Israel também erra, aliás tem errado muito ultimamente. Os principais erros:
1) Não reconhecer que ter saído de Gaza foi um erro. Os blogueiros progressistas moderados como o Pedro Doria acham pouco; acham que Israel deve sair também de Golan e da Cisjordânia (já os blogueiros progressistas radicais como Idelber acham que Israel tem que ser humanamente destruído com uma bomba atômica). Ora, saiu de Gaza e só leva míssil, pra que sairia também de outros lugares, reduzindo cada vez mais seu espaço de manobra, ao mesmo tempo em que os mísseis inimigos tem cada vez mais alcance? Qualquer país ficaria longe de tais loucuras suicidas; mas Israel não é "qualquer país".
2) Dar atenção aos judeus de esquerda. O esquerdista não é judeu, não é cristão, não é budista - ele segue uma religião própria, chamada esquerdismo. Naturalmente os judeus de esquerda - que são muitos, mesmo em Israel - estão mais preocupados com os civis palestinos do que com os israelenses. É uma religião, estou dizendo, não tente racionalizar. Tudo bem, cada um que pense o que quer, direis. O problema é que, como os árabes não tem uma "esquerda" nesse sentido (quem se anima a criticar os governos árabes ou as organizações terroristas leva chumbo), a coisa fica desigual.
3) Dar atenção à "comunidade internacional". A "comunidade internacional" (eufemismo para uma legião de burocratas e jornalistas) odeia Israel e nunca mexeu um dedo para ajudar o país. Dar atenção a eles é como aquela fábula da criança, o velho e o jumento.
4) Cuidar demais das mortes de civis inimigos. Isto seria, a princípio, um ponto positivo. O problema é o seguinte: o Hamas está cagando e andando para os mortos palestinos. Aliás, quanto mais criancinhas palestinas morrerem, melhor para o Hamas, é mais propaganda na mídia. Tendo que lutar com luvas de pelica, Israel fica limitado nas suas ações. A "comunidade internacional" espera tudo de Israel, mas nunca nada dos árabes. Por quê?
5) Não ter objetivos mais ambiciosos na ação militar. Segundo o governo, o objetivo atual é "enfraquecer o Hamas". Isso não é objetivo, argumenta Caroline Glick, que teme um fracasso igual ao do Líbano. Se era pra invadir, o objetivo deveria ser o de destruir o Hamas, matar todo guerrilheiro, todo líder, todo religioso. Milhares de vítimas? Não importa. Israel gasta dinheiro, vidas e prestígio com cada incursão militar. Ter que guerrear agora para ter que voltar a guerrear de novo daqui a seis meses é contra-producente e dá a impressão que o país só pensa em guerras (mesmo quando são outros os que provocam, mas quem da "comunidade internacional" critica o Hamas?). Então, melhor uma única bordoada maior do que muitas bordoadas pequenas sem muito resultado. Porém, aguardemos o resultado da operação para saber - até porque muita coisa pode rolar ainda, e certamente nota-se que tudo melhorou bastante em relação à guerra de 2006.
6) Não atacar logo o Irã. Quando o país tiver bombas atômicas, vai ser tarde...
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
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4 comentários:
A única coisa não maluca desse texto é no item 2 quando você diz que todo religioso é maluco.
Carregando nas tintas é isso mesmo.
O resto é caso pra internação imediata, talvez com camisa de força nos primeiros dias.
Pallywood?
http://bloodthirstyliberal.com/?p=8165
O John Bolton (EUA) concorda comigo:
Let’s start by recognizing that trying to create a Palestinian Authority from the old PLO has failed and that any two-state solution based on the PA is stillborn. Hamas has killed the idea, and even the Holy Land is good for only one resurrection. Instead, we should look to a “three-state” approach, where Gaza is returned to Egyptian control and the West Bank in some configuration reverts to Jordanian sovereignty. Among many anomalies, today’s conflict lies within the boundaries of three states nominally at peace. Having the two Arab states re-extend their prior political authority is an authentic way to extend the zone of peace and, more important, build on governments that are providing peace and stability in their own countries. “International observers” or the like cannot come close to what is necessary; we need real states with real security forces.
For Palestinians, admitting the obvious failure of the PA, and the consequences of their selection of Hamas, means accepting reality, however unpleasant. But it is precisely Palestinians who would most benefit from stability. The PA — weakened, corrupt and discredited — is not a state by any realistic assessment, nor will it become one accepted by Israel as long as Hamas or terrorism generally remains a major political force among Palestinians.
Mas concordamos que a soldada da foto é bonita, né Pax?
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