quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O capitalismo não cria miséria, mas sim inveja

O que vou dizer é algo meio óbvio mas, como nesta época tantos ainda continuam acreditando que "o capitalismo e/ou o neo-liberalismo criam miséria", deve ser repetido de quando em quando.

O fato é o seguinte. O capitalismo e/ou o neoliberalismo não criam miséria por um motivo muito simples: a miséria já está lá, é anterior ao capitalismo. A criancinha africana que morre de fome hoje morria de fome também nos tempos Bíblicos (bem, não a mesma criancinha, é claro, mas vocês entendem o que quero dizer). Aliás, graças ao capitalismo provavelmente há bem menos gente morrendo de fome hoje do que em tempos anteriores. Ainda assim, a desigualdade permanece. Alguns nascem pobres, outros nascem ricos. Sempre foi assim. Mesmo no Comunismo, havia os privilegiados (membros do Partidão) e os não-privilegiados que eram mandados para a Sibéria. Pode não ser ideal, mas é o jeito que a vida é.

Não: o capitalismo não cria miséria, cria riqueza. O problema é justamente esse. Dá a oportunidade a algumas pessoas - e não necessariamente as mais inteligentes ou talentosas - de ficarem ricas, muito ricas. Assim, a pobreza dos "have-not" fica mais aparente frente à exuberância dos "have".

Então o capitalismo não cria pobreza, mas cria um outro problema bastante grave: a inveja. E os esquerdistas (entre outros) apropriam-se dessa má característica humana para os seus próprios fins.

No outro dia, Paris Hilton foi censurada por alguns esquerdistas australianos por ter gasto mais de 5.000 dólares em vestidos em sua breve visita ao país. "Com esse dinheiro poderia ter alimentado trezentas criancinhas africanas", disseram. "Nesta época de crise e desemprego, é obsceno."

Curiosamente, não ter gasto os 5.000 dólares (que, francamente, nem são tanto dinheiro assim) provavelmente colaboraria mais para aumentar a crise e o desemprego. Não consta que os lojistas tenham reclamado, ao menos.

Paris Hilton não tem mesmo peito, ops, digo, jeito.

22 comentários:

Anônimo disse...

Eu sempre soube que o que move a esquerda é a inveja em vez dos sentimentos de "solidariedade". comigo nunca teve aquela conversa fiada de "se não é de esquerda até aos x anos não tem coração etc etc" . Mas as pessoas como eu não têm vóz... Não é que sejamos mais inteligentes do que o Reinaldo Azevedo, o Olavo de Carvalho ou o Pax; não, a questão é outra, o que nós temos é uma sobredosagem de bom senso. Sabemos que o ser humano é mau por regra e bom por exceção. Mudar o mundo para quê? mudar o mundo porquê? onde está a matéria prima pra isso? inexiste. Então vivemos a vida como a podemos viver e tentamos ser imitadores de Cristo. Mas não temos vóz nem queremos ter. Cristo fala por nós.

Anônimo disse...

Eu fui de esquerda na juventude. Tinha simpatia pelo partidão, mas nunca gostei do PT, o que de certa forma depõe a meu favor. Convivi com essa malta muito tempo, pois trabalhei em companhias editoras que faziam composição, montagem, fotolito e impressão dos jornais O Trabalho, Convergência Socialista, Voz da Unidade, Causa Operária e até a Hora do Povo. Bebi muito com esse pessoal, fumei maconha com eles e comi muitas das suas mulheres. Era divertido, isso foi na década de 80. Com base nessa convivência, posso afirmar que além de inveja, todo esquerdista padece de falta de caráter, desonestidade extrema e um cinismo que beira a maldade em estado puro.
Mr X, seu blog está ficando imprescindível, continue o trabalho.

abraços,
Nei

Anônimo disse...

http://www.mst.org.br/mst/imagens/fotos/6180.jpg

Anônimo disse...

"graças ao capitalismo provavelmente há bem menos gente morrendo de fome hoje do que em tempos anteriores". Que "provavelmente´", Mr X? O liberalismo que a esquerda tanto critica é recente, tem menos de trezentos anos e, desde antão, a quantidade de pessoas que tem saído da miséria é gigantesca, não comparável a nenhuma outra época. Mas o que os esquerdistas fazem? Colocam no mesmo saco do liberalismo toda a hitória da humanidade, até mesmo quando a palavra liberalismo nem existia, e dizem ser a mesma coisa. Bem como pegam países que hoje tem justamente concentração de riquesas, autocracia e impossibilidade de ascenção social, e colocam no mesmo saco dos países que estão no oposto, onde vigora o liberlaismo econômico e democracia. Fazendo generalizações, tamto temporais quanto geográficas, fica bem fácil mesmo culpar o "capitalismo" por qualquer coisa.

