sábado, 31 de maio de 2008

Admirável mundo novo


Não sou cientista e portanto a minha opinião é de um leigo. Mas devo dizer que me deixam algo espantado todos os milagres (não-comprovados) que são atribuídos às tais células-tronco. Um pouco mais e parece que poderiam fazer com que os mortos se levantassem e andassem. Ou como diz o Cláudio:
A única coisa que me deixa bolado nisso tudo é o fato de boa parte da galera "a favor" soar como aqueles pastores de Igrejas evangélicas que prometem fazer cego enxergar, surdo ouvir e aleijado andar.
A outra coisa, que leio no mesmo blog, é que, enquanto os fetos e embriões não são considerados "humanos" ou mesmo "seres vivos", já há quem queira considerar os macacos como pessoas.

E continuando com as novidades biotecnológicas, na Inglaterra decidiram que os pais homens não são mais necessários. Um casal de lésbicas ou mesmo uma mãe solteira pode fazer fecundação in vitro a partir de um banco de esperma sem que haja legalmente qualquer pai.

Se isso é bom ou não para a criança, evidentemente, não é levado em consideração. Como no aborto, o que importa é o direito das "mães solteiras" e das "lésbicas" a "não serem discriminadas", a criança é apenas a manifestação material de sua liberdade de escolha.

Admirável mundo novo.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Propaganda política na Internet

O Pedro Doria está argumentando que foi censurado porque o TRE mandou ele tirar o banner do Gabeira que ele tinha no seu blog. Está dizendo que é censura.
De acordo com a lei, não pode ter propaganda política antes de 5 de julho.

Imagino que a propaganda no espaço público deva mesmo ser regulamentada de alguma forma. De acordo com a lei, se não pode propaganda política até antes de 5 de julho, então não pode. Tudo muito bem, tudo muito bom.

Por outro lado, acho um pouco patético querer regular as imagens e informações que podem ou não ser veiculadas em blogs.

O banner do Gabeira é proibido. Mas, curiosamente, nada impediu o PD de escrever, no mesmo texto em que reclama da censura, sua afirmação de apoio ao Gabeira. Texto pode, imagem não pode?

Nos EUA, onde a liberdade de expressão reina soberana, acredito que tinha banners apoiando Hillary para presidente desde 1992.

Pessoalmente, seria a favor de proibirem toda forma de panfleto e cartaz de propaganda política, que sujam as ruas, e liberar completamente a propaganda na Internet.

Como forma de provocar a discussão, já que não voto nem influencio ninguém, coloquei o banner do Gabeira no meu blog. Queria colocar o do Crivella também, pra ser imparcial, mas como não achei coloquei o de Jesus Cristo mesmo. Coloquei também o dos meus candidatos americanos, McCain (meu candidato a presidente) e Hillary (minha candidata à nominação Democrata).

Se alguém ameaçar me multar, tiro. Mas como este blog só é lido por três pessoas e meia, não há perigo algum.

Atualização: Pronto, a pedidos, tirei o banner do Gabeira candidato ao Rio 2008. Me pergunto se a imagem abaixo, sugerindo ironicamente sua candidatura a presidente, pode?


George Soros, gênio do mal?

Pesquise aleatoriamente os financiadores de qualquer causa esquerdista, internacionalista, pacifista, e quase com certeza em algum lugar vai estar o nome de George Soros.

George Soros é um bilionário e especulador bastante misterioso. Financia política, arte, e diversas fundações por todo o mundo. Ganha dinheiro com a especulação, mas a critica em público e faz apologia da tal "Sociedade Aberta". Foi um dos principais financiadores até mesmo, lembram, da tentativa de impor o controle de armas aqui no nosso Brasil. Quais são seus objetivos? O que é que Soros quer?

Ele também - naturalmente - se encontra por trás da candidatura de Obama, tendo doado vários milhões. Na foto abaixo, Soros é o que está sentado à direita do Messias, em um encontro de campanha exclusivo para milionários. (Por que há tantos milionários por trás de Obama? Ele não era a favor dos pobres?).

Se você olhar bem a foto, verá que a mão de George Soros está erguida, manipulando um controle remoto que movimenta os braços do BonecObama.

Ah, a escada conduz para o Céu.

Obama, perdoai os nossos pecados.

Aqui outra foto exclusiva de George Soros.

Quando o sonho vira pesadelo

Um interessante vídeo no site da BBC mostra mulheres atravessando um rio gelado na fronteira da Coréia do Norte com a China, buscando escapar do brutal regime comunista onde metade da população morre de fome.

O curioso é que, na China, a situação destas mulheres não é muito melhor. O governo chinês, protetor de Kim Jong Il, não reconhece os norte-coreanos como refugiados, portanto estas mulheres tornam-se imigrantes ilegais que não podem trabalhar nem ter direito a nada, arriscando-se a ser enviadas de volta ao inferno norte-coreano.

Devido ao infanticídio de meninas, faltam mulheres na China, portanto algumas têm a sorte de se casar. Muitas outras terminam vendidas para o lucrativo mercado da prostituição.

No entanto, com a fronteira com a Coréia do Sul hermeticamente fechada e protegida por soldados, a fuga pela China é a única possível.

Este é o paraíso comunista. Isto é o que acontece quando o Estado se advoga direitos totais sobre a vida do indivíduo.

Isto é o que acontece no mundo real, não nas fantasias dos socialistas que acreditam que o mal do mundo são os EUA e o “capitalismo selvagem”.


quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ocidente versus Ocidente

O colunista canadense Mark Steyn está sedo processado por “islamofobia” no Canadá por uma tal Corte dos Direitos Humanos. Seu crime? Ter escrito um livro, “America Alone”, no qual fala que o terrorismo muçulmano está ligado ao Islã. Não se sabe como ele poderia ter chegado a tão bizarra conclusão. Terá sido porque os homens-bomba gritam “Alahu akbar”? Não se sabe. O que se sabe é que os imams que gritam palavras de ordem nas mesquitas não são processados por “infidelofobia”. Afinal, isso seria “racista”.

Para Mark Steyn, curiosamente, o problema não é o Islã. O problema é o próprio Ocidente, que está em guerra consigo mesmo. É o Ocidente que pune o próprio Ocidente por querer ser “branco, cristão, ocidental” em vez de “multicultural”. Islamitas, naturalmente, tem o direito de criticar o Ocidente. A recíproca nãoé verdadeira. Todas as culturas são iguais, menos a cultura ocidental que é opressora, maligna, imperialista, assassina, injusta, etc.

Mark Steyn está sendo censurado, não pelo Islã, mas por seus próprios colegas canadenses, que acreditam ser os eleitos que podem decidir qual discurso é aceitável e qual não.

Curiosamente, é apenas a prosperidade ocidental que permite que a opinião anti-ocidental em seu seio cresça. Os maiores críticos do Ocidente estão nas suas melhores universidades, na sua mída, são prestigiosos intelectuais, famosas estrelas, empresários milionários ou poderosos políticos.

Se morassem em países comunistas ou islâmicos, não poderiam criticar o regime sob o qual moram com tanta impunidade.Portanto, paradoxalmente, suas críticas ao Ocidente só são possíveis enquanto o Ocidente for livre e próspero. É a liberdade e prosperidade que permite que tais pessoas tenham chegado ao topo e possam cuspir no prato em que comeram.

Há quem argumente que a esquerda é uma espécie de HIV do Ocidente. Enfraquece o sistema imunológico, comprometendo sua defesa. Nesta metáfora de relativo mau gosto, agressores externos como o Islã ou o comunismo seriam apenas as doenças oportunistas como a pneumonia ou o sarcoma de Kaposi, que meramente se aproveitam de um mal-estar já existente.

Sobreviverá o Ocidente a si mesmo? Ou morrerá vítima de suas contradições? E os seus críticos, se arrependerão no derradeiro momento da extinção, quando não mais poderão impor suas idéias, que tão bem os fazem sentir?

terça-feira, 27 de maio de 2008

Um bicho às terças

A anta ou tapir é um animal do gênero dos perisodáctilos, parente portanto do cavalo e do rinoceronte. Habita as regiões selvátivas e parece ser um animal bastante primitivo, já que constam representantes seus há até 55 milhões de anos atrás.

Alimentam-se de frutas, plantas e raízes. Sua principal característica física é a probóscide (um alongamento do focinho, uma espécie de mini-tromba) que lhes permite entre outras coisas comer plantas aquáticas de difícil captura.

Apesar do nome, a anta não é um animal particularmente burro (aliás, tampouco o burro é um animal de baixa inteligência).

São animais pouco sociais e seguem - segundo a Wikipedia - vidas tristes e solitárias. Bem, na verdade a Wiki fala apenas em vidas solitárias. Tristes, não sei.

São animais acima de tudo noturnos e pouco agressivos, embora pareçam ter havido casos de pessoas que tiveram seus braços decepados por mordidas de antas.

Alguns cientistas acreditam que as antas sejam descendentes de um cavalo primitivo chamado Hyracotherium.

Embora evidência indique que tenham existido na Europa, hoje existem espécies vivas apenas na América do Sul e partes da Ásia.

De acordo com o folclore japonês, os tapires podem comer sonhos.


O tapir amazônico, também conhecido como anta.

O filhote do tapir tem faixas coloridas que depois desaparecem.


