Devido à crise, o Japão está pagando para os os dekasseguis brazucas irem embora do país e não voltarem jamais. Há quem veja isso como uma afronta. O Brasil, afinal, acolheu milhares de imigrantes japoneses e jamais os mandou embora.
De fato, o país do sol nascente é, sob o ponto de vista da imigração, extremamente conservador. Eles preferem ter uma população de velhos do que do que trazer escumalha de fora, ainda que seja de origem japonesa.
Há vários anos li uma reportagem elucidativa sobre as diferenças entre Japão e Brasil, que lamentavelmente não está online. Mas dizia basicamente que as nossas qualidades eram as mesmas que os nossos defeitos, e que impediam que o Brasil se tornasse um grande Japão. O brasileiro é um povo alegre, informal, amistoso, aberto a tudo e a todos. Lamentavelmente, isso quer dizer que também é desorganizado, corrupto, incompetente, pouco confiável. O japonês é fechado, formal, tradicionalista, sério. Mas extraordinariamente eficiente.
Eis Hiroshima em 1945. Eis Hiroshima em 2009.
Eis o sertão nordestino em 1945. Eis o sertão nordestino em 2009.
(Por outro lado, os japoneses são meio pervertidos. Os brasileiros também.)
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
domingo, 30 de agosto de 2009
Poema do domingo
Era una niña bonita de un pueblo, fue creciendo y emputeció.
Salvador Díaz Mirón (1853-1928)
Salvador Díaz Mirón (1853-1928)
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Off the grid - Fugindo do sistema
O título deste post parece de um filme de ficção científica (com tradução à moda brasileira), e talvez seja mesmo.
Vivemos em um mundo em que a liberdade - econômica, social, política - é cada vez menor. Governos socialistas ou liberais progressistas (dá na mesma) aumentam cada vez mais seu poder e avançam sobre quase todas as áreas do planeta, impondo cada vez mais regulamentos, impostos, taxas, obrigações, burocracias, controles, e obrigando o cidadão de bem a sustentar toda uma corja de políticos bem como massas de votantes "excluídos" que não pagam imposto.
Para onde fugir?
Europa? Tá tudo dominado. EUA? Obama é apenas a última pá sobre o caixão da suposta "land of the free". Latinoamérica? Não brinquemos com coisas sérias.
Não, há hoje apenas três fronteiras possíveis. Uma, a autonomia total em algum canto rural esquecido. Novas comunidades poderiam se isolar o máximo possível do governo. Como quakers ultratecnológicos, essa nova geração de pioneiros produziria sua própria eletricidade com minireatores nucleares, não dependendo da rede de eletricidade pública. Poderia naturalmente produzir seus próprios vegetais, e até mesmo seus próprios produtos industriais através do revolucionário conceito nanotecnológico de desktop manufacturing.
A segunda alternativa é o espaço sideral. A tecnologia ainda é demasiado cara e não é ainda possível chegar tão longe. Mas a iniciativa privada está avançando onde a NASA já não quer se arriscar. A colonização da Lua é uma possibilidade concreta para o futuro.
A terceira opção de fuga é o chamado seasteading. Isto é, a criação de comunidades autônomas no meio do oceano, que não obedeceriam a qualquer jurisdição senão a própria e seriam independentes de qualquer governo. Pati Friedman (não por acaso neto de Milton Friedman) é o fundador e diretor executivo do Seasteading Institute, e o primeiro financiador é Peter Thiel, a mente por trás de fenômenos da Internet como PayPal e Facebook, e um defensor da autonomia total.
Utopia? Delírio libertário? Talvez. Mas, em um momento em que o governo Obama tenta impor por bem ou por mal um sistema de saúde público altamente impopular que custará trilhões, e no Brasil qualquer juiz de quinta categoria tem direito de censurar o que bem entender, são idéias inspiradoras.
Vivemos em um mundo em que a liberdade - econômica, social, política - é cada vez menor. Governos socialistas ou liberais progressistas (dá na mesma) aumentam cada vez mais seu poder e avançam sobre quase todas as áreas do planeta, impondo cada vez mais regulamentos, impostos, taxas, obrigações, burocracias, controles, e obrigando o cidadão de bem a sustentar toda uma corja de políticos bem como massas de votantes "excluídos" que não pagam imposto.
Para onde fugir?
Europa? Tá tudo dominado. EUA? Obama é apenas a última pá sobre o caixão da suposta "land of the free". Latinoamérica? Não brinquemos com coisas sérias.
Não, há hoje apenas três fronteiras possíveis. Uma, a autonomia total em algum canto rural esquecido. Novas comunidades poderiam se isolar o máximo possível do governo. Como quakers ultratecnológicos, essa nova geração de pioneiros produziria sua própria eletricidade com minireatores nucleares, não dependendo da rede de eletricidade pública. Poderia naturalmente produzir seus próprios vegetais, e até mesmo seus próprios produtos industriais através do revolucionário conceito nanotecnológico de desktop manufacturing.
A segunda alternativa é o espaço sideral. A tecnologia ainda é demasiado cara e não é ainda possível chegar tão longe. Mas a iniciativa privada está avançando onde a NASA já não quer se arriscar. A colonização da Lua é uma possibilidade concreta para o futuro.
A terceira opção de fuga é o chamado seasteading. Isto é, a criação de comunidades autônomas no meio do oceano, que não obedeceriam a qualquer jurisdição senão a própria e seriam independentes de qualquer governo. Pati Friedman (não por acaso neto de Milton Friedman) é o fundador e diretor executivo do Seasteading Institute, e o primeiro financiador é Peter Thiel, a mente por trás de fenômenos da Internet como PayPal e Facebook, e um defensor da autonomia total.
Utopia? Delírio libertário? Talvez. Mas, em um momento em que o governo Obama tenta impor por bem ou por mal um sistema de saúde público altamente impopular que custará trilhões, e no Brasil qualquer juiz de quinta categoria tem direito de censurar o que bem entender, são idéias inspiradoras.
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terça-feira, 25 de agosto de 2009
Sodoma & Gomorra
Gênesis 18:23 | | E chegando-se Abraão, disse: Destruirás também o justo com o ímpio? | |
Gênesis 18:24 | | Se porventura houver cinqüenta justos na cidade, destruirás e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que ali estão? |
Depois do movimento gay, vem aí o movimento poly. Poly, de polyamorous. Eles já têm blog, têm movimento organizado, e têm até suas celebridades, como a admirável atriz Tilda Swinton, que vive abertamente com dois homens, um, o pai de seus filhos, e outro um jovem amante.
Já é quase certo que o "casamento gay" será legalizado em quase todos os EUA e na Europa. Mas, longe de realmente significar uma revalorização do casamento, o que isso significará é o inevitável fim do casamento tradicional. Se os gays podem casar, não há motivo para os polys não quererem. E, se os polys puderem "casar", então, não há limite. O casamento, que era um contrato social entre (um) homem e (uma) mulher para permitir a criação de crianças, as alianças entre famílias ou clãs rivais, e a estabilidade social, vai ter agora como quase única finalidade a convivência sexual. Casar, então, para quê? De acordo com o blogger do link acima, o casamento tradicional vai virar exclusividade dos ricos e dos religiosos (mas os muçulmanos poderão ser poligâmicos).
A monogamia não é natural no homem. Acreditem, sei do que estou falando. Talvez o homem seja mais parecido ao chimpanzé. (A mulher, um pouco menos).
Mas, quem disse que tudo o que é natural é bom?
A civilização tampouco é natural. O que é natural é a barbárie. E o grande problema do mundo ocidental, hoje, é esse: a crença irracional de que a civilização é algo que simplesmente acontece, que é o estágio natural da humanidade. Errado. Civilização exige esforço hercúleo constante, o mesmo esforço que um casamento monogâmico exige. O próprio Freud, que disse tanta besteira, disse ao menos uma coisa certa: civilização exige sempre um certo grau de repressão dos instintos.
Será que esse ultraliberalismo que traz casamento gay e movimento poly terminará bem? Embora eu seja na prática a favor de um certo liberalismo, temo às vezes que este fará surgir, a longo prazo, caos social e frustração massiva dos sexual losers. Já há vários sinais disso. Uma sociedade poligâmica tem muito maior número de frustrados, vejam o caso das sociedades muçulmanas em que os que sobram viram homens-bomba em busca de virgens.
Recentemente, aqui mesmo em Los Angeles, um sujeito chamado George Sodini entrou em uma academia de ginástica e matou quatro mulheres gostosas. Depois, se suicidou. O motivo? Era um autodeclarado loser que não comia ninguém há vinte anos, e tinha raiva das mulheres. Está tudo detalhado em seu diário online. O sujeito era tão, mas tão loser, que ninguém leu as páginas da web nas quais havia mais de um ano ele descrevia em detalhes suas frustrações e seu plano diabólico. Nem mesmo seus familiares, duramente criticados, leram o material.
O curioso é o seguinte: ao contrário de outros atiradores recentes, George Sodini não era psicótico. Seu diário mostra um homem razoavelmente normal, com um bom emprego, dinheiro, boa-forma e sucesso. Frustrado, sim, mas não louco, ao menos não clinicamente.
Será que esse tipo de frustração - e consequentes crimes - não será cada vez mais normal? Será que o fim do casamento tradicional não será também o prenúncio da anarquia social cada vez maior, a qual, segundo Theodore Dalrymple, já ocorre entre as classes baixas inglesas, onde quase ninguém mais casa e violência doméstica, infidelidade, estupro, assassinato, tortura de bebês e 80% de filhos ilegítimos são a norma do dia?
Dizem que, por muito menos, Deus destruiu Sodoma e Gomorra. Mas sabe-se lá o que rolava em Gomorra.
domingo, 23 de agosto de 2009
Poema do domingo
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís de Camões (1524-1580)
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís de Camões (1524-1580)
Compaixão por terroristas
Há algo de podre no mundo ocidental. Talvez mereçamos mesmo morrer e ser destruídos sem piedade.
