Às vezes, são as pequenas coisas que fazem você desanimar sobre o Brasil.
Eis um acontecimento destes dias em Porto Alegre, onde um motorista atropelou propositalmente dezenas de ciclistas que participavam de uma manifestação. Apenas por sorte, ninguém morreu, mas pelo menos oito pessoas ficaram feridas.
A julgar pelos precedentes e pelas últimas notícias, pouco ou nada vai acontecer. O delegado encarregado da Divisão de Crimes de Trânsito já afirmou que "houve excessos das duas partes envolvidas", e criticou os ciclistas membros da organização. Vários dos comentaristas da matéria colocam-se ao lado do motorista, chamando os ciclistas de folgados. Ora, os participantes poderiam até ser um bando de hippies tresloucados esquerdistas, mas nada justifica o seu atropelamento.
Na maioria das capitais brasileiras, dirige-se muito mal. O país é o décimo do mundo entre os países que mais matam no trânsito, o que não é pouco. Com algo mais de esforço, quem sabe chegamos próximos da Venezuela e El Salvador, primeiro e segundo colocados. Mas o que espanta mesmo é o total desrespeito às menores regras de civilidade. A faixa de segurança é completamente ignorada -- pelos motoristas, mas também pelos pedestres, diga-se, que atravessam em qualquer lugar. Comportamentos aberrantes e barbeiragens são a norma. Se somarmos então as contribuições dos "excluídos", quer dizer, os insuportáveis papeleiros e flanelinhas atravancando o trânsito, é o caos.
Essa é uma coisa que está mudando nos EUA, com a invasão mexicana a todo vapor. Segundo um estudioso de demografia, "It's basically over for the anglos" no Texas. Pois não é segredo para ninguém que os hispânicos e latinos em geral costumam dirigir pior, estando por trás de grande parte dos acidentes de trânsito, em especial aqueles envolvendo bebidas alcóolicas.
Não é uma situação tão grave quanto os russos com a sua vodka (ver vídeo), mas aqui no Brasil, um dia chegamos lá.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
O dilema do multiculturalismo
Há poucos anos atrás, o sociólogo Robert Putnam fez um estudo sobre o multiculturalismo e assustou-se com o que viu. Tanto que nem quis publicar todos os resultados. Basicamente, a sua conclusão foi que nas sociedades multiculturais há menos confiança entre as pessoas. Porém, o mais curioso é que isso não ocorre apenas entre grupos diversos, como seria de esperar, mas também dentro dos próprios grupos étnicos.
Los Angeles é uma das cidades mais multiculturais do mundo. É também uma das mais segregadas, ao menos em termos de divisão geográfica: asiáticos moram com asiáticos, mexicanos com mexicanos, negros com negros, brancos com brancos, iranianos com iranianos, armênios com armênios. Fora os campus universitários (e já falo sobre esse tema), e sobre os brancos que casam cada vez mais com asiáticas (tema para outro post) ninguém se mistura muito com ninguém.
Robert Putnam também é o autor do livro "Bowling alone" (Jogando boliche só), onde mostra como os americanos se tornaram menos sociais, com famílias menores, menor número de amizades, menor participação em clubes e associações comunitárias, etcétera. O título do livro faz alusão ao fato de que há cada vez mais pessoas jogando boliche nos EUA, mas cada vez menos clubes de boliche.
Estariam os dois fenômenos (crescente solidão do homem americano contemporâneo, crescente multiculturalização da sociedade) relacionados?
Não sei. Aconteceram mudanças demais desde os anos 60 nos EUA, e o multiculturalismo foi apenas uma delas. Na verdade, acho que todos os fenômenos radicais dos anos 60, como a luta contra os valores tradicionais, o extremismo político, o feminismo, a perda da religião, a revolução sexual, bem como a própria urbanização desordenada e a imigração cada vez maior causaram essa desagregação social. Não dá para colocar tudo na conta do multiculturalismo, embora este crie sim os seus problemas.
Celebrado até há pouco, hoje o multiculturalismo sofre uma chuva de críticas. Ângela Merkel, Nicolas Sarkozy, David Cameron, mas também vozes à esquerda começam a perceber que há alguma coisa errada, que o paraíso prometido da integração pacífica não aconteceu. Por quê?
Tenho a impressão que, como tantas coisas, algumas positivas mas muitas negativas, a idéia da sociedade multicultural surgiu nos campus universitários americanos. De fato, as universidades americanas são templos do multiculturalismo. Pessoas de todos os países, raças e religiões se misturam e convivem quase sempre em paz. Daí deve ter surgido a idéia de que, se isso funcionava na universidade, por que não deveria funcionar na sociedade como um todo?
Acho que a diferença é a seguinte: a universidade é um ambiente bem diverso da sociedade como um todo. Em primeiro lugar, as pessoas que habitam esse mundo são filtradas pelo QI e pelo nível social, quer dizer, estão ao menos um pouco acima da média no que se refere à inteligência e classe. Em segundo lugar, são pessoas mais abertas ao convívio e à troca cultural, ou nem estariam em uma instituição de nível superior. E, em terceiro lugar, convivem apenas algumas horas por dia e por um período específico da juventude.
