quarta-feira, 12 de novembro de 2008
A explicação
Por que Obama ganhou? Simples, segundo Mark Steyn. Hoje em dia quase metade da população americana (43%) não paga imposto de renda e é portanto sustentada pela outra metade que paga impostos cada vez mais altos.
Essa metade parasitária (mais alguns esperançosos de entrar nela também) votou em Barack Obama.
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12 comentários:
X, até imagino que você conheça tal fato, mas por via das dúvidas dê uma passadinha neste link: http://www.danielpipes.org/article/5996
X, por aqui, sem neve e sem chuva, 4 graus.
X, bom dia.
Eu!
Senhor Équis,
não sei porque procurar tantas explicações quando está saltando às vistas a mais óbvia:
venceu por conta da crise econômica.
Se fosse só pelas perdas da guerra no Iraque em U$, em vidas e popularidade, a coisa ainda ia ficar bem apertada.
Talvez você possa me esclarecer algumas dúvidas.
- Nos US, como aqui, os impostos vêm embutidos no preço de todos os ítens, principalmente naqueles de maior consumo pela camada de pequena renda? (que, suponho, deve estar em crescimento contínuo)
- Qual a estratificação da sociedade americana em termos de renda? Tão bom conhecer os números preto no branco. Ah, ah, ah.
- Lá, como aqui, tributam salários, como se fosse renda?
- Será que esses 43% de fato tem renda?
Enlight me, pois a conexão automática, não paga imposto = parasita, não deve ser 100% confiável em economia tão complexa, n'est pas?
Abracinho da Madeleine
Ola Madeleine,
De fato, ha um certo exagero retorico em chamar os pobres cidadaos de parasitarios. Todos pagam impostos embutidos nas compras de produtos e outros servicos.
E Obama ganhou por causa da crise economica e por ser negro. E por ser ajudado pelas forcas do mal. :-)
Abs
4 graus, bella? Ta frio. Aqui inda faz calor. :-)
Xizito, mil perdões pela comprideza do que vem abaixo. Cometo a heresia pela crença de que contrapontos enriquecem as idéias.
Besos en sus rotundas bochechas.
Madeleine
CAIO BLINDER- Eu não fiz reportagem na minha rua sem saída em um subúrbio de Nova York para saber como meus vizinhos votaram nas eleições de terça-feira passada. Mas esta na cara que a minha rua, a Hillview Terrace, em Glen Rock, é um retrato desta América que abraçou Barack Obama.
Lá está a família Blinder, um melting pot brasileiro, filipino, judaico, católico e eurasiano. Em casa temos também uma afroamericana, a Luna, nossa cachorrinha cockapoo, mistura de cocker spaniel com poodle, que no ardor da campanha eleitoral passou a ser chamada de Obamita.
Na vizinhança, temos ainda católicos poloneses, judeus ingleses, uma família que também mistura americanos e filipinos, outra bem americana dos velhos tempos que veio recentemente do estado da Virgínia e cubanos anticastristas. Este é o país Obama: urbanizado, suburbanizado, diversificado, com alguns mais crentes do que os outros e todos vivendo dias de ansiedade econômica.
Poucas coisas irritavam mais na campanha eleitoral do que escutar a sinistra Sarah Palin, a candidata a vice dos republicanos, dizer que falava em nome da "América verdadeira", dos valores das pequenas cidades e áreas rurais, ou seja, um país mais homogêneo, branco, suspeito de estrangeiros, imigrantes e de uma atmosfera cosmopolita. Achei ótimo que no seu principal artigo no day after da eleição, o "New York Times" tenha escrito o nome inteiro do quadragésimo-quarto presidente dos EUA: Barack Hussein Obama. Nada a esconder, nenhum motivo de vergonha.
Desta vez não funcionou a velha tática republicana de fazer a campanha dos três Gs, God, gays e guns, ou seja, em nome de Deus, contra os gays e a favor do porte de armas. Em 2008, da era Obama, contou muito mais o G de grana, de um país de aflições econômicas e mais distanciado das guerras culturais que dão vantagem para os republicanos. E basta da papagaiada sobre quem é mais patriótico. Havia uma nostalgia rancorosa na campanha republicana por uma velha América. Existe uma recusa conservadora para aceitar um novo mapa demográfico, étnico, racial e cultural. A vitória de Obama mostra a cara desta nova e "real" América. É uma feição menos homogênea e menos branca, embora brancos ainda sejam a maioria (o que mudará em meados do século).
Outro ponto importante: o primado da identidade racial começa a ser substituído pela celebração do pluralismo e de uma sinergia multirracial. É a turma de minha filha eurasiana, a Ana, de 15 anos, com amigos da Coréia do Sul, Egito, Caribe ou meramente de Nova York/ Nova Jersey.
Negros têm todos os motivos do mundo e da história para estarem em um estado de êxtase, com a vitória de Obama. Escravidão e segregação racial são manchas americanas, mas a eleição também representa um pouco mais da concretização do sonho de Martin Luther King de que pessoas sejam julgadas pelo contéudo do seu caráter e não pela cor de sua pele.