O tapir malaio, que parece usar fraldas, tem a probóscide mais longa.

A ONU em ação

Quando não está criando comissões que criticam Israel, investigando o racismo nos EUA, evitando definir a palavra "genocídio" e "terrorismo", ignorando a produção de armas nucleares pelo Irã, ou gastando milhões de dólares em escândalos como o do Food-for-oil, a ONU até que faz coisas úteis.

Por exemplo, manda seus soldados da paz para alegrar a vida de crianças a partir de seis anos no Sudão, Haiti e Costa do Marfim, realizando sexo gratuito com elas.

Bom, nem sempre gratuito. Às vezes em troca de comida.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Vai um joguinho aí?



Play chess online!

Phoenix em Marte



Quando criança, sonhava em ser astronauta ou astrônomo. Com doze, treze anos, assistia a série "Cosmos" e lia Carl Sagan.

No fim, não pude trabalhar na NASA como imaginava, mas sempre acompanho com interesse as últimas explorações espaciais. Aqui algumas fotos da fascinante chegada da sonda Phoenix em Marte, buscando provas de compostos orgânicos no Planeta Vermelho.

Atualização: últimas fotos da Phoenix revelam dramáticas provas de vida (sexual) em Marte:

O fim das FARC

Marulanda "Tirofijo", líder das FARC, está comprovadamente morto, portanto talvez seja a hora de realizar algumas reflexões.

Uma dúvida que tenho é a seguinte: a esquerda em geral é a favor do controle de armas, certo? Considera as armas perigosas e quer limitar sua venda.

Pois bem, como se concilia isso com seu apoio ou simpatia pelas FARC e outras guerrilhas, que usam, claro, armas todo o tempo? Ou sua simpatia pelos palestinos, entre os quais até garotos de 14 anos tem acesso a fuzis AK-47?

Outra dúvida: o Brasil é signatário do pacto de banimento de minas terrestres. Aí leio o outro dia que as FARC possuem umas oito mil minas. No outro dia mesmo, dois soldados colombianos a morreram em um campo minado das FARC. Mas o Itamaraty não critica esse uso ilegal de minas terrestres e nem mesmo se digna a chamar as FARC de terroristas.

O pesadelo das FARC parece estar acabando. Teria acabado antes, não fosse a simpatia de certas forças políticas e de parte da mídia.

De fato, ontem mesmo, no encontro do Foro de São Paulo, essa fantasmal organização que até pouco tempo quase todos negavam existir, o Daniel Ortega, pedófilo estuprador e presidente da Nicarágua, saudou a memória desse "grande lutador" que foi o Marulanda.

De qualquer modo, é salutar ver as FARC e seus simpatizantes entrando pelo Cano.

Onde andará Ingrid Betancourt?
Viva? Morta? Quem a salvará?

domingo, 25 de maio de 2008

Finkelstein, Frankenstein

Norman Finkelstein, nascido judeu (embora hoje ateu) e crítico feroz de Israel, teve a entrada negada no país, foi deportado e teve o visto negado por 10 anos.

Está chocado.

Ora, o sujeito vive de criticar Israel, ganha dinheiro dos árabes, se encontra com Hamas e Hizballah, e acha que vai ser recebido em Israel com pompa e festa?

Acredito que muitos esquerdistas têm um sério problema de narcisismo patológico. Acreditam-se muito mais importantea do que realmente são.

Finkelstein escreveu vários livros criticando Israel e os judeus por "explorar o Holocausto" por motivos políticos. Mas foi ele próprio um dos que mais enriqueceu e obteve notoriedade justamente "explorando o Holocausto", em livros como "A indústria do Holocausto".

Sem dúvida, cada um tem direito a expressar a opinião que bem entender. Assim como cada país tem o direito de negar entrada a quem quiser.

Talvez Finkelstein, que segundo sua própria admissão estava a caminho dos "territórios ocupados", possa entrar em Gaza via Egito.

O que é dignidade?

Penso no Zé Dirceu e no Renan Calheiros. Pessoas desprezíveis, que roubaram, enganaram e não se arrependem. Protestam a inocência em altos brados, e certamente fariam tudo de novo. Não têm vergonha de viver de favores de lobistas ou do dinheiro público, da mídia ou dos mesmos grandes empresários que criticam.

Aí no outro dia vi uma senhora cega no metrô que vendia pacotinhos de lenços de papel aos passageiros. Um senhor levantou-se para dar-lhe uma moeda. A cega, polidamente, recusou. "Não, senhor, não quero esmolas, eu estou trabalhando. Se quiser, compre um lenço."

Há os que dizem que a pobreza gera o crime, mas não acredito. Certas pessoas têm uma dignidade natural. Outras não.

Poema do domingo

THE POISON TREE

I was angry with my friend;

I told my wrath, my wrath did end.
I was angry with my foe:
I told it not, my wrath did grow.

And I waterd it in fears,
Night and morning with my tears:
And I sunned it with smiles,
And with soft deceitful wiles.

And it grew both day and night,
Till it bore an apple bright.
And my foe beheld it shine,
And he knew that it was mine.

And into my garden stole.
When the night had veiled the pole;
In the morning glad I see,
My foe outstretchd beneath the tree.

William Blake

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Sobre políticas públicas e privadas


Uma historinha edificante.

No Seattle, EUA, decidiram instalar cinco banheiros de alta tecnologia nos parques e praças da cidade, para evitar que os homeless e mendigos fizessem suas necessidades nas árvores e esquinas, causando nojo e fedor ao cidadão comum.

Os banheiros custaram 6,5 milhões de dólares.

Cinco anos depois, o resultado: em vez de menos, tem mais cocô na rua. O lixo jogado por vândalos entupiu o "sofisticado mecanismo" de descarga automática. Os banheiros hi-tech viraram escritório particular de traficantes, travestis, prostitutas e viciados. Um dos próprios homeless disse que não os usa porque "são um fumódromo de crack".

Moral da história?
a) antes de gastar dinheiro, pense se sua idéia realmente funciona.
b) tente fazer coisas que incentivem as pessoas a saírem das ruas, e não a ficar nelas.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A eterna fascinação do comunismo


Antes do discurso de "vitória" do Obama, houve o show de uma banda de rock chamada "The Decemberists", que costuma tocar o antigo hino da União Soviética no começo dos seus espetáculos.

Bandeiras de Cuba e pôsteres do Che Guevara foram fotografados algumas vezes em comitês do Obama.

Obama pode ou não ser um marxista enrustido (seu discurso é ambíguo) mas não se pode negar que grande parte de seus fãs o são em maior ou menor grau, e continuam tendo uma grande fascinação pelos velhos ícones do comunismo.

É curioso: os EUA venceram a Guerra Fria economica e militarmente, mas perderam a guerra cultural. Universidades, escolas, mídia por todo o país (por todo o mundo) repetem a ladainha esquerdista que, curiosamente, embora diga lutar pela igualdade e fraternidade, em algum momento sempre termina em trair sua simpatia por figuras toscas e pouco democráticas como Che Guevara, Hugo Chávez, Evo Morales, Fidel Castro, Mao Tsé Tung, FARC, Stalin, Pol Pot.

Hoje, duas décadas após o fim da Guerra Fria e da acachapante queda do muro de Berlim, simpatizantes do comunismo podem estar prestes a tomar o poder nos Estados Unidos da América.

Por que um modelo que, sob qualquer prisma que possa ser analisado, deu completamente errado, ainda dá errado em qualquer país no qual seja novamente experimentado - porque tal modelo ainda aparece tanto no imaginário de tantas pessoas?

Acredito que a razão seja a mesma que impulsa as pessoas a caírem em contos do vigário. Assim como todo mundo gosta de imaginar que exista um jeito de enriquecer rápida e facilmente, também muita gente quer acreditar que exista algum sistema mágico que vá trazer igualdade social, paz entre os homens, e ainda salvar as baleias. O fato de que tal sistema depois se revele um embuste que só traz miséria é irrelevante: assim como o trouxa em busca de dinheiro fácil cai no mesmo conto de vigário uma e outra vez, imaginando que "desta vez é real", assim o simpatizante socialista acredita que a próxima tentativa de instituir um sistema de justiça social total vai ser aquela que vai dar certo.

É, no fundo, uma aspiração tão velha quanto o homem. O fato de que tiranos, loucos, ladrões e assassinos se aproveitem dela é uma mera decorrência de tal desejo natural.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Pergunta

Provavelmente não poderei postar nos próximos dias. Em preparação a um futuro post sobre ética, moral, pós-modernismo, ciência e religião, deixo vocês com uma pergunta - famosamente formulada por Dostoyevsky em Os Irmãos Karamázov:

"Se Deus não existe, tudo é permitido?"

Respostas para o mail ou caixa de comentários. ;-)

terça-feira, 20 de maio de 2008

Red on Red

Red on red, na gíria militar, é quando o inimigo briga entre si ou atinge equivocadamente um soldado do seu próprio grupo.

Hillary Clinton derrotou Obama no Kentucky por 66%. A mídia, incomodada com a não-desistência da candidata que antes adorava, está se perguntando "Por que esses malditos caipiras não gostam do Obama?"