O terrorista responsável pelo atentado de Lockerbie, que matou 270 pessoas, foi solto pelas autoridades escocesas e retornou à Líbia, onde foi recebido como herói.
O motivo alegado é a compaixão: o pobre terrorista estava com câncer e morreria logo, mas há suspeitas que a verdadeira razão seja um lucrativo acordo comercial do Reino Unido com a Líbia. Parece ser uma explicação mais plausível. Negócios, negócios, justiça à parte.
Independentemente dos motivos, um articulista do Guardian, porta-voz maior do esquerdismo atual, celebrou a liberdade do terrorista, afirmando ser um "tributo à decência humana". Que um asno zurre asneiras, não é surpreendente. Mas o número de imbecis concordando nos comentários não deixa de ser algo arrasador.
270 pessoas morreram sem qualquer compaixão. O próprio terrorista preso jamais demonstrou qualquer arrependimento pelo massacre. Os líbios, os palestinos (também acusados de participação no atentado, ao lado do Irã), e por extensão todo o mundo islâmico, agora mesmo celebram seu herói e cospem coletivamente na cova dos 270 "infiéis" mortos.
Richard Fernandez observa que, ao mesmo tempo em que o terrorista foi solto, as autoridades inglesas prenderam uma adolescente acusada de cyberbulling no Facebook, dando a letra de quais são os crimes que realmente preocupam nossa superficial sociedade atual.
Mas o evento mostra principalmente que, na verdade, a tal "compaixão" progressista não passa de um narcisismo delirante. O importante é mostrar compaixão, aparecer aos outros como mais nobre, mais bom, defensor dos frascos e comprimidos, mesmo à custa de mais atentados, que fatalmente ocorrerão. O articulista do Guardian pode dar-se ao luxo de celebrar a "compaixão" por um terrorista pois não foram seus familiares os que morreram na explosão. Afinal, o importante é mostrar que "somos melhores do que eles". E, se de quebra ainda der para conseguir um milionário acordo petrolífero, que problema há?
Não, uma sociedade que libera um assassino de 270 pessoas, na maioria mulheres e crianças, após meros 7 anos de cadeia, não é uma sociedade "decente". É uma sociedade estúpida, em fase de câncer terminal.
O terrorista responsável pelo atentado de Lockerbie, que matou 270 pessoas, foi solto pelas autoridades escocesas e retornou à Líbia, onde foi recebido como herói.
O motivo alegado é a compaixão: o pobre terrorista estava com câncer e morreria logo, mas há suspeitas que a verdadeira razão seja um lucrativo acordo comercial do Reino Unido com a Líbia. Parece ser uma explicação mais plausível. Negócios, negócios, justiça à parte.
Independentemente dos motivos, um articulista do Guardian, porta-voz maior do esquerdismo atual, celebrou a liberdade do terrorista, afirmando ser um "tributo à decência humana". Que um asno zurre asneiras, não é surpreendente. Mas o número de imbecis concordando nos comentários não deixa de ser algo arrasador.
270 pessoas morreram sem qualquer compaixão. O próprio terrorista preso jamais demonstrou qualquer arrependimento pelo massacre. Os líbios, os palestinos (também acusados de participação no atentado, ao lado do Irã), e por extensão todo o mundo islâmico, agora mesmo celebram seu herói e cospem coletivamente na cova dos 270 "infiéis" mortos.
Richard Fernandez observa que, ao mesmo tempo em que o terrorista foi solto, as autoridades inglesas prenderam uma adolescente acusada de cyberbulling no Facebook, dando a letra de quais são os crimes que realmente preocupam nossa superficial sociedade atual.
Mas o evento mostra principalmente que, na verdade, a tal "compaixão" progressista não passa de um narcisismo delirante. O importante é mostrar compaixão, aparecer aos outros como mais nobre, mais bom, defensor dos frascos e comprimidos, mesmo à custa de mais atentados, que fatalmente ocorrerão. O articulista do Guardian pode dar-se ao luxo de celebrar a "compaixão" por um terrorista pois não foram seus familiares os que morreram na explosão. Afinal, o importante é mostrar que "somos melhores do que eles". E, se de quebra ainda der para conseguir um milionário acordo petrolífero, que problema há?
Não, uma sociedade que libera um assassino de 270 pessoas, na maioria mulheres e crianças, após meros 7 anos de cadeia, não é uma sociedade "decente". É uma sociedade estúpida, em fase de câncer terminal.
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terça-feira, 18 de agosto de 2009
Bandido bom é bandido solto
Há uma frase atribuída a Lenin que diz: "quanto pior, melhor". Isto é, quanto maior a degradação social e econômica, quanto maior pobreza e desgraça causada pelos esquerdistas, melhor - pois tudo pode ser, naturalmente, atribuído ao capitalismo (ou, palavra de moda de hoje, o "neoliberalismo").
Assim, os agentes leninistas são agentes propositais da destruição do tecido social, ao mesmo tempo em que afirmam que a culpa é de seus inimigos. E promovem-se como a solução radical para os mesmos problemas que criaram.
Um exemplo claro é a questão do crime, da violência e do tráfico na América Latina. Não é segredo para ninguém que o crime organizado atual tem suas origens no contato com a guerrilha esquerdista nos anos 70. Foi dos presos políticos que Comando Vermelho e PCC aprenderam a guerrilha urbana e a organização. De fato, é o próprio fundador do CV que confirma isso, bem como vários ex-guerrilheiros que viveram esse período. Sobre isso, não há mistério algum. (E ainda hoje a relação dos traficantes com FARC, Chávez, Evo e todos o movimento bolivariano não é segredo).
Bem, está por sair um novo filme brazuca sobre as origens do Comando Vermelho. Não sei detalhes, mas parece ser mera romantização da bandidagem. De fato, segundo o diretor, a mensagem do filme é a "solidariedade dos presos na luta contra a opressão do sistema". O mesmo cineasta realizou dois documentários elogiosos da figura de Willian (é, com n mesmo) Silva, o fundador do CV. Não os assisti por ter um certo preconceito contra líderes do crime, mas estão no Youtube. Um se chama "Liberdade" e outro "Resistir", não dando margem a dúvidas que o fundador do CV é apresentado como uma espécie de revolucionário redentor das classes oprimidas, que, aliás, é como ele próprio se vê. Ah, sim: Willian cumpria pena em regime semiaberto e, um dia, sumiu... Quem diria! Para a esquerda, pelo jeito, bandido bom é bandido solto.
Ao convencer o mundo que o crime é causado unicamente pela "desigualdade social" (flagrante mentira, mas quem ousa discordar hoje?), a esquerda obtém dois trunfos. Um, promover-se a si mesma como a "solução" (afinal, não é a esquerda que luta contra a desigualdade social?) obtendo cada vez mais poder e dinheiro para o Estado. Dois, a desculpa para não fazer nada contra o crime, pois, já que tudo é mero resultado da desigualdade social, ora, é preciso primeiro resolver a tal desigualdade, que depois magicamente a questão do crime será resolvida.
Porém, como a igualdade social é um mito, uma utopia, e jamais acontecerá, fica a certeza que a esquerda nunca moverá um dedo para resolver a questão do crime de modo eficiente. Vejam que, com Chávez, o crime aumentou 400% na Venezuela. E no Brasil-il-il? Bem, está aí o ministro do meio-ambiente participando de marcha da maconha, enquanto a violência cresce sem que ninguém faça nada.
Quanto pior, melhor.
Assim, os agentes leninistas são agentes propositais da destruição do tecido social, ao mesmo tempo em que afirmam que a culpa é de seus inimigos. E promovem-se como a solução radical para os mesmos problemas que criaram.
Um exemplo claro é a questão do crime, da violência e do tráfico na América Latina. Não é segredo para ninguém que o crime organizado atual tem suas origens no contato com a guerrilha esquerdista nos anos 70. Foi dos presos políticos que Comando Vermelho e PCC aprenderam a guerrilha urbana e a organização. De fato, é o próprio fundador do CV que confirma isso, bem como vários ex-guerrilheiros que viveram esse período. Sobre isso, não há mistério algum. (E ainda hoje a relação dos traficantes com FARC, Chávez, Evo e todos o movimento bolivariano não é segredo).
Bem, está por sair um novo filme brazuca sobre as origens do Comando Vermelho. Não sei detalhes, mas parece ser mera romantização da bandidagem. De fato, segundo o diretor, a mensagem do filme é a "solidariedade dos presos na luta contra a opressão do sistema". O mesmo cineasta realizou dois documentários elogiosos da figura de Willian (é, com n mesmo) Silva, o fundador do CV. Não os assisti por ter um certo preconceito contra líderes do crime, mas estão no Youtube. Um se chama "Liberdade" e outro "Resistir", não dando margem a dúvidas que o fundador do CV é apresentado como uma espécie de revolucionário redentor das classes oprimidas, que, aliás, é como ele próprio se vê. Ah, sim: Willian cumpria pena em regime semiaberto e, um dia, sumiu... Quem diria! Para a esquerda, pelo jeito, bandido bom é bandido solto.
Ao convencer o mundo que o crime é causado unicamente pela "desigualdade social" (flagrante mentira, mas quem ousa discordar hoje?), a esquerda obtém dois trunfos. Um, promover-se a si mesma como a "solução" (afinal, não é a esquerda que luta contra a desigualdade social?) obtendo cada vez mais poder e dinheiro para o Estado. Dois, a desculpa para não fazer nada contra o crime, pois, já que tudo é mero resultado da desigualdade social, ora, é preciso primeiro resolver a tal desigualdade, que depois magicamente a questão do crime será resolvida.
