quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Favelation

Intelectual adora favela. Adora miséria, adora traficante, adora violência e "exclusão social". Intelectual estrangeiro, então, adora ainda mais. Explica-se: enquanto o intelectual pátrio está demasiado próximo do seu objeto de estudo, e portanto passível de sofrer também com os aspectos negativos deste, o intelectual americano ou europeu não tem esta preocupação. E portanto se esbalda comentando ou escrevendo artigos sobre o tema, sem correr o risco de levar uma bala perdida.

Eu tenho um problema, portanto. Participo do meio acadêmico, venho do Brasil, mas odeio favela, odeio traficante, e não tenho a menor fascinação pelos "marginalizados" ou "excluídos". Acho que a única solução para o tráfico seria o exército invadir os morros e matar os chefões traficantes, transferir os favelados para zonas residenciais populares urbanizadas, e instituir medidas draconianas contra os usuários de drogas. Fumou, tragou, dançou. Claro que é uma solução irreal, ou seja, na verdade não tem solução, e como não tem solução prefiro pensar que nem mesmo existe e me concentrar em outros temas mais agradáveis.

Mas o pior mesmo é intelectual petista.

Li recentemente a contracapa de um livro - "Falcão - Mulheres do tráfico" o foi o que me bastou. O livro pode até conter depoimentos interessantes, não sei, mas na contracapa, uma resenhista do livro celebra a tal "nova ética" dessas mulheres.

Nova ética? Ajudam criminosos, se prostituem para traficantes ou mandam seus filhos vender crack. Se isso é uma nova ética, prefiro a antiga.

É curioso. A esquerda defende traficante, terrorista, guerrilheiro, vagabundo, tudo em nome da "exclusão social", da "luta pelos oprimidos". Entende todos os povos e culturas, dos muçulmanos aos tocadores de bongô do Butão.

O estranho é que sua capacidade de compreensão só não se estende ao homem branco conservador cristão. Ué. Por que não oferecer a mesma tolerância que eles têm com os traficantes ou os jihadistas muçulmanos aos cristãos americanos que seguem esse tal "criacionismo"? Por que não tratar de compreender o pensamento do trabalhador branco que segue valores conservadores? Mas não. Nesses casos, não há nenhuma tentativa de entender o "Outro". Há apenas o ódio, o desprezo contra esses seres "reacionários" e "atrasados", que impedem a grande mudança da humanidade pra melhor...

12 comentários:

Anônimo disse...

Se o homem branco sai e deixa a coisa rolar, vira um Haiti, se luta para ficar e perde, vira um Zimbabwe, se vence é explorador.
Homem branco carrega o mundo nas costas e leva a fama de explorador.

Anônimo disse...

Favela é uma porcaria. Por mais que cineastas brasileiros de quinta e Reginas Casebres da vida tentem "glamourizar"...

Anônimo disse...

Taí, gostei desse.

E concordo também, quem diria.

Anônimo disse...

Também gostei desse texto. É um atraso essa coisa de esquerdista achar que pobre é bonitinho, como se favelado fosse bichinho, portanto incapaz de responder ou ser culpado por seus atos. Primeiramente, é preciso ver essa gente como ela é: gente capaz, racional e com poder de transformação; basta tratá-la como tal e propiciar-lhe oportunidades.

Outro dia, uma matéria do Jornal Nacional mostrava como o Criança Esperança dava aulas de batucada para crianças de Fernando de Noronha. Como se nosso país já não tivesse oferta suficiente para "percussionistas" e futebolistas. Logo pensei, na Coréia do Sul fazem competição de matemática e ciências. Aqui a gente gosta mesmo é de ensinar a arte popular, a arte da rua (como se a rua já não bastasse para tanto). Se ao menos fossem aulas de piano ou inglês ou informática eu teria contribuído...

Anônimo disse...

Xizo, le mistérieux,

aí vão uma palavrinhas do Sarkozy que certamente farão gosto a muito freqüentadores do pedaço. Outros tantos, não sei.
Sorry pelo paste, mas creio que traduzem à perfeição tuas idéias.

Véia do Bonfa

Eis seu discurso:

Vou reabilitar o trabalho !

As palavras do presidente eleito da França soam como o violino de Paganini.
Caso faça sentido para você, repasse.

Derrotamos a frivolidade e a
hipocrisia dos intelectuais
progressistas. O pensamento único é daquele que sabe tudo
e que condena a política enquanto a mesma é praticada.

Não vamos permitir a mercantilização de um mundo onde não há lugar para a cultura: desde 1968 não se podia falar da moral. Haviam-nos imposto o relativismo.

A idéia de que tudo é igual, o verdadeiro e o falso, o belo e
o feio, que o aluno vale tanto quanto o mestre, que não se pode dar notas para não traumatizar o mau estudante.

Fizeram-nos crer que a vítima conta menos que o delinqüente. Que a autoridade estava morta, que as boas maneiras haviam terminado. Que não havia nada
sagrado, nada admirável.

