Hão de chorar por ela os cinamomos
Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.
As estrelas dirão — "Ai! nada somos,
Pois ela se morreu silente e fria.. . "
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.
A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.
Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: — "Por que não vieram juntos?"
Alphonsus de Guimarães (1870 - 1921)
domingo, 1 de março de 2009
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2 comentários:
Acho que pouca gente fora do Sul conhece cinamomo. Era ótimo pra briga de funda.
Não conhecia o Alphonsus de Guimarães e o cara é das Minas Gerais.
Bonito soneto.
http://www.putasresolutas.blogspot.com/
vai lá, é bem legal
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