segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mama África

Agora todos criticam o Mugabe, mas poucos anos atrás o mesmo sujeito estava recebendo diplomas honorários em diversas universidades ocidentais. Era considerado um campeão da libertação negra. Expulsou e confiscou as terras dos "opressivos fazendeiros brancos". Hoje, como resultado, sem mais produção alimentar, o país naufraga na fome, na hiperinflação e na violência.

O que poucos sabem é que a África do Sul (cujo presidente atual, Thabo Mbeki, é aliado de Mugabe) está indo pelo mesmo caminho. Economia estagnada e leis de cotas raciais (ha-ha) fazem com que os brancos estejam indo embora para outros países. O desemprego, a violência e a corrupção aumentam. Helen Suzman, deputada branca sul-africana que lutou pelo fim do apartheid, hoje afirma que o governo da ANC segue políticas de discriminação aos brancos, e que também tornou a vida pior para os negros mais pobres.

E a África do Sul é prossivelmente um dos melhores lugar de toda a África. Por onde se veja, só há ditadores, guerra civil, miséria, AIDS, ebola, corrupção, pobreza, desgraça.

Dar dinheiro não resolve. Termina tudo no bolso de ditadores. Depor ditadores tampouco serve. Logo vem outro e toma o seu lugar.

Qual o problema da África, afinal?

Será que era melhor nos tempos da colonização?

Em um artigo que já citei aqui, Theodore Dalrymple fala sobre o tempo que morou no Zimbabwe, quando ainda se chamava Rodésia, e observa que as coisas eram melhores naquele período. Mas disso não resulta que ele acredite nas benesses da colonização. O problema, segundo ele, é que a África herdou um modelo para o qual não estava de modo algum preparada. O tribalismo juntou-se ao conceito de Estado-nação, gerando os horrores que viriam:

In fact, it was the imposition of the European model of the nation-state upon Africa, for which it was peculiarly unsuited, that caused so many disasters. With no loyalty to the nation, but only to the tribe or family, those who control the state can see it only as an object and instrument of exploitation. Gaining political power is the only way ambitious people see to achieving the immeasurably higher standard of living that the colonialists dangled in front of their faces for so long. Given the natural wickedness of human beings, the lengths to which they are prepared to go to achieve power—along with their followers, who expect to share in the spoils—are limitless. The winner-take-all aspect of Africa’s political life is what makes it more than usually vicious.

Entretanto, há países que também sofreram colonização mas não terminaram na mesma situação degradante após a independência. Vejam a Índia, por exemplo: como a Rodésia/Zimbabwe, também era colônia britânica, também inclui dezenas de grupos étnicos diversos (que falam idiomas diversos), e no entanto virou uma democracia, produz até alta tecnologia e hoje está crescendo a níveis quase chineses. Qual a diferença?

Talvez o fato de que, ao contrário da África onde só havia tribos iletradas, na Índia havia uma civilização mais avançada e com milhares de anos de existência. Talvez.

De qualquer modo, a África é um mistério.


Mugabe recebendo um diploma honorário da Universidade do Massachussets em 1986. Só este ano a honraria foi retirada, por pressão dos estudantes.

Piadinha

(Para os que não entenderam, a charge faz referência ao Reverendo Jeremiah "Goddamn America" Wright, pastor de Obama que batizou seus filhos.)

domingo, 29 de junho de 2008

Homicídios, armas e cultura

Leio em um curioso artigo que a taxa de homicídios em Israel é de 2.29 para cada 100.000 habitantes, colocando-a entre as mais baixas do mundo (há países com taxa ainda mais baixa, como a Itália, com 1.3, e a Irlanda com 0.97). Nos EUA a taxa é de 5.7. No violento Brasil, de 30 (e no Rio de Janeiro sobe a 45). Na Venezuela, hoje um dos países mais violentos do mundo, é de 49. Há países na África tão violentos que nem estatísticas tem.

Pauta para discussão:

Um, a idéia de que mais armas de fogo necessariamente impliquem em mais mortes. Em Israel grande parte da população anda armada, às vezes com armas de alto calibre. No entanto os números são baixos.

Dois, a idéia de que não haja relação entre cultura e violência. Na mesma matéria, lê-se que os árabes que moram em Israel são os que mais problema tem com o crime e a violência. Embora representem apenas 20% da população, sua participação no crime é de 42%.

Da mesma forma, nos EUA, lê-se que a taxa de homicídio entre os negros é 7 vezes superior à dos brancos (a maioria de suas vítimas são negras também, e em grande parte são mortes relacionadas ao tráfico).

Na Europa, os imigrantes estrangeiros são aqueles que atualmente mais engrossam as filas do crime.

Talvez não seja politicamente correto apontar isso, mas as diferenças existem. Agora, as causas, quais são?

As comunidades indicadas são também as que vivem em condições econômicas mais precárias nos respectivos países, de modo que alguma relação entre pobreza e crime deva haver - embora a Índia, país com alto nível de pobreza, tenha uma taxa de homicídios de apenas 3.7.

Será então que não há também fatores culturais incluídos?

Não tiro conclusões, limito-me a observar. Digam-me vocês.

Poema do domingo

A um ausente

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo, sem consulta; sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 28 de junho de 2008

Índio pode matar e estuprar

De acordo com a lei brasileira, índio pode matar, estuprar, torturar e até empalar.

Jaiya Pewewiio Tfiruipi Xavante, menina de 16 anos de origem indígena, foi barbaramente assassinada com requintes de crueldade. Na sexta-feira, o Ministro da Injustiça, Tarso Genro, falou que o governo:
- Vai investigar rigorosamente e, quando estiver pronto o processo, leva ao MP, à Justiça, para que a punição devida e compatível com a barbárie que o crime representa seja dada.
Hoje anunciam que a provável assassina é a tia, e que:
De acordo com a fonte da Funasa, a autora do crime é inimputável por ser índia, ou seja, não poderá ser presa e processada.
Segundo o entender jurídico, os índios não podem ser processados pelo mesmo sistema penal dos brancos, pois "devido à sua cultua diversa, poderiam não compreender o caráter ilícito do fato."

Sinceramente, essa me parece uma desculpa tão furada como aquela de que os "índios não tem alma".

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Obama, o dinossauro púrpura


Li no comentário de um blog americano uma teoria interessante. Segundo o sujeito, a culpa por Obama ser o candidato mais cotado para a eleição presidencial atual nos EUA é culpa do Barney. É, Barney, o dinossauro púrpura da TV.

Segundo a teoria, Barney apareceu nas telas da TV americana há uns quinze anos atrás. A geração que era criança naquela época e assistia o Barney todo dia, hoje vota, e escolhe em sua esmagadora maioria o candidato Barack Obama.

Obama e Barney tem as mesmas características: eterno otimismo; visão de mundo infantil; slogans e musiquinhas panacas; crença de que se pode resolver tudo através do diálogo e da amizade. E o Obama é até meio púrpura.

"Yes we can!"

Lavagem cerebral obrigatória

Há uma interessante matéria na Folha sobre um casal que luta na justiça pelo direito de educar o próprio filho. Enquanto nos EUA e outros países o movimento de "homeschooling" cresce, no Brasil é proibido tirar os filhos da escola. Os pais podem até perder a guarda do filho se continuarem nesse rumo.

Pareceria que o Estado é que é o "dono" da criança. De fato, uma das educadoras citadas na matéria argumenta o seguinte:

“Do ponto de vista estritamente individual dá para compreender a atitude dos pais. Mas tem o ponto de vista maior, que é preservar uma política pública. Não dá para deixar que cada um resolva a escolaridade do seu filho à sua maneira.

Não-dá-para-deixar. Entenderam? Quem manda é o Estado.

Ora, o que se aprende hoje em dia na escola além de doutrinação? Pouca coisa. A qualidade de ensino no Brasil é péssima, e muito mais se aprende com a família, ainda que de forma indireta. Eu aprendi muito mais lendo em casa, pois venho de uma família na qual sempre se leu e estudou muito. Quem dependia só da escola se ferrou.

O sempre ótimo Pedro Sette Câmera fala aqui sobre sua experiência escolar:

Chega a ser comovente perceber como as pessoas esquecem a sua experiência escolar. No dia em que eu soube que nunca precisaria ter contato com a química orgânica, senti um alívio como jamais experimentei novamente. Esqueçamos os objetivos nominais da escola. A principal experiência que ela proporciona é a sensação de um nonsense institucional: você tem que aprender coisas pelas quais não tem o menor interesse, ouvir as respostas de perguntas que não fez nem faria, ditas por alguém que quase sempre também demonstra que preferia estar na praia, e o objetivo supremo disso é passar num exame para um curso universitário que você não sabe se quer fazer. Depois as pessoas ficam ressentidas, achando que essa parte da vida delas é uma mentira, e… elas têm toda razão. É um desperdício de tempo e dinheiro. (...)

O mais comum é que você preserve os seus interesses intelectuais apesar da escola, não por causa dela. No meu caso particular, sei que devo muito a algumas professoras de literatura, mas são exceções tão fortes que suas aulas constituem as únicas memórias vívidas que ainda guardo de situações de ensino. De resto, só tenho lembranças de momentos passados com meus amigos. E é por causa deles, dos nossos pares, que recordamos o passado com algum carinho.

