito que o bom doutor vire um "homem-bomba". Engana-se Idelber ao pensar que os homens-bomba são vítimas movidas pela "dor" ou pelo "desespero". São movidos pela "glória" ou pelo ódio inculcado e, ao contrário do doutor, são em geral jovens entre 15 e 25 anos.

Em matéria da BBC de 18 de julho de 2001, portanto antes da saída de Gaza e antes mesmo dos ataques de 9/11, há um interessante artigo sobre as "escolas de homens-bomba" na então ocupada Gaza. Um trechinho:
Uma nova geração de crianças, garotos palestinos de 12 a 15 anos, está crescendo no meio do conflito e da violência. Os garotos são informados que não apenas é bom morrer, como também matar.

Mohammed, um garoto de 14 anos, se desenha a si mesmo com explosivos atados ao seu corpo, pronto para se explodir se isso significa matar judeus. "Sim", ele responde quando lhe perguntam se quer ser um homem bomba. "Quero liberar a Palestina e ser parte da revolução". Os garotos são ensinados que dando suas vidas terão garantido um lugar no céu. E ser um homem-bomba é uma das maiores formas de martírio.
A reportagem conclui que, apesar das críticas de Israel a essa propagação do ódio,
o povo de Gaza insiste que trata-se de uma resposta direta à ocupação israelense e que quando os israelenses deixarem o território palestino, as crianças não mais serão incentivadas à violência nem sonharão em tornar-se homens-bomba.
(Israel saiu de Gaza em 2005, mas a propagação do ódio só aumentou.)

HISTÓRIA B

Em 2 de maio de 2004, o carro da assistente social Tali Hatuel, que auxiliava israelenses vítimas do terror e morava na então colônia de Gush Katif, em Gaza, foi alvejado por terroristas palestinos logo após ela ter pego as crianças na escola. O carro saiu da estrada. Os terroristas palestinos aproximaram-se e mataram todos os ocupantes do veículo: Tali, que estava grávida de oito meses, bem como suas outras quatro filhas, de 11, 9, 7 e 2 anos. Os jovens palestinos foram celebrados como heróis em Gaza. Não houve uma única voz palestina oficial criticando publicamente os assassinos.

O marido de Tali, David Tahuel, ficou sabendo do evento pouco depois. Poderia ter reagido atacando árabes com uma metralhadora. Poderia, como pensou, ter se suicidado. Mas escolheu a vida: embora as marcas da tragédia ainda estejam presentes, ele casou-se novamente e tem hoje uma filha de um ano.

MORAL

Há alguma moral da história? Não sei. São duas vidas de civis inocentes, pessoas simples e - quero acreditar - fundamentalmente boas, cujas vidas foram praticamente destruídas pela tragédia de um conflito.

São histórias iguais? Não, não são iguais, mas a diferença não está tanto na reação das vítimas, como naquela das respectivas sociedades (falo mais sobre isso mais adiante).

Não sei quais lições se podem tirar do episódio, se é que se pode tirar alguma. Mas não acredito que a exaltação do "homem-bomba" seja uma delas.

(Nota adicional: as vítimas do conflito árabe-israelense desde 1950 equivalem a 0,06 % das mortes em conflitos em todo o mundo no mesmo período. Se nos limitarmos ao número de muçulmanos mortos por Israel, verificamos que seu número equivale a 0,3% dos muçulmanos mortos em conflitos nesse período. Quem matou os outros 99,7 %?).

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Maniqueísmo ou morte

A esquerda é uma doença mental. Um de seus sintomas é a incapacidade de perceber óbvias contradições. Leiam por exemplo este horrendo site esquerdista que comemora a liberação de Cesare Battisti, celebrando sua luta ao mesmo tempo em que afirma que ele era inocente. O assassino condenado e membro de um grupo chamado Proletários Armados pelo Comunismo vira um mero "escritor e ativista" que "não quis participar luta armada". Hã? Se não queria participar da luta armada, porque ingressou em um grupo que tinha Armados no nome?!?

A mesma coisa se vê no apoio dos ignóbeis esquerdistas ao Hamas. Por um lado os esquerdistas dizem que eles podem atirar foguetes e realizar atentados, afinal trata-se de uma resistência legítima. Por outro lado, afirmam que são apenas foguetinhos caseiros, "meros rojões", e que de qualquer modo quem quebrou o cessar-fogo primeiro foi Israel. Percebem? É a mesma técnica, por um lado estimulam a luta armada, pelo outro repetem que apenas estão interessados na paz. (Nem um pio agora sobre o fato que Hamas está torturando e matando dezenas de palestinos).

E, no entanto, a esquerda venceu. A esquerda, espécie de atrofiamento do cérebro que mantém seu portador em estado de perpétua adolescência, é a ideologia em voga, e ninguém a segura. A esquerda viceja nas redações e nas universidades. A esquerda está no poder na América Latina e, hoje, de certa forma, até na América do Norte com Obama, muito embora ele vá decepcionar seus mais radicais admiradores esquerdistas (Obama não é burro e sabe que é furada dar uma de revolucionário sendo o presidente americano). Mas o problema não é Obama, são os seus eleitores, é a mídia que o elegeu, é o zeitgeist. A esquerda está no ar.

