sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O Ocidente está com Alzheimer

A vovó pergunta à netinha:
- Neta, como é mesmo o nome daquele alemão que me deixa louca?
- É Alzheimer, vó.




Só pra dar o contra, eu virei de "direita" (ou mais próximo ao conservadorismo e ao "neoliberalismo") quando o mundo inteiro estava se voltando para a esquerda. Não falo apenas da América Latina: a União Européia (chamada por alguns de EUSSR), com suas centenas de burocratas não-eleitos e seus milhares de regulamentos impositivos, é claramente uma idéia de inspiração marxista light; nos próprios EUA, nas eleições deste ano, não há um candidato realmente conservador: Hillary e Obama são os democratas mais à esquerda que já chegaram próximos do poder, e entre os conservadores McCain e Giuliani pouco têm de conservadores tradicionais.

A única parte do mundo que pende para o conservadorismo, ainda que um conservadorismo bem diverso, é o mundo islâmico, que se radicaliza mais e mais. O aumento da mentalidade de esquerda no Ocidente, paradoxalmente, insufla o islamismo cada vez mais, pois não consegue vê-los senão como "coitadinhos", "vítimas do Ocidente", uma "cultura diversa que temos que compreender" e, quem sabe, amar. Haja vaselina.

A mídia é imprestável. Cansei de ler matérias de jornal simpáticas aos terroristas palestinos, e, no Canadá, quando prenderam dez terroristas muçulmanos, sete ou oito deles com o nome Mohammed, saiu uma matéria no jornal local assegurando que a Polícia não tinha idéia do que aquele grupo tão diverso de pessoas tinha em comum. A foto de uma mulher em burca ilustrava a matéria. Não se tratava de ironia.

Ontem, juízes ingleses censuraram uma versão digital da clássica história dos "Três Porquinhos", pois "poderia ofender muçulmanos". Não só isso: como a história mostra porquinhos que constróem casas, os juízes politicamente corretos estavam preocupados também que pudesse ofender os trabalhadores da construção civil. Sério.

Nota: a Inglaterra é o mesmo país em que um hooligan que agride um velhinho de 96 anos cegando-o de um olho volta para casa com uma ligeira reprimenda verbal. Crimes punidos, só os de pensamento.

Enquanto os intelectuais criticam Bush, admiram os líderes socialistas. Enquanto a Coréia do Norte agoniza, Kim Jong Il tem uma fortuna na Suiça calculada em 5 bilhões, seis mansões na Europa, uma na Rússia e uma na China. Enquanto há fome e miséria no Zimbabwe, Robert Mugabe tem alguns milhões nas Ilhas Virgens. Cuba apodrece, e Fidel tem um patrimônio calculado em 900 milhões. Na Venezuela faltam alimentos: não se sabe quanto Chávez acumulou até agora, mas não é pouco, ainda mais agora que além do petróleo está metido no tráfico de cocaína.

Esses são os "heróis do povo". Esses são os líderes amados pela comunidade bacana, de Naomi Campbell a Sean Penn.

Às vezes penso que um véu de loucura desceu sobre o mundo. Dizia Sófocles: "aqueles a quem os deuses querem destruir, eles primeiro tornam loucos."

Talvez os deuses queiram nos destruir.

5 comentários:

Anônimo disse...

Sabe, Mr.
sobre o tema do socialismo, nunca entendi a que socialismo propugnam os que se dizem socialistas e mantêm um nível de vida extremamente "burguês", como se costumava falar.
O mesmo em relação à democracia: como a grega, só plenamente realizável em pequenas comunidades.

Socialismo pra mim, como uma vez disse o Chesterton, tem que ser de moto próprio e dentro de um movimento de auto-educação e voluntarista. E, o mais importante: dentro destas células, encontrar os meios de sobrevivência na sociedade majoritariamente capitalista.
O único lugar em que vi o comunismo ou socialismo puros darem certo foi justamente em Israel. Assim se deu desde o início do século passado até mais ou menos a década de sessenta/ setenta.
Depois aquele pequeno-grande milagre foi sendo engolido pela sociedade de consumo.
Graças, principalmente ao espírito coletivista, que o país pôde ser erguido.
Os valores éticos, solidários, o sacrifício pessoal em nome de uma idéia maior, a recusa à competitividade entre os membros, a simplicidade no vestir, a sede por cultura e arte, o ganho igual para todos, fosse em que função estivessem, de lavadores de pratos aos de atividade intelectual, fizeram parte do ideário de algumas gerações que por ali aportaram.
Muitos questionamentos me ocorrem sobre o tema.
Mas já é tardinho e meu gás está quase acabando.
Se estiver "inspirada", continuo amanhã.
Um abraço e bons sonhos

Mr X disse...

Ótimo comentário, Cecília.

Acho que Israel foi um caso a parte, justamente pelos fatos de serem comunidades pequenas e pelo idealismo conectado à religião. Mas não sei muito sobre essa História.
O fato é que possivelmente no comunismo soviético também havia um certo idealismo, visto especialmente por exemplo nos cineastas do período, mas isso foi prontamente desvirtuado pela realidade. O clássico "Animal farm" de Woody Allen conta esse processo em modo fabulado.

Um abraço,

Anônimo disse...

Insanidade Intelectual de nossos tempos, não tem jeito, as pessoas desaprenderam a pensar e a gostar de quem sabe pensar. ficam ofendidadas com a inteligencia laheia.

Anônimo disse...

Nos kibutz, como ninguem pagava contas, havia desperdicio de tudo ....provaram que socialismo não dá certo.

Mr X disse...

Woody Allen?!?
Quis dizer Goerge Orwell, é claro! :-D É que estavam passndo um filme do Woody na TV e confundi.

Oi Chest!