Eu não tive uma experiência escolar particularmente ruim, mas se penso em tudo o que estudei e que hoje não me serve mais tampouco acho que esta tenha contribuído tanto assim. E acho que uma família deve ter o direito de educar os próprios filhos em casa se assim o desejar. Garanto que no fim das contas estarão muito mais aptos a enfrentar o Vestibular e a vida do que muitos garotos que freqüentam a escola pública atual.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Viva a paz, tralalalalá



Renomados lingüistas israelenses acabam de descobrir que a palavra "trégua", em árabe, na verdade significa "recarregar e atirar".

O da foto é um dos simpáticos foguetes "caseiros" (assim a mídia gosta de chamá-los) que aterrisou ontem em Israel, não obstante estar em vigor uma tal "trégua".

Ah é, não foi o Hamas - foi a Jihad Islâmica, ou a Irmandade de Alá, ou talvez os Amigos dos Califas, ou seria o Comando Verde? Não se sabe, todos usam os mesmos foguetes. E de qualquer modo o Hamas disse que lamentavelmente não pode ser polícia de ninguém.

Não sei você, mas eu não gostaria de receber um desses na cabeça.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A criminalização do discurso

Gays, boiolas, paneleiros, viados e frouxos que me desculpem, mas essa tal lei anti-homofobia é a maior furada.

Primeiro porque a lei já os protege. Segundo porque os gays, na verdade, não são discriminados, mas são uma das minorias mas privilegiadas do país, tem até parada própria que é freqüentada por milhões. Terceiro porque uma coisa é condenar uma pessoa e outra condenar um tipo de prática sexual; eu ou qualquer maluco religioso deveríamos ter o direito, se assim o desejássemos, de dizer que o homossexualismo ou outra prática sexual é uma aberração da Natureza.

Trata-se de, na verdade, de mais um esquema para criminalizar o discurso em nome da "proteção às minorias". Quem não for politicamente correto e não aceitar o pensamento esquerdista, leva pau.

Por leis parecidas, o colunista Mark Steyn está comendo o pão que o diabo amassou, perseguido pelo "Tribunal de Direitos Humanos" canadense por ter escrito um livro no qual argumenta que o terrorismo islâmico é... islâmico.

Esse mesmo Tribunal já condenou um livreiro cujo crime foi proibir um estudante de fumar maconha no seu estabelecimento, e uma editora cristã por ter se recusado a imprimir material de pedofilia...

Na França a Brigitte Bardot também foi multada com base a leis parecidas...

A tal "liberdade de expressão" está acabando, pelas mãos daqueles mesmos que, curiosamente, durante a ditadura tanto reclamavam da censura...

As leis do crime e as leis do país

É clichê dizer que no Rio de Janeiro existem dois estados, o estado normal e o estado paralelo do tráfico.

Na verdade, a coisa parece ser bem pior.

A separação chegou a tal ponto que os criminosos orientam-se por um completo sistema de leis diverso daquele que rege o resto do Brasil, e, aparentemente, para as autoridades está tudo bem.

Militares que aparentemente entregaram jovens traficantes para serem executados por uma gangue de traficantes rival estão sendo processados por homicídio. E quem matou? Ninguém sabe, ninguém viu, ninguém procura. Não respondem à lei brasileira, mas à lei do Estado Independente do Narcotráfico. E tudo bem.

Enquanto isso, em uma decisão bastante irônica, o PCC decidiu expulsar os integrantes homossexuais de sua quadrilha. Ou melhor: quem for homossexual será punido. Não se sabe a punição, mas provavelmente incluirá tortura, que é amplamente existente no Código Penal dos Criminosos. Nunca vi nenhuma organização de "direitos humanos" protestar. Mas talvez agora os grupos gays e GSLBT (é isso?) protestem pelo direito dos gays a ingressarem em instituições criminosas...

terça-feira, 24 de junho de 2008

Um bicho às terças


O camaleão é um bicho cool. É, na verdade, um tipo de lagarto. Pode variar muito de tamanho de acordo com a espécie, de 2.5 cm (Brookesia minima) a 80 cm no camaleão gigante do Madagascar (Furcifer oustaleti).

Sua característica mais famosa é a mudança de cor. De fato, eles possuem células cromatóforas por baixo da pele que mudam o modo em que a luz é refletida. No entanto, ao contrário do que se acredita normalmente, os camaleões não mudam de cor para se camuflar com o ambiente, mas principalmente para indicar modificações de estados físicos ou psicológicos. Um animal sob stress, por exemplo, mudará de cor. Um camaleão também pode mudar de cor para atrair uma fêmea. Acredita-se que seja uma forma de comunicação.

Outras características curiosas do camaleão são sua língua e seus olhos. A língua é em muitos casos mais extensa do que o próprio corpo do camaleão, e se move a uma velocidade maior do que o olho humano pode acompanhar, permitindo-lhe capturar insetos em frações de segundos.

Quanto aos olhos, têm a particularidade de girar e poder mover-se independentemente em direções opostas, dando-lhe completos 360 graus de ângulo de visão. Assim, o camaleão pode procurar a presa com um olho e com o outro verificar se não há predadores por perto (o cérebro processa as imagens separadamente). Ao localizá-la, mira os dois olhos na presa, gerando uma imagem estereoscópica com profundidade, e zap! - lança a sua língua em direção a ela.

O camaleão é encontrado principalmente nas florestas tropicais da África e do Madagascar, embora haja exemplares na Europa e Ásia e hoje esteja na moda até tê-lo como animal doméstico.

Tinha que ser mulher ao volante!

Ou será que não? Segundo recente pesquisa, as mulheres causam muito menos acidentes estradais do que os homens:

Un estudio del Centro de Experimentación y Seguridad Vial (Cesvi) reveló que los conductores hombres son más peligrosos y agresivos que las mujeres, al participar en más del 96 por ciento de los accidentes en rutas, lo que se debe a que ellas son más pacientes y cumplen más las normas de tránsito.

Sobre un relevamiento de unos cinco mil accidentes graves en rutas, se determinó que los hombres concentran el 96,8 por ciento, mientras que en el caso de autopistas la participación femenina sólo asciende al 15 por ciento.

La cifra, de todos modos, se ve influida por la mayor cantidad conductores masculinos que constituyen las tres cuartas partes del total de automovilistas, además de que los choferes profesionales son casi todos hombres y provocan un tercio de los choques.

No obstante, si se calcula la participación femenina en los accidentes de acuerdo a la cantidad de mujeres con licencia de conducir, la tendencia se mantiene: sólo están involucradas en el 28,4 por ciento de los choques, mientras los varones superan el 70 por ciento, lo que los especialistas atribuyen a que son más agresivos al volante.


A investigação baseou-se na Argentina, mas não há razão para supor que seus resultados não sejam universais. Os homens são mesmo mais imprudentes.

(Um país no qual as mulheres causam zero por cento de acidentes é a Arábia Saudita, onde as mulheres são proibidas de dirigir, afinal assim ordenava Maomé no Corão.)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Um post sobre Deus

Não sei se existe Deus. Ninguém sabe. Ninguém pode provar. Nem Dawkins nem Hitchens nem Bento XVI. Mas a idéia de Deus existe. Em praticamente todas as culturas. Deus existe, com certeza, como símbolo.

Por que é importante a idéia de Deus? Acredito que principalmente por nos daruma dimensão além da humana. Alguém acima de nós que decida o que é Bem e Mal. Pois se não temos Deus, quem é que decide? Dawkins?

O problema dos ateus e materialistas é que, não aceitando a idéia de nada que exista acima ou além da humanidade, decidem que é a própria humanidade que se deve julgar a si mesma. Mas como? Se nada existe acima ou além, quem é que decide o que é certo ou errado? Ora, certamente não qualquer um da humanidade, mas um grupo de pessoas esclarecidas, sábias, iluminadas. Isto é, eles mesmos.

Ou então caem no relativismo moral absoluto, no qual nada é superior a coisa nenhuma. É o caminho do também ateu Peter Singer, que iguala animais a bebês em uma simples questão numérica. Pela sua lógica utilitarista (o que conta é apenas o bem-estar do maior número) e radicalmente igualitária (animais não são diferentes dos humanos), se seis ratos de esgoto se aiimentam de um bebê humano vivo, está tudo bem, afinal é o bem-estar de SEIS ratos contra o de apenas UM bebê humano. Se o bebê tiver alguma doença genética, melhor ainda, afinal o sofrimento que teria durante a vida faria com que esta não valesse a pena ser vivida. Segundo quem? Ora, segundo Singer, o grande especialista em “bioética” e senhor da vida e da morte, of course.

Dawkins e Hitchens costumam comparar Deus a Papai Noel. Nada mais infantil do que acreditar em Papai Noel, certo?

Mas na verdade, como esclarece aqui o Pedro Sette Câmera em ótimo post, existe uma coisa mais infantil do que acreditar em Papai Noel. É ser aquela criança que acha que é a única que descobriu que Papai Noel realmente não existe, e se alegra em estragar o prazer das que ainda acreditam.

Mesmo eu, que sou agnóstico, vez por outra me peguei fazendo um pedido em alguma Igreja aqui ou lá, para que uma pessoa distante esteja bem. Não é racional, certamente. Não se trata de acreditar que um senhor de barbas brancas rodeado de anjos vá descer dos céus e velar por nós. Simplesmente trata-se de pensar (desejar?) que exista algo além de nós, que esta pobre e imperfeita humanidade não seja a única medida de todas as coisas.

Talvez crer em Deus seja mesmo tão idiota quanto crer em Papai Noel. Mas que há de errado em acreditar em Papai Noel? Frente à enormidade do universo, somos todos crianças.

Ou, como escreveu o poeta catarinense Rodrigo de Haro, filho do pintor Martinho de Haro (morei nessa rua uma vez), “Somos todos crianças que o tempo separa”.