Porém, como a igualdade social é um mito, uma utopia, e jamais acontecerá, fica a certeza que a esquerda nunca moverá um dedo para resolver a questão do crime de modo eficiente. Vejam que, com Chávez, o crime aumentou 400% na Venezuela. E no Brasil-il-il? Bem, está aí o ministro do meio-ambiente participando de marcha da maconha, enquanto a violência cresce sem que ninguém faça nada.
Quanto pior, melhor.
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domingo, 16 de agosto de 2009
Poema do domingo
- BROKEN DREAMS
- THERE is grey in your hair,
- Young men no longer suddenly catch their breath
- When you are passing;
- But maybe some old gaffer mutters a blessing
- Because it was your prayer
- Recovered him upon the bed of death.
- For your sole sake--that all heart's ache have known,
- And given to others all heart's ache,
- From meager girlhood's putting on
- Burdensome beauty--for your sole sake
- Heaven has put away the stroke of her doom,
- So great her portion in that peace you make
- By merely walking in a room.
- Your beauty can but leave among us
- Vague memories, nothing but memories.
- A young man when the old men are done talking
- Will say to an old man, 'Tell me of that lady
- The poet stubborn with his passion sang us
- When age might well have chilled his blood.'
- Vague memories, nothing but memories,
- But in the grave all, all, shall be renewed.
- The certainty that I shall see that lady
- Leaning or standing or walking
- In the first loveliness of womanhood,
- And with the fervour of my youthful eyes,
- Has set me muttering like a fool.
- You are more beautiful than any one,
- And yet your body had a flaw:
- Your small hands were not beautiful,
- And I am afraid that you will run
- And paddle to the wrist
- In that mysterious, always brimming lake
- Where those that have obeyed the holy law
- Paddle and are perfect. Leave unchanged
- The hands that I have kissed,
- For old sake's sake.
- The last stroke of midnight dies.
- All day in the one chair
- From dream to dream and rhyme to rhyme I have ranged
- In rambling talk with an image of air:
- Vague memories, nothing but memories.
- William Butler Yeats
sábado, 15 de agosto de 2009
Almoço grátis para mendigos gordos
Para certas pessoas, não há problema que não possa ser resolvido com Mais Governo.
O presidente da Whole Foods, supermercado que vende alimentos orgânicos, e portanto supostamente "progressista", escreveu um artigo no Wall Street Journal criticando o plano de saúde de Obama e afirmando que saúde não é um direito, apenas uma necessidade. Pronto. Caiu o mundo. Apareceu comentarista afirmando que jamais iria comprar ali de novo.
Mas o homem tem razão. Saúde não é direito, assim como comida não é direito. São necessidades humanas, mas não direitos.
Um outro comentarista afirmou que os pobres americanos são gordos pois não tem dinheiro para comprar alimentos orgânicos como os vendidos na Whole Foods, que de fato é um dos supermercados mais caros do país. Já outro disse que os pobres são gordos porque não tem dinheiro para ir a um ginásio e usar a esteira... Ora, bolas! Os "pobres" são gordos porque comem mal por opção. Preferem hambúrguer com batata frita e sorvete a uma salada. Os "pobres" são gordos porque não fazem exercício, afinal correr ou caminhar não custa nada. E conste que coloco "pobres" entre aspas porque não são pobres coisa nenhuma, na África ou mesmo no Brasil seriam reis.
Aliás, antes os pobres eram magros e os ricos, gordos. Hoje a situação se inverteu: os pobres são gordos, os ricos são magros. E ainda há quem reclame. Antes, diziam que o governo tinha que resolver o problema da fome. Hoje querem que resolva o problema da obesidade... E assim vamos. Que alguém resolva a própria vida, jamais.
Já vi muito mendigo gordo por aqui, e quando digo gordo, quero dizer horrivelmente obeso, com pelo menos duzentos quilos. E ganhavam comida grátis na rua, trazida por assistentes sociais. Certamente não era gente que estivesse morrendo de fome. Talvez se comessem menos hambúrgueres teriam dinheiro até para comprar uma casa, ou ao menos um trailer.
E por falar em obesidade, saiu uma campanha de uma ONG querendo alimentos mais saudáveis nas escolas. Eis a propaganda:
Embora seja uma ONG socialista (como todas), Obama não gostou da menção às suas filhotas. Um quadrinhista ironizou, fazendo uma tirinha dos "Obamas" (dica do Chesterton). Ali o artista explicava brilhantemente como funcionaria a merenda escolar se fosse feita do mesmo modo que o plano de saúde universal de Obama: simplesmente os lanches de todas as crianças seriam colocados em um liquidificador, e a nojenta pasta resultante seria distribuída entre todos. Ninguém gostaria do lanche, é claro, mas ao menos seriam todos finalmente IGUAIS (o grande fetiche).
Mas tente explicar isso a um progressista.
Um deles, comentando a mesma matéria, afirmou que no Canadá não pagava-se nada pela saúde pública e tinha-se um serviço de primeira (o que é discutível). Como explicar a esse sujeito que nada é grátis, ou ele paga em impostos, ou alguém paga por ele?
Não existe almoço grátis, nem mesmo o dado aos mendigos gordos da cidade.
O presidente da Whole Foods, supermercado que vende alimentos orgânicos, e portanto supostamente "progressista", escreveu um artigo no Wall Street Journal criticando o plano de saúde de Obama e afirmando que saúde não é um direito, apenas uma necessidade. Pronto. Caiu o mundo. Apareceu comentarista afirmando que jamais iria comprar ali de novo.
Mas o homem tem razão. Saúde não é direito, assim como comida não é direito. São necessidades humanas, mas não direitos.
Um outro comentarista afirmou que os pobres americanos são gordos pois não tem dinheiro para comprar alimentos orgânicos como os vendidos na Whole Foods, que de fato é um dos supermercados mais caros do país. Já outro disse que os pobres são gordos porque não tem dinheiro para ir a um ginásio e usar a esteira... Ora, bolas! Os "pobres" são gordos porque comem mal por opção. Preferem hambúrguer com batata frita e sorvete a uma salada. Os "pobres" são gordos porque não fazem exercício, afinal correr ou caminhar não custa nada. E conste que coloco "pobres" entre aspas porque não são pobres coisa nenhuma, na África ou mesmo no Brasil seriam reis.
Aliás, antes os pobres eram magros e os ricos, gordos. Hoje a situação se inverteu: os pobres são gordos, os ricos são magros. E ainda há quem reclame. Antes, diziam que o governo tinha que resolver o problema da fome. Hoje querem que resolva o problema da obesidade... E assim vamos. Que alguém resolva a própria vida, jamais.
Já vi muito mendigo gordo por aqui, e quando digo gordo, quero dizer horrivelmente obeso, com pelo menos duzentos quilos. E ganhavam comida grátis na rua, trazida por assistentes sociais. Certamente não era gente que estivesse morrendo de fome. Talvez se comessem menos hambúrgueres teriam dinheiro até para comprar uma casa, ou ao menos um trailer.
E por falar em obesidade, saiu uma campanha de uma ONG querendo alimentos mais saudáveis nas escolas. Eis a propaganda:
Embora seja uma ONG socialista (como todas), Obama não gostou da menção às suas filhotas. Um quadrinhista ironizou, fazendo uma tirinha dos "Obamas" (dica do Chesterton). Ali o artista explicava brilhantemente como funcionaria a merenda escolar se fosse feita do mesmo modo que o plano de saúde universal de Obama: simplesmente os lanches de todas as crianças seriam colocados em um liquidificador, e a nojenta pasta resultante seria distribuída entre todos. Ninguém gostaria do lanche, é claro, mas ao menos seriam todos finalmente IGUAIS (o grande fetiche).
Mas tente explicar isso a um progressista.
Um deles, comentando a mesma matéria, afirmou que no Canadá não pagava-se nada pela saúde pública e tinha-se um serviço de primeira (o que é discutível). Como explicar a esse sujeito que nada é grátis, ou ele paga em impostos, ou alguém paga por ele?
Não existe almoço grátis, nem mesmo o dado aos mendigos gordos da cidade.
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Grandes heróis comunistas
Em homenagem ao Tiago, nosso estagiário comunista residente, estou pensando em inaugurar uma nova seção para relembrar os grandes heróis do passado. O herói de hoje é Vasili Blokhin, carrasco a mando de Stalin.
Sob as ordens do Grande Líder, Blokhin executou pessoalmente dezenas de milhares de pessoas. Em uma única operação, matou sozinho 7000 prisioneiros, interrogando e executando cerca de 300 por noite durante 28 noites seguidas, um verdadeiro feito militar. Curiosamente, usava uma arma alemã (de uso comum entre os nazistas), já que as pistolas soviéticas, embora produzidas com todo amor pelo proletariado soviético, não eram de muito boa qualidade... Informa-nos a wikipedia que o número de 7 mil mortos em 28 dias permanece um recorde inigualado em massacres executados por um único indivíduo.
Curiosamente, o próprio Blohkin terminou sendo "suicidado" anos depois, quando não era mais útil ao sistema. Ironias da vida.
E não esqueçamos, é claro, que o verdadeiro assassino era Stalin, sob cujas ordens morreram... vinte milhões? ...quarenta milhões? Os números são tão assombrosos e os massacres tantos, que realmente fica difícil saber. Ah, menos mal que tudo era para o bem do "Povo"! Ou alguns não iriam conseguir dormir...
Sob as ordens do Grande Líder, Blokhin executou pessoalmente dezenas de milhares de pessoas. Em uma única operação, matou sozinho 7000 prisioneiros, interrogando e executando cerca de 300 por noite durante 28 noites seguidas, um verdadeiro feito militar. Curiosamente, usava uma arma alemã (de uso comum entre os nazistas), já que as pistolas soviéticas, embora produzidas com todo amor pelo proletariado soviético, não eram de muito boa qualidade... Informa-nos a wikipedia que o número de 7 mil mortos em 28 dias permanece um recorde inigualado em massacres executados por um único indivíduo.
