sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Rendam-se, infiéis!
Enquanto isso, na Alemanha, ocorre mais um episódio de censura. Uma exposição de artistas dinamarqueses do grupo Surrend (Renda-se) foi fechada pelas autoridades depois que alguns muçulmanos ameaçaram a mostra, que continha uma fotografia da Kaaba (pedra de Meca) com os dizeres "Pedra estúpida".
Quanto ao político holandês Geert Wilders (não confundir com Gene Wilder), nem precisou fazer nada pra ser previamente censurado. Só disse que ia lançar um filme sobre o Corão. Ninguém ainda viu o filme e a Al-Qaeda já prometeu vingança. O primeiro-ministro da Holanda, com extrema coragem, avisou que qualquer violência que houver será culpa do próprio Wilders...
Os muçulmanos já não precisa nem mais cometer violência: basta ameaçar.
É como diz aquela notícia: "Muçulmanos protestam por perseguição pelo atentado de amanhã".
Duas breves notas sobre liberdade econômica
O Cláudio Shikida do De Gustibus comenta:
Será que o governo boliviano tem burocratas que entendem de lógica elementar? Ou a memória é que é curta? Ou seria um problema estrutural relacionado à inteligência dos governantes?No Ordem Livre, Pedro Sette Câmera relembra os velhos tempos da reserva de mercado da informática:
Você é adolescente e ouve falar na escola de proteger a indústria nacional contra o supostamente malvado capitalista estrangeiro, como se uma lei protecionista não servisse unicamente para proteger o supostamente malvado capitalista nacional. Mas, aí, é claro, a chave retórica não é “capitalista”, e sim “nacional”: é uma questão de nós contra eles, como se ser “oprimido” (ainda hei de entender como ter a possibilidade de adquirir um produto pode ser considerada uma forma de opressão) por um estrangeiro fosse melhor do que ser “oprimido” por um brasileiro. Tudo isso são palavras vazias para encobrir a realidade: são os planejadores sociais que oprimem a população com seus planos.
Foram mais de 20 anos de lei de “reserva de mercado” para a informática. O resultado foi que o computador era um luxo ou uma ilegalidade, obtido pelo contrabando. Três anos depois de a pata do Leviatã ter saído de cima, empresários conseguem oferecer produtos à classe C e garantem a onipresença do produto.
Minhas férias com Bush
Se você quer uma leitura inusitada (e entende inglês), recomendo este diário de uma viagem à África do roqueiro Bob Geldof... ao lado do presidente George W. Bush. Como mínimo, você fica sabendo um pouco mais sobre o Air Force One e descobre que o presidente tem uma caixa personalizada de chocolatinhos M & Ms. Isso sem falar na estranha descoberta de que o Bush possivelmente seja o presidente americano que mais ajudou a África em toda a História.
"Sempre é guerra"...
Não há nada de bom na morte e na guerra, salvo quando serve para terminar de vez com a morte e a guerra, ao menos por um período prolongado (definitivamente ela nunca acaba. "Sempre é guerra", escreveu Primo Levi.)
Durante muito tempo se tem falado que Israel e os árabes ditos "palestinos" estariam em negociações de paz. Mentira. Israel e palestinos estão em guerra. Aliás, Israel está em guerra com o Irã, que por ora não se envolve diretamente mas utiliza Hamas e Hezbollah como "exércitos".
Tudo o que você acha que sabe sobre o Oriente Médio é mentira.
Por exemplo, criou-se uma ficção que o Fatah do Abbas seria o partido mais "moderado", interessado na negociação com Israel. Talvez tal mito tenha se criado porque o Abbas usa terno e gravata em vez de usar capuz e um AK-47. Não há problema, outros fazem isso por ele. Mas vejam suas recentes declarações:
"No momento sou contra a luta armada porque não temos chance de vencer, mas no futuro pode ser diferente."Entenderam? Não é contra a luta armada porque quer a paz ou porque acha o terrorismo imoral. É contra a luta armada porque reconhece ser mais fraco, e portanto, por conveniência, prefere a paz até ter armas suficientes.
Se Hamas, Hezbollah e Fatah e demais países muçulmanos querem a guerra, que a tenham. E que Israel responda com tudo, sem essa de "reação desproporcional".
A guerra declarada é uma coisa ruim. Mas é melhor do que uma guerra não-declarada à qual todos fingem dar o nome de "paz".
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Da idiotice de uma geração
Atualização: Reinaldo e Gerald fizeram as pazes, o que causou estranheza e estupor em grande parte dos respectivos leitores... Agora só falta a paz entre palestinos e israelenses, entre sérvios e albaneses e entre turcos e curdos. Mas isso provavelmente vai demorar um pouco mais.
A mídia é o inimigo
Os palestinos mataram mais um israelense com mísseis Kassam. A BBC dá a notícia assim:
He is the fifth Israeli killed in attacks by Palestinian militants in the last three months. Since then more than 200 Palestinians have been killed by the Israeli army, most of them militants.Por se não entenderam, explico. A idéia é dar a entender que a morte randômica de civis se explica porque os Israelenses estão "matando palestinos" da mesma forma randômica e sem razão que o Hamas. Ao menos a BBC indica que a "maioria era militante". (Em outra manchete, quando do último atentado sucida, a manchete da BBC News era "Raro atentado suicida em Israel". Raro?)
Mas a BBC ainda é sensata em contraposição à notícia no site da Reuters:
GAZA (Reuters) - A rocket launched from the Hamas-run Gaza Strip killed a man in Israel on Wednesday, the first such death in nine months, and Israeli air strikes killed six Palestinian militants and five civilians in the territory.Nada há com que preocupar-se. Afinal, foi a "primeira morte desse tipo em nove meses." Evidentemente, as mortes causadas recentemente por um atentado sucida, por esfaqueamentos e por tiros que ocorreram nos últimos meses, não contam no balanço geral.
No site do Guardian, lemos:
An Israeli has been killed and another injured in a Palestinian missile attack, Israeli health officials said today. The attack happened hours after an Israeli air strike on southern Gaza killed five Hamas militants.Aqui, a informação é de que o ataque do Hamas teria sido uma resposta "legítima" à morte de militantes, quando isso é uma mentira: matem ou não seus "militantes". o Hamas atira uma média de 20 mísseis por dia, todos os dias. Não há "revide", é um trabalho de 24 horas por dia, sete dias por semana.
Muitos me perguntam porque falo e insisto tanto sobre a "questão palestina" e o conflito com Israel. A razão é simples. Desde a época de Goebbels não se contam tantas mentiras sobre um conflito e sobre um povo. A versão que a mídia apresenta (e que molda a cabeça da maioria da população mundial) é repleta de inconsistências, falsidades, ignorância, manipulações, falta de contexto, quando não diretamente mentiras deslavadas.
A mídia não é imparcial, tem lado e simpatias. Muitos dos repórteres que cobrem o conflito tem nomes árabes, o que não é nenhuma coincidência. Fotos das vítimas israelenses são raridade, enquanto fotos dos "mártires" palestinos (de preferência quando eram crianças, embora na hora da morte sejam adultos) são mostradas toda hora.
Fala-se mentirosamente nas "terríveis condições de vida" dos palestinos, quando é uma mentira. Estatísticas mostram claramente que a qualidade de vida dos palestinos é melhor do que a de grande parte do mundo árabe. Observem estas estatísticas aqui, mostrando que a mortalidade infantil entre os palestinos não apenas é menor do que grande parte do mundo árabe e um terço da do Quênia, como é inclusive menor do que a do Brasil.
E de fato pode-se acreditar que um palestino em Gaza, com comida cortesia da ONU e água e luz cortesia de Israel, tem uma vida pior do que os favelados do Egito e da Jordânia, que nem água tratada têm? E que tal a vida das escravas filipinas na Arábia Saudita, será que é melhor do que a vida em Gaza?
Fala-se na "tragédia palestina", submetida à "ocupação". E a vida em Sderot, cidade israelense onde caem mísseis todo dia, de modo que 20% da população da cidade já emigrou? E note que entre as freqüentes vítimas dos mísseis incluem-se muitos árabes israelenses.
Ah não, mas o malvado da história é Israel. Lembrem-se disso. Os malvados da história são os sionistas, assim como nos anos 30 os banqueiros e comunistas judeus causavam terror na pobre Alemanha.