Imagem do Hubble mostra galáxias e estrelas, algumas das quais existiram há 13 bilhões de anos atrás (estimada origem do Universo) e cuja luz só agora chega até nós.

União das Repúblicas Socialistas Européias


A Irlanda votou contra o tal "pacto de Lisboa", que nada mais é do que a rejeitada Constituição da União Européia em nova roupagem.

As elites da União Européia não gostaram. Já anunciam que vão realizar novas votações, até o povo "acertar", ou então implementar algum outro método menos democrático para fazer o troço passar. Dizem que "o voto de apenas 800 mil irlandeses não pode parar o desejo de 440 milhões de europeus".

Só um probleminha aí. Não há nenhum "desejo de 440 milhões de europeus." O povo europeu, quando consultado, em geral rejeitou a Constituição, ou foi no máximo ambígua e dividida em relação a esta. França e Holanda também votaram contra. Por isso as elites européias preferiram passar o pacto através de outros meios em vez de referendos.

A União Européia pode ser o que queiram, mas não é nem um pouco democrática, e seu controle cada vez maior sobre as antigas soberanias nacionais não reflete o desejo da maioria da população.

domingo, 22 de junho de 2008

A jihad no sul da Tailândia

O serviço de trem no sul da Tailândia foi suspenso, pois hoje um grupo de "supostos rebeldes" (suspected insurgents) matou três trabalhadores ferroviários e um policial em um dos trens.

A notícia não explica, mas os suspected insurgents são muçulmanos. No Sul da Tailândia há uma revolta de muçulmanos que já matou mais de três mil pessoas, a maioria civis e monges budistas. Pelo silêncio universal da mídia, não pareceria.

De fato, é vergonhoso o papel da mídia na cobertura de tais eventos. Falam sempre em misteriosos "suspeitos rebeldes". Ou "militantes". Ou "atiradores". Nunca explicam que são muçulmanos. Às vezes nem explicam direito do que se trata, contrariando todas as regras do jornalismo clássico (quem, como, quando, onde, porquê). Vejam esta outra notícia, da Reuters:
Bombs killed three men and wounded 21 people in three separate attacks in Thailand’s troubled Muslim far south, police said on Sunday.
"Bombas" mataram três pessoas e feriram 21. Bombas - por vontade própria, aparentemente, e sem que ninguém as acionasse. Ah, foi no "problemático sul muçulmano". Hum. Foram muçulmanos que morreram? Foram muçulmanos que mataram? O leitor deve apelar para as próprias capacidades de raciocínio e deduzir que, se a notícia fala em "bombas" e "muçulmanos", foram estes que colocaram as primeiras. Bombas e muçulmanos sempre andam juntos.

Muçulmanos rebeldes no extremo sul da Tailândia, única região de maioria muçulmana, se consideram sob "ocupação" (E quando não! Estou esperando os muçulmanos dos subúrbios parisienses começarem com a mesma lenga-lenga). Estão matando civis budistas. A mídia faz o possível para esconder o fato.

Houve um tempo em que o papel da mídia era informar.

sábado, 21 de junho de 2008

Poemas sem data fixa

The Sorrow of Love

    THE brawling of a sparrow in the eaves,
    The brilliant moon and all the milky sky,
    And all that famous harmony of leaves,
    Had blotted out man's image and his cry.

    A girl arose that had red mournful lips
    And seemed the greatness of the world in tears,
    Doomed like Odysseus and the labouring ships
    And proud as Priam murdered with his peers;

    Arose, and on the instant clamorous eaves,
    A climbing moon upon an empty sky,
    And all that lamentation of the leaves,
    Could but compose man's image and his cry.

William Butler Yeats

The Old Men Admiring Themselves in the Water

    I HEARD the old, old men say,
    "Everything alters,
    And one by one we drop away."
    They had hands like claws, and their knees
    Were twisted like the old thorn trees
    By the waters.
    I heard the old, old men say,
    "All that's beautiful drifts away
    Like the waters."

William Butler Yeats

sexta-feira, 20 de junho de 2008

And now for something completely different

Alguns observam que os últimos posts foram algo mal-humorados. Pode ser. É a idade. Não se preocupem, não devo terminar como o Cristaldo, mandando todo mundo à merda e chutando mendigos pela rua. Portanto, para alegrar o tom, deixo vocês com uma musiquinha alegre, que aliás me lembra também uma piada:

O velho Padre, durante anos, havia trabalhado fielmente com os pobres, mas agora estava morrendo no Hospital de Base de Brasília. De repente ele faz um sinal para a enfermeira, que se aproxima.
- Sim, Padre? diz a enfermeira.
- Eu queria ver o Presidente Lula e o José Dirceu antes de morrer, sussurrou o Padre.
- Acalme-se, verei o que posso fazer, respondeu a enfermeira.
De imediato, ela entra em contato com o Palácio do Planalto e com José Dirceu. Logo recebe um aviso: ambos gostariam muito de visitar ao Padre moribundo.
A caminho do Hospital, Dirceu disse a Lula:
- Eu não sei por que o velho padre quer nos ver, mas por certo isso vai ajudar a melhorar nossa imagem perante a Igreja, nós que sempre enfrentamos embaraços com ela.
Lula concordou. Era uma grande oportunidade para eles e até um comunicado oficial à imprensa, sobre a visita, foi expedido.
Quando chegaram ao quarto, o velho Padre, pegou a mão de Lula, com sua mão direita, e a mão de José Dirceu, com sua esquerda. Houve um grande silêncio e se viu um ar de pureza e serenidade no semblante do Padre.
José Dirceu, então, falou:
- Padre, por que fomos os escolhidos, dentre tantas pessoas, para estar ao seu lado no seu final?
O velho Padre, lentamente, falou:
- Sempre, em toda a minha vida, procurei ter como modelo o Nosso Senhor Jesus Cristo.
- Amém, disse Lula.
- Amém, disse Zé Dirceu.
O Padre continuou:
- Como Ele morreu entre dois ladrões, eu queria fazer o mesmo!!!

Mitologia da corrupção

Existe um mito de que o brasileiro não gosta de corrupção. Lamentavelmente, isso não é verdade. Os políticos são o mero reflexo da população. Lula é um brasileiro bastante típico. "Eu não sabia de nada", diz Lula, e o brasileiro sorri. Pois é justamente a resposta que o brasileiro costuma dar quando pego em algum engodo ou qualquer tipo de atitude condenável: fazer-se de trouxa. Não sei, nunca vi, não conheço, ah é, o senhor acha?

A economia para o empresário vai razoavelmente bem. Ou o sujeito é pobre mas ganha bolsa-esmola. Reclamar do quê? De mais a mais, o roubo de milhões do erário público é uma coisa abstrata, meros números incompreensíveis. Entendo porque o roubo de oito reais para comprar tapioca com os tais "cartões corporativos" causou mais repercussão do que o incrível e espantoso enriquecimento do Lulinha. Oito reais é uma quantia mais compreensível para o brasileiro pobre, gerando natural indignação: "Porra, nem oito reais você pode gastar do próprio bolso, animal? Se for roubar, ao menos roube alguns milhões!"

Argentina, Brasil e Itália são, cada um a seu modo, países bastante corruptos. São também países nos quais a população protesta mais vocalmente contra a corrupção. Mas é só fachada. Na Itália, todos adoram reclamar do Berlusconi, dizer que rouba, que legisla em causa própria. Não sei se é verdade (acho que exageram por ele não ser de esquerda), o que sei é que não há político que tenha sido mais votado na história do país. Na Argentina, é comum o argentino dizer, "o povo argentino não presta, são todos ladrões, picaretas". Esse mesmo argentino é o que paga "coima" ao policial para não receber multa, ou faz mutreta para ganhar algum. Reflete no seu dia-a-dia a própria característica que critica. No Brasil, a mesma coisa, embora de modo mais dissimulado. Há menos protesto na rua, menos teatralidade. Mas, do político ao policial ao traficante ao empresário às ONGs, todos convivem numa boa com a corrupção. Dinheiro público é considerado isso mesmo: é de todos, qualquer um pode pegar. Só reclamam quando o outro recebe e ele não.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Tráfico escravo das Arábias

Negros tratados como seres inferiores e chamados de "animais". Milhares vendidos como escravos. Outros milhares castrados brutalmente para impedir sua reprodução. Milhões de mortos na perseguição ao longo dos anos.

Estamos falando do tráfico escravo ocidental para as Américas, certo?

Errado. Estamos falando do tráfico e uso de escravos realizado pelos muçulmanos na África, que começou no século VII e terminou... Bem, não terminou ainda. No Sudão ainda há escravos negros. (Como o escravo foragido Simon Deng, entrevistado aqui.)

Por que o mundo esquece ou finge esquecer a escravidão realizada pelos árabes? Trecho da entrevista com Tidiane N'Diaye, antropólogo senegalês:

Very numerous are those who would like to see the Arab-Muslim slave trade forever veiled in oblivion, often in the name of a certain religious, or even ideological solidarity. It is in fact a virtual pact signed and sealed between the descendants of the victims and those of the executioners, that leads to this denial. Because in this sort of "Stockholm syndrome African-style," all of these fine people agree to place everything on the shoulders of the West. The selective silence surrounding the Arab-Muslim crimes against black peoples and this effort to minimize it, so as to better point the projectors solely at the transatlantic trade, is a cement being used to bring about a fusion of Arabs and Negro-African peoples - who have long been "fellow victims" of Western colonialism.



quarta-feira, 18 de junho de 2008

Indiana Jones e os Comunistas de Cristal

Vi no outro dia o último Indiana Jones. Não achei tão ruim quanto dizem, aliás até me diverti. É verdade que não está exatamente à altura dos outros, o roteiro não fecha, tocam música mexicana no Peru e Indiana diz ter aprendido quechua "com Pancho Villa", tem cenas inverossímeis ao ponto do absurdo, outras um pouco patéticas ou infantis, demasiado CGI e a eterna (e chata) fascinação de Spielberg com "ETs" também está meio deslocada. Mas basta ver o filme sem qualquer pretensão de seriedade, ou sem expectativas de que seja um novo "Caçadores da Arca Perdida", ou de recuperar a magia perdida da infância, e tudo irá bem.