Pax disse...

INSÔNIA

É alta madrugada. A culpa
joga dama comigo
no entressono. Cismo
que ela me engana
mas não bispo o seu logro.
Ganho? Perco? Blefo?
Afinal, qual de nós rouba no jogo?

Ferreira Gullar na Revista Piauí, partindo do bom blogo do Gabriel aí acima.

Bem, o que é ser esquerdista? Sinceramente fiquei curioso em saber a definição que o Nei tem e o próprio Gabriel. E você, desengonçado Mr X de 2,12 m de altura e um bom blog desalmado, qual sua definição? E você, velho e bom Chesterton?

Pax disse...

Ah, sim, desculpe-me a sinceridade, desengonçado, mas o post é bem infantil.

Anônimo disse...

Caro, Pax. Esquerdista é uma generalização, claro. Eu prefiro, porém, não ter que ficar fazendo ressalvas sempre que falo deles, porque ficaria muito chato. Na minha definição de esquerdista, tem, por exemplo:

1- Os que odeia o capitalismo e dizem que ele é o culpado por todos os probelmas do mundo
2- acham que Fidel Castro, Hugo Chávez e Evo Morales são grandes homens e representam uma nova era de um mundo em que os homens serão todos bons por natureaza, sem ambições pessoais, sem maldade etc.
3 - Não veêm problemas quando se usa meios violentos e corruptos para atingir esse fim humanista. Mas acha horrivel quando esses mesmos "meios" são usados por quem considera inimigos. Vide ditaduras, terrorismo, mensalão.
4 - odeiam o ocidente e acham que todos as sociedades que não tiveram as conquistas que o ocidente teve são mais avançadas.

Claro que há subdivisões. por exemplo, o petista - também estou generalizando: não vê nada demais quando um revista chapa-branca sem vendagem se mantém graças á publicidade estatal, mas acusa os veículos de comunicação que se mantem publicidade de empresas privadas de "submissas ao poder economico". Enfim, é mais ou menos isso, pode haver muito mais tópicos, esses são alguns.

Pax disse...

Bem, Gabriel, essas definições, ou tópicos, que você deu, não são de esquerdistas, são de estupidistas, diria Platão em Fédon. :-)

Anônimo disse...

O esquerdista é alguém que mesmo destilando inveja, frouxidão de caráter, desonestidade e cinismo, não se sente nem um pouco constrangido ou culpado, como seria natural se esperar de uma pessoal normal, mas eleva essas características à categoria de virtude honrosa, em nome de sua ideologia.
Essa me parece uma definição das boas.

Nei

Mr X disse...

O post é infantil e óbvio, Pax, mas você ficaria surpreso com a quantidade de gente supostamente "bem-informada" que acredita que "o neo-liberalismo causa miséria". Então de vez em quando a gente precisa dizer as coisas óbvias também.

Mr X disse...

Respondendo ao Pax:

O esquerdista é aquele que mede o presente pela régua do futuro, isto é, pela régua da sociedade utópica futura que ele mesmo ajudará a criar.

Acho que existem dois tipos de esquerdista, o ingênuo sonhador e o cínico fdp.

O ingênuo sonhador é aquele que acredita em "mudar o mundo" e por isso se acha melhor e menos egoísta do que os outros, que não têm tal ambição. O que o faz pensar que é melhor e mais bom é o fato de emprenhar-se (ops! empenhar-se, digo) publicamente em causas estúpidas como a "liberação palestina" ou o MST.

O cínico fdp é aquele que inverte, manipula, mente, mata, destrói e trucida em nome dessa utopia, quer dizer, em nome do poder ilimitado e de grana, muita grana.

Pax disse...

Nei, essa é a definição de canalha. E existem canalhas direitistas e canalhas direitistas. Não?

Marina Silva é canalha? Não me parece. É um exemplo, há outros.

Efrain do DEM é um homem santo? Pelo que me consta é um direitista que ganha dezenas de milhares de reais para colocar banners do Senado no seu blog, além de espernear feito um louco para tirar a parentada dos cabides de seu gabinete. Veja, ele não se enquadradia na sua definição?

Anônimo disse...

O que mais me intrigava quando as pessoas anti-americanas vinham com aquele papo de "Fora FMI!!", "Fora Banco Mundial!!!", "Fora EUA!!", "Fora Neo-LIberalismo!!" e atitudes afins era o fato de que tais países, que essa gente acusava de terem todas essas qualidades, supostamente, negativas de acordo com a mentalidade que esse povo seguia/segue, possuíam elevadíssimos índices de desenvolvimento e estavam/estão na vanguarda do mundo ocidental. E eu me perguntava: Por quais razões também não seguir tais valores, já que a própria realidade nos mostra que aqueles países que os seguiram obtiveram uma melhora drástica na qualidade de vida de seus cidadãos?