França no Oriente Médio
A França realizou exercícios militares no Golfo Pérsico em conjunto com os Emirados Árabes e o Qatar. Seria o Sarkozy colocando o pé no Oriente Médio? Um (novo) aviso ao Irã contra suas pretensões nucleares? Sinal de apoio do Ocidente aos países árabes sunitas contra o xiita Irã?
Ou será que os franceses estão apenas ensinando aos árabes como se render? Afinal, segundo as más línguas, esta parece ser a especialidade do seu exército. (Na II Guerra comentava-se que as avenidas de Paris tinham muitas árvores para os soldados alemães poderem marchar à sombra).
Será que Obama é o Anticristo?
No começo, confesso, não dei muita atenção. Achei que fosse mais uma dessas teorias conspiratórias que se espalham pela Internet. Mas pouco a pouco fui levando mais a sério. Os indícios, a princípio difusos, foram se tornando cada vez mais claros - e perturbadores.
Fato um: Obama é canhoto. A Bíblia, notadamente, identifica a esquerda com as forças demoníacas, e como culpá-la, se a esquerda é em geral só traz mesmo desgraça? O Diabo é canhoto. Obama também.Os fatos estão todos ali, amigos. O Apocalipse se aproxima, e com ele a morte, a fome, a insanidade e a pestilência. Se fosse vocês, eu teria medo. Muito medo.
Fato dois: Segundo o livro do Apocalipse, a Besta "surgirá do meio do mar". Onde nasceu Obama? Nas ilhas do Hawaii, no meio do oceano pacífico.
Fato três: O nome de Obama é quase idêntico ao do maior inimigo do mundo livre judaico-cristão, Osama. O S, de Serpente, é trocado pelo B... De Besta. Como sabem os cabalistas, letras e números não são jamais casuais. Nada é coincidência.
Fato quatro: Disse Jesus (Mateus 7:15-23), ”Cuidado com os falsos profetas que vem em roupa de ovelha, mas por dentro são lobos vorazes. Por seus frutos os reconhecerão." Obama é simpático, cordial, sorridente, calmo. Uma ovelha. Mas, por dentro? Notem ainda que Obama se anuncia a si mesmo como uma espécie de Messias, vejam o que ele disse em discurso recente: "Uma luz brilhará através daquela janela, um raio de luz descerá sobre você... Você experimentará uma epifania... E descobrirá que deve votar em Obama." (7 de janeiro).
Fato cinco: Já várias pessoas, especialmente mulheres, desmaiaram em discursos do Obama. Emoção... Ou possessão demoníaca? Quando as frases do Obama durante cada desmaio são escutadas ao contrário, revelam mensagens perturbadoras...
Fato seis: Diz o Apocalipse sobre a Besta que "o dragão lhe deu seu poder e seu trono, e grande autoridade". Obama poderá ser o futuro presidente dos EUA. O dragão talvez seja uma referência à China, indicando que os EUA suplantarão os chineses, e Obama governará não apenas os EUA, como o mundo.
Fato sete: os eventos do Apocalipse culminam com a destruição de Jerusalém. A política de Obama e seus assessores parece ser bastante crítica a Israel, e pretendem dividir a Cidade Sagrada, o que certamente resultará em guerra.
Fato oito: segundo a Bíblia, o Anticristo não teria "desejo por mulher". Obama, segundo estas acusações veiculadas no Youtube, seria homossexual, e teria realizado sexo oral quando era senador por Illinois.
"Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora. Então vi os sete anjos que se achavam em pé diante de Deus; a eles foram dadas as sete trombetas. Veio outro anjo, que trazia o incensário de ouro, aproximou-se e ficou de pé junto ao altar. A ele foi dado muito incenso para oferecer, com a oração de todos os santos, sobre o altar de ouro diante do Trono; e da mão do anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso juntamente com as orações dos santos. Então o anjo pegou o incensário, encheu-o com fogo do altar e lançou-o sobre a terra.; e houve trovões, vozes, relâmpagos e um terremoto."Atualização: No dia 1 de setembro de 2008 (1 Elul de 5768 no calendário hebreu), foi anunciado que Bristol Palin, a filha de Sarah Palin, vice do candidato Republicano John McCain, estava grávida. Logo surgiram vozes afirmando que a menina de 17 anos era virgem, e que seu futuro filho era o novo Messias que lutaria contra o Anti-Cristo Obama. Meros boatos... ou a terrível verdade?!?
Atualização 11/10/08: A prova que faltava. Os animais percebem a presença do Maligno:
Atualização 03/06/09: Agora é sério. Ferrou de vez. Em discurso explícitamente antireligioso em que blasfema a Bíblia e diz que esta promove a escravidão e o apedrejamento de mulheres e crianças, Obama diz que "Os EUA não são mais uma nação cristã". Vídeo (em inglês) abaixo:
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Preparando-se para a Páscoa
Que trazes pra mim?
Uma bomba, duas bombas
Três bombas assim...
P.S. A resposta israelense:
Tirava a mão do detonador
do cinto-bomba e botava a mão no...
Coelhinho, se eu fosse como tu...
(Dica do KCT.)
Um bicho às terças
Os porco-espinhos, evidentemente, não tem qualquer relação com o porco fora o nome. São animais acima de tudo noturnos e alimentam-se de pequenos insetos.
Foi na suposta dificuldade que os porco-espinhos teriam em copular sem se ferir com os espinhos que Schopenhauer se inspirou para desenvolver o "Dilema do Porco-Espinho". Mas parece que tal dificuldade é lenda, já que as respectivas posições dos órgãos sexuais de macho e fêmea se adaptaram para permitir um relacionamento sem muitas complicações.
Atualização: o DarwinistO alerta que o bicho não é um porco-espinho, mas um ouriço. A diferença é que o chamado porco-espinho é um roedor, enquanto o ouriço é um erinaceídeo. Whatever that means.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Odeio segundas-feiras
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Musharraf está com os dias contados. O que vem agora?
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Oscars. Irmãos Coen levam. Não vi o filme. Não vi quase nenhum dos Oscarizáveis este ano. Aliás, toda a questão dos Oscars de alguns anos para cá parece ter perdido relevância, não concordam?
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Um professor na Austrália afirmou que os governos do mundo se preocupam demais com o terrorismo quando o problema mais grave a combater seria a obesidade. Segundo suas bizarras estimativas, "388 milhões de pessoas vão morrer devido a doenças ligadas à obesidade". Pode até ser verdade (duvido muito), mas a questão é a seguinte: por que diabo os "governos" é que se deveriam preocupar com a obesidade das pessoas? Deixemos esse controle nas mãos das famílias e dos indivíduos, por favor. Só falta agora algum espertinho criar o "imposto à obesidade". Epa, mas que estou dizendo? Alguém já sugeriu justamente isso...
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O misterioso escriba que assina como "Spengler", em coluna nova, escreve sobre o Obama. E descobre que o candidato odeia a América.
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Eu só odeio segundas-feiras. Especialmente após ter dormido apenas duas horas no domingo.
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Atualização: Alguns se importam com Sderot: estrelas de Hollywood como Stallone e Paula Abdul, quem diria. E jovens organizando protestos espontâneos pelo Facebook.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Poesia aos domingos
O ideal é assistir "Aurora" (Sunrise) no cinema, com acompanhamento musical ao vivo, como fiz semana passada. Na falta disso, peguem-no na primeira locadora, ou assistam aqui mesmo no Youtube.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Brasil, país do futuro?
67 anos depois, continuamos sendo o país do futuro preferido (depois da China). Notícias alvissareiras são eventualmente destacadas pela mídia nacional e até internacional. Petrobrás acha jazidas record. Brasil paga suas contas e vira credor. O país ganha o Urso de Ouro em Berlim. Paulo Coelho e Ronaldinho são conhecidos de Tóquio ao Chuí. Dizem que fazemos parte de um tal BRIC. Há motivos para achar que, desta vez, vai?
Há, certamente, motivos para um cauto otimismo na área econômica, já que, inclusive pelo seu tamanho e riquezas naturais, bem como indústria, o país não possui rivais na América Latina e, segundo, porque continuou-se o progresso econômico iniciado a partir do Plano Real (em si mesmo o responsável pelo maior aumento do poder aquisitivo das classes baixas em 500 anos de história), aliado a uma conjuntura econômica internacional favorável.
