Obama falou em paz, mudança, futuro, harmonia. Só faltou cantar. Mais do que qualquer outra já vista, a campanha de Obama parece a turnê de um rock star. McCain praticamente desapareceu: as eleições são um referendo, um confronto de Obama com seu próprio ego, e só pode perder para si mesmo.
É cada vez mais provável que vá ganhar as eleições, ao que se seguirá, naturalmente, um grande desencanto lá por meados de 2009. O homem do cavalo branco, ou seria preto, só pode manter as esperanças do povo acesas enquanto está ainda lá longe no horizonte.
Surpreende-me o número de pessoas que caem no conto de "hope" and "change", como se não tivessem sido repetidas milhares de vezes por políticos ao longo dos anos. Mas é assim mesmo: no fundo, queremos ser enganados, queremos crer que daqui pra frente, tudo vai ser diferente...
Vivemos em um mundo em que os políticos não mais representam os desejos dos cidadãos, se é que alguma vez representaram. Obama diz simplesmente o que o público quer ouvir. Mesmo que o público seja diverso. Diz uma coisa aos brancos e outra aos negros; uma coisa aos israelenses e outra a palestinos. Diz que é contra e ao mesmo tempo a favor das forças militares no Iraque. As contradições não importam. Obama é um símbolo. Obama será eleito ou não em base a como ele faz as pessoas se sentirem consigo mesmas, não em base às suas políticas:
A nação quer baixar o preço da gasolina; Obama promete aumentá-lo, mantendo o veto à abertura de novos poços de petróleo. A América quer ver os imigrantes ilegais pelas costas; Obama promete não somente anistiá-los, mas dar-lhes assistência médica com o dinheiro dos contribuintes. A nação quer menos impostos; Obama promete criar mais alguns. Se milhões de cidadãos americanos que pensam e querem o contrário de Obama juram votar nele para presidente, não é por causa do que ele promete, mas a despeito de ele lhes prometer até mesmo o inferno. A atração da imagem hipnótica é mais forte do que o cálculo de custo-benefício.
Já vimos essa operação ser realizada no Brasil, com base na imagem estereotipada do “presidente operário”, contra cujos crimes e perfídias já ninguém pode levantar uma voz audível, pois, arrastados pela chantagem psicológica, todos se acumpliciaram de algum modo ao ritual de sacrifício ante o altar do ídolo.
3 comentários:
chose seu blog ta maneiro ! analises perfeitas ! tinha esquecido como vc é brilhante e...cinico !
a tournée européia de obama é o exemplo mesmo dessa "chantagem psicologica" que vc citou ! e o pessoal aplaude...em paris nao vai ter show, so almoço en petit comité...mas frances tem espirito de porco : nao aplaude e ainda duvida, cartesianamente...))
estive la na terra de obama...acho que ele nao ganha, pessoal lamenta hillary...so do I !
beijos xxx
ela voltou....
Oi confetti!!! :-))))))))))))))
Esteve na terra de Obama? Onde é isso? Perto da terra de Marlboro?
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