Já na sociedade a integração pacífica entre grandes grupos de origens diversas é mais difícil. Vejam a triste história desta lojista francesa, arriscando a própria vida (já foi estuprada, roubada, apedrejada) para manter a sua lojinha em uma "zona sensível", isto é, em um bairro exclusivamente muçulmano de Paris. Locais onde até mesmo a polícia e os bombeiros evitam ir. Será o futuro da França a guerra civil?
Devemos diferenciar o multiculturalismo da imigração. A imigração sempre existiu, o multiculturalismo é algo relativamente novo. (Embora gregos e romanos tenham convivido em sociedades relativamente multiculturais, mas isso também seria tema para outro post). Anteriormente, havia na maior parte dos casos a expectativa de que o imigrante se adaptaria ao país ao qual emigrou, adotando a sua língua e seus costumes. Isso não acontecia em todos os casos, mas na maior parte. Hoje, a expectativa é exatamente a oposta: que o imigrante mantenha sua própria cultura, e que esta seja "respeitada" pela sociedade que o acolhe, mesmo que se trate de um hábito bárbaro como a extirpação do clitóris das mulheres.
Hoje o multiculturalismo é a política oficial em quase todas as capitais ocidentais. Em parte é o mero resultado de mudanças tecnológicas e sociais, mas em parte também foi forçado, contra os desejos da maioria da população, por governos e políticos mais interessados em votos do que no bem-estar social. Mas, assim como um pêndulo, as modas e as sociedades mudam. É bem provável que, assim como o dinheiro do welfare state está acabando rapidamente e levando a crises e conflitos em tudo que é lugar, também haja uma violenta reação contra o multiculturalismo nos próximos anos. E aí, salve-se quem puder.
Los Angeles é uma das cidades mais multiculturais do mundo. É também uma das mais segregadas, ao menos em termos de divisão geográfica: asiáticos moram com asiáticos, mexicanos com mexicanos, negros com negros, brancos com brancos, iranianos com iranianos, armênios com armênios. Fora os campus universitários (e já falo sobre esse tema), e sobre os brancos que casam cada vez mais com asiáticas (tema para outro post) ninguém se mistura muito com ninguém.
Robert Putnam também é o autor do livro "Bowling alone" (Jogando boliche só), onde mostra como os americanos se tornaram menos sociais, com famílias menores, menor número de amizades, menor participação em clubes e associações comunitárias, etcétera. O título do livro faz alusão ao fato de que há cada vez mais pessoas jogando boliche nos EUA, mas cada vez menos clubes de boliche.
Estariam os dois fenômenos (crescente solidão do homem americano contemporâneo, crescente multiculturalização da sociedade) relacionados?
Não sei. Aconteceram mudanças demais desde os anos 60 nos EUA, e o multiculturalismo foi apenas uma delas. Na verdade, acho que todos os fenômenos radicais dos anos 60, como a luta contra os valores tradicionais, o extremismo político, o feminismo, a perda da religião, a revolução sexual, bem como a própria urbanização desordenada e a imigração cada vez maior causaram essa desagregação social. Não dá para colocar tudo na conta do multiculturalismo, embora este crie sim os seus problemas.
Celebrado até há pouco, hoje o multiculturalismo sofre uma chuva de críticas. Ângela Merkel, Nicolas Sarkozy, David Cameron, mas também vozes à esquerda começam a perceber que há alguma coisa errada, que o paraíso prometido da integração pacífica não aconteceu. Por quê?
Tenho a impressão que, como tantas coisas, algumas positivas mas muitas negativas, a idéia da sociedade multicultural surgiu nos campus universitários americanos. De fato, as universidades americanas são templos do multiculturalismo. Pessoas de todos os países, raças e religiões se misturam e convivem quase sempre em paz. Daí deve ter surgido a idéia de que, se isso funcionava na universidade, por que não deveria funcionar na sociedade como um todo?
Acho que a diferença é a seguinte: a universidade é um ambiente bem diverso da sociedade como um todo. Em primeiro lugar, as pessoas que habitam esse mundo são filtradas pelo QI e pelo nível social, quer dizer, estão ao menos um pouco acima da média no que se refere à inteligência e classe. Em segundo lugar, são pessoas mais abertas ao convívio e à troca cultural, ou nem estariam em uma instituição de nível superior. E, em terceiro lugar, convivem apenas algumas horas por dia e por um período específico da juventude.
Já na sociedade a integração pacífica entre grandes grupos de origens diversas é mais difícil. Vejam a triste história desta lojista francesa, arriscando a própria vida (já foi estuprada, roubada, apedrejada) para manter a sua lojinha em uma "zona sensível", isto é, em um bairro exclusivamente muçulmano de Paris. Locais onde até mesmo a polícia e os bombeiros evitam ir. Será o futuro da França a guerra civil?
Devemos diferenciar o multiculturalismo da imigração. A imigração sempre existiu, o multiculturalismo é algo relativamente novo. (Embora gregos e romanos tenham convivido em sociedades relativamente multiculturais, mas isso também seria tema para outro post). Anteriormente, havia na maior parte dos casos a expectativa de que o imigrante se adaptaria ao país ao qual emigrou, adotando a sua língua e seus costumes. Isso não acontecia em todos os casos, mas na maior parte. Hoje, a expectativa é exatamente a oposta: que o imigrante mantenha sua própria cultura, e que esta seja "respeitada" pela sociedade que o acolhe, mesmo que se trate de um hábito bárbaro como a extirpação do clitóris das mulheres.