Mas cito o filme por outra razão. O filme tem lugar nos anos 50 (a própria fotografia meio ao estilo Technicolor reflete isso). Estamos em plena Guerra Fria, os russos são os vilões, a corrida nuclear e espacial está no ar, e ocorrem algumas coisas interessantes.

Enquanto Spielberg, como bom Democrata, faz uma nem tão sutil crítica ao "macartismo" em algumas cenas, o paradoxal é que, bem, os agentes soviéticos infiltrados e os vilões comunistas da KGB realmente existem e são os vilões do filme. Ou seja, desde esse ponto de vista, a julgar pelo último "Indiana Jones", McCarthy estava certo: a América estava cheia de comunistas, até mesmo embaixo da cama, e todo cuidado era pouco.

Em uma das cenas cruciais do filme, a vilã (interpretada simpaticamente por Cate Blanchet com uma peruca cafona, e possível referência à Ninotchka de Lubitsch/Wilder) sonha com uma "arma telepática" com a qual se infiltrará na mente dos americanos e fará "com que pensem com nossas idéias, e nem mesmo saberão que estão pensando com nossas idéias, nem poderão imaginar que somos nós que estamos invadindo e controlando seus pensamentos".

De fato, o plano funcionou. Ao longo das décadas, os comunistas russos e seus simpatizantes locais impuseram as suas idéias ao grande público americano, não através da telepatia mas da mídia, das artes, da escola e da universidade. Os autores e propagandistas tiveram sucesso e hoje as idéias esquerdistas são praticamente aceitas como "a verdade inquestionável"; Obama, o candidato mais à esquerda da história das eleições americanas, tem muitos amigos marxistas que militavam nos anos 60, e grandes chances de ser eleito presidente; é moeda corrente entre grande parte da própria população americana e mundial que "os verdadeiros vilões do mundo são os EUA e o capitalismo".

O vídeo abaixo, de um ex-agente soviético real, explica um pouco como isso foi feito:



P.S. O Partido Comunista russo não gostou do filme, e ameaçou "bater" em Harrison Ford se ele puser os pés em Moscou. Curiosamente, foi o primeiro filme da série Indiana Jones a ser exibido nos cinemas na Rússia, os outros (pré-1989) tendo sido censurados pela URSS...

Maconha causa retardamento mental

Notícia da Holanda, país que está se especializando em leis idiotas:
Nos bares, restaurantes e cafés da Holanda, a partir de 1º. de julho, estará proibido acender cigarro de tabaco, pois, segundo alertou o primeiro-ministro Jan Peter Balkemende em entrevista à televisão pública, a nicotina da fumaça faz mal à saúde dos freqüentadores.

Nos 700 cafés holandeses autorizados a vender cigarros de maconha, para consumo no próprio local, os clientes poderão produzir fumacê canábico. Se quiserem fumar um cigarro de tabaco, terão que sair à rua.

A propósito, a maconha só pode ser fumada no interior do coffe-shop. Fora, é crime. Quanto ao cigarro de tabaco, fumar dentro do coffe-shop será proibido a partir de julho, mas na rua é livre a tragada.


Eu sabia que essa idéia contraditória de querer liberar a maconha ao mesmo tempo em que se criminaliza cada vez mais o tabaco, ia terminar em insanidade mental mesmo.

A maconha é tão cancerígena quanto o cigarro, ainda por cima fede mais. Não dá pra entender a lógica por trás dessa lei, a não ser que os políticos holandeses tenham fumado unzinho antes das deliberações.

Mas nada temam, afinal o holandês agora pode fumar seu cigarro de tabaco na rua e seu cigarrinho de maconha dentro do bar. Basta não se confundir e pegar o cigarro errado na hora.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Da série "Filmes que nunca vou ver"

Título: "A questão humana" (La question humaine, França, 2007)

Sinopse: "O filme do francês Nicolas Klotz mostra o mundo capitalista como um sistema perverso. As grandes corporações, com seus sinistros procedimentos de seleção de pessoal e seus métodos de controle psicológico, demonstram que o regime nazista continua vivo e mascarado dentro de um liberalismo sanguinário e desumano."

Duração: 143 minutos.

E o filme ainda por cima tem cenas de erotismo gay.

Um bicho às terças

O cão doméstico (Canis lupus familiaris) acompanha o homem há muito tempo. Descendente do lobo, foi quase certamente o primeiro animal a ser domesticado, há uns 15 mil anos atrás.

O cão é um dos animais que maior empatia tem com o ser humano. Recentes experiências comparando cães, lobos e macacos demonstraram que os primeiros conseguiam reconhecer e interpretar diversos gestos, olhares e palavras que escapavam completamente a seus primos selvagens, bem como aos supostamente mais inteligentes chimpanzés. Mesmo filhotes de cães e lobos criados paralelamente mostraram ampla divergência no aprenzidado, com grande superioridade dos nossos amigos cães, demonstrando que trata-se de uma característica genética.

Os cães tem tanta intimidade com os humanos que parecem mesmo precisar deles. Enquanto os gatos de rua de uma forma ou outra se arranjam, há algo de órfão em todo cão vira-lata. Nada mais triste do que um cão de rua que nos segue por quadras e quadras, esperando ser levado para casa.

Os cães, entretanto, são animais felizes. Os gatos tem sempre uma atitude blasé em relação à vida, quando não entediada mesmo. Já os cães são de fato felizes. Não precisam muito. Basta você pegar a coleira para levá-lo de passeio, e o cachorro saltará, latirá e uivará de felicidade. Ainda por cima, é uma felicidade que não se esgota: pegue a coleira amanhã e ele estará de novo tão feliz quanto ontem, como se fosse a primeira vez que o levam para passear, e como se passear na rua fosse a melhor coisa do mundo. Poucas pessoas demonstram a mesma felicidade de um cão, mesmo que tenham ganho a loteria.

Existem mais de 800 raças de cães reconhecidas. A grande maioria destas raças foi criada através de seleção artificial. Entre as raças mais antigas encontram-se o Husky siberiano e o Shar Pei chinês. Entre as raças mais populares hoje encontram-se o labrador e o poodle.

Dizem que cão que ladra não morde, mas não é exatamente verdade. Pode perguntar a qualquer carteiro.

Não é verdadeiro o mito de que os cães enxergam em preto e branco. No entanto, não podem reconhecer todas as cores, indiferenciando por exemplo entre o verde e o vermelho. Seu olfato, ao contrário, é poderoso. Podem identificar com precisão centenas de odores diversos. Há evidências de que através do odor os cães possam reconhecer pessoas com câncer, devido às diferenças no odor do hálito humano. Também sua audição é bem superior à humana, atingindo freqüências tanto abaixo quanto acima da capacidade do ouvido humano.

Os cães são animais famosos por sua fidelidade. Há muitas histórias a respeito. Cães que salvaram o dono. Cães que morreram de tristeza após a morte do dono. Cães que reencotraram o dono após muitos anos de separação.

Mark Twain escreveu: "Se você pega um cachorro faminto e o alimenta, ele não morderá sua mão. Essa é a principal diferença entre um homem e um cão."

As pessoas que viajam e abandonam os próprios cães na beira da estrada deveriam ser condenadas a trabalhos forçados, ou como mínimo a 200 chicotadas com chicotes com pontas de metal.

Labradores são bonitos.

Buldogues são feios, mas simpáticos.

Poodles são meio gays.

Um patriótico cão soldado no Iraque.

Cadela vira-lata de rua. Parecida com uma que tive, adotada da rua.

Mosaico de "Cuidado com o cão" em Pompéia, século I a.C.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O último a sair apague a luz

Leio que uma escritora franco-suiça publicou um livro chamado "No Kid", em defesa das mulheres sem filhos. Argumenta que filhos dão muito trabalho, não vão ter muito futuro mesmo, e que o negócio é se divertir enquanto é tempo. "Não tenham filhos" é seu grito de guerra. O livro virou um best-seller.

Enquanto os europeus nativos dançam no baile da ilha fiscal sem precisar se preocupar em contratar babá, os imigrantes têm filhos. Dois, três, cinco, doze.

Perguntei a uma européia de esquerda o que ela achava que ia acontecer quando os imigrantes finalmente fossem mais numerosos do que os nativos e tomassem conta da Europa. "Vai ser o caos", ela surpreendentemente respondeu. Mas não parecia preocupada. "Não vou estar aí mesmo para ver". Ela tampouco pretendia ter filhos.

Civilizações não morrem, cometem suicídio.

Uma típica família européia observa os tradicionais fogos de Ano Novo nos arredores de Paris.

O mundo ainda vai sentir saudades de Bush

Estes dias tive um sonho. I had a dream... Mas nada a ver com o sonho de paz do MLK: sonhei que o Bush finalmente invadia o Irã e fazia chover mísseis sobre os mulá nucleares. Acordei faceiro. Aí li o jornal e só tinha o mesmo blablablá de sempre, sanções, ONU, etc. Teremos um Irã com armas atômicas.

