Rocco Cotroneo, correspondente do Corriere della Sera na América Latina, fez uma reportagem sobre uma escrava sexual das Farc. Aos 11 anos, ela foi arregimentada pelos terroristas colombianos para montar minas. Essa tarefa costuma ser desempenhada por crianças para evitar o risco de perder um terrorista num acidente. Aos 12 anos, ela se tornou escrava sexual de um alto comandante das Farc, um dos mais procurados do país. Ele tinha 45 anos. Algum tempo depois, ela engravidou. É comum que as escravas sexuais das Farc – as "ratas" – tenham de abortar com pontapés na barriga. Como ela pertencia a um dos chefes do bando, conseguiu ter o filho, que lhe foi tomado aos 2 meses de idade e entregue a um parente. Ela fugiu do acampamento terrorista e foi acolhida num instituto do governo, onde Rocco Cotroneo a encontrou.
O assessor especial de Lula, Marco Aurélio Garcia, já garantiu a "neutralidade" do Brasil na guerra contra as Farc. Quando lhe perguntaram se seu grupo tinha simpatia pelos terroristas, ele respondeu simplesmente: "Nem simpatia, nem antipatia". No caso das ratas, é como manter uma postura de neutralidade diante de Josef Fritzl, o austríaco que prendeu a própria filha por mais de vinte anos, servindo-se dela como sua escrava sexual. Josef Fritzl? Nem simpatia, nem antipatia.
Na verdade, grande parte da esquerda não é exatamente "neutra". Tem, sim, simpatia pelas FARC. Tomo a liberdade de reproduzir um comentário encontrado no blog do PD:
Lula se recusou a classificar as FARC como grupo terrorista. Seria uma carta aprovando o genocídio em curso perpetrado por Uribe e EUA.Viram? No universo de fantasia de certos esquerdistas, lutar contra grupos terroristas (como Colômbia e Israel fazem) é "genocídio". Seqüestrar civis ou escravizar meninas de doze anos e usá-las para montar minas é "luta legítima".
Eu poderia aqui escrever linhas e linhas sobre como o governo Lula, sob a farsa da neutralidade, é comprovadamente conivente com as FARC. Mas não é isso que me interessa agora. O que me interessa é entender como certas pessoas, em nome da "justiça social", do "bem", podem ignorar as coisas mais terríveis: ficar na verdade, cegas para como o mundo funciona de verdade. Não há nada de surpreendente no fato de que guerrilheiros na selva utilizem meninas como escravas sexuais, aliás há extenso material sobre o tema. Os traficantes cariocas fazem o mesmo toda hora. Mas a ideologia esquerdista parece tornar as pessoas imunes ao senso comum. Coisas que horrorizariam qualquer mortal (e até eles mesmos em outras situações; digamos que estivéssemos falando do CV e não das FARC) passam batidas quando estão de algum modo ligadas à ideologia socialista.
Claro: daria para argumentar que a ideologia socialista, de por si, é imoral; daí que os passos para atingi-la também possam ser imorais. No entanto, o problema é que seus defensores se consideram santos baixados a terra, portadores de uma Moral Superior. E quem ousa criticá-los é um "direitista fanático" ou "membro das elites", ou um "burguês", ou um "imperialista".
2 comentários:
e tudo por causa de relativismos morais e subjetivismo.
E defesa das FARC ainda é pouco. Lá no PD já tem esquerdista achando que o Amadinehjad é um "pacifista" e um "herói".
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