Um dos mantras da esquerda é que "não podemos julgar ninguém". Insistem com a suposta imparcialidade. Falsa, é claro: defendem sempre que podem terroristas, guerrilheiros, criminosos, minorias, imigrantes, países estrangeiros - todos aqueles não associados com a cultura predominante branca-greco-judaico-cristã que, na boa, já nem é tão mais predominante assim.

Ainda assim, mantém o discurso da imparcialidade. Não é mais que isso, discurso - é claro que eles estão do lado dos Battistis, do Hamas, das FARC. Mas os não-esquerdistas, acreditando que tal imparcialidade seja sincera, passam a repetir as suas nulidades. Hesitam em escolher um lado. Dizem que é preciso acabar com o "ciclo de violência". Que é preciso que "cessem as hostilidades de ambos os lados". Que Hamas e Israel, que FARC e governo colombiano devem negociar de igual para igual. Que Irã e EUA têm o mesmo direito a armas nucleares e que devem dialogar de igual para igual. Que a cultura islâmica é igual à cultura ocidental e deve ser igualmente aceita. Que - nas palavras de Obama - os EUA são um país igualmente "cristão e muçulmano, judeu e hindu e ateu". Que todas as culturas são iguais, que todos os países, inimigos ou não, são irmãos.

Não. Lamentavelmente, não é assim. É hora de escolher lados, não fingir uma imparcialidade inexistente. É Esquerda contra Direita. Hamas contra Israel. FARC contra Colômbia. Terroristas contra Soldados. Fundamentalistas islâmicos contra Ocidente. Al-Qaeda contra EUA. Revolucionários contra Estado de Direito. Totalitários contra Libertários. Yin contra Yang. O Mal contra o Bem.

E você de que lado está?


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um bicho às terças


O bicho às terças de hoje é o társio. Trata-se de um primata de olhos grandes e dedos compridos. Atenção: não confundir com este outro animal parecido aqui.

O primeiro dia do resto de nossas vidas

Já estão todos os suspeitos usuais acusando o Bush de ter sido o "pior presidente americano da História". Duvido que muitos saibam o nome de qualquer presidente americano anterior a Clinton, quanto mais as besteiras que fizeram no cargo. Não importa: George W. Bush é o "pior".

Não vou entrar no mérito ou não, até porque eu assumo que pouco sei sobre a história dos presidentes americanos e não teria como fazer uma comparação justa. Já disse aqui que Bush foi o melhor presidente que o Iraque já teve, mas para os EUA foi apenas medíocre e, de certa forma, bastante nocivo para os republicanos: não era um real conservador. Foi, com certeza, o presidente mais criticado ha História americana, mas é uma coisa diferente do que ser o pior. Em oito anos não houve um único atentado terrorista nos EUA: quem poderia imaginar isso nos meses seguintes a setembro de 2001? Foi mera sorte, ou mérito ao menos parcial de Bush? Achei interessante o artigo do João Pereira Coutinho, que o considera uma figura trágica, e conclui:

Na próxima terça-feira, o mundo despede-se de Bush. Com um suspiro de alívio. Mas o mundo que não se iluda. Os problemas não começaram com Bush e não terminarão com Bush. É por isso que, na hora do adeus, eu acredito que o maior suspiro será o dele.

Os mais "sofisticados" acreditam que com Obama tudo mudará como da água para o vinho, mas é mera ilusão. Os terroristas islâmicos continuam aí. O Irã continua produzindo sua bomba. A crise econômica mundial também vai continuar. E, assim como o 9/11, outras surpresas inesperadas acontecerão no meio do caminho. (Descobriu-se, por exemplo, que terroristas islâmicos na Argélia estavam testando armas biológicas).

Mas na política tudo é principalmente questão de percepção: o que realmente mudou de ontem para hoje na vida do americano médio? Se Obama repetisse tintim por tintim as políticas de Bush, será que os mesmos que hoje as criticam, não as celebrariam se viessem de Obama? E o que dizer então dos outros povos, nós latinoamericanos por exemplo? O que fez de tão terrível assim para nós Bush? O fato de deixar a América Latina ser tomada por bufões como Chávez e Morales sem bombardeá-la? Realmente, não consigo lembrar de um outro presidente americano que tenha se importado tão pouco com a América Latina. E no entanto mesmo no Brasil celebram o fim da era Bush como se fosse a queda do pior dos ditadores.

Obama não é burro, é claro. Certamente não vai começar fazedo loucuras. Sua equipe por ora, longe de ser formada por radicais ou imbecis, tem mais clintonistas do que a própria presidência Clinton - e até um bushista. Dizem que ele fez um bom discurso, patriótico e tudo mais. Tem até fã do Reinaldo Azevedo elogiando.

Sei lá, talvez seja apenas eu que sou pessimista por não poder participar de toda essa orgia de "esperança". Não é nada pessoal com o Obama: simplesmente já passei da idade de me emocionar com políticos. É como uma festa na qual todo mundo está tendo barato com a nova droga do momento, e só você está de fora, sem sentir barato nenhum. Parafraseando Cole Porter, I get no kick from Obama.

Esperemos que ele seja um bom presidente. De qualquer modo, por pura precaução, eu aguardaria alguns meses antes de decretar a presidência de Bush a "pior da História". Sabe como é: não há nada tão ruim que não possa piorar.

