segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
A vitória do Papa
Duzentas mil pessoas foram ontem à piazza San Pietro no Vaticano prestar solidariedade ao Papa. Como se sabe, sua visita à Università della Sapienza em Roma terminou sendo cancelada devido à intolerância de 67 professores que promoveram um abaixo-assinado contra a sua visita, bem como a um grupo de estudantes que iniciou protestos. Devem estar chocados ao descobrir que a maioria da população rejeita suas idéias "liberais". Um dos professores chega a reclamar: "Lamentavelmente os católicos ainda são muito numerosos na Itália".
Estes professores dizem que criticam o Papa em nome da "intromissão em uma instituição laica", mas uma instituição laica deveria, por definição, estar aberta a todas as idéias - inclusive as religiosas. Especialmente no caso de Bento XVI, que além de Papa é um grande acadêmico.
É curioso como esses "secularistas" de pacotilha jamais levantam um dedo para criticar a intimidação muçulmana e seu fanatismo onipresente, mas estão prontos a censurar o Papa na primeira ocasião que aparece. São os mesmos que posam de valentes e de defensores da "liberdade de expressão" quando apóiam a visita de Amadinehjad a Harvard que agora negam o direito de expressão ao pontífice católico. É claro: quem critica religiosos islâmicos corre o risco de ser perseguido com machetes. Criticar ou censurar católicos rende ao máximo uma manchete de jornal...
Similar cambada de idiotas úteis - todos de esquerda, claro, e todos "laicos" ou ateus - querem censurar autores israelenses em visita à Feira do Livro de Turim - autores importantíssimos como Amos Òz, Aharon Applefeld, David Grossman e Avraham Yeoshua - em nome da crítica ao "sionismo". Desnecessário dizer que muitos desses escritores são de esquerda ou pacifistas, ou que nada tem a ver com a política. Não importa: já que para certos críticos Israel não deveria existir, é natural que não deva existir tampouco uma literatura israelense.
A esquerda já foi contra a censura. Hoje, estranhamente, parece ser a favor do obscurantismo.
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5 comentários:
Pô Mr. X, eu também discordei da censura ao papa e sou ateu. Não sou de esquerda e não apoio a censura. Se tem uma coisa que me dá coceira são os chatos esquerdistas com camisa do mala do Che.
Ateus não são, necessarimente, esquerdistas.
Tem razão, há ateus de direita também.
Na verdade, é possível que os que discordaram foram mais "de esquerda" (em vista as posições "de direita" do Papa sobre aborto, etc) do que "ateus".
Mas tudo é muito misturado.
Um abraço,
Para ser um pouco pedante, o Amahdinejad foi para Columbia, não Harvard. Mas no geral, acho que a sua 'palestra' foi positiva, por duas razões:
1) A espinafração que ele levou do Bollinger (sp?), o reitor da Universidade (acho)
2) A comédia involuntária que ele produziu ("não existem homosexuais no Irã!"). Não existiriam, por certo, se dependesse dele. As risadas da plateia dão ainda um ar de sitcom à situação.
Mister,
Fica a pergunta: os caras conseguiram censurar a participação dos escritores israelenses na Feira do Livro de Turim?
Oi Cecilia!
Na verdade a Feira do Livro de Turim não aconteceu ainda, é em maio, mas já estão protestando, na verdade o motivo do protesto é que a feira este ano é dedicada a Israel, por isso o grande número de escritores desse país presentes, e por isso o ódio. Não acho que consigam censurar não. Mas certamente haverá muitos protestos durante a feira, na Itália (e em toda a Europa) criou-se um ódio muito grande contra Israel em certos setores, o que é estranho, pois o país não representa ameaça alguma a eles, aliás, se alguém representa ameaça são os fanáticos islâmicos. Enfim...
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