Não temos terremotos nem furacões como nos EUA. Não temos crise demográfica nem terrorismo islâmico (ao menos por ora) como na Europa.
Qual o problema do Brasil, então?
Em termos práticos, acho que o problema principal é a insegurança. Nesse aspecto o país vai de mal a pior, e lamentavelmente as teorias da esquerda, que hoje dominam o pensamento acadêmico e político, tendo chegado agora ao poder via Governo Lula, só tendem a aumentar cada vez mais a violência. Há uma organização cada vez maior do crime em agrupações como PCC e CV que agem a nível intercontinental. O PT, enquanto aliado e mentor do tal Foro de São Paulo, é aliado das FARC que são aliadas ao CV e ao PCC. Isso quando o próprio governo não financia grupos criminosos (ocupação de terra e depredação de propriedade pública e privada não é crime, pois não?) como o MST e MLST.
A corrupção é outro problema grave, gerando um inevitável desgaste da democracia e das instituições. Não tende a melhorar sob o governo que nos deu o mensalão e hoje nos dá as "falhas administrativas".
Finalmente, acredito que a decadência cultural e educacional do país seja também um alerta. Um país que ainda nos anos 50 tinha ao menos alguns bons artistas e intelectuais, hoje considera intelectuais pessoas do calibre do Jô Soares e do Caetano Veloso. O governo do PT, nesse aspecto, também segue a lamentável tendência de piorar a educação, seja com uma visão deturpada e marxista light da História, seja com o progressivo embotamento da arte em favor de manifestações supostamente "populares" ou "politicamente corretas", pagas com dinheiro público, seja com a institucionalização do racismo com as tais cotas.
Enquanto países de condições similares como Índia e China investem pesado em formação de pessoal especializado e tecnologia de ponta, aqui o bom negócio para as elites é ser político ou funcionário público, e a educação é portanto voltada para esse fim.
Em resumo, temos um país que não é de todo ruim. Só temos que descobrir como nos livrar dos nossos políticos.
Atualização: Achei por acaso um artigo da BBC Brasil de 2003 que justamente discute esse tema, se o Brasil ainda é o "país do futuro" ou não, comparando com a China. Impagável este comentário de um amigo do Uzbequistão (acredito que falso, mas nunca se sabe):
"Porque o Brasil deixou de ser o país do futuro: CORRUPÇÃO! Quando voltará a ser o pais do futuro? Quando terminar a CORRUPÇÃO. Creio firmemente que o governo comunista do presidente Lula, poderá por um fim à corrupção que hoje entranha em todas as partes do governo e sociedade brasileiras, inclusive nas suas agências no exterior. Basta alguns dias em Brasília, Moscou, Londres, Roma, para isso ser notado, nas mais infimas atitudes de cada um que detém algum poder. É algo triste."
Aleksandrovich Ulimov, de Tashkent no Uzebiquistão
Desconfiaria que se trata de algum primo do companheiro Josef Mario.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Os muçulmanos estão todos loucos (e os ingleses mais)
1) Tudo começou muito inocentemente. A companhia Hasbro, que produz o jogo "Monopoly", cá entre nós chamado de Banco Imobiliário, decidiu fazer uma versão internacional do jogo, com o nome de 20 capitais do mundo em cada uma das casinhas do tabuleiro. Colocou para votação (todos podem votar, você também) quais capitais seriam escolhidas. Entre as cidades estavam "Istanbul, Turquia", "Londres, Inglaterra", "Rio de Janeiro, Brasil" e "Jerusalém, Israel".
Grupos de pró-palestinos, que acham ingenuamente que a cidade deveria ser dividida entre judeus, muçulmanos e cristãos sob jurisdição da ONU, reclamaram. Um empregado da própria Hasbro, sem autorização, retirou a palavra "Israel". Aí teve mais reclamação, já que Jerusalém era a única cidade do tabuleiro sem país correspondente. Um panaca da BBC fez uma matéria a respeito (bastante idiota, como quase sempre quando aborda o tema do Oriente Médio) e o pessoal mandou ver na seção de comentários. Dois, de muçulmanos morando no Ocidente, chamaram especialmente a atenção:
I think it would be a mistake to add Jerusalem to the monopoly board. By doing this the maker would alienate all the Arabs who have enjoyed playing monopoly and have also witnessed first hand the humiliation and suffering Palestinians have endured at the hands of Israel.Deus do céu! Humilhação? Alienação? Plano Sionista Internacional para lavar o cérebro do público? É só um jogo de tabuleiro, suas antas! Ao menos, um muçulmano morador de - quem diria! - Israel teve o bom senso de deixar registrada a sua opinião:
Ali Abadi, London Ontario Canada
This is yet another small step in the long slow march of the Zionist International to deceive, persuade, cajole, brainwash the general public into accepting its lies and demagoguery. The UN General Assembly, which is the closest this world gets to a truly "international community", has voted again and again that everything the Jewish State of Israel has done and intends to do in East Jerusalem is illegal and null and void. The world has spoken - does anybody listen?
Ibraheem (O.E.H.Johansen), Copenhagen, Denmark
Please don't try and make some racialist stories out of Israeli Jews, they are my fellow citizens!Quem dera fossem todos assim!
Dr Moukie Fallah, Herzalia Israel
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2) Mais preocupante do que o folclórico fato citado acima (e provando que os ingleses estão mais loucos do que os muçulmanos), é o fato da Grã-Bretanha ter legalizado, na prática, a poligamia. Pior: a) ela só é legal para muçulmanos, b) quem paga o sustento do harém é o cidadão britânico com seus impostos e c) o dinheiro nem é dado às esposas, mas depositado na conta do maridão. Mais do que tolerância, é uma verdadeira promoção da poligamia, o que leva a gente a pensar o que diabos está acontecendo ali. Até o Olavo escreveu sobre isso na sua última coluna:
A mudança não foi feita às claras, nem precedida de qualquer debate no Parlamento ou na mídia. Se o fosse, teria sido rejeitada maciçamente. Em vez disso, foi introduzida subrepticiamente por uma obscura comissão técnica – é esse o procedimento legislativo mais usado hoje em dia – mediante uma simples mudança no regulamento da previdência, sem que o povo sequer se desse conta da revolução sociocultural que se tramava às suas costas. Segundo noticia a National Review desta semana, os maridos britânicos polígamos terão doravante o direito a uma pensão estatal para cada uma de suas esposas – e o dinheiro não irá nem para elas: será depositado diretamente na conta deles! A lei não fará distinção entre os casamentos poligâmicos celebrados no Exterior e nas mesquitas do Reino Unido: valerão uns como os outros.Na prática, isso significa não somente a legalização da poligamia, mas um formidável incentivo estatal à sua expansão, portanto à conversão em massa dos súditos de Sua Majestade ao islamismo.
Confesso que não entendo quais seriam as motivações dos ingleses para uma lei tão absurda, misógina e injusta, salvo que efetivamente as elites européias tenham a intenção de converter a Europa ao islamismo em duas gerações. Pra quê, também não sei. Alguém sabe?
Atualização: dois comentários de mulheres no site do Telegraph a respeito da notícia. A primeira parece ser inglesa nativa e a segunda muçulmana.
Let us found a religion that allows everyone to have a Porsche and five houses and and...
And then ask the state to pay for our religious needs...
Posted by Elisa on February 3, 2008 4:44 PM
islam is not the meaning of joke the reason of begamy in islam to stop valgaurity , shelter the women who is widow,old, alone , and ithink in uk culture there are so many womens who live alone and they have use on the name of women freedom so plz giving comments about bigamy try to find the reason don't comments like a iletrate person
Posted by anika on February 3, 2008 5:24 PM
É... A Inglaterra está perdida.
Pode o oprimido oprimir?
Na liturgia dos mais à esquerda no espectro político, isto é os marxistas e seus amigos, o mundo se divide em "opressores" e "oprimidos". Por exemplo, segundo eles, os muçulmanos de Gaza são "oprimidos" por Israel. Pois bem, voltando ao tema do post anterior, observamos que os muçulmanos de Gaza não tratam muito bem seus vizinhos cristãos, de fato, os "oprimem". Podem os oprimidos oprimir?