Enquanto isso, a Al-Qaeda está com inveja do Hizballah, que ultimamente é o grupo terrorista mais popular no mundo muçulmano. Bin Laden parece estar irritado por estar caindo posições no Top Ten do terror internacional, ainda por cima para um grupo de "cães xiitas" (o xiísmo é considerado pela turma dos wahabis como heresia), e incomodado com recente agressão a sunitas no Líbano pelo Nasrallah e seus cometas.

Quando os inimigos brigam entre si, todos ganham.

"This one's for you, Obama!"

Um bicho às terças

O almiqui ou solenodonte é um curioso animal que se acreditava extinto até que um exemplar foi localizado em 2003. Existe unicamente nas ilhas co Caribe: Cuba, Haiti e São Domingos. Há duas espécies, o almiqui cubano (Solenodon cubanus) e o almiqui paradoxal, ou do Haiti (Solenodon paradoxus). É um sobrevivente das épocas pré-históricas: foram encontrados fósseis seus de 30 milhões de anos. Sua saliva é venenosa: o segundo incisivo de cada lado de sua mandíbula inferior tem uma ranhura ligada diretamente a uma glândula de veneno, de onde provém seu nome latino Solenodon, ou "dente sulcado". Quando dois destes animais se encontram e brigam, em geral um dos dois morre devido às mordidas envenenadas do rival.

Ou, ao menos, isso dizem, pois por ora do almiqui cubano encontrou-seu um único exemplar. É o da foto abaixo, chama-se "Alejandrito" em homenagem ao camponês cubano que o capturou e o entregou a Fidel Castro, ops, aos zoólogos cubanos.

É mais uma vitória de Cuba contra o imperialismo anti-ecológico yankee.

Como negociar

A propósito de negociações, aqui uma breve entrevista com "Karina", líder guerrilheira das FARC que acaba de se entregar às autoridades. Grifos meus.

¿Por qué tomó la decisión de entregarse después de 24 años de lucha?

Me entregué únicamente por la presión en la región por parte del Ejército sobre nuestra zona de influencia. La decisión la tomé solo hasta el domingo a las 5 de la mañana, después de mucho tiempo de pensarlo.

¿Usted sintió temor de que le ocurriera lo mismo que al asesinado 'Iván Ríos'?

Creí que me podía pasar lo mismo porque muchos piensan en el dinero y por mí ya ofrecían mucho dinero. Uno está rodeado de muchos combatientes en la guerrilla y no sabe que está pensando cada uno.

¿Usted tuvo algo que ver con el asesinato del papá del presidente Álvaro Uribe?

No conozco quién asesinó al papá del Presidente. Yo no tengo ni sangre ni mis manos manchadas en ese hecho. De mí , se dijeron muchas cosas en la prensa y los noticieros que no son ciertas...responderé ante la justicia.

¿Cómo están las Farc después de todas estas deserciones y golpes ?

Las Farc están resquebrajadas. El frente 47 tiene menos de 50 hombres. En la unidad que estaba bajo mi responsabilidad sufrimos un bajón muy fuerte.

Negociar ou não negociar?

Acho que existe uma grande confusão com essa história de "negociar" com o Irã, Hamas, Síria, etc. O fato é que o próprio ato de "negociar" parece estar sendo considerado por Obama, pela mídia e pelos especialistas de plantão como um ato moralmente correto e elogioso em si mesmo - independentemente daquilo que se negocie.

E o problema é que pessoas como os pacifistas mais radicais não fazem diferença entre "amigos" e "inimigos", ou entre "meu país" e o "país que me ameaça". O que lhes importa basicamente é que "não haja guerra". Mas se o Irã se dá melhor na negociação, ou os EUA se dá melhor, não parece lhes importar. E esse é o grande erro.

Há vários modos de negociar, depende qual é o meu objetivo. Se meu objetivo é apenas "não quero guerra", vou me dobrar as exigências do outro, e isso sem ter qualquer garantia que ele vá cumprir sua parte do tratado. Foi o que aconteceu com Hitler, com Saddam, com o Hamas, e com praticamente qualquer outro ditador com o qual se tentou dar aquilo que ele queria a troco de meras promessas de paz. Se a ameaça de força é recompensada, naturalmente que esta vai continuar. Seria insanidade esperar o contrário. Se Hitler conseguiu a Sudetenland com uma mera ameaça, porque não invadiria a Polônia?

Agora, se o meu objetivo é "não quero que o Irã tenha armas nucleares", aí ao menos já começamos de um outro patamar. Podemos dizer, sei lá, "você não desenvolve armas nucleares e nós compramos seu petróleo". Mas como garantir que o outro realmente não produza armas nucleares, não use a conversa como mera forma de ganhar tempo? Apenas com a ameaça de força. "Se os reatores não forem desmantelados agora, vamos lançar bomba". Tal ameaça, naturalmente, precisa ter credibilidade. As conversas da ONU e da UE com o Irã não deram em nada porque - o que a ONU pode fazer se o Irã não cumprir sua parte? Mandar uma carta ameaçadora? Enviar os cascos azuis para que estuprem algumas criancinhas iranianas?

Mas há ainda outro problema, que é: você precisa conferir que o outro cumpra a sua parte do tratado. Isso é particularmente difícil no caso do Irã e dos regimes ditatoriais em geral, onde não há acesso à informação completa sobre o que eles realmente estão fazendo. A Coréia do Norte, por exemplo, obteve sua bomba após um famoso acordo com o governo Clinton.

Finalmente, está o caso de que o outro lado não queria negociar, ou que seu projeto seja tão radical que não haja como obter um acordo. O Irã diz que quer destruir Israel. Isso talvez seja negociável para a Europa ou até mesmo para os EUA de Obama, mas definitivamente não o é para Israel.

Ou o Hamas, com o qual analistas europeus e obamistas americanos acham que podem "negociar". É claro, é fácil negociar quando você não é a vítima direta dos ataques. Mas leiam dois breves trechinhos da cartilha do Hamas:
Hamas has been looking forward to implement Allah’s promise whatever time it might take. The prophet, prayer and peace be upon him, said: The time will not come until Muslims will fight the Jews (and kill them); until the Jews hide behind rocks and trees, which will cry: O Muslim! there is a Jew hiding behind me, come on and kill him!

I swear by that who holds in His Hands the Soul of Muhammad! I indeed wish to go to war for the sake of Allah! I will assault and kill, assault and kill, assault and kill!

Às vezes é melhor bombardear primeiro e negociar depois.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A solidão dos heróis

Lendo na Wikipedia um artigo sobre a poeta que citei ontem, Edna St. Vincent Millay, chamou-me a atenção este trechinho aqui:

Sua reputação foi danificada pela poesia que ela escreveu em apoio ao esforço Aliado durante a II Guerra Mundial. Merle Rubin observou: "Ela parece ter recebido mais críticas dos literatos por apoiar a democracia do que EzraPound recebeu por apoiar o fascismo".

Perceberam? Ontem como hoje, a virtude é solitária.

Ontem os literatos estavam mais preocupados em atacar os que defendiam a democracia contra os nazistas e os stalinistas. Hoje criticam quem ousa apoiar EUA ou Israel mas não quem apóia Amadinehjad ou qualquer grupo terrorista. Ser pró-terrorista é até chic.

Uribe luta sozinho contra uma guerrilha em uma América Latina quase toda sob governos socialistas que a apóiam, financeira ou moralmente. Os literatos em peso voltam-se contra o presidente colombiano, acusando-o de tudo o que não acusam o Chávez e companhia.

Apoiar Israel ou EUA é anátema. Mas defender o Hizballah e dizer que o Irã deve ter armas nucleares, é considerado "pacifismo".

Lutar pela democracia, contra o crime, contra tiranos e assasinos? Faça-o, por certo, mas não espere agradecimentos.

Não espere nenhuma recompensa pela virtude.

Edna St. Vincent Millay, que além de libertária era libertina.

domingo, 18 de maio de 2008

Poema do domingo


I, being born a woman and distressed

I, being born a woman and distressed
By all the needs and notions of my kind,
Am urged by your propinquity to find
Your person fair, and feel a certain zest
To bear your body's weight upon my breast:
So subtly is the fume of life designed,
To clarify the pulse and cloud the mind,
And leave me once again undone, possessed.
Think not for this, however, the poor treason
Of my stout blood against my staggering brain,
I shall remember you with love, or season
My scorn with pity, -- let me make it plain:
I find this frenzy insufficient reason
For conversation when we meet again.

Edna St. Vincent Millay (1892-1950)

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Nota sobre a nakba

Não sei se vocês repararam, mas tem um novo feriado na praça. Uma tal de "Nakba". Até há poucos anos ninguém falava dessa naba, digo, nakba. Aí este ano, em comemoração aos 60 anos de Israel, toda a mídia ocidental decidiu "celebrar" falando na tal "catástrofe palestina". O site da BBC fez um suplemento especial sobre o aniversário da independência de Israel, onde fala... dos palestinos.

Ora, o que ninguém diz que essa "catástrofe" foi uma catástrofe impingida nos árabes por si mesmos. Não foram eles que recusaram a partilha proposta pela ONU? Não foram eles que invadiram Israel com o intuito de destruir o país e matar sabe-se lá quantos zilhões de judeus? Não foram eles que perderam? Então tão reclamando do quê? Que não deixaram eles ganharem a guerra?