"Bem-vindo": Manifestantes no Irã queimam foto de Obama (dica: C. Avolio)

Dentro da mente palestina

Um dos melhores artigos já escritos sobre o conflito entre Israel e os árabes palestinos está aqui: "Por que odiamos nosso vizinho e temos que matá-lo". Escrito na forma de uma parábola, o artigo explica melhor do que nenhum outro a mentalidade suicida palestina, e a razão pela permanência eterna do conflito. O final é de arrepiar:

Alguns, que não vivem na nossa vizinhança e não sabem como as coisas funcionam por aqui, ocasionalmente perguntam: "Por que vocês continuam a provocá-lo, se sabem que ele vai reagir tão ferozmente?" A pergunta prova que são ignorantes sobre a nossa vizinhança. O fazemos porque é o significado de nossa vida. Nosso vizinho, assassino de profetas, nos humilha apenas por estar ali. A honra de nosso avô vale a vida de nossos filhos e netos. Não temos futuro enquanto ele continuar vivendo em paz e prosperidade. É por isso que não podemos pensar em mais nada. Nenhum de nós pode construir nada enquanto sua casa continuar de pé.

Um pouco mais longe na nossa vizinhança temos um amigo que secretamente nos entrega pedras e coquetéis Molotov. Ele está trabalhando em uma grande bomba que vai reduzir nosso vizinho a um miserável amontoado de átomos em uma fração de segundos. Essa bomba vai nos matar também - esse pensamento infernal é quase erótico. Nosso vizinho vai queimar, e nós também, mas ao menos uma coisa é certa: não nos sentiremos mais inferiores; finalmente o teremos vencido, na morte - que nós não tememos, mas ele, sim.

A esquerda não entende, nunca entendeu, e jamais vai entender esse conflito. O que é curioso já que, a seu modo, os esquerdistas são tão vitimistas, ressentidos e autodestrutivos quanto os islamistas. Ou, talvez - lamentável, mas possível - a esquerda também prefira ver o circo pegar fogo (com bombas nucleares). Afinal, é apenas na morte coletiva que realiza-se o sonho socialista: todos são finalmente iguais.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A posse de Obama: Messias ou Anticristo?

Hoje aqui é o "Martin Luther King Day", ou simplesmente MLK Day, em homenagem ao maior líder da luta pelos direitos civis dos negros nos EUA. Amanhã, o primeiro presidente de origem negra tomará as rédeas do poder no país. Não se pode negar que, nesse sentido, houve uma evolução e tanto. E só não dá pra dizer que os antepassados de Obama ainda estavam sentando no banco de trás do ônibus e tomando água em bebedor separado porque, bem, porque não estavam. Obama é filho de um queniano e de uma americana branca. Um legítimo afro-americano.

Não dá pra saber o que vai acontecer na presidência Obama. O que há sim, é uma enorme expectativa para o "inauguration day". Quase não assisto TV e me mantenho longe das multidões, mas mesmo assim dá para sentir a exacerbação das massas. A mídia, naturalmente, é Obama 24/7. Acho o fenômeno curioso. Será que as pessoas acreditam mesmo que a coisa vá mudar tanto? Ou é apenas o caráter simbólico do evento, "o primeiro presidente negro"? A alegria não pode durar para sempre. Obama não pode ser tudo para todos, e uma parte do público necessariamente se decepcionará. (Curiosamente, o pessoal mais decepcionado por enquanto é o da esquerda radical, que já pressente que a "mudança total" prometida não virá. Alguns - Idelber, é você? - já o acusam até de ser uma mera marionete sionista.)

Para Fouad Ajami, independentemente do que Obama venha a realizar, a má notícia é a própria exaltação massiva da sua figura. Segundo ele, o fenômeno das multidões delirantes em eventos políticos nunca foi uma coisa típica da política norte-americana: era tradicionalmente vista como uma coisa terceiro-mundista, ou de líderes fascistas europeus: Perón, Mussolini, Chávez, Nasser. O delírio das multidões com Obama, a desmesurada esperança que tantos depositam nele é, em si, o problema - e a prova da terceiromundização da política e da cultura americanas. Ou, talvez, de algo ainda mais sinistro: a mudança do sistema de governo americano de uma República para uma Democracia (ver este ótimo vídeo que explica a diferença, dica do Not Tupy).

Obama é um personagem complexo. Nascido no Havaí (hummm... será?), morou no Quênia, na Indonésia, em New York, mas o local onde se desenvolveu como político foi mesmo Chicago, cidade famosa pela corrupção de seus políticos. Em recente matéria sobre Obama, que não quer largar do seu Blackberry, apesar das óbvias preocupações com a segurança (seria fácil para espiões monitorarem seu aparelho), ele diz uma coisa engraçada:
"Se eu estiver fazendo algo estúpido, alguém em Chicago pode me mandar um email e dizer, 'O que você está fazendo?' "
Sei que não foi isso que Obama quis dizer, mas ficou parecendo que ele receberia instruções de algum manda-chuva de Chicago.

O que vai acontecer na presidência Obama ainda é, em grande parte, um mistério. Vamos aguardar. Não pretendo assistir à posse (possessão) do Messias (Anticristo), mas estarei aqui informando sobre os futuros eventos. Espero que o Apocalipse não seja um deles.