Estranho como possa parecer, o mundo ainda vai sentir saudades de George W. Bush. É o que argumenta este articulista do Times londrino, e não posso senão concordar.

A primeira e principal razão é que o mundo não vai ter mais um arqui-vilão sobre o qual descarregar seu ódio e suas culpas. Antes, era simples: qualquer coisa que acontecesse, do terrorismo ao aquecimento global, era culpa do Bush. Sunitas versus xiitas? Culpa do Bush. Prisão de ventre? Culpa do Bush.

Quando George W. deixar o poder nas mãos de Barack Hussein Obama, haverá júbilo. Logo depois, apreensão. Finalmente, pânico. "Quem vamos poder culpar agora?", se perguntarão os europeus. Afinal, os europeus são amplamente favoráveis a Obama, segundo inumeráveis pesquisas. Mas a tendência de Santo Obama vai ser, naturalmente, o isolacionismo dos EUA. Os europeus não vão poder esperar muita ajuda de Obama quando uma nova confusão se instaurar nos Balcãs, ou contra o terrorismo islâmico, ou contra um Irã atômico com mísseis que não poderão alcançar Nova York, mas sim Roma, Paris e Berlim.

Obama não poderá resolver o "aquecimento global" nem ajudar a Europa ou a América Latina; como todos os Democratas será mais protecionista, e provavelmente insistirá com políticas vistas com certa negatividade entre os europeus, como a inclusão da Turquia na União Européia. Rússia/Gazprom controlará a seu bel-prazer os friorentos europeus, sem muito que o Obama possa ou queira fazer.

Provavelmente ele continuará também a mesma política bushista de ignorar completamente a América Latina, deixando-a chafurdar na lama chavista e populista. A diferença é que fazer discursos e organizar passeatas contra o Obama vai ser mais difícil. O Chavez se verá em apuros sem um arqui-vilão imperialista para culpar pela crise que o país atravessa e que certamente vai piorar com a recessão mundial.

Daqui há quatro anos, o mundo sofrerá com a falta de petróleo e alimentos caros; a suposta paz no Oriente Médio com a retirada das tropas americanas se revelará uma ilusão, com massacres intra-árabes e uma nova guerra contra Israel dos fantoches iranianos; a política econômica de altos impostos de Obama piorará a recessão nacional e mundial e o pêndulo econômico estará voltado definitivamente para a Ásia. Aproveitando o neo-isolacionismo, o terrorismo islâmico ressurgirá com força total.

Multidões se aglomerarão nas praças pedindo a volta de George W. Bush. Mas será tarde demais.


Atualização: a última coluna do Spengler também é sobre Bush (e sobre sua relação com o Papa Bento XVI)

domingo, 15 de junho de 2008

Notícias tristes do Brasil-PT

Estou em Porto Alegre por uns poucos dias. Leio notícias deprimentes no jornal.

1. A praga do MST: mais destruidora do que o ácaro vermelho. Não contente em invadir plantações e indústrias, agora deu para invadir também universidades, e destruir pesquisas de mestrado e doutorado sobre agricultura. O lulismo a serviço do ludismo. Tudo pago com nosso dinheiro.

2. O boxeador cubano Erislandy Lara, que fora mandado de volta a Cuba pelo capitão-do-mato Tarso Genro, escapou de novo da ilha-prisão. Desta vez, no entanto, pensou melhor as suas opções e se mandou para a Alemanha, onde já está treinando e deve competir. Segundo Lara, os cubanos não vêem o futuro com otimismo, e "a total falta de liberdade torna a vida insuportável". Lara afirmou que quer visitar de novo o Brasil mas, se eu fosse ele, tomava cuidado. Aqui só acobertam terrorista.

3. Por último a notícia mais deprimente, pois toca diretamente o futuro da nação. Verificando que o desempenho escolar do Brasil é um dos piores do mundo, com 72% de analfabetos funcionais que não conseguem entender um texto simples, quanto mais escrever, e estando seus alunos nas últimas posições no aprendizado de matemática, o PT decidiu agir e tornou obrigatório o ensino de Filosofia e Sociologia nas escolas. Como argumenta Gustavo Ioschpe em um ótimo artigo, vão ensinar Hegel e Sócrates a quem não sabe ler. Só discordo com o Ioschpe em um ponto: não vão ensinar Hegel e Sócrates, vão ensinar Marx e Foucault. Em vez de fazer com que os jovens possam ter um lugar melhor na sociedade graças ao conhecimento, vão ensinar os alunos a serem petistas.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Poema do domingo na sexta

POEMINHA DO CONTRA

Todos esses que aí estão
atravancando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho!

Mario Quintana (1906-1994)


P.S. Problemas na Internet e no blogger atravancam meu caminho impedindo novos posts, espero que se resolvam logo. Até.

Olavo vs. Obama

Se o cargo de presidente do país mais poderoso do mundo fosse escolhido como se se tratasse de um outro emprego qualquer, isto é, com uma análise de curriculum vitae seguida de entrevista, o Barack Hussein Obama não teria uma chance in hell de ser o escolhido. Olavo de Carvalho fala sobre Obama:

Ele é o primeiro candidato presidencial que se apresenta com uma biografia nebulosa, contraditória e, a rigor, incompreensível, sendo menos uma pessoa historicamente identificável do que um amálgama de lendas e subterfúgios capaz de se amoldar às projeções mais desencontradas que a imaginação do eleitor possa lançar sobre ele. É, em toda a extensão do termo, uma figura construída, um fantoche.

Ele é o primeiro candidato presidencial americano que jamais teve um emprego produtivo. Só trabalhou como ativista. É um comedor de subsídios por natureza, e não espanta que seu programa de governo consista essencialmente de quatro coisas: aumentar impostos, elevar as despesas estatais até às alturas da catástrofe pura e simples, estrangular a indústria americana por meio de mais leis restritivas e bloquear sob lindos pretextos ecológicos a exploração de petróleo, tornando os EUA ainda mais dependentes da OPEC.

O círculo de proteção erigido em torno dele pela grande mídia é tão sólido que mesmo sucessivamente desmascarado pelas mentiras tolas que profere e pela revelação de suas ligações com toda sorte de terroristas e vigaristas, ele continua sendo tratado como alma pura e santa. Tal como Lula, ele foi adotado pela elite globalista e investido do dom da impecância eterna, imune à sujeira da sua vida real, que todo mundo conhece mas que é proibido levar em conta.


Pode ser. O curioso é que Obama é avaliado, não pelo seu currículo ou seu passado, mas pelo que diz. É como um candidato a um emprego que, não obstante não tenha dado nenhuma prova de talento ou capacidade para o cargo, consegue convencer o empregador na entrevista de que ele é a pessoa certa. Obama tem essa qualidade.
Ele é muito simpático, carismático, e ótimo orador. Na era do Big Brother (o programa de TV, não o ditador da distopia de Orwell), ele é definitivamente o favorito.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Open thread do Pax

Não acho que haja muito o que discutir, mas o Pax pediu... Então aqui vai. Volto logo.

Pax voltando pra casa depois de uma bebedeira em casa de amigos.

Superpotência Made in China

É mais ou menos já senso comum que a China vai ser a grande potência deste século. Alguns discordam, como o pensador francês Guy Sorman. De fato, ainda há muitos entraves no caminho chinês.

Mas minha dúvida é a seguinte: comprei uma caneta chinesa, durou dois dias e já está falhando. Comprei um MP3 player chinês, era ruim, durou um mês, estragou. O país vai virar superpotência com esse nível de qualidade de produtos? Aí fiquei me perguntando, será que os mísseis nucleares chineses também são produzidos da mesma forma precária, por crianças e mulheres trabalhando doze horas por dia?


P.S. Na verdade, descobri que há várias empresas ocidentais ensinando o "western style quality management" nas fábricas chinesas. A Apple, por exemplo, manda uma equipe de engenheiros para supervisar a produção de seus computadores que são montados lá. Outras empresas vão lá exclusivamente para ensinar técnicas de controle de qualidade e produção. (Aqui um interessante artigo, com vídeos incluídos, sobre tudo isso). Enquanto intelectuais ocidentais colocam a culpa de tudo e mais um pouco na própria "cultura branca ocidental greco romana judaico cristã", os espertos chineses estão aprendendo com o Ocidente.

No mais, a maioria das pessoas prefere comprar barato e ruim do que caro e bom. O que explica o sucesso dos produtos chineses.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

CPMF, CSS, PQP...

Ontem foi aprovada no Brasil a nova CPMF, agora chamada de "CSS", ou "Contribuição Social para a Saúde". Sei.

Se eu não soubesse que fazem parte da mesma organização política, juraria que tinha sido combinado: foi mais ao menos o mesmo tempo em que a Cristina Kirchner anunciou em Buenos Aires que os pesados novos impostos ao campo seriam utilizados para "construir novos hospitais e financiar programas sociais".

Há quem acredite.

Há quem acredite em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa também.

Arte moderna é infantil e criminosa

Uma das expressões mais correntes quando se vê alguma obra de arte contemporânea é, "uma criança de seis anos poderia fazer isso".

Bem, é isso mesmo. A arte moderna (ou pós-moderna) é infantil.

Antigamente, os artistas eram pessoas com "talento", e o objetivo era criar coisas "belas", ou ao menos "reveladoras". Hoje essas palavras perderam o significado, e o objetivo do artista atual (que por sinal pode ser qualquer imbecil sem formação ou talento) é criar escândalo, nojo ou rejeição. De preferência com algum tema social ou político por trás da obra.