Mas parece que os palestinos gostam mesmo é de criar problemas para si mesmos. Aqui um ótimo cartum do Drybones (de 2006, mas continua atual) comenta a situação:


Duas observações mais. Alguns se perguntam porque o ódio particular da mídia européia (ou grande parte dela) por Israel. O magnata australiano Rupert Murdoch, que não tem papas na língua, diz que é anti-semitismo mesmo. Os europeus não gostavam dos judeus na Europa, agora não gostam deles no Oriente Médio. É uma simplificação, por certo; também devemos acrescentar que querem se livrar do sentimento de culpa pelo Holocausto, e que têm medo dos imigrantes muçulmanos, e portanto acham que ficando do lado dos árabes contra Israel isso lhes aliviará a situação.

A outra observação é que, como notou um arguto comentarista, a tal "nakba" se comemora de acordo com o calendário cristão ocidental, e não o muçulmano. Ou seja: é mera propaganda pra inglês (e francês) ver.

A Amazônia é... de quem mesmo?

Saiu hoje um editorial no jornal de esquerda inglês "The Independent" dizendo que "A Amazônia é importante demais para ser deixada nas mãos dos brasileiros".

Não sou muito de acreditar em teorias conspiratórias. Alguns acham que há uma conspiração globalista para eliminar as fronteiras mundiais e criar um governo mundial. Talvez seja verdade, não sei; certamente há quem gostaria disso. Outros acham que os yankees é que querem nos roubar a Amazônia. Outros afirmam que são as ONGs e os índios. Não sei.

O que sei é que, se alguém diz: "isto é muito precioso pra você guardar assim embaixo do colchão, deixa que eu cuido pra você"... minha tendência é desconfiar.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Áustria

Depois do caso Fritzl e Natasha, mais comportamento psicopático sacode a Áustria: um maluco matou toda a sua família (em três cidades diferentes), para "poupá-la da vergonha da ruína financeira". Um bom coração, em suma.

Teriam tais casos algo a ver com o espírito austríaco? Theodore Dalrymple pesa a questão.

Há poucos países menos significantes do que a Áustria. Uma espécie de Alemanha light, vivendo à sombra do país germânico, é recordada sobretudo pela sua exultante colaboração com o nazismo e por ter sido o berço de Hitler. Nos anos oitenta e noventa, teve um ex-nazista como presidente e outro que quase virou primeiro ministro e segue ativo na política.

O maior escritor austríaco recente, Thomas Bernhard, odiava a Áustria. Tanto que chegou a especificar no seu testamento que nada do que ele escreveu, incluindo suas peças, deveria jamais ser publicado ou apresentado

dentro das fronteiras do estado da Áustria, seja como for que esse estado se descreva. Enfatizo categóricamente que não quero ter nada a ver com o estado Austríaco e me protejo com relação à minha pessoa e meu trabalho não apenas contra qualquer interferência desse estado Austríaco à minha pessoa e meu trabalho para todo o sempre.

Bernhard não levava muita fé nos seus compatriotas. Sua peça Heldenplatz, que ocorre nos anos 80, afirma que na Áustria "há mais nazistas agora do que antes".

Por outro lado, a Áustria, ou melhor, o arçobispado de Salzburgo, foi o berço de Mozart, provando que geografia não tem necesariamente a ver com destino.



quarta-feira, 14 de maio de 2008

O que os progressistas querem?

A princípio, os esquerdistas ou "progressistas" só querem coisa boa. Direitos para as mulheres, os negros, os gays. Paz mundial. Vida digna para os pobres. Terra para quem não tem. Cultura e educação para todos. Almoço de graça.

Na prática, no entanto, a coisa é um pouco diferente.

Um exemplo, entre tantos. As medidas econômicas que eles propõe e aplicam em geral pioram a vida dos pobres. Poderia citar Cuba, Venezuela, Zimbabwe. Todos países que os progressistas adoram e que em maior ou menor grau se estatizaram e estão lentamente se auto-destruindo. Onde pobre não encontra comida no supermercado.

O Obama garantiu que, se presidente, aumentaria os impostos dos ricos para, diz ele, "distribuir a riqueza e ajudar os pobres". Aí alguém observou que aumentar o imposto nunca ajudou os pobres, pois, na verdade, diminui a produção e portanto a arrecadação. Obama, que não é burro, admitiu que é verdade, mas disse que a mudança era necessária em nome da "justiça". Ou seja, não quer ajudar os pobres, quer dinheiro para projetos que dêem a impressão que ajuda os pobres. Seus eleitores adoraram.

Outro exemplo. Israel é, de longe, o país mais "progressista" do Oriente Médio. Quase parece um país europeu. Único país onde tem parada gay, direitos iguais para as mulheres, etc. Druzos, cristãos e ba'hai, perseguidos em certos países muçulmanos, não são perseguidos lá. Está cheio de esquerdista lá.

Mas os esquerdistas odeiam Israel. Até vários esquerdistas judeus odeiam Israel. Os europeus, mais ainda. Em seu lugar, torcem pelos países onde gays e mulheres têm a vida mais desigual e difícil possível. Gays em Gaza levam tiro ou são espancados e, no entanto, existe até um grupo esquerdista gay chamado "Queers for Palestine".

É burrice? É ignorância?

Não creio.

Na verdade, os esquerdistas não querem nem ajudar os pobres, nem os gays, nem as mulheres, nem os negros, nem os palestinos, nem o mico-leão dourado. (Ou seguiriam políticas que funcionam, ou apoiariam países que realmente os ajudam).

O que eles querem é apenas sentir-se bem consigo mesmos. Considerar-se BONS.

Então, não lhes importa se a política que propõe ou a causa que apóiam realmente é BOA. Basta que, como a mulher de César, PAREÇA BOA.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Um bicho às terças

Gosto do bicho-preguiça. Identifico-me com ele, especialmente em certas tardes após o almoço em que não dá vontade de fazer nada.

O bicho-preguiça, ou simplesmente preguiça, vive pendurado nos galhos das árvores. Não desce nem para copular ou dar à luz. Na realidade, só desce para urinar e defecar, o que faz apenas uma única vez por semana. Tem movimentos muito, mas muuuito lentos (no chão locomove-se à incrível velocidade de 30 cm por minuto), e dorme entre 15 e 18 horas por dia.

É nativo da América do Sul e alimenta-se principalmente de folhas e frutos, como da embaúba. Tem a particularidade de não beber água, extraindo todo o líquido que precisa dos alimentos.

Eu ia escrever mais sobre esse curioso animal, mas fiquei com preguiça.




Atualização: Justamente hoje saiu uma matéria no site da BBC indicando que cientistas descobriram que as preguiças selvagens dormem apenas 9.6 horas por dia. O número de 15 a 18h era relativo às preguiças no cativeiro, que dormem mais.

Mania r€gulatória

A Europa já foi algum lugar bacana onde se morar. Ainda é, sob alguns aspectos. Lamentavelmente os burocratas da União Européia estão fazendo tudo que podem para tornar a vida do cidadão impossível.

Seus últimos esquemas são diversas formas de achaque para obter dinheiro de empresas e indivíduos, que terão como resultado a estagnação cada vez maior da economia.
Um exemplo é a facada bilionária aplicada pelos euroburocratas à Microsoft. Os caras cobram um total de 1,3 bilhões de euros em multas por supostas contravenções a leis inexistentes.

Outro exemplo, mais grave, citado pelo blog EU Referendum, é literalmente um roubo em nome do ambientalismo:

Bruxelas propôs que todos os carros vendidos na Europa em 2012, europeus ou não, devem emitir não mais do que 120-130 gramos de CO2 por quilômetro (atualmente é de 160 gramas).
Porém, sabendo que atualmente isso é impossível de ser atingido, a proposta é que os fabricantes continuem produzindo carros “sub-standard”, e pagando uma multa para a UE por cada carro que fabricam. As multas custariam de 20 euros por grama de CO2 por carro, aumentando até 95 euros em 2015.
A idéia por trás do esquema bilionário parece ser: invente leis que as pessoas não possam cumprir, e depois multe-as selvagemente por não cumpri-las.

E isso justamente quando a mania do aquecimento global começa a esfriar.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Qual o segredo da felicidade?

E chegamos aos grandes temas. Qual o segredo da felicidade? E, especialmente, o que é a felicidade?

Dos artigos recentes chamaram a atenção dos opinadores compulsivos da blogosfera. Um deles, comentado aqui pela neoneocon, diz que os conservadores tendem a ser mais felizes do que os "progressistas". Não sei se é verdade: a felicidade é uma coisa muito difícil de definir. Porém, é certo que os esquerdistas querem sempre "mudanças", ou "change" como diria o Obama, indicando certa frustração. Quando o "change" revela-se ilusório, então, a frustração é ainda maior. Já os conservadores parecem aceitar de maior bom grado a imperfectibilidade da vida.

Bem, essa é uma teoria. De acordo com pesquisas, a família é a fonte de maior felicidade para as pessoas, e portanto os conservadores, que tendem a dar maior importância aos "valores familiares", seriam mais felizes.

