sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Abandono intelectual

Surpreende um pouco a sanha com que a dita Justiça brasileira persegue os meninos David e Jonatas, de 14 e 15 anos, e a família que decidiu ensiná-los em casa ao lugar de levá-los à escola. Quando há tantos garotos de 14 e 15 anos por aí cheirando cola, pedindo esmola ou assaltando, quando a maioria dos estudantes sai da escola sem saber nem mesmo entender um texto ou realizar simples equações, quando mesmo entre universitários o nível de redação em língua portuguesa é assombrosamente baixo, é bizarro que a família dos garotos, que lhes ensina de matemática a hebraico, seja acusada de "abandono intelectual".

Talvez as razões sejam as seguintes:

1. O fato de que o sucesso dos garotos (eles acabam se ser aprovados) nada mais demonstre do que a total falência da educação pública atual;

2. O que importa para os governos não é a educação real, mas os números. Estatísticas que podem ser utilizadas para mostrar o "avanço social". Número de alunos matriculados, etc. Não interessa que os tais alunos saiam da escola semi-analfabetos, o que importa são os números.

3. Menos alunos na escola significa menos alunos com o cérebro lavado na cartilha politicamente correta marxista que hoje substitui grande parte do ensino.

P. S. Olavo de Carvalho comenta:

David e Jonatas, sob ameaça de ver seu pai enviado à prisão por crime de “abandono intelectual”, submetidos pelo Ministério da Educação a exame capcioso propositadamente dificultado com o intuito de reprová-los, humilharam quem os pretendia humilhar: passaram nas provas, embora quase metade das matérias a cair só lhes fossem reveladas uma semana antes. O pai das crianças agora exige que exame idêntico seja imposto aos alunos de escolas públicas. Não passariam nele nunca, porque não passam em provas incomparavelmente mais fáceis. Eu exijo mais: exijo que o sr. ministro da Educação faça o mesmo exame. Se não passar, que vá para a cadeia por três crimes: (a) abandono intelectual de si próprio; (b) discriminação e crueldade para com crianças, por tratar os dois meninos com manifesta e perversa desigualdade em comparação com os alunos de escolas públicas e por obrigá-los a prestar exame sob condições de intimidação psicológica intolerável; (c) estelionato, por fingir-se profissionalmente habilitado a julgar o que está acima de sua capacidade.

7 comentários:

Daniel F. Silva disse...

Isto é Brasil: encobrem (ou tentam encobrir) a própria incompetência condenando a competência dos outros.

Anônimo disse...

Nossa, que absurdo.

Queria ver a justiça garantir (de fato) os direitos de educação pública, saúde pública, segurança...

Mr X disse...

Pois é.

Anônimo disse...

dom pedro,se imaginasse o brasil atual, talvez nao tivesse dado aquele grito no ipiranga...

Anônimo disse...

grande post, esse auê todo me faz sentir vingado dos antigos professores de meu garoto de 12 anos de idade.

Anônimo disse...

Cara, não suporto 87% do que o Olavão escreve, mas nesse assunto especificamente, mandou bem, MUITO bem.

Esse parágrafo dele devia ser emoldurado.

Um belo de um chute no cu desse estado ridículo que o Brasil se tornou. Construído por milhões de brasileiros, vale sempre lembrar.

Mr X disse...

Pois é, gunnar. :-/