Virou corrente de email o tal "artista" guatemalteco que colocou um cachorro vira-lata faminto amarrado na galeria de arte como protesto contra "a fome no mundo". Continuando com a arte canina e mórbida, um "artista" do Recife costurou no próprio rosto restos de um cachorro morto. Um artista inglês fez pinturas da Virgem Maria com cocô. O imbecil do Damien Hirst ficou famoso expondo animais mortos e retalhados. A idiota da Tracy Emin também ganhou fama pendurando imagens pornográficas nas paredes e expondo sua própria cama.

Quem é que fica fascinado com cocô, escatologia, palavrão, obscenidades, sangue, sexo?

Exato. Crianças de seis anos. A arte moderna é infantil, quando não criminosa.

E, embora haja trouxas que pagam milhões, muitos de seus quadros ou instalações não valem o cocô com que foram pintados.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Poema censurado

Uma criança israelense de 10 anos escreveu um breve poema, que foi selecionado entre outros para publicação em uma competição de poesia. Pessoalmente gostei bastante do poema, e só não o publico no "Poema aos domingos" porque o publico aqui:

Ahmed's bunker has surprises galore:
Grenades, rifles are hung on the wall.
Ahmed is planning another bomb!
What a bunker Ahmed has,
who causes daily harm.
Ahmed knows how to make a bomb.
Ahmed is Ahmed, that's who he is,
so don't forget to be careful of him.
We get blasted while they have a blast!
Ahmed and his friends could be wealthy and sunny,
if only they wouldn't buy rockets with all their money.

Após protestos, o poema terminou sendo retirado da coletânea pela prefeitura que organizou o concurso, pois este foi considerado "racista".

Lembrou aquela fábula da "Roupa Nova do Rei", na qual também é uma criança a única que consegue dizer que o rei está nu.

Lula lá, Cristina aqui

Cristina Kirchner apelou e afirmou que o aumento brutal das "retenciones" (leiam-se impostos) para o campo que causaram tantos protestos dos produtores rurais, serviriam para financiar "programas sociais" (leia-se bolsa-esmola).

Ela disse ainda que, para que haja "redistribuição de riquezas" (leia-se, o governo tira de quem trabalha para dar a si mesmo), o campo tem que pagar, "pois trata-se de um setor com rendas extraordinárias que se nega a dividir com os que não têm."

Em notícias relacionadas, em sua visita a Roma há poucos dias, o Corriere della Sera informa que Cristina gastou 100 mil euros em jóias na famosa joalheria Bulgari, e mais 6000 euros em lençóis de algodão egípcio na casa Pratesi.

O governo, naturalmente, nega.



Um bicho às terças

O bicho de hoje é o escaravelho sagrado egípcio, também chamado de "rola-bosta" (Scarabaeus sacer).

De fato, este pequeno inseto é conhecido por empurrar rolando uma bola de bosta que pode chegar a ser várias vezes o seu tamanho. Deposita ali seus ovos; as larvas, ao nascer, alimentam-se do excremento decompondo-o. Tais insetos ajudam, desse modo, a reciclar as fezes animais, especialmente bovinas. Sua atividade faz economizar literalmente milhões de dólares aos criadores de gado.

Talvez por isso os antigos egípcios o consideravam um animal sagrado: acreditavam ainda que era um escaravelho gigante quem rolava o sol todas as manhãs até fazê-lo chegar do outro lado do firmamento.

Recomendo vivamente que assistam o vídeo abaixo. É realmente impressionante, especialmente a parte em que a bola fica presa em uma pequena raiz ou galho no chão. Não sei como as imagens foram obtidas de modo tão próximo e detalhado, mas o fato é que está muito bem filmado. Faz nosso amigo escaravelho parecer Sísifo, o personagem da mitologia grega que eternamente rolava uma pedra ladeira acima. (E de fato há uma espécie de besouro que se chama justamente Sisyphus schaefferi).


Blog recebe os primeiros insultos

Depois de alguns meses de ansiosa espera, finalmente aconteceu. Finalmente fui chamado de "fascista" e até mesmo de "fuckhead" no blog. Naturalmente, por um esquerdista raivoso.

Curiosamente, o sujeito escreveu em inglês, embora seu blog, Notas Avulsas, seja escrito em português. Nosso amigo mal-humorado parece brasileiro mas mora, quem diria, em Washington.
Por que não em Havana ou em Caracas, não sabemos nem jamais saberemos, e francamente tampouco nos importa.

O que nos importa é: por que a esquerda é tão raivosa?

De fato, embora falem aqui e acolá de "direita raivosa", em geral quem mais prodiga insultos e palavrões é o lado mais à esquerda do espectro. Faça um teste. Visite blogs conservadores (ou neo-conservadores) americanos como Little Green Footballs, Belmont Club, Neo-neocon. Mesmo entre os comentários, raramente encontrará insultos ou palavrões (talvez apenas no Little Green Footballs, blog visitado por muita gente de todos os matizes). Então visite Daily Kos ou o Huffington Post. Constatará que o nível desceu vários degraus.

Também no Brasil verifica-se o mesmo fenômeno. Em geral o pessoal que mais insulta e agride é o pessoal à esquerda. Os motivos, não sei. São pessoas frustradas? Ou é a "injustiça social" que as levou a tal degradação?

Confesso que um dos motivos que progressivamente me fizeram passar mais à direita foram os blogs americanos. É realmente impressionante a diferença do discurso entre a esquerda e a direita lá. O texto dos melhores blogs de direita é, de fato, muito melhor do que o daqueles de esquerda. Enquanto o Richard Fernandez, do Belmont Club (que na verdade é filipino e mora na Austrália, embora tenha estudado em Harvard), tem uma cultura impressionante, vários blogueiros de esquerda mal sabem soletrar. O máximo de ironia que conseguem é chamar o Bush de chimpanzé.

Não que não haja textos bons na esquerda, como na ótima revista Slate. Tampouco devo ser totalmente injusto com o pessoal de esquerda. E, mesmo, há blogs que não podem ser classificados nem como "esquerda" ou "direita" (aliás há muitos que consideram tais termos em desuso, e já falamos sobre isso várias vezes). Mas falo de uma impressão geral. O que vocês acham?

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Um balanço do blog

O blog até agora teve um número indefinido de visitantes, possivelmente de algumas centenas. Não sei ao certo pois apenas instalei um contador, e tirei (ao menos por ora) o identificador de visitantes tão odiado pela Confetti.

Os visitantes na sua maioria vêm do Brasil, mas alguns de Portugal e da Argentina, possivelmente devido a certos links colocados.

Muitos, naturalmente, chegam através do Weblog do PD, ou outros raros blogs em que comento, e outros simplesmente através do Google.

O post mais comentado (23 comentários) foi "Será o Obama o Anti-Cristo?", seguido de um dos bichos às terças (o do bizarro batfish) com 21 comentários. Provando que os temas estranhos são os que mais atraem.

Entre os posts menos comentados, com zero comentários, estiveram o da despedida da Hillary e os posts sobre a Bolívia. Provando que ninguém mais quer saber da pobre Hillary e ninguém está interessado no que acontece na Bolívia.

Alguns visitantes freqüentes sumiram misteriosamente, outros novos apareceram, outros reapareceram.

A média é de 4.36 comentários, com alguns posts de maior sucesso que chegam a 13 ou 14. Alguns, como o já mencionado da Hillary, ficam sozinhos sem comentário algum.

Acho interessante o fenômeno dos blogs. Leio-os bastante, e considero que sejam um fenômeno jornalístico digno de atenção.

Uma coisa curiosa dos blogs é o modo em que formam comunidades de comentaristas. Não ocorre apenas no blog do PD, do Fiúza, ou mesmo da micro-comunidade de comentaristas daqui. Todo bom blog tem personagens, e em alguns blogs - como por exemplo o do australiano Tim Blair, e outros linkados ali ao lado na blogroll (por sinal atualizada) - os comentários são melhores do que o post original, que é um mero pretexto para comentaristas profissionais demonstrarem toda sua verve e ironia.

Outra coisa interessante dos blogs é que acabam com o monopólio da grande mídia com respeito à informação. No Brasil o fenômeno ainda está crescendo, mas nos EUA não foram poucos os casos em que blogs corrigiram a grande mídia ou chamaram a atenção para eventos que teriam passado despercebidos.

Esta semana provavelmente não poderei postar muito, por motivos de trabalho mas também por outros projetos que devo realizar e exigem certo tempo e concentração, de modo que voluntariamente procurarei me afastar das blogagens explícitas.

Porém, conseguirei ficar uma semana sem postar nada? Sem reclamar dos comunistas, dos islamistas, dos petistas, dos ecologistas, dos obamistas e de todos esses malditos istas que infernizam a minha vida e querem destruir a civilização e meu bom humor?

Veremos.

Hoje em dia os blogs são também considerados um vício muito grave, segundo alguns pais pior do que a maconha.

domingo, 8 de junho de 2008

Poema do domingo

Frente al mar

Oh mar, enorme mar, corazón fiero
De ritmo desigual, corazón malo,
Yo soy más blanda que ese pobre palo
Que se pudre en tus ondas prisionero.

Oh mar, dame tu cólera tremenda,
Yo me pasé la vida perdonando,
Porque entendía, mar, yo me fui dando:
"Piedad, piedad para el que más ofenda".

Vulgaridad, vulgaridad me acosa.
Ah, me han comprado la ciudad y el hombre.
Hazme tener tu cólera sin nombre:
Ya me fatiga esta misión de rosa.