Outro artigo é o último do Spengler. Ele faz uma comparação entre os países desenvolvidos que têm menor índice de suicídios e maior nível de natalidade. Chega à curiosa conclusão de que "Israel é o país mais feliz do mundo". Exagero? Possivelmente. Spengler nunca escondeu suas simpatias pelo judaísmo. Além do mais, seu "quociente de felicidade" é determinado apenas pelo número de suicídios dividido pela taxa de natalidade. Ninguém sabe definir o que é felicidade, mas certamente inclui outros fatores. Porém, o que fica claro é que certos países parecem ter maior apego à vida do que outros.

É realmente interessante observar a lista ali publicada: de acordo com esta, o nível de suicídios em Israel é de 6,2 sobre 100.000 habitantes, e a taxa de natalidade de 2.77, a maior do mundo desenvolvido atual. Do ranking, apenas a Grécia possui um nível de suicídios menor (3,2 sobre 100.000), porém condicionado por uma taxa de natalidade bem baixa (1,36). O campeão do suicídio e da baixa natalidade é a Lituânia (Incríveis 40,2 de suicídios, mais de dez superior à Grécia, e taxa de natalidade de 1,22). Some-se a isso que a Lituânia é também campeã nas taxas de aborto, e temos certamente um dos países mais deprimidos do mundo, praticamente à beira do suicídio.

O Brasil não está na lista, mas acredito que estamos bem. Certamente à frente da Argentina, onde reclamar da vida e do país é praticamente obrigatório. Pior, só na França.


Gatinhos em busca da felicidade.


Atualização: de acordo com este outro estudo, relativo ao "bem-estar subjetivo", a Dinamarca é o país mais feliz do mundo. E a Argentina está à frente do Brasil...

Lendo nas entrelinhas

Lula disse que Chávez "é o melhor presidente da Venezuela em cem anos". É... Lula, um estudioso e grande conhecedor da história da Venezuela, deve saber. No entanto, continuam faltando alimentos em Caracas, a pobreza e a violência urbana aumentam, e o chato bolivariano, não contente em se meter nos assuntos de toda a América Latina, ameaça agora até a província de Santa Cruz, na Bolívia.

Até quando fingir? Lula e Chávez são aliados. Fazem o jogo do "good cop, bad cop". Mas ambos tem os mesmos objetivos ideológicos de atraso da América Latina. Ambos apóiam as FARC, um diretamente com dinheiro e armas, o outro indiretamente, fechando o olho e garantindo a amizade a Chávez, "o melhor presidente da Venezuela em cem anos".

Claro, ninguém diz as coisas às claras. Tudo é enganação, dissimulação, fingimento.

Aliás, lendo um artigo no Reinaldo Azevedo sobre a presença de representante das guerrilhas no Brasil, pinço esta frase aqui: "o atual esforço [das FARC] é para instalar-se nos EUA por intermédio de uma ONG e de uma entidade ambientalista."

Perceberam?

Uma coisa triste é que hoje, grande parte das ONGs (existem mais de 120.000 só no Brasil, literalmente milhões pel mundo) se tornaram meras coberturas para os mais sinistros elementos. De meros estelionatários que lucram com a desgraça alheia, a terroristas islâmicos, guerrilheiros comunistas, mafiosos e lavadores de dinheiro. E o pior, muitas nem são "NG"s, isto é, recebem grana, e muita, do governo.

Estamos financiando nosso próprio atraso, para satisfazer a sanha de poder de uns poucos.


domingo, 11 de maio de 2008

Poema do domingo

É hora de partir, meus irmãos, minhas irmãs
Eu já devolvi as chaves da minha porta
E desisto de qualquer direito à minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo
E recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro
Apagou-se.
Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.
Não indaguem sobre o que levo comigo.
Sigo de mãos vazias e o coração confiante.


Rabindranath Tagore

p.s. No post anterior faltou dizer que sinto uma grande fascinação pela Índia também. Mas quem não?

Razões e reflexões (1)

A leitora Confetti me pergunta porque, não sendo judeu, escrevo tanto sobre Israel, e porque raramente critico o país. Fair enough. Tento responder à questão.

Até 2001, pouco me importava com Israel e com o Oriente Médio em geral. Era até meio de esquerda. Aí vieram os atentados de 9/11, que me causaram um grande impacto. Talvez porque eu tenha estado em NY para visitar as torres gêmeas 1 mês antes do acontecido. Talvez porque meu irmão more lá. Talvez porque eu tenha morado um ano feliz nos EUA em um programa de intercâmbio. Ou talvez simplesmente porque os atentados foram uma coisa tão chocante na época.

Hoje virou história, claro. Mas tentem voltar mentalmente a 2001. Após o ataque havia uma real sensação de pavor no ar. Morava em Londres na época e as pessoas estavam comprando máscaras de gás com medo de ataques químicos (as máscaras de gás esgotaram em Londres). Era a mesma época que começaram aquelas misterioras mortes por anthrax sobre as quais nunca mais se ouviu falar. Havia uma imensa paranóia no ar.

Acho que se o Bush tem um mérito, é o seguinte: bem ou mal, com as invasões ao Afeganistão e ao Iraque, ele acabou com aquela sensação de pavor. A Al-Qaeda revelou-se bem mais primária do que parecia. Os EUA mostraram que podiam acabar com, não um, mas dois governos autoritários pró-terroristas em questão de poucos meses.

Mas o terrorismo islâmico continuou, atacando então na Europa. Ao longo dos anos, comecei a investigar o Islã. Na época eu ficava pensando em Mohammed Atta. Na sua frieza, que me parecia quase extra-terrena. O sujeito tinha morado por muitos anos nos EUA. Tinha estudado lá, conhecido gente, se "assimilado" ao país. E aí com ele com outros terroristas seqüestra aviões, esfaqueia as aeromoças apenas para chamar a atenção do piloto e entrar na cabine, e depois joga o avião contra os edifícios mais famosos de NY matando 3 mil pessoas. Como é que alguém pode ser tão frio, fingir assimilar-se com o único intuito de matar milhares de pessoas? Seria o Islã uma religião tão cruel?

Não cheguei a uma conclusão a esse respeito, mas a busca de informações sobre o islamismo e o terrorismo naturalmente me levou a ler mais sobre Israel e sobre sua conflituosa relação com o terrorismo islâmico.

Não acredito em "conflito de civilizações". Tanto o mundo islâmico quanto o dito mundo ocidental estão muito longe de ser homogêneos e estáticos. O mundo islâmico está em briga entre si, e o ocidente também está em briga entre si. Mas, de qualquer modo, Israel está no centro do furacão. Em termos de geografia, religião, história, cultura. O terrorismo islâmico está fortemente relacionado com Israel. Para alguns, a causa do terrorismo islâmico é Israel (Não sou da mesma opinião, acho justamente o contrário: é a presença de Israel que, paradoxalmente, impede a expansão do terrorismo islâmico).

Desde então desenvolvi uma certa fascinação por Israel. Além de Brasil e Argentina, países com os quais tenho uma ambígua relação de amor e ódio, há três países que me fascinam: a Itália, o Japão e Israel. Dos três, conheço apenas a Itália, pois morei lá. Mas também morei por uns meses na Inglaterra e nos EUA e, embora tenha ótimas memórias, não tenho a mesma fascinação que tenho pela Itália. Difícil explicar. O Japão tampouco conheço. Menos ainda Israel. Mas por motivos culturais ou históricos ambos os países me causam uma curiosa fascinação.

(Não sou um caso único, nem o mais grave. Conheci uma garota da Bielorrússia, não judia, que morava na Itália e acumulava objetos judaicos, almofadas com a estrela de Davi e tinha o sonho de conhecer a "Terra Santa".)

Na verdade, meu interesse por Israel não está nem mesmo muito ligado à religião. Tem a ver mesmo é com a luta contra o terrorismo islâmico.

O blogueiro Wretchard, em post sobre o anti-semitismo (tema que posteriormente comentarei), observa que o ódio contra os judeus tende a trazer a destruição, não dos judeus, mas daquele que os odeia. Hitler odiava tanto os judeus que perdeu a guerra. Estava mais preocupado em exterminar os judeus do que em uma estratégia coerente para vencer as batalhas. O extermínio foi, no fim das contas, contra-producente para a máquina de guerra nazista. Mas mesmo no fim, no bunker, Hitler escreveu uma carta em que lamentava "não ter descoberto antes que os judeus haviam se infiltrado tão fundo no governo da Inglaterra". Quer dizer, o maluco do Hitler não acreditava que havia perdido a guerra para os russos ou para os aliados. Estava convencido de ter sido derrotado pelos indefesos judeus.

Da mesma forma, o ódio que os terroristas islâmicos sentem contra os judeus e contra a diminuta Israel é contra-producente e terminará sendo a sua ruína. Pensem no Irã: um país de cultura milenar, perdido no atraso do fundamentalismo religioso, na pobreza, e cujo presidente, em vez de desenvolver sua ciência e sua cultura, pensa dia e noite em modos de destruir Israel. Os persas nem ao menos são árabes, muito menos sunitas: a "questão palestina" pouco lhes diz respeito diretamente. E no entanto gastam milhões de dólares e tempo e esforço com terrorismo e ameaças.

Acho que vivemos em uma época parecida aos anos 20 ou 30. Época de grandes mudanças, aparentemente invisíveis a olho nu, mas que podem terminar numa grande catástrofe mundial. Tudo depende de que direção tomar o curso dos eventos.