"Spare some change, mister?"

"Antisionismo não é antissemitismo"

...mas parece que esqueceram de avisar um certo pessoal. Cadê o Idelber, o Chomsky e o Juan Cole nessas horas pra "traduzir"?


Protesto de imigrantes muçulmanos na Austrália. Em vez de ensinar ódio, podiam ter ensinado inglês: o certo seria "haven't learned".

domingo, 18 de janeiro de 2009

Para que serve a ONU?

O jornal mais sério da imprensa americana se chama "The Onion". É um jornal satírico, é claro. Não obstante, muitos de seus artigos informam melhor o leitor do que o New York Times.

Por exemplo, em uma recente edição saiu uma notícia afirmando que a ONU agora teria obtido uma bomba nuclear. "Agora finalmente escutarão o que dizemos", celebrava Ban Ki Moon segundo a notícia.

De fato, para que serve a ONU, se não tem qualquer poder de decisão? A pergunta não é retórica, gostaria de saber mesmo. Bilhões de dólares anuais, e tudo o que fazem é escrever cartas, fazer pronunciamentos, condenar democracias e apoiar ditadores, sem que nem um nem outro dêem muita bola. Fazem reuniões, não para evitar, mas apenas para tentar definir o que seja "terrorismo" ou "genocídio" - sem chegar a acordo algum. A ONU somos inútil.

Tanto esquerda como direita criticam a ONU. A esquerda, por jamais conseguir conter Israel ou por não ter impedido a guerra no Iraque. A direita, porque a organização sempre condena veementemente Israel e EUA, mas jamais condenou o Sudão (ao contrário, elogiou o governo) ou o Zimbabwe (ao contrário, colocou o país na presidência de um Painel Econômico - talvez para ensinar aos outros como conseguir uma inflação de 15 mil por cento ao mês).

Estou certo que a pobreza em alguns países da África e a guerra no Oriente Médio são, em grande parte, culpa da ONU - ou ao menos do fato de que tanta gente ainda pareça depositar esperanças nesse órgão inutil e superfaturado, que perpetua a miséria. Se acabasse a fome na África, acabariam os empregos de muitos burocratas. Se acabasse o conflito no Oriente Médio, seu orçamento seria reduzido à metade. Portanto, para a ONU, não convém que as guerras ou a fome acabem.

A ajuda que a UNRWA (United Nations Relief and Works Agency) dá aos palestinos é contra-producente, transformando-os em perpétuos mendigos ou terroristas, sem que possam desenvolver uma economia própria. Além disso, a ONU contrata exclusivamente palestinos locais para trabalhar em suas agências nos chamados "territórios ocupados". Em Gaza, como o Hamas controla tudo, quem trabalha na ONU também trabalha para o Hamas. Não é a toa que tantos foguetes foram disparados desde prédios da ONU. O próprio chefe da UNWRA admitiu ter membros do Hamas em sua folha de pagamento.

Para que serve a ONU?

Não espere virtude de ex-guerrilheiros

A bela e enigmática Nariz Gelado tem um post interessante no qual ela fala o seguinte:

Outro dia, uma amiga querida me disse que o grande problema da clandestinidade é a frouxidão de valores que ela promove. Hoje o sujeito assalta um banco para financiar a guerrilha. Amanhã, ao ver a família de um companheiro em sérias dificuldades financeiras, pensa " por que não?" A partir daí, vale tudo.

Estava certíssima.

Quem já experimentou as facilidades do 'vale tudo', quem já pôde infringir a lei sob a proteção moral - ilusória ou não - de uma nobre causa, terá dificuldades de abandonar os velhos hábitos. Melhor ainda: estará inclinado a retomá-los tão logo se apresentem as primeiras dificuldades.
Sob tais condições, resisitir à tentação de burlar a lei exige uma rara firmeza de caráter. E se ela é rara para ex-presidiários - razão pela qual, por mais que se queira acreditar na capacidade de recuperação do ser humano, nós sempre os tememos - por que não o seria para ex-guerrilheiros?

De fato, um dos grandes mistérios da democracia é que se aceite de tamanho bom grado a "conversão" de guerrilheiros ao jogo democrático, inclusive com um certo alívio. O pedófilo Daniel Ortega abandonou as armas e chegou ao poder pela eleição. O Chávez desistiu dos golpes e elegeu-se democraticamente. O PT é formado for dezenas de ex-guerrilheiros. Até as FARC, derrotadas militarmente, prometem tornar-se um partido político. Não duvido que sejam eleitas um dia.

Mas, se tais grupos abandonam as armas, raramente abandonam suas idéias malucas ou sua distorcida ética e visão de mundo. A democracia é apenas outro "meio" que eles têm para chegar ao seu "fim".

Qual a surpresa, então, que Tarso tenha preferido correr o risco de comprar briga com o governo italiano para ajudar um companheiro escroque ? São ambos facínoras. Facínoras ontem, facínoras hoje. Ontem roubavam bancos, hoje roubam dinheiro público. Ontem matavam inocentes em nome de um ideal com revólveres e metralhadoras, hoje fazem a mesma coisa com malária, caos aéreo e violência urbana.