Hoje o multiculturalismo é a política oficial em quase todas as capitais ocidentais. Em parte é o mero resultado de mudanças tecnológicas e sociais, mas em parte também foi forçado, contra os desejos da maioria da população, por governos e políticos mais interessados em votos do que no bem-estar social. Mas, assim como um pêndulo, as modas e as sociedades mudam. É bem provável que, assim como o dinheiro do welfare state está acabando rapidamente e levando a crises e conflitos em tudo que é lugar, também haja uma violenta reação contra o multiculturalismo nos próximos anos. E aí, salve-se quem puder.
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Dissonância cognitiva
Continuam os protestos pelo mundo árabe. A bola da vez é o Barein, mas também já houve protestos nos últimos dias na Líbia, Argélia, Iêmen e até no Irã.
Continuo, de minha parte, sem me emocionar. Será que tais movimentos realmente levarão à democracia, à liberdade de expressão, aos direitos humanos, à maior amizade com os países ocidentais? Ou, ao contrário, levarão a maiores belicosidades, a mais terrorismo, a mais ódio contra Israel, EUA e Europa, ao estabelecimento da lei da sha'ria e ao supremacismo muçulmano? Tudo ainda está em aberto, é claro, mas no que se refere a essa parte do mundo é sempre bom ficar com um pé atrás.
O fenômeno da dissonância cognitiva pode ser definido como a presença simultânea de duas idéias completamente opostas na cabeça. É o que ocorre com muitos progressistas, e é de fato estranho que as suas cabeças não explodam. Um exemplo claro é no que se refere ao Islã. Seu coração lhes diz que estrangeiros morenos seguidores de uma religião não-cristã só podem ser pessoas do bem. No entanto, seus olhos lhes mostram muçulmanos constantemente atacando mulheres, gays, ateus, e todas as demais minorias e valores tão prezados por eles.
Estes dias saiu a notícia sobre uma repórter americana, loira, feminista, que estava cobrindo com júbilo as manifestaçõs do "heroico" povo egípcio, que "lutava pela democracia" quando foi agarrada, espancada e abusada sexualmente por uma massa de pessoas no mesmo meio dos protestos. Epa! Esse é o mesmo povo de "heróis" que (segundo a mídia) quer "democracia", "direitos humanos", "igualdade para as mulheres", ou é outro? Ou era apenas uma forma culturalmente diversa de celebrar a queda do odiado ditador?
Continuo, de minha parte, sem me emocionar. Será que tais movimentos realmente levarão à democracia, à liberdade de expressão, aos direitos humanos, à maior amizade com os países ocidentais? Ou, ao contrário, levarão a maiores belicosidades, a mais terrorismo, a mais ódio contra Israel, EUA e Europa, ao estabelecimento da lei da sha'ria e ao supremacismo muçulmano? Tudo ainda está em aberto, é claro, mas no que se refere a essa parte do mundo é sempre bom ficar com um pé atrás.
O fenômeno da dissonância cognitiva pode ser definido como a presença simultânea de duas idéias completamente opostas na cabeça. É o que ocorre com muitos progressistas, e é de fato estranho que as suas cabeças não explodam. Um exemplo claro é no que se refere ao Islã. Seu coração lhes diz que estrangeiros morenos seguidores de uma religião não-cristã só podem ser pessoas do bem. No entanto, seus olhos lhes mostram muçulmanos constantemente atacando mulheres, gays, ateus, e todas as demais minorias e valores tão prezados por eles.
Estes dias saiu a notícia sobre uma repórter americana, loira, feminista, que estava cobrindo com júbilo as manifestaçõs do "heroico" povo egípcio, que "lutava pela democracia" quando foi agarrada, espancada e abusada sexualmente por uma massa de pessoas no mesmo meio dos protestos. Epa! Esse é o mesmo povo de "heróis" que (segundo a mídia) quer "democracia", "direitos humanos", "igualdade para as mulheres", ou é outro? Ou era apenas uma forma culturalmente diversa de celebrar a queda do odiado ditador?
"You gonna get raped"
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Devemos dar esmola?
O japa-esquerdista Sakamoto tem um post divertido, no qual conta uma historinha supostamente edificante:
A moral sakamotiana esquerdista não explicita, mas sugere que o mendigo seria quem deveria ganhar a moeda, afinal, "a cada um de acordo com sua necessidade, de cada um conforme o seu bolso", parafraseando Marx. Mas eu não sei se é bem isso.
Ao dar grana a um mendigo - ou pior, a uma criança de rua -- o que estamos fazendo é simplesmente incentivando esse "trabalho". Em outras palavras, estamos pagando a um mendigo, ou a uma criança, para que fique nas ruas. Então, em vez de estar acabando com a mendicância, a estamos é aumentando. Amanhã o mendigo vai estar de novo ali, e a criança no sinal? Já serão duas, ou três. E quanto mais moedas o sujeito dá, mais crianças e mendigos aparecem. É como dar migalhas aos pombos.