Israel, bem ou mal, está no centro disso tudo. A "causa palestina" é uma mera equivocação, um detalhe menor desse processo. A luta dos palestinos é apenas uma pequena jihad dentro da grande jihad. E a própria jihad é apenas um elemento em um processo de mudança global muito maior, que envolve China, EUA, Rússia, etc.

Como diz aquela maldição chinesa, vivemos em tempos interessantes.

sábado, 10 de maio de 2008

"Nem simpatia, nem antipatia"

Diogo Manardi escreve sobre as escravas sexuais das FARC:
Rocco Cotroneo, correspondente do Corriere della Sera na América Latina, fez uma reportagem sobre uma escrava sexual das Farc. Aos 11 anos, ela foi arregimentada pelos terroristas colombianos para montar minas. Essa tarefa costuma ser desempenhada por crianças para evitar o risco de perder um terrorista num acidente. Aos 12 anos, ela se tornou escrava sexual de um alto comandante das Farc, um dos mais procurados do país. Ele tinha 45 anos. Algum tempo depois, ela engravidou. É comum que as escravas sexuais das Farc – as "ratas" – tenham de abortar com pontapés na barriga. Como ela pertencia a um dos chefes do bando, conseguiu ter o filho, que lhe foi tomado aos 2 meses de idade e entregue a um parente. Ela fugiu do acampamento terrorista e foi acolhida num instituto do governo, onde Rocco Cotroneo a encontrou.

O assessor especial de Lula, Marco Aurélio Garcia, já garantiu a "neutralidade" do Brasil na guerra contra as Farc. Quando lhe perguntaram se seu grupo tinha simpatia pelos terroristas, ele respondeu simplesmente: "Nem simpatia, nem antipatia". No caso das ratas, é como manter uma postura de neutralidade diante de Josef Fritzl, o austríaco que prendeu a própria filha por mais de vinte anos, servindo-se dela como sua escrava sexual. Josef Fritzl? Nem simpatia, nem antipatia.

Na verdade, grande parte da esquerda não é exatamente "neutra". Tem, sim, simpatia pelas FARC. Tomo a liberdade de reproduzir um comentário encontrado no blog do PD:
Lula se recusou a classificar as FARC como grupo terrorista. Seria uma carta aprovando o genocídio em curso perpetrado por Uribe e EUA.
Viram? No universo de fantasia de certos esquerdistas, lutar contra grupos terroristas (como Colômbia e Israel fazem) é "genocídio". Seqüestrar civis ou escravizar meninas de doze anos e usá-las para montar minas é "luta legítima".

Eu poderia aqui escrever linhas e linhas sobre como o governo Lula, sob a farsa da neutralidade, é comprovadamente conivente com as FARC. Mas não é isso que me interessa agora. O que me interessa é entender como certas pessoas, em nome da "justiça social", do "bem", podem ignorar as coisas mais terríveis: ficar na verdade, cegas para como o mundo funciona de verdade. Não há nada de surpreendente no fato de que guerrilheiros na selva utilizem meninas como escravas sexuais, aliás há extenso material sobre o tema. Os traficantes cariocas fazem o mesmo toda hora. Mas a ideologia esquerdista parece tornar as pessoas imunes ao senso comum. Coisas que horrorizariam qualquer mortal (e até eles mesmos em outras situações; digamos que estivéssemos falando do CV e não das FARC) passam batidas quando estão de algum modo ligadas à ideologia socialista.

Claro: daria para argumentar que a ideologia socialista, de por si, é imoral; daí que os passos para atingi-la também possam ser imorais. No entanto, o problema é que seus defensores se consideram santos baixados a terra, portadores de uma Moral Superior. E quem ousa criticá-los é um "direitista fanático" ou "membro das elites", ou um "burguês", ou um "imperialista".

Imperialistas e genocidas safadas protestando contra as FARC.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Os yankees chineses estão chegando

China busca terras na América Latina

Por Jamil Anderlini, no Financial Times, na Folha:

Empresas chinesas serão encorajadas a adquirir terras aráveis no exterior, especialmente na África e na América do Sul, a fim de ajudar a garantir a segurança alimentar da China, nos termos de um plano que está em estudos em Pequim.

"Não deve haver problema na aprovação desta política. O problema poderia vir de governos estrangeiros que estejam indispostos a abrir mão de grandes áreas de terra", disse um funcionário.


A Amazônia era nossa, mas agora é das ONGs, e será um dia dos chineses?

Fotografia revela o truque para manter os soldados chineses "sempre alerta": alfinetes na lapela! Esses chineses são fogo... (Via KCT)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

As peças no tabuleiro

No Líbano, cinco pessoas morrem em um confrontro entre as forças do governo e o Hizb'allah, irritado com o corte de seu sistema clandestino de telecomunicações financiado pelo Irã.
O líder sunita da Al-Qaeda iraquiana é capturado em Bagdá. Sunitas e xiitas continuam brigando, mas agora não apenas no Iraque, como em vários países muçulmanos.
Navios americanos posicionam-se estrategicamente próximos ao Golfo Pérsico.
Israel permite comemorações de "nakba" em seu território e estas terminam em violência. A Jordânia, país árabe, as proíbe.
Presidente iraniano chama Israel de "cadáver putrefato" enquanto Olmert, envolvido em possível caso de corrupção, pode renunciar.

2008 é o ano de uma das mais radicais eleições americanas da História.
Até novembro muita coisa pode acontecer.

Não sei o que vai acontecer no Oriente Médio até lá, mas con certeza alguma coisa. Por lá, alguma coisa imprevista sempre acontece.

Alguém tem algum palpite? Alguém aí sabe jogar xadrez?

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Feliz Aniversário, Israel


Feliz aniversário a Israel, que tenha muitos anos de vida!

(O país mais odiado pelos terroristas islâmicos, pelos acadêmicos marxistas, pelos neonazistas, pelos profissionais da vagabundagem e pelos esquerdistas radicais mundo afora, deve estar fazendo alguma coisa direito.)

P.S. Até Bob Dylan comemora, cantando "Hava Nagila" (הבה נגילה):

Alien versus Predator

Como os vilões dos filmes de terror, Hillary Rodham Clinton se recusa a morrer. Não desiste. Talvez porque saiba que, se perder esta chance, sua vida se resumirá a monótonas sessões de chá em companhia de Bill ou, no máximo, a convites para palestras em medíocres republiquetas latinoamericanas.

Não gosto do Obama. Um candidato que se apresenta sob a plataforma de "hope", "change" e outros slongans vazios, boa coisa não é. Some-se que sua maior qualificação é ser negro, ter amigos terroristas, marxistas ou racistas (racismo contra brancos também é racismo) e pregar o vitimismo e o estatismo como forma de solução para todos os problemas sociais, torna-o bastante pouco atraente. É um bom orador, isso é certo. Tem carisma. É elegante. Numa eleição problemática destas, é possível que isso baste.

Alguns acreditam que Hillary poderia aceitar a vice-presidência, formando assim uma candidatura Democrata imbatível. Antes eu até acreditava que isso poderia acontecer, porém agora li um argumento demolidor contra a teoria. Resumo-o em duas palavras: Michelle Obama.

As duas bitches não se bicam e jamais poderiam dividir a Casa Branca. Iam brigar até pela cor das almofadas.

Hillary não morre até o fim do filme. E olhe lá, que sempre podem haver continuações...

A banalidade do mal, ou o mal da banalidade?

Depois do nazista austríaco que estuprou a filha (e os filhos que fez com a filha) e os trancou por vinte anos num porão e ameaçou-os com asfixiá-los com gás, depois da garotinha Isabela estrangulada pelos próprios pais e jogada pela janela como um “gato morto” (bom texto aqui da Lya Luft sobre o tema, dizendo apenas o banal e o óbvio), agora na Alemanha descobriram uma mulher que guardava bebês mortos na geladeira, junto com as pizzas congeladas. De fato, os filhos (vivos) se deram conta quando ficaram com fome e foram procurar no freezer se não havia alguma pizza esquecida.

Qual a explicação desses atos? Talvez não haja, mas arrisco uma. Na cultura materialista de hoje, filhos são valorizados apenas de acordo com o que podem representar para o pai ou a mãe, de “útil” (para o próprio prazer), ou de estorvo ou impedimento (complicações para a própria vida).

Por outro lado, também há o caso oposto, de filhos sanguinários que matam os pais, como a infame Suzana Richtoffen, ou o garoto que matou o pai por ter sido proibido de utilizar o Orkut, digo, o MySpace.

Talvez simplesmente vivamos em tempos em que a vida e a morte viraram demasiado banais.


terça-feira, 6 de maio de 2008

Os direitos das plantas

Aproveitando que temos ao menos três leitores vegetarianos neste blog, ou seja, mais de 50%, vai aqui uma pequena provocação.

O "Comitê Federal Suiço de Ética na Biotecnologia em Não-Humanos" acaba de publicar um relatório sobre os "direitos das plantas", segundo o qual "decapitar flores" propositalmente é imoral, e que "toda planta individual" tem sua "dignidade intrínseca".

Os suiços, que ainda têm ouro nazista em seus bancos e estão fazendo acordos bilionários com um Irã que promete genocídio nuclear, estão, quem diria, preocupados com as inocentes plantinhas.

