Aqui em Los Angeles há dezenas, centenas de restaurantes das mais variadas nacionalidades. Aproximadamente 40% da população é latina, e 12% é asiática. Há persas, gregos, judeus sefarditas, otomanos, visigodos e hunos. Na Universidade, a proporção de estrangeiros talvez seja ainda maior. Pessoas bacanas de todos os lugares.
No outro dia assisti o filme "A classe" (Entre le murs), que nossa ex(?)-leitora Confetti certamente deve conhecer. O filme é até bem interessante. Trata de uma escola de periferia francesa, na qual quase todos os alunos são de origem árabe ou africana ou caribenha. Há um chinês. Francês de pais franceses, talvez apenas um também. A escola é pobre, os alunos são quase todos péssimos e descontrolados.
Embora o filme termine numa nota positiva (atenção ao trocadilho infame), há algo de deprimente também. Você chega à conclusão que essas pessoas jamais vão se adaptar. Que apesar de toda a boa intenção há algo de profundamente ameaçador no multiculturalismo, que gera inevitáveis conflitos. E o futuro da França então parece negro (perdão pelo trocadilho infame).
Acho que o multiculturalismo é bom para os ricos, que podem ir a restaurantes diferentes toda noite e praticar diversos idiomas. Para os pobres, cria guetos. Um de cada nacionalidade. E gangues. Aqui em Los Angeles, nos bairros pobres, cada grupo étnico tem sua gangue. Negros, latinos, vietnamitas, coreanos, etc. É o neo-tribalismo em ação.
O multiculturalismo tem coisas boas e ruins. O problema principal mesmo talvez seja a falta de normas culturais gerais, de uma visão conjunta de sociedade e das leis a seguir.
Ou muito me engano, ou o Império Romano não tinha caído de um jeito parecido? Certamente também era um mundo bem multicultural.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
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6 comentários:
X, OI.
Por aqui muito trabalho, neve -4 com sensacão de -10.
X, bom fim de semana no calor de LA.
X, Asta.
Eu.
Oi!
Mas vc tá onde exatamente? Neve, hein? Brr. Não gosto de frio. Aqui, tá esfriando. Mas inda tem sol. :-)
A idéia idiota não é que as culturas possam conviver ou que tenham sempre algo interessante, mas que qualquer pensamento é meramente uma expressão de uma cultura. Que não gostar de clitoritomia é mero chauvinismo ocidental.
Dessa forma, fica impossível a idéia de conceitos universais que funcionam como mediadores a que todas as culturas devam se submeter. Os indianos teriam mantido eternamente seu sistema de castas se pensassem que humanismo é apenas uma particularidade ocidental, tão ocidental, peculiar e inócua quanto o alho porro, o endro ou o cheiro-verde. Aliás, se as castas se recrudescem hoje em dia, é justamente pelo enfraquecimento do humanismo, a "razão ocidental", esse molho bechamel sem graça.
Concordo com o Fabio, alías, me surpreendo por ter que concordar, posto que ele diz o óbvio. Me surpreende um mundo onde o óbvio possa parecer estranho a tanta "gente".
http://www.youtube.com/watch?v=5kiUgr9dCrk&feature=related
O Fábio e o Chest estão certos. É o óbvio ululante.
Parece que defecar na rua tem prazo na India, depois de 4 de janeiro estará definitivamente proibido.
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