Em uma esquina movimentada de São Paulo, caras-pintadas abordavam os veículos:
- Oi, tudo bem? Você poderia me dar uma moedinha. Eu passei.
Vendo a cena, um morador de rua que também fazia ponto naquele local, provido de uma ironia deliciosa, achegou-se:
- O senhor também poderia me dar uma? Eu também passei. Passei fome, passei frio, passei necessidade…
A moral sakamotiana esquerdista não explicita, mas sugere que o mendigo seria quem deveria ganhar a moeda, afinal, "a cada um de acordo com sua necessidade, de cada um conforme o seu bolso", parafraseando Marx. Mas eu não sei se é bem isso.
Ao dar grana a um mendigo - ou pior, a uma criança de rua -- o que estamos fazendo é simplesmente incentivando esse "trabalho". Em outras palavras, estamos pagando a um mendigo, ou a uma criança, para que fique nas ruas. Então, em vez de estar acabando com a mendicância, a estamos é aumentando. Amanhã o mendigo vai estar de novo ali, e a criança no sinal? Já serão duas, ou três. E quanto mais moedas o sujeito dá, mais crianças e mendigos aparecem. É como dar migalhas aos pombos.
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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Gengis Khan, herói ecologista
Gengis Khan afirmou certa vez que "a maior felicidade é perseguir seu inimigo, destruí-lo, tomar suas riquezas, ver suas cidades reduzidas a cinzas, ver aqueles que o amam banhados em lágrimas, e tomar para si suas mulheres e filhas".
Gengis Khan é também o mais novo herói dos ecologistas, considerado o "conquistador mais verde de todos os tempos". O motivo? Retirou do ar cerca de 700 toneladas de dióxido de carbono, graças à destruição de milhares de hectares de terra arável que graças a ele voltaram a virar floresta, e ao massacre de alguns milhões de pessoas em seu caminho.
Qual será o próximo herói dos verdinhos? Hitler? Matou seis milhões de judeus e iniciou uma guerra na qual morreram cerca de quarenta milhões de pessoas, reduzindo o CO2 da atmosfera, por outro lado a incineração de corpos e os bombardeios não foram ecologicamente corretos. Fail.
Stalin? As mortes do Holomodor foram causadas pela fome, ou seja, foram perfeitamente carbon-neutral, e ainda tiveram a vantagem de extinguir milhares de quilômetros de terra arável. Yes!
Notem que nada tenho contra a preservação de plantas e animais, e até acho que o mundo poderia ter ligeiramente menos gente (mas a redução populacional está acontecendo naturalmente nos países desenvolvidos, e se não fosse a imigração ilimitada seria ainda maior; e está acontecendo até em alguns países subdesenvolvidos, devido à urbanização).
Mas parece que alguns ecologistas estão levando essa idéia de redução populacional demasiado ao pé da letra. Faz alguns anos apareceu até um professor universitário que sugeriu exterminar 90% da população do planeta com o vírus do Ebola. E o que dizer dos mórbidos seriados e livros que nos informam como seria belo um mundo sem seres humanos?
Outro herói possível para os ecologistas seria Átila o Huno. Ah, mas não foi ele que disse que, por onde passava, a grama já não crescia? Então, talvez não.
Gengis Khan é também o mais novo herói dos ecologistas, considerado o "conquistador mais verde de todos os tempos". O motivo? Retirou do ar cerca de 700 toneladas de dióxido de carbono, graças à destruição de milhares de hectares de terra arável que graças a ele voltaram a virar floresta, e ao massacre de alguns milhões de pessoas em seu caminho.
Qual será o próximo herói dos verdinhos? Hitler? Matou seis milhões de judeus e iniciou uma guerra na qual morreram cerca de quarenta milhões de pessoas, reduzindo o CO2 da atmosfera, por outro lado a incineração de corpos e os bombardeios não foram ecologicamente corretos. Fail.
Stalin? As mortes do Holomodor foram causadas pela fome, ou seja, foram perfeitamente carbon-neutral, e ainda tiveram a vantagem de extinguir milhares de quilômetros de terra arável. Yes!
Notem que nada tenho contra a preservação de plantas e animais, e até acho que o mundo poderia ter ligeiramente menos gente (mas a redução populacional está acontecendo naturalmente nos países desenvolvidos, e se não fosse a imigração ilimitada seria ainda maior; e está acontecendo até em alguns países subdesenvolvidos, devido à urbanização).
Mas parece que alguns ecologistas estão levando essa idéia de redução populacional demasiado ao pé da letra. Faz alguns anos apareceu até um professor universitário que sugeriu exterminar 90% da população do planeta com o vírus do Ebola. E o que dizer dos mórbidos seriados e livros que nos informam como seria belo um mundo sem seres humanos?
Outro herói possível para os ecologistas seria Átila o Huno. Ah, mas não foi ele que disse que, por onde passava, a grama já não crescia? Então, talvez não.
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Educação para primatas
Já escrevi mais de um artigo a favor do homeschooling. Porém, vendo alguns vídeos assustadores sobre a violência contra professores no que passa por "escola pública" hoje no Brasil, pergunto-me se, na verdade, esses alunos estão ali justamente porque os pais, no caso em que estes existam, não os querem em casa. A escola virou uma espécie de creche para pequenos marginais. Por algumas horas por dia, a família têm sossego...