Curiosamente, o próprio Blohkin terminou sendo "suicidado" anos depois, quando não era mais útil ao sistema. Ironias da vida.
E não esqueçamos, é claro, que o verdadeiro assassino era Stalin, sob cujas ordens morreram... vinte milhões? ...quarenta milhões? Os números são tão assombrosos e os massacres tantos, que realmente fica difícil saber. Ah, menos mal que tudo era para o bem do "Povo"! Ou alguns não iriam conseguir dormir...
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quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Heteronormatividade
Um dos conceitos acadêmicos na moda hoje é "heteronormatividade".
Recentemente, um estudo de duas sociolésbicas criticou os desenhos infantis como "A Bela Adormecida" ou "A Pequena Sereia", afirmando que estes "estimulam a heteronormatividade", ou seja, fazem a criança acreditar que a relação normal é entre um homem e uma mulher, ao invés de entre um homem e um homem, ou uma mulher e uma mulher, ou duas mulheres e um homem, ou um homem e um cachorro (embora isso ocorra em Scooby-Doo).
As moçoilas invertem a lógica - afinal, em tais filmes, o príncipe casa com a princesa apenas porque isto é o biologicamente normal - afirmando que os desenhos são na verdade uma nefasta propaganda homofóbica, já que, segundo elas, os "gêneros são apenas construções sociais". As pobre crianças seriam "genderizadas" desde a tenra infância, passando assim a acreditar na "mentira" das diferenças entre homens e mulheres (gasp!) e do heterosexualismo como padrão.
Epa! Gênero é mera construção social? Não há diferença entre homem e mulher? E os órgãos sexuais, são o quê? Uma mera ilusão da mente?
Nada contra os gays, mas eles deveriam acordar de seu delírio e descobrir que a esquerda apenas os usa. Vejam que Camile Paglia, lésbica (ou bissexual? nem sei), escreveu um artigo criticando ligeiramente o plano de saúde de Obama, e os comentaristas de esquerda caíram em cima dela, chamando-a de sapatão para baixo.
Recentemente, um estudo de duas sociolésbicas criticou os desenhos infantis como "A Bela Adormecida" ou "A Pequena Sereia", afirmando que estes "estimulam a heteronormatividade", ou seja, fazem a criança acreditar que a relação normal é entre um homem e uma mulher, ao invés de entre um homem e um homem, ou uma mulher e uma mulher, ou duas mulheres e um homem, ou um homem e um cachorro (embora isso ocorra em Scooby-Doo).
As moçoilas invertem a lógica - afinal, em tais filmes, o príncipe casa com a princesa apenas porque isto é o biologicamente normal - afirmando que os desenhos são na verdade uma nefasta propaganda homofóbica, já que, segundo elas, os "gêneros são apenas construções sociais". As pobre crianças seriam "genderizadas" desde a tenra infância, passando assim a acreditar na "mentira" das diferenças entre homens e mulheres (gasp!) e do heterosexualismo como padrão.
Epa! Gênero é mera construção social? Não há diferença entre homem e mulher? E os órgãos sexuais, são o quê? Uma mera ilusão da mente?
Nada contra os gays, mas eles deveriam acordar de seu delírio e descobrir que a esquerda apenas os usa. Vejam que Camile Paglia, lésbica (ou bissexual? nem sei), escreveu um artigo criticando ligeiramente o plano de saúde de Obama, e os comentaristas de esquerda caíram em cima dela, chamando-a de sapatão para baixo.
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Enquanto isso, em Cuba...
O problema:
A solução:
(Dica: DD)
FSP, 07/08/2009 - 20h46:
Em crise econômica, Cuba enfrenta escassez de papel higiênico
Em meio a uma séria crise econômica, Cuba está enfrentando escassez de papel higiênico e pode não ter o suficiente para atender à população até o final deste ano, disseram fontes de empresas estatais nesta sexta-feira.
A solução:
Globo, 09/08/09 - 08h28:
'Dicionário de pensamentos' de Fidel Castro é lançado em Cuba
"O (livro) do 'comandante' vende como pão quente, por isso tinham que ter feito uma tiragem de pelo menos 2 mil", disse à Agência Efe Magaly, de 71 anos, que não conseguiu um exemplar, apesar de ter chegado com quatro horas de antecedência.
(Dica: DD)
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quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Uma questão moral
Theodore Dalrymple comenta sobre Fujimori e como ele acabou com o brutal grupo maoísta Sendero Luminoso. Anos depois, o ex-presidente foi preso por corrupção e por "desrespeito aos direitos humanos" e amarga uma longa prisão. Mas será que, caso o Sendero tivesse vencido a guerra, os horrores e os "desrespeitos aos direitos humanos" realizados pelo grupo comunista não teriam sido muito maiores? Afinal, os senderistas não eram gente que tivesse qualquer escrúpulo em matar, torturar e trucidar civis. Além disso, não foi justamente o fim do Sendero Luminoso o que permitiu maior abertura ao país, e portanto a punição de Fujimori? Não teria sido o "japonês" então uma vítima do seu próprio sucesso?
(Talvez Uribe deva se cuidar: não duvido que, assim que ele acabar de vez com as FARC, subirá ao poder um governo de esquerda que fará de tudo para prendê-lo e humilhá-lo por supostos abusos aos direitos humanos).
De qualquer modo, o texto de Theodore vai mais além da questão peruana ou mesmo latinoamericana, e reflete de fato uma questão moral que é válida em qualquer conflito: até que ponto os fins justificam os meios? É válido desrespeitar os direitos humanos para evitar desrespeitos ainda maiores? É possível mesmo manter o moral high ground quando se luta contra um inimigo implacável, ou deve-se necessariamente descer ao seu nível ou próximo dele para derrotá-lo? Não estaríamos aí justificando a tortura e a execução, isto é, os mesmos males que queremos evitar? Por outro lado, de que vale manter-se "mais puro" e perder a guerra?
Ou será que, dependendo de que lado você está na politica, tudo o que conta é quem realiza o "desrespeito" e os horrores?
Em tempos em que Obama mata civis no Afeganistão sem qualquer pio de manifestantes, não deixa de ser uma pergunta instigante.
(Talvez Uribe deva se cuidar: não duvido que, assim que ele acabar de vez com as FARC, subirá ao poder um governo de esquerda que fará de tudo para prendê-lo e humilhá-lo por supostos abusos aos direitos humanos).
De qualquer modo, o texto de Theodore vai mais além da questão peruana ou mesmo latinoamericana, e reflete de fato uma questão moral que é válida em qualquer conflito: até que ponto os fins justificam os meios? É válido desrespeitar os direitos humanos para evitar desrespeitos ainda maiores? É possível mesmo manter o moral high ground quando se luta contra um inimigo implacável, ou deve-se necessariamente descer ao seu nível ou próximo dele para derrotá-lo? Não estaríamos aí justificando a tortura e a execução, isto é, os mesmos males que queremos evitar? Por outro lado, de que vale manter-se "mais puro" e perder a guerra?
Ou será que, dependendo de que lado você está na politica, tudo o que conta é quem realiza o "desrespeito" e os horrores?
Em tempos em que Obama mata civis no Afeganistão sem qualquer pio de manifestantes, não deixa de ser uma pergunta instigante.
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terça-feira, 11 de agosto de 2009
Os pobres são importantes
Os pobres são importantes para uma nação. Mais do que isso. Os pobres são uma mina de ouro, como disse uma vez um bispo. (Não, não foi o Bispo Macedo, embora pudesse ter sido ele, mas sim um bispo europeu séculos atrás).
Os políticos demagogos precisam de pobres. Os pobres, afinal, podem ser comprados a preço baixo, dando sustento a qualquer grupo de poderosos, de Chávez a Lula, de Mugabe a Obama. Um bom ditador toma cuidado de jamais acabar com seus pobres: pensem na Cuba de Fidel ou na Venezuela de Chávez. Acabaram com a pobreza? Que nada, aumentaram-na. Mas mantém os pobres na dependência estatal, isto é, eternos súditos do Estado.
Os pobres são tão importantes que alguns países, não tendo produção própria em grande escala, decidiram importá-los. EUA e Europa ocidental, desenvolvidos graças à riqueza do capitalismo, não tiveram mais remédio que importar suas "classes oprimidas" (embora um termo melhor fosse "classes sustentadas") de outros países.
É sabido que o welfare aumenta a pobreza. Por outro lado, alimenta a burocracia estatal. Dá de comer, não tanto aos pobres, como àqueles que trabalham com a suposta missão de "resolver o problema da pobreza". Os pobres são uma indústria. Os pobres dão lucro.
Nos EUA e na Europa, os pobres atualmente são representados principalmente por essa classe de novos imigrantes que, ao contrário das gerações anteriores, não estão ali para trabalhar e subir de vida, mas para ser sustentados e ficar sempre na mesma situação. De fato, estudos indicam que em sua maioria, por uma série de fatores, religiosos, políticos e sociais, tanto muçulmanos na Europa quanto mexicanos nos EUA serão (salvo exceções individuais, que existem em qualquer grupo) sempre uma subclasse inadaptada.
Para que serve isso aos políticos? Simples. De um lado, mantém a classe média na linha, com medo de assaltos e violência. Do outro lado, ganham votos e dependência permanente de uma classe baixa da população. E assim o poder dessa intelligentsia no poder aumenta mais e mais, não obstante um que outro escândalo de corrupção.
Os pobres são uma mina de ouro.