A mesma coisa vemos no apoio direto de Lula ao companheiro escroque Chávez. "O Chávez é novo ainda, aguenta um novo mandato," ele diz, sem notar que ditadores costumam "agüentar" décadas: o poder rejuvenesce. "Precisamos aprender a respeitar a cultura de cada país, a vontade de cada povo. (...) Uma pessoa pode se candidatar mais uma vez ou não, vai depender da cultura do país." Já vi muitos usos ignóbeis do relativismo cultural, mas este está entre os piores. Lula conclui, ameaçadoramente:

"Estamos num processo de construção e fortalecimento das instituições no Brasil. Mas isso não impede que daqui a algum tempo apareça um partido político que proponha mudar a lei que proíbe ter apenas uma reeleição e proponha ter três ou quatro reeleições. Pode acontecer. Na hora que tivermos instituições consolidadas, legalidade política e o povo quiser, isso vai acontecer."

Vejam que incrível. Para Lula, a Venezuela está mais "democraticamente avançada" do que o Brasil. Para Lula, o Zimbabwe de Mugabe e a Cuba de Fidel devem ser os países mais democráticos do mundo. Para Lula, a possibilidade de reeleições infinitas com meios escusos é sinônimo de "instituições consolidadas". E não se enganem: o PT está trabalhando justamente para "consolidar as instituições" para que um dia "isso aconteça".

Atualização: “De todas as tiranias, a tirania exercida sinceramente pelo bem de suas vítimas talvez seja a mais opressiva. Seria melhor viver dominados por barões do roubo do que por onipotentes moralistas intrometidos. A crueldade do ladrão pode às vezes repousar, sua avidez em algum momento ser saciada; mas aqueles que nos tormentam pelo nosso próprio bem nos tormentarão sem fim, pois o fazem com a aprovação de suas próprias consciências." - C. S. Lewis

Poema do domingo

Criança feliz
Quebrou o nariz
Foi pro Hospital
Tomou Sonrisal

Se eu fosse o Pelé
tomava café
Se eu fosse o Tostão
tirava o calção

sábado, 17 de janeiro de 2009

Milagre, sorte, ou perícia do piloto?



Apos chocar-se com passaros, o aviao aterrisou no rio gelado, sem nenhuma vitima e nenhum ferido grave. Como foi possivel?
Milagre: prova da existencia de Deus
Sorte: tudo no mundo nao passa de caos
Pericia do piloto: treinamento e sangue-frio
Todas as alternativas
  
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Europa, Entropa

Já critiquei bastante aqui os artistas (pós) modernos, mas não dá para negar que o artista tcheco David Cerny tem, se não talento, ao menos senso de humor e um quê de coragem.

Convocado pela Repúplica Tcheca para realizar uma escultura em homenagem à União Européia, prometeu realizar uma obra coletiva chamada "Entropa", na qual um artista de cada país europeu realizaria uma parte do objeto. Na verdade, os nomes dos artistas eram todos falsos, bem como os seus currículos e suas declarações: Cerny realizou o projeto sozinho com a ajuda de dois amigos.

Mas isso é só o começo. Em vez de realizar uma obra politicamente correta celebrando a Europa e suas grandezas, fez uma escultura do mapa europeu na qual cada país é representado por um estereótipo diverso, um mais ofensivo do que o outro. A Dinamarca é representada por uma caricatura de Maomé feita de legos; a Holanda aparece inundada, somente as cúpulas das mesquitas aparecendo sob a água; a Bulgária é representada por um vaso de banheiro estilo turco (aparentemente uma referência ao período que o país esteve sob domínio otomano); a Romênia, como um parque temático em homenagem a Drácula; a França, um país em greve; a Alemanha, com uma rede de estradas que, em análise mais detalhado, parecem (segundo alguns) formar uma suástica.

Mau gosto? Talvez. Mas causou um choque e tanto nos políticos europeus. Se David Cerny não for degolado por algum fanático islâmico, talvez o seja por algum euro-burocrata...

Seja lá como for, a brincadeira custou 373 mil euros. Cerny prometeu devolver o dinheiro.

Bulgária: banheiro turco

Holanda: minaretes e inundação

Alemanha: suástica?

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A esquerda morreu

A recente operação em Gaza mostrou uma coisa extremamente curiosa. A esquerda morreu e ninguém foi ao funeral.

Sério, cadê os militantes falando em Revolução Socialista? Cadê as boinas? Sumiram. Só dá esquerdista protestando de keffiyah agora, percebam. E o ideal de igualdade? Que nada, lutam pela teocracia islâmica em Gaza e no mundo. A esquerda foi englobada de vez pelo islamismo. Ou talvez devemos chamar de esquerdo-islamismo, pois viraram uma coisa só. Sai o Che, entra o Bin Laden.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Os rojões da paz

O acadêmico Idelber chama os foguetes Qassam dos palestinos de "meros rojões". Sei que prometi não citar mais a figura, mas ainda estou incrédulo. Rojões! Será que o Hamas só queria convidar os israelenses para uma festa junina? Por outro lado, rojões podem ser bem perigosos. Vejam esta foto exclusiva aqui, de um terrorista do Hamas em uma operação ultra-secreta:

"Morram, malditos judeus! Alá aqueb... AAAh!"