Tendo trabalhado por anos no ramo da educação, aprendi algumas coisas:
1) A escola é supervalorizada. Precisamos realmente de quinze anos de educação? Todos precisam aprender (mal) sobre História e Biologia, esquecendo isso logo depois? Uma minoria, que irá depois para a universidade ou entrará em um mercado de trabalho mais avançado, talvez precise. O resto, precisa apenas aprender as operações básicas da aritmética, a taboada, a ler e a escrever.
2) Mesmo a Universidade é supervalorizada. O que é mais necessário em uma sociedade, encanadores ou graduados em Ciências Políticas? Mas isso é assunto para outro post.
3) Alguns alunos não têm capacidade para aprender e provavelmente não deveriam nem estar em uma escola de segundo grau, quanto menos em uma universidade, para o seu próprio bem.
4) Muitos alunos que têm capacidade, no entanto não querem aprender. E não há nada, absolutamente nada que você possa fazer para ensinar um aluno que não quer estudar.
5) O melhor que a escola pode fazer por algumas pessoas é simplesmente ensinar-lhes noções básicas de respeito, disciplina e obediência. Lamentavelmente o Paulo Frieira e outros intelectualóides ferraram com isso, com suas idéias delirantes de igualdade entre aluno e mestre.
6) Antes os alunos usavam uniforme e apanhavam do professor, o que podia ser cruel mas funcionava. Hoje, perdida toda noção de autoridade do professor, os alunos se vestem como membros de gangues e batem nos professores, quando não os matam.
7) A culpa não é só do aluno, mas também, sim, dos pais. Hoje em dia há pais que acreditam que quando o aluno vai mal em uma prova, a culpa é do professor, e saem a discutir com ele. Também os pais perderam o respeito pelos professores ao mesmo tempo em que não conseguem ter autoridade sobre os próprios filhos.
8) As tecnologias da informação como telefones celulares e outros aparelhos portáteis podem até ter suas vantagens, mas tornaram as escolas de segundo grau um inferno. Em vez de prestar atenção, os alunos estão trocando mensagens ou filmando-se a si mesmos com seus celulares, para depois colocar no Youtube.
Eu não digo que tenha a solução para os problemas da educação no Brasil, mas começaria por algumas coisas: um, trazer de volta a autoridade do professor, se não com castigos físicos, ao menos com punições severas em caso de desrespeito. Pois nem isso ocorre hoje: observe que, no caso da aluna que atirou uma cadeira contra o professor e o chamou de idiota, a escola ainda está pensando se deve puni-la...
Dois, tornar a escola secundária algo não-obrigatório, liberando os alunos preguiçosos ou imbecis mais cedo para as ruas, e os mais inteligentes para estudarem por sua conta ou com a ajuda de seus pais. O fato é que esse negócio de escolarização muitas vezes só serve para fins estatísticos, para o governo poder dizer que existem 99% de alfabetizados (mentira).
Temos milhões de analfabetos com diploma! Afinal no Brasil, o que conta mesmo é o diploma, jamais a educação. Estudar para adquirir conhecimento? Ora, isso é coisa de jumento.
Tendo trabalhado por anos no ramo da educação, aprendi algumas coisas:
1) A escola é supervalorizada. Precisamos realmente de quinze anos de educação? Todos precisam aprender (mal) sobre História e Biologia, esquecendo isso logo depois? Uma minoria, que irá depois para a universidade ou entrará em um mercado de trabalho mais avançado, talvez precise. O resto, precisa apenas aprender as operações básicas da aritmética, a taboada, a ler e a escrever.
2) Mesmo a Universidade é supervalorizada. O que é mais necessário em uma sociedade, encanadores ou graduados em Ciências Políticas? Mas isso é assunto para outro post.
3) Alguns alunos não têm capacidade para aprender e provavelmente não deveriam nem estar em uma escola de segundo grau, quanto menos em uma universidade, para o seu próprio bem.
4) Muitos alunos que têm capacidade, no entanto não querem aprender. E não há nada, absolutamente nada que você possa fazer para ensinar um aluno que não quer estudar.
5) O melhor que a escola pode fazer por algumas pessoas é simplesmente ensinar-lhes noções básicas de respeito, disciplina e obediência. Lamentavelmente o Paulo Frieira e outros intelectualóides ferraram com isso, com suas idéias delirantes de igualdade entre aluno e mestre.
6) Antes os alunos usavam uniforme e apanhavam do professor, o que podia ser cruel mas funcionava. Hoje, perdida toda noção de autoridade do professor, os alunos se vestem como membros de gangues e batem nos professores, quando não os matam.
7) A culpa não é só do aluno, mas também, sim, dos pais. Hoje em dia há pais que acreditam que quando o aluno vai mal em uma prova, a culpa é do professor, e saem a discutir com ele. Também os pais perderam o respeito pelos professores ao mesmo tempo em que não conseguem ter autoridade sobre os próprios filhos.
8) As tecnologias da informação como telefones celulares e outros aparelhos portáteis podem até ter suas vantagens, mas tornaram as escolas de segundo grau um inferno. Em vez de prestar atenção, os alunos estão trocando mensagens ou filmando-se a si mesmos com seus celulares, para depois colocar no Youtube.
