Eu sei que havia prometido tirar férias, mas ando preocupado. Vivemos em tempos demasiado interessantes...
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Na Califórnia, Flórida e outros estados venceram propostas que emendam a constituição local com a seguinte frase: "Somente o casamento entre um homem e uma mulher é permitido ou válido na Califórnia". Notem que trata-se apenas da definição de uma palavra. Quer dizer, os gays poderiam criar sua própria palavra, "gaysamento", "homosamento", já que ao menos na Califórnia, os gays têm direito a formar uniões civis. Isso não lhes basta. Nada tenho contra os gays e pouco me preocupa se casam ou não. Mas não seria que, mais do que lutar por um direito, os 2% de gays estão lutando para acabar com a definição tradicional de "casamento" dos outros 98%? Podem apostar: após obter o direito ao casamento (e vão obter), aposto que passarão a lutar pelo "direito" de casar na odiada Igreja Católica, de véu e grinalda...
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Falaram que a eleição de Obama daria lugar à América "pós-racial"; no entanto, e se fosse o contrário? 95% dos negros votaram em Obama e não viram nada de "pós-racial" na idéia: de fato, votaram exclusivamente baseados na raça do candidato. E se agora então cada um só votar no candidato da sua cor? Brancos votando em brancos, latinos em latinos, asiáticos em asiáticos? Não estaríamos assistindo - em vez de uma era pós-racial - simplesmente a volta do tribalismo? No Iraque, por exemplo, xiita só vota em xiita e sunita só em sunita.
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E por falar em sunitas e xiitas, os Jihadistas comemoram muito a vitória de Obama (mas sem champanhe, que é anti-islâmico) e afirmaram "quase fomos derrotados pelo maldito Bush mas, graças a Alá, Obama venceu e podemos continuar nossa luta". Não é brincadeira, disseram isso mesmo. Tá no New York Times.
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Às vezes dá vontade de dar reboot no sistema e começar tudo de novo... Mas a História não pára.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
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