Anti-boicote a Israel

A Naomi Klein (Judia! Convenhamos, os judeus são às vezes seus piores inimigos) e outros "luminares do pensamento" querem organizar um boicote contra Israel. Eu, de minha parte, há algum tempo organizei um anti-boicote.

Explico. Aqui perto de casa tem um mercadinho iraniano persa que vende muitos produtos israelenses. (Os iranianos persas que moram por aqui vieram quase todos fugidos da Revolução Islâmica e não tem grande amor pelos mulás; além disso, negócios são negócios). Aí quando vou ali sempre compro algum produto israelense. Já comprei molho de tomate (quase tão bom quanto o italiano), uma creme de passar no pão à base de cacau e caruba (interessante), azeitonas (muito boas), chocolate (hã, nisso ainda precisam melhorar), café (mediano, mas certamente melhor do que o americano), hummus (ótimo, não confundir com Hamas).

A mídia contra Israel

Um bom artigo sobre a atual guerra mundial contra Israel (leiam que vocês vão entender). Idelber, naturalmente, odiou. (Mas enfim, esqueçamos nosso amigo acadêmico, não mais o citarei por aqui já que não está interessado no diálogo.)

O artigo em questão, de qualquer modo, esclarece algumas coisas importantes, notadamente:

a) A palavra "Palestinos" sempre designou tanto árabes quanto judeus, já que não tinha conotação nacional. A Palestina era (é) uma região geográfica, não uma nação, nunca foi. Antes da independência, o jornal "Jerusalem Post" chamava-se "Palestine Post".

b) A maioria dos que são hoje chamados de "refugiados palestinos" são pessoas que vieram de fora, de outros países árabes vizinhos, em busca de emprego na região. Como já mostrei aqui mesmo no blog, Mark Twain visitou a região em 1860 e declarou-a desolada e quase desabitada. Entre seus habitantes encontravam-se árabes, turcos, judeus, cristãos ortodoxos gregos, etc. "Palestino" só virou sinônimo de árabe após 1967, por ordens da KGB.

c) A campanha midiática contra Israel não tem nada de casual. É um plano que tem o objetivo de desmantelar o país mesmo. Aqui o artigo é polêmico, mas acho que tem razão. Por que nunca vemos na televisão imagens de Ruanda, do Sudão, do Zimbabwe, da Somália, da Chechênia, da Geórgia, de todos os países onde ocorrem massacres milhares de vezes maiores do que os supostamente cometidos por Israel? Por que jamais vemos imagens de Sderot ou outras cidades israelenses quando são atacadas, mas apenas Israel reage vira notícia 24 horas por dia? O articulista argumenta que a idéia é justamente deslegitimizar Israel, mais ou menos como o nazismo tentou deslegitimizar o povo judeu como "raça inferior". O atual "anti-sionismo" é assim, literalmente, o "anti-semitismo" dos nazistas, com a única diferença é que antes a "raça judaica" é que não tinha o direito de existir. Agora é o Estado judeu que não tem esse direito. Como o conceito de "racismo" hoje pega mal, mudou-se a ênfase para o "nacionalismo": mudou o recipiente, mas não o conteúdo.

d) A grande mídia banaliza ou destrói propositalmente o significado de palavras como "genocídio", "campo de concentração", "nazismo" ou "apartheid", aplicando-as ao caso de Israel e palestinos, onde a situação é ridiculamente diversa. Idiotas comparam Israel ao "nazismo". Ora, os nazistas em 3 anos mataram 6 milhões de judeus; os judeus, em 60 anos, mataram talvez alguns milhares de árabes, sendo que os árabes também mataram um número grande de judeus (sem falar que os próprios árabes mataram mais árabes do que os judeus jamais mataram ou matarão). O número de nazistas mortos por judeus na II Guerra é, naturalmente, quase inexistente.

e) O último parágrafo já se adentra no terreno das suposições, e parece conspiratório demais, mesmo para o meu gosto. Embora acredite mesmo que possa existir uma conspiração da ala globalista aliada ao islamismo, e que realmente esteja em curso uma campanha para a eliminação de Israel, algumas de suas conclusões parecem-me algo irreais. Vai depender do que fizer Obama. Logo vai ficar claro de que lado ele está.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Carta aberta ao Prof. Idelber Avelar

Antes de ser interrompido por problemas técnicos, havia escrito uma carta ao colega blogueiro Idelber Avelar, já que ele ultimamente não publica mais comentários em seu blog. No fim, acabei ampliando a carta e destinando-a não apenas a ele como a todos os ditos "pró-palestinos" e "anti-sionistas". Afinal, se nem blogueiros brasileiros podem se entender, como podemos esperar que árabes e judeus se entendam?

Não pretendo refutar aqui as idéias de Idelber: outros já fizeram isso com maior conhecimento do que eu. Escrevo apenas algumas perguntas para ele e todos os "anti-sionistas". Se ninguém do outro campo responder, talvez as perguntas ao menos possam suscitar alguns questionamentos válidos entre os leitores daqui. A discussão está aberta!