Eu não digo que tenha a solução para os problemas da educação no Brasil, mas começaria por algumas coisas: um, trazer de volta a autoridade do professor, se não com castigos físicos, ao menos com punições severas em caso de desrespeito. Pois nem isso ocorre hoje: observe que, no caso da aluna que atirou uma cadeira contra o professor e o chamou de idiota, a escola ainda está pensando se deve puni-la...
Dois, tornar a escola secundária algo não-obrigatório, liberando os alunos preguiçosos ou imbecis mais cedo para as ruas, e os mais inteligentes para estudarem por sua conta ou com a ajuda de seus pais. O fato é que esse negócio de escolarização muitas vezes só serve para fins estatísticos, para o governo poder dizer que existem 99% de alfabetizados (mentira).
Temos milhões de analfabetos com diploma! Afinal no Brasil, o que conta mesmo é o diploma, jamais a educação. Estudar para adquirir conhecimento? Ora, isso é coisa de jumento.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Por que há tanto crime no Brasil?
Minha estadia nos EUA é temporária, e é possível que volte ao Brasil em seu devido tempo. Na verdade, até que gosto do Brasil. Tenho muitos amigos, família, talvez seja um estilo de vida mais fácil do que o americano, e mesmo em termos de trabalho é possível que eu tenha mais oportunidades aí do que aqui. A política não incomoda tanto se você não se mete com ela. A única coisa que me preocupa realmente sobre essa volta é -- o crime.
A sensação de insegurança no Brasil é um problema. Por que há tanto crime no Brasil?
Em Los Angeles, ocorre uma coisa curiosa. Há bairros pobres onde ocorrem assaltos, assassinatos, brigas de gangues, estupros e roubos. Claro que não na mesma escala do que no Brasil, mas ocorrem. Mas esse crime raramente chega nos bairros mais ricos ou de classe média. Neles, as casas não têm altos muros ou grades como no Brasil. O risco de ser assaltado na rua em um desses bairros à noite é relativamente baixo. (Existe, ocorreram casos; mas são poucos).
É porque existe mais policiamento? Talvez, mas à primeira vista não pareceria. Quase não se vê policiais andando pelas ruas, e se há carros de polícia eles estão no centro da cidade, ou então no gueto.
É pela maior prosperidade geral? Pode ser, mas a relação entre pobreza e crime nem sempre é direta. A pobreza, o desemprego e a diferença entre as classes sociais aumentaram muito nos EUA nas últimas décadas. Porém, o crime diminuiu. Mesmo contando apenas o último ano, de plena crise econômica e bancarrotas gerais, houve uma diminuição de todos os tipos de crime. Qual seria a explicação?
Alguns apontam para o óbvio: quanto mais criminoso nas cadeias, menos crime. De acordo com o Reinaldo Azevedo, é a mesma razão para a diminuição do crime em São Paulo nos últimos anos. A taxa de encarceramento aumentou de modo inversamente proporcional à diminuição do crime. E, nos EUA, se o sujeito cometer um crime, raramente tem escapatória: é provável é que termine na cadeia. Por mais que os esquerdistas chiem e queiram acabar com essa "injustiça".
Mesmo assim, isso não explica outros mistérios. Se há crime no gueto, por que os assaltantes não cometem mais assaltos nos bairros de classe média, onde teriam mais oportunidades, forçando seus habitantes a construírem casas com grades? Se as gangues de traficantes mexicanos se matam entre si no México, por que essa matança não chegou ainda nos EUA, mesmo com quase 50% de mexicanos na Califórnia? (Não faltam traficantes por aqui; tampouco podemos citar como causa a incapacidade do povo americano para a violência. Nos anos 20, Al Capone e sua turma barbarizavam.)
É possível que tudo mude. As ruas de NY já foram perigosas. (Em 1980, a taxa de homicídios na Big Apple era de 12,7 por 100.000 habitantes. A do Rio de Janeiro, no mesmo ano, de 11,8.) E, dizem que se cortassem o welfare na Califórnia, haveria quebra-quebra e violência geral. Pode ser. O fato é que o crime está diminuindo nos EUA e ainda aumenta no Brasil.
Alguma coisa estamos fazendo errado.
A sensação de insegurança no Brasil é um problema. Por que há tanto crime no Brasil?
Em Los Angeles, ocorre uma coisa curiosa. Há bairros pobres onde ocorrem assaltos, assassinatos, brigas de gangues, estupros e roubos. Claro que não na mesma escala do que no Brasil, mas ocorrem. Mas esse crime raramente chega nos bairros mais ricos ou de classe média. Neles, as casas não têm altos muros ou grades como no Brasil. O risco de ser assaltado na rua em um desses bairros à noite é relativamente baixo. (Existe, ocorreram casos; mas são poucos).
É porque existe mais policiamento? Talvez, mas à primeira vista não pareceria. Quase não se vê policiais andando pelas ruas, e se há carros de polícia eles estão no centro da cidade, ou então no gueto.