Os políticos demagogos precisam de pobres. Os pobres, afinal, podem ser comprados a preço baixo, dando sustento a qualquer grupo de poderosos, de Chávez a Lula, de Mugabe a Obama. Um bom ditador toma cuidado de jamais acabar com seus pobres: pensem na Cuba de Fidel ou na Venezuela de Chávez. Acabaram com a pobreza? Que nada, aumentaram-na. Mas mantém os pobres na dependência estatal, isto é, eternos súditos do Estado.
Os pobres são tão importantes que alguns países, não tendo produção própria em grande escala, decidiram importá-los. EUA e Europa ocidental, desenvolvidos graças à riqueza do capitalismo, não tiveram mais remédio que importar suas "classes oprimidas" (embora um termo melhor fosse "classes sustentadas") de outros países.
É sabido que o welfare aumenta a pobreza. Por outro lado, alimenta a burocracia estatal. Dá de comer, não tanto aos pobres, como àqueles que trabalham com a suposta missão de "resolver o problema da pobreza". Os pobres são uma indústria. Os pobres dão lucro.
Nos EUA e na Europa, os pobres atualmente são representados principalmente por essa classe de novos imigrantes que, ao contrário das gerações anteriores, não estão ali para trabalhar e subir de vida, mas para ser sustentados e ficar sempre na mesma situação. De fato, estudos indicam que em sua maioria, por uma série de fatores, religiosos, políticos e sociais, tanto muçulmanos na Europa quanto mexicanos nos EUA serão (salvo exceções individuais, que existem em qualquer grupo) sempre uma subclasse inadaptada.
Para que serve isso aos políticos? Simples. De um lado, mantém a classe média na linha, com medo de assaltos e violência. Do outro lado, ganham votos e dependência permanente de uma classe baixa da população. E assim o poder dessa intelligentsia no poder aumenta mais e mais, não obstante um que outro escândalo de corrupção.
Os pobres são uma mina de ouro.
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segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Quem governa o mundo?
A maioria das teorias conspiratórias apresenta alguém - pode ser uma só pessoa, mas em geral é um pequeno grupo - que controla o mundo. Presidentes, ditadores, terroristas: todos são meras marionetes dessa elite de verdadeiros governantes.
A teoria, a princípio, é interessante e plausível. Quer dizer, alguém acredita mesmo que Barack Obama seja "o homem mais poderoso do mundo"? É claro que não. Ele está ali porque a elite que o financia entendeu que um homem negro, articulado, Democrata, seria o personagem ideal para o papel de vingador Politicamente Correto. Mas é apenas um papel. Outros o colocaram ali, e podem livrar-se dele quando seja necessário, talvez apresentando um certificado de nascimento escondido em algum cofre.
Outro exemplo: observem a foto abaixo e perguntem-se: mas os sujeitos abaixo não eram inimigos políticos? Não era um de "esquerda" e outro de "direita"? Um da "elite" e outro do "povo"?
Claramente, ambos, hoje aliados, também apenas representaram papéis, meramente papéis. Collor fingiu abraçar a ideologia dominante dos anos 90 (ainda que seu confisco da poupança teria horrorizado Adam Smith). Lula hoje faz o papel de presidente-operário social-democrata "moderado", salvador das classes minoritárias mas com bom-senso econômico (nem uma coisa nem outra é verdadeira, mas o importante é representar o papel). Há quem argumente que ambos presidentes eram e são apenas fantoches da mesma cleptocracia dominante. Note que as figuras de fundo não mudam. No Brasil, as ideologias quase sempre são só disfarces para o roubo. Alguém acredita mesmo que um operário ignorante realmente tome todas as decisões financeiras e políticas da nação?
Em um romance de Kurt Vonnegut, um presidente americano tinha no banco de trás de sua limusine um volante de brinquedo. Era para se lembrar que tudo o que ele podia fazer é fingir que estava dirigindo, isto é, governando.
Mas, se os presidentes não governam o mundo de fato, ou nem mesmo seus países, então, quem o faz?
A teoria mais popular é que os que governam o mundo são os banqueiros.
Não acredito muito nisso, mas casos como os da família Fugger ou Rothschild realmente podem dar essa impressão. Os Fugger, banqueiros alemães desde o fim da Idade Média, e que - atenção! - não eram judeus, mas católicos (embora Jakob Fugger tivesse uma coleção de valiosos manuscritos que incuía antigos textos hebreus), estiveram financiando grande parte dos eventos do século XVI, inclusive a descoberta da América. Jakob Fugger, através de seu representante Fernando de Noronha, foi o primeiro indivíduo a investir no Brasil. Jakob Fugger teve tanta fortuna e poder que era conhecido em algumas nações apenas como "O Rico". Abaixo o vemos em pintura de Albrecht Dürer:
Os Fugger foram poderosos, mas mesmo seu poder tinha limites. Como todos os indivíduos humanos, tiveram seu apogeu e decadência. Os Rothschild também. Hoje são apenas sombra do que foram.
Será que os banqueiros são também marionetes de outras forças? Ou estabelecem uma relação simbiótica com outros poderes, como os líderes políticos e o clero? Nesse caso, teríamos três formas de poder (o político, o financeiro e o religioso/ideológico), que muitas vezes coincidem entre si nos objetivos, mas nem sempre. Seriam tais desacordos que fazem mover o mundo.
Outra teoria popular é que os verdadeiros governantes são os maçons. De fato, tal organização esteve presente não apenas fundação da América, como em grande parte dos eventos mundiais, e mesmo em eventos brasileiros como a Independência ou a Revolução Farroupilha. Um número considerável de líderes mundiais foi membro da maçonaria. Mas, e daí? Isso realmente quer dizer alguma coisa? Grande parte dos líderes mundiais também era fã do xadrez. E se tudo o que ocorre no mundo fosse na verdade uma conspiração mundial de enxadristas?
Talvez a primeira pergunta que temos que nos fazer é: o mundo é mesmo governado, ou não? Antes de afirmarmos que há uma pequena elite que está por trás de todos os grandes eventos, devemos considerar a teoria de que não haja ninguém em especial, ou ao menos ninguém com controle total. Há diversas forças e influências que combatem entre si. Há grupos poderosos que têm, de fato, enorme influência, mas nem sempre conseguem ter seus desejos atendidos.
Essa parece-me a teoria mais correta. O mundo é caótico. A vida é caos. E nós, meros plebeus sem qualquer poder político ou econômico, somos apenas espectadores, pequenos vermes que mal conseguimos governar nossas próprias vidas enquanto rastejamos por este Vale de Lágrimas.
A teoria, a princípio, é interessante e plausível. Quer dizer, alguém acredita mesmo que Barack Obama seja "o homem mais poderoso do mundo"? É claro que não. Ele está ali porque a elite que o financia entendeu que um homem negro, articulado, Democrata, seria o personagem ideal para o papel de vingador Politicamente Correto. Mas é apenas um papel. Outros o colocaram ali, e podem livrar-se dele quando seja necessário, talvez apresentando um certificado de nascimento escondido em algum cofre.
Outro exemplo: observem a foto abaixo e perguntem-se: mas os sujeitos abaixo não eram inimigos políticos? Não era um de "esquerda" e outro de "direita"? Um da "elite" e outro do "povo"?
Claramente, ambos, hoje aliados, também apenas representaram papéis, meramente papéis. Collor fingiu abraçar a ideologia dominante dos anos 90 (ainda que seu confisco da poupança teria horrorizado Adam Smith). Lula hoje faz o papel de presidente-operário social-democrata "moderado", salvador das classes minoritárias mas com bom-senso econômico (nem uma coisa nem outra é verdadeira, mas o importante é representar o papel). Há quem argumente que ambos presidentes eram e são apenas fantoches da mesma cleptocracia dominante. Note que as figuras de fundo não mudam. No Brasil, as ideologias quase sempre são só disfarces para o roubo. Alguém acredita mesmo que um operário ignorante realmente tome todas as decisões financeiras e políticas da nação?
Em um romance de Kurt Vonnegut, um presidente americano tinha no banco de trás de sua limusine um volante de brinquedo. Era para se lembrar que tudo o que ele podia fazer é fingir que estava dirigindo, isto é, governando.
Mas, se os presidentes não governam o mundo de fato, ou nem mesmo seus países, então, quem o faz?
A teoria mais popular é que os que governam o mundo são os banqueiros.
Não acredito muito nisso, mas casos como os da família Fugger ou Rothschild realmente podem dar essa impressão. Os Fugger, banqueiros alemães desde o fim da Idade Média, e que - atenção! - não eram judeus, mas católicos (embora Jakob Fugger tivesse uma coleção de valiosos manuscritos que incuía antigos textos hebreus), estiveram financiando grande parte dos eventos do século XVI, inclusive a descoberta da América. Jakob Fugger, através de seu representante Fernando de Noronha, foi o primeiro indivíduo a investir no Brasil. Jakob Fugger teve tanta fortuna e poder que era conhecido em algumas nações apenas como "O Rico". Abaixo o vemos em pintura de Albrecht Dürer:
Os Fugger foram poderosos, mas mesmo seu poder tinha limites. Como todos os indivíduos humanos, tiveram seu apogeu e decadência. Os Rothschild também. Hoje são apenas sombra do que foram.
Será que os banqueiros são também marionetes de outras forças? Ou estabelecem uma relação simbiótica com outros poderes, como os líderes políticos e o clero? Nesse caso, teríamos três formas de poder (o político, o financeiro e o religioso/ideológico), que muitas vezes coincidem entre si nos objetivos, mas nem sempre. Seriam tais desacordos que fazem mover o mundo.
Outra teoria popular é que os verdadeiros governantes são os maçons. De fato, tal organização esteve presente não apenas fundação da América, como em grande parte dos eventos mundiais, e mesmo em eventos brasileiros como a Independência ou a Revolução Farroupilha. Um número considerável de líderes mundiais foi membro da maçonaria. Mas, e daí? Isso realmente quer dizer alguma coisa? Grande parte dos líderes mundiais também era fã do xadrez. E se tudo o que ocorre no mundo fosse na verdade uma conspiração mundial de enxadristas?