Gostaria de saber daquelas pessoas que bradavam os gritos de protesto contra o capitalismo "selvagem e imperialista" o quê elas têm a oferecer no lugar desse sistema de produção? Praticamente todas as tentativas de trocar o capitalismo por outros sistemas de produção acabaram em desastres e monstruosidades nunca antes testemunhados na história: Gulags; campos de extermínio; campos de concentração; eliminação sistemática e dogmática do indivíduo; fim das liberdades individuais e etc. Em suma, é a destruição da pessoa para que se construa sobre suas ruínas o Novo Homem e trazê-lo à Nova Aurora da humanidade. Mas -- como já comentei aqui em outro post -- parece-me que esse novo amanhecer não virá antes sem o cheiro de milhões e milhões de cadáveres.

Em vez dessa gente, que critica tanto o capitalismo, ficar conjecturando aquilo que ele supostamente é e classificndo-o de acordo com emoções e crenças forjadas em utopias e ilusões no geral assassinas, rotulando-o com as piores qualidades que há, por quais razões não tentar, pelo menos, enxergar a realidade e ver aquilo que o capitalismo não é?

Muitas das vezes, as pessoas preferem seguir ilusões a dar o braço a torcer, admitindo que estavam (ou estão) erradas.

Pax disse...

Bem, Marcelo, há um meio termo. Não?

"Gulags; campos de extermínio; campos de concentração; eliminação sistemática e dogmática do indivíduo; fim das liberdades individuais e etc."

Não me consta que na Suécia, Noruega, e outros do gênero tenham tais práticas.

O problema que estou colocando é que há uma certa incompetência taxonômica (?) quando se quer resumir em "direita" e "esquerda" tudo que se vê por aí.

Pax disse...

O que, aliás, vai render um bocado de internação no processo de cura do desengonçado e do velho e bom Chesterton.

E minha clínica faturará um bom troquinho com isso. :-)

Anônimo disse...

Pax, esses exemplos (Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Islândia e afins), sempre tão citados como o ápice do que a esquerda conquistou, só foram possíveis graças ao capitalismo -- tão demonizado por diversos setores desse espectro ideológico. Eu não os vejo como a forma mais interessante quanto a um modelo de país, pois a taxação de impostos é muito elevada e dinheiro foi feito para circular, sobretudo nas mãos do cidadão comum.

Vale lembrar que esses países escandinavos possuem uma economia de mercado (leia-se capitalismo) bastante desenvolvida.

O problema no Brasil não é o capitalismo, mas, sim, a falta dele.

Anônimo disse...

Esquerdista é um sujeito que crê que é possível apagar fogo com querose se houver bastante vontade política.
O pax é que é maduro.....

Pax disse...

Hum... Marcelo.

Dinheiro na mão de um governo social-democrata também circula. E o cidadão comum tem chances mais justas de estudar, ter saúde e segurança pública, três bons exemplos onde não vejo que só a iniciativa privada consiga prover o necessário.

Por outro lado, seja quem tenha razão, você ou eu, no fundo, no fundo, já pagamos o mesmo, ou quase, que se paga lá nos exemplos. E nem nos nossos famigerados governos de direita ou esquerda o dinheiro voltou. Foi pro bolso de poucos canalhas, sejam comunistas ou capitalistas, petistas ou neoliberais.

Canalhice não tem sistema econômico nem ideologia política. É canalhice mesmo.

Pax disse...

Chesterton, velho e bom Chesterton, vá logo tomar seu remédio e esquece de querosene essa hora da noite. Quem brinca com fogo não usa mictório ao dormir.

Gabriel Broedel Tatagiba disse...

Pax, e você? Não vai definir o que é direita e é esquerda?

Anônimo disse...

Sou profissional (psiquiatra) e posso confirmar o que foi postado, com muita propriedade. Claro que sem generalizar, mas a raiz dessa violenta contrariedade com o capitalismo, ou com a "elite branca", é sim a inveja, que se traveste dos mais variados sentimentos mais bem aceitos socialmente.

Muito feliz o seu comentário. Parabéns pela clareza de opinião.

Anônimo disse...

Pax, a Marina Silva pode ser uma esquerdista do tipo ingenuo sonhador, na definição do Mr X.
Mas se ela for da turma que idolatra Fidel Castro e Che Guevara e Lenin, e eu suponho que seja, é mais do uma uma inocente útil à causa dos tiranos. Uma pesssoa que admire assassinos sanguinários não vai escapar de ser considerada um canalha, mesmo que não passe de uma tola.

Nei