É pela maior prosperidade geral? Pode ser, mas a relação entre pobreza e crime nem sempre é direta. A pobreza, o desemprego e a diferença entre as classes sociais aumentaram muito nos EUA nas últimas décadas. Porém, o crime diminuiu. Mesmo contando apenas o último ano, de plena crise econômica e bancarrotas gerais, houve uma diminuição de todos os tipos de crime. Qual seria a explicação?
Alguns apontam para o óbvio: quanto mais criminoso nas cadeias, menos crime. De acordo com o Reinaldo Azevedo, é a mesma razão para a diminuição do crime em São Paulo nos últimos anos. A taxa de encarceramento aumentou de modo inversamente proporcional à diminuição do crime. E, nos EUA, se o sujeito cometer um crime, raramente tem escapatória: é provável é que termine na cadeia. Por mais que os esquerdistas chiem e queiram acabar com essa "injustiça".
Mesmo assim, isso não explica outros mistérios. Se há crime no gueto, por que os assaltantes não cometem mais assaltos nos bairros de classe média, onde teriam mais oportunidades, forçando seus habitantes a construírem casas com grades? Se as gangues de traficantes mexicanos se matam entre si no México, por que essa matança não chegou ainda nos EUA, mesmo com quase 50% de mexicanos na Califórnia? (Não faltam traficantes por aqui; tampouco podemos citar como causa a incapacidade do povo americano para a violência. Nos anos 20, Al Capone e sua turma barbarizavam.)
É possível que tudo mude. As ruas de NY já foram perigosas. (Em 1980, a taxa de homicídios na Big Apple era de 12,7 por 100.000 habitantes. A do Rio de Janeiro, no mesmo ano, de 11,8.) E, dizem que se cortassem o welfare na Califórnia, haveria quebra-quebra e violência geral. Pode ser. O fato é que o crime está diminuindo nos EUA e ainda aumenta no Brasil.
Alguma coisa estamos fazendo errado.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
O Pior Pesadelo do Progressista
O que é um Progressista? Não é exatamente a mesma coisa que um Comunista, embora muitos tenham pulado direto do bonde vermelho para o bonde arco-íris do progressismo. Ambos têm em comum ideias igualitárias, mas variam as especificidades e o modo de implantação destas.
Os velhos Comunistas sabiam ser preconceituosos, brutais, canalhas e violentos. Discriminavam homossexuais e viciados em drogas. Eram contrários a religiosos de qualquer matiz, fossem cristãos, judeus ou islâmicos. Não tinha essa de minorias protegidas: quem não queria dividir sua riqueza e obedecer ao Partidão, levava chumbo. A idéia de igualdade se baseava apenas em conceitos de classe: a classe operária derrotaria a classe burguesa e tomaria o poder. A "redistribuição da riqueza" se daria na forma do controle estatal da propriedade e dos meios de produção.
Os Progressistas, ainda que herdeiros dos comunas, são um outro bicho. Sua idéia de igualdade é mais abstrata. Não se refere somente à igualdade econômica (ainda que seja um de seus principais requisitos), mas sim à igualdade de resultados entre todos os grupos que formam uma sociedade. A igualdade visada pode ser, além de econômica, sexual, religiosa, intelectual, etc.
Os velhos Comunistas sabiam ser preconceituosos, brutais, canalhas e violentos. Discriminavam homossexuais e viciados em drogas. Eram contrários a religiosos de qualquer matiz, fossem cristãos, judeus ou islâmicos. Não tinha essa de minorias protegidas: quem não queria dividir sua riqueza e obedecer ao Partidão, levava chumbo. A idéia de igualdade se baseava apenas em conceitos de classe: a classe operária derrotaria a classe burguesa e tomaria o poder. A "redistribuição da riqueza" se daria na forma do controle estatal da propriedade e dos meios de produção.
Os Progressistas, ainda que herdeiros dos comunas, são um outro bicho. Sua idéia de igualdade é mais abstrata. Não se refere somente à igualdade econômica (ainda que seja um de seus principais requisitos), mas sim à igualdade de resultados entre todos os grupos que formam uma sociedade. A igualdade visada pode ser, além de econômica, sexual, religiosa, intelectual, etc.
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Devemos mesmo salvar a Civilização Ocidental?
Dois posts curiosos (só em inglês, sorry) chamaram a minha atenção, e indicam o derrotismo e desespero que está batendo na maioria dos Ocidentófilos.
O primeiro pergunta: devemos mesmo salvar a Civilização Ocidental? Seu argumento é que, na realidade, a Civilização Ocidental contém em si a semente de sua própria destruição, ou melhor, talvez ela própria é que seja o Mal. Pergunta o autor: não são o marxismo, o nazismo, o relativismo, o feminismo, o homossexualismo, o petismo, a arte moderna, a poesia concretista (ok, essa e o petismo eu que coloquei), o politicamente correto e todos os males da dita modernidade, não são eles todos filhos diletos da mesma Civilização Ocidental? E, ao salvar a Civilização Ocidental, não estamos na verdade propagando e mantendo vivos todos esses males que podem terminar por destruir tudo aquilo que é mais sagrado? Diz nosso pessimista amigo:
Segundo ele, a Civilização Ocidental é apenas um "processo", e, como tal, não pode ser concretamente salva. Pode-se salvar um povo, um território, uma nação, uma religião, mas não um processo em constante mudança.