¿Ves al vulgar? Ese vulgar me apena,
Me falta el aire y donde falta quedo,
Quisiera no entender, pero no puedo:
Es la vulgaridad que me envenena.

Me empobrecí porque entender abruma,
Me empobrecí porque entender sofoca,
¡Bendecida la fuerza de la roca!
Yo tengo el corazón como la espuma.

Mar, yo soñaba ser como tú eres,
Allá en las tardes que la vida mía
Bajo las horas cálidas se abría...
Ah, yo soñaba ser como tú eres.

Mírame aquí, pequeña, miserable,
Todo dolor me vence, todo sueño;
Mar, dame, dame el inefable empeño
De tornarme soberbia, inalcanzable.

Dame tu sal, tu yodo, tu fiereza,
¡Aire de mar!... ¡Oh tempestad, oh enojo!
Desdichada de mí, soy un abrojo,
Y muero, mar, sucumbo en mi pobreza.

Y el alma mía es como el mar, es eso,
Ah, la ciudad la pudre y equivoca
Pequeña vida que dolor provoca,
¡Que pueda libertarme de su peso!

Vuele mi empeño, mi esperanza vuele...
La vida mía debió ser horrible,
Debió ser una arteria incontenible
Y apenas es cicatriz que siempre duele.


Alfonsina Storni (1892-1938), que morreu suicida atirando-se às ondas em Mar del Plata. O mar foi tema de muitos de seus poemas. Abaixo, uma canção da Mercedes Sosa em homenagem a ela.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A incrível esquerda americana

Os esquerdistas americanos são bichos estranhos. Pululam principalmente no Daily Kos, mas também são encontrados em outros blogs.

Eles apóiam a obtenção de armas nucleares pelo Irã e a destruição do “ilegítimo estado de Israel”, único aliado confiável dos EUA na região. Apóiam a Venezuela chavista contra os EUA. Apóiam os críticos europeus contra os EUA. Acham que os EUA são um país racista, imperialista, capitalista e nojento. Mas não se mudam de lá.Mesmo os que ameaçaram se mudar após a reeleição de Bush, ficaram.

Eles querem a diminuição do poderio americano e de sua força bélica. Muitos desejam abertamente a morte de soldados americanos no Iraque. Alguns até sonham com os EUA sendo invadidos, “para aprender a lição”.

Pessoas psicologicamente normais querem, naturalmente, o melhor para si, sua família, e seu país. Porque americanos que moram na América desejariam o enfraquecimento do próprio país e o fortalecimento de seus inimigos é um grande mistério.

Acredito que Freud (em “A civilização e seus descontentes”) explica.


Quem brinca com fogo, acaba se queimando.

Chacais e árabes

Este talvez seja o post mais complexo, denso, polêmico e terrível que jamais escrevi. Envolve tantos assuntos díspares que depois dele provavelmente terei que ficar algumas semanas, meses ou anos sem postar, para que todos possam ler e compreender a sua magnitude.

Ok, exagero. Três pessoas vão ler e duas vão comentar. Mesmo assim. É longo. É chato. Eu avisei.

O título faz referência a um conto de Kafka, embora nada a tenha a ver com este.

Ou talvez sim.

É uma situação "kafkiana" a que se vive hoje na Europa, nos EUA e no mundo.

Além disso, Kafka era sionista e teve a intenção de emigrar para a Palestina (morreu antes). As irmãs de Kafka morreram todas em campos de concentração.

Kafka (poucos sabem) também inventou o capacete de segurança para os operários da construção civil (ou, se não o inventou propriamente, foi o primeiro a aconselhar seu uso massivo, salvando milhares de vidas).

Mas divago. O que eu queria era falar dos árabes. E dos chacais. Como Carlos, o Chacal.

Carlos, o Chacal, famoso terrorista marxista dos anos 70, converteu-se ao Islã. Não é de hoje: faz já algum tempo. Ele até escreveu na cadeia (está preso desde 1994) um livro chamado "Islã Revolucionário". Afirmando que o marxismo e o islamismo estão ligados. Que hoje o Islã é o caminho para a Revolução.

George Galloway, ouro esquerdista radical britânico, que não chega a ser terrorista mas os apóia e recebeu dinheiro de Saddam Hussein, também converteu-se ao islamismo.

São apenas alguns nomes. O fato de que vários radicais de esquerda, ateus (?), tenham se convertido ao islamismo, mostra que os islamistas e os ex-comunistas estão juntos na jogada.

Mas há mais, há mais. Fossem só os radicais, tudo bem. Também os moderados.

Mark Steyn está sendo processado no Canadá por criticar o Islã. Brigitte Bardot foi obrigada a pagar uma multa de 15 mil euros por falar mal do Islã.

Ninguém processa os imams radicais que, na Europa e no Canadá, falam todo dia contra cristãos e judeus.

Quem processa Steyn e Brigitte? Esquerdistas.

De novo, a mesma coisa. Consciente ou inconscientemente, não sei, a esquerda faz o jogo do Islã. A esquerda "secularista" e "ateísta", consciente ou inconscientemente, ajuda os fanáticos do Islã.

Não sei até que ponto é intencional ou não. Parte é o clássico vitimismo de esquerda, que defende os "oprimidos" e odeia os "poderosos" EUA e Israel, que se tornaram os inimigos comuns do mundo árabe-islâmico e dos esquerdistas. Parte é o ódio à "civilização branca ocidental judaico cristã protestante patriarcal de direita". E parte é que o islamismo e o marxismo são utopias globalizantes, que planejam obter o poder em toda e qualquer sociedade na qual se façam presentes. O revolucionário Che Guevara não é parecido com o revolucionário palestino atual? De fato, não eram e não são tanto um como outros guerrilheiros e assassinos? Mudou o objeto da romantização, mas esta continua.

Na verdade, os russos foram em grande parte responsáveis pelo mito da guerrilha palestina. Arafat foi cria da KGB. Mas hoje o fenômeno virou outra coisa.

É curioso como a imagem dos árabes e muçulmanos mudou. Antes as imagens que tínhamos era de romantismo, exotismo. Dançarinas de véu, nobres guerreiros, caravanas no deserto, camelos, sheiks. Hoje as dançarinas de véu viraram mulheres de burca, os nobres guerreiros são os homens-bomba, as caravanas no deserto são os campos de refugiados palestinos e o sheik é o Bin Laden. Bom, na verdade, não mudou muito. Só ficou mais próximo de nós, perdendo seu exotismo inocente.

De qualquer modo, a Europa está numa encruzilhada. De um lado, o perigo do islamismo radical. Do outro, a morte progressiva da população nativa. Do outro ainda, o crescimento da Ásia e a perda cada vez maior de sua influência e prestígio.

Os EUA estão em crise também. Os candidados Obama e McCain, que são problemáticos para ambos os partidos Democrata e Republicano, exemplificam isso. O país não sabe para onde vai ou quer ir.

O Islã também está em crise. Muitos séculos após o fim de sua "Era Dourada", os países islâmicos faliram miseravelmente. Sociedades atrasadas, culpam no entanto o minúsculo país de Israel por todos os seus males. Ou então os EUA. Ou, tudo falhando, o Diabo. Buscam a solução em mais Islã, ou em um Islã cada vez mais radical e onipresente. Mas a teocracia, conforme aplicada no Irã, revelou-se triste e cinzenta. A maioria dos iranianos não gostam dos mulás. A economia do país vai mal.

Todas as utopias funcionam até que viram realidade.

O perigo maior, hoje, é que tudo isto termine em bombas nucleares explodindo aqui e ali. O Irã as quer. Os esquerdistas acham que ele as deveria ter, muito embora passaria a ameaçar diretamente, além de Israel, os países árabes sunitas e mesmo a Europa (o Irã já tem mísseis de longo alcance). Para não destruir o mundo, eles poderiam pedir um milhão de dólares. Bom, um bilhão. Ou que todo mundo use burca.

Não sabemos o que vai acontecer. E esse é o medo maior. Termino como comecei, com Kafka:

Nós, com nossos olhos cheios de terra, nos encontramos na situação de um grupo de viajantes de trem que sofreram um acidente em um túnel, precisamente em um ponto no qual já não se vê a luz da entrada, e quanto à saída, parece tão minúscula que a vista deve buscá-la continuamente, sem saber ao certo se se trata da entrada ou da saída do túnel. Enquanto isso, ao nosso redor, na desordem de nossos sentidos ou na sua hipersensibilidade, vemos uma multidão de monstros e uma espécie de jogo caleidoscópico fascinante ou fatigante, segundo o humor ou as feridas de cada um. "O que devo fazer?" ou "Por que devo fazê-lo?" não são perguntas que se meditem ali dentro.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Imparcial?

Um ataque de terroristas palestinos matou um pai de três filhos em um kibbutz e feriu outras três pessoas. A BBC dá a notícia assim:

A young Palestinian girl has been killed by an Israeli shell in the southern Gaza Strip, medics said.

The Israel army confirmed it carried out an air strike in the area, saying it targeted a group of militants.

Security forces in the Hamas-run territory say the bomb missed its target and landed near a house.

The attack, which also injured two women, came after Palestinian militants shelled an Israeli kibbutz, killing a civilian and wounding four others.

Será que Obama é o anti-cristo? (2)

Faz um tempo escrevi um post sugerindo que o Obama era o Anti-Cristo. Era brincadeira, é claro, o que não impediu que vários malucos de todo tipo comentassem no post, uns acreditando, outros negando, tornando-o um dos mais discutidos da breve história deste weblog.