Caro Prof. Idelber (e demais declarados "anti-sionistas"),

Entendo sua raiva e tristeza pela morte de inocentes palestinos. Todos somos contra a morte de civis palestinos, mesmo eu, acredite, e mesmo a maioria do povo de Israel. Sua reprovação à operação militar israelense é também compreensível, e naturalmente todos têm o direito de discordar das atitudes do governo israelense e de manifestar seu muito humano horror à guerra e à destruição.

Embora tenhamos idéias totalmente opostas em relação ao conflito e em relação à política em geral, nem tudo nos separa. Não somos nem judeus nem muçulmanos (?), não moramos nem em Gaza nem em Sderot. É verdade que você é bem mais conhecido do que eu, é aparentemente um acadêmico respeitado e eu sou apenas um blogueiro anônimo, mas não leve isso a mal. Cada um tem seus limites. Meu anonimato é mera modéstia de quem sabe que seu nome real não tem relevância.

Até compreendo a sua visão de mundo: no seu ponto de vista, vê os "palestinos" como "oprimidos" e Israel como um "poderoso país" apoiado pelo "imperialismo americano" que "roubou suas terras" e os "ocupa". É, na minha opinião, uma visão simplista e equivocada, que traduz uma situação geopolítica bastante mais complexa em um discurso de caráter marxista, mas não vamos brigar por isso. Como disse, cada um tem seus limites.

Eu, por exemplo, sou absolutamente parcial. Sou pró-Israel. Acho o Hamas tão ruim quanto a Al-Qaeda, se não pior. Não leio o Robert Fisk, aliás não suporto seu estilo de jornalismo. Chomsky, Finkelstein, jamais leio esses indivíduos e confesso que nem entendo suas motivações (entendo até as motivações genocidas do Hamas, não as deles). Detesto Chávez, Evo Morales, Fidel Castro, todo esse pessoal.

Por outro lado, se insisto tentando me comunicar com você, é justamente por que o que me incomoda é essa sua aparente incapacidade de entender o ponto de vista do "outro" (no caso, o civil israelense) de maneira tão radical. Sendo você um estudioso, não entendo como não consegue ver além da ideologia e da propaganda árabe, ou que use termos como "sionista" e "ocupação" de modo tão leviano e equivocado. Estando você tão preocupado com "vítimas civis", não entendo que chame os foguetes palestinos, que mataram muitas pessoas - inclusive crianças árabes! - de "meros rojões" etc, etc. ("Rojões"?!? Desculpe, li isso faz pouco no seu blog e até agora estou incrédulo. Por favor, só não vá dizer agora que tudo o que o Hamas queria era convidar os israelenses para alguma festa de São João...)

Embora entenda sua declarada compaixão pelos palestinos, não entendo porque não lamenta igualmente as mortes de palestinos em conflitos intra-palestinos, e muito menos as mortes de judeus. Várias outras opiniões suas são, para mim, difíceis de entender, e mesmo tendo visitado o seu blog não consigo encontrar as respostas para elas (confesso não ter lido todo o seu blog, talvez as respostas estejam lá). Portanto faço-as aqui, não apenas a você como a todos os blogueiros "pró-palestinos":