Outra. As mulheres, acho que ninguém em sã consciência pode negar, são "oprimidas" no mundo muçulmano. Isso mesmo nos países mais moderados. Quem não acredita, que veja esta foto, das celebrações pela independência de Kosovo. Quase não há mulheres na foto. Onde estão? No tanque? Na cozinha? Na frente do espelho experimentando sua nova burka?
(E o Kosovo oferece ainda uma outra ironia: quando a região era apenas uma província da Sérvia, os albaneses eram uma "minoria oprimida". Agora que são independentes, será que a "minoria oprimida" se tornarão os sérvios de Kosovo, forçados a viver protegidos por soldados e assistindo impávidos enquanto suas igrejas são destruídas? Eis as limitações de dividir tudo maniqueisticamente em opressores e oprimidos).
Os negros, dizem, são "oprimidos" pelos brancos nos EUA. No entanto, gangues negras matam mais negros do que brancos por lá. Para a ministra das "falhas administrativas", Matilde Ribeiro, racismo de negros contra brancos não é racismo. Pode o oprimido oprimir?
Categoria classes sociais. Os pobres, segundo essas mesmas teorias de almanaque, são "oprimidos" pelos ricos. Isso, segundo alguns, justificaria que os pobres assaltem os ricos como forma de diminuir a desigualdade social. O problema dessa teoria é que os ladrões também assaltam os pobres, já que é mais fácil assaltar um ônibus do que um carro blindado. Pode o oprimido oprimir?
Os bandidos "oprimidos" pelo sistema oprimem os miseráveis que moram na favela. Os árabes "oprimidos" pelo "imperialismo americano" matam e oprimem negros no Sudão. Negros oprimem negros de tribos rivais no Quênia. Os comunistas quando tomam o poder costumam massacrar milhares ou até milhões de civis.
Pode o oprimido oprimir?
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Cristãos em Gaza
O autor, um padre católico que mora em Gaza, afirma que "os palestinos cristãos vivem em constante medo de ataques." E não é dos soldados israelenses, não. Os repórteres nunca perguntam nada à cada vez menor população cristã de Gaza.
E mesmo se os repórteres viessem, o que dizer-lhes? Sabe-se que os palestinos cristãos vítimas de incêndios, expropriações, assaltos ou ameaças sempre dizem aos estrangeiros que suas relações com os muçulmanos vizinhos são ótimas. Afinal, quando os estrangeiros voltam pra casa, os cristãos devem ficar ali, e não querem dar ao extremistas jihadistas nenhuma desculpa para que voltem a atacar.
E assim vai - notícias aparecem sobre um ou outro evento, mas passam desapercebidas. Enquanto isso, cristãos em Gaza e na Cisjordânia tentam viver em paz, sem saber se um jornal na Dinamarca ou um discurso do Papa na Alemanha ou qualquer outra coisa vai ser mais um pretexto para a violência às suas portas.É um modo terrível de viver. Mais terrível ainda é que poucos sabem, ou se importam.
Sobre Veja vs. Nassif
Não costumo ler a Veja, com exceção das colunas do Mainardi e o blog do Reinaldo. Muito menos leio o Nassif, e nem mesmo sei qual é o teor de suas acusações contra a revista.
Tampouco leio Carta Capital ou Caros Amigos ou qualquer revista esquerdófila. A existência destas, no entanto, não me incomoda. Poderiam receber menos verbas oficiais pagas com o meu dinheiro, talvez.
Suponho que todo esse ódio seja principalmente “inVeja”. Afinal, os que não gostam da revista poderiam fazer como eu, e não comprá-la ou lê-la.
Acusar a revista de “parcial” é ingenuidade, afinal todo meio é “parcial”. Piores são os que se fingem “imparciais”.
O que preocupa, isso sim, é o nível de ingerência cada vez maior do governo na mídia, uma ingerência nefasta, contra a liberdade de imprensa, e contra a mídia em geral.
Contra a Globo, contra a Veja, contra os colunistas e veículos “de direita”, há todo um movimento de intimidação, de chantagem ou suborno: verba de propaganda ou cargos para os jornalistas “amigos”, e, contra os inimigos, "a lei". De fato, busca-se promover leis mais duras contra jornalistas, criam-se organismos de controle, há intenção de censura prévia "politicamente correta", criação de uma TV governista paga com dinheiro público, apoio indireto ou até declarado à Record da IURD contra a Globo, sem falar nesta camponha agora do Nassif e cia contra a Veja.
Imaginem se nos EUA algum governo ia falar as coisas que os governistas aqui falam sobre a Veja, por não concordar com sua linha editorial, ou mesmo tentar se meter.
Pensem nas críticas que o Bush recebeu da imprensa nos EUA. Teve até colunista que escreveu dizendo que ele devia ser assassinado! Não houve ninguém, nem mesmo entre os Republicanos mais empedernidos, dizendo que se devia censurar, ou mesmo se metendo na linha editorial. Nos EUA, liberdade de imprensa é sagrada.
No mais, acho que até agora não comprovaram que uma única informação publicada pela Veja sobre os escândalos do governo Lula seja falsa. Aliás, tem coisa muito pior que nem saiu lá ainda. No máximo os críticos dizem, “ah, mas porque não criticam o PSDB também?” Ora, que vão lamber sabão.
Como dizia o Millôr, "jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados".terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Bichos às terças
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Ascher, ótimo
Nelson Ascher, poeta e articulista, tem coluna semanal na Folha (acesso infelizmente restrito), e também escreve às vezes em inglês no Pajamas Media.
O texto pode ser lido completo no link indicado acima. Pros preguiçosos, reproduzo aqui apenas dois trechos, um sobre o Said, um sobre o aquecimento global:
Ele elogia também a coragem do roqueiro por ter assinado o manifesto em defesa do “palestino” Edward Said. Bom, como você sabe, eu não ataquei o Said, mas suas idéias e sua atuação enquanto membro graduado da organização terrorista chamada OLP e “ghost writer” de Iásser Arafat. Quanto à coragem dos signatários (cujo direito a assinar o que quiserem sou o primeiro a defender), esta deve, segundo o missivista, ter sido de fato descomunal. Imagine os riscos que os 180 e tantos corriam ao se oporem a mim. Meu Deus, eles punham a vida, o bem-estar e sei lá mais o quê em perigo. Desafiar abertamente os aiatolás no Irã, o Fidel em Cuba, o Taleban no Afeganistão ou o finado Saddam Hussein no Iraque (quando os dois últimos, para alegria do missivista, ainda estavam no poder) requereria, no máximo, um milésimo daquela coragem. Como diria Paulo Francis: waaaallll!* * *
PS. Um outro leitor (este civilizadamente) defende a paranóia ambientalista recorrendo ao princípio precaucionário, quer dizer: se existe uma probabilidade, por menor que seja, de o risco ser real, então devemos tomar todas as precauções contra ele o mais cedo possível. Ora, se todos os homens saudáveis do mundo se castrarem ou, melhor, retirarem cirurgicamente suas próstatas, e todas as mulheres saudáveis amputarem os próprios seios, o risco de cânceres de próstata e seio declinará decisivamente. Esta seria, é claro, a precaução mais eficiente. Mas alguém se candidata? Num mundo de recursos limitados, qualquer precaução tem seu preço, e este só pode ser avaliado em face dos custos do perigo específico.
Se o Protocolo de Kyoto foi inútil, a coisa não fica só num “que pena, vamos tentar outra solução”. Kyoto custou uma fortuna aos contribuintes de vários países (não às companhias, que não perdem lucros, porque transferem os custos para o consumidor), uma fortuna que poderia ter sido aplicada em diversas outras coisas.
E mais uma vez...
Mohammed Jafari, líder da Guarda Revolucionária, lamentando a morte do terrorista-mor do Hizballah, declarou:
"Estou convencido que a cada dia o poder do Hizballah aumenta e no futuro próximo assistiremos à desaparição desse câncer chamado Israel, através da terapia de radiação do Hizballah".
O que eu acho que ele está dizendo é que os iranianos vão dar um míssil atômico para o pessoal do Hizballah jogar contra Israel. Pode ser só a retórica barata dos muçulmanos. O mundo não está danto muita atenção. Será que o Olmert está ouvindo?