Argumenta Wretchard, do Belmont Club (possivelmente o melhor blog em língua inglesa do mundo), que na verdade os burocratas suiços não estão tão preocupados com as plantas como em criar novas comissões, leis e impostos que lhes dêem emprego e dinheiro. Se alguém desrespeitou os direitos de um pé de alface, naturalmente deverá pagar uma multa. Para cortar uma árvore, as pessoas precisarão pedir autorização a uma comissão que se ocupará exclusivamente disso (aliás, no Brasil já é assim: para cortar uma árvore, mesmo que seja uma árvore dentro da sua propriedade, que você mesmo plantou, você deve ter autorização expressa das secretarias ambientais).

Acredito que com o "aquecimento global" ocorra a mesma coisa: independentemente de se solucionar o problema ou não, é um ótimo esquema para gerar mais impostos, comissões de estudo, créditos de carbono e quetais.

No mais, até concordo que o vegetarianismo seja uma escolha válida de vida, e sou, naturalmente, contra a violência e o abuso contra animais. Mas fica a pergunta: e as plantas, têm direitos?

Um bicho às terças

Não sou flamenguista, mas esta semana pareceu correto escolher como bicho o urubu. Os mais comuns na América Latina são o urubu de cabeça vermelha (Cathartes aura), e o de cabeça preta (Coragyps atratus). Os urubus alimentam-se de carniça e material em decomposição. São sempre vistos nos lixões das cidades disputando espaço com os papeleiros. Como se não bastasse essa nojeira, ainda alimentam os filhotes regurgitando o próprio alimento. Ou seja, comida podre e vomitada. Ao contrário do que a aparência indicaria, os urubus são ciconiformes, isto é, da mesma família da cegonha. Mas em toda família tem alguém meio estranho.

Um grande mistério da Natureza (que talvez os Darwinistas de plantão possam explicar) é porque os animais necrófagos, isto é, que se alimentam de carniça, são tão feios, enquanto os predadores costumam ser em geral bonitos. Vejam a águia, por exemplo, esse animal tão majestoso, e comparem com o feioso urubu. Ou então comparem o elegante lobo com a hedionda hiena. Por que tudo o que é nojento é também feio?

Cadê os defensores do Equador e das FARC?

Onde estão agora os esquerdistas que defendiam o presidente equatoriano, que o chamavam de "grande estadista", que protegiam docemente as FARC como criancinhas coitadas, vítimas do "imperialismo"? Onde estão aqueles blogueiros que diziam que as tais informações do computador do Reyes eram falsas ou irrelevantes? A Interpol acaba de comprovar como verídicas todas as informações encontradas lá, inclusive a compra de urânio, as relações perigosas com Equador e Venezuela, e até mesmo o link com membros do Partido Democrata americano, fãs de Obama e favoráveis ao "diálogo" com a guerrilha... Pois é, é a esquerda internacional em toda a sua glória, do Oiapoque ao Massachussets.

A Europa, enquanto isso, praticamente abandona a visão romântica das FARC. O jornal El País, mais de esquerda que o Diabo, no entanto não hesitou em publicar uma série de reportagens bem extensivas sobre as guerrilhas, coisa que a imprensa brasileira nem sonha, indicando que as FARC não tem apenas um, mas ao menos oito acampamentos no Equador e relações diretas com o governo de Quito.

Ah, mas a esquerda local prefere acreditar que as FARC nada tem a ver com os governos socialistas que pipocam pelo continente. Já vai ter blogueiro afirmando que, na verdade, tanto a Interpol quanto o jornal El País estão a soldo de Uribe e do "império"... Algumas pessoas nunca aprendem.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Europa e Japão

Na Itália, em Verona, um jovem agredido por uma gangue de neonazistas está em coma e grave perigo de morte. Material neonazi e neofascista foi apreendido com os desprezíveis skinheads. No caso, não tratou-de de um ataque racista (o jovem era italiano), mas uma agressão por motivo fútil.

Embora tais atos de violência sejam casos isolados, a tendência parece ser o seu aumento. O grande perigo da imigração descontrolada na Europa é que o temor da população e o desânimo com seus governos dê lugar a um retorno de movimentos fascistas. Na mesma Itália, dias atrás, um romeno estuprou e matou uma jovem italiana. Prostitutas do leste europeu mataram uma garota romana. Os ilusos sonham com uma Europa multi-cultural e pacífica, mas isso só ocorre em música de John Lennon; a realidade é que o multi-culturalismo está desembocando é no neo-tribalismo: não havendo mais identificação com a nação, o indivíduo se torna para a identificação tribal, racial ou grupal. Gangues latinas, turcas, sérvias, asiáticas disputam o mercado do crime. Skinheads atacam imigrantes. Muçulmanos radicais prometem jihad anti-ocidental, o que por sua vez aumenta o perigo do neofascismo contrário.

Leio, enquanto isso, um artigo comparando Europa e Japão. Enquanto na Europa, assim como nos EUA e em quase todo o mundo ocidental desenvolvido, a imigração e o multi-culturalismo são políticas aparentemente irreversíveis, no Japão a grande discussão é se o número de imigrantes deve ser de 0.5% ou 1%. Sociedade fortemente tradicional, o Japão mantém seus hábitos de isolamento. E, no entanto, possui os mesmos problemas do resto do dito Primeiro Mundo: baixo nível de natalidade, envelhecimento da população, desaceleração econômica, diluição dos valores tradicionais, consumismo, hedonismo. Mas escolheu um outro caminho: em vez de trazer imigrantes para renovar sua população, optou por envelhecer e criar soluções tecnológicas como robôs para cuidar dos velhinhos. Pior? Melhor? Não sei, o futuro dirá. O Japão também enfrenta grandes desafios, não o menor a expansão da arqui-rival China. Mas a violência e o crime no país são bastante menores do que na Europa multi-cultural.

Bolívia e bolivarismo

A província de Santa Cruz, na Bolívia, votou em massa por maior autonomia. Mais de 85% dos eleitores disseram SIM. Naturalmente, o presidente socialista, poodle do Chávez, não gostou. Quer o dinheiro da província mais rica para - diz ele - distribui-lo entre os mais pobres. Em notícias relacionadas, no outro dia aqui perto de casa assaltaram um casal de velhinhos e levaram todo o seu dinheiro da aposentadoria, acumulado arduamente ao longo dos anos.

Atualização: Beabá de economia:

¿Por qué el populismo deriva en sistemas autocráticos? En primer lugar, porque en los gobiernos populistas siempre hay un germen autocrático, una tendencia al autoritarismo. Y, segundo, porque el populismo se basa en redistribuir y en castigar a los que producen.

Cuando el Estado se apropia de las utilidades, desestimula la inversión, reduce la producción porque desaparecen los productores marginales y aumenta la pobreza. Al aumentar la pobreza, comienza el descontento popular y es en ese punto cuando la falta de libertad económica conduce a la limitación o eliminación de las libertades civiles y políticas.

¿Por qué? Porque al aumentar la pobreza, fruto de la expoliación estatal, el descontento popular sólo puede frenarse con medidas represivas, persiguiendo a los opositores, inventando conspiraciones y silenciando a la prensa.

Ese que el populismo únicamente puede subsistir mientras tenga alguien que produzca para financiar la repartija de dádivas. Pero como ahoga la producción, cada vez se genera menos riqueza y hay menos recursos para repartir. Es entonces cuando la presión impositiva se transforma en salvaje y se recurre al monopolio de la fuerza del Estado para violar los derechos de propiedad confiscando utilidades o, directamente, el patrimonio de la gente. Es decir, el populismo ya no se financia apropiándose de las ganancias, sino que directamente lo hace consumiendo el stock de capital existente. Esto sigue hasta que se acaba el stock de capital y los gobiernos populistas ya no tienen forma de mantenerse en el poder salvo utilizando los mecanismos más aberrantes para silenciar a la población.

Si la gente no tiene libertad para producir su propio sustento y debe recurrir al burócrata de turno para subsistir, la cuestión es muy clara: se obedece al mandamás o no se come.

domingo, 4 de maio de 2008

Os guardiães de nosso bem

Você certamente já os viu por aí. Estão na esquerda, na direita. No PT, no PSDB, no DEM. Alguns são religiosos, outros ateus. Nas repartições públicas, são milhares. Na mídia, então, nem se fala. Na política, correspondem a 99% do total.

São os guardiães do nosso bem.

As pessoas que nos dizem o que é melhor para nós. Nos dizem que não devemos fumar, beber, nem comer demais. Sabem o que e como devemos estudar, como devemos nos comportar, como devemos pensar, e qual a leitura correta dos fatos que ocorrem no mundo.

Avançam sobre cada vez maiores áreas. Após terem transformado o fumo no oitavo pecado capital, hoje querem acabar com a bebida. Na Inglaterra, tradicional país de beberrões, um plano do Labour Party (recentemente humilhado nas eleições municipais mas ainda no poder geral) quer reduzir o consumo alcóolico dos ingleses. Um articulista local ironizou, exaltando as virtudes da bebedeira desregrada.

Who are they? The people who decide how we should run our lives. The busybodies who say that we can’t smoke foxes or smack our children. The nitwits who say that we should have a new bank holiday to celebrate traffic wardens and social workers. Where do they meet? Who pays their wages? And how do they get their harebrained schemes into the statute books?