Pois bem, como vejo agora que as FARC, Galloway, o Hamas, o Fidel, o Farrakhan, e todos os maiores inimigos da Civilização Ocidental © ™ declararam seu apoio ao Obamessias, e que ele está à frente de todas as pesquisas, e que nenhum escândalo parece afetá-lo, e vendo a adoração dele pela mídia, só posso concluir que ele é, realmente, o filho do Diabo.

Ele parece simpático e bem-apessoado, não restam dúvidas. Mas como canta Bob Dylan:

He got a sweet gift of gab, he got a harmonious tongue,
He knows every song of love that ever has been sung.
Good intentions can be evil,
Both hands can be full of grease.
You know that sometimes Satan comes as a man of peace.

Well, he catch you when you're hoping for a glimpse of the sun,
Catch you when your troubles feel like they weigh a ton.
He could be standing next to you,
The person that you'd notice least.
I hear that sometimes Satan comes as a man of peace.

He's a great humanitarian, he's a great philanthropist,
He knows just where to touch you, honey, and how you like to be kissed.
He'll put both his arms around you,
You can feel the tender touch of the beast.
You know that sometimes Satan comes as a man of peace.

(Dica do Chesterton)

Hillary é Fatah, Obama é Hamas

Ann Coulter, polêmica diva do conservadorismo televisivo (famosa por ter dito após 9/11 que os EUA deviam invadir os países muçulmanos, matar seus líderes e converter todo mundo ao cristianismo – conselho que não foi seguiido, já que há poucos líderes com a macheza de Ann), está triste pela derrota de Hillary Clinton. Ela havia polemicamente declarado seu voto a Hillary, já que o McCain era demasiado de esquerda para seu gosto.

Na sua última coluna, ela observa que, enquanto os Democratas encheram o saco de todos por causa da vitória de Al Gore no voto popular (mas sua derrota de acordo com as regras), hoje ficam em silêncio quando Hillary vence no voto popular (embora perdendo de acordo com as regras).

Thomas Sowell declara que vai votar no John McCain, embora tampouco goste demais dele.

O Partido Democrata guinou definitivamente para a esquerda. Se Hillary é Fatah, Obama é Hamas. E o Hamas ganhou. É o triste fim dos Clinton, escorraçados e destruídos, não pelos Republicanos, mas por seus próprios Democratas e pela mídia liberal, ou seja, pelos próprios amigos, por todos aqueles que até faz pouco os aclamavam como líderes geniais. Estranho, não?

E, definitivamente, triste. Bye-bye, Hillary. Bye-bye. Bye-bye.


quarta-feira, 4 de junho de 2008

Socialismo do século XXI

Quando o Bush meramente sugeriu que a CIA poderia grampear o telefone de terroristas islâmicos, foi aquele horror. O mundo inteiro gritando contra o "abuso de poder" e "invasão de privacidade".

Pois o Hugo Chávez acaba de impor uma lei que não só acaba com a privacidade de todos os venezolanos como os obriga a se espiarem entre si, como nos velhos tempos da Stasi. Os cidadãos que se negarem a ser informantes da polícia secreta chavista podem pegar até quatro anos de cadeia.

Nem um único pio desses amantes da "liberdade".

Que o Chávez e todos aqueles que o defendem vão tomar no rabo. É, isso inclui você também, Naomi Campbell, sua vaca.

"Eu sou normaaaaal!"

Não sei se vocês lembram, quando o Jô fazia programas cômicos populares, antes de virar um poseur pseudo-intelectual, tinha um personagem (que não era no entanto interpretado pelo gordo) que fazia as maiores maluquices e ao final gritava, "Eu sou normaaaaaaal!"

Lembrei disso ao ler duas notícias vindas do Paquistão.

A primeira é que o recente atentado na embaixada dinamarquesa foi, segundo os oficiais do próprio país, obra do Talibã, mas isso não influirá nas negociações que o governo está realizando com os terroristas. Ninguém vai ir preso, ninguém vai ser processado, ninguém vai ser repreendido. Afinal, embora tenha matado civis paquistaneses, tratava-se de um justo atentado contra infiéis que ousaram desenhar caricaturas de Maomé. Ou, nas palavras de um oficial, "parte da reação global contra a publicação de imagens blasfemas do nosso Profeta".

A outra notícia é tão folclórica que é preciso se controlar para não rir ou chorar.

Resulta que um cachorro, de um pessoal da tribo dos tais "Chakranis", costumava passear perto demais do poço de propriedade da tribo de uns certos "Qalandaris". Naturalmente, foi morto com um tiro. Como vingança, os "Chakranis" mataram um jumento da tribo dos "Qalandaris".

O caso foi levado a um conselho tribal, que com sabedoria não exatamente salomônica, decidiu que os Chakranis, que nem foram os que começaram o bafafá, deveriam entregar 15 noivas crianças, de idades entre os 3 e os 10 anos, para que casassem com os Qalandaris, de modo a solucionar amigavelmente o caso.

E nós, como vivemos em uma época politicamente correta - e trata-se afinal de um povo oprimido, de uma cultura diversa à qual não somos de modo algum superiores e a qual não podemos julgar - bem, nós temos que aceitar que isso faz parte da normalidade.

"Eles são normaaaaaais!"

Para que não digam que só falo mal do Paquistão, aqui vai a imagem de uma bela paquistanesa. Que mora nos EUA, ganhou um concurso de beleza na China, e naturalmente foi criticada pelo governo paquistanês por andar "pelada" por aí.

Aqui outra interessante paquistanesa mostrando toda a sua jihad. Também mora no exterior, naturalmente.

O candidato é a mensagem

O que é assustador em Obama não é tanto o que ele diz como as pessoas o seguem e interpretam a seu modo – e de modos radicalmente diferentes – o que diz.

Como uma multidão o segue babando e acredita em palavras contraditórias, que mudam radicalmente de acordo com a platéia. Diz uma coisa a milionários brancos, outra a negros da periferia, outra a judeus e outra a muçulmanos.

O que é chocante é, como diz Thomas Sowell, o brilhante articulista negro, que suas palavras não sejam comparadas com suas ações. Ignore o que ele diz: pense no que ele fez. Examine seus votos como Senador, seus vinte anos seguindo uma Igreja racista, seus amigos, seus contatos. O curioso fato de que membros das FARC, do Hamas, dos mulás iranianos torçam por sua vitória. Por que os inimigos declarados do país deveriam ficar satisfeitos com sua eleição? Não seria isso um mau sinal?

Mas Obama, se for eleito, será não pelo que é, mas pelo que representa.

Os negros apóiam Obama por causa – e não apesar – do discurso de seus pastores racistas. O que eles querem é um negro que os vingue dos brancos.

Os brancos liberais querem um negro que os faça sentir menos racistas, e “unifique” o país (embora não tenha unificado nem seu partido).

Os "pacifistas" apóiam Obama porque acreditam em suas promessas de sair do Iraque (logo no momento em que o país se pacifica e a violência é menor em anos).

Obama é um símbolo. Um candidato-mascote. Um Candidato-Zelig, que muda de acordo com o freguês. Que será eleito para expiar os pecados de seus eleitores. Mais ou menos como um certo presidente operário de um longínquo país tropical.

Thomas Sowell


Barack Obama

terça-feira, 3 de junho de 2008

Nota inútil

Freqüentar e publicar blogs é um vício.

Mas consome tempo. E às vezes desanima.

Às vezes perde-se tempo demais discutindo com idiotas. Ou com pessoas que não conseguem entender as coisas mais simples.

Uns acham que sou fanático de direita. Na verdade, não sou não.

Minha defesa dos EUA e de Israel, e contra fanáticos muçulmanos, Irã, palestinos, Chávez e FARC pouco tem a ver com ideologia.

É, na verdade, bem mais simples do que parece. De um lado, vejo terroristas fanáticos gritando "Morte ao Grande Satã", se explodindo em praça pública por causa de cartuns, jogando mísseis, vivendo em sociedades primitivas e misóginas. Ou então guerrilheiros seqüestrando civis e usando adolescentes como escravas sexuais. Ou populistas acabando com as instituições e roubando em nome da "justiça social".

Do outro lado vejo sociedades que funcionam ou tentam funcionar razoavelmente bem, produzem tecnologia de ponta, arte, ciência e não enchem o saco de todo o mundo querendo convertê-lo a tal ou tal religião ou forma de autoritarismo político, têm liberdade de expressão e seus habitantes raramente se explodem por ai.

A Europa finge fazer de meio-de-campo mas, na verdade, está também do mesmo lado. Notem as recentes eleições na Itália e na Inglaterra. França investindo no Iraque. Et cétera.

(E aos que argumentam que não existem só dois lados, que tudo é mais complexo, que nenhum país ou grupo é completamente bom ou mau e tal, que não existe conflito de civilizações, respondo: concordo. Mas o que vocês sugerem fazer a respeito do, digamos, terrorismo islâmico e das armas atômicas pro Irã?)

O mesmo critério se aplica aos apoiadores de um e outro lado.

Vejam aqui alguns ensaios de fotos do site cult Zombietime. Aqui fotos de um evento a favor de Israel em San Francisco, ao lado do qual manifestantes realizam um contra-protesto sugerindo que Israel deveria ser destruído ou substituído pela "Palestina".

Ou aqui, em Berkeley, um protesto enfrentando ativistas anti-americanos contra ativistas pró-EUA.

Olhem as fotos e digam, qual dos dois grupos parece gente mais normal e de bem com a vida?