Heil Hillary
Este post é só pra confetti, que adora minhas imagens da Hillary Clinton. ;-)
Off the record, prefiro a Hillary ao Obama, embora ache que a esta altura o Obama será o próximo presidente americano.
De qualquer modo, ganhe Obama ou Hillary, o Morrissey vai ter que rever esta letra:
In America, The land of the free, they say,
And of opportunity, In a just and a truthful way.
But where the president, is never black, female or gay,
and until that day,
you've got nothing to say to me
O que vai acontecer em Kosovo?
Aposto em uma nova guerra balcânica em alguns anos.
A Espanha votou contra: teme, com razão, que também bascos e catalães o tomem o fato como precedente para suas próprias declarações de independência. E por que não?
Bascos, catalães, sérvios, muçulmanos, vikings, godos, visigodos.
Começamos a assistir a fragmentação da Europa ao longo de linhas étnicas.
"União" ou ¨Dsunião" Européia? Multiculturalismo ou neo-tribalismo?
domingo, 17 de fevereiro de 2008
É o que dá ser bonzinho
Apresentou-se na delegacia no Dia dos Namorados, levando da mão uma menina de 4 anos. Ninguém perguntou nada. Assinou os papéis, foi embora.
No mesmo dia estuprou a criança, "deixando marcas de uma violência brutal e animalesca", segundo a ginecóloga do Hospital que a atendeu.
Ah, se o Capitão Nascimento estivesse por lá, não deixava...
Poema do domingo
There Will Be No Peace
Though mild clear weather
Smile again on the shire of your esteem
And its colours come back, the storm has changed you:
You will not forget, ever,
The darkness blotting out hope, the gale
Prophesying your downfall.
You must live with your knowledge.
Way back, beyond, outside of you are others,
In moonless absences you never heard of,
Who have certainly heard of you,
Beings of unknown number and gender:
And they do not like you.
What have you done to them?
Nothing? Nothing is not an answer:
You will come to believe - how can you help it? -
That you did, you did do something;
You will find yourself wishing you could make them laugh,
You will long for their friendship.
There will be no peace.
Fight back, then, with such courage as you have
And every unchivalrous dodge you know of,
Clear in your conscience on this:
Their cause, if they had one, is nothing to them now;
They hate for hate's sake.
—W. H. Auden
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Aquecimento global causa violência
Vários carros e escolas foram vandalizadas ou queimadas na última semana. A polícia não encontrou uma explicação, mas disse que o clima inusualmente quente e o fechamento das escolas pelas férias de inverno possam ter contribuído.
Eu desisto. A estupidez do politicamente correto é demais para mim. Espero que os fundamentalistas muçulmanos tomem logo o poder e matem todos. Tudo menos agüentar jornalistas e policiais tão covardes e burros.
Educação e Justiça social
In 2006, Kazmierczak was a student at Northern Illinois, police said, where he worked on a graduate paper that described his interest in "corrections, political violence, and peace and social justice."Eu sempre achei que o excesso de teorias marxistas fosse um claro sinal de algum tipo de doença mental... Lembrem que também o atirador coreano que matou 32 havia escrito poemas violentos contra a "burguesia" e o "sistema".
Em outro exemplo do que os trinta anos de educação politicamente correta fizeram e ainda fazem nos EUA, realizaram uma pesquisa entre alunos do segundo grau para perguntar quais eles achavam que seriam os personagens mais importantes da História do seu país (os alunos só não podiam citar presidentes ou primeiras damas). O resultado foi:
1. Martin Luther King Jr.: 67%
2. Rosa Parks: 60%
3. Harriet Tubman: 44%
4. Susan B. Anthony: 34%
5. Benjamin Franklin: 29%
6. Amelia Earhart: 25%
7. Oprah Winfrey: 22%
8. Marilyn Monroe: 19%
9. Thomas Edison: 18%
10. Albert Einstein: 16%
A lista se destaca por dar relevância especial a negros e mulheres.
Os três primeiros da lista são negros representantes do movimento dos direitos civis dos anos 60. Martin Luther King foi certamente importante, embora sua posição de personagem mais importante da História Americana seja bem discutível. Rosa Parks foi a célebre mulher negra que se negou a ceder o assento no ônibus gerando os vários protestos pelos direitos dos negros. Harriet Tubman era outra militante dos direitos dos negros dos anos 60. Oprah Winfrey, todos sabem, é uma apresentadora de televisão negra, e Marylin Monroe também dispensa apresentações, ainda que caiba perguntar-se que feitos a levam a ocupar tanta importância na história americana - talvez devido ao seu caso com o presidente Kennedy? Amelia Earhart foi uma das primeiras aviadoras mulheres. Susan B. Anthony foi uma feminista. Einstein era alemão e só morou os últimos 20 anos de sua vida nos EUA.
A lista reflete a ênfase dada pelos professores ao "políticamente correto", à "inclusão", à "variedade".
Só não reflete conhecimento básico da História.
Como dizem os americanos: "your tax dollars at work".
p.s. Claro que se fizessem uma pesquisa similar aqui os resultados seriam algo do tipo:
1. Lula
2. Ronaldinho
3. Getulho Vargas
4. Zumbi dos Paumares
5. Fernandinho Beira-Mar
6. Juliana Paes
7. Vera Ficher
8. Grupo Timbalada
9. Luiz Carlos Prestes
10. Pedro Álvaris Cabrau
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Novas alternativas sobre a morte de Imad
Já Caroline Glick informa que o serviço secreto francês havia anteriormente capturado em Paris terroristas ligados ao Hizballah com planos de novos ataques na Europa. Hum.
Posteriormente, Síria e Irã anunciaram uma comissão para investigar o crime. Hum. Alguém pode por acaso confiar no que eles possam investigar e descobrir?
Finalmente, os líderes de Síria, Irã, Hizballah e palestinos continuaram afirmando que o culpado foi Israel e prometem, todos, vingança brutal.
Algumas teorias a respeito, em ordem de maior a menor probabilidade:
a) Murrhghrye foi morto pelos próprios sírios e iranianos, porque sabia demais - queima de arquivo. Ao mesmo tempo, sua morte providencial é a desculpa perfeita para lançar um ataque conjunto contra Israel, desde três frontes: Hizballah, Gaza e Síria. O ataque já vinha sendo planejado há tempos, faltava só o estopim.
b) Mushigushiny estava planejando atentados na Europa e foi morto pelo serviço secreto francês, com uma bomba escondida num fromage de chèvre.
c) Terroristas palestinos mataram o Murganyhhey, afinal, não podiam suportar que um terrorista de outro país fosse mais destruidor do que eles.
d) Murrghghtry não morreu. Foi tudo simulado por Síria e Irã com a clara intenção de encobrir seus novos atentados, bem como lançar a já mencionada operação conjunta de guerra contra Israel, com apoio de todo o mundo islâmico, enraivecido pela presunta morte de um de seus terroristas preferidos.
e) O Mughrrghggh morreu, mas não foi assassinado. Assim como Nessie, foi mais uma trágica vítima do terrível aquecimento global.
Nessie morreu
Robert Rines, legendário caçador do monstro de Loch Ness, após 37 anos de exaustivas pesquisas, finalmente desistiu de tentar encontrar o bicho. Segundo ele, o animal morreu "por causa do aquecimento global".
Como diz um dos comentaristas da matéria, "temos que resolver o problema do aquecimento logo, antes que chegue a vez do Abominável Homem das Neves e do Elvis."
O retorno dos cartuns do pavor
Como todos sabem, foram presos recentemente na Dinamarca fanáticos que pretendiam matar alguns dos cartunistas. Como resposta, os jornais republicaram os cartuns. Mais do que provocação, foi um ato de solidariedade: como quem diz, "vocês vão ter que matar todos nós". Ora, sou plenamente a favor. Parece-me que a republicação é plenamente justificada; afinal, não é (ou não devia ser) com a intimidação que se deve determinar o que pode e o que não pode ser publicado nos jornais.
A questão nem é mais de liberdade de expressão. É de sobrevivência mesmo. É de poder falar qualquer coisa sobre o Islã sem ser ameaçado de morte ou ter que viver cercado de guarda-costas, como Hirsi Ali ou Magdi Allam. Vejam por exemplo esta notícia, que relata os distúrbios que estão ocorrendo agora mesmo em Copenhague:
Pelo menos 11 veículos foram queimados em vários bairros da capital dinamarquesa, e outros 10, na cidade de Kokkedal, ao norte de Copenhague.