O segundo autor vai ainda mais além. É alguém que não só desistiu de tentar salvar a Civilização, como está mesmo tentando apressar a sua queda. Seu argumento é que é impossível reformar a sociedade decadente de hoje, sendo assim, porque não acelerar o seu fim? Por exemplo, ajudando a sugar dinheiro do welfare state e assim apressar o colapso econômico e social que se seguirá.
Naturalmente, e em coerência com seus princípios anarco-capitalistas, o autor é um survivalist, que já estocou comida, munição e água e aguarda com impaciência o colapso total.
Meu problema com esses argumentos é que, além do derrotismo que termina levando ao mesmo local que a esquerda quer nos levar (i.e. o fim da civilização e o caos geral, tudo em nome da utopia), não levam em conta que sempre foi assim. As forças destrutivas sempre estiveram batalhando contra as forças mantenedoras da ordem. E afinal, quando é que foi esse paraíso perdido da Civilização Ocidental, tão chorado por tantos? Foi nos anos 30, quando a Europa se digladiava em guerras fratricidas? Foi no século XIX, antes do fim da escravidão e do voto feminino? Foi antes ou depois dos jacobinos da Revolução Francesa? Foi no Renascimento, quando guerras religiosas aconteciam aqui e ali? Foi na Idade Média, entre a peste negra e a ameaça sarracena? Ora, analise em detalhe qualquer período histório e verá que sempre houve forças negativas tramando contra a vida, a moral, a tradição, a justiça, a harmonia social ou simplesmente lutando pelo Poder Total. Hoje são os utopistas e os globalistas e (de novo) os maometanos, amanhã serão os ultra-ecologistas ou os neonazistas, é a vida. The show must go on.
O primeiro pergunta: devemos mesmo salvar a Civilização Ocidental? Seu argumento é que, na realidade, a Civilização Ocidental contém em si a semente de sua própria destruição, ou melhor, talvez ela própria é que seja o Mal. Pergunta o autor: não são o marxismo, o nazismo, o relativismo, o feminismo, o homossexualismo, o petismo, a arte moderna, a poesia concretista (ok, essa e o petismo eu que coloquei), o politicamente correto e todos os males da dita modernidade, não são eles todos filhos diletos da mesma Civilização Ocidental? E, ao salvar a Civilização Ocidental, não estamos na verdade propagando e mantendo vivos todos esses males que podem terminar por destruir tudo aquilo que é mais sagrado? Diz nosso pessimista amigo:
[...] todos os atributos abstratos que a Direita Secular quer preservar na Civilização Ocidental são cúmplices do seu declínio: liberdade de escolha - egoísmo; democracia - tirania das massas; liberdade de consciência - perda da religião; filosofia científica - burocracia racional; arte - subversão; liberdade de estilo de vida - inversão moral; tolerância - covardia.
Segundo ele, a Civilização Ocidental é apenas um "processo", e, como tal, não pode ser concretamente salva. Pode-se salvar um povo, um território, uma nação, uma religião, mas não um processo em constante mudança.
O segundo autor vai ainda mais além. É alguém que não só desistiu de tentar salvar a Civilização, como está mesmo tentando apressar a sua queda. Seu argumento é que é impossível reformar a sociedade decadente de hoje, sendo assim, porque não acelerar o seu fim? Por exemplo, ajudando a sugar dinheiro do welfare state e assim apressar o colapso econômico e social que se seguirá.
Enquanto defensor do Estado mínimo eu estava constantemente na esperança que algum dia legislaríamos contra o aumento do welfare, warfare e autoritarismo. Como anarquista convertido, agora reconheço que nada disso vai acontecer. Reconheço agora que cada dólar de imposto que pago está apenas sustentando um sistema ilegítimo e moribundo. As mesmas pessoas que eu desprezava por receberem esmolas do governo eram na verdade mais espertas do que eu, pois estão ajudando a demolir o sistema de forma bem mais eficiente do que eu.
Naturalmente, e em coerência com seus princípios anarco-capitalistas, o autor é um survivalist, que já estocou comida, munição e água e aguarda com impaciência o colapso total.
Meu problema com esses argumentos é que, além do derrotismo que termina levando ao mesmo local que a esquerda quer nos levar (i.e. o fim da civilização e o caos geral, tudo em nome da utopia), não levam em conta que sempre foi assim. As forças destrutivas sempre estiveram batalhando contra as forças mantenedoras da ordem. E afinal, quando é que foi esse paraíso perdido da Civilização Ocidental, tão chorado por tantos? Foi nos anos 30, quando a Europa se digladiava em guerras fratricidas? Foi no século XIX, antes do fim da escravidão e do voto feminino? Foi antes ou depois dos jacobinos da Revolução Francesa? Foi no Renascimento, quando guerras religiosas aconteciam aqui e ali? Foi na Idade Média, entre a peste negra e a ameaça sarracena? Ora, analise em detalhe qualquer período histório e verá que sempre houve forças negativas tramando contra a vida, a moral, a tradição, a justiça, a harmonia social ou simplesmente lutando pelo Poder Total. Hoje são os utopistas e os globalistas e (de novo) os maometanos, amanhã serão os ultra-ecologistas ou os neonazistas, é a vida. The show must go on.
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