quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Palestinos e curdos

Leio aqui um artigo interessante comparando a situação dos curdos e dos palestinos. Enquanto os curdos ainda não têm ainda um país próprio, conseguiram obter bastante autonomia dentro do Iraque, estão construindo muito e prosperando e desenvolvendo instituições democráticas razoavelmente sólidas. É a parte do Iraque que mais e melhor cresce, e que mais está em paz. E tudo sem a ajuda da ONU, e no meio de fortes inimigos à sua independência como Irã e Turquia.

Vejamos agora os palestinos: há 60 anos são subsidiados pela ONU e as grandes potências, são os queridinhos de grande parte da mídia internacional, e todos, de Bush ao mundo árabe, insistem no seu direito de ter um país. Não há, creio, povo pelo qual mais se tenha insistido no direito de ter um país próprio, de modo que às vezes parece que são mais os outros do que eles próprios que desejam um país. Israel, por seu lado, abandonou Gaza, não deixando lá um único judeu. Qual o resultado disso tudo? O que os palestinos chegaram a construir? Educação precária, economia quase inexistente, instituições em frangalhos, corrupção, fanatismo religioso, luta permanente entre Hamas e Fatah e foguetes diários contra Israel.

O que explica tal disparidade? Acredito que dois fatores. Um, os curdos tem uma longa história em comum, são uma etnia e uma cultura claramente diversificadas. Os palestinos, bem, esse termo só começou a ser utilizado a parir de 1967, após a vitória de Israel. Quando as mesmas terras estavam sob "ocupação" egípcia e jordana, não se falava em "palestinos", eram todos árabes. Além disso, as fações palestinas brigam todas entre si, em cenas que parecem saídas do filme "A Vida de Brian". A única coisa que lhes dá uma identidade comum, aparentemente, é a localização geográfica e o ódio a Israel.

Mas o fator mais importante talvez seja outro: os palestinos são como crianças mimadas. Tudo se lhe perdoa, menos caminhar com as próprias pernas e pagar o preço pelos próprios erros. Sustentados pela ONU, pelos EUA e pela Europa, não precisam desenvolver sua economia. E, no entanto, respondem com ingratidão: segundo pesquisas, odeiam os EUA, os europeus e a ONU em quase a mesma medida.

Poucos são os que os criticam por realizar atentados suicidas ou atirar foguetes: no outro dia, um professor de Oxford chegou a afirmar que os palestinos teriam o "direito moral" de realizar terrorismo.

E, no entanto, esses presuntos "defensores do povo palestino" não percebem que estão, na verdade, lhe causando um grande mal. São como os pais de uma criança mimada que, ao não lhe censurar nada nem deixá-la crescer, terminam por gerar um menino mal-educado, que logo (para sua grande surpresa!) se torna um adolescente rebelde e ingrato, e finalmente um jovem adulto drogado, violento, indolente e incapaz.

Como pais equivocados, que no fundo estão mais preocupados com os próprios sentimentos e em mostrar-se ao mundo como "bonzinhos" do que com o bem-estar e crescimento da criança, os piores inimigos dos palestinos são seus supostos defensores.

7 comentários:

Fred disse...

Companheiro

Eu evito fazer comentários sobre a situação de Israel e dos Palestinos.

Porquê?

Primeiro, nada justifica a violência
Segundo, não acredito em raça, cor ou religião (da forma como os homens fazem)
Terceiro, porque os dois lados estão certos e errados e o homem só consegue ver aquilo a que esta ligado.

Só rezo por um milagre.

Mr X disse...

Fred,
Os dois lados estão certos e errados?!?

Parece aquela história, duas pessoas estavam discutindo e foram falar com o rabino. Ele escutou pacientemente a versão da primeira e disse, "você tem razão". Aí a segunda deu seu ponto de vista e ele disse, "é, você tem razão". Aí um outro que estava olhando falou, "puxa rabino, mas são pontos de vista diametralmente opostos, não é possível que as duas tenham razão!". E o rabino olhou pra ele e falou: "É... Você também tem razão."

Anônimo disse...

Tá certo, vejamos:

Os curdos estão cercados de verdadeiros inimigos: Turquia e Iraque. Nenhum país vizinho é "aliado", "irmão na fé" ou coisa que o valha. Os Curdos não tem um Irã, uma Síria ou uma Jordânia declarando juras de amor e forncendo grana, armas e interesses sobre eles.
Os Curdos tem que se virar sózinhos.
Já os palestinos coitadinhos tem de um lado Israel, inimigo fiel, declarado e ativo. Do outro lado, O Irã e a Síria, doidinhos para fazerem da Palestina um novo Líbano.
Sinceramente? como dizia Collor:

Deus me proteja dos amigos porque dos inimigos eu dou conta...

Pax disse...

Acho que o rabino tem razão !

Fred disse...

Certos em algumas coisas, errados em outras - ambos.

Os judeus ja foram varridos de Israel, duas ou três vezes.

Só que foi ocupada nestas vezes.

A ONU colocou os judeus lá de novo, e tirou os que estavam lá.

Imagine-se na posição dos palestinos.

Eles tem direito de estar lá.

Históricamente os judeus também tem direito.

Como da maneira usual devido a estes direitos ambos os lados saem no pau.

Pra mim errado.

O Rabino tá certo.

Tudo depende do ponto de vista, e ambos estão errados, pela violência.

É um imbrglio que só rezando.

Anônimo disse...

"os curdos conseguiram obter bastante autonomia dentro do Iraque, estão construindo muito e prosperando e desenvolvendo instituições democráticas razoavelmente sólidas."

Fontes?

Anônimo disse...

Aqui em Mogi das Cruzes, chegou um grupo de Palestinos trazidos pelo ACNUR. Eu e minha família ficamos com pena deles, por causa das coisas que viamos pela tv sobre a guerra, e fomos ajudar um deles. Hoje nós temos vergonha de ter feito isso. Eu nunca tinha visto um povo tão mal agradecido, realmente parecem crianças mimadas. E realmente a ONU comete um erro gravíssimo com eles. Os brasileiros também deveriam saber as coisas que a ONU diz pra eles sobre a gente. Somos os porcos e eles os principes, eles desfazem da nossa comida, não temos higiene e as mulheres são prostitutas. Que loucura é essa?