A polícia deteve 17 jovens na madrugada de quinta, em Copenhague, onde dezenas de veículos acabaram incendiados com coquetéis Molotov.
"Não sabemos o porquê dos distúrbios. Suponho que estejam entediados. Alguns acham que tem a ver com as charges, mas eu não acho isso", disse à AFP o inspetor-chefe da polícia de Copenhague, Henrik Olesen.
A matéria revela ao menos três coisas preocupantes:
a) a imprensa não tem a coragem de dizer claramente que os agitadores são muçulmanos. Chama-os de "jovens", como se se tratassem do jovem Olaf e da jovem Ulrike. Mas depois fala nos tais cartuns de Maomé. Hum. Por que razão jovens dinamarqueses estariam irritados com a publicação de tais charges?
b) Já é o quinto dia seguido em que há distúrbios. Já houve similares distúrbios na França e em outros países europeus. Sempre em bairros de imigrantes muçulmanos. Hum.
c) A polícia não sabe o que está ocorrendo, acha que os "jovens" estão "entediados", e por isso queimam carros e escolas. Talvez o governo devesse construir mais campos de futebol.
Fica a pergunta: os cartões são realmente ofensivos? Bem, sim e não. É verdade que muitos muçulmanos podem tomá-los como ofensa à sua religião, e não estariam de todo errados. Afinal, os cartuns ligam os muçulmanos ao terrorismo (e, vamos combinar, nisso nada mais fazem do que seguir o que se lê todo dia no jornal).
Só que a ofensa alegada, para os fanáticos, não é essa. Mas sim que "haveria uma proibição de publicar a imagem de Maomé". Bem, informo aos mulás que os cartuns na verdade não são retratos de Maomé, quem os leva a sério não tem capacidade de discernimento. Segundo, que a proibição de publicação de imagens na verdade não existe, ou não é seguida por todas as escolas, os próprios muçulmanos já criaram muitas imagens do seu chamado profeta, como se pode ver aqui.
Não, senhores: todo esse escândalo foi cuidadosamente planejado, o que explica porque - quando da primeira publicação - os protestos globais começaram só muitos meses depois, e também porque havia tantas bandeirinhas da Dinamarca sendo queimadas em longínquos países árabes (de onde vieram as bandeiras? Quem as comprou? Será que os milhares de muçulmanos analfabetos que seguravam cartazes escritos em inglês para a mídia sabiam ler as mensagens? Sabiam onde ficava a Dinamarca?)
Nos países muçulmanos são feitos milhares de cartuns ridicularizando os judeus; religião cristã é alvo de sátira dendro dos próprios países ditos cristãos (há "artistas" que vivem quase só disso). Mas os únicos que pensam em matar alguém por causa de um cartum são esses misterioros "jovens".
Acho que eles deviam seguir o exemplo de Buda:
"Se alguém falar de modo desrespeitoso de mim, ou do Dharma, ou do Sangha, vocês não devem ficar zangados, ressentidos ou aborrecidos por isso. Se ficassem irritados ou aborrecidos com tal insulto, isso seria apenas um peso para vocês. Se outros me insultam, ou ao Dharma, ou ao Sangha, então vocês devem explicar o que é incorreto, dizendo, "Isto é incorreto, isto é falso, este não é o caminho, isto não é encontrado entre nós".
Em nenhum momento o Buda manda queimar carros ou explodir pizzarias ou degolar cartunistas.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Quem matou Imad?
Não se sabe se quem matou foram comandos israelenses, americanos, ou simplesmente (o menos espetacular, mas mais possível) um inside job de terroristas rivais. De qualquer modo, o Hezbollah promete represálias. Israel se prepara para os ataques. Vem uma nova guerra do Líbano aí?
Isso é também um aviso para o Obama: você pode até desistir da "guerra ao terrorismo", mas o terrorismo não vai desistir de você.
Atualização: Detalhes ainda são pouco claros. Como é natural, o sujeito tinha muitos inimigos, e não está fora das cartas uma traição ou uma operação de "substituição" do próprio Irã. A imprensa iraniana e árabe, no entanto, já está colocando a culpa num tal "polvo israelense". Poxa, e eu que achava que o Lula é que era o candidato do polvo?
Obama, não esqueça a minha Caloi
Obama virou (já tem mais delegados do que Hillary) e está seriamente em caminho de obter a nominação pelo Partido Democrata. Ele é jovem, carismático, bom de discurso e, após oito anos de um Bush cada vez mais impopular, é natural que se busque uma cara nova. Tudo em Obama promete "mudança", dos discursos à origem negra. E, no entanto, a mudança que ele pode trazer é a de tornar os americanos cada vez mais dependentes do Estado. É uma mudança que já vem ocorrendo. Explico.
Uma das coisas que caracterizou o povo americano foi a sua saudável desconfiança do governo. O próprio Reagan disse, "Governo não é solução, é problema". Quanto menos governo, pensava-se, melhor.
O Obama, como todos os populistas de esquerda, vende o governo como solução para todas as aflições do povo. Não tem saúde pra todos? O Estado resolve. Economia em crise? O Estado resolve. Desemprego? Criamos uma comissão pra estudar, e o Estado resolve. Se não resolve o desemprego geral, ao menos arranja emprego pro pessoal da comissão.
A melhor - se não a única boa - característica do americano era justamente seu desejo de independência, de fazer as coisas por si mesmo. Lembro uma vez de ler um blog de um americano que vivia no Brasil, e queria fazer uma reforma na sua casa. Ele mesmo, com suas próprias mãos, queria apenas comprar o material e fazê-lo. Todos lhe diziam, mas porque não contrata um marceneiro, um pedreiro, aqui é baratinho, ainda mais para quem tem dólar. Não entendiam sua insistência em fazer pessoalmente algo que outro poderia fazer por ele.
O curioso é que, justamente no momento em que o modelo social-democrata Europeu do "Estado de bem-estar social" custeado por altos impostos começa a fazer água, este é visto como um modelo a ser importado ou ao menos desejado pelos americanos. É um círculo vicioso: quanto mais se dá, mais se quer. Primeiro quer-se saúde básica para todos, logo outro já acha que sua operação de troca de sexo deve ser custeada pelo Estado, logo um mais ali acha que tem direito a casa, comida e roupa lavada, um outro acha que tem direito a ganhar a sua Caloi no Natal, e finalmente um grupo já decide que tem direito natural a ocupar terras, e aí a gandaia não acaba mais.
Talvez a grande "mudança" de Obama será acabar de vez com o espírito independente dos EUA, e criar mais uma geração de dependentes do Grande Estado, o Papai Sabe-tudo.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Um bicho às terças
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Para onde vai a Europa? (2)
Os governos europeus se recusam a aplicar suas próprias leis com medo da violência por parte dos imigrantes muçulmanos que se recusam a aceitar tais leis. Zonas "proibidas" para não-muçulmanos proliferam. No Reino Unido, organizações comunitárias muçulmanas, policiais muçulmanos e médicos muçulmanos colaboram para evitar que as mulheres escapem da violência doméstica.Quem paga mais o pato são as mulheres. Spengler chega a citar o caso de mulheres muçulmanas que são internadas em clínicas psiquiátricas quando o marido cansa delas. O igualmente ótimo Theodore Dalrymple também já falou várias vezes sobre o drama das adolescentes muçulmanas forçadas a casar-se com quem não conhecem. O Cristaldo ressalta que a poligamia já é permitida aos muçulmanos, embora não o seja aos europeus.
Os liberais admiram a Europa moderna por desistir da guerra; não lhes ocorre que a Europa desistiu de ser Européia. Taxas de fertilidade abismais entre nativos condenam a maioria dos povos europeus à extinção durante o próximo século. Se não há gerações futuras, que soldado colocarà sua vida na reta por elas? A Europa pode não ter guerra, mas já tem violência.
Duas leis para dois povos - isso já é uma realidade na Europa. E agora, Maomé, ops, digo, José?
Para onde vai a Europa?
