terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Um outro Chávez, vítima do terror


Os colunistas bem-pensantes terão farto material para se lamentar contra Israel estes dias, já que as forças armadas do país mataram 20 militantes do Hamas. Não é o propósito deste texto discutir tal operação, deixo isso para outros blogs.

Mais me interessa um detalhe que, na avalanche de protestas que se seguirá, fatalmente passará desapercebido: uma das razões para a incursão foi que, na mesma terça-feira, foi morto por atiradores palestinos o voluntário Carlos Andrés Mosquera Chávez.

Carlos, 21 anos, trabalhava como voluntário em um kibbutz. Não era israelense e nem mesmo judeu: era equatoriano. Eu não sabia, mas há um programa internacional de voluntariado nos kibbutz israelenses, que convida jovens de todo o mundo para participar da experiência; muitos jovens latino-americanos participam. Este ano, os equatorianos tinham o maior número de participantes. O kibbutz em que Carlos trabalhava ficava perto da faixa de Gaza, hoje controlada pelo Hamas. O jovem, que residia há cinco meses no kibbutz e devia ficar apenas mais um mês, estava ajudando a recolher tratores logo após um ataque com mísseis Kassam, frequentes na região. Achou que o perigo maior tinha passado. Levou um tiro. Morreu.

Os outros dois equatorianos que trabalham no mesmo kibbutz já afirmaram que vão permanecer lá.

p.s. Os equatorianos parecem ser um povo azarado: em dezembro de 2006, dois equatorianos que não tinham nada a ver com as picuinhas entre bascos e espanhóis morreram em um atentado do ETA. Agora um equatoriano morre no meio do conflito palestino-israelense...

2 comentários:

Anônimo disse...

e os palestinos querem tratamento gratuito em hospitais de Israel...porque não tentam no Egito..ou nas Arabias?

Mr X disse...

É que no Egito ou nas Arábias o único tratamento sem fila é a tal circumsição feminina...