Era o slogan de maio de 68 nas paredes de Sorbone: 'Viver sem obrigações e gozar sem trabalhar'.
Quiseram terminar com a escola de excelência e do civismo. Assassinaram os escrúpulos e a ética.

Uma esquerda hipócrita que permitia indenizações milionárias aos grandes executivos e o triunfo do predador sobre o empreendedor.
Esta esquerda está na política, nos meios de comunicação, na economia.

Ela tomou o gosto do poder.
A crise da cultura do trabalho é uma crise moral. Vou reabilitar o trabalho.

Deixaram sem poder as forças da ordem e criaram uma farsa: 'abriu-se uma fossa entre a polícia e a juventude'. Os vândalos são bons e a polícia é
má. Como se a sociedade fosse sempre culpada e o delinqüente, inocente.

Defendem os serviços públicos, mas jamais usam o transporte coletivo. Amam tanto a escola pública, mas seus filhos estudam em colégios privados. Dizem adorar a periferia e jamais vivem nela.

Assinam petições quando se expulsa um invasor de moradia, mas não aceitam que o mesmo
se instale em sua casa. Essa esquerda que desde maio de 1968 renunciou ao mérito e ao esforço, que atiça o ódio contra a família, contra a sociedade e contra a República.

Isto não pode ser perpetuado num país como a França e por isso estou aqui. Não podemos inventar impostos para estimular aquele que cobra do Estado sem trabalhar. Quero criar uma cidadania de deveres.

“Primeiro os deveres, depois os direitos."
Nicolas Sarkozy
presidente da França

O texto acima é do discurso de posse do presidente francês Nicolas Sarkozy dando um recado aos que se acostumaram a viver como proxenetas de um discurso esquerdista e que sempre alimentou aos que não sabem pensar por conta própria.

FORMA EXATA

Até parece que Sarkozy falou para os intelectuais e para a esquerda tupiniquim. O intelectual brasileiro esquerdista ama Cuba e fala das maravilhas da ilha de Castro, mas o hotel para férias está em Paris. Cuba só em audiovisual.

Quando nossos políticos de coragem (se é que existem!) assumirem o tom de Sarkozy, será dada a partida para nossa redenção. ...

Anônimo disse...

Vou comentar anônimo para o desengonçado Mr X de 2,12 m de altura e um bom blog desalmado não me reconhecer.

Mr X e velho e bom Chesterton,

Vocês realmente gostariam de exterminar todos os pobres, negros e muçulmanos da face da Terra?

Pensem bem no que vocês escrevem.

Anônimo disse...

Regina Casebre?

HUHUHUAUAHUAHUAUHUHAHUAUHAHUAUHUH!!!

Anônimo disse...

Pax, sim, os pobres TEM QUE deixar de ser pobres, os muçulmanos TEM QUE deixar de ser explosivos, e sim os negros TEM QUE continuar a fazer boa música.

Aí, Pax, último grito do gabeira

Quem fuma e cheira
Vota no gabeira

Anônimo disse...

Bah, essa do rolando pegou na veia.

Toda vez que eu vejo um projeto desses , me vem a mente as sábias palavras do meu nonno:

- Má vão pegar num cabo de enxada!

Deixando o exagero de lado, parem de enganar essas crianças e ensinem algo que tenha futuro.

Unknown disse...

Gostei muito Mr X. Lembrei desses programas que arrecadam milhões para depois aplicar em escolinhas para ensinar criancinhas a bater em latas. Podiam pelo menos comprar uma Yamaha Drums DTXTREME III, não é não? Ah, mas aí vai ficar parecendo que é instrumento de branco ou amarelo, sei lá.

Anônimo disse...

quanto ao lance do Obama, pelo amor de deus, o cara não está a meio ano na presidencia e já existem jornalistas sensacionalistas querendo derrubar o cara dizendo que ele acusa de preconceito quem vai contra suas idéias, que tal esperar um pouco o cara põr em prática alguma idéia, como o sistema de cotas por exemplos, pra criticar alguém voce tem que se basear em fatos, e nao em informações subjetivas que voce ouve por aí, se voce quer criticar o atual presidente dos estados unidos, critique-o por ter governado mal o seu país, mas pelo amor de deus se baseie em fatos, nao fique acusando o cara de racistas, que coisa de desocupado.

Marcos disse...

Não podia deixar de comentar. Muito bom o texto, já tinha percebido essas coisas há muito tempo. O engraçado é que o Brasil pena por falta de profissionais qualificados em várias áreas e aí quando chega um desses projetos politicamente corretos em vez de ensinar para o cara o que o mercado precisa (o que vai deixa-lo em uma situação muito boa ao final dos estudos) ensina o cara a bater em um tambor. Eles realmente acham que o cara vai se alimentar assim? Vai fazer o que, comer o tambor? Brincadeira...