Você é a favor do Hamas?
Ou seja, é a favor de tortura e execução de pessoas sem julgamento?
Tem conhecimento, certamente, que nas prisões de Gaza, rivais do Fatah e de outros clãs, bem como pessoas acusadas de "colaborar com Israel" são rotineiramente torturadas e mortas?
Se um povo é "oprimido", isso lhe dá direito a torturar, matar e cometer atos terroristas e cometer toda série de ofensas aos "direitos humanos"?
Só um lado tem o dever de respeitar os "direitos humanos"?
Se o Hamas defende o povo palestino, em vez de cinicamente explorá-lo, como você explica que seus militantes tenham assaltado caminhões de comida da ONU e vendido seus alimentos?
Se o povo palestino está mesmo "sem água e comida", como se explica que isso jamais é mostrado, ao contrário, as imagens mostram sempre mercados repletos de comida?
Você não acredita que os próprios palestinos (ou seu governo) são os responsáveis por vários de seus problemas, que não tudo pode ser creditado à "ocupação", a qual aliás nem existe mais diretamente em Gaza?
Aliás, se árabes muçulmanos podem viver em Israel, por que judeus não podem viver em Gaza?
Você a favor de censura? É a favor de teocracia? Sabe que o Hamas censura internet points e música ocidental e que discrimina membros de outras religiões?
Você é a favor de foguetes contra civis? O fato de serem "foguetes artesanais" e que "causam poucos danos" significa que podem ser atirados à vontade?
Não percebe que os foguetes "causam poucos danos" apenas porque os habitantes de Sderot correm para bunkers quando ouvem o alarme, ou seja, é o preparo israelense que evita danos maiores, não a intenção dos terroristas palestinos, que é claramente a de matar civis judeus?
Você percebe que os radicais palestinos hoje atiram foguetes apenas porque o muro limitou em 90% a ação de terroristas suicidas, ou seja, não é a intenção dos palestinos que é matar pouco, mas sim a defesa de Israel que melhorou?
O que seria uma "reação proporcional"? Israel teria o direito de atirar "foguetes artesanais" de volta a Gaza? De revidar com atentados suicidas?
Você é a favor da agressão a judeus em todas as partes do mundo como represália a ações de Israel?
Por que os manifestantes pró-palestinos atacam judeus europeus, se são apenas "anti-sionistas"?
Você é a favor do terrorismo? Ou, vá lá, da "resistência legítima", quer dizer, da morte de civis judeus israelenses? Israelense árabe também é "alvo legitimo", ou só judeu?
Alguns anos atrás uma família do que você chama de "colonos" foi atacada por militantes palestinos, quatro crianças de 11, 9, 7 e 2 anos foram mortas com uma bala na testa, bem como a mãe deles que estava grávida de oito meses. Segundo o autor do atentado, eram "alvos legítimos". Você concorda? É a favor do fuzilamento de crianças de 2 anos, se forem filhos de "colonos"?
Acha que os palestinos têm direito a atirar foguetes contra cidades israelenses mas Israel não tem o direito de revidar?
Quando você fala em "ocupação", a que coisa exatamente se refere?
Sabe que Israel desocupou Gaza a um custo de bilhões de dólares?
Como você explica que Gaza, que não tem mais mais presença de "colonos" (i.e. judeus), ficou muito mais radical e atira foguetes diariamente contra civis israelenses, enquanto que a Cisjordânia (i.e. Judéia e Samaria segundo os "colonos") que ainda está "ocupada", vive, ao contrário, em relativa paz e não atira foguetes?
Ou quando fala em "ocupação", você - como o Hamas - se refere ao próprio Estado de Israel?
Você não aceita a existência de Israel?
Por que Israel não e "Palestina" sim? Sabia que a "Palestina" sempre se referiu ao lar judeu, que eram os antigos sionistas os que falavam em "Palestina", e não os árabes?
Ou você acredita na teoria revisionista de que os "palestinos são descendentes dos filisteus?" E, mesmo que fossem, isso mudaria alguma coisa? Não é isso na verdade uma legitimização do direito de Israel às terras, já que os judeus existiam por lá desde antes mesmo dos filisteus?
Sabia que sionista não é nome feio nem eufemismo politicamente correto para poder criticar os judeus?
Se alguém é "sionista", pode ser "legitimamente morto"? Se eu disser que sou "sionista", isto é, que defendo a existência de Israel, então viro um "alvo legítimo" da "resistência"?
Por que você não publica comentários contrários no seu blog?
Por que você repete informações dúbias no seu blog, como a - para mim - óbvia mentira de que "um terço dos mortos na operação de Gaza são crianças"? De onde saiu originalmente tal informação, de fontes palestinas, isto é, do Hamas? Por que Israel atacaria propositalmente crianças?
Você é porta-voz do Hamas? Não digo que deva aceitar a versão israelense dos fatos, mas você não tem um mínimo de senso crítico? Quer dizer, se os os israelenses podem mentir, porque não acredita que os árabes possam mentir também?
A Al-Jazira é uma TV "neutra" e "imparcial"? A TV israelense só mente?
Se uma bomba atômica caisse em Tel Aviv, você comemoraria, diria que "eles mereceram", ou lamentaria mas diria, "enfim, a vida continua"?
A vida de civis israelenses vale menos do que a de palestinos?
Como pode chamar de "rojões" artefatos que causaram a morte de dezenas de pessoas, bem como centenas de feridos, sem falar no pânico que causam diariamente?
A vida de palestinos mortos pelo Hamas vale menos do que a vida de palestinos mortos por Israel?
Por que você nunca fala da violência intra-palestina?
Por que não informa que o Fatah e até o Egito são contra o Hamas, que é um movimento supremacista religioso ligado à Irmandade Muçulmana e hoje financiado pelo Irã?
Por que não fala do terrorismo islâmico na Tailândia, na Índia, na Europa, em lugares que nada tem a ver com o "sionismo"?
Por que não fala do conflito entre sunitas e xiitas?
Por que não informa os seus leitores que o mundo é bem mais complicado do que o seu maquineísmo anti-israelense e anti-americano quer?
Por que você mora nos EUA e não em Cuba, Gaza ou Venezuela se tais modelos socio-políticos são melhores?
Você não acha que está colaborando com uma onda de antissemitismo não vista no mundo desde os anos 30? Como acredita que os nazistas conseguiram matar milhões de judeus, se não com a colaboração de pessoas que achavam que os judeus eram malvados, como você e tantos outros que acham que os "sionistas" merecem a morte simplesmente por morarem onde moram?
Se os judeus não podiam estar na Europa, agora resulta que tampouco podem estar na Palestina, sua terra natal?
Onde podem estar então, na Uganda?
E se transferissem os judeus para Uganda, quantos segundos demoraria até você e seus colegas começassem a falar na "legítima resistência ugandesa" e nas "terras roubadas aos pobres ugandeses"?
OK, confesso que algumas perguntas são meras provocações. Mas afirmo que não tenho a intenção de agredir, apenas de tentar obter respostas diretas. É a favor do Hamas, sim ou não? É a favor dos foguetes, sim ou não?

Não leve a mal. Moro longe do conflito, nada tenho contra o povo palestino nem contra você nem contra ninguém, e estou certamente aberto a pontos de vista contrários: quem sabe, em um ou outro aspecto, possamos até concordar. Eu aqui aceito os comentários de todos.

Saudações cordiais,

"Mr. X"