Honestly? I haven’t a clue. But I do know this. It’s very obvious that their new target is people who drink alcohol – ie, everyone over the age of eight.

We are told that alcohol rots your liver, makes you impotent, gives you stomach ulcers and turns your skin into something that looks like a used condom’s handbag.

The BBC says that if you drink too much your brain stem will break and you will die. The British government tells us that if a man drinks more than two small glasses of white wine a day he will catch chlamydia from the barmaid in the pub garden after closing time. Rubbish. If a man drinks two small glasses of white wine every day it’s the barman he needs to worry about.

Eu disse que eles estão à esquerda e à direita, entre os "progressistas" e os "conservadores". De fato, embora os motivos e métodos variem. Por exemplo, para os conservadores, o problema é que beber em excesso é imoral. Para os progressistas, que não conhecem o conceito de moral, o que importa é o seu impacto na saúde. Por isso também os planos são diversos: enquanto os conservadores tendem a simplesmente limitar ou proibir seu uso (nos EUA em muitos Estados só se pode beber depois dos 21, não se pode estar com bebida na rua, etc), os progressistas tendem a aumentar monstruosamente os impostos sobre a bebida (esse era o plano do Labour), para assim amealhar mais recursos.

Até na nossa vida sexual querem se meter. No Equador, uma deputada quer instituir na nova Constituição do país uma cláusula que diga que "toda mulher tem direito ao prazer sexual". Não se sabe como isso seria cumprido e verificado. Irá a Polícia do Orgasmo visitar os casais? Prenderá os maridos que não cumpram com seu dever?

O homossexualismo e as drogas também são temas de discussão. Só que aqui, curiosamente, ocorre o contrário: os progressistas, que querem proibir cigarro e bebida, tendem a querer liberar as drogas e todo tipo de comportamento sexual. Pode parecer contraditório, mas na verdade se explica facilmente: as drogas legalizadas seriam nova fonte de impostos, e não há nada que um progressista goste mais do que novos impostos. Já os conservadores não gostam das drogas nem do homossexualismo pois os consideram imorais.

Nesse sentido, na direita, os libertários são mais parecidos aos esquerdistas do que aos conservadores: também querem liberar o homossexualismo e as drogas. Mas há uma diferença. Os libertários são da política do "não se meta com a vida do indivíduo", diminuindo a ação do Estado e sua capacidade de proibir ou coibir qualquer tipo de comportamento. Os progressistas, ao contrário, querem ter o maior poder estatal possível para justamente promover os comportamentos que lhes parecem justos, para se meter na nossa vida e nos dizer o que é bom e o que é mau. Assim ensinam homossexualismo nas escolas e promovem o aborto entre os adolescentes. Tiram as armas de circulação para que não nos machuquemos. Nos dizem quantas calorias devemos comer por dia e quantas horas de televisão podemos assistir.

Os esquerdistas, então, são parecidos com os conservadores na sua sanha moralizante, mas, de novo, há uma diferença. Enquanto os conservadores se baseiam na moral religiosa e na tradição, ou seja, na experiência de vida acumulada ao longo de centenas ou milhares de anos - a depuração, em suma, daquilo que demonstrou funcionar em uma sociedade - os progressistas querem criar uma Nova Moral, que não se baseia na religião nem no conceito de "certo" ou "errado" e nem mesmo na experiência, mas em achismos erráticos, naquilo que eles acham que é melhor para nós em base às modas do momento. Até onde pude entender, seus novos deuses são a "saúde", a "ecologia" e a "liberdade de opção sexual". Mas seria necessário um estudo mais aprofundado.

Viva os guardiães do nosso bem!

Bonecos malvados que fumam, bebem e usam armas.

Poema do domingo

Nel mezzo del cammin di nostra vita
mi ritrovai per una selva oscura
ché la diritta via era smarrita.

Ahi quanto a dir qual era è cosa dura
esta selva selvaggia e aspra e forte
che nel pensier rinova la paura!

Tant'è amara che poco è più morte;
ma per trattar del ben ch'i' vi trovai,
dirò de l'altre cose ch'i' v'ho scorte.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Dia da memória


Ontem, além do Dia do Trabalho, foi o Dia da Memória do Holocausto.

Em comemoração:

- Socialistas italianos queimaram a bandeira de Israel e dos EUA na frente da Feira do Livro dedicada a Israel.

- O Hamas afirmou que o Holocausto foi realizado pelos próprios judeus para matar os deficientes físicos e ainda ganhar a simpatia do mundo (parece que o truque não adiantou muito).

- Paquistaneses marcharam pedindo a destruição de Israel.

Etc, etc, etc...

Hoje como ontem, o mundo persegue os judeus. E hoje, como ontem, acha plenamente justificada a perseguição.

(Ontem porque eram "banqueiros que dominavam o mundo e financiavam o comunismo", hoje porque "são nazi-sionistas que estão exterminando os pobres palestinos").

Talvez por isso, todo ano na ceia judaica de Pessach, é lida uma mensagem que diz:

"Pois não foi apenas uma vez que tentaram nos destruir, e sim, em cada geração levantam-se pessoas que querem nos destruir, porém Deus sempre nos salva delas!"


* * *

Atualização: Em artigo do Kirk Douglas, que redescobriu a religião judaica aos 70 anos (seu nome real é Issur Danielovitch), leio esta citação de Hitler, no Mein Kampf: "It is true we Germans are barbarians; that is an honored title to us. I free humanity from the shackles of the soul; from the degrading suffering caused by the false vision called conscience and ethics. The Jews have inflicted two wounds on mankind: circumcision on its body and conscience on its soul. They are Jewish inventions. The war for the domination of the world is waged only between these two camps alone, the Germans and the Jews. Everything else is but deception."

Ou seja, o próprio Hitler admite que é contra a ética, a consciência e a moral, e que tais são invenções do judaísmo, posteriormente assumidas pelo cristianismo.

Um filme

Ontem não tinha nada para fazer e decidi finalmente ver o "Munich" do Spielberg. Parafraseando aquela piada maldosa, o Spielberg quando não caga na entrada, caga na saída. Perdão pela expressão, mas, francamente - depois de ter estragado um conceito interessante do Kubrick em A.I. com um filme chorumela, ele ataca novamente: Munich até que tem cenas boas e poderia ser um ótimo thriller de espionagem se simplesmente se limitasse a fazer o seu trabalho. Mas aí Spielberg (ou o roteirista Tony Kushner) estraga tudo com um terço final chato, longo e irritante no qual explora a "ambiguidade moral" e o "sentimento de culpa" do personagem, tenta "mostrar os dois lados da questão", inclui uma cena de sexo gratuita intercalada com o massacre realizado pelos terroristas, não conclui o drama e deixa por isso mesmo.

Para piorar, o filme termina com um plano mostrando as torres gêmeas, dando a entender que o "ciclo de violência" continua. Eis o problema dos esquerdistas: não conseguem fazer um filme que não tenha alguma lição de moral "progressista" no final. O que o atentado às Torres Gêmeas realizado pelo grupo wahabista sunita Al-Qaeda tem a ver com a caçada israelense aos assassinos de seus atletas nacionais em Munique? Bem, talvez que os constantes atentados contra Israel e os atentados contra os EUA fazem parte da mesma jihad global contra os infiéis, mas não acho que era isso que Spielberg queria dizer.

Evidentemente, quase toda a história do filme foi absolutamente inventada; ninguém sabe como realmente ocorreram os assassinatos. Os agentes do Mossad certamente não ficavam chorando pelos terroristas que matavam, ou teriam se dedicado a outro trabalho mais gratificante. O informante mágico "Papà" e Louis são claramente delírios de Kushner, um judeu esquerdista e gay novaiorquino, mais conhecido como o autor de "Angels in America" (outro trabalho com moralizações esquerdistas de dar dó).


Alguna acharam que o filme faz "equivalência moral" entre os terroristas e os agentes do Mossad. É verdade, mas isso nem me incomodou tanto. Está até certo mostrar os tais "dois pontos de vista". O problema é que no fim das contas o filme de Spielberg parece não ter ponto de vista algum, fora a crítica ao "ciclo de violência", e termina como que no meio, sem concluir nada nem decidir nada.


O poeta Robert Frost disse certa vez que um liberal (na acepção americana do termo, ou seja, aqueles que hojem se auto-denominam "progressistas") - enfim, o poeta disse certa vez que um "progressista" é um sujeito tão mas tão imparcial que não consegue nem tomar o próprio lado numa briga.

No cinema, como na vida, o povo não gosta de um herói indeciso que fica se torturando. Já pensaram se o Capitão Nascimento a cada tortura ficasse pensando, "Xi, será que o tal do saco é moralmente ético ou não?"

O povo gosta é do herói dando porrada nos vilões.

O povo gosta é do agente bonzinho mandando bala no terrorista malvado.

O povo gosta de Charles Bronson.

O povo gosta de Clint Eastwood.

O povo gosta de Bruce Willis.

Se o filme não tivesse esse chato terço final, teria feito muito mais sucesso.

(Aqui uma crítica interessante ao filme, escrita por uma atleta israelense que conhecia os atletas assassinados e por pocuo não esteve nas Olimpíadas de 72 também).