Talvez a primeira pergunta que temos que nos fazer é: o mundo é mesmo governado, ou não? Antes de afirmarmos que há uma pequena elite que está por trás de todos os grandes eventos, devemos considerar a teoria de que não haja ninguém em especial, ou ao menos ninguém com controle total. Há diversas forças e influências que combatem entre si. Há grupos poderosos que têm, de fato, enorme influência, mas nem sempre conseguem ter seus desejos atendidos.
Essa parece-me a teoria mais correta. O mundo é caótico. A vida é caos. E nós, meros plebeus sem qualquer poder político ou econômico, somos apenas espectadores, pequenos vermes que mal conseguimos governar nossas próprias vidas enquanto rastejamos por este Vale de Lágrimas.
domingo, 9 de agosto de 2009
Poema do domingo
Ennui
Tea leaves thwart those who court catastrophe,
designing futures where nothing will occur:
cross the gypsy’s palm and yawning she
will still predict no perils left to conquer.
Jeopardy is jejune now: naïve knight
finds ogres out-of-date and dragons unheard
of, while blasé princesses indict
tilts at terror as downright absurd.
compelling hero’s dull career to crisis;
and when insouciant angels play God’s trump,
while bored arena crowds for once look eager,
hoping toward havoc, neither pleas nor prizes
shall coax from doom’s blank door lady or tiger.
Sylvia Plath (1932-1963)
sábado, 8 de agosto de 2009
Why so serious?
Dezenas de posteres de Obama com maquiagem de Coringa e a palavra "socialismo" abaixo começaram a aparecer em alguns cantos da cidade de Los Angeles. O artista é desconhecido, mas a imagem virou "viral", sendo estampada por toda a web e posteriormente em camisetas. Cópias do poster começaram a aparecer em Atlanta também. As autoridades declararam-se preocupadas. Os blogueiros de esquerda foram rápidos em denunciar o ato como "racista" (supostamente por pintar Obama de branco, mas isso tornaria Michael Jackson o maior racista de todos os tempos).
"Some men just like to watch the world burn", dizia-se sobre o Coringa no filme. "Alguns homens simplesmente gostam de ver o mundo pegar fogo." Acho que isso explica a mentalidade de Obama e de muitos outros socialistas, e por isso o poster funciona tão bem. No outro dia, por exemplo, encontrei-me perplexo ao observar
Já Obama afirma querer "cortar os gastos" com a saúde pública - criando uma reforma que gastaria trilhões a mais. Todas as reformas de Obama até agora custam trilhões sem trazer benefício visível algum. O remédio de Obama? Gastar ainda mais. Obama é mesmo parecido com o Coringa, ambos torraram pilhas de dinheiro e ainda ficam rindo. Não é por acaso que já são 42% dos americanos que consideram sua presidência medíocre, ruim ou péssima.
Não obstante, os malucos continuam tentando apagar fogo com gasolina. A única explicação possível para essa atitude é que esses palhaços querem mesmo é ver o circo pegar fogo.
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Conspiração!
O leitor DD alerta para um fato curioso: as teorias da conspiração são cada vez mais numerosas. Haveria alguma explicação - ou, quem sabe, conspiração - por trás disso?
Acredito que haja duas razões principais.
Uma é a Internet, que, ao acabar com o monopólio da narrativa única da grande mídia, pulverizou a informação. Não mais há uma só explicação, como muitas, desde as mais aberrantes paranóias às mais interessantes notícias anteriormente ocultas. Não que isso não existisse antes: mas, com a Internet, tanto as paranóias quanto as notícias chegam ao alcance de milhões.
A outra razão é que vivemos em tempos de grande instabilidade. Crise econômica. Conflitos internacionais. Reordenamento mundial. Terrorismo. Governo Obama. Enfim, coisas realmente estranhas acontecendo.
De modo que mesmo eu, às vezes, não sei bem em quem (ou em quê) acreditar.
De qualquer modo, sou partidário da navalha de Occam. Tendo a descartar explicações demasiado fantásticas ou que tenham como pré-requisito um grupo poderoso único (judeus / maçons / extraterrestres) que está por trás de tudo.
Vamos então às várias conspirações e como eu me coloco em frente a elas, ao menos no momento.
1) Os illuminati e os herdeiros de Rothschild governam secretamente o mundo e querem instituir um governo global.
Aqui parece-me que misturam-se coisas reais com delírios. Que há em curso tentativas ou ao menos desejos de instituir um governo global por parte de uma elite, não restam dúvidas. Mas os tais illuminati parecem-me coisa de Dan Brown. E os Rothshcild? A família tem de fato uma história interessantíssima. Em pleno século XVIII, o patriarca da família colocou um filho em cada capital européia, e todos eles subiram ao topo em seu respectivo país. Quase todos os demais descendentes foram gênios das finanças ou destacaram-se em outras atividades. Algum deles foi destacado desportista, roteirista, poeta e produtor de vinho. Mas que estejam por trás de tudo no mundo? Não sei, não. Tal papel parece-me mais adequado aos Rockefeller, que efetivamente - como outro megabilionário, George Soros - colocam muito dinheiro na promoção de causas sociais e políticas.
2) 9/11 foi um inside job do próprio governo americano para justificar uma reação militar.
Incêndio bushiano do Reichstag? Aqui, discordo. Uma conspiração governamental não teria como ser mantida em segredo por tanto tempo por tantas pessoas, que é o que exigiria uma farsa tão monumental. Além disso, os atentados tiveram sucesso; francamente, qual projeto governamental funciona e atinge seus objetivos? Há evidência visual e dados suficientes para incriminar os terroristas sauditas que participaram do ataque. Finalmente, já era sabido há anos que terroristas islâmicos tinham planos de usar aviões como armas de destruição de massa: de fato, não foi nem mesmo sua primeira tentativa ou ameaça. Que houvesse alguns que soubessem antecipadamente do atentado - espiões ou funcionários envolvidos na trama - não me parece de todo impossível, ainda que difícil, mas isso é algo diverso de dizer que foi um inside job. E que haja eventos menores aparentemente inexplicáveis nos atentados (queda vertical das torres, etc.) não me parece estranho. Como não temos jamais acesso a todas as informações, nada pode ser completamente explicado em seus mais mínimos detalhes (ver Hume). Assim sendo, todo evento histórico tem seus mistérios. Ainda hoje há teorias sobre JFK, sobre Hitler, sobre a chegada do homem à lua, e alguns acreditam que Elvis esteja vivo.
3) Obama não é um cidadão nativo norte-americano.
Aqui o que ocorre é o contrário, é pintar de "conspiradores" pessoas que simplesmente pedem que Obama faça o que qualquer outro presidente americano fez, isto é, apresentar seus documentos. Obama nasceu no Quênia? Nasceu no Havaí? Nasceu em Pirapora? Não sabemos. O certificado de nascimento original nunca foi apresentado. O mais próximo de uma "prova" que se tem são declarações de burocratas do Havaí afirmando que viram o documento original e que garantem que Obama nasceu lá. Mas o fato que não mostrem o documento torna as declarações de autenticidade suspeitas. Não seria mais fácil mostrar em vez de falar? Seja o que for, há algo aí que anda mal contado.
4) Vacina contra a gripe suína é um plano de extermínio mundial.
Novamente (para mim) mistura de fatos com informações duvidosas. Sem dúvida que há quem promova hoje o pânico com a gripe suína, assim como antes promovia o pânico com a gruipe aviária, a gripe SARS, e, claro, o "aquecimento global". Mas o motivo parece-me meramente financeiro. Assim como há quem ganhe muito com a fraude do "aquecimento global", também há quem ganhará com a "gripe suína", desde burocratas da ONU a empresas farmacêuticas. Mas daí a concluir que exista um plano para matar dois terços da humanidade, vejo algum exagero. Seriam bem menos impostos para financiar toda essa maracutaia. Por via das dúvidas, não pretendo me vacinar.
Acredito que haja duas razões principais.
Uma é a Internet, que, ao acabar com o monopólio da narrativa única da grande mídia, pulverizou a informação. Não mais há uma só explicação, como muitas, desde as mais aberrantes paranóias às mais interessantes notícias anteriormente ocultas. Não que isso não existisse antes: mas, com a Internet, tanto as paranóias quanto as notícias chegam ao alcance de milhões.
A outra razão é que vivemos em tempos de grande instabilidade. Crise econômica. Conflitos internacionais. Reordenamento mundial. Terrorismo. Governo Obama. Enfim, coisas realmente estranhas acontecendo.
De modo que mesmo eu, às vezes, não sei bem em quem (ou em quê) acreditar.
De qualquer modo, sou partidário da navalha de Occam. Tendo a descartar explicações demasiado fantásticas ou que tenham como pré-requisito um grupo poderoso único (judeus / maçons / extraterrestres) que está por trás de tudo.
Vamos então às várias conspirações e como eu me coloco em frente a elas, ao menos no momento.
1) Os illuminati e os herdeiros de Rothschild governam secretamente o mundo e querem instituir um governo global.
Aqui parece-me que misturam-se coisas reais com delírios. Que há em curso tentativas ou ao menos desejos de instituir um governo global por parte de uma elite, não restam dúvidas. Mas os tais illuminati parecem-me coisa de Dan Brown. E os Rothshcild? A família tem de fato uma história interessantíssima. Em pleno século XVIII, o patriarca da família colocou um filho em cada capital européia, e todos eles subiram ao topo em seu respectivo país. Quase todos os demais descendentes foram gênios das finanças ou destacaram-se em outras atividades. Algum deles foi destacado desportista, roteirista, poeta e produtor de vinho. Mas que estejam por trás de tudo no mundo? Não sei, não. Tal papel parece-me mais adequado aos Rockefeller, que efetivamente - como outro megabilionário, George Soros - colocam muito dinheiro na promoção de causas sociais e políticas.
