quinta-feira, 30 de abril de 2009

Somos todos iguais?

Os progressistas insistem que "somos todos iguais". Curiosamente, fazem o oposto. Criam "discriminação positiva" para favorecer certas minorias, dando a entender, portanto, precisamente o contrário: que não somos todos iguais, e que alguns precisam de uma "ajudinha extra". A igualdade buscada pela esquerda não é igualdade de condições, mas igualdade de resultados. Branco e preto tem que ter lugar igual na universidade, independentemente do estudo realizado. Homossexual deve poder casar, ainda que para isso o próprio conceito de casamento deva ser modificado. Índio deve ter direito às suas próprias leis, para compensar pela exploração anterior. E até a "redistribuição de renda" é uma forma de compensar uma "injustiça social" prévia, ou seja, de igualar aqueles que são diferentes, seja pelo motivo que for.

Eu não sei se somos todos iguais, não. Acho que não. Há os mais inteligentes e os mais burros, os mais bonitos e os mais feios, e não há lei que compense por isso. Bom ou ruim, é a vida.

Mas afinal, a lei deve ser igual para todos, ou deve compensar para ajudar os mais fracos? E quem é que define quem são os mais fracos, são os fracos ou os fortes? E quando, graças à lei compensatória, os mais fracos virarem os mais fortes, a lei deve ser invertida, ou não? Ou, uma vez atingida a igualdade, esta será eterna e imutável?

Em conto que já citei aqui, o escritor Kurt Vonnegut imaginou uma sociedade futura em que o Estado faria com que todos fossem realmente iguais, colocando pesos nos pés dos fortes e rápidos, máscaras nos rostos dos bonitos, aparelhos gerando interferência nos cérebros dos inteligentes, etc. Assim eram todos finalmente iguais - e todos medíocres.

13 comentários:

Chesterton disse...

por isso que digo que socialismo é golpe para tomar o poder, afinal duas bandeiras opostas, diversidade e igualdade, não podem corresponder a algo honesto.

Mr X disse...

Devemos ser todos iguais perante a lei, ou melhor, a lei é que deve ser uma mesma para todos. É o possível, em termos de igualdade (e olhe lá). Life, liberty and the pursuit of happiness.

|3run0 disse...

É a diferença entre direitos negativos e positivos, como explicou o Isaiah Berlin.

Chesterton disse...

A questão da palavra igualdade é simples. Igualdade de quê? Igualdade como no lema da revlução Francesa não quer dizer nada, é um conceito abstrato e subjetivo.

Enrique Villalobos disse...

Chesterton, o da Revolução Francesa é o seguinte:

Antes da Revolução, nem todos podiam exercer algum papel na política, por exemplo. Se vc não tivesse sangue "real", vc estava excluído. Se você não era de família nobre, você não poderia fazer o que os nobres faziam. A Igualdade pela qual eles lutaram foi essa: não importa o seu passado ou sua família, você pode entrar pra política a hora que quiser (se conseguir, é claro).

Abraço!

Chesterton disse...

Igualdade de Direitos Politicos, então. Muito bem. Mas não está no lema, daí muita gente ter se confundido.

http://pajamasmedia.com/victordavishanson/nothing-new-under-the-sun/

Enrique Villalobos disse...

ps.: e não existiam Ações Afirmativas.

Enrique Villalobos disse...

Exato!!

O fato de não estar no lema, e não ser explicado, faz com que o conceito de "igualdade" (pelo qual eles lutaram) possa ser distorcido.

Chesterton disse...

Mas o VDH, no link que forneci, diz justamente que o ideal de igualdade frances era e sempre foi de resultados, diferentemente do dos americanos....

Tirésias disse...

Chesterton, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, já no seu artigo primeiro, reza que os homens são iguais em direitos. A igualdade aí é, evidentemente, jurídica. Desde o início, os revolucionários de 1789 tinham isso em mente, tanto assim que, por verem que o igualitarismo - a igualdade de resultados - só seria alcançado por força, o rejeitaram veementemente, como dá testemunho o esmagamento da conjuração de Babeuff. O socialismo, e a versão progressista-libertária dos nossos tempos, é o renascimento dos mortos-vivos daquela época. Os nossos atuais progressitas-libertários gostam de se distanciar da vertente socialista, apenas porque apoiam o modo de produção capitalista ... Como se a o modo de produção capitalista. ou qualquer outro no sentido econômico, tivesse sido objeto de preocupação da Revolução Francesa ... Uns tontos!

Anônimo disse...

O mais legal é ser diferente. Pra quê ser igual??? Esse pessoal de esquerda inventa cada uma. Ooooo utopia. Vamos por o pé no chão e viver, se divertir, se descobrir, se superar com as diferenças que nós temos. Não somos diferentes à toa...

Um grande abraço a todos

www.oindecoroso.blogspot.com

Mr X disse...

Uma coisa interessante (li na wikipedia, portanto não sei se è vero) é que na França não tem "discriminação positiva" justamente para não se voltar às leis de pessoas com direitos especiais, superiores às dos demais.

O problema da Revolução Francesa não foram tanto os ideais, como o fato de que lá pelas tantas os sujeitos perderam a cabeça... ;-)

Enrique Villalobos disse...

UK equality law:

http://ozsoapbox.com/world/uk-equality-law-because-women-are-unable-to-achieve-on-their-own/