Para onde vai a Europa? Acossada pela crise demográfica, pela imigração muçulmana, pela ossificação econômica e pela perda de competitividade frente a Ásia, muitos perguntam-se sobre o seu destino. As opiniões se dividem. Há quem diga que com a diminuição ou emigração de sua população nativa e o crescimento progressivo da população muçulmana, em meras décadas se tornará ume verdadeira "Eurábia", colônia do Islã. Há quem preveja que o multiculturalismo, como um iogurte estragado, degenerará em guerra civil e diversas lutas intra-étnicas por toda a Europa, cada tribo lutando por si e contra todos. E há quem, otimista, acredite que a União Européia se tornará uma potência mundial de igual para igual com EUA e China, como este professor indiano aqui (texto dica da Alba):
No melhor dos casos, a fase unipolar dos EUA durou toda a década de 90, mas esse também foi um período sem rumo. O “dividendo da paz” pós-Guerra Fria nunca se transformou numa ordem liberal global sob a liderança americana. Agora, em vez de sentar sobre o globo, estamos competindo e perdendo, num mercado geopolítico, ao lado de outras superpotências: União Européia e China.
O fato de a Europa ainda não ter um exército comum pode tranqüilizar os conservadores americanos; a questão é que a Europa não precisa de um. Os europeus usam a inteligência e a polícia para prender radicais islâmicos, a política social para tentar integrar populações muçulmanas rebeldes e a força econômica para incorporar a antiga União Soviética. O investimento anual europeu na Turquia também cresce, trazendo-a mais perto da União Européia. E a cada ano um novo oleoduto é aberto, transportando petróleo e gás da Líbia, Argélia ou Azerbaijão para a Europa. Que outra superpotência cresce na média de um país por ano, com outros esperando na fila e implorando para se juntar?
Parece-me que nosso amigo indiano é demasiado otimista, ou esqueceu de tirar os óculos cor-de-rosa ao fazer sua análise. Leva demasiada fé em "políticas sociais" que até agora pouco ou nada fizeram para aplacar radicais islâmicos, e tem mais fé na polícia européia do que os próprios europeus. Não considera, além disso, o grave problema da natalidade. No momento, a taxa de mortes em países como Itália ou Alemanha supera o número de nascimentos. Na Ucrânia, a proporção é quase duas mortes para cada nascimento.
(Abro parênteses: ninguém sabe explicar muito bem as causas de tal crise demográfica. Uns a atribuem à decadência do cristianismo na Europa: é fato que as famílias religiosas têm mais filhos. Outros, à prosperidade, bem como custo de vida: ter um filho custa muitos euros por mês. Outros ainda ao welfare state, que não dá esperança de emprego aos jovens. Outros, ainda, à perda da confiança na própria civilização, resultado também das terríveis guerras que há sessenta anos sacudiram o continente. Notem que entre os países com maior crise demográfica estão justamente Alemanha, Itália e Japão, ou seja, o velho Eixo. O leste europeu, que passou pelo Comunismo, tampouco quer se reproduzir.)
Não estou entre os mais catastrofistas, mas tampouco acredito numa União Européia como potência mundial. Afinal, nem os próprios europeus acreditam nisso. Quando falo com europeus, lhes pergunto sobre o que acham sobre o futuro, e a maioria (mesmo o pessoal de esquerda, aliás maioria) é unânime no pessimismo, em achar que o continente será tomado por hordas de imigrantes e seus descendentes e, naturalmente, decairá. O que mais me espanta nesses comentários é o tom de resignada aceitação com que são feitos. Como se a História já estivesse escrita, como se não houvesse nada a fazer. Ora, mas é perfeitamente possível limitar a imigração islâmica.É perfeitamente possível, em teoria, que os europeus voltem a ter bebês. O problema talvez seja que foram alimentados por demasiado tempo por bobagens politicamente corretas. Um escritor dinamarquês de esquerda recentemente publicou uma série de perguntas em uma revista de esquerda. Perguntas que começam a surgir na cabeça de cada vez mais europeus:
What if the fight against Islam is the big European war right now?
What if it is the new Thirty Years War that replaces the old one prior to the peace of Westphalia, which is now defines Europe?
The European establishment, the European debate , treats Islam as if it was only a religion.
Think — what if Islam is only a religion if seen from the perspective of the individual Muslim?
What if Islam is already at war from within the mosque and further up in the hierarchy. And think — what if it actually already is at war from the viewpoint of the individual Muslim believer.
What if the order in the Quran about killing or dominating the infidel (non-Muslim) is part of the doctrine that the individual Muslim recognize?
What if the Muslim terrorists are only the storm troops in the war, those who commit the commando raids in the broader fight?
What if the only way the war can be won for Christian Europe is by prohibiting Islam and sending all Muslims back to Islamic countries? What inhumane conduct does the war not impose on us?
What if all European countries develop Muslim no-go zones as already exist in Great Britain?
What if the Palestinians suffer due to our massive aid to the Palestinian areas ($6 billion over three years), where the help up until now has only turned the whole population into social clients, while their leaders have ruled with corruption and lawlessness — just like a bunch of mafia bosses?
What if the Israeli attacks into Gaza should be the model for Århus in dealing with Gellerupparken [Muslim ghetto outside Denmark’s second largest city]?
What if Arafat was a mafia boss of the magnitude of Saddam? What indicates otherwise?
And what if there actually were no Palestinian problem, but that a Palestinian problem has been created by the Arab side going all the way back to the 1920s, and that it is inspired by the Nazis’ anti-Semitism?
What if there still exists only an Islamic/Jewish problem? And that what we see around Israel is of the same character as what is about to happen in Europe: The Muslims everywhere invent their “legitimate” rights.
Now, what if.
What if Europe is a huge West Bank? If neighborhoods such as Gellerupparken and Mjolnerparken are only Arab settlements in Denmark.
What if Israel’s military strength — as weakened as it may be by now — is its only possibility of survival in an Arab world, and that it is now equally necessary for the military to be raised in European countries and turned against other usurpers?
Now, what if we have a common foe, Islam?
Poema do domingo
kono michi wa
yuku hito nashi ni
aki no kure
Este caminho
já ninguém o segue
exceto o crepúsculo.
***
umi kurete
kamo no koe
honoka ni shiroshi
Escurece no mar.
As vozes dos patos
são vagamente brancas.
(Matsuo Basho, 1644-1694)
domingo, 10 de fevereiro de 2008
"Bom mesmo é não existir"
Há uma piada judaica que é mais ou menos assim. Um diz pro outro, "A vida é tão terrível, o melhor mesmo seria não ter nascido." E o outro responde, "Mas quem tem tanta sorte? Nem um em um milhão."
Bem, há um professor sul-africano, David Benatar, que escreveu um livro que se chama "Better Never to Have Been" (Melhor não ter nascido).
Sua tese é que a vida é algo tão horrível que o melhor mesmo era nem ter nascido. Portanto, fiel à sua conclusão, acha que as pessoas não devem ter filhos, que todas (eu disse todas) as mulheres grávidas devem abortar, de forma a extinguir a raça humana, e até mesmo a animal (ele é contrário a toda forma de vida, humana ou animal, declara-se Pro-Death). Mas, achando talvez que a não-reprodução seja um meio demasiado lento de extinção, sugere também que algum asteróide poderia ser desviado do seu curso para se chocar contra a Terra, e assim aliviar nosso sofrimento coletivo.
É a prova que faltava de que o pós-modernismo e a falta de crença em algum sentido maior da vida leva apenas ao niilismo total e à auto-destruição.
Numa ótima crítica ao livro, Michael Cook se pergunta: dado que ele odeia tanto a vida, por que não se suicida de uma vez e nos deixa em paz?
O pessimismo de Benatar é a cega elaboração da tese central utilitarista: de que o bem é um equilíbrio entre a dor e o prazer. Mas a vida diária desmente isso. A utilidade é um método cego para medir a felicidade e saber o que é bom. Você não precisa ser um mártir para saber que a dificuldade de criar crianças é amplamente recompensada pelo seu amor. Ou que o esforço do trabalho é superado pela felicidade da realização. Ou que a vista de um pôr-do-sol do topo do Everest faz esquecer o cansaço de ter chegado lá.