2) 9/11 foi um inside job do próprio governo americano para justificar uma reação militar.
Incêndio bushiano do Reichstag? Aqui, discordo. Uma conspiração governamental não teria como ser mantida em segredo por tanto tempo por tantas pessoas, que é o que exigiria uma farsa tão monumental. Além disso, os atentados tiveram sucesso; francamente, qual projeto governamental funciona e atinge seus objetivos? Há evidência visual e dados suficientes para incriminar os terroristas sauditas que participaram do ataque. Finalmente, já era sabido há anos que terroristas islâmicos tinham planos de usar aviões como armas de destruição de massa: de fato, não foi nem mesmo sua primeira tentativa ou ameaça. Que houvesse alguns que soubessem antecipadamente do atentado - espiões ou funcionários envolvidos na trama - não me parece de todo impossível, ainda que difícil, mas isso é algo diverso de dizer que foi um inside job. E que haja eventos menores aparentemente inexplicáveis nos atentados (queda vertical das torres, etc.) não me parece estranho. Como não temos jamais acesso a todas as informações, nada pode ser completamente explicado em seus mais mínimos detalhes (ver Hume). Assim sendo, todo evento histórico tem seus mistérios. Ainda hoje há teorias sobre JFK, sobre Hitler, sobre a chegada do homem à lua, e alguns acreditam que Elvis esteja vivo.
3) Obama não é um cidadão nativo norte-americano.
Aqui o que ocorre é o contrário, é pintar de "conspiradores" pessoas que simplesmente pedem que Obama faça o que qualquer outro presidente americano fez, isto é, apresentar seus documentos. Obama nasceu no Quênia? Nasceu no Havaí? Nasceu em Pirapora? Não sabemos. O certificado de nascimento original nunca foi apresentado. O mais próximo de uma "prova" que se tem são declarações de burocratas do Havaí afirmando que viram o documento original e que garantem que Obama nasceu lá. Mas o fato que não mostrem o documento torna as declarações de autenticidade suspeitas. Não seria mais fácil mostrar em vez de falar? Seja o que for, há algo aí que anda mal contado.
4) Vacina contra a gripe suína é um plano de extermínio mundial.
Novamente (para mim) mistura de fatos com informações duvidosas. Sem dúvida que há quem promova hoje o pânico com a gripe suína, assim como antes promovia o pânico com a gruipe aviária, a gripe SARS, e, claro, o "aquecimento global". Mas o motivo parece-me meramente financeiro. Assim como há quem ganhe muito com a fraude do "aquecimento global", também há quem ganhará com a "gripe suína", desde burocratas da ONU a empresas farmacêuticas. Mas daí a concluir que exista um plano para matar dois terços da humanidade, vejo algum exagero. Seriam bem menos impostos para financiar toda essa maracutaia. Por via das dúvidas, não pretendo me vacinar.
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A pilula da felicidade
Existe uma pílula da felicidade? O Fábio Marton passou um link para um website interessante, que parece saído de um romance de ficcção científica. É um grupo interessando em "paradise-engineering", isto é, na manipulação química do cérebro humano através de superdrogas, as quais não apenas terminariam com a angústia, o stress, a frustração como tornariam o cérebro mais potente, mais criativo e eventualmente permitiriam até obter a felicidade permanente.
Será que isso é possível? O argumento é que, sendo todo e qualquer sentimento mera química (dopamina, endorfina, etc.), não há razão para este não ser obtido através de drogas ou outros tipos de manipulação química. Sofrimento? Angústia? Pra quê? Tome Felizex.
Pessoalmente, confesso que, não sempre, mas em certas ocasiões, tenho certas tendências à depressão; ou melhor, nem chamaria de depressão, mas meramente de não-felicidade. É mais uma espécie de tédio com a vida, aquilo que os decadentistas franceses chamavam de ennui e os românticos ingleses de spleen. Existe uma pílula contra o ennui? Ou basta absinto?
Na verdade, como expliquei nos comentários lá embaixo (post sobre Huxley vs. Orwell), não creio muito que seja possível esse negócio de reengenharia mental:
As drogas não mudam o gênero humano, apenas alteram sua percepção e/ou comportamento, enfim, modificam a química do cérebro, mas não criam nada de novo. Talvez misturando-se com manipulação genética, mas mesmo assim, parece-me que a idéia de criar um ser melhor ou mais perfeito é inútil e impossível, ou só seria possível reduzindo a nossa consciência: isto é, transformando-nos em animais ou vegetais. São os cães ou as pulgas ou os rabanetes mais felizes do que nós? Acho que sim, se é que se pode chamar isso de felicidade.
Mas, mesmo aceitando que a felicidade perene nos humanos seja possível através do consumo de drogas sem qualquer efeito colateral (o que duvido, mesmo Prozac e similares causam diminuição da libido, por exemplo), é isso realmente benéfico?
Uma felicidade que independe completamente do nosso comportamento é realmente felicidade? E se a felicidade independe completamente do comportamento (basta tomar uma droga), para que mudar de comportamento?
Parece-me que a felicidade, como a pobreza, é um conceito meramente relativo. Comparamos constantemente com os outros ou conosco mesmos em outros períodos da vida.
Por outro lado, a depressão, quando ocorre, é de fato uma sensação que, ao menos em retrospecto, parece bastante inútil. Pergunto aos darwinianos presentes, em termos evolutivos, qual seria o valor da depressão? É um bug ou uma feature do ser humano? É possível erradicar a angústia existencial como outra doença qualquer?
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terça-feira, 4 de agosto de 2009
Telescreen
Em post anterior, parecíamos ter concluído que Huxley teria acertado mais do que Orwell. No entanto, o que dizer desta notícia, segundo a qual o governo da Inglaterra vai instalar câmeras de circuito fechado dentro das residências de milhares de "famílias-problema", para verificar que não briguem, façam exercício, comam saudavelmente e que as crianças façam seus deveres?
O Governo é como o escorpião da fábula, meter-se cada vez mais na vida privada faz parte da sua Natureza. É dever do cidadão de bem resistir e dizer "chega".
O Governo é como o escorpião da fábula, meter-se cada vez mais na vida privada faz parte da sua Natureza. É dever do cidadão de bem resistir e dizer "chega".
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segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Por que o crime aumentou?
O que causou o aumento exponencial do crime no mundo ocidental nos últimos 40 ou 50 anos?
Afinal, é certo que vivemos em um mundo mais violento do que no passado recente.
Alguns dizem que a pobreza e a desigualdade social são as verdadeiras causas do crime e, portanto, as causas desse aumento. No entanto, havia muito mais pobreza e desigualdade social há cinqüenta anos, não apenas no Brasil como em muitos outros países, inclusive os EUA e países europeus. E havia menos crime. Pobreza ou desigualdade, por si só, não geram crime em lugar algum.
Outros afirmam que a razão seria o aumento do tráfico e consumo de drogas, que cresceu enormemente nesse período. Sem dúvida, o narcotráfico é responsável por grande parte dos homicídios que ocorrem na América Latina e no mundo. Mas o narcotráfico, em si, já é um crime. Dizer que o crime aumenta o crime é uma redundância. A razão está mais além.
Alguns acham que a causa do aumento do crime tenha a ver com o aumento de armas disponíveis, mas a verdade é que o crime também aumentou em países que tomaram medidas cada vez mais restritivas da posse de armas. Uns conjugam o aumento do crime com o racismo. Outros, mais sensatos, com a imigração. Alguns, com a mera falta de prisões. E outros ainda, com o mero crescimento demográfico centrado nas cidades.
Já outros acreditam que a causa real do aumento do crime seja simplesmente o liberalismo, isto é, o relaxamento dos costumes e da moralidade, bem como outras ideologias que foram incorporadas à cultura ocidental a partir dos anos sessenta. Segundo essa teoria, que me parece a mais interessante, o liberalismo - sexual, moral, comportamental - geraria o aumento do crime através de duas idéias principais:
1) Impunidade. Para os liberais, especialmente aqueles de esquerda, o criminoso é uma vítima do sistema. Ele age como age, não por iniciativa ou para obter lucro, mas porque foi forçado a isso pelas circunstâncias sociais. O criminoso é o proletário oprimido do século XXI. Além disso, segundo esses iluminados da compaixão, a prisão não deve ter o intuito de punir, mas de "reeducar". Sendo assim, penas cada vez mais leves e leniência cada vez maior com os crimes mais bárbaros é a nova lei, ou melhor, falta de lei.
(Que a impunidade gere crime parece-me um fato inegável, basta pensarmos na política brasileira. Mas também é certo que a impunidade não é apenas a nível judicial, como também familiar: segundo muitos, hoje as crianças cresceriam sem qualquer imposição de limites, tornando-se pequenos criminosos. Temos exemplos inumeráveis disso: o mais recente é o caso de adolescentes que derramaram alvejante no rosto de uma mulher que reclamou que eles teriam feito barulho ao assistir o último filme de Harry Potter, causando-lhe danos irreversíveis à vista.)
2) Relativismo moral. Tudo é permitido, tudo é igual a tudo, não devemos julgar os outros que têm culturas ou gostos diferentes a nós. Por isso mesmo, o criminoso é apenas alguém que tem uma cultura diferente, e o consumo de drogas que financia o tráfico também virou apenas mais um "comportamento alternativo" que não pode ser criticado por ninguém.