Eu não sou cidadão americano. Mas vivo neste país, desta vez há quase 20 anos. Minha casa é aqui, na rua sem saída em Glen Rock. Há momentos em que me sinto envergonhado desta terra. Esta semana estou muito orgulhoso pelo exemplo de vitalidade e reinvenção.
Xizito, mil perdões pela comprideza do que vem abaixo. Cometo a heresia pela crença de que contrapontos enriquecem as idéias.
Besos en sus rotundas bochechas.
Madeleine
CAIO BLINDER- Eu não fiz reportagem na minha rua sem saída em um subúrbio de Nova York para saber como meus vizinhos votaram nas eleições de terça-feira passada. Mas esta na cara que a minha rua, a Hillview Terrace, em Glen Rock, é um retrato desta América que abraçou Barack Obama.
Lá está a família Blinder, um melting pot brasileiro, filipino, judaico, católico e eurasiano. Em casa temos também uma afroamericana, a Luna, nossa cachorrinha cockapoo, mistura de cocker spaniel com poodle, que no ardor da campanha eleitoral passou a ser chamada de Obamita.
Na vizinhança, temos ainda católicos poloneses, judeus ingleses, uma família que também mistura americanos e filipinos, outra bem americana dos velhos tempos que veio recentemente do estado da Virgínia e cubanos anticastristas. Este é o país Obama: urbanizado, suburbanizado, diversificado, com alguns mais crentes do que os outros e todos vivendo dias de ansiedade econômica.
Poucas coisas irritavam mais na campanha eleitoral do que escutar a sinistra Sarah Palin, a candidata a vice dos republicanos, dizer que falava em nome da "América verdadeira", dos valores das pequenas cidades e áreas rurais, ou seja, um país mais homogêneo, branco, suspeito de estrangeiros, imigrantes e de uma atmosfera cosmopolita. Achei ótimo que no seu principal artigo no day after da eleição, o "New York Times" tenha escrito o nome inteiro do quadragésimo-quarto presidente dos EUA: Barack Hussein Obama. Nada a esconder, nenhum motivo de vergonha.
Desta vez não funcionou a velha tática republicana de fazer a campanha dos três Gs, God, gays e guns, ou seja, em nome de Deus, contra os gays e a favor do porte de armas. Em 2008, da era Obama, contou muito mais o G de grana, de um país de aflições econômicas e mais distanciado das guerras culturais que dão vantagem para os republicanos. E basta da papagaiada sobre quem é mais patriótico. Havia uma nostalgia rancorosa na campanha republicana por uma velha América. Existe uma recusa conservadora para aceitar um novo mapa demográfico, étnico, racial e cultural. A vitória de Obama mostra a cara desta nova e "real" América. É uma feição menos homogênea e menos branca, embora brancos ainda sejam a maioria (o que mudará em meados do século).
Outro ponto importante: o primado da identidade racial começa a ser substituído pela celebração do pluralismo e de uma sinergia multirracial. É a turma de minha filha eurasiana, a Ana, de 15 anos, com amigos da Coréia do Sul, Egito, Caribe ou meramente de Nova York/ Nova Jersey.
Negros têm todos os motivos do mundo e da história para estarem em um estado de êxtase, com a vitória de Obama. Escravidão e segregação racial são manchas americanas, mas a eleição também representa um pouco mais da concretização do sonho de Martin Luther King de que pessoas sejam julgadas pelo contéudo do seu caráter e não pela cor de sua pele.
Eu não sou cidadão americano. Mas vivo neste país, desta vez há quase 20 anos. Minha casa é aqui, na rua sem saída em Glen Rock. Há momentos em que me sinto envergonhado desta terra. Esta semana estou muito orgulhoso pelo exemplo de vitalidade e reinvenção.
Ah,
esqueci de te dizer: há um site, tavez o conheças, o Rua da Judiaria. Alto nível. É de um judeu portugês, parece que atualmente morando no Estados Unidos, o Nuno Guerreiro Josué. www.ruadajudiaria.com
Vale a pena
Afagos da Madeleine
Madeleine, olá. Tens razão quanto a indicação do Rua da Judiaria, realmente é ótimo, e o Guerreiro Josué reside mesmo por aqui. Parabéns pela dica.
X,confira.
Eu!
:) Bella
Madeleine
Ola,
Obrigado pelo link, bacana o Rua da Judiaria. Sobre o Caio Blinder, interessante, porem, nao concordo, ele mostra uma versao caricatural dos republicanos, cujos problemas sao menos com a questao racial do que com outros fatores como imigracao ilegal, estatismo, etc.
Nao sei, acho que essa euforia toda com Obama e' um pouco esquisita, parece que cada um projeta coisas diferentes nele. Obama e' um espelho magico.
E francamente, o Caio Blind(er) chamar a Sarah Palin de sinistra, tenha dó... Até um ex-terrorista apoiava o Obama, mas uma mãe casada de quatro filhos é que é "sinistra"...
Só não é pra você, Mr X. Sarah Palin foi um desastre pra campanha do McCain. Mas você é teimoso demais pra admitir, claro.
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