sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Férias obâmicas

Este blog vai tirar alguns dias de férias na semana que vem. Um pouco porque ando cansado de falar de política depois de toda essa novela das eleições, um pouco porque tenho a impressão de estar perdendo muito tempo que poderia estar utilizando em coisas mais interessantes ou úteis.

Além disso, decidi uma coisa que talvez surpreenda muitos leitores, mas é o seguinte: vou dar uma chance ao Obama. É isso aí, vamos ver o que o negão novo presidente vai aprontar. ;-)

Ele é certamente inteligente - tem que ser, pra chegar aonde chegou - e quem sabe não aprende alguma coisa e se revela um líder competente e eficaz?

Duvido muito, é óbvio. Quase todas as suas conexões prévias são com tipos estranhos ou até criminosos, e as idéias que apresentou até agora são demasiado coletivistas para o meu gosto. Tem carisma, OK. Mas Hitler, Stalin e Mussolini também tinham.

Mas confesso que achei divertido que as suas primeiras nomeações já incomodaram os esquerdistas mais afoitos: para Chefe de Gabinete, um certo Rahm Emmanuel, judeu-americano que serviu no Exército de Israel e é filho de um ex-membro do Irgun. Para Secretário do Tesouro, ainda não é certo, mas o nome mais cotado é Larry Summers, que havia perdido o cargo de diretor de Harvard por uma frase políticamente incorreta sobre as mulheres. Claro que são elementos acessórios que nada tem a ver com a função que eles vão desempenhar, e que não indicam de modo algum que a política de Obama vá ser anti-minorias ou pró-Israel (aliás podem ser apenas cobertura para cargos mais importantes dados a sujeitos mais radicais).

De qualquer modo, já poder ver blogueiros pró-árabes e feministas irritados com Obama não tem preço... Ah ah ah!

Tenho a impressão que os que mais vão terminando por odiar Obama são os radicais marxistas com estrelinha vermelha no chapéu que querem a Revolução agora e já, eh eh eh. (Isso sem falar em certos comentaristas panacas do Weblog do PD).

Já do lado estatista, as notícias não são boas. Obama acaba de anunciar que em seu governo estudantes secundaristas e universitários serão obrigados a realizar cem horas por ano de serviços comunitários. É, você leu bem: obrigados. Parece que Michele Obama tinha razão, "Obama will demand you to work"...

Enfim: por pior que Obama seja (e pode ser muito ruim) não sou americano e existem poucas coisas que ele possa fazer no seu mandato que me afetem diretamente - salvo arrebentar de vez com a economia (mas isso, parece, vai acontecer de qualquer jeito, faça ele o que faça), ou então realizar uma c***da tão grande na política externa que a Al-Qaeda e o Putin detonem uma bomba nuclear na Califórnia nos próximos dois anos. E isso, embora possível, não parece ainda muito provável.

Vamos aguardar novas informações. E, enquanto Obama não me obriga a trabalhar para ele de graça, saio de férias.

9 comentários:

Anônimo disse...

esse negócio de obrigar estudante a trabalhar vai dar bode...vou assistir de cadeirinha.

Ronald W. disse...

Sei nao, Chest... aqui nos EUA existe um historico das pessoas prestarem servicos comunitarios, mutiroes, caridade... Se fosse no BRasil ai sim ia dar muito bode.

Mr X disse...

O problema não é o trabalho voluntário... O problema é que não é voluntário, mas obrigatório. "Required". Quem não faz, não se forma. Sem falar no aspecto ideológico - será que não serão campos de lavagem cerebral?

Anônimo disse...

"Obama will demand you to work"...

acho isso otimo e normal !


e chose, obamizou hein ! :-))


boas férias , enjoy southern california, the real place to be !

Anônimo disse...

" será que não serão campos de lavagem cerebral?"


kkkk ! noia aguda !

Mr X disse...

Obamizei, que nada.

Resignação e saco cheio, mesmo.

Mas não tenho ilusões. Acho que em alguns anos, poucos mais terão.

Daniel F. Silva disse...

Ih, dessas novas o mais novo amigo de infância da América - o Ahmadinejad - não deve ter gostado nada, nada...

Pax disse...

Desengonçado, para amanhã, um presente do Pax que espera os Alfajores (promessa é dívida)

One art


The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last,
or next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

PS.: vou dar uma de Chesterton, em partes, direi somente o autor, mas a fonte você procura...

Elizabeth Bishop

Anônimo disse...

Confetti!!!!!
Cadê você??

Mr. X. : Férias? quequeéissomeu???
Fala serio. 12 meses de moleza e um mês trabalhando...

E afirmo:

Obama é uma fraude.
Errei feio. Eu devia ter apoiado a Hilary. Melhor uma corna mansa assumidaça que um factóide...