Insisto no exemplo, já que o tráfico é uma dos principais meios de crime nas nossas redondezas. Vários governos, do México ao Brasil, querem atualmente descriminalizar o uso de certas drogas, aplicando uma medida liberal e compassiva que vê o usuário como uma vítima ou então como um inocente que comete um victimless crime. Mas a quem beneficiaria essa lei, que só observa um lado da moeda? Mais demanda, mais oferta. Mais consumidores, mais venda do produto. Mais drogados, mais traficantes. Mais traficantes, mais crime. Parece-me óbvio: os que querem liberar o uso de drogas sem liberar sua venda estão simplesmente do lado dos criminosos e traficantes, e provavelmente até ganhem uma comissão.
Mas não é só a questão das drogas. O sexo, também. Afinal, a liberação sexual causou mais ou menos crimes?
Aí há duas teorias conflitantes. Uma diz que a repressão sexual é que causa frustração, ódio, violência e, finalmente, crime. Liberando-se geral, haveria menos motivo para a violência e o crime sexual. Mas será que é isso mesmo? Alguns, citando recentes estudos, afirmam que o aumento da pornografia teria reduzido o número de estupros nos EUA, mas tais conclusões são precipitadas. Correlação não significa causação.
Outros afirmam que a maior liberação sexual (e rotação de parceiros) também gerou, paradoxalmente, maior ciúmes e, portanto, possível maior número de crimes passionais (aguardam-se estudos a respeito).
Contra a teoria do liberalismo como causador do aumento do crime, existe a Suécia, país que, ao menos a julgar pelos boatos, sempre foi liberado sexualmente, e no entanto tem uma baixa taxa de criminalidade. Aliás, seus maiores criminosos são os imigrantes muçulmanos, que são em teoria os mais preocupados com a moral sexual, ao menos de suas mulheres.
Por outro lado, recentemente, no vilarejo sueco de Örebro, um senhor foi derrubado de sua bicicleta e abusado sexualmente por uma gangue de jovens garotas suecas. Pobre homem! É realmente terrível observar a que ponto chegamos... Aliás, como se faz para chegar a Örebro?
Afinal, é certo que vivemos em um mundo mais violento do que no passado recente.
Alguns dizem que a pobreza e a desigualdade social são as verdadeiras causas do crime e, portanto, as causas desse aumento. No entanto, havia muito mais pobreza e desigualdade social há cinqüenta anos, não apenas no Brasil como em muitos outros países, inclusive os EUA e países europeus. E havia menos crime. Pobreza ou desigualdade, por si só, não geram crime em lugar algum.
Outros afirmam que a razão seria o aumento do tráfico e consumo de drogas, que cresceu enormemente nesse período. Sem dúvida, o narcotráfico é responsável por grande parte dos homicídios que ocorrem na América Latina e no mundo. Mas o narcotráfico, em si, já é um crime. Dizer que o crime aumenta o crime é uma redundância. A razão está mais além.
Alguns acham que a causa do aumento do crime tenha a ver com o aumento de armas disponíveis, mas a verdade é que o crime também aumentou em países que tomaram medidas cada vez mais restritivas da posse de armas. Uns conjugam o aumento do crime com o racismo. Outros, mais sensatos, com a imigração. Alguns, com a mera falta de prisões. E outros ainda, com o mero crescimento demográfico centrado nas cidades.
Já outros acreditam que a causa real do aumento do crime seja simplesmente o liberalismo, isto é, o relaxamento dos costumes e da moralidade, bem como outras ideologias que foram incorporadas à cultura ocidental a partir dos anos sessenta. Segundo essa teoria, que me parece a mais interessante, o liberalismo - sexual, moral, comportamental - geraria o aumento do crime através de duas idéias principais:
1) Impunidade. Para os liberais, especialmente aqueles de esquerda, o criminoso é uma vítima do sistema. Ele age como age, não por iniciativa ou para obter lucro, mas porque foi forçado a isso pelas circunstâncias sociais. O criminoso é o proletário oprimido do século XXI. Além disso, segundo esses iluminados da compaixão, a prisão não deve ter o intuito de punir, mas de "reeducar". Sendo assim, penas cada vez mais leves e leniência cada vez maior com os crimes mais bárbaros é a nova lei, ou melhor, falta de lei.
(Que a impunidade gere crime parece-me um fato inegável, basta pensarmos na política brasileira. Mas também é certo que a impunidade não é apenas a nível judicial, como também familiar: segundo muitos, hoje as crianças cresceriam sem qualquer imposição de limites, tornando-se pequenos criminosos. Temos exemplos inumeráveis disso: o mais recente é o caso de adolescentes que derramaram alvejante no rosto de uma mulher que reclamou que eles teriam feito barulho ao assistir o último filme de Harry Potter, causando-lhe danos irreversíveis à vista.)
2) Relativismo moral. Tudo é permitido, tudo é igual a tudo, não devemos julgar os outros que têm culturas ou gostos diferentes a nós. Por isso mesmo, o criminoso é apenas alguém que tem uma cultura diferente, e o consumo de drogas que financia o tráfico também virou apenas mais um "comportamento alternativo" que não pode ser criticado por ninguém.
Insisto no exemplo, já que o tráfico é uma dos principais meios de crime nas nossas redondezas. Vários governos, do México ao Brasil, querem atualmente descriminalizar o uso de certas drogas, aplicando uma medida liberal e compassiva que vê o usuário como uma vítima ou então como um inocente que comete um victimless crime. Mas a quem beneficiaria essa lei, que só observa um lado da moeda? Mais demanda, mais oferta. Mais consumidores, mais venda do produto. Mais drogados, mais traficantes. Mais traficantes, mais crime. Parece-me óbvio: os que querem liberar o uso de drogas sem liberar sua venda estão simplesmente do lado dos criminosos e traficantes, e provavelmente até ganhem uma comissão.
Mas não é só a questão das drogas. O sexo, também. Afinal, a liberação sexual causou mais ou menos crimes?
Aí há duas teorias conflitantes. Uma diz que a repressão sexual é que causa frustração, ódio, violência e, finalmente, crime. Liberando-se geral, haveria menos motivo para a violência e o crime sexual. Mas será que é isso mesmo? Alguns, citando recentes estudos, afirmam que o aumento da pornografia teria reduzido o número de estupros nos EUA, mas tais conclusões são precipitadas. Correlação não significa causação.
Outros afirmam que a maior liberação sexual (e rotação de parceiros) também gerou, paradoxalmente, maior ciúmes e, portanto, possível maior número de crimes passionais (aguardam-se estudos a respeito).
Contra a teoria do liberalismo como causador do aumento do crime, existe a Suécia, país que, ao menos a julgar pelos boatos, sempre foi liberado sexualmente, e no entanto tem uma baixa taxa de criminalidade. Aliás, seus maiores criminosos são os imigrantes muçulmanos, que são em teoria os mais preocupados com a moral sexual, ao menos de suas mulheres.
Por outro lado, recentemente, no vilarejo sueco de Örebro, um senhor foi derrubado de sua bicicleta e abusado sexualmente por uma gangue de jovens garotas suecas. Pobre homem! É realmente terrível observar a que ponto chegamos... Aliás, como se faz para chegar a Örebro?
Obama não leu Bastiat
O governo Obama implantou um programa de "estímulo econômico" chamado "Cash for Clunkers", no qual o governo compra (com dinheiro do contribuinte) carros velhos que em alguns casos não valem nem 1000 dólares, por 3500 a 4500 dólares, destruindo completamente seu motor para que não voltem a entrar em circulação. A idéia é tirar os carros velhos de circulação e "estimular a economia" com a venda de carros novos.
Não que eu tenha lido muito Bastiat, mas parece-me uma repetição da falácia da janela quebrada.
Não que eu tenha lido muito Bastiat, mas parece-me uma repetição da falácia da janela quebrada.
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domingo, 2 de agosto de 2009
Poema do domingo
El futuro
Y sé muy bien que no estarás.
No estarás en la calle, en el murmullo que brota de noche
de los postes de alumbrado, ni en el gesto
de elegir el menú, ni en la sonrisa
que alivia los completos en los subtes,
ni en los libros prestados ni en el hasta mañana.
No estarás en mis sueños,
en el destino original de mis palabras,
ni en una cifra telefónica estarás
o en el color de un par de guantes o una blusa.
Me enojaré, amor mío, sin que sea por ti,
y compraré bombones pero no para ti,
me pararé en la esquina a la que no vendrás,
y diré las palabras que se dicen
y comeré las cosas que se comen
y soñaré los sueños que se sueñan
y sé muy bien que no estarás,
ni aquí adentro, la cárcel donde aún te retengo,
ni allí fuera, este río de calles y de puentes.
No estarás para nada, no serás ni recuerdo,
y cuando piense en ti pensaré un pensamiento
que oscuramente trata de acordarse de ti.
Julio Cortázar (1914-1984)
Y sé muy bien que no estarás.
No estarás en la calle, en el murmullo que brota de noche
de los postes de alumbrado, ni en el gesto
de elegir el menú, ni en la sonrisa
que alivia los completos en los subtes,
ni en los libros prestados ni en el hasta mañana.
No estarás en mis sueños,
en el destino original de mis palabras,
ni en una cifra telefónica estarás
o en el color de un par de guantes o una blusa.
Me enojaré, amor mío, sin que sea por ti,
y compraré bombones pero no para ti,
me pararé en la esquina a la que no vendrás,
y diré las palabras que se dicen
y comeré las cosas que se comen
y soñaré los sueños que se sueñan
y sé muy bien que no estarás,
ni aquí adentro, la cárcel donde aún te retengo,
ni allí fuera, este río de calles y de puentes.
No estarás para nada, no serás ni recuerdo,
y cuando piense en ti pensaré un pensamiento
que oscuramente trata de acordarse de ti.
Julio Cortázar (1914-1984)
sábado, 1 de agosto de 2009
"1984" versus "Brave New World"
George Orwell ou Aldous Huxley, quem acertou mais? (clique na figura para ampliar.) Ou, para uma comparação mais elaborada entre as duas obras e seus acertos e erros, leia o artigo do Theo a respeito.
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