No entanto, o livro tem sua própria utilidade. Revela que "o maior bem para o maior número de pessoas" é a senha secreta para o niilismo. (...) Qualquer um considerando os sedutores argumentos de Peter Singer e seu grupo deveriam lê-lo. Poderão descobrir o que acontece quando os preceitos do utilitarismo são levados às suas últimas conseqüências.
sábado, 9 de fevereiro de 2008
"Foot in mouth disease"
A Igreja, a modernidade, o aborto e a vida
Não cheguei a ler o artigo, mas pensei cá com meus botões e zíperes, e daí? Desde quando não dá pra criticar a tal "modernidade"? Porque devemos aceitar sem reservas que tudo que vem de novo é melhor?
Os ataques de malucos armados descontando suas frustrações em dezenas de vítimas inocentes são um fenômeno típico da "modernidade". Não é bom criticar isso?
Lamentavelmente, o conceito marxista da noção de "progresso histórico" em direção
a ums sociedade cada vez mais igualitária e justa e fraternal deixou seu lastro no pensamento coletivo, de modo que é difícil para muitos desembaraçar-se da idéia. É verdade que também a teoria da evolução Darwiniana, aplicada à sociologia, deve ter tido influência nesse modo de pensar. Tanto que os esquerdistas costumam chamar-se a si mesmos de "progressistas". A noção de que a sociedade sempre "progride" virou quase lugar comum. E no entanto é claramente um mito.
Não li, mas adivinho que o artigo do Le Monde Diplomatique falava sobre as várias posições "anti-modernas" da Igreja Católica, como por exemplo sua oposição ferrenha ao aborto.
Observo, no entanto, que há várias razões não-religiosas para se opor ao aborto generalizado.
A primeira, naturalmente, é biológica. Não há animal que voluntariamente aborte (embora haja casos de feras que devoram seus próprios filhos). Mas a prerrogativa da vida, em geral, é a de gerar nova vida. É natural que seja assim, e por isso o aborto é traumático para a mãe.
Está certo, nós humanos chegamos a dissociar tanto o sexo da mera reprodução que ter crianças tornou-se um mero efeito colateral indesejável. Porém, mesmo assumindo-se tal estilo de vida, o fato de que existam hoje tantos outros meios de evitar a gravidez (camisinha, pílula, abstinência, DIU, etc.) torna curioso que se lute tanto pelo "direito" a se usar um meio tão traumático e invasivo de controle da natalidade. Que o aborto seja alardeado como uma liberdade fundamental das mulheres é bastante curioso, especialmente considerando que as primeiras feministas eram contrárias ao aborto, já que eram induzidas a este muitas vezes por namorados, pais e maridos. E a mulher tem sempre a liberdade de não transar.
Porém, há um segundo motivo para criticar a promoção do aborto, e é a demográfica. É uma crítica especialmente válida na Europa. Num momento em que a taxa de crescimento demográfico se reduz aos mínimos históricos, promover o aborto torna-se um modo de promover o próprio suicídio da sociedade. E no entanto é isso que está acontecendo. A maioria dos países europeus hoje tem taxas de natalidade inferiores às necessárias para a reposição, de modo que países como Alemanha e Itália perderão um terço de sua população nativa nas próximas décadas. Portugal tem uma taxa de 1.40 crianças por casal e faz pouco liberou o aborto, o que provavelmente reduzirá a taxa ainda mais. A União Européia luta para tornar o aborto cláusula obrigatória de todos os países europeus, como a Polônia, não obstante o país tenha uma taxa de crescimento de meros 1.23.
A Ucrânia parece ser o país do mundo em que mais se realizam abortos (57 para cada 100 nascimentos). Não admira que seja também um dos países que esteja mais rapidamente desaparecendo da face da Terra, devendo perder doze milhões de habitantes nas próximas décadas (até porque o aborto pode causar posterior infertilidade na mulher, ou seja, perde-se não apenas um bebê, mas todos os futuros).
Claro, há também muitos outros fatores sociais e econômicos que explicam a crise demográfica da Europa, mas porque aprofundá-la, em vez de resolvê-la?
Talvez o "Le Monde Diplomatique" possa responder.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Notas esparsas sobre a eleição USA
Carisma, por outro lado, é o que não falta a Obama, que está disputando pau a pau com Hillary. Mas isso pode ser um problema para os Democratas. Vejam bem: o "dream ticket" para os Democratas seria Hillary como presidente e Obama como vice. No entanto, o Obama cresceu tanto que já não seria possível isso. Um, porque a Hillary teria medo de ser ofuscada por seu vice. Dois, porque para o próprio Obama seria pouco interessante ser o terceiro nome no governo, já que na prática o vice da Hillary seria o Bill. Ele teria mais a ganhar se elegendo governador e aguardando as próximas eleições.
Há outra opção, é claro: o Obama vencer a nominação.
Uma das coisas interessantes sobre o Obama é que seu carisma supera as questões raciais. O problema do Obama não é ser negro (na verdade, mulato), mas sim sua política. Até agora, ele está sendo votado apenas na base de discursos vagos, e de um desejo de mudança pelo “novo”. Se fosse pelas suas idéias políticas concretas, estaria em último lugar.
Já a Hillary venderia a alma ao Diabo para ser eleita, isto é, se tivesse uma.
Para os Republicanos, o problema é distinto. A verdade é que nestas eleições não tiveram nenhum candidato de consenso, todos tinham seus defeitos. McCain é odiado pelo establishment do partido. A idéia de um McCain com Huckabee de vice, embora interessante, já que garantiria também s votos do Sul, provavelmente não daria certo, primeiro porque o que o McCain ganharia entre os eleitores democratas por ser visto como mais "moderado", poderia perder tendo o Huckabee evangélico como vice. Mas a razão principal é que o establishment do Partido Republicano tampouco gosta do Huckabee, que é visto como um populista. Em resumo: os republicanos estão divididos como há tempos não se via.
De qualquer modo, numa final Hillary (sem Obama) versus McCain, o velho Mac tem boas chances. Num encontro com Obama, dá Obama.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Um milhão de vozes contra as FARC
Hoje foi o dia de protesto contra as FARC, organizado em várias capitais de todo o mundo (inclusive São Paulo). Organizado independentemente via Internet, o protesto ao meio-dia do horário colombiano mobilizou centenas de milhares de pessoas em diversos países. Aqui fotos da passeata em Sydney, na Austrália:
É isso aí, pelo fim das FARC! Alguém avise também o Lula e seus amiguinhos do Foro de São Paulo.
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Poema do domingo
DO NOT GO GENTLE INTO THAT GOOD NIGHT
Do not go gentle into that good night,
Old age should burn and rave at close of day;
Rage, rage against the dying of the light.Though wise men at their end know dark is right,
Because their words had forked no lightning they
Do not go gentle into that good night.Good men, the last wave by, crying how bright
Their frail deeds might have danced in a green bay,
Rage, rage against the dying of the light.Wild men who caught and sang the sun in flight,
And learn, too late, they grieved it on its way,
Do not go gentle into that good night.Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.And you, my father, there on the sad height,
Curse, bless me now with your fierce tears, I pray.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Inteligência e maldade
problema que parece ser inerente a toda a dramaturgia brasileira de que consigo me lembrar: os personagens nunca são lá muito inteligentes. São, na melhor das hipóteses, pessoas de inteligência mediana o suficiente para não ofender os mais burrinhos nem repugnar muito aqueles que pararam de ler Arnaldo Jabor logo depois que o primeiro dente nasceu.Claro, você pode dizer, provavelmente com razão, que o público brasileiro associa a inteligência à maldade, à manipulação; afinal, se tudo o que se concebe é alguma espécie de vantagem pessoal, algum modo de se aproveitar de todas as situações, para que alguém usaria sua inteligência senão para fazer isso, senão para submeter um protagonista tão imbecil quanto bondoso e simpático a uma série de infortúnios e ser derrotado no final apenas porque o bem sempre vence?
Embora concorde no geral com o Pedro, observo que a ligação entre inteligência e maldade e burrice e bondade não é só brasileira. Pensemos nos inteligentíssimos vilões de Shakespeare, ou no Cândido pós-moderno Forrest Gump. Será que realmente os malvados são mais inteligentes e os bonzinhos mais burros? A julgar pelo que ocorre na política brasileira, é um mero clichê.
Afinal, em Brasília ninguém precisa ser muito inteligente para poder roubar.