Quando vejo os pequenos selvagens da Grécia, é impossível não perceber o drama central desses meninos: habituados ao conforto e à segurança de um Estado que os trata como menores, eles continuam a esperar da entidade paternal o manto protetor das suas existências: no ensino, na saúde, no trabalho, na habitação, no consumo, na educação dos filhos e até, quem sabe, no fabrico deles. Inevitável: educados na dependência, eles não se distinguem dos mais básicos dependentes.O mundo está mudando, e não necessariamente para melhor. Todo um certo modo de vida está lentamente desmoronando. Curiosamente, ao mesmo tempo em que a Europa dá sinais de que o Velho Esquema está indo por água abaixo, a América de Obama quer importar a mesma idéia falida. Vai, naturalmente, se ferrar.
Infelizmente para eles, para a Grécia e para a Europa, o pai dá sinais de falência e os filhos terão que procurar a sopa noutras panelas. A violência de Atenas, que a prazo se espalhará pelas restantes cidades do continente, faz parte do processo. Crescer dói.
Mas é compreensível: quando a coisa aperta, todos ou quase todos corremos para o braço dos pais protetores.
O problema é que papai gastou todo o dinheiro no cassino, e está devendo até as calças.
E agora toda uma geração acostumada ao Papai-Estado vai ter que aprender a ganhar o pão com o suor do rosto. Se é que vai haver pão e trabalho para todo mundo, é claro.
É como diz aquela piada: o otimista acha que em breve todos estaremos comendo bosta. O pessimista acha que não vai ter bosta pra todo mundo...
8 comentários:
O problema parece ser que eles são do fã-clube do maior hippie da Galiléia.
Da minha parte, às vezes o Reinaldo tem uma linguagem meio Tia Neide demais, como quando ele fala, careca em chamas, "seus malvados! Feios, sujos e malvados". No pré-2 isso era motivo pra ir ver a tia diretora.
O Olavo, ao contrário, hora e outra encasqueta de encarnar o Alborghetti.
Não conheço esse tal de Coutinho, olharei pra opinar.
Mas o que entendi no caso da Grécia foi que duas condicionantes se encontraram na linha do tempo:
a - o povo muito pau da vida com o governo corrupto
b - um jovem de 15 anos morto por uma cagada policial
Juntou a com b e explodiu.
Você olha um copo pela metade e acha que tá vazio. Essas tuas leituras só podem dar nisso mesmo. São pessimistas, derrotistas, acham complôs interplanetários em tudo, além dos velhos conhecidos comunistas atrás dos armários.
Aliás, vejam esse sequencia de fotos de achei no digg
http://www.boston.com/bigpicture/2008/12/2008_greek_riots.html
Vejam bem, farei uma confissão que me fará pagar por isso. Mas se for pra ler alguém da oposição que acho que escreve bem, leio com alguma frequência o Demóstenes Torres no Noblat.
Mas juro de pés juntos e dedos cruzados que não sei mais sobre o cara e deveria saber. Acho pouco provável que não tenha rabo preso por aí. Se não tiver, é um nome a ser lido mesmo.
Vejam o último post dele no Noblat, de hoje.
ele está chamando vocês, esquerdistas, de energúmenos.
Humm... Acho que entendi. O problema é com o catolicismo deles? Talvez por isso prefiram o ateu Janer Cristaldo, quem eu pessoalmente considero o mais antipatico de todos.
O Joao Pereira Coutinho, nao sei quais sao suas visoes religiosas. Mas um ponto a favor talvez seja que tem uma prosa mais amena. Nao chama ninguem de petralha nem se poe a discutir com proxenetas literarios. Recomendo sua leitura. Bem, recomendo tambem a leitura de Olavao e RA, é claro. Mas tudo esta no gosto de cada um...
Afinal, o copo esta meio cheio ou meio vazio?
http://www.geekologie.com/2007/01/24/wine-glass.jpg
Se o copo está meio cheio, ou meio vazio, não sei, mas esse Coutinho é meio propenso a fazer uma tempestade no objeto.
Porém, até acho que a violência irá se espalhar por outras cidades da Europa.
Porém, relax. No stress.
Deixa a gurizada viver uma onda rebelde.
Pior quando crescerem e, talvez, queiram brincar de Hitler e Churchill.
No mais, quanto a sugestão do X,a qual a antipatia ao RA [Ranho de Azevedo], ser motivada por anti-catolicismo, de minha parte, me defendo, confessando que sou um anti-abortista convicto.
Mas daí dar o aval à cultura do
vaitomarnocu intelecto-literário do chapelento, é dose.
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