quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Respondenddo a um(a) leitor(a)

O leitor ou leitora que assina como "Sara Pálida" coloca a seguinte mensagem nos comentários de um post abaixo:

Mr,
como analista político você,quando muito, tornou-se sofrível. Basta ler suas pérolas de 30.08 sobre Sarah Palin,¨o brilhantismo da escolha de Mccain¨ e outras preciosidades do gênero.
Na época, o que me causou maior espanto foi o atrevimento adolescente de bancar a pitonisa de Delfos. Monumental leviandade e fajutice.
Confundiu seus desejos pessoais com o que realmente se passava na cena americana e mundial.
Alguns dos seus comentaristas advertiam que era muito cedo para lançar prognósticos e coisas do gênero.
Mas não só isso: se antes eras um equilibrado observador do que se passa no mundo e nas ideologias, lamentavelmente acabaste escorregando no facilitário das bobagens superficiais em vários e vários posts, a ponto de tornar impossível manter a simpatia e esperança de que inicialmente eras merecedor. E de que adianta ser muito bem informado, quando a pessoa carece de um mínimo de profundidade e honestidade intelectual.
Chesterton, a única diferença entre ti e um radical islâmico é que estás no lado de cá. Sintetizando: explodam-se ambos.

Sara Pálida

Pois continuo achando que a escolha de Sarah Palin foi boa; foi uma das poucas coisas que me causou um certo entusiasmo nesta eleição. Claro que eu não sou o eleitorado americano; mas estou certo que que McCain perdeu pelas suas próprias fraquezas, e não devido àquelas de sua vice. Sem Sarah Palin, provavelmente McCain teria perdido por muito mais.

No entanto, quem lê este blog sabe que jamais tive ilusões quanto ao que "realmente se passava na cena americana e mundial". Ora, vivemos o que só posso definir como uma espécie de regressão infantil, de pensamento mágico, ou ainda de "paulocoelhização" do mundo. Palavras vagas como "esperança" e "mudança" servem como bálsamo redentor. Obama é rei da neurolingüística. É o Lair Ribeiro americano. Yes you can.

Talvez seja apenas senilidade precoce de minha parte, mas não consigo sentir a menor euforia por Obama. Não acredito que ele "mude o mundo", e desconfio mesmo das mudanças que poderá trazer à América. Seu principal legado já passou: é o primeiro presidente negro a ser eleito nos EUA. (Aguardemos agora a primeira presidente mulher, o primeiro presidente travesti, o primeiro presidente hare-krishna, o primeiro presidente cego, e assim por diante.)

Obama pode até ser um bom presidente; ele se elegeu apenas na base do discurso, então tudo é possível. Na pior das hipóteses, ele é um radical idealista, um desses sujeitos invocados que querem acomodar a realidade aos seus delírios e terminam causando tragédias; na melhor das hipóteses, ele é - como Lula - apenas um oportunista narcisista, que muda de opinião conforme o vento que sopra, e portanto poderá desconsiderar sua história passada e adequar-se às formas do poder, realizando um governo razoável.

Quanto ao Chesterton, ele que responda; não me responsabilizo pelo que ele vier a dizer. ;-)

Abraços,

3 comentários:

Anônimo disse...

Chesterton, a única diferença entre ti e um radical islâmico é que estás no lado de cá. Sintetizando: explodam-se ambos.

Sara Pálida

chesterton: Sara, a única diferença entre eu e vocês (você e radicais islâmicos) é que eu não qeuro que ninguém se exploda.

Anônimo disse...

A tal de Sara Pálida é chegada numa bomba. Depois é a Palin que é radical.
Mr. X, ótima essa do Lair Ribeiro americano. Na mosca.
Bob Fields.

Anônimo disse...

Não posso saber o que se passa na sua cabeça, Mr X, não sou o seu meio-xará Professor X. Mas quando a gente se envolve emocionalmente perde a objetividade. Já ocorreu comigo quando fiz campanha pro Gabeira (1986) e depois.


"Sara, a única diferença entre eu e vocês (você e radicais islâmicos) é que eu não qeuro que ninguém se exploda."

Acredito que a Sara estivesse usando só uma força de expressão.

